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Direito Penal

PROF: Thalisson Faleiro

INSTAGRAM: @thalissonfaleiro

Conceito de Direito Penal: O direito penal ou direito criminal é a disciplina de direito público
que regula o exercício do poder punitivo do Estado, tendo por pressuposto de ação delitos (isto
é, comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social,
afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade) e como
consequência as penas.

O que é infração Penal: Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de
multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

Crime Contravenção Penal


Pena: Pena:
a) Reclusão a) Prisão Simples
b) Detenção b) Multa
c) Multa Máximo da Pena: 5 anos.
Máximo da Pena: 40 anos (Atualização da
Lei 13.964 de 2019)

Sujeitos Do Crime

Sujeito Ativo: O sujeito ativo de uma infração penal é aquele que comete o crime, isoladamente
ou associado a outros (coautoria ou participação), pode ser sujeito ativo de uma infração.

O sujeito ativo da infração penal pode ser pessoa física ou


pessoa jurídica, porém, no caso de pessoa jurídica, apenas crimes
ambientais são levados em conta, conforme a Constituição Federal art.
225 p.3

O Sujeito Ativo pode ser classificado de 3 formas

Comum: São as infrações penais que qualquer pessoa pode praticar

Próprio: São as infrações penais que exige uma qualidade especial do agente (Exemplo:
Peculato)

Mão própria: São as infrações penais que não admite coautoria mas admite participação.
(Exemplo: deserção e falso testemulho)
Sujeito Passivo

Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa,
ou seja, aquele que sofreu pela infração penal cometida pelo sujeito ativo. Uma infração penal
sempre possui dois sujeitos passivos:

Sujeito passivo formal: onde o Estado é prejudicado quando ocorre a infração;

Sujeito passivo material: onde o titular do bem jurídico, que pode ser uma pessoa física
ou jurídica, é prejudicado quando ocorre a infração.

O que é Coautoria: O coautor é aquele que detém o domínio do fato e que, em


conformidade com um planejamento delitivo, presta contribuição independente, essencial à
pratica da infração penal. Entretanto, não atua obrigatoriamente em sua execução. Na
coautoria, o domínio de fato é de várias pessoas, com respectivas divisões de funções.

Exemplo: quatro agentes que assaltam supermercado. Desses, um agente planeja o delito, dois
agentes o executam e o último dirige automóvel para fuga. Assim, todo coautor, que também
sendo autor, deve possuir o domínio ou controle do fato.

O que é a participação: (Partícipe) Por fim, entende-se por participação a colaboração dolosa
em fato alheio, sem o domínio do fato. Portanto, a participação é acessória ou dependente de
um fato principal, no qual os partícipes não exercem controle sobre a sua efetivação.

As condutas do partícipe podem ser: induzir, fazer nascer a vontade de executar o crime
em outrem; instigar, que é reforçar ou motivar a ideia do crime; e auxiliar, que é a contribuição
material, o empréstimo de instrumentos para o crime ou qualquer forma de ajuda que não
caracterize de forma essencial a execução do delito.

A exemplo, o agente que, na pretensão de matar seu irmão, empresta arma de seu
vizinho, que consente com a finalidade do empréstimo, vindo o agente a cometer homicídio
contra seu irmão.

Princípios do Direito Penal

O direito penal é uma área jurídica responsável por atribuir penas aos delitos
cometidos na sociedade, tendo como base as leis originadas do Poder Legislativo. Os princípios
do direito penal dão suporte para a área e facilitam a compreensão de qualquer ramo do
direito.

Princípio da Humanidade das Penas

Consiste em tratar o condenado como pessoa humana e foi consagrado expressamente


na Constituição da República, em vários preceitos, com especial destaque no art. 5.º, XLIX, que
dispõe que é “assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.

O inciso L do mesmo artigo realça a condição peculiar da condenada, estabelecendo que


“às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação”.
O ápice da presença do referido princípio em nível constitucional está cristalizado no
inciso XLVII do art. 5.º, ao estabelecer que não haverá penas:

“a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis”.

O princípio da humanidade está estreitamente ligado ao princípio da dignidade da


pessoa humana, que encontra nele seu fundamento substancial último. Tal princípio deve
orientar toda ação estatal voltada ao condenado, não só na feitura da lei e no âmbito do
cumprimento efetivo da pena, como também na aplicação da sanção administrativa e no resgate
do condenado como pessoa humana.

Princípio da ampla defesa

O princípio da ampla defesa manifesta a garantia de que ninguém pode sofrer as


consequências de uma sentença sem ter tido a possibilidade de ser parte do processo da decisão
judicial. Ou seja, todos possuem o direito de utilizar meios de prova para fazer sua defesa.

Princípio da legalidade

O princípio da legalidade exprime a ideia de que não existe crime se não estiver previsto
em lei. É uma forma de limitar o direito penal, para que atue somente dentro das leis vigentes.

Princípio da intervenção mínima

O princípio da intervenção mínima expressa que só se deve recorrer ao direito penal se


outros ramos jurídicos não forem suficientes. De modo geral, é a última opção, para ser usado
somente quando necessário.

Princípio da adequação social

O princípio da adequação social manifesta que o Direito deve estar em harmonia com a
realidade social do seu tempo, tomando como base os valores vigentes na sociedade e
adequando-se aos seus ditames.

Trata-se de condutas que, embora formalmente típicas, porquanto subsumidas num


tipo penal, são materialmente atípicas, porque socialmente adequadas, isto é, estão em
consonância com a ordem social.

São exemplos: a circuncisão praticada na religião judaica, a tatuagem, o furo na orelha


para colocação de brinco etc. Referido princípio, admitido num caso concreto, pode constituir
causa supralegal de exclusão da tipicidade.

Súmula 502 - STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação


ao crime previsto no art. 184, §2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

De acordo com o princípio da adequação social, “não pode ser considerado criminoso o
comportamento humano que, embora tipificado em lei, não afrontar o sentimento social de
Justiça” 21.
Assim, se aplicado, tal princípio afastaria a tipicidade de determinadas condutas que,
em que pese serem típicas, são socialmente aceitas e toleradas. A Defensoria Pública do Estado
de São Paulo requereu, com base na adequação social, a declaração de atipicidade da conduta
a assistido incurso nas penas do art. 184, §2º do CP. O STF não acolheu a tese (Informativo 583):

Princípio da isonomia

O princípio da isonomia exprime que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza. As situações iguais devem ser tratadas de modo igual, e circunstâncias
desiguais devem ser vistas desigualmente.

Princípio da presunção de inocência

O princípio da presunção de inocência ou de não culpabilidade implica que ninguém será


considerado culpado até que o julgamento em que se prove a culpabilidade seja concluído e não
caibam mais recursos. Somente após esse processo poderá ser aplicada pena ao réu.

O princípio da insignificância no Direito Penal

O princípio da insignificância pode ser considerado uma espécie de tentativa de recuperação da


legitimidade do Direito Penal, com o condensamento de seus valores à qualidade dos fatos que
visa, de maneira abstrata ou concreta, reprimir.

O Princípio da Insignificância, ou Princípio da Bagatela, ou ainda, Preceito Bagatelar, tem


o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, ou seja, não considera o ato
praticado como um crime, e, em razão disso, sua aplicação resulta na absolvição do réu, e não
apenas na diminuição, substituição da pena ou não aplicação da penalidade.

Para ser utilizado, é necessária a presença de certos requisitos, tais como: a mínima
ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; o reduzidíssimo
grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Sua aplicação é justificada, eis que o Direito Penal não se deve ocupar de condutas que
produzam resultado cujo desvalor – por não importar em lesão significativa a bens jurídicos
relevantes – não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem
jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social.

Tendo-se em vista a relevância deste tema no âmbito doutrinário e jurisprudencial, este


artigo tem o propósito de estudar o Princípio da Insignificância, sobretudo, no que concerne aos
critérios necessários para sua aplicação.

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