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Abstract. This article is about the view of the students of the undergraduate
distance education program in music of Universidade de Brasília (UnB)
concerning the Supervised Internship III course. We started this research by
making reflections about distance education under the Open University of
Brazil (UAB) system. Additionally, we discussed the political-pedagogical
project of the UnB program focusing specifically on the Supervised Internship
III course and its structure. We also analyzed the reports made by the students
in aspects such as: their trajectory in the internship, the course itself, their
relationship with the tutors, and the development of their practice in schools.
Following the reports, we provided a discussion based on the results obtained
in order to elaborate proposals for improvements in the course for its next
offerings..
Resumo. Este artigo trata sobre o olhar do aluno do curso de Licenciatura em
Música a Distância da Universidade de Brasília no que tange a disciplina
Estágio Supervisionado em Música III. Para tal, iniciamos nossa reflexão
partindo dos pressupostos da Educação a Distância (EaD) no âmbito do
Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), como também dispomos sobre
o Projeto Político Pedagógico do referido curso de música. Em específico,
tratamos sobre a disciplina de Estágio Supervisionado em música III e sua
estrutura, focando, na parte final, nos relatos dos alunos sobre sua própria
trajetória no estágio, sobre a disciplina em questão, sua relação com o tutor e
sobre o desenvolvimento da prática na escola. A partir dos relatos,
analisamos os resultados obtidos visando elaborar propostas que possibilitem
melhorias da disciplina para suas próximas ofertas.
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Plataforma criada em 2001 por Martin Dougiamas da Universidade de Perth, Austrália. Trata-se de um
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Atua a partir da instituição mediando o processo pedagógico junto aos estudantes. A principal atribuição
é o esclarecimento de dúvidas através de fóruns de discussão pela Internet, videoconferências, entre
outros. Também promove espaços de construção coletiva de conhecimento, seleciona material de apoio e
sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, participa dos processos avaliativos de ensino-
aprendizagem junto com os docentes (MEC, 2007).
A concepção construtivista poderá melhor adequar-se à consecução deste projeto, uma vez que
ela exerce atribuições que requerem, constantemente, a busca de indagações, da construção de
opiniões e da elaboração de pesquisas. Assim, o aluno da educação a distância, apoiado pelo
tutor, seguirá ao seu ritmo próprio e entenderá que é fazendo que se aprende (Projeto Político
Pedagógico, 2011, p. 12-3).
Assim, o foco passa a ser a construção do conhecimento e não o conhecimento
repassado via unilateral professor-aluno também concilia-se a informação curricular
com as várias possibilidades que o acesso a web promove, em um espaço menos rígido
que a sala de aula. Em relação à cooperação entre o alunos, o ambiente virtual de
aprendizagem incentiva não só a autonomia mas também a autoria, ou seja, são grupos
(alunos e tutores) que cooperam entre si numa estratégica didática capaz de fomentar a
produtividade do aluno.
Para DUARTE e PACHECO (2010) a prática pedagógica a distância inclui todo
o apoio que a instituição disponibiliza, presencial e virtual, ao processo de
aprendizagem de um indivíduo ou do grupo. Neste aspecto a mediação assume papel
fundamental para a prática da tutoria a distancia.
Segundo TIJIBOY et all (2009) cabe ao tutor “mediar o processo de
apropriação/construção do conhecimento partindo do nível de conhecimento real, aquilo
que o aluno previamente tem conhecimento [...], para um nível de desenvolvimento
potencial, que é aquilo que este será capaz de aprender” (s/p). Dentro das ações ou
categorias de mediação, os autores definem que o tutor deve direcionar o foco do aluno
para a tarefa exposta (focalização), propiciar expansão do pensamento do aluno através
de explicações e comparações emitidas pelo mediador (expansão), auxiliar o aluno a
compreender o significado dos conteúdos e/ou atividades (significação), expressar seu
envolvimento afetivo com o aluno através do incentivo a participação e a iniciativa do
mesmo (afetividade), expressar sua satisfação com o empenho do aluno, elogiando e
explicando o motivo (recompensa), intervir no sentido de auxiliar o aluno a organizar
sua ação, implicando em planejamento para alcançar o objetivo (regulação), orientar o
aluno sobre como proceder, abrangendo comportamentos, atitudes, procedimentos
específicos da modalidade EaD (gerenciamento) e promover questionamentos e
perguntas ao aluno visando a solução de um problema, provocando o raciocínio critico
do aluno (reflexão).
A divisão das atividades são concentradas tanto no polo, que são unidades
físicas que propiciam apoio presencial aos estudantes, quanto na própria UnB. De
acordo com o Projeto Político Pedagógico (2011), a atuação no polo conta com: a)
coordenador de polo, que é o responsável pelas condições de permanência do aluno no
curso bem como por todas as atividades dos cursos ofertados, b) tutor presencial, que
auxilia os alunos na resolução das dúvidas tanto quanto ao ambiente virtual quanto às
disciplinas, de acordo com a instrução do tutor a distância.
Na UnB temos: a) coordenador operacional de ensino de graduação a distância,
que está diretamente responsável pela articulação política entre UAB e UnB; b)
coordenador do curso, que fomenta pedagogicamente a implementação do Projeto
Político Pedagógico; c) coordenador de tutoria, indicado para acompanhar e
supervisionar as atividades dos tutores; d) coordenador pedagógico, que acompanha o
desenvolvimento de disciplinas pelos professores autores e revisores assegurando a
integração de conteúdos, atividades e cronogramas; e) professores autores, responsáveis
pela produção do material didático de suas disciplinas; f) professores supervisores
compromissados em acompanhar todas as atividades de rotina e atuar junto aos
professores tutores e, g) tutores a distancia, que são o elo entre os alunos e a instituição
além de serem facilitadores de aprendizagem.
O currículo do curso é divido em quatro eixos, a saber: 1) acesso, com
disciplinas como fundamentos do curso e estratégias de ensino e aprendizagem a
distância; 2) fundamentação pedagógica, que engloba a leitura e produção de textos,
bem como teorias da educação, psicologia e construção do conhecimento e antropologia
cultural; 3) formação musical, focada na execução de instrumento3 principal e optativo e
a prática em conjunto, disciplinas de criação, percepção e estruturação musical e as
práticas musicais da Cultura e, 4) formação em educação musical, com as práticas de
ensino e aprendizagem, investigação e pesquisa em educação musical, história,
tendências, métodos e teorias da educação musical e regimentos legais além dos
estágios supervisionados.
O curso tem duração mínima de 4 anos, divididos em no mínimo 8 semestres ou
16 bimestres, contemplando uma carga horaria mínima de 3.015 horas/aula ( o mínimo
exigido por Lei é 2800 h/a) sendo divididas em: 1) práticas: 510 h/a; 2) estágio: 480 h/a;
3) conteúdo curricular: 1815 h/a e, 4) atividades complementares: 210 h/a.
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O aluno poderá escolher entre teclado e/ou violão. Instrumentos ofertados do 1o ao 7o períodos.
É imprescindível que o estagiário cumpra no mínimo 87,5% de presença na
atividade de atuação prática na escola para ser aprovado na disciplina. Como ele atuará
em duas aulas durante 9 semanas, são no total 18h de estágio.
O olhar do aluno sobre a disciplina de ESM III nos polos de apoio presencial
de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul
Durante o período de 10 de março a 29 de junho de 2014, 10 (dez) alunos cursaram a
disciplina, sendo: 5 (cinco) alunos de Primavera do Leste/MT, 3 (três) alunos de Sena
Madureira/AC e 2 (dois) alunos de Cruzeiro do Sul/AC. Para este estudo, focamos nos
alunos dos polos do Acre por entendermos que seus relatos nos trouxeram reflexões
importantes sobre melhorias na referida disciplina.
Somente um aluno não apresentou seu produto final, pois, não atendeu aos
prazos solicitados na disciplina. Os demais, abordaram os temas: musicalização através
da prática de canto coral, instrumentos alternativos no acompanhamento de canções e,
dois alunos, trabalharam com percussão corporal no acompanhamento de canções.
Também produziram ao final da última semana de estágio apresentação musical na
escola, como forma de demonstrar os resultados obtidos.
Ao final do semestre eles relataram no AVA Moodle, no fórum semanal da
disciplina, suas considerações sobre os aspectos: a) a disciplina, levando em
consideração o formato proposto, as atividades, as leituras disponibilizadas; b) a
participação/colaboração do tutor à distância; c) sobre o desenvolvimento do estágio na
escola, e d) o próprio percurso (envolvimento no trabalho proposto para as três etapas).
Referências
DUARTE, Gilmar Pereira; PACHECO, Jossivaldo de Carvalho. (2010) As funções do
tutor online. VII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância. Novembro, 3-
5, 2010. Cuiabá/MT. ESUD. Anais. Pp. 53-9..
FERNANDES, Maria Lidia Bueno; GOMES, Ana Lucia de Abreu. (2011) Trajetórias
das Licenciaturas da UnB: em busca de um olhar qualificado sobre a Educação a
Distância. In: Trajetórias das Licenciaturas da UnB. EAD em Foco. FERNANDES,
Maria Lidia Bueno (org.). 1a edição. Editora da Universidade de Brasília: Brasília.
pp . 4-17.
Ministério da Educação. (2007). Referenciais de qualidade para a educação superior a
distância. Secretaria de educação a distância. Brasília.
Projeto Político Pedagógico. Curso de Licenciatura em Música. (2011). Universidade de
Brasília. Curso de educação a distância.
RAMOS, Wilsa Maria; MEDEIROS, Larissa. (2009). A Universidade Aberta do Brasil:
desafios da construção do ensino e aprendizagem em ambientes virtuais. In: SOUZA,
A.M., FIORENTI, L.M.R., RODRIGUES, M.A.M. (Orgs.). Educação superior a
distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR). Brasília.
pp.37-64.
TIJIBOY, Ana Vilma; CARNEIRO, Mara Lúcia Fernandes; WOICIECHOSKI, Lediane
Raquel; PEREIRA, Eliane Almeida. (2009). Compreendendo a mediação do tutor a
distância. Revista Renote: Novas Tecnologias na Educação. Vol. 7 n. 1, julho, 2009.
CINTED-UFRGS. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/13913.
Último acesso em: 06/09/2014.