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"[...] a burocracia- nos termos determinados aqui- não é um modelo de gestão como o
taylorismo, fordismo ou toyotismo, pois todos são modelos de gestão burocrática com a
presença de particularidades constituídas a partir das determinações centrais da
burocracia." (p.196)
"A empresa privada, portanto não deixou de ser burocrática em seus traços e
determinações essenciais. O máximo que acontece é que ela mudou determinados
procedimentos e organização do trabalho, restringindo e flexibilizando as estruturas
burocráticas [...], porém sem alterar, e até mesmo fortalecendo, a estrutura burocrática
do centro estratégico." (p.196)
"[...] todas as instituições passam a ser forçadas a operar mais diretamente dentro da
lógica do capital. Esta se configura como a orientação da ideologia e da ação política
dominantes. E a estrutura do Estado não foge a essa regra." (p. 198)
"[...] é possível a partir da gestão democrática contribuir para que ocorra uma retração
da exploração da força de trabalho, realizada por mecanismos que ampliem a
participação das classes subalternas nos processos de gestão das organizações, políticas,
programas, projetos e serviços estruturados em nossa sociedade. Esse é o horizonte a ser
perseguido por uma administração que se pretenda ser democrática. Esse horizonte,
portanto se configura como orientação ético- política e estratégica para a intervenção do
gestor democrático." (p. 198)
"[...] o gestor deve ter competência teórico- metodológica, ético- política e técnico-
operacional tanto para analisar os movimentos da economia, da política, da sociedade e
de seus grupos e indivíduos. quanto para 'pesquisar, negociar, aproximar pessoas e
interesses, planejar, executar e avaliar'". (p.208)
"A gestão democrática deve ter com objetivo, no campo da função organização, a
estruturação da burocracia combinada com mecanismo de controle democrático interno
(participação dos trabalhadores da organização) e externo (participação dos usuários da
organização) à organização como tarefa central para o fortalecimento da universalização
e aprofundamento de direitos". (p. 210)
"Romper com o trato formalista dado ao planejamento e situá- lo como uma função
gerencial dinâmica é um movimento central do ponto de vista administrativo". (p. 211)
"A finalidade da gestão democrática deve ser buscada a partir de uma planificação
estratégica, consideradas as condições objetivas (realidade dada) e subjetivas (ação
humana) que incidem sobre a organização". (p.212)
"A análise situacional requer, assim, que ao explicar a realidade para planejar, devem-se
incorporar as outras visões que incidem sobre o objeto do planejamento, independente
de sua veracidade e racionalidade, de forma a termos condições de entendermos as
possíveis ações dos adversários para anulá-las e/ou modificá-las e, dessa forma, obter
êxito em nossos objetivos de alteração da realidade existente". (p.215)
"Os problemas estratégicos devem ser priorizados e, em seguida. deve ser definida uma
quantidade delimitada de problemas a ser enfrentada, dependendo da abrangência e
escopo da organização[...] realiza-se o movimento de explicação que produzirá o
fluxograma situacional ou arvore explicativa". (p.217)
"A supervisão ganha um caráter de formação em serviço e, dessa forma, deve ser
entendida como elemento que compõe a estratégia de capacitação das equipes de
trabalho da organização". (p.223)
"[...] o impacto objetivo identifica se houve ou não melhoras das condições materiais de
vida da população; o subjetivo verifica se a política em questão incidiu sobre a
dimensão ideológica e cultural, proporcionando a expansão da consciência crítica da
população sobre a realidade social; e, por fim, o impacto substantivo demonstra se
houve avanço qualitativo na vida da população usuária [...]". (p.227-228)