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ISEL – Mestrado em Engenharia Civil

Caminhos de Ferro

A via férrea
Superstrutura

Materiais de via
Carril
16-04-2015
16-04-2015 António Sequeira da Cruz – REFER, E.P.E.
1 1
Carril
(ET.VIA.005 e EN 13674-1 )

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Carril – Funções

 Resistir às tensões produzidas pelo material circulante e transmiti-las aos outros


elementos da superstrutura da via
 Realizar o guiamento das rodas

 Proporcionar o retorno da corrente eléctrica de tracção

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Inclinação transversal (tombo) dos carris

Os carris são geralmente assentes com um pequeno ângulo em


relação à horizontal, para:

• Facilitar o ajustamento do carril ao rodado;


• Contrariar os esforços de derrube do carril pelo
rodado.

A inclinação transversal do carril, também


designada por tombo, é de 1/20.

16-04-2015 Constituição da via férrea 4


Carril

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Carril – Perfis especiais

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Carril – Peso por metro linear

54E1 60E1

O carril é caracterizado, essencialmente pelo seu peso por metro linear.


 Os mais correntes são 54 Kg/m e 60 Kg/m;
 Existem ainda outros tipos nomeadamente 26 kg/m, 30 kg/m, 36 kg/m, 40
kg/m, 45 kg/m, 50 kg/m ainda existentes em linhas muito antigas e não
renovadas, mas que hoje raramente são utilizados, a não ser em vias de
bitola métrica e cargas leves.

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Carril – Furação dos topos

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Carril – Comprimento

 No século XIX as siderurgias produziam carris com comprimentos de apenas 6, 8


e 12 m. Mais tarde passaram a produzir comprimentos de 18 e 24 m.
 Actualmente já saem das siderurgias carris com 36, 72 e 108 m.
– Carril é a unidade formada por uma só peça, sem soldaduras;
– Barra é a fila de carris formada por dois ou mais carris soldados;
– Fecho de carril é uma fracção de carril com um mínimo de 6 metros utilizada
para substituir uma porção de carril com defeito;

 Barra curta (BC) é a fila formada por dois carris soldados;


 Barra longa soldada (BLS) é a fila de carris com o comprimento mínimo
necessário para se estabelecer uma zona neutra (com fixações normais, no
mínimo 300 m).

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Carril – Fabrico

O aço dos carris é fabricado a partir da junção, em forno (conversor), a


temperatura superior a 1500o C, de ferro fundido, ou gusa, com sucata de aço.
Nesta operação, de finalização do aço, em que as suas características são
apuradas, as siderurgias seguem um dos seguintes processos:

 SIEMENS – MARTIN básico símbolo

 ELÉCTRICO símbolo

 AFINAÇÃO POR
INSUFLAGEM DE OXIGÉNIO símbolo

Cada um destes processos é uma maneira diferente de atingir o mesmo objectivo,


produzir lingotes de aço de boa qualidade.

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Carril – Fabrico
Depois de pronto, o aço é constituído por cerca de 98% de ferro, sendo os restantes
2% formados em proporções diferentes, por Carbono, Manganês, Silício, Crómio,
Fósforo, Enxofre, etc.
Consoante a quantidade incorporada e a proporção entre cada um daqueles
elementos, assim variarão as características de dureza, maleabilidade, etc., dos
carris a fabricar na operação seguinte chamada de laminagem.

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Carril – Fabrico

Laminagem é o processo de transformação dos lingotes (blooms) de aço saídos do


forno de conversão (eléctrico ou outro) por compressão progressiva a quente, em
várias passagens através de rolos, até se obter o perfil definitivo.

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Carril – Qualidade do aço
A ET.VIA.005 e a EN 13674-1 – “Especificação de carris com peso por metro igual ou
superior a 46 kg/m”, normalizam o fabrico de carril para uso em linhas
convencionais ou de alta velocidade.
De acordo com estas Normas, o carril é classificado de acordo com o grau de
dureza (9 graus diferentes) e o perfil (23 tipos de perfil diferentes, baseados no peso
por metro e na forma da secção transversal).
Nome
Tipo de aço/ Dureza Rm A Marca de
do aço
Tratamento (HBW) (MPa) (%) laminagem
(grau)

R200 C-Mn Sem TT 200/240 680 14 Sem marca


______
R220 C-Mn Sem TT 220/260 770 12
___
R260 C-Mn Sem TT 260/300 880 10
______
______
R260Mn C-Mn Sem TT 260/300 880 10
______
______
C-Mn-
R320Cr Sem TT 320/360 1080 9 ______
Cr
______
___
R350HT C-Mn Com TT 350/390 1175 9
______
___
R350LHT C-Mn Com TT 350/390 1175 9 ______
___
___
C-Mn-
R370CrHT Com TT 370/410 1280 9 ______
Cr
______
______
R400HT C-Mn Com TT 400/440 1280 9
______

Rm – Resistência à tracção A – Alongamento

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Carril – Marcas nos carris (rastreabilidade)

Os carris são identificados através de marcas em relevo, gravadas de um dos lados a meio da
alma durante a laminagem, a cada 4 metros. A Norma exige as seguintes:
– Identificação do Fabricante;
– Identificação do grau de dureza do aço;
– Dois últimos dígitos do ano de fabrico;
– Identificação do tipo de perfil.
Pode, eventualmente, trazer ainda a indicação do mês, do método de fabrico do aço e uma
seta a indicar o sentido do movimento do lingote na laminagem (cabeça do lingote).

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Carril – Marcas nos carris (rastreabilidade)

A figura apresenta um carril produzido


pela ENSIDESA, grau R260,
fabricado em Fevereiro de 2011, perfil
54E1, laminagem da esquerda
para a direita e elaborado por afinação
com insuflagem de oxigénio.

Além das marcações anteriormente descritas, o carril traz ainda de fábrica caracteres
puncionados na alma. Trata-se duma marca de rastreabilidade do produto, que permite ao
fabricante identificar com precisão a data, o molde, a equipa de produção e outros dados
relevantes do procedimento de qualidade e tem de estar de acordo com o estipulado na Norma.

Marcação a punção
identificando-se a inscrição
110335A303

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Carril – Evolução

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Carril – Evolução

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Carril – Evolução

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Carril – Lubrificação
A circulação das composições em curvas de raio reduzido provoca vários
problemas de conservação de via, entre os quais de destaca o desgaste lateral
dos carris da fila alta das curvas.
Para minimizar este desgaste, recorre-se à lubrificação da face de guiamento
do carril, utilizando dispositivos de lubrificação, que podem ser fixos, (assentes na
via) ou móveis (equipado nas composições).

O princípio de funcionamento baseia-se num


reservatório com massa lubrificante e um
mecanismo de injecção que, excitado pelas
composições, aplica o lubrificante na face de
guiamento dos carris, que é em seguida
transportado pelas rodas.

O lubrificador fixo de via tem por objectivos:


– Retardar o desgaste lateral dos carris
– Retardar o desgaste dos verdugos
– Reduzir o ruído provocado pelo atrito roda/carril
– Reduzir a resistência de atrito no movimento dos comboios

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Carril – Lubrificação com contacto

Na REFER existem
o PAMMEC (em extinção)
e o LUBRIRAIL
(MT.VIA.002)

Lubrificador com contacto, em que existe uma rampa de lubrificação


(barreta) adjacente ao carril onde é depositado o lubrificante.

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Carril – Lubrificação sem contacto

Na REFER existe o
CLICOMATIC
(MT.VIA.001)

Lubrificador sem contacto, em que o equipamento dispara um jacto de


lubrificante para a face de guiamento do carril.

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