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1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1
1.1 EMENTA 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1
1.3 OBJETIVOS 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1
1.5 METODOLOGIA 1
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 2
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 2
ii
2.5.2 CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO PELO MODELO CAPM 33
2.5.3 INVESTIMENTOS ALAVANCADOS 37
2.5.4 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE 38
3. MATERIAL COMPLEMENTAR 40
iii
1
1. Programa da disciplina
1.1 Ementa
Montagem de fluxos de caixa de projetos. Avaliação dos fluxos de caixa pelos
métodos do valor presente líquido. Taxa interna de retorno de payback. Seleção de
projetos. Decisão de iniciar um projeto Go no Go. Avaliação de Projetos em
condições de incerteza. Análise de Sensibilidade.
1.3 Objetivos
Fornecer aos participantes uma visão prática e direta da aplicação da metodologia e
técnicas para a análise e seleção de projetos de investimento, à luz das variáveis
envolvidas, objetivando a maximização das metas estabelecidas.
1.5 Metodologia
Exposições teóricas e discussão de casos práticos através da aplicação de exercícios
para serem resolvidos em sala de aula e trabalhos de grupo.
Para atingir esses objetivos, o gestor financeiro deve decidir em que investir e
como financiar esses investimentos, procurando maximizar o trinômio dinheiro,
tempo e risco; ou seja, maiores retornos no menor tempo e com o mais baixo risco
possível.
Recursos próprios podem advir dos lucros retidos, do aumento do capital através
de novos aportes dos sócios, ou pela entrada de novos acionistas.
Os projetos ditos dependentes podem ser classificados em três grupos: (a) projetos
contingentes: a aceitação de um depende da anterior aceitação do outro; (b)
projetos complementares: a aceitação de um tem impacto favorável sobre o fluxo
de caixa do outro; (c) projetos mutuamente exclusivos: a aceitação de um implica
a rejeição automática do outro, seja por razões técnicas ou por razões financeiras.
(Abreu e Stephan, 1982)
Quando o imposto está num dos grupos, acima, torna-se simples colocar seu efeito
no diagrama de fluxo de caixa de um projeto. Entretanto, quando o imposto não se
enquadra nos grupos mencionados, como é o caso do Imposto de Renda - IR existe
a necessidade de se estudar seus efeitos sobre o projeto.
2.2.3 Depreciação
Do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser adotado nas análises
de projetos, a depreciação não é considerada como um custo, mas como uma fonte
Valor Inicial
do Ativo
(em R$)
Valor
Residual
A carga tributária representa um ônus real, cujo efeito é o de reduzir o valor dos
fluxos monetários resultantes de um dado investimento. Dessa forma, um projeto
viável economicamente pode ser considerado antieconômico, caso o Imposto de
Renda não seja levado em conta em sua análise.
O Imposto de Renda incide sobre o lucro tributável da empresa, o que, por sua vez,
é influenciado por procedimentos contábeis de depreciação, que visam assegurar
condições para a reposição dos ativos da companhia, quando isso se tornar
necessário à continuidade das operações. Por isso, a legislação tributária permite às
empresas deduzirem de seu lucro anual a correspondente carga de depreciação,
para fins de cálculo do Imposto de Renda.
Investimento é o gasto com fatores de produção que têm vida útil longa e,
portanto, são consumidos lentamente no processo produtivo da empresa.
Para efeito de análise, o único problema que pode surgir na determinação dos
fluxos de caixa, após o IR, decorre do fato de que a vida útil de utilização do ativo
raramente coincide com sua vida contábil, prevista pela legislação tributária. Na
prática, para efeito de determinação da rentabilidade de um projeto, a depreciação
deve ocorrer ao longo da vida contábil do ativo. Assim, quando houver coincidência
entre a vida útil e a contábil, o ativo será depreciado integralmente ao longo do
horizonte de planejamento considerado. No caso da existência de uma vida útil
maior que a contábil, o ativo será integralmente depreciado; porém, durante um
período menor que o horizonte de planejamento. Finalmente, quando a vida útil for
inferior à contábil, o ativo será depreciado parcialmente durante o horizonte de
planejamento.
Caso o ativo resulte num valor residual líquido maior ou menor que seu valor
contábil, à época da retirada de operação, a diferença entre esses valores
representará um lucro ou uma perda contábil. No primeiro caso, será declarado
como lucro não operacional, ficando sujeita à tributação. Caso contrário será
lançado como perda contábil, que é integralmente abatida do lucro para fins de
cálculo do IR a pagar, tal como ocorre com a depreciação.
Exemplo:
Análise Financeira
A análise estática, pela própria definição, tem por objetivo retratar a situação de
uma empresa em determinado instante. Diz respeito à análise de liquidez e à
participação das contas na estrutura patrimonial de cada ano e a sua dinâmica ao
longo dos anos, conhecidas como análise vertical e horizontal, respectivamente.
O ciclo operacional de uma empresa é definido como sendo o prazo decorrido desde
a compra de mercadorias ou insumos até o recebimento das vendas.
Essas contas são feitas com base nos prazos médios, sendo os principais: prazo
médio de estoques, prazo médio de recebimento das vendas e prazo médio de
pagamento aos fornecedores.
Compra de Recebimento
Matéria Venda
CICLO PERACIONAL
Período Médio
de Pagamento V
E
N
D
Pagamento de A
Duplicatas
CICLODECAIXA
Tempo
Assim:
Exemplos:
Observe-se que não haverá caixa na empresa durante 15 dias a cada mês.
- Ciclo: 4 meses
- Vendas: $15.000
- Custos dos produtos vendidos: $7.000
- Qual o ciclo de caixa ou financeiro em número de dias?
CF = CO – PMF = 90 – 24 = 66 dias
Retorno sobre Ativos e Sobre o Capital Próprio.
São medidas de desempenho que mostram o retorno obtido em determinado
período passado.
Lucro
Re torno sobre Ativos = ROA =
Ativos
Lucro
Re torno sobre o Patrimônio Líquido = ROE =
Patrimônio Líquido
Lucro
Re torno sobre Investimentos = ROI =
PatrimônioLíquido + Empréstimos / Financiamentos
Exemplo:
PROJETO A PROJETO B
INVEST 10.000,00 10.000,00
INICIAL
ANO FLUXO DE CAIXA
1 5.000,00 3.000,00
2 5.000,00 4.000,00
3 1.000,00 3.000,00
4 100,00 4.000,00
5 100,00 3.000,00
Payback 2 anos 3 anos
PROJETO A PROJETO B
INVEST
INICIAL $42.000,00 $45.000,00
ANO FLUXO DE CAIXA
1 14.000,00 28.000,00
2 14.000,00 12.000,00
3 14.000,00 10.000,00
4 14.000,00 10.000,00
5 14.000,00 10.000,00
Payback 3 anos 2a e 6m
Exemplo:
FLUXO DE PV a
ANOS CAIXA 12% a.a. ACUMULADO
0 (600,00) (600,00)
1 120,00 107,14 (492,86)
2 150,00 119,58 (373,28)
3 200,00 142,36 (230,92)
4 220,00 139,81 (91,11)
5 150,00 85,11 (5,99)
6 180,00 91,19 85,20
7 80,00 36,19 121,39
Dada uma taxa de juros composta i, o valor presente líquido é a diferença entre o
valor atual dos fluxos de caixa e a saída inicial de caixa.
−j
VAL= ∑ C j ( 1+i ) − C0
n
j=1
Por esse critério, compara-se o valor presente, à taxa considerada; ou seja, a TMA,
de todas as projeções de entradas e saídas líquidas de caixa. Note que, para tal, é
necessária a projeção contábil em regime de caixa.
Se VAL = 0 ⇒ indiferente
Se VAL > 0 ⇒ o projeto é elegível
Se VAL < 0 ⇒ o projeto não é elegível
Exemplo:
Para uma TMA de 10% a.a., indique se o projeto abaixo deve ser aceito:
ANOS FLUXO DE
CAIXA
0 -1000
1 300
2 350
3 420
4 380
5 210
10 i
1000 CHS g CFo
300 g CFj
350 g CFj
420 g CFj
380 g CFj
210 g CFj
f NPV 267,47
Como o valor atual líquido é positivo, isto significa que o investimento é atrativo,
ou seja, não só retorna o capital investido, o rendimento de 10% a.a., bem como
confere um lucro extra de $267,47 na data zero. Sendo o VPL positivo significa
que a sua taxa de retorno é maior do que a TMA de 10%. É fácil verificar que o
retorno desse investimento é de 20,17% a.a. Para isso, basta comandar, para os
mesmos inputs a função f IRR na HP 12C.
O Índice de Lucratividade IL é dado pela relação entre a soma dos valores atuais
dos recebimentos futuros e o valor do investimento inicial. Caso o investimento
inicial seja realizado em mais de um ano, a soma dos valores atuais dos
recebimentos futuros será dividida pela soma dos valores atuais dos investimentos.
Fornece a mesma conclusão do VAL. O IL mede o retorno relativo ao valor atual de
cada $1,00 investido, enquanto o VAL fornece a diferença monetária entre o valor
atual dos retornos e o investimento inicial.
Convém observar que aplicado para determinar se um projeto deve ou não ser
aceito, o IL dá a mesma recomendação que o VPL. Quanto à seleção, deve-se
atentar para a análise incremental dos projetos excludentes.
O investimento será rentável sempre que o valor presente das entradas líquidas de
caixa do projeto for superior a seu investimento inicial; ou seja, sempre que o
índice de lucratividade for superior a 1. O mais interessante será o que apresentar
o IL mais elevado.
A taxa interna de retorno é uma taxa de juros que anula o fluxo de caixa, ou,
ainda, é a taxa de juros que faz com que o VPL seja igual a zero.
Deve ser aceito o projeto que apresentar uma TIR maior que o valor do custo de
capital ou da taxa mínima de atratividade.
A TIR pressupõe que todos os retornos gerados pelo projeto são reinvestidos a essa
mesma taxa até o final de sua vida útil.
Sendo i uma taxa interna de retorno, ela é uma taxa tal que satisfaz à seguinte
igualdade:
−j
∑ C j ( 1 + i ) − C0 =0
n
j=1
Exemplo:
Resolvendo:
f IRR 4,79
Como exemplo, o fluxo de caixa, a seguir, pode ter duas ou menos taxas internas
negativas. Fazendo as contas encontramos TIR’s positivas; ou seja, raízes
positivas e iguais a 15% e 40%. Nesses casos, deve-se descartar o critério da TIR
e utilizar o critério do VPL.
TIR MÚLTIPLA
VPL
20,00
10,00
0,00
(10,00) 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
(20,00)
(30,00)
(40,00)
TAXAS
Regra de Norstrom
Exemplo:
Anos 0 1 2 3 4
Fluxo de Caixa 100 -50 150 -50 150
TIR
350,00
300,00
250,00
200,00
VPL
150,00
100,00
50,00
0,00
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
TAXAS
Exercício:
FLUXO DE
ANOS CAIXA
0 -1000
1 800
2 -300
3 500
4 700
5 600
6 -200
7 700
8 100
9 150
10 300
Solução:
Calculando-se a soma das saídas de caixa a 12% e o valor futuro das entradas até
o décimo ano a 10%, obtemos os seguintes valores:
Fluxos Fluxos
Anos PV a 12% FV a 10%
Negativos Positivos
0 -1000 -1.000
1 800 2.075
2 -300 -239
3 500 1.297
4 700 1.816
5 600 1.556
6 -200 -101
7 700 1.816
8 100 259
9 150 389
10 300 778
SOMA -1.340 SOMA 9.986
2.3.7 Comparabilidade
Por fim, uma terceira e última crítica diz respeito à escolha de um único
investimento dentre vários concorrentes mutuamente excludentes.
Podemos verificar que o Projeto A é mais atraente para taxas de desconto inferiores
a 21,6%, enquanto o Projeto B é mais atraente para taxas superiores. A interseção
das curvas, onde a taxa de desconto é de 21,6% é conhecido como “Ponto de
Fisher”.
TIR X VPL
80,00
60,00 21,6%
40,00
VPL
20,00
0,00
-20,000% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
-40,00
TAXA
Outro Exemplo:
PROJETO
A B
Invest. -40,00 -60,00
FC 1-10 8,00 11,00
TIR 15,10% 12,87%
VAL 10% 9,16 7,59
VAL 5% 21,77 24,94
PROJETO
INCREMENTAL
Invest. -20,00
FC 1-10 3,00
TIR 8,14%
VAL 10% -1,57
VAL 5% 3,17
Donde se pode verificar que, para uma TIR de 8,14% a.a., o valor atual líquido de
ambos os projetos se igualam em $13,33.
Ponto de Fisher
TIR=8,14%
Exemplo:
ANOS A B C D
0 -10.060 -20.000 -25.000 -30.000
1 3.000 5.550 6.800 8.500
2 3.000 5.550 6.800 8.500
3 3.000 5.550 6.800 8.500
4 3.000 5.550 6.800 8.500
5 3.000 5.550 6.800 8.500
TIR 15% 12% 11% 13%
Esse método é recomendável quando os projetos têm vidas úteis desiguais. Supõe
que cada projeto possa ser substituído um número infinito de vezes para o mesmo
investimento inicial que, por sua vez, fornecerá as mesmas entradas de caixa.
Embora a suposição seja irreal, não invalida ou diminui a sua utilidade técnica.
Exercícios:
PROJETOS
A B C
INVEST.
10.000,00 12.000,00 15.000,00
INICIAL
Considerando o VPL de cada projeto como PV, a vida útil como n e 15% como taxa,
o PMT será o VPL anualizado, elegendo-se o que for maior.
Logo:
VALA(A) = 796,25; VALA(B) = 837,15; VALA(C) = 457,25
Onde B é o melhor por apresentar uma riqueza perpétua de $837,15/ano
Exemplo:
Projeto A B
Duração 10 anos 10 anos
Investimento inicial $800 $900
FC anual $191 $211
Para uma TMA de 10% a.a., B seria preferível, pois o VPL de A é $374 e o de B é
$396. Se um investimento complementar a A de $100 produzisse um VPL maior do
que $22, A seria preferível.
O modelo mais comum é o da Programação Linear (fora dos objetivos desse curso),
que é uma técnica utilizada para resolver problemas de alocação de recursos
limitados, em atividades competitivas, de maneira ótima. Esse método envolve o
planejamento de atividades e visa, fundamentalmente, encontrar uma solução
ótima para problemas que tenham seus modelos representados por expressões
lineares.
PROJETO CO CI C2 C3 C4 VPL IL
A) Co-geração -10 -5 20 15 10 18,51 1,28
B) Usina 1 -5 -5 20 15 5 20,33 2,15
C) Usina 2 -10 10 20 15 5 28,73 2,87
D) Rede Urbana -20 30 20 15 5 36,58 1,83
E) Rede Rural -10 -10 20 15 5 10,87 0,57
F) Usina Termo -30 -10 20 15 40 13,11 0,34
G) Linha Trasm -15 10 20 15 5 23,73 1,58
R: Classificação pelo VPL: D) e C); pelo IL: C), B), G).
Custos fixos são aqueles que independem do nível de atividade da produção ou das
vendas para uma determinada escala.
CF − DP
Q=
P − CV
CF
Q=
P − CV
Ponto de equilíbrio econômico - é aquele cuja receita cobre os custos fixos mais o
retorno mínimo exigido do projeto pelos acionistas.
CF + FC − t (CF + DP )
Q=
( P − CV )(1 − t )
Onde:
CF = custos fixos
DP = depreciação
P= preço unitário de venda
CV = custo variável unitário
FC = fluxo de caixa periódico equivalente ao investimento inicial, considerando a
vida economicamente útil do projeto e a taxa mínima de retorno exigida do
projeto pelos acionistas
t= alíquota do imposto de renda na forma unitária
Exemplo
Uma indústria de fragrâncias pretende expandir a produção com uma nova linha de
sabonete com uma embalagem bastante atraente. Após intensos estudos,
concluíram o seguinte:
Investimentos: $5.000,
Preço unitário de venda: $5,
Custo Variável Unitário: $3,
Custos Fixos: $1.000,
Depreciação $500,
Alíquota do imposto de renda 35%
Taxa de juros mínima: 10%
Horizonte de planejamento: 10 anos.
CF − DP 1.000 − 500
Q= = = 250 peças
P − CV 5−3
Ponto de Equilíbrio de Operacional:
CF 1.000
Q= = = 500 peças
P − CV 5−3
Ponto de Equilíbrio Econômico:
CF + FC − t (CF + Dp )
Q= =
(P − CV )(1 − t )
1.000 + 813,73 − 0,35(1.000 + 500 )
= 991
(5 − 3)(1 − 0,35)
Demonstrativo:
Kd = i . (1 - IR)
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Considere uma empresa com pagamentos de juros anuais de R$200.000,
baseados na dívida total de R$4.000.000. Determine o custo da dívida
desta empresa, após o IR, sabendo-se que sua alíquota de IR é de 40%.
Com base na expressão (51):
Kd = (1-0,40) . 200.000 / 4.000.000 = 0,03 3 % a.a.
O valor de uma ação ordinária é igual ao valor presente dos dividendos futuros
esperados sobre uma determinada ação. A taxa de desconto desses dividendos
esperados, que determina o seu valor presente, representa o custo da ação
ordinária. Dessa forma, a expressão, abaixo, permite que se determine o custo do
capital próprio, conhecido o próximo dividendo, o preço atual das ações e a taxa de
crescimento dos dividendos:
Ke = (D1/P0) + g
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Uma empresa tem hoje 100 milhões de ações e pagará, dentro de um
semestre, um dividendo de R$0,20 / ação. Os dividendos totais que a
empresa pagará no futuro crescem geometricamente à taxa de 2% ao
semestre. Supondo-se que o preço da ação hoje é de R$4,00, qual o custo
do capital próprio da empresa?
Ke = (0,20 / 4,00) + 0,02 = 0,07 7% a.s.
Quando uma empresa utiliza uma estrutura de capital composta por recursos
próprios e de terceiros, deve-se tomar a média dos custos de ambas as fontes,
ponderada consoante a participação de cada uma, como critério para a
determinação do custo do capital total. Em outras palavras, pode-se aplicar o
conceito de custo de capital de certa fonte, própria ou de terceiros, para determinar
o custo do capital da empresa (ou de um projeto), simplesmente unindo todas as
fontes.
onde: C = C1 + C2 + ... + Cn
CMPC = Ke . Ce + Cd . (1 - IR)
O CMPC pode ser considerado como TMA exigida para um projeto que possua
capitais próprios e de terceiros em sua estrutura de investimentos. Deve-se ter
cuidado na utilização do CMPC como TMA nas avaliações de projetos, tomando-se o
cuidado para que não haja duplicidade de contagem do benefício fiscal do
abatimento dos juros para efeito de Imposto de Renda. Dessa forma, o CMPC,
como TMA, só pode ser utilizada para descontar os fluxos de caixa livre do projeto.
Onde:
Xi = valores numéricos da variável aleatória
P = probabilidades associadas aos valores numéricos da variável aleatória
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Retornos Esperados
Cenário Prob. Proj A Proj B Proj C
Pessimista 25% 12% -10% 8%
Realista 50% 15% 5% 12%
Otimista 25% 20% 10% -5%
VAR = (3,40-7,225)2x0,25+(10,50-7,225)2x0,50+(4,50-7,225)2x0,25
VAR = 10,8769
DP = (10,8769)0,5 = 3,30%
Desvio Padrão
CV =
Média
Um ativo de risco é aquele cujo retorno pode ser composto de duas partes; ou seja,
uma parte é uma remuneração esperada e a outra não esperada que, por sua vez,
pode resultar, inclusive, em perdas.
Um tipo de surpresa é aquela que afeta um grande número de ativos. Esse risco é
denominado sistemático. Como o risco sistemático tem grande efeito sobre o
mercado ele também é chamado de risco de mercado. Incertezas sobre condições
econômicas gerais, como PIB, taxas de juros, câmbio ou de inflação e instabilidade
política são alguns exemplos de riscos sistemáticos.
O outro tipo de surpresa é aquela que afeta um único ativo ou um pequeno grupo
de ativos, de modo geral, de mesma atividade econômica. Esse risco é
denominado risco não sistemático. Como esse risco é específico a empresas ou
ativos individuais, pode ser denominado de risco específico. Por exemplo, o
anúncio de descoberta de um novo poço de petróleo por uma empresa afetará
principalmente aquela empresa, e talvez algumas outras como principais
competidores e fornecedores. É improvável que afete empresas que não sejam do
ramo de petróleo; logo, esse é um efeito não sistemático.
Embora sendo um modelo de títulos mobiliários, aplica-se aos ativos fixos, difíceis
de desinvestir ou alterar posições, na medida em que a sua divisibilidade e liquidez
podem ser alcançadas, se a empresa ofertar direitos, ao mercado, sobre esses
ativos por meio de títulos representativos do capital próprio (ações) ou por meio de
títulos representativos da dívida e que paguem juros. O conjunto dos títulos
emitidos pela empresa refletirá os fluxos de caixa de seus projetos, fazendo com
que o seu valor de mercado seja função do valor de seus ativos fixos.
Como em todos os modelos financeiros, são definidas algumas hipóteses para seu
desenvolvimento, citando-se, entre as mais importantes: (a) assume-se uma
grande eficiência informativa do mercado, atingindo igualmente a todos os
investidores; (b) não há impostos, taxas ou quaisquer outras restrições para os
investimentos no mercado; (c) todos os investidores apresentam a mesma
percepção com relação ao desempenho dos ativos, formando carteiras eficientes a
partir de idênticas expectativas; (d) existe uma taxa de juros de mercado definida
como livre de risco.
Risco
Risco
Diversificável
Risco
Sistemático
Nº de ativos na carteira
Quando o beta de um ativo for exatamente igual a 1,0, diz-se que a ação se
movimenta na mesma direção da carteira de mercado em termos de retorno
esperado; ou seja, o risco da ação é igual ao risco sistemático do mercado como
um todo. Uma ação com beta maior que 1,0 retrata um risco sistemático mais alto
que o da carteira de mercado, sendo por isso interpretado como um investimento
agressivo. Por exemplo, se β = 1,50, uma valorização média de 10% na carteira de
mercado determina uma expectativa de rentabilidade de 15% na ação.
Onde:
A esta equação do CAPM pode-se adicionar outros riscos além do Risco Brasil e
cambial, riscos específicos ao negócio.
Ri = Rf + β.(Rm – Rf) + a
Onde:
a = outros riscos expressos em termos de taxa.
Na hipótese da empresa não ter ações negociadas em bolsa, pode-se usar o beta
de empresas situadas na mesma classe de risco ou a média dos betas de empresas
similares que tenham suas ações listadas em bolsa.
Para a taxa de retorno de ativos sem risco podemos citar a rentabilidade dos títulos
do governo brasileiro, dos certificados de depósitos bancários de bancos de
primeira linha, das cadernetas de poupança, outros títulos de dívidas que podem
ser considerados sem risco, inclusive estrangeiros como os T-Bonds. Nessa última
hipótese, à equação do CAPM deverá ser adicionado um componente relativo ao
prêmio de risco Brasil.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Um projeto da Empresa X utilizará EXERCÍCIO RESOLVIDO
endividamento de longo prazo e financiamento
de capital
A ação ordinário.
da Empresa Calcule o CMPC do
X apresenta umprojeto proposto
beta igual a 1,6;com
ou base
seja, nas
seu seguintes
risco
informações:
sistemático é 60% maior que o risco do mercado como um todo. A taxa
- Taxa
livredede
juros livre
risco é de risco:
12% 12%e a expectativa dos investidores é de que a
- Beta de capital
carteira ordinário:
de mercado 1,4520%. Determine a taxa mínima exigida pelo
atinja
- Retorno
investidor
esperado
da açãoda da
carteira
Empresade mercado:
X. 25%
- Custo da dívida esperado (antes do IR): 18%
β = 1,6;
- Proporção financiada
Rf = 12%; da dívida:
Rm = 20%60%
- Alíquota Rf + β.(Rm
R = marginal -RIR:
de 12% + 1,6×(20% -12%) ∴ R = 24,8%
f) =30%
▫ CAPM,
O retorno Rf + β . (R
R = esperado m – Ração
dessa f), cálculo
deve do custo
ser, do capital
no mínimo, próprio:
igual a 24,8%, que
R = 12 + 1,45.(25% - 12%) = 30,85%
representa a taxa mínima de atratividade para o investimento nesta ação.
▫ Pela expressão do CMPC: Ks . Cs + (1 - IR) . Ks . Cs
CMPC = 0,40 . 30,85% + (1- 0,30) . 0,60 . 18% = 19,90% TMA
Por essa razão, foi proposto por Hamada, R.S. em 1972 a seguinte equação para a
determinação do β de um empresa alavancada:
Onde:
= beta alavancado
= beta não alavancado
= alíquota do Imposto de Renda na forma unitária
D = capital de terceiros
E = capital próprio
Exemplo:
Uma empresa apresenta um beta de 1,05 para o capital próprio. Nesse momento,
ela estuda a viabilidade de um projeto com risco idêntico ao da empresa. Se
viabilizá-lo, a empresa terá que alterar sua estrutura de capital que passará a
conter 20% de capital de terceiros. Qual o valor do beta a ser utilizado na
determinação da TMA a ser utilizada para descontar o fluxo de caixa desse projeto
se a empresa está sujeita a uma alíquota do Imposto de Renda de 30%?
= 1,54
Exemplo:
Imagina-se que o VPL de um fluxo de caixa de certo projeto seja igual a R$14.000
e que sua vida útil seja igual a 10 anos. Caso essa vida útil seja alterada de 10%;
ou seja, passe de 10 para 11 anos, e os demais componentes do fluxo de caixa
permaneçam constantes, o VPL desse projeto passaria de R$14.000 para R$17.500,
confirmando a sua viabilidade econômica. Diz-se, portanto, que o projeto não é
sensível à variação procedida. Por outro lado, se a mesma vida útil variasse de 10
para 5 anos, o VPL assumiria o valor negativo de R$1.000, inviabilizando, agora, o
projeto. Dessa forma, o projeto pode ser considerado sensível à alteração proposta.
A análise de sensibilidade pode ser tratada sob outro enfoque, de maneira que se
possa medir em que magnitude uma alteração prefixada, em um ou mais fatores do
projeto, altera o resultado final.
F. CAIXA F.CAIXA
-1000
800 600,00
850 400,00
1.429,75 200,00
0,00
VPL 429,75
-200,00 0% 20% 40% 60% 80%
-400,00
3. Material Complementar
R: $450; $420;
Receitas $2.500,00
Despesas $2.300,00
Depreciação $ 80,00
Alíquota do IR 40%
R: $ 152
R: PB simples: 2,9 e 4,3, escolhe A); PB descontado: sem retorno e 5,5 anos;
escolhe B)
4. Para uma taxa de 10% a.a., considere os seguintes dados relativos a um projeto
de investimento conforme abaixo e verifique se é recomendável:
Casos
1) Imagine que você esteja pretendendo montar uma nova linha de produção de
tubos galvanizados, utilizando, para isso, suas reservas financeiras que se
encontram aplicadas em poupança, renda fixa e CDBs. Ultimamente, você tem
conseguido uma rentabilidade real média de 8% ao ano, livre de impostos. Você
estudou o negócio e verificou que serão necessários investimentos iniciais de
aproximadamente R$250.000 e os resultados líquidos de caixa, após os tributos e
taxas, estão previstos em cerca de R$120.000 anuais. Considerando-se que você
dispõe do capital para investir e que esse empreendimento terá vida útil de cinco
anos, estude a viabilidade do projeto pelo VPL, TIR, IL e Payback descontado
utilizando uma taxa de 12% a.a.
Sistema Novo
- investimento = R$ 100.000;
- custos operacionais ⇒ R$ 14.400 / ano;
- custos de manutenção ⇒ R$ 6.000 / ano.
Determine o VPL para uma taxa de 12% a.a.
7) Para aumentar a velocidade de seu mais novo modelo de bicicleta, uma empresa
está avaliando um investimento cujos fluxos de caixa encontram-se a seguir. Você
recomendaria esse investimento para uma taxa mínima requerida de 12% a.a.?
Anos 0 1 2 3 4 5 6 7
F.Caixa -600 120 150 200 220 150 180 80
R: Sim, PB 5,1; VPL 121,39, TIR 18,11% , IL 1,20
Anos 0 1 2 3 4 5 6 7
F.Caixa -2500 350 450 500 750 750 800 750
R: Sim, PB 6,0; VPL 508,43; TIR 14,96%; IL 1,20
10) Uma empresa operando no ramo de TV a cabo está avaliando dois projetos A e
B. Os fluxos de caixa relevantes em milhões de unidades monetárias para cada um
dos projetos encontram-se a seguir:
Anos 0 1 2 3 4 5 6
Proj A $ -70 28 33 38
Proj B $ -85 35 30 25 20 15 10
Qual desses projetos você recomendaria para uma taxa de atratividade de 10%
a.a.
R: A (VALA $4,53)
11) Para uma TMA de 10% a.a. e utilizando o método da Taxa Interna de Retorno –
TIR, você recomendaria um projeto que apresentasse um fluxo de caixa como
abaixo? E segundo o critério da Taxa Interna de Retorno Modificada – TIRM,
supondo que a taxa média das aplicações do caixa fosse de 7% a.a.?
Anos 0 1 2 3 4 5 6
FC -95 40 -33 38 35 35 35
Resp: Sim, TIR de 12,41% a.a. > TMA de 10% a.a.; Não, TIRM de 9,88% a.a. <
TMA de 10% a.a.
Elabore o fluxo de caixa livre e calcule o VPL para uma taxa de 10% a.a.
14) A Smellgood Ltd. é uma fábrica de essências para a produção de perfumes. Seu
departamento de pesquisa acaba de descobrir uma nova fragrância feminina, mais
ousada, com notas florais e amadeiradas, que batizou de Badgirl.
Para lançar esse novo perfume no mercado, precisa adquirir um equipamento
importado, de última geração, no valor de $750.000,00.
Estudos informaram que os custos variáveis unitários giram em torno de $10,00 e
os impostos incidentes sobre a receita são da ordem de 5%. Os custos fixos anuais
montam a $50.000,00.
Segundo pesquisa de mercado realizada pela própria indústria, apesar de existir
uma grande demanda por este produto e a concorrência ser forte, as suas chances
de conquistar uma boa fatia do mercado são grandes, desde que mantenha uma
política de marketing correspondente a uma verba anual de $320.000,00. A mesma
pesquisa mostra que a unidade pode ser oferecida a $25,00. Espera-se que sejam
vendidas cerca de 60.000 unidades no primeiro ano, crescendo 200 unidades por
ano até o terceiro ano, mantendo-se estável a partir de então.
1 - CMPC
1) Uma empresa opera com 35% de capital de terceiros com custo anual de 9%. Se
o capital próprio custa anualmente 10% e a alíquota do IR é de 30%, qual o seu
CMPC?
R: 8,71%
2 - CAPM
4) Se uma empresa tem beta de 1,20, o rendimento dos títulos sem risco são de
6,4% a.a. e o retorno esperado de mercado seja de 15%, qual a taxa de desconto
apropriada para descontar os fluxos de caixa dessa empresa? R: 16,72%
3 - CMPC E CAPM
6) Uma empresa trabalha com 65% de capital próprio. Ela está sujeita a uma
alíquota do Imposto de Renda de 30% e o custo do capital de terceiros é de 10%.
Determine o seu CMPC sabendo, ainda, que seu risco sistemático (beta) é de 0,98,
o retorno dos títulos sem risco está fixado em 4% e o retorno esperado de mercado
é de 18%.
R: 13,97%
9) Para os dados do exercício anterior, suponha que o beta médio não alavancado
do setor de alta tecnologia seja de 1,5. Qual, agora, o CMPC da empresa? R:
20,18%
4 - Modelo de Gordon
2) A Brick and Motor Company tem suas ações negociadas em bolsa de valores,
com cotação de US$252.00. A empresa está projetando dividendos para o próximo
ano em torno de US$50.00 por ação, com expectativa de crescimento de 2% ao
ano. Determine a taxa de retorno que este investimento pode proporcionar.
R: 21,84%
5) A Cia de Pesca do Fundo do Rio tem suas ações negociadas em bolsa de valores,
com cotação de $82.00. Os últimos dividendo pagos foram de US$12,00 por ação,
com expectativa de crescimento de 3% ao ano. Determine a taxa de retorno que
este investimento pode proporcionar.
R: 18,07%
6) As ações da Kamelo são negociadas por $12,73 e espera-se que ela pague
dividendos de $1,91 por ação. Qual o retorno esperado pelos acionistas da Kamelo?
Se 20% é de capital de terceiros com custo médio de 11%, qual o seu CMPC se ela
está sujeita a um imposto de renda de 30%?
R: Ke = 15%; CMPC = 13,54%
5 – Equação de Hamada
2) Uma empresa apresenta um beta médio para os últimos cinco anos de 0,98 e
uma estrutura de 100% de capital próprio. No momento ela precisa decidir sobre a
abertura de uma nova filial cujo projeto vai requerer financiamento de longo prazo
de 35% do total dos investimentos. Atualmente o risco de mercado é de 11% e os
títulos do governo rendem 7%. Se a alíquota do Imposto de Renda dessa empresa
é de 34%, que TMA ela deve utilizar para analisar a viabilidade da nova filial? R:
21,63%
6 – CENÁRIOS
Retorno Probabilidade
10% 20%
15% 50%
20% 30%
R: 15,50% e 3,50%
R: $5.100 e $4.158
R: R(A) = 8,80%; R(B) = 8,40%; R(C) = 8,00%; R(P) = 8,50%; D(P) = 4,29%
5) Uma empresa deverá escolher um dos dois projetos abaixo. Sendo o perfil da
empresa conservador, seu Presidente decidiu que fosse escolhido o de menor risco.
Qual foi o projeto escolhido e por quê?
Projeto A B
VPL Esperado 130 150
Desvio Padrão 30 40
Anexo 1: TABELAS:
Demonstrativo Fluxo de Caixa Livre ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
(+) Vendas/Receitas
(-) Impostos s/Vendas
(=) Vendas Líquidas
(-) CMV/CPSV - CV
(=) Lucro Bruto
(-) Custos Fixos
(-) Despesas de Vendas
(-) Despesas Adminstrativas
(-) Depreciação
(-) Propaganda e Marketing
(=) Lucro antes dos Juros e I. Renda
(-) Despesas Financeiras
(=) Lucro Antes do Imp. de Renda
(-) Imp. de Renda/CSLL
(=) Lucro Líquido
(+) Depreciação
(-) Dividendos Preferenciais
(+) Valor Residual (Liquido do I.R.)
(-) Investimentos
(+/-) Variação no Capital de Giro
(+) Financiamentos
(-) Amortizações do Principal
(=) Fluxo de Caixa Livre
Valor Presente Líquido
Taxa Interna de Retorno
Anos 0 1 2 3 4 5
Saldo
Amortiz.
Juros