Observação de Aves
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO IV
1. INTRODUÇÃO
Grande parte dos observadores de aves pratica esta atividade de maneira
informal, como lazer. Saem para “passarinhar” nos fins de semana, eventualmente
em feriados. Podem aproveitar um final de tarde preguiçoso para verificar quais as
aves passam em frente à janela de casa ou do escritório, às vezes mantendo um site
com as fotografias tiradas no fim-de-semana.
Então, surge um curioso e pergunta “o que você está olhando?”. A resposta
costuma ser recebida com algum interesse, quando não com certo ar jocoso. Mas de
vez em quando você vai ver um sorriso e um brilho nos olhos de alguém que tem o
mesmo interesse, mas não sabe por onde começar.
Neste momento você não é mais apenas um observador de aves, e sim um
divulgador desta maravilhosa atividade. Ao envolver outras pessoas, torna-se parte
deste movimento crescente em todo o Brasil, ampliando o conhecimento sobre
nossas aves.
Dependendo do grau de conhecimento que você tem, vai se ver dando dicas
sobre identificação, binóculos, guias de campo, bons locais para observação. Pode
ser até que daqui um tempo seja convidado para falar sobre as aves para vizinhos,
escolas do bairro, associações. Nesta fase você passa de divulgador para educador,
atingindo um número maior de pessoas.
Porém, se sua dedicação for muito grande, e seu prazer em falar e identificar
as aves para as pessoas for aumentando, por que não tornar-se um guia
especialista? Não é um passo simples, pois requer qualidades específicas, entre
elas paciência em lidar com pessoas e obviamente, bom conhecimento das aves e o
conhecimento de outros idiomas, visto que a maioria dos viajantes que procuram um
guia especializado são estrangeiros.
Mas se esta idéia passa por sua cabeça, saiba que o guia ornitológico é um
profissional muito requisitado em várias regiões, com muitas oportunidades no
Brasil, onde existem pouquíssimos especialistas guiando observadores de aves. O
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mercado está aberto com boas oportunidades de ganho, o interesse vem crescendo
ano a ano, mas demanda muito esforço individual também.
Apresentamos neste último módulo uma série de dicas para o observador de
aves interessado em tornar-se um guia especialista com comportamento ético e
profissional.
A importância do condutor
É fundamental ter consciência de que o
condutor de grupos ocupa um dos cargos mais
importantes dentro de uma operação turística.
Tenha sempre em mente que sua rotina de
trabalho pode ser a viagem dos sonhos para seus
clientes. Eles provavelmente nunca estiveram na
região, e planejaram e guardaram dinheiro
durante meses ou anos para poderem viajar. Cabe a você garantir que a experiência
deles será a mais inesquecível e agradável possível. Se o turista for bem conduzido,
recomendará aos amigos não só o lugar, mas também aquele profissional que o
atendeu - a propaganda “boca-a-boca” corresponde a 70 % do sucesso na
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promoção de um destino turístico.
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Evite favorecimentos ou preconceitos
Esteja sempre disponível para esclarecer dúvidas ou curiosidades
Promova interação cultural, respeitando as diferenças do grupo ou comunidade.
Sinta o grau de interesse do grupo, satisfazendo os mais curiosos sem chatear
aqueles que querem apenas passear.
Explore o lado sensorial, convidando as pessoas a tocar, cheirar e provar frutos,
folhas, flores, sementes e terra, desde que não seja arriscado ou prejudicial à
natureza.
Interprete o ambiente, fornecendo informações interessantes sobre o local
visitado.
Lidere pelo bom exemplo em suas atitudes, modo de vestir e se comportar.
Recomendações gerais
Atendendo estrangeiros – durante a atividade,
dirija a atenção a eles, mesmo se não entender
seu idioma. Evite falar apenas para o intérprete e
ignorar os demais. Caso você domine o idioma
destes visitantes, quando estiver lidando com um
grupo misto (brasileiros e estrangeiros), é muito
importante procurar sempre falar primeiro em
português, por ser nossa língua-mãe. Muitos
turistas brasileiros sentem-se ofendidos quando o guia dá prioridade aos
estrangeiros nas explicações.
Se você é fumante – o ideal seria nunca fumar durante seu trabalho, mesmo nos
locais permitidos. Jamais acenda um cigarro quando estiver próximo a seus clientes.
Por mais que no grupo também existam pessoas que fumem sem se preocupar com
os demais, você deve dar o bom exemplo de educação. Peça licença, comunique
que estará nas proximidades fumando seu cigarrinho e que caso alguém precise é
só chamar. E jamais, nunca mesmo, jogue a bituca em qualquer outro lugar que não
o cinzeiro.
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Se você tem telefone celular – por uma questão de respeito e bom-senso,
recomenda-se que ele sempre seja desligado quando você estiver conduzindo um
passeio (seja na mata ou na cidade), fornecendo explicações ou participando de
alguma apresentação (palestras, shows, aulas). Tenha um serviço de caixa postal.
Quando precisar mesmo utilizá-lo em público, seja discreto e breve.
Se você gosta de mascar chiclete – guarde-os para quando estiver sozinho ou de
folga. O mesmo vale para o hábito de roer as unhas, palitar dentes ou mascar fumo.
Se você gosta de namorar – e quem não gosta?!?! Mas namorar com cliente não
pode... Por mais que você não deixe uma noitada romântica com um(a) turista
influenciar no seu relacionamento com o grupo, os outros vão sempre achar que
você está favorecendo seu novo(a) parceiro(a).
Se você tem problemas em casa – nunca leve problemas domésticos para o
trabalho. Isto certamente prejudicará seu desempenho, além de que seus clientes
não têm nada a ver com isto. Quando estiver acompanhando grupos, esqueça os
problemas de casa. Se não der mesmo, tire um dia de folga.
Álcool e drogas – em qualquer profissão que você for exercer, o uso de bebidas
alcoólicas durante o horário de serviço é inaceitável. Usar drogas, em qualquer
momento, é crime de acordo com as leis brasileiras. Durante o horário de trabalho,
então... Precisa dizer mais?! Lembre-se, você é o responsável pela segurança do
grupo.
Procedimentos em passeios
Antes
Chegar ao local de trabalho com tempo de resolver imprevistos
Verificar se todos os itens necessários
para a realização da atividade estão em
ordem (presença de todo os participantes
vestidos adequadamente, equipamentos,
dinheiro, primeiros socorros, veículos,
lanches etc.)
Apresente-se e procure saber o nome das pessoas do grupo, facilitando o
entrosamento
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Repasse resumidamente as informações sobre a atividade
Durante
Levar kit de primeiros socorros, lanterna, binóculo, canivete, guias de fauna e
flora, capa de chuva, mapas, água, lanche, etc, dependendo da atividade
Fazer recomendações finais aos participantes antes da saída para o passeio:
usar os toaletes (pois no mato só tem “banheiro ecológico”), levar água, calçados
adequados, chapéu ou boné, câmera fotográfica ou filmadora, protetor solar,
repelente, sacos plásticos, capa de chuva, toalha, etc, sempre de acordo com cada
atividade
Se alguém tiver problemas de saúde deverá fazer o passeio mais próximo do
monitor e receber uma atenção especial do mesmo, com discrição.
Colocar as pessoas medrosas, despreparadas ou inseguras mais próximas de
você
Contar constantemente o total de pessoas na saída e durante todo o passeio,
procurando manter o grupo junto
Exigir silêncio, solidariedade (um ajuda o outro) e coesão do grupo nas atividades
Manter distância e respeitar os animais encontrados (não
tentar fazê-los se moverem, não oferecer ou jogar
alimentos)
Não permitir a coleta de objetos como flores, frutos,
sementes, pedras e conchas
Solicitar que tragam de volta ou joguem nos latões todo
e qualquer lixo produzido
Sugerir que equipamentos eletrônicos sejam protegidos
com sacos plásticos em passeios com água ou dias
chuvosos
Usar o bom senso para controlar o ritmo e velocidade, garantindo um bom
aproveitamento da atividade por parte dos visitantes
Ter consciência de que, durante a volta do passeio, o grupo estará mais
cansado, tanto física como mentalmente. Nestes momentos, procure diminuir o ritmo
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das informações fornecidas e a velocidade (no caso de caminhadas)
Depois
Quando existirem fichas de avaliação no local visitado, solicitar o preenchimento.
Deixar o grupo de volta no lugar previamente combinado, agradecer a atenção
dos presentes e informar sobre a programação do dia seguinte, com a agência
responsável.
Colocar-se à disposição para esclarecimentos adicionais a respeito da atividade
que foi realizada (principalmente junto àqueles clientes mais interessados)
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Conflitos dentro do grupo – podem surgir quando se trata de um grupo heterogêneo,
no qual os interesses são muito diversos. Por exemplo: uma família com crianças
barulhentas junto com um casal de observadores de aves. O monitor nunca pode
tomar partido, mas deve tentar acalmar as partes através do diálogo e de solicitar o
cumprimento das normas explicadas antes do passeio. Os turistas devem saber que
estão sujeitos a este tipo de situação quando participam de passeios em grupo. Para
os mais exigentes, existe sempre a possibilidade de contratar um guia particular, a
um custo extra. Cabe ao monitor ser profissional, manter a calma e a educação,
resolver a situação e continuar a atividade normalmente.
Visitante perdido – pode ocorrer quando o visitante se afasta do grupo sem avisar
durante uma caminhada. Nestes casos, o mais provável é que alguém do grupo
tenha visto o momento em que esta pessoa se afastou, e ela geralmente estará
perto – basta chamá-la e esperar uma resposta. O turista deve sempre avisar o
responsável pelo grupo quando precisar se afastar por qualquer motivo.
Mudança de roteiro – durante o passeio, parte do grupo pode querer alterar o
programa original. Tenha cuidado! Você nunca pode ser muito “democrático”,
oferecendo opções que possam gerar uma divergência no grupo. Ainda que a
maioria seja favorável à mudança, a minoria que queria seguir o roteiro original pode
sair insatisfeita e reclamar depois – com razão. Você pode ser mais flexível e
democrático apenas quando estiver com grupos mais homogêneos (famílias, grupos
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de amigos, etc.). Às vezes é necessário mudar o roteiro por questões climáticas,
problemas de saúde de pessoas do grupo ou quebra de equipamentos. Peça
desculpas e procure fazer o grupo entender que estas são situações imprevistas.
Demonstre que você está fazendo de tudo para resolver o problema da melhor forma
possível.
3. O GUIA NATURALISTA
De maneira geral, o guia naturalista é aquele
especializado em natureza, ou seja, flora, fauna, geologia, etc.
Explora o ambiente natural de forma consciente, explicando e
mostrando todas as características naturais de um local.
Conhece as plantas, os bichos, as rochas, conchas e sabe
interpretar a paisagem. Alguns se especializam em plantas,
outros em insetos, aves, peixes. Falaremos aqui sobre o guia
especialista em aves, o guia ornitológico, que será procurado
pelos observadores de aves, que contarão com seus
conhecimentos para ver a maior parte da avifauna da região
visitada.
Existem alguns princípios e práticas que guias naturalistas ou especialistas
em observação de aves devem seguir para ter certeza de que providenciaram o
melhor serviço ao hóspede ou cliente. Seguir estes princípios vai garantir satisfação
e também retorno financeiro. O guia deve ter em mente também os efeitos de seu
trabalho, garantindo que a satisfação do observador de aves não signifique danos ao
ambiente ou às aves (MacKinnon, 2004).
De acordo com MacKinnon (2004), um guia naturalista ou especialista em
observação de aves deve ter as seguintes características:
x Informar corretamente custos, duração da atividade, horários, roupas e
equipamentos necessários.
x Manter seus clientes sempre bem informados e instruídos sobre segurança e
comportamento adequado nos locais visitados; manter o grupo sempre unido.
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x Conhecer bem a área visitada e ter informações sobre história, meio ambiente,
atividades econômicas, tipos de solo e vegetação, eventos culturais, etc.
x Manter os equipamentos coletivos sempre bem cuidados e limpos
x Ser pontual, honesto e confiável, jamais inventar informações.
x Ser paciente e comunicativo, não se limitando a responder perguntas. Fale
claramente
x Ter boas maneiras. Seja educado, respeitoso e amigável.
x Nunca ingerir bebidas alcoólicas
enquanto estiver trabalhando
x Se estiver guiando observadores de
aves, manter voz baixa, caminhar
vagarosamente, manter grupos
pequenos, identificar uma ave por vez,
indicar corretamente a localização da
mesma
x Selecionar os horários adequados para
atender o que os observadores Figura 1. Embora comum no Brasil, o urubu não
esperam ver ocorre na Europa, atraindo a curiosidade dos
x Nunca menosprezar uma ave, por mais observadores. Foto: Tietta Pivatto
comum que ela seja (Figura 1)
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aves (Kress, 2000; Manço, 2001; Figueiredo, 2003; MacKinnon, 2004; Pivatto e
Sabino, 2005; Dune, 2007; Pivatto e Manço, 2008). Primeiro é importante lembrar
que cada grupo vai ter um perfil distinto, interesses específicos, mas podemos
generalizar as seguintes informações:
Conheça bem as aves de sua região. Saiba onde encontrar as espécies mais
difíceis, quais as migrantes que aparecem em determinada época do ano, onde os
bandos se reúnem para socialização e alimentação, quais bosques têm frutos ou
outro atrativo para as aves, lagoas interessantes, etc.
Saiba identificar bem as aves em campo. Os observadores de aves não gostam
de ver o guia procurando uma ave duvidosa no livro. Esperam rapidez na
identificação. Dúvidas eventuais podem acontecer, mas não podem ser uma
constância no seu trabalho. Estude as aves, suas marcas de campo e também sua
localização no guia de campo, para que a busca, quando inevitável, seja rápida e
precisa.
Pesquise e tenha boas informações sobre as aves.
Mesmo que os observadores gostem de caminhar em
silêncio para não assustá-las, em algum momento podem
perguntar detalhes como: onde gostam de fazer ninhos,
se são endêmicas, raras ou comuns, se estão
ameaçadas de extinção, etc. Além disso, estas
informações podem te ajudar a encontrá-las mais
facilmente.
Adquira seu próprio equipamento. É fundamental ter
binóculo, luneta, guia e lista de aves, mochila, capa de
chuva. Também recomenda-se um gravador com
microfone de boa sensibilidade, câmera fotográfica, iPod,
Figura 2. Observando e
GPS (Figura 2). São equipamentos caros, mas são as
gravando aves em campo.
ferramentas de trabalho de um guia especialista. Mas
Foto: Daniel De Granville
não se preocupe em adquirir tudo de uma vez. Comece
pelo binóculo e um bom guia de aves.
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Acordar cedo é uma regra. Os melhores horários para observação de aves são
no período da manhã. Então fique atento às variações da alvorada ao longo do ano
para não chegar tarde demais nos locais escolhidos. Lembre-se que algumas
espécies só se mostram neste horário para marcar território, mais tarde será muito
difícil encontrá-la novamente. Caso não possua um GPS, verifique na Internet as
variações da alvorada e calcule a duração do traslado até chegar no local.
Aprenda a identificar cantos e outras “pistas” deixadas pelas aves. Isto facilita o
encontro das mesmas durante uma atividade. Preste atenção nos pios de alerta,
bandos mistos, ninhos, rastros, fezes, restos de alimento, penas, revoadas de
siriris/aleluias e formigas de correição (várias aves seguem estes insetos para caçar
invertebrados que fogem das formigas).
Ao levar um grupo, tente obter com antecedência a lista de quais as espécies
mais desejadas dos turistas, assim poderá organizar a visita de forma a valorizar os
locais de parada onde você sabe ser mais fácil encontrar as espécies citadas.
Observadores de aves, como o próprio nome já diz, querem “observar” aves.
Portanto, não adianta apenas ouvir o canto melodioso do sabiá-laranjeira se ele não
puder vê-lo. É preciso localizá-lo e permitir que todos os participantes do grupo
vejam o sabiá, para poder marcar em sua lista pessoal.
Mostre uma ave de cada vez, e só passe para a seguinte após todos terem visto
a primeira. Quando você mostrar uma nova ave, mencione as características que
estão efetivamente visíveis, priorizando as marcas de campo que a diferencie de
outras espécies.
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Todos os participantes do grupo
precisam visualizar o pássaro. Se
apenas um deles viu, você deve
fazer o possível para que os outros
também tenham esta oportunidade,
sem prejudicar a ave. Indicar um
ponto de referência fácil de ser
localizado é importante. Pode ser
uma árvore mais alta, com cor
destacada das outras ou com flores.
Quando localizarem a árvore onde
está a ave, use galhos, forquilhas, Figura 3. Use pontos de referência como janelas na
flores, janelas (“buracos” vazios no vegetação, cores ou árvores mais altas para localizar
aves na paisagem. Foto: Daniel De Granville
meio da folhagem), frutos, etc.
(Figura 3).
Uma forma eficiente é usar a técnica do relógio. Por exemplo, se a ave estiver
em um galho na altura média de uma árvore, no lado direito, você indica a árvore e
diz que o pássaro está parado às três horas (Figura 4).
Figura 4. Relógio imaginário para indicar a localização de uma ave na paisagem. Foto: Daniel De
Granville
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Você pode usar um “laser pointer” também. Atualmente existem modelos com luz
verde próprios para esta atividade, pois mantém uma linha visível mesmo à noite, o
que facilita a indicação. Use também uma lanterna de foco centrado, mas lembre-se
de jamais focar sobre a ave. Faça isso sempre perto dela, preferencialmente atrás.
No caso de você dispor de uma luneta, primeiro indique a localização da ave
para o grupo e só então coloque-a no foco do equipamento, tomando como base a
pessoa mais baixa do grupo. Para que todos tenham a chance de visualizá-la,
permita que cada um olhe por no máximo cinco segundos. Depois que todos
conseguiram ver, aí sim permita que fiquem mais tempo. Este procedimento permite
que todos tenham chances iguais de observação.
Lembre-se de posicionar o tripé da luneta de forma que fique um vão onde as
pessoas vão olhar, evitando chutes acidentais que tirem o foco do equipamento.
Valorize todas as aves que encontrarem mesmo as mais comuns. Isto incentiva
os observadores, principalmente os iniciantes. E lembre-se: as aves comuns pra
você podem ser especiais para quem vem de outro continente e as observa pela
primeira vez.
Ninhos e filhotes são muito valorizados, mas lembre-se que movimento excessivo
ao redor do mesmo pode estressar as aves e até fazer com que os pais abandonem
o ninho. Portanto, tenha muita responsabilidade com esta informação e oriente
adequadamente o tempo e o comportamento do grupo.
O mesmo cuidado com espécies ameaçadas de extinção, que também são muito
valorizadas pelos observadores por causa de sua raridade. É sua função mostras as
aves para os turistas, mas é sua responsabilidade cuidar da fauna. Lembre-se que
perseguir e maltratar animais é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais.
Mesmo não sabendo falar inglês, aprenda os nomes das aves neste idioma, ou
pelo menos tenha uma lista dos nomes traduzidos para poder mostrar aos
estrangeiros. Isto vai facilitar e valorizar muito seu trabalho. O mesmo vale para
termos como galho, direita, esquerda, acima, abaixo, etc. Uma dica é procurar no
dicionário as palavras-chave que usa durante uma explicação. Com elas já será
possível fazer-se entender, e aos poucos você vai aprendendo uma nova língua!
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Observadores estrangeiros costumam ter idade mais avançada. Portanto nada
de levá-los a aventuras exaustivas pelo meio
da selva. Eles preferem roteiros que
possibilitem caminhadas fáceis e curtas, de
forma que sua atenção esteja totalmente
voltada às aves, e não aos riscos do
caminho.
Este tipo de turista costuma demorar o
triplo do tempo na trilha do que o turista padrão. Podem ficar mais de uma hora
apenas em um ponto onde haja um bando misto ou uma árvore com frutos. Às vezes
andam um pouquinho, escutam um pio lá atrás e voltam novamente. Levar isto
sempre em conta no cálculo de até onde vão caminhar especialmente se houver
limitações de horário devido a outras atividades, refeições, vôos ou anoitecer.
É comum que estes turistas carreguem muito equipamento como binóculo, luneta
com tripé, câmera fotográfica, livros e uma mochila cheia de surpresas (desde
repelente, capas de chuva até telefone via satélite!), o que reforça a necessidade de
trilhas fáceis e curtas.
Quando possível, evite misturar fotógrafos profissionais com simples
observadores, assim como observadores aficionados com outros turistas. Com
certeza vai haver conflito de interesses!
Caso você ou algum integrante do grupo possua aparelho para reproduzir canto
de aves (play-back), lembre-se de que este recurso interfere no comportamento
destes animais, pois o canto é usado para marcação de território. Seja responsável e
firme na limitação do uso dos equipamentos. É comum inclusive que turistas
estrangeiros não gostem de usar play-back durante a atividade.
Ao final do dia, reúna seu grupo e relembre todas as espécies que foram
efetivamente observadas para que atualizem suas listas pessoais. Você pode citar
as que foram apenas ouvidas ou que só você observou, mas estas não entram na
lista. Caso haja alguma dúvida na identificação, não hesite em procurar nos livros,
pois isto aumentará a confiança do grupo em seu trabalho.
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Se estiver guiando um grupo que é conduzido por um “tour leader” (guia
acompanhante) especialista em aves, deixe-o mostrar e identificar as aves, pois é
isto que o grupo espera. Nesse caso, seu papel será de orientar caminhos e auxiliar
quando solicitado. Além, claro, de aproveitar a oportunidade para aprender um
pouco mais.
Embora dias frios não sejam propícios, também podem causar boas surpresas
(Figura 5). As aves sempre vão procurar comida, inclusive àquelas mais tímidas. Da
mesma forma, caso esteja no litoral, aproveite as tempestades para ver aves
pelágicas que só vêm à praia durante esta condição climática, e sempre por pouco
tempo. Mas é claro, desde que isto não coloque o grupo em risco.
a b
Figura 5. Um pouco de paciência embaixo de chuva resultou na observação e registro da harpia no
ninho. Foto: a. Alexandre Pereira e b. Daniel De Granville
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participantes da atividade. Cabe a você como guia não fazer diferença entre os
integrantes do grupo, tratando adequadamente e dando a mesma atenção a todos.
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pouco para tanta coisa a se realizar, ainda mais em um lugar estranho para quem
vem de fora, o que gera uma situação estressante.
Neste cenário entra um personagem fundamental: o guia ou monitor que irá
acompanhar o fotógrafo em sua tarefa. Se tivéssemos que resumir seu papel em
uma frase, seria “facilitar a vida do fotógrafo, ajudando-o a conseguir as fotografias
que procura, zelando ao mesmo tempo pela segurança e bem-estar dele e das
espécies que irá procurar”. Para isto, você precisa:
x Gostar de natureza e dos desafios que ela impõe
x Ter conhecimentos básicos sobre fotografia
x Ser um bom profissional, dominando técnicas do seu cargo.
x Ser responsável, cuidadoso, paciente, ético, criativo e pontual.
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Algumas dicas aos assistentes
x Enquanto o fotógrafo se concentra em fotografar uma determinada cena, fique de
olho se algo interessante está acontecendo por perto e pode estar fugindo ao
olhar dele. Por exemplo, se ele está fotografando um casal de corujas pousadas
no chão e passa um grande bando de papagaios no céu acima de vocês.
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a luz do sol é mais inclinada. É o caso dos países de onde vem maioria dos
fotógrafos profissionais de natureza – ou seja, eles precisam se adequar a esta
situação crítica dos trópicos (e você também).
x Ao contrário do que os iniciantes costumam pensar, em muitas ocasiões um dia
com céu encoberto pode ser igual ou melhor do que um dia ensolarado para se
fotografar natureza. Fotos dentro da mata fechada ficam muito melhores quando
feitas em um dia sem sol. A camada fina de nuvens funciona como um enorme
difusor natural de luz, semelhante ao acessório utilizado em fotografia de estúdio
para atenuar sombras.
x Em locais onde há mais gente (arredores de sedes de fazendas, trilhas turísticas,
pousadas de ecoturismo, etc.), as aves (e outros animais) geralmente são mais
tolerantes do que em localidades remotas e pouco visitadas. Por outro lado, as
espécies mais raras e as situações mais inusitadas acontecem longe dos locais
mais movimentados.
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local, outros prestadores de serviço – sejam orientados e conscientizados
antecipadamente sobre o caráter especial da atividade. Poucas destas pessoas
têm conhecimento ou compreensão de que as necessidades específicas de um
trabalho assim exigem detalhes que podem significar mudanças no seu modo de
trabalhar. Por exemplo, o motorista do carro que está sendo utilizado por vocês
precisa saber que os horários serão puxados, as estradas a seguir podem não
ser as que ele conhece, o consumo de combustível maior do que o habitual, ele
pode ser solicitado a ajudar no manuseio ou transporte de parte do equipamento,
etc. Da mesma forma, atrasos na prestação de outros serviços (demora no
preparo de uma refeição, por exemplo) podem comprometer todo um dia de
trabalho do fotógrafo.
x Como já foi mencionado no capítulo 14 do II Módulo, atividades em ambientes
naturais sempre causam algum impacto, por menor que seja. Cabe a você a
palavra final na avaliação dos danos que a procura pela melhor foto podem
causar. Analise a situação cuidadosamente, tentando equilibrar os malefícios
ambientais gerados no momento da foto com os benefícios educacionais que
uma boa imagem publicada em veículo prestigiado podem causar.
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Os trabalhos científicos seguem um método
específico, de acordo com a resposta que o
pesquisador está procurando (Figura 9). Estes
métodos possuem padrões pré-determinados
que devem ser seguidos rigorosamente,
possibilitando comparações com outras
pesquisas semelhantes realizadas em
diferentes localidades. Ou seja, se algum
problema acontecer durante a execução do
Figura 9. Ornitólogos durante pesquisa
método, aquela amostra pode ser perdida,
científica. Foto: Tietta Pivatto
prejudicando os resultados finais.
Finalmente, conhecer estes métodos pode ser útil pra você futuramente, pois
poderá publicar em revistas científicas observações importantes e inéditas sobre as
aves que estará observando durante suas atividades como observador ou como guia
de observação de aves. Muitas informações importantes para a ciência foram
descritas por observadores de aves dedicados e antenados com as novidades da
ornitologia.
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Determinar custos, logística e viabilidade do projeto.
Em campo, os trabalhos começam muito cedo, mesmo antes do amanhecer
para aproveitar os horários de maior atividade das aves (Figura 10), podendo-se
estender durante todo o dia ou dispor de um intervalo nas horas mais quentes,
quando as aves diminuem seu ritmo. Também pode ter seções à noite para
identificação de corujas, bacuraus e demais aves noturnas.
Apresentamos a seguir algumas das principais metodologias utilizadas para
levantamentos de avifauna e estudos do comportamento e de ecologia de aves
segundo Develey (2004), e qual o tipo de contribuição que o monitor ou guia
especialista poderá dar durante estes trabalhos.
Figura 10. Tucano observado nas primeiras horas do dia. Foto: Tietta Pivatto
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x Levantamentos qualitativos – seu
principal objetivo é conhecer a riqueza
(número de espécies) da comunidade de
aves na área de estudo. Pode ser feito por
meio de caminhadas em trilhas, margens de
rios, ou ainda com auxílio de veículo ou
barcos (Figura 11). São utilizados na
elaboração de diagnósticos ambientais, onde
poderão identificar e priorizar áreas que
devem ser conservadas, precedendo de
levantamentos de maior duração
futuramente. Para levantamentos em
períodos curtos, é importante que se escolha
a época mais favorável, como por exemplo, o
período reprodutivo, quando as aves estão
mais ativas. O uso do play-back também Figura 11. Caminhadas na mata para
levantamento qualitativo em área natural.
ajuda a identificar aves raras, pouco
Foto: Fernanda Melo
conspícuas ou seguidoras de bandos mistos
de dossel (Parker, 1991).
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x Levantamentos quantitativos – o objetivo é saber não apenas quais espécies
estão presentes em determinada área, mas também o tamanho de suas
populações. Neste caso, é importante associar vários métodos ao mesmo tempo,
pois cada grupo de aves responde melhor a diferentes metodologias, como
amostragem por pontos, transecto, redes de neblina e spot mapping. Isto vai
diminuir os problemas relacionados à sub ou superamostragem de algumas
espécies, sendo necessário que vários pesquisadores trabalhem juntos para
viabilizar a obtenção de dados. Novamente, o guia poderá atuar como orientador
do caminho, auxiliar na identificação e localização das espécies ou ainda em
trabalhos gerais de campo, sempre seguindo orientação dos pesquisadores
responsáveis.
x Amostragem por pontos ou ponto fixo – o observador permanece parado no local
selecionado por um tempo pré-determinado, anotando todas as aves registradas
por observação ou vocalização. Este método facilita a identificação de espécies
pouco conspícuas ou ariscas, e também depende da experiência do pesquisador
na identificação das espécies. O número de pontos vai depender do tamanho da
área, tipo de vegetação (mais densa, mais aberta) e do objetivo do trabalho,
assim como a distância entre os mesmos e o número de repetições em cada um.
x Transectos – o observador anota os registros visuais ou auditivos enquanto
caminha ao longo de um ou mais percursos fixos, curtos e com tempo
determinado para o deslocamento, de forma a permitir comparações. O caminhar
deve ser silencioso para evitar assustar as aves que se pretende identificar.
Também é considerada uma largura da faixa lateral do transecto e a alternância
do sentido de caminhamento, possibilitando que todo o percurso seja amostrado
nas melhores horas do dia.
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x Redes de neblina ou mist net -
este método é utilizado quando se
necessita capturar as aves (Figura
12), seja para anotações de
biometria, anilhamento ou mesmo
coleta de espécimes para
tombamento em museus e centros
de pesquisa. É considerada a
melhor forma para captura, porém
é limitado ao sub-bosque, Figura 12. Ave capturada em rede de neblina.
Foto: Tietta Pivatto
subestimando espécies que vivem
no dossel ou no chão.
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aves, principalmente no período reprodutivo. Necessita-se de um bom
conhecimento da área abrangida, mapas e técnica para reconhecimento dos
indivíduos (por meio de anilhas coloridas, marcação de indivíduos com corante
atóxico ou rádio-telemetria).
7. ÉTICA PROFISSIONAL
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Embora o comportamento ético já tenha sido abordado nos capítulos 14 e
15 do Módulo II, é importante lembrar que o monitor ambiental ou guia especialista
deve ser ético também durante seus trabalhos como condutor de visitantes, visando
o respeito entre os participantes, de guia para guia e especialmente entre todos e o
meio ambiente.
Seguem algumas recomendações importantes:
x Siga todas as orientações dos capítulos 14 e 15 do Módulo II, em especial o item
7. Leia novamente caso não se recorde delas. Ser um observador de aves ético
vai ajudar muito a tornar-se um guia com princípios éticos.
x Respeite os demais colegas de trabalho. Não fale mal dos outros guias e nem de
operadoras ou hotéis concorrentes. Se o serviço deles for mesmo ruim, apenas
deixe de recomendá-los. Se for prejudicial ao meio ambiente ou esteja ferindo o
Código do Consumidor, denuncie. Mas jamais faça comentários perniciosos para
seus clientes. Isto vai causar mal-estar e até dúvidas sobre a qualidade do seu
trabalho.
x Caso perceba que o guia acompanhante fez uma identificação incorreta, jamais o
corrija na frente do grupo. Espere um momento em particular e tire sua dúvida de
identificação. Caso o erro seja confirmado, deixe que o próprio guia faça a
correção em momento apropriado. A política e a diplomacia é a melhor
companheira em momentos como este.
x Caso não vá mais encontrá-lo durante a atividade, forneça novamente a
informação de maneira correta, mas sem expor a contradição de forma a diminuir
a qualidade do serviço do colega. Confusões podem ocorrer durante a fala, evite
constrangimentos desnecessários.
x Caso você cometa o erro, aceite a correção da mesma forma que gostaria que
seu colega aceitasse se fosse o contrário. Isto pode ser evitado estudando
constantemente e sempre revendo o conteúdo aprendido, mesmo que você saiba
(ou ache que saiba) tudo sobre as aves e os aspectos naturais da região. Seja
humilde para reconhecer o erro e evite posturas arrogantes.
x É comum que alguns dos seus clientes sejam especialistas em determinados
assuntos, portanto tenha sempre certeza da veracidade das informações. Jamais
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invente coisas que não tem certeza, evite constrangimentos. Se não souber a
resposta para alguma pergunta, comprometa-se a pesquisar o assunto e leve a
resposta depois para o grupo. Isto vale para identificação de espécies. Pode ser
que seu cliente já tenha visto determinada ave em outra oportunidade, criando
uma situação desagradável para você.
x Respeite todos os integrantes do seu grupo, independente de idade, origem,
condição financeira. Trate todos com respeito e paciência, mostrando todas as
aves para cada um dos participantes. Ajude aqueles com mais dificuldade e
controle as pessoas que insistem em chamar atenção. Jamais faça comentários
depreciativos sobre qualquer pessoa para outro guia e muito menos para algum
cliente.
x O mesmo vale para auxiliares, motoristas, recepcionistas, garçons. São todos
companheiros de trabalho, dos quais a satisfação do seu cliente depende tanto
quanto de você.
x Isto já foi falado, mas vale repetir: nunca beba ou use drogas enquanto estiver
responsável pela segurança do seu grupo. Isto inclui também não abusar nos
horários livres enquanto estiver hospedado junto com eles. Alguém pode precisar
de ajuda durante a noite em locais onde só você poderá traduzir o problema ou
até mesmo precisar dirigir em uma situação de emergência. E nada pior do que
ter que acordar cedo, indisposto, mal-humorado e sem a menor vontade de ver
passarinho, e encarar dez pessoas felizes, dispostas e animadíssimas para ver
as aves mais barulhentas da região.
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8. EDUCANDO O VISITANTE
Frequentemente os visitantes vão solicitar ao guia que facilite a aproximação
indevida das aves para fotografar ou dar uma boa olhada em um ninho. Uma das
grandes provas para um guia recém-formado é proibir este tipo de comportamento,
que pode prejudicar as aves. É normal ter dificuldades em lidar com esta situação,
dependente de sua habilidade em satisfazer totalmente o cliente, e que coloca em
risco uma eventual gorjeta (MacKinnon, 2004).
A maioria dos clientes, entretanto, irá respeitar a sincera preocupação do
guia para com a conservação das aves, principalmente se estiver embasado por
conhecimento sobre a ecologia, comportamento e grau de fragilidade dos animais
observados. Muitas vezes este procedimento pode resultar em gorjetas maiores por
parte de observadores de aves satisfeitos com a ética do guia (MacKinnon, 2004).
Mas lembre-se de não criar uma lista cheia de “não faça isso“, “não faça aquilo”.
Enfatize palavras como “evite”, “procure fazer”, etc.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
x AVES BRASILEIRAS E PLANTAS QUE AS ATRAEM – Johan Dalgas Frisch. São Paulo: Dalgas
Ecoltec Ltda.
x AVES DA MATA ATLÂNTICA ON LINE – http://luck2105.multiply.com/journal/item/10.
x AVES DO BRASIL, UMA VISÃO ARTÍSTICA – Tomas Sigrist. São Paulo: Ed. Avisbrasilis.
x AVISTAR BRASIL – www.avistarbrasil.com.br.
x AVISYS – Superior Birding Software – http://www.avisys.net.
x BIRDWATCHING – J. Dunham. New York: Discovery Communications.
x CENTRO DE ESTUDOS ORNITOLÓGICOS – www.ceo.org.br.
x CUSTOMIZED BIRDING TOURS IN BRAZIL – www.avesfoto.com.br/ingl/html/observacao.html.
x DICAS PARA FORMATAR SEU BANCO DE VOZES DE AVES NO ITUNES – Rafael Sobania.
www.sobania.com.br
x GOOD BIRDERS DON’T WEAR WHITE – Pete Dune (org). Boston: Houghton Mifflin Comp.
x GRUPO BIRDWATCHINGBR – http://br.groups.yahoo.com/group/birdwatchingbr.
x GUIA DE CAMPO – AVES DO BRASIL ORIENTAL – Tomas Sigrist e Eduardo P. Brettas. São
Paulo: Avisbrasilis Editora, 2007.
x GUIA DE CAMPO – AVES DA AMAZÔNIA BRASILEIRA – Tomas Sigrist e Eduardo P. Brettas.
São Paulo: Avisbrasilis Editora, 2008.
x IBAMA – www.ibama.gov.br.
x LISTA BRASILEIRA DE OBSERVADORES DE AVES –
www.yahoogrupos.com.br/birdwatchingbr.
x LISTA DAS AVES DO BRASIL – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos [CBRO].
www.cbro.org.br.
x MULTIPLY – www.multiply.com.
x NATIONAL AUDUBON SOCIETY BIRDER’S HANDBOOK – S. W. Kress. New York: Dorling
Kindersley.
x NATIONAL GEOGRAPHIC PHOTOGRAPHY FIELD GUIDE: BIRDS – Rulon E. Simmons e Bates
Littlehales. Washington: National Geographic.
x ORNITOLOGIA BRASILEIRA, UMA INTRODUÇÃO – Helmut Sick. Rio de Janeiro: Ed. Nova
Fronteira.
x RECOMENDAÇÕES PARA MINIMIZAR IMPACTOS À AVIFAUNA EM ATIVIDADES DE
TURISMO DE OBSERVAÇÃO DE AVES – Maria Antonietta Castro Pivatto e José Sabino.
Revista Atualidades Ornitológicas 127, pp.: 7-11, 2005.
x REVISTA ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS – www.ao.com.br.
x REVISTA BRASILEIRA DE ORNITOLOGIA – www.ararajuba.org.br.
x THE BIGGEST TWITH – http://thebiggesttwitch.com/
x THE BIRDS OF SOUTH AMERICA. VOLUME I: THE OSCINE PASSEINES – Robert S. Ridgely e
Gay Tudor. Texas: University of Texas Press.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
x THE BIRDS OF SOUTH AMERICA. VOLUME II: THE SUBOSCINE PASSEINES – Robert S.
Ridgely e Gay Tudor. Texas: University of Texas Press.
x THE BRITISH BIRDWATCHING FAIR – www.birdfair.org.uk.
x TODAS AS AVES DO BRASIL – Deodato Souza. Bahia: DALL Editora.
x VOZES GÊMEAS – www.ceo.org.br/imag_sons/vozes_gemeas.htm.
x WIKIPEDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE – www.wikipedia.org.
x XENO-CANTO – www.xeno-canto.org.
x YOUTUBE – www.youtube.com.
11. GLOSSÁRIO
Anilhamento – colocação de anéis de identificação no tarso de aves em estudos de
abundância, ecologia e comportamento. As anilhas podem ser de metal, numeradas
ou de plástico colorido, conforme o objetivo do trabalho. São fornecidas e
controladas pelo CECAVE aos pesquisadores autorizados pelos órgãos ambientais
responsáveis e que estejam capacitados para uso deste método.
Biometria – estudo da mensuração dos seres vivos, ou seja, comprimento, altura,
largura e peso do animal inteiro ou de partes específicas, como bico, asa, perna,
cauda, etc. No caso das aves, também são verificados placa de incubação, ou seja,
se há ausência de penas no ventre (isto permite contato da pele quente da ave com
o ovo, aumentando a temperatura do choco). Também pode ser coleta de sangue e
parasitas para estudos posteriores em laboratório.
Conspícuas – aves de comportamento mais visível, chamativo, facilitando a
localização e identificação das mesmas.
Dossel – copa das árvores, estrato mais alto da floresta.
Método – caminho pelo qual se atinge um objetivo. Programa que regula
previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando erros
evitáveis, em vista de um resultado determinado.
Metodologia – estudo dos métodos e, especialmente, dos métodos das ciências.
Conjunto de técnicas e processos utilizados.
Pelágicas – relativo ao oceano, mar. Aves de ocorrência marinha.
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10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABA - American Birding Association. 2003. The American Birding Association’s Code
of Birding Ethics. 2003 ABA Member Handbook. Disponível em
<http://americanbirding.org/abaethics.pdf>
Cook, K. J. 2006. Shift your focus from birding to birds.Pp. 102-106. Em: Good
birders don’t use white. Boston: Houghton Mifflin Company.
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Develey, P. F. 2004. Métodos para estudos com aves. Pp. 153-168. Em: Cullen-Jr.,
L.; Rudran, R. e Valladares-Padua, C. [Org.] Métodos de estudos em Biologia
da Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Curitiba: Editora da UFPR.
Dune, P. [org] 2007. Good Birders Don’t Wear White. Boston: Houghton Mifflin
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Nacional de Ecoturismo. Brasília: Ministério da Indústria, do Comércio e do
Turismo.
Kress, S. W. 2000. National Audubon Society Birder’s Handbook. New York: Dorling
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MacKinnon, B. H. [coord] 2004. Manual for training bird guides in rural communities.
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Condutores de Visitantes da Chapada dos Veadeiros (ACV-CV).
Moss, S. 2005. A bird in the bush. A social history of birdwatchig. London: Aurum
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108:443-444. Apud Develey, P. F. 2004. Métodos para estudos com aves. Pp.
153-168. Em: Cullen-Jrl, L.; Rudran, R. e Valladares-Padua, C. [Org.] Métodos
de estudos em Biologia da Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Curitiba:
Editora da UFPR.
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Pivatto, M. A. C. e Sabino, J. 2005. Recomendações para minimizar impactos à
avifauna em atividades de turismo de observação de aves. Atualidades
Ornitológicas 127: 7-11.
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Whitney, B. 2006. Destino Brasil, será? Disponível em <http://www.avistarbrasil.
com.br/resumos/bret_web/pages/Slide4.htm>.
Wilson, E. O. 2003. Biophilia, the human bond with other species. Cambridge:
Harvard University Press.
Yourth, H. 2001. Observando x Caçando. Revista World Watch, WWI-Worldwatch
Institute / UMA - Universidade Livre da Mata Atlântica. Disponível em
<http://www.wwiuma.org.br/observando_cacando.htm>.
------------------FIM DO CURSO-----------------
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