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Isadora Salleiro de Sá Lima

Estágio 2 – Turma da noite – quinta-feira


Matrícula: 201801279357
Professora: Fabíola

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO PERTENCENTE À VARA DO


TRABALHO Nº__ DA CIDADE DE ___/__

PROCESSO Nº: ______

RECLAMANTE: MARCOS

RECLAMADO: BANCO ESTRELA DO SUL

BANCO ESTRELA DO SUL, pessoa jurídica de direito privado,


com registro no cadastro nacional de pessoas jurídicas sob o nº:
______/____, tendo sede na Rua ____, nº ____, Bairro ____, Cidade de ____-
___, Cep: 00.000-000, vem, respeitosamente, através de seu advogado
devidamente qualificado em procuração acostada, registrado na ordem
dos advogados do Brasil sob o nº xxx-xx-xx, com escritório situado na
Rua___, nº____,Bairro___, da cidade de____, Cep__, Estado de____ , onde
deverá ser notificado de todos os atos provenientes deste feito, OFERECER,
com arrimo nos artigos 319, 336 a 343, todos do CPC, aplicáveis
subsidiariamente no processo trabalhista, nos termos do artigo 769 da CLT,
CONTESTAÇÃO, CUMULADO COM AÇÃO RECONVITÓRIA em face de
MARCOS, já devidamente qualificado nos autos do presente feito, pelos
seguintes fatos e fundamentos jurídicos que se passa a expor:

l. BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O reclamante move ação trabalhista contra o Banco Estrela do


Sul, ora reclamado, alegando ocupa o cargo de gerente do Banco desde o ano
de 2012, tendo em 2019 sido promovido, recebendo, então, o dobro de seu
salário anterior.

É fato, ainda, que o Banco Estrela do Sul, custeou a realização do


MBA em Finanças ao reclamante, investindo em sua capacitação, arcando com
o total de R$ 30.000,00. Como contrapartida, fora estipulado contratualmente
uma cláusula de permanência por 2 anos após o término do curso, sob pena de
ressarcimento integral caso o empregado viesse a pedir seu desligamento
antes do período pactuado.

Ocorre que, Marcos, apesar de muito satisfeito com seu trabalho,


recebera uma proposta irrecusável de outra instituição financeira, pedindo
assim sua demissão seis meses após o término da especialização profissional
concluída.

O reclamado, por sua vez, lhe pagou corretamente as parcelas


decorrentes da extinção do contrato de trabalho, contudo, fora questionado
quanto ao pagamento das inúmeras, como afirma o reclamante, horas extras
prestadas desde 2019 até o fim de seu contrato.

O Banco, entretanto, sustenta não haver direito algum quanto ao


pagamento das horas extraordinárias.
Ainda assim, Marcos, indignou-se, e ingressou em 25/06/2021
com uma reclamação trabalhista postulando as referidas horas extras, com o
adicional de 50% e seus reflexos.

ll. PRELIMINARMENTE

DA AUSÊNCIA DE PROCURAÇÃO DO PATRONO DO RECLAMANTE

A ausência de representação regular do reclamante é observada


visto a ausência de procuração específica ao patrono da causa nos presentes
autos.
Assim, requer-se, de modo inicial, a suspensão do processo em
tela, afim de que seja concedido prazo para sustação do defeito informado, sob
pena de extinção da reclamação trabalhista movida.
Neste sentido, aduz o Código de Processo Civil:

Art. 76.  Verificada a incapacidade processual ou a


irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o
processo e designará prazo razoável para que seja sanado o
vício.

§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na


instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao


autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,


dependendo do polo em que se encontre. (CPC)

III. DO MÉRITO

DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE HORAS EXTRAS


Não há razão pela qual se postule pelo pedido de horas extras
trazido pelo reclamante, haja visto que este exercia função gerencial bancária,
de extrema confiança, e que com isso sua jornada de trabalho não poderia se
igualar aos mandamentos expressos no caput do art. 224 da CLT.

Além disso, o autor, ao concluir especialização integralmente custeada


pelo Banco, passou a perceber o dobro de sua remuneração que já integrava a
gratificação de função de um 1/3 do salário, em total acordo com o que se
detém na leitura do parágrafo 2º do artigo aludido.

Assim prevê a Consolidação das Leis Trabalhistas:

Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em


bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6
(seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos
sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho
por semana. (Redação dada pela Lei nº 7.430, de 17.12.1985)

§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo


ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas,
assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo
de 15 (quinze) minutos para alimentação. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que


exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia
e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de
confiança, desde que o valor da gratificação não seja
inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.

Portanto, resta-se evidenciado a não procedência do pleito


autoral, requerendo-se assim o indeferimento absoluto do pagamento a horas
extras.

IV. DA RECONVENÇÃO
DO CABIMENTO

Com o advento do novo Código de Processo Civil, estabeleceu-se


a possibilidade de se mover reconvenção dentro da peça contestatória, como
bem dispõe o artigo 343 da lei 13.105/15. Cuja aplicabilidade na justiça
trabalhista fora ratificada, podendo-se assim compreender, na instrução
normativa nº 39 do TST.

Dito isso, visto as pretensões conexas existentes na espécie, o


Banco Estrela do Sul passa a pleitear a seguinte AÇÃO RECONVITÓRIA sob
os fundamentos fáticos-jurídicos que agora passa a expor:

DA NECESSIDADE DE RESSARCIMENTO AO BANCO CONFIAÇA DOS


VALORES GASTOS COM A ESPECIALIZAÇÃO DO RECLAMANTE

Conforme já fora relatado na parte fática desta peça, o Banco


Estrela do Sul, em favor do Reclamante, e como dita a política de
aprimoramento profissional da referida instituição financeira, custeou
integralmente o curso de especialização MBA para o Sr. Marcos, resultando na
promoção de nível e passando a perceber o dobro de seu antigo salário.

Deu-se um investimento total de R$ 30.000 (trinta mil reais),


sendo firmada uma cláusula de permanência a qual aduzia que o Reclamante
não poderia, durante o período de dois anos, pedir dispensa do cargo a qual
fora promovido.

No entanto, o Sr. Marcos, tendo passado somente seis meses


após a sua especialização, não resistiu à tentação de uma oferta de emprego
oferecida, a que se disse mais vantajosa. Sendo assim, o Reclamante não
titubeou e requereu sua dispensa ao Banco Estrela do Sul. A este então só
restou acatar o pedido de demissão e pagar-lhe regularmente todas as verbas
resilitórias.

Resta-se aqui, portanto, evidenciado a má-fé em que agira o


Reclamante, sendo o mesmo sabedor da avença firmada, do período em que
não poderia pedir demissão do cargo ao qual fora promovido, não se fez de
rogado e simplesmente aproveitou a primeira oportunidade para tirar vantagem
financeira da instituição bancária, pois tal salto de salário no intervalo de tão
pouco tempo é fenômeno raro de se ocorrer na iniciativa privada.

Por isso, se faz necessário o ressarcimento de todo o valor pago pelo


Banco Estrela do Sul, corrigido monetariamente, sob pena de se pagar juros e
ressarcimento de danos a instituição financeira aqui evidentemente lesada, nos
termos do artigo 884 do CC e em respeito ao princípio da boa-fé contratual e a
vedação ao enriquecimento sem causa do obreiro.

Neste sentido vêm decidindo os Tribunais Regionais Trabalhistas:

TRT-1 - Recurso Ordinário RO 12839720115010041 RJ


(TRT-1)
Data de publicação: 15/02/2013
Ementa: 8ª T U R M A TERMO DE COMPROMISSO.
CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA. VALIDADE. MULTA
CONTRATUAL. Ciente o autor dos termos ajustados quando
de sua admissão, não se vislumbra nos autos qualquer vício
de consentimento sendo válidos os descontos dos cursos
custeados pela ré, por ter pedido demissão antes de
completar dois anos de casa.

TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 23160720115020 SP


00023160720115020038 A28 (TRT-2)
Data de publicação: 08/11/2013
Ementa: CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA. VALIDADE. O
empregado que recebe formação profissional custeada pelo
empregador e descumpre cláusula de permanência em
serviço, para fins de reversão dos benefícios da formação
profissional em prol da empresa e retorno do investimento
feito, deve indenizar o empregador acerca dos investimentos
da formação profissional.

TRT-5 - Recurso Ordinário 0000692-26.2012.5.05.0612


Ementa: CURSO CUSTEADO PELO EMPREGADOR.
CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA NO EMPREGO.
DESCUMPRIMENTO. REEMBOLSO. Não há qualquer
ilicitude na cláusula contratual que prevê seja o empregador
reembolsado do custeio do curso de graduação do seu
empregado, quando este, comprovadamente, descumpre a
obrigação assumida e pede demissão do emprego antes de
concluído o curso.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, com o devido acatamento e respeito, desde


logo, passa-se a requerer, preliminarmente, o reconhecimento da ausência de
procuração específica ao patrono da causa do Reclamante nos presentes
autos, dando-se assim a imediata suspensão do processo em tela, afim de que
seja concedido prazo para sustação do defeito de representação informado,
sob pena de extinção da reclamação trabalhista movida, conforme disposição
do artigo 76 do CPC/15, e, no mérito, os seguintes pedidos a seguir
especificados:

A) seja declarada a improcedência do pedido de horas extras feito pelo


Autor, vez que o mesmo exercia função gerencial bancária, de extrema
confiança, e que com isso sua jornada de trabalho não poderia se
igualar aos mandamentos expressos no caput do art. 224 da CLT. Além
disso, o autor sempre percebeu gratificação de função em total acordo
com o que se detém na leitura do parágrafo 2º do artigo aludido;

B) seja conhecida a AÇÃO RECONVITÓRIA proposta, com base no artigo


343 do CPC e a instrução normativa nº 39 do TST, e dando-lhe assim o
seu provimento para que o Reclamante indenize de modo integral e
corrigido monetariamente, o valor despendido pelo Banco Estrela do Sul
para sua formação no curso de especialização em MBA. Tendo o custo
exato de R$ 30 mil reais a instituição financeira reconvinte. Tudo em
razão do descumprimento da cláusula de permanência descumprida
pelo Reclamante, e em respeito ao princípio da boa-fé contratual, e a
vedação ao enriquecimento sem causa do obreiro, em consonância ao
teor do artigo 884 do CC;

C) Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal,
nos termos do artigo 369 do CPC/15

D) Por fim, requer-se a condenação do autor ao pagamento dos honorários


advocatícios sucumbenciais, orçados em 15% sob o valor da causa, nos
termos do artigo 82 e seguintes do CPC/15.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

DATA

NOME DO ADVOGADO

OAB/UF

Nº. XX.XXX-X

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