Explique a teoria cartalista sobre a moeda e sua relação com a tese das finanças funcionais.
O Cartalismo explica que o dinheiro se originou das tentativas do Estado de direcionar a
atividade econômica, e não como uma solução para os problemas da troca ou como um meio para simbolizar a dívida. A troca generalizada de mercadorias só surgiu depois que o Estado foi capaz de criar a necessidade de usar sua moeda soberana ao impor impostos à população. Para o cartalista, a capacidade do dinheiro de agir como uma unidade de conta para dívida depende fundamentalmente da confiança no poder do soberano de impor sua vontade à população. O uso do dinheiro como unidade de conta para dívidas acontece antes do surgimento de uma economia baseada na troca de mercadorias. Portanto, o Cartalismo argumenta que o dinheiro surgiu primeiro como uma unidade de conta originada na dívida e não na troca. A teoria das finanças funcionais busca eliminarem a insegurança econômica através da intervenção do governo na economia. O financiamento funcional enfatiza o resultado final das políticas intervencionistas sobre a economia e se baseia em três princípios, o primeiro é o papel do governo de evitar a inflação e o desemprego, controlando a despesa dos consumidores através da elevação e redução de impostos, o segundo é o objetivo dos empréstimos e empréstimos do governo é controlar taxas de juros, níveis de investimento e inflação e o terceiro é a possibilidade do governo de imprimir, acumular ou destruir o dinheiro de forma que julgar adequado atingir esses objetivos. Finanças funcionais também diz que o único propósito da tributação é controlar os gastos do consumidor porque o governo pode pagar suas despesas e dívidas através da impressão de dinheiro. Além disso, a teoria não acredita que seja necessário que os governos equilibrem seus orçamentos. Torna-se evidente, portanto, que nas duas teorias a confiança no poder do soberano de impor sua vontade à população é muito presente, sendo assim, em uma das teorias o estado intervencionista está presente para direcionar a atividade econômica e direcionar a moeda como unidade para o pagamento de dívidas e impostos. Na outra, o Estado intervêm diretamente na economia e na moeda, já que pode regular os impostos, os juros e a produção a produção de moeda. 2. Relacione o problema da desigualdade de renda e riqueza nas economias capitalistas com as escolhas fiscais feitas pelos governos centrais.
Atualmente podemos observar, em todo o mundo, a má distribuição de renda. O
resultado disso é um colapso econômico, visto que a distribuição de renda é feita de maneira desigual. A política fiscal pode interferir na distribuição de renda, essa política tem instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas. A política tributária, além de atuar sobre o nível de tributação, também é utilizada por meio de manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, para estimular ou inibir os gastos do consumo do setor privado. Sendo assim, se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais adotadas são a diminuição de gastos públicos, o aumento da carga tributária ou os dois juntos, que acabam inibindo o consumo. Desse modo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade, e quanto mais o governo enxuga seus gastos com a população mais aumenta a desigualdade social e de renda. Quando a política tem o objetivo de melhorar a distribuição de renda, a diminuição dos gastos públicos e o aumento da carga tributária são instrumentos que são usados de forma seletiva, isto se dá em favor dos menos favorecidos economicamente. Quando essa distribuição é feita de forma desigual, o resultado é a desigualdade social, afetando cada vez mais a população mundial
3. Relacione as regras fiscais vigentes no Brasil às possibilidades de gestão
macroeconômica anticíclica no país. Segundo o IPEA, o déficit primário do Setor Público Consolidado (SPC) atingiu 2,3% do PIB no acumulado em doze meses, depois de ter alcançado 0,9% do PIB no final de 2019. Na comparação com o final de 2019, a dívida líquida caiu 3 pontos percentuais (p.p.), para 52,7% do PIB, refletindo a forte desvalorização cambial ocorrida no período. A dívida bruta cresceu 3,9 p.p., para 79,7% do PIB. As medidas anticíclicas para diminuir a retração e aumentar o bem estar social seriam investir em políticas sociais de distribuição de renda como o auxílio emergencial, instituir mecanismos de controle cambial, instituir o imposto sobre grandes fortunas, ampliar os investimentos públicos, utilizar os bancos públicos para assegurar linhas de crédito de capital de giro sem juros para pequenas e médias empresas e a revogação lei do teto dos gastos