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1.

Explique a teoria cartalista sobre a moeda e sua relação com a tese das
finanças funcionais.

O Cartalismo explica que o dinheiro se originou das tentativas do Estado de direcionar a


atividade econômica, e não como uma solução para os problemas da troca ou como um
meio para simbolizar a dívida. A troca generalizada de mercadorias só surgiu depois que
o Estado foi capaz de criar a necessidade de usar sua moeda soberana ao impor
impostos à população. Para o cartalista, a capacidade do dinheiro de agir como uma
unidade de conta para dívida depende fundamentalmente da confiança no poder do
soberano de impor sua vontade à população. O uso do dinheiro como unidade de conta
para dívidas acontece antes do surgimento de uma economia baseada na troca de
mercadorias. Portanto, o Cartalismo argumenta que o dinheiro surgiu primeiro como
uma unidade de conta originada na dívida e não na troca.
A teoria das finanças funcionais busca eliminarem a insegurança econômica através da
intervenção do governo na economia. O financiamento funcional enfatiza o resultado
final das políticas intervencionistas sobre a economia e se baseia em três princípios, o
primeiro é o papel do governo de evitar a inflação e o desemprego, controlando a
despesa dos consumidores através da elevação e redução de impostos, o segundo é o
objetivo dos empréstimos e empréstimos do governo é controlar taxas de juros, níveis
de investimento e inflação e o terceiro é a possibilidade do governo de imprimir,
acumular ou destruir o dinheiro de forma que julgar adequado atingir esses objetivos.
Finanças funcionais também diz que o único propósito da tributação é controlar os
gastos do consumidor porque o governo pode pagar suas despesas e dívidas através da
impressão de dinheiro. Além disso, a teoria não acredita que seja necessário que os
governos equilibrem seus orçamentos.
Torna-se evidente, portanto, que nas duas teorias a confiança no poder do soberano de
impor sua vontade à população é muito presente, sendo assim, em uma das teorias o
estado intervencionista está presente para direcionar a atividade econômica e direcionar
a moeda como unidade para o pagamento de dívidas e impostos. Na outra, o Estado
intervêm diretamente na economia e na moeda, já que pode regular os impostos, os
juros e a produção a produção de moeda.
2. Relacione o problema da desigualdade de renda e riqueza nas economias
capitalistas com as escolhas fiscais feitas pelos governos centrais.

Atualmente podemos observar, em todo o mundo, a má distribuição de renda. O


resultado disso é um colapso econômico, visto que a distribuição de renda é feita
de maneira desigual. A política fiscal pode interferir na distribuição de renda,
essa política tem instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e
controlar suas despesas. A política tributária, além de atuar sobre o nível de
tributação, também é utilizada por meio de manipulação da estrutura e alíquotas
de impostos, para estimular ou inibir os gastos do consumo do setor privado.
Sendo assim, se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação,
as medidas fiscais adotadas são a diminuição de gastos públicos, o aumento da
carga tributária ou os dois juntos, que acabam inibindo o consumo. Desse modo,
essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade, e quanto mais o
governo enxuga seus gastos com a população mais aumenta a desigualdade
social e de renda. Quando a política tem o objetivo de melhorar a distribuição
de renda, a diminuição dos gastos públicos e o aumento da carga tributária são
instrumentos que são usados de forma seletiva, isto se dá em favor dos menos
favorecidos economicamente. Quando essa distribuição é feita de forma
desigual, o resultado é a desigualdade social, afetando cada vez mais a
população mundial

3. Relacione as regras fiscais vigentes no Brasil às possibilidades de gestão


macroeconômica anticíclica no país.
Segundo o IPEA, o déficit primário do Setor Público Consolidado (SPC) atingiu
2,3% do PIB no acumulado em doze meses, depois de ter alcançado 0,9% do
PIB no final de 2019. Na comparação com o final de 2019, a dívida líquida caiu
3 pontos percentuais (p.p.), para 52,7% do PIB, refletindo a forte desvalorização
cambial ocorrida no período. A dívida bruta cresceu 3,9 p.p., para 79,7% do
PIB. As medidas anticíclicas para diminuir a retração e aumentar o bem estar
social seriam investir em políticas sociais de distribuição de renda como o
auxílio emergencial, instituir mecanismos de controle cambial, instituir o
imposto sobre grandes fortunas, ampliar os investimentos públicos, utilizar os
bancos públicos para assegurar linhas de crédito de capital de giro sem juros
para pequenas e médias empresas e a revogação lei do teto dos gastos

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