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Sociologia do trabalho
Prof. Cesar Sanson
Adam Smith é considerado o pai da economia clássica, foi o porta-voz do sucesso da revolução
liberal e do nascimento da revolução industrial. Smith é aquele, portanto, no qual a mudança
de paradigma do mundo moderno emergente encontra suas formas de expressão mais
decisivas e concretas: o vínculo social não é mais considerado com o produto de um pacto
social (Hobbes, Locke, Rousseau), mas como o resultado de uma harmonia não intencional dos
interesses.
Smith atribui ao trabalho à centralidade da riqueza das nações – o trabalho está na base de
toda riqueza. Trata-se de uma tese revolucionária para os padrões da época hegemonizada
pelas teorias do mercantilismo e da fisiocracia. Smith preconiza o sucesso da revolução liberal,
ante-sala da Revolução Industrial. A sua contribuição específica está na “descoberta” do
princípio da divisão do trabalho como elemento central para o aumento da produção, a
produtividade. Segundo ele, a divisão do trabalho é responsável por três consequências:
Em suma o trabalho é a principal fonte de riqueza e a divisão do trabalho é o meio pelo qual se
aumenta a potencia produtiva do trabalho. Nesse sentido, Smith precede Taylor.
Smith tem consciência dos efeitos negativos do trabalho sobre os operários, especialmente das
formas de alienação que ele engendra.
Smith é precursor ainda das análises de Ricardo e de Marx sobre os conceitos de valor de uso e
valor de troca. Também já em Smith, o trabalho assume a forma de mercadoria – ideia que
será retomada por Marx -, visto que se inscreve em todo o circuito da produção e da troca.
A busca pelo interesse individual resultará numa ordem social harmoniosa – a metáfora da
mão invisível – a ação intencional dos indivíduos, resulta em consequências não intencionais
de sua ação.
3. A relação salarial – a sociedade se faz no conflito. Há uma lógica de classe caracterizada pelo
“egoísmo dos comerciantes e dos manufatureiros” que se unem a fim de reduzir os salários ao
máximo, bem como coalizão dos operários que buscam aumentar a sua remuneração.
4. O papel do Estado. Smith percebe aqui também que o Estado não é neutro nessa disputa,
mas advoga um papel para o Estado – o estado é chamado a intervir no campo social – Smith
não é um partidário do laissez-faire.
Smith pensou o vinculo social a partir de uma tríplice dinâmica: da divisão do trabalho, da
troca e do mercado. Foi dessa forma que Smith definiu as bases da modernidade e os
fundamentos da nova ordem liberal.
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Síntese
Princípios do liberalismo
Referências:
SMITH, Adam. Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
BIANCHI, Ana Maria. A pré-história da economia. De Maquiavel a Adam Smith. São Paulo:
Editora Hucitec, 1988.