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“Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção
se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era
diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.” (p.13).
"O mundo ao mesmo tempo presente e ausente que o espetáculo faz ver é o
mundo da mercadoria dominando tudo o que é vivido." (p.29).
"Não só a relação com a mercadoria é visível, como nada mais se vê senão ela: o
mundo que se vê é o seu mundo." (p.31).
“A história existiu sempre, mas não sempre sob a sua forma histórica. A
temporalização do homem, tal como ela se efetua pela mediação de uma sociedade
é igual a uma humanização do tempo. O movimento inconsciente do tempo
manifesta-se e toma-se verdadeiro na consciência histórica.” (p.102).
Debord fala sobre o regresso que se associa ao tempo estático (parado) e como as
coisas eram repetitivas nos povos nômades, onde as condições sempre
permaneciam iguais e eram passadas dos mais velhos aos mais novos, o que não
permitia um além daquilo ou um desenvolvimento pessoal e social.
Sendo assim, Debord alega que o tempo vivido pelos indivíduos se torna um mero
ciclo de sucessão de momentos de pura igualdade quantitativa, trazendo de volta o
caráter estático presente no tempo cíclico. O Tempo da sociedade do espetáculo
torna-se a perda da autodeterminação da vida cotidiana em nome dos ditames de
produção e consumo necessários à valorização do capital, é a fundação de um
novo tempo cíclico não mais submetido “Á ordem natural, mas à pseudonatureza
desenvolvida no trabalho alienado” (p.122).
Debord inicia sua discussão sobre a negação e o consumo falando sobre o que
seria a cultura. Para Debord, a cultura desligou-se da unidade da sociedade
encarnada pelo mito, deixando de ser “uma imitação dos sentimentos morais”, como
afirmava Aristóteles. O mito é a linguagem das primeiras palavras, a história
fantástica de origem anônima e coletiva inventada para explicar os fenômenos.