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ISOLAMENTO TERMICO E ACÚSTICO 2009/2010

Universidade Fernando Pessoa

Isolamentos

Américo Marques Nº 18660


João Silva Nº 17708
César Gaspar Nº 12009

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ISOLAMENTO TERMICO E ACÚSTICO 2009/2010

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7

1 – ACÚSTICA .................................................................................................................... 8
1.1 – DEFINIÇÃO.......................................................................................................................... 8
1.2 - CARACTERÍSTICAS.................................................................................................................. 8
1.2.1 - Propriedades do som: ............................................................................................... 8
1.2.2 - Características do som: ............................................................................................. 9
1.2.3 - Percepção auditiva: ................................................................................................ 10
1.2.4 - Fontes sonoras: ....................................................................................................... 14
1.2.5 -Propagação de ondas sonoras:................................................................................ 14
1.2.5.1 - Propagação em espaço fechado: ..................................................................... 15
1.2.5.2 - Transmissão de uma onda sonora através de uma parede: ............................ 16
1.3- ISOLAMENTO ACÚSTICO E ABSORÇÃO ACÚSTICA .......................................................................... 17
1.3.1 - Tempo de reverberação........................................................................................18
1.4 - PROTECÇÃO AOS RUÍDOS DE PERCUSSÃO.................................................................................. 20
1.4.1 - Cuidados a ter ......................................................................................................... 20
1.4.2 - Ruído de instalações de águas e esgotos ............................................................... 22
1.5 - ISOLAMENTOS ACÚSTICOS ATRAVÉS DE PAREDES SIMPLES E DUPLAS ............................................... 24
1.5.1 - Isolamento acústico de uma parede simples:......................................................... 24
1.5.2 - Isolamento acústico de paredes duplas: ................................................................. 24
1.5.3 - Isolamento sonoro do exterior ................................................................................ 26
1.6 - SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS EXEMPLARES................................................................................... 27
1.6.1 - Locais pouco ruidosos ............................................................................................. 27
1.6.2 - Locais muito ruidosos ............................................................................................. 28
1.6.3 - Isolamento entre espaços do mesmo edifício ......................................................... 30
1.7 - ESTIMATIVA DE CUSTOS........................................................................................................ 31
2. ISOLAMENTO TÉRMICO ............................................................................................... 32
2.1 - DEFINIÇÃO ........................................................................................................................ 32
2.2. CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS .................................................................................................. 33
2.2.1. Risco de incêndio ...................................................................................................... 33
2.2.2. Condutividade térmica ............................................................................................. 34
2.2.3. Coeficientes de propagação do calor ....................................................................... 37
2.2.4. Isolamento do vapor de água .................................................................................. 38
2.3. VANTAGENS DO ISOLAMENTO TÉRMICO:................................................................................... 39
2.3.1 - Em relação ao aquecimento dos locais; ................................................................. 39
2.3.2 - Em relação às condições de trabalho e sistemas de produção; ............................. 40
2.3.3 - Evitar condensações; .............................................................................................. 40
2.3.4 - Normas, certificação e homologações ................................................................... 40
2.4 - Sistema de isolamento térmico pelo exterior ............................................................ 41
2.5. ISOLAR PAREDES E CORRIGIR PONTES TÉRMICAS.......................................................................... 43
2.5.1. Paredes simples........................................................................................................ 43
2.5.1.1 Vantagens ........................................................................................................... 44
2.5.1.2. Isolamento interior com revestimento aderido ................................................ 45
2.5.1.3. Isolamento interior com revestimento não-aderido ........................................ 46

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2.5.1.4 - Aplicação .......................................................................................................... 47


2.5.2. Paredes duplas ......................................................................................................... 48
2.5.2.1 Aplicação............................................................................................................. 49
2.5.3 - Pontes térmicas ...................................................................................................... 50
3. MATERIAIS E APLICAÇÃO ............................................................................................. 52
3.1 CORTIÇA ............................................................................................................................. 52
3.1.1. Aglomerados de cortiça ........................................................................................... 53
3.1.1.1. Propriedades gerais do aglomerado de cortiça expandida ( ICB ) .................... 55
3.1.2. Aplicações ................................................................................................................ 58
3.1.3. Isolamento térmico de coberturas ........................................................................... 58
3.1.4. Isolamento térmico de paredes (Caixas de ar) ........................................................ 60
3.1.5. Isolamento térmico de paredes pelo exterior - Fachadas ........................................ 61
3.1.6. Isolamento térmico de pavimentos ......................................................................... 62
3.1.7. Isolamento de Tubagens .......................................................................................... 63
3.1.9. Mosaicos de Cortiça ................................................................................................. 64
3.1.10. As placas de cortiça para tectos ............................................................................ 65
3.2 LINÓLEO ............................................................................................................................. 66
3.3 VIDRO CELULAR .................................................................................................................... 67
3.3.1- Placas de Vidro Celular : .......................................................................................... 67
3.3.2 - Tectos Falsos ........................................................................................................... 67
3.3.3 - Isolamento de Tectos na Parte Superior ................................................................. 68
3.3.4 - Isolamento de Terraços........................................................................................... 68
3.3.5- Placas Decorativas de Vidro Celular ........................................................................ 69
3.3.6 - Peças de Vidro Para Tabiques e Acabamentos Especiais ....................................... 70
3.4. FIBRA DE VIDRO ................................................................................................................... 71
3.4.1 - Características: ....................................................................................................... 72
3.4.2 - Produtos de Fibra de Vidro ..................................................................................... 73
3.4.3 - Aplicações: .............................................................................................................. 74
3.4.4 - Isolamentos de Coberturas de Tipo Clássico e de Naves Industriais ...................... 75
3.4.4.1 -O material a empregar no isolamento deste tipo de cobertura é: ................... 75
3.4.5 -Isolamento através de Tecto Falso Ligeiro Suspenso .............................................. 76
3.4.6 - Isolamento de Ruídos de Percussão com Fibra de Vidro ........................................ 77
3.4.7 -Normas de colocação: ............................................................................................. 78
3.5. PLACAS DE FIBRAS DE MINERAIS ............................................................................................. 80
3.5.1 - Características ........................................................................................................ 80
3.5.2 - Colocação ................................................................................................................ 81
3.6 - PLACAS ACÚSTICAS DE AÇO .................................................................................................. 81
3.6.1 -Colocação................................................................................................................. 82
3.7. PAINÉIS ISOLANTES EM GESSO ................................................................................................ 83
3.7.1 -Colocação................................................................................................................. 84
3.7.2 -Isolamento Acústico ................................................................................................. 85
3.8.PAINÉIS DE FIBRA DE MADEIRA ................................................................................................ 85
3.9. ESPUMA PLÁSTICA ISOLANTE.................................................................................................. 87
3.9.1 -Colocação................................................................................................................. 87
3.9.2 -Isolamento das Coberturas de Fibrocimento com Espuma Plástica........................ 88
3.10. PAINÉIS COM INTERIOR DE POLIURETANO ............................................................................... 90

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3.11. PAINÉIS DE ESPUMA DE POLIESTIRENO EXPANDIDO .................................................................. 92


3.11.1 - Formas de aplicação ............................................................................................. 94
3.11.1. Aplicação em coberturas ....................................................................................... 96
3.12 - PLACAS DECORATIVAS DE POLIESTIRENO ............................................................................... 99
3.13 - BETÃO LEVE................................................................................................................... 100
3.14. VERMICULITE .................................................................................................................. 102
3.14.1 – Características:................................................................................................... 103
3.14.2 - Aplicações ........................................................................................................... 103
3.15. ARGILA EXPANDIDA .......................................................................................................... 104
3.15.1 – Características:................................................................................................... 104
3.16 - BETÃO DE FIBRAS DE MADEIRA.......................................................................................... 105
3.17. BETÃO CELULAR .............................................................................................................. 106
3.17.1 - Propriedades do betão: .................................................................................... 106
3.17.2 - Placas; ................................................................................................................. 107
3.18- BETÃO POROSO .............................................................................................................. 108
3.18.1 - Características .................................................................................................... 108
3.19. BETÃO YTONG................................................................................................................. 109
3.20 – BLOCO TERMO-ACÚSTICO ............................................................................................... 111
3.20.1 Vantagens ............................................................................................................. 112
3.20.2 - Desvantagens...................................................................................................... 112
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 113

Índice de figuras
Figura 1 – propagação do som...................................................................................................................................9
Figura 2 – pressão sonora ........................................................................................................................................10
Figura 3 – forma de transmissão do ruído ............................................................................................................... 12
Figura 4 - reflexão ....................................................................................................................................................15
Figura 6 – diferentes modos de transmissão do ruído ............................................................................................23
Figura 7 – Janela de PVC ..........................................................................................................................................27
Figura 8 – local pouco ruidoso .................................................................................................................................28
Figura 9 – Local Muito Ruidoso ...............................................................................................................................29
Figura 10 - Pontos de Contacto ...............................................................................................................................30
Figura 11 – Estimativa de Custos .............................................................................................................................31
Figura 12 – Exemplo Isolamento Térmico ...............................................................................................................32
Figura 13 - Barreira contra o vapor..........................................................................................................................38
Figura 14 – Colocação de Isolamento térmico – Parede simples, Pormenor. .........................................................46
Figura 15 – Colocação de Isolamento térmico – Parede Dupla. ..............................................................................49
Figura 16 – Colocação de Isolamento térmico – Correcção de Pontes Térmicas. ...................................................51
Figura 17 - Sobreiro .................................................................................................................................................52
Figura 18 – Retirada da cortiça da árvore ................................................................................................................53
Figura 19 – Aplicação de aglomerados de cortiça em coberturas ...........................................................................59
Figura 20 – Aplicação de aglomerados de cortiça em coberturas inclinadas ..........................................................60
Figura 21 – Aplicação de aglomerados de cortiça em paredes exteriores ..............................................................61
Figura 22- Aplicação de Aglomerado de Cortiça Expandida sob laje .......................................................................62
Figura 23 – Tubos de Cortiça ...................................................................................................................................63
Figura 24 – Tectos falsos..........................................................................................................................................64
Figura 25 – Tectos falsos..........................................................................................................................................66
Figura 26 - Aplicação Linóleo ...................................................................................................................................66
Figura 27 – Placas de vidro celular ..........................................................................................................................68
Figura 28 – Isolamentos de terraço .........................................................................................................................69
Figura 29 – Peças de vidro para tabiques ................................................................................................................ 70

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Figura 30 – Fibras de vidro ......................................................................................................................................71


Figura 31 – Exemplo de Feltro « C » ........................................................................................................................73
Figura 32 – Aplicação de isolamento na cobertura .................................................................................................75
Figura 33 – Pormenor construtivo de peças com fibra de vidro ..............................................................................79
Figuras 34 – Placas de Fibras minerais ....................................................................................................................80
Figura 35 - Painéis Isolantes em Gesso (esquema aplicação) ..................................................................................83
Figura 36 - Painéis Isolantes em Gesso ....................................................................................................................84
Figura 37 – Tipos Painéis fibra de madeira .............................................................................................................. 85
Figura 38 – Espuma Plástica Isolante .......................................................................................................................87
Figura 39 - Painéis com interior de Poliuretano ......................................................................................................90
Figura 40 – Exemplo de aplicação de poliuretano projectado .................................................................................91
Figura 41 – Paneis de poliestireno expandido .........................................................................................................93
Figura 42 – Formas de aplicação .............................................................................................................................94
Figura 43 – Formas de aplicação .............................................................................................................................94
Figura 44 – Formas de aplicação .............................................................................................................................95
Figura 45 – Formas de aplicação .............................................................................................................................95
Figura 46 – Formas de aplicação .............................................................................................................................95
Figura 47 – Formas de aplicação .............................................................................................................................96
Figura 48 – Formas de aplicação em coberturas .....................................................................................................96
Figura 49 – Formas de aplicação em coberturas .....................................................................................................97
Figura 50 – Formas de aplicação em coberturas .....................................................................................................98
Figura 51 – Formas de aplicação em coberturas .....................................................................................................98
Figura 52 – Placas decorativas de Poliestireno ........................................................................................................99
Figura 53 – Placas de poliestireno de decoração ...................................................................................................100
Figura 54 – Aplicação Betão Leve ..........................................................................................................................100
Figura 55 – Vermiculite ..........................................................................................................................................102
Figura 56 – Argila Expandida .................................................................................................................................105
Figura 57 – Betão celular .......................................................................................................................................106
Figura 58 – Placas de betão celular .......................................................................................................................107
Figura 59 – Aplicação Betão Poroso ...................................................................................................................... 108
Figura 60 – Colocação de betão ytong................................................................................................................... 110
Figura 61– Placa de Betão Ytong ...........................................................................................................................110
Figura 62 - Pano exterior de Blocos Térmicos .......................................................................................................111

Indicie de quadros

Quadro 1 - Intensidade de sons ………….………………………………………....................................……....6


Quadro 2 – Coeficiente de condutividade…...…………………………………...............................……..16
Quadro 3 – Espessura para isolamentos de tubagens…………….………………........................…...18
Quadro 4 – Espuma elástica………………………………………………………......................................…..39

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Introdução

Na construção civil, a palavra isolamento é sinónimo de conforto. Os isolamentos, acústicos


e térmicos, permitem que as nossas habitações apresentem um índice de conforto bastante
superior comparativamente ao ambiente exterior. É devido a tal facto, que a investigação de
isolantes não estagnou, surgindo frequentemente isolantes mais eficazes.

Esta sebenta visa informar, elucidar e transmitir ao seu leitor quaisquer informações
relacionadas com o ramo dos materiais de construção dos isolamentos. Escrita de forma
sucinta e clara, coaduna-se a um leitor que possua poucas noções técnicas da disciplina.
Abordaremos os conceitos de Isolamentos Térmicos e Acústicos e os materiais utilizados
relativos a esse ramo da construção civil.

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1 – Acústica
1.1 – Definição

A Acústica, ou ciência do som, é uma ciência complexa e um campo de estudo muito


importante. Alguns princípios gerais referentes a esse assunto são, entretanto, fáceis de
entender. Ao discutir as propriedades acústicas dos materiais, interessamo-nos
principalmente pela reflexão, transmissão e absorção do som pelos materiais de construção.
O controlo do som dentro das construções envolve duas considerações acústicas bem
diferentes.

A propagação do som surge através de um meio elástico ou sólido, sem o qual não ocorre
transferência de energia sonora. No dia-a-dia, o ar representa o meio elástico mais comum
para a propagação do som, onde as colisões das moléculas umas contra as outras originam
regiões de compressão e rarefacção no meio de propagação, sem que ocorra deslocamento
de matéria, apenas propagação sonora.

1.2 - Características

1.2.1 - Propriedades do som:

Uma onda sonora pode ser descrita em termos de:

• Velocidade, de propagação de onda. Depende do meio de propagação (massa


específica e coeficiente de elasticidade) e também da temperatura (T - ºC).

• Comprimento de onda, corresponde à distância entre dois pontos sucessivos


de igual pressão.

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Figura 1 – propagação do som

1.2.2 - Características do som:

• Potência acústica (w – em watts): permite avaliar a energia sonora que a fonte


produz. Sendo independente do meio envolvente, permite caracterizar as
fontes sonoras.

• Pressão acústica (p – em Pa): mede a variação provocada pelo som na pressão


em relação à pressão de equilíbrio. Depende da localização da fonte e das
características do meio envolvente (energia libertada / energia absorvida)

• Intensidade acústica (I em W/m2): identifica a quantidade de energia que


atravessa em uma determinada superfície numa determinada direcção.
Permite localizar e identificar as fontes sonoras.

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1.2.3 - Percepção auditiva:

O ouvido humano é capaz de sentir a “força” de um som por intermédio de uma


sensação de volume sonoro, esta sensação é proporcional não ao valor absoluto do
estímulo, mas sim à relação entre a intensidade do som e a intensidade de referência (limiar
da audição).

Figura 2 – pressão sonora

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É usual classificar os sons pela seguinte gama de frequências:

Nem todos os seres conseguem ouvir “dentro” da mesma gama de frequências:

• Homem – 20 kHz
• Cão – 50 kHz
• Gato – 60 kHz
• Morcego – 120 kHz
• Golfinho – 160 kHz

Os ruídos podem ser ou de percussão ou ruídos aéreos. O ruído de percussão é transmitido


pela comunicação directa da energia aos elementos de construção, isto é, a onda de energia
propaga-se através de elementos duros e contínuos. Este tipo de som pode ser provocado
pelo movimento das pessoas, fechar de uma porta, pelo martelar numa parede, entre
outros.

Os ruídos aéreos são transmitidos pela emissão sonora e derivam da excitação directa do ar,
os sons são provocados pelo tráfego de veículos, pelas conversas entre pessoas ou por sons
musicais.

O isolamento pode ter duas vertentes, ou não permitir a passagem do ruído do exterior para
o interior ou conter o ruído no interior de um local (ex: numa sala de cinema é importante
de os sons não passem de uma sala para outra).

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Figura 3 – forma de transmissão do ruído

Intensidade do som é a força que um determinado som possui, é perceptível pelo ouvido
humano, normalmente medido em decibéis (dB).

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Quadro 1 – Intensidade de sons

Tipos de som dB

Respiração humana 10

Conversa vulgar 40

Restaurante movimentado 50

Escritório ruidoso 70

Martelo pneumático 90

Sentimos dor a partir dos 130

Intensidade do som corrigido (dB (A)) – é medida com recurso ao filtro A do sonómetro1 e
utiliza-se de forma a aproximar os resultados das medições à forma que o ouvido humano
reage ao som. A correcção efectuada por este filtro varia conforme a frequência do som (Hz)

RESULTADOS DA PONDERAÇÃO POR BANDA DE FREQUÊNCIA – FILTRO A


FREQUÊNCIA (Hz) CORRECÇÃO (Db)
125 -15,5
250 -8,5
500 -3
1000 0
2000 +1
4000 +1

1
Sonómetro – equipamento de medição dos níveis de intensidade sonora.

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1.2.4 - Fontes sonoras:

As fontes sonoras são das mais variadas possíveis e ao emitir uma certa energia, provocam a
alteração dos valores das variáveis de estado (pressão, temperatura e massa específica) na
região do meio que confina à fonte alteração esta que se propagará por ondas elásticas. No
entanto, é frequente adoptar-se no estudo da acústica, fontes sonoras ideais simples e assim
o conhecimento do comportamento de fontes sonoras mais complexas, parte do estudo das
referidas fontes sonoras ideais simples.

As fontes sonoras ideais simples, dividem-se em:

• Fonte pontual
• Fonte linear
• Fonte plana

1.2.5 -Propagação de ondas sonoras:

A maioria dos locais não é caracterizada por apenas uma das fontes simples já apresentadas.
 Em recintos abertos existe sempre alguma energia que é reflectida pela superfície
terrestre.
 Em recintos fechados a redução do nível de intensidade, com o aumento da distância
à fonte é inferior ao decréscimo que se verifica em recintos abertos.

a. Reflexão:

Uma onda acústica é desviada do seu trajecto quando encontra um obstáculo


rígido e de grandes dimensões. Este fenómeno designa-se por reflexão.

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Figura 4 - reflexão

A intensidade acústica da onda reflectida é sempre inferior à da onda incidente,


visto que uma parte é absorvida pelo material que provocou a reflexão
(obstáculo), que pode assim ser caracterizado por um coeficiente de absorção
(α). (ver quadro 1)

1.2.5.1 - Propagação em espaço fechado:

Num espaço fechado o som emitido por uma fonte sonora atinge as superfícies
envolventes onde parte da energia incidente é reflectida, se o regime for
contínuo, o número de reflexões é infinito e o local é “inundado” por múltiplas
ondas sonoras, com direcções variadas. Este conjunto de ondas é designado por
campo difuso.

Verifica-se assim, um decréscimo menor dos níveis de intensidade sonora. Esta


diminuição é tanto menor quanto mais reflectoras forem as superfícies
envolventes.
Uma parte da energia absorvida pela envolvente é dissipada sob a forma de calor,
sendo a restante transmitida para outros locais.
Uma das características do som transmitido consiste em manter a mesma
frequência que o som incidente na parede. Assim o som que é transmitido para o
espaço contíguo, apesar de o nível ser mais reduzido, contém a mesma
frequência – material linear elástico.

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1.2.5.2 - Transmissão de uma onda sonora através de uma parede:

A transmissão de energia entre dois compartimentos é um fenómeno complexo, que


depende de dois factores:

• Transmissão directa
• Transmissões secundárias:

o Através dos elementos adjacentes;


o Através de uma eventual via aérea indirecta (por exemplo através de
uma conduta);
o Através de pontos fracos do próprio elemento de separação.

Os problemas da acústica são bastante complexos mas hoje em dia pode afirmar-se que
estão resolvidos graças à utilização, devidamente estudada, de materiais absorventes de
som, tais como a fibra de vidro, cortiça, poliestireno, entre outros.

Com a adopção muito generalizada do betão armado, os edifícios constituem verdadeiros


conjuntos monolíticos por onde se propaga todo o tipo de vibrações, por outro lado ao
serem geralmente muito reduzidas as espessuras das paredes e tabiques estes formam uma
protecção muito pouco eficaz contra os ruídos do exterior.

Modernamente existe a tendência em distinguir os sons, mais pelo seu nível acústico do que
pela sua intensidade.

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1.3- Isolamento acústico e absorção acústica

O isolamento acústico refere-se á capacidade de certos materiais formarem uma barreira,


impedindo que a onda sonora (ou ruído) passe de um recinto a outro. Nestes casos se deseja
impedir que o ruído alcance o homem. Normalmente são utilizados materiais densos
(pesados) como por ex: concreto, vidro, chumbo, etc.

A absorção acústica trata do fenómeno que minimiza a reflexão das ondas sonoras num
mesmo ambiente. Ou seja, diminui ou elimina o nível de reverberação (que é uma variação
do eco) num mesmo ambiente. Nestes casos deseja-se, além de diminuir os Níveis de
pressão Sonora do recinto, melhorar o nível de inteligibilidade. Contrariamente aos
materiais de isolamento, estes são materiais leves (baixa densidade), fibrosos ou de poros
abertos, como por ex: espumas poliéster de células abertas, fibras cerâmicas e de vidro,
tecidos, carpetes, etc.

Praticamente todos os materiais existentes no mercado ou isolam ou absorvem ondas


sonoras, embora com diferente eficácia. Aquele material que tem grande poder de
isolamento acústico quase não tem poder de absorção acústica, e vice-versa. Alguns outros
materiais têm baixo poder de isolamento acústico e também baixo poder de absorção
acústica (como plásticos leves e impermeáveis), pois são de baixa densidade e não tem
poros abertos. Espumas de poliestireno (expandido ou extrudido) tem excelentes
características de isolamento térmico, porém não são recomendados em acústica. A cortiça
(muito utilizada no passado) já não apresenta os resultados acústicos desejados pelo
consumidor da actualidade, e também apresenta problemas de higiene e deterioração (é um
produto orgânico que se deteriora muito facilmente).

A indústria tem desenvolvido novos materiais com coeficientes de isolamento acústico e/ou
de absorção muito mais eficientes que os materiais até então considerados "acústicos".
Desta maneira tem sido possível se obter, mediante variações de sua composição, resultados
acústicos satisfatórios que atendam as necessidades do utilizador.

Cada recinto, conforme sua utilização, requer critérios bem definidos de Níveis de Pressão
Sonora e de reverberação para permitir o conforto acústico e/ou eliminar as condições

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nocivas a saúde. Níveis de Pressão Sonora muito baixos podem tornar o recinto monótono e
cansativo, induzindo as pessoas às condições de inactividade e sonolência.

Normalmente um bom projecto acústico prevê o isolamento e a absorção acústicos


utilizados com critérios bem definidos, objectivando a melhor eficácia no resultado final.
Para isto, impera-se levar em consideração o desempenho acústico dos materiais a serem
aplicados, sua fixação, posição relativa a fonte de ruído e facilidade de manutenção, sem
restringir a funcionalidade do recinto.

A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos de projecto,


não significa a solução do problema.

O isolamento acústico ideal, consiste em reduzir os ruídos a um nível sonoro igual ou inferior
ao do limite do audível, só se leva a cabo em casos muito especiais, tais como as câmaras
sonoras dos laboratórios de acústica por exemplo por ser muito alto.

Com isolamento acústico pretende-se chegar a um nível sonoro médio admissível nas
diferentes partes do edifício projectado, segundo o uso a que se destine.

No isolamento acústico de andares contra sons de percussão, estes roídos são produzidos
pelas pisadas, deslocamento de móveis e objectos, queda de pesos, entre outros; estes
propagam-se através dos elementos de construção.
Pode solucionar-se realizando um corte elástico o mais próximo possível da fonte de ruídos,
a fim de amortecer ao máximo a vibração inicial. Uma das principais propriedades do
material que forme este corte elástico deverá ser a elasticidade constante para as diversas
frequências e cargas.

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1.3.1 - Tempo de reverberação.

Os materiais escolhidos para o isolamento acústico de um espaço fechado devem ter em


atenção as suas características em termos da sua capacidade de absorver o som, isto é, o seu
coeficiente de absorção sonora ( )2 . Sendo esta característica a que permite a absorção,
dos materiais, de parte da energia que sobre eles incide, reveste-se de capital importância
na reverberação dos espaços.

O tempo de reverberação é, por definição, o intervalo de tempo durante o qual a energia por
unidade de volume do campo sonoro se reduz a um milionésimo do seu valor inicial.
(Ferreira, 2008).
Quadro 1 – Alguns coeficientes de absorção sonora (Fonte tabelas técnicas - 2003)

2
Coeficiente de absorção sonora é a relação existente entre a quantidade de energia sonora que é absorvida por
determinado material e aquela que sobre ele incide. O coeficiente de absorção sonora varia entre 0 e 1. Por exemplo, um
material que possui um α de 0,1 absorve 10% da energia que sobre ele incide e reemite os restantes 90%.

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1.4 - Protecção aos ruídos de percussão

Na protecção contra os ruídos de percussão é necessário, revestir os pavimentos com


produtos elásticos e flexíveis (materiais resilientes que também devem ser colocados entre
as paredes divisórias e os pavimentos) e alternar os pavimentos com revestimentos duros, as
camadas duras e as resilientes (pavimentos flutuantes).

A redução sonora proporcionada por pavimentos flutuantes é definida pela diferença entre
o índice de isolamento sonoro da laje não revestida e o índice de isolamento sonoro da laje
com o revestimento aplicado.

1.4.1 - Cuidados a ter

Eliminar na laje suporte todas as asperezas susceptíveis de deteriorar a sub-capa resiliente.

• Evitar canalizações sobre a laje suporte


• Tornar a superfície superior da sub-capa (camada resiliente) estanque, para
evitar a entrada de aleitadas de cimento que possam vir a funcionar como
ligações rígidas
• Evitar qualquer ligação rígida da laje flutuante com as estruturas do edifício (roda
pés não devem tocar na laje flutuante, etc.)
• O pavimento flutuante não deve ter nenhum contacto lateral com as paredes
verticais. Visando evitar estes contactos, levanta-se o elemento isolante mais ou
menos 10cm sobre as paredes, formando caixa sobre o contorno do pavimento
flutuante.

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Passos a efectuar:

1. Limpar a superfície da laje, para evitar a existência de elementos que possam


perfurar o isolamento, o que poderia originar pontes térmicas.
2. Colocar o isolamento sobre a laje, sem qualquer fixação ou colagem.
3. Sobrepor as juntas, aproximadamente 10 cm.
4. Nos encontros com paredes, o material deve ser colocado até uma altura superior às
das camadas de acabamento a aplicar, de forma a evitar pontes acústicas.
5. Envolver todos os elementos de atravessamento da laje com o isolamento acústico.
6. Aplicar uma betonilha de suporte do acabamento numa única operação, que deve
apresentar uma espessura mínima de 4cm.

Fig. 5.1- Isolamento da laje

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Figura 5.2 – isolamento de laje

1.4.2 - Ruído de instalações de águas e esgotos

No traçado deve-se reduzir turbulências e fenómenos de cavitação, evitar joelhos e tês e


ainda uma mudança significativa no diâmetro das condutas.

Presença de ar nas canalizações, assegurar declive que facilite a saída do ar a vapor. Usar
inclinações> 1 mm/m.

Variações de temperatura, evitar absorver tensões resultantes da diferença de


temperaturas, montar juntas de dilatação (na água quente).
Vibrações para a estrutura isolar as canalizações ou suportes, intercalar com materiais
elásticos.

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Equipamentos, nos autoclismos a entrada de água devem estar mergulhado. As válvulas e


dispositivos quebra jacto, torneiras ter dispositivos quebra jacto, o sistema de bombagem
deve estar apoiado num maciço de borracha.

Figura 6 – diferentes modos de transmissão do ruído

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1.5 - Isolamentos acústicos através de paredes simples e duplas

1.5.1 - Isolamento acústico de uma parede simples:

A transmissão de energia sonora através de uma parede depende de factores, como:

• Frequência do som incidente;


• Massa da parede;
• Ângulo de incidência das ondas sonoras;
• Porosidade da parede;
• Rigidez.

A medição do índice de redução sonora de uma parede experimental mostra que quanto
maior a frequência da onda sonora incidente, maior é o índice de redução sonora.
Se por exemplo, for considerado um elemento hipotético de rigidez nula e com uma
determinada massa, o índice de redução sonora aumenta de um valor constante sempre que
a frequência da onda sonora incidente duplica e diminui desse mesmo valor constante
quando a frequência da onda sonora incidente passa para metade. Contudo, na realidade
todos os elementos de construção apresentam rigidez e consequentemente modo vi de
vibração, frequência de ressonância, que provocarão quebras no isolamento sonoro,
impedindo que se estabeleçam relações directas entre a massa do elemento e o isolamento
sonoro, para uma determinada frequência, ou entre a frequência do som e o isolamento
sonoro, para um determinado elemento de separação.

1.5.2 - Isolamento acústico de paredes duplas:

Conforme referido em cima, num elemento simples o aumento do isolamento


acústico pode ser conseguido com o aumento da massa desse elemento.
Todavia, uma das formas de aumentar significativamente o isolamento do elemento
de separação, sem o aumento da sua massa, passa pelo fraccionamento do elemento em
duas ou mais camadas.

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 Ressonância do conjunto (massa – ar – massa):

Quando o som incidente no elemento duplo apresenta uma frequência superior à


frequência de ressonância, a elasticidade da lâmina de ar transmite cada vez com
mais dificuldade os movimentos de um pano em relação ao outro, assim, a caixa-de-
ar contribui para absorver parte da energia sonora e o isolamento sonoro pode
atingir valores substancialmente superiores aos verificados num elemento simples
com a mesma massa total.

 Frequências de ressonância da caixa-de-ar (reflexões múltiplas):

Para além da frequência da ressonância por movimento conjunto do sistema,


constitui um elemento duplo, podem também ocorrer ressonâncias no interior da
caixa-de-ar, devido ao estabelecimento de campos estacionários entre as superfícies
interiores dos dois panos.
Para pequenas espessuras de caixa-de-ar, as frequências de ressonância no interior
da caixa-de-ar são elevadas. Para espessuras de superiores a 5cm, a frequência de
ressonância atinge valores dentro da zona audível, o que pode originar o
aparecimento de importantes quebras de isolamento acústico. Poderá então
recorrer-se à aplicação de material absorvente sonoro no interior da caixa-de-ar de
forma a evitar estas quebras.

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1.5.3 - Isolamento sonoro do exterior

A propagação do ruído exterior para o interior dos edifícios põe em causa diversos
elementos, nomeadamente as partes opacas da envolvente vertical, as janelas, as
coberturas, as aberturas de admissão ou rejeição de ar de ventilação, para os edifícios
correntes de habitação, são as janelas que desempenham papel determinante na
transmissão de ruído para o interior.

A janela é, muito provavelmente, o elemento mais complexo integrado na envolvente de um


edifício, dadas as múltiplas funções que deve satisfazer:
• Fornecimento de iluminação natural
• Comunicação visual com o ambiente exterior
• Ventilação natural
• Isolamento sonoro

O isolamento sonoro conferido por uma janela depende das características (em termos
essencialmente de estanquidade ao ar) dos elementos de suporte dos vidros e das
propriedades isolantes dos panos em vidrados utilizados; deve sublinhar-se que a instalação
de vidros assegurando isolamento elevado só merece ser considerada quando a vedação de
frinchas foi realizada devidamente.

Numa janela de funcionamento normal, ocorrem juntas em elementos fixos (por exemplo,
entre o aro e o caixilho). As trinchas entre elementos que não tem movimento relativo entre
si deverão ser preenchidas por material elástico e' absorvente sonoro (lã mineral ou
equivalente) e seladas, em ambas as faces, por material resiliente vedante. Uma classe
particular destas frinchas é as que ocorrem entre os vidros e a estrutura do caixilho que os
suporta, o que sucede como resultado do envelhecimento e arrancamento, ou da fissuração,
da massa de assentamento. É aparente a conveniência da utilização de elementos de
assentamento que sejam relativamente imunes aquele processo, por exemplo, banda de
pasta de silicone.

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Figura 7 – Janela de PVC

Os estores de correr, comandados pelo interior e que equipam a generalidade das janelas,
constituem factor de redução sensível do isolamento que elas proporcionam, a menos que
sejam tomadas medidas especiais para elevar o isolamento proporcionado pela envolvente
(aumento da massa dos elementos que a constituem) complementando com aplicação de
revestimento absorvente sonoro no interior da caixa do estore.

1.6 - Soluções construtivas exemplares

1.6.1 - Locais pouco ruidosos

As Paredes exteriores podem ser de alvenaria simples com 0.22 m de espessura e de parede
de alvenaria dupla, (0.11+0.07), assegurando assim uma satisfação aceitável, não se
colocando exigências particulares em relação aos vãos de vidro.

As soluções correspondentes a satisfação de alta qualidade implicam a utilização de vidros


com a espessura mínima de 5 mm, em caixilhos de frinchas reduzidas e em que as caixas de
estores, comandados do interior, recebam condicionamento acústico por aplicação de

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revestimento absorvente sonoro no seu interior (por exemplo, placas de fibras minerais
aglutinadas) e aumento da massa das paredes da caixa (mínimo 40 kg/m2).

Uma cobertura em telhado, com laje de esteira de betão armado ou de vigotas, assegura
satisfação de alta qualidade. Se for cobertura em terraço com as camadas habituais para
pendente, impermeabilização e protecção mecânica assegura igualmente aquele grau de
satisfação.

Figura 8 – local pouco ruidoso

1.6.2 - Locais muito ruidosos

As Paredes exteriores ao nível de qualidade aceitável podem obter-se com a utilização de


paredes duplas em alvenaria de tijolo furado (0.11 m + 0.07 m), e vãos de vidro duplos com
duplo caixilho (pano exterior com a espessura mínima de 5 mm) com afastamento mínimo
de 0.10 m entre si, ocorrendo a vedação adequada das frinchas no contorno dos caixilhos.

O nível de qualidade elevada implica a utilização de paredes duplas. Podem encarar-se várias
situações, nomeadamente:

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Parede de betão de 0.15 m de espessura, duplicada por parede de alvenaria de tijolo furado
de 0.11 m de espessura, definindo caixa-de-ar com a espessura de 0.08 m, preenchida com
material absorvente sonoro. Parede em betão com 0.2.0 m de espessura, duplicada por
parede de alvenaria de tijolo furado de 0.07 m de largura, definindo caixa-de-ar com a
espessura de 0.08 m, preenchida com material absorvente sonoro. Parede de alvenaria de
tijolo maciço com 0.11 m de espessura, duplicada por parede de alvenaria de tijolo furado
de 0.11 m de espessura, definindo caixa-de-ar com a espessura de 0.08 m, preenchida com
material absorvente sonoro. Parede de alvenaria de tijolo maciço de 0.30 m de espessura,
duplicada por elemento leve (painel de gesso com espessura de 0.03 m), separado por caixa-
de-ar com a espessura não inferior a 0.12. m, preenchida com material absorvente sonoro.

Os elementos de
vidro serão duplos
com duplo caixilho
(exterior com vidros
de espessura de 8
mm e interior com
vidros de espessura
de 6 mm) com o
afastamento mínimo Figura 9 – Local Muito Ruidoso
de 0.15 m e aplicação de
material absorvente como revestimento da gola da caixa definida entre os panos de vidro.

Uma Cobertura com satisfação de qualidade aceitável implica a utilização de cobertura


dupla, constituída por laje duplicada por tecto falso instalado a cota 0,15m inferior a da face
inferior da laje; o tecto falso poderá ser constituído por lâmina de gesso com a espessura de
cerca de 0,015m, recebendo, no tardoz, material absorvente sonoro aplicado em camada
com a espessura de 0,04m.

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1.6.3 - Isolamento entre espaços do mesmo edifício

A capacidade de dissipação de energia sonora num determinado num local encontra-se


directamente ligada com a absorção conferida pelos revestimentos existentes (nas paredes,
pavimentos e tectos), assim como o mobiliário e outros elementos decorativos ou
funcionais. A qualificação da dissipação de energia é efectuada com o recurso ao
conhecimento do valor do tempo de reverberação.

Paredes simples de alvenaria de tijolo furado normal com a espessura de 0,22 m, rebocado
nas duas faces conduzem a satisfação de nível aceitável. Igualmente se atinge este grau de
satisfação com pano de parede de betão (em regra estrutural), com a espessura mínima de
0,12m.

Os pavimentos a utilização de laje constituída por


vigotas de betão pré-esforçado, blocos de cofragem e

camada de betão com a espessura mínima de 0,03 Figura 10 - Pontos de Contacto


m (espessura total 0,15m) e recebendo em obra
uma camada de enchimento de betonilha revestida
por alcatifa agulhada assegura satisfação de nível aceitável.

As portas deveram ser calafetadas com material isolante (fita autocolante de borracha).

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1.7 - Estimativa de custos

Para efeitos desta estimação, tomaram-se por


referência edifícios correntes de habitação, com
organização normal de espaços e que não
compreendam pisos ocupados por instalações ruidosas
(como discotecas). Mais em pormenor considerou-se
uma habitação tipo T2, com área de 75 m2 e 8 m2 de
vãos de vidro, localizada no último piso, de forma a
poder ser tomada em consideração a influência da
cobertura. Consideraram-se ainda os preços unitários
constantes da informação disponível no LNEC.
Figura 11 – Estimativa de Custos
Analisados os custos da construção para os vários
locais, verifica-se que, em locais não ruidosos, se obtém
o nível de satisfação aceitável, com os actuais custos. Estima-se um acréscimo de encargos
de 2% a 3% para as habitações com um nível de satisfação de alta qualidade em locais não
ruidosos.

Estima-se um acréscimo dos custos de construção da ordem dos 15% para habitações com
um nível de satisfação de alta qualidade em locais muito ruidosos.

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2. Isolamento Térmico

2.1 - Definição

Com a crescente preocupação com o meio ambiente, uma ênfase maior tem sido dada aos
produtos utilizados na construção civil, de maneira a se economizar energia em qualquer
edifício, seja doméstico ou comercial.

Nos últimos anos, novas regulamentações têm sido introduzidas para se especificar um
mínimo de exigências para a eficiência da energia.

A entrada em vigor em 1 de Janeiro de 1991 do Regulamento das Características de


Comportamento Térmico dos Edifícios - RCCTE, Decreto-Lei n.º 40/90, de 6 de Fevereiro,
obriga a que todos os edifícios sujeitos a licenciamento ou promovidos pelo Estado
satisfaçam requisitos mínimos de qualidade térmica.

Este tipo de isolamento, entende-se como a propriedade de ter pouca permeabilidade


térmica, ou ter um coeficiente de condutividade térmica (K) tão baixo quanto possível.

Figura 12 – Exemplo Isolamento Térmico

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2.2. Características térmicas

2.2.1. Risco de incêndio

A questão do risco de incêndio se reduz simplesmente ao seguinte: o material é combustível


ou não? A madeira é combustível; o aço não. Embora tais factos sejam certamente
verdadeiros, eles são quase irrelevantes para o comportamento dos dois materiais no caso
de incêndio.
As características dos materiais de construção, relativamente ao risco de incêndio, são
definidas quando respondemos às seguintes perguntas:

1. O material é combustível?
2. Se for combustível, sua ignição é fácil e suas chamas se espalham
rapidamente?
3. Quais as suas características de combustão?
4. Finalmente: se não for combustível, qual o seu comportamento quando há
combustão de materiais adjacentes?

Alguns materiais queimam muito devagar, mas com as chamas que se propagam
rapidamente por suas superfícies. Cada material terá comportamentos diferentes expostos
ao fogo.

Existem tratamentos de protecção contra o fogo para todos os materiais combustíveis.


Existem tipos de espumas de plásticos que retardam as chamas, e tintas retardadoras de
chamas que oferecem protecção suplementar.

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2.2.2. Condutividade térmica

Para que o calor existente dentro de uma sala se propague através do material das paredes,
é necessário que atravesse três barreiras. Em primeiro lugar, o calor é obrigado a passar pela
superfície do material; depois, através deste, para a superfície oposta; e finalmente, o calor
deve se transferir da parede da edificação para o ar exterior.

O material isolante térmico deverá ter um coeficiente de condutividade térmica tão baixo
quanto possível, sendo necessário que o conserve através do tempo e durante a sua
colocação definitiva, existem materiais que são isolantes mas que com o decorrer do tempo
vão absorvendo humidade, aumentando assim o coeficiente de condutividade térmica, valor
que aumenta em 7% por cada 1% de humidade absorvida. Todo o material isolante não deve
ser higroscópio, devendo conservar as suas propriedades e manter indefinidamente igual
coeficiente de condutividade.

• A transmissão de calor não é mais do que a transmissão de energia de uma região


para outra, como resultado de uma diferença de temperaturas entre elas.
• A transmissão de calor pode efectuar-se de três formas distintas:
• - Transmissão por CONDUÇÃO: passagem de calor de uma região para outra de um
mesmo corpo, ou de um corpo para outro quando estes se encontram em contacto.
• - Transmissão por RADIAÇÃO: emissão de energia da superfície de um corpo sob a
forma de ondas electromagnéticas.
• - Transmissão por CONVECÇÃO: passagem de calor de uma zona para outra de um
fluído em consequência do movimento relativo das partículas do mesmo

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Figura 1: Transmissão por: (a) condução, (b) convecção e (c) por radiação

A inércia térmica de um edifício é a sua capacidade de contrariar as variações de


temperatura no seu interior, ou seja, de reduzir a transferência ou transmissão de calor.
Isto acontece devido à sua capacidade de acumular calor nos elementos construtivos. A
velocidade de absorção e a quantidade de calor absorvida determina a inércia térmica de
um edifício.

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Quadro 2 - Coeficiente de condutividade (fonte Martinho J.)

Condutibilidade
Massa volúmica térmica
Material aparente (Kg/m3) (W/m.ºC)
20-35 0,045
Lã de rocha 35-180 0,040
8-12 0,045
Lã de vidro 12-80 0,040

Vidro celular 110-140 0,050

Aglomerado negro de cortiça 100-150 0,045

Poliestireno expandido moldado 15-35 0,040

Poliestireno expandido extrudido 25-40 0,035

Espuma rígida de poliuretano 30-40 0,030

Materiais granularas leves ou fibras 0,050


soltas 20-100

Cerâmica de barro vermelho 1800-2000 0,045

Betão de inertes correntes


- betão normal 2200-2400 1,75
- betão cavernoso 1700-2100 1,4

O coeficiente de condutividade que se designa por λ ou K de um material qualquer, é a


quantidade de calor que passa durante uma hora por 1 m2 de uma parede com um metro de
espessura constituído pelo referido material, quando a diferença de temperatura entre
ambas as faces da parede é de 1grau cent. Assim o coeficiente de condutividade térmica
determina o poder de transmissão do calor através do corpo, a perda de calor e proporcional
ao λ e por isso os materiais devem ter λ tão pequeno quanto possível.

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Condutividade térmica é uma propriedade física dos materiais que é descrita como a
habilidade dos mesmos de conduzir calor. Condutividade térmica equivale a quantidade de
calor Q transmitida através de uma espessura L, numa direcção normal à superfície de área
A, devido a uma variação de temperatura ΔT, sob condições de estado fixo e quando a
transferência de calor é dependente apenas da variação de temperatura.

O coeficiente de condutividade térmica k depende da natureza do material sendo elevado


para bons condutores, como os metais, e baixo para isolantes térmicos.

2.2.3. Coeficientes de propagação do calor

Para o calor se propagar do ar de uma sala para uma parede, ou da parede de uma
edificação para o ar exterior, deve haver uma diferença de temperatura entre a parede e o
ar, como se vê pela figura 3.
Separando a parede do ar, existe uma fina camada de ar através da qual se dá uma pequena
queda de temperatura.

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2.2.4. Isolamento do vapor de água

Muitas das actividades desenvolvidas dentro das edificações aumentam grandemente o teor
de vapor de água do ar existente no interior das mesmas. Tais actividades compreendem a
lavagem de pisos e de roupas, o serviço de cozinha, a lavagem da louça e o uso das pias e
banheiras. Como o ar de um prédio é morno, pode conter uma quantidade muito maior de
vapor de água, do que o ar frio de fora. A pressão do vapor de água, consequentemente, é
mais elevada dentro da edificação aquecida do que no ar frio de fora, e o vapor tende a
migrar através do material das paredes, de dentro para fora do prédio.

Os problemas mais graves de migração do vapor ocorrem nos climas frios, onde as
diferenças entre as temperaturas interna e externa atingem 30ºC ou mais.

Para prevenir essa condensação dentro da estrutura da edificação, emprega-se um material


que funcione como uma barreira de vapor. Trata-se de uma camada de material
impermeável, ou relativamente impermeável, ao vapor de água. Essa barreira deve ser
colocada no lado quente, ou face interna da estrutura, isto é, no lado quente do ponto de
vista de condensação como mostra a figura 4.

Figura 13 - Barreira contra o vapor.

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A humidade pode penetrar numa habitação através de uma laje de concreto ao nível do
solo. Essa humidade poderá danificar ou desprender os ladrilhos assentados sobre a laje.
Para prevenir essa penetração de humidade, coloca-se uma camada sobre a terra que fica
abaixo do betão. Qualquer barreira contra o vapor de água serve também contra a
humidade. Emprega-se geralmente um filme de polietileno, de espessura 0,1 ou 0,5 mm.
Usa-se uma camada de areia como almofadas para a película, a qual não deve ser perfurada
pelas barras de aço do betão armado, ou durante a operação de betonagem da laje.

Há casos em que a barreira contra o vapor cria problemas piores do que aqueles que ela
resolve. É evidente que uma barreira de vapor servirá também para reter a humidade dentro
da habitação, e isso poderá constituir um problema.

Portanto, a barreira do vapor deverá ser evitada sempre que possível. Isso ocorre nos climas
amenos e em construções sem aquecimento central.

2.3. Vantagens do isolamento térmico:

2.3.1 - Em relação ao aquecimento dos locais;

• Reduzem-se ao mínimo as perdas de calor


• Economia de energia
• Economia no custo de gastos de energia
• Climatização dos locais (efeito regulador de temperatura ambiente).
• Facilita a manutenção de temperaturas amenas no inverno, e frescas no verão
• Torna possível o estudo, determinação, e colocação em prática de quadros de
temperaturas
• Melhor conservação dos produtos ou materiais armazenados.
• Permite manter as superfícies interiores de paredes e tectos a temperaturas muito
próximas de ambiente dos locais, superiores ao valor do ponto de orvalho, limite
mínimo de temperatura determinante da condensação.

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2.3.2 - Em relação às condições de trabalho e sistemas de produção;

• Climatização dos locais (efeito regulador de temperatura ambiente).


• Facilita a manutenção de temperaturas amenas no inverno, e frescas no verão
• Torna possível o estudo, determinação, e colocação em pratica de quadros de
temperaturas
• Melhor conservação dos produtos ou materiais armazenados.

2.3.3 - Evitar condensações;

• Permite manter as superfícies interiores de paredes e tectos a temperaturas muito


próximas de ambiente dos locais, superiores ao valor do ponto de orvalho, limite
mínimo de temperatura determinante da condensação.

2.3.4 - Normas, certificação e homologações

Principais referências normativas:

 Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE),


Decreto-Lei no 40/90 de 6 de Fevereiro, instrumento legal que regulamenta as
condições térmicas dos edifícios.

 Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE),


Decreto-Lei no 80/2006 de 4 de Abril, instrumento legal que regulamenta as
condições térmicas dos edifícios e que substitui o Decreto-Lei no 40/90 a partir de
Julho de 2006.

 Directiva 2002/91/CE sobre eficiência energética de edifícios

 Directiva 89/106/CE sobre produtos para a construção

 EN 13164. Produtos de isolamento térmico para aplicação na construção. Produtos


produzidos em poliestireno extrudido (XPS) – Especificação

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2.4 - Sistema de isolamento térmico pelo exterior

Os sistemas de isolamento térmico, aplicados de forma contínua e pelo exterior dos


edifícios, contribuem para a optimização do desempenho energético dos edifícios, sendo
extremamente fáceis de fiscalizar.

Em Portugal o isolamento térmico é utilizado na construção de edifícios desde a década de


1950 e é uma componente essencial para o bom desempenho energético dos edifícios.

Obrigatório no sector da construção desde 1991, com a entrada em vigor do primeiro


Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) o
isolamento térmico tanto pode ser aplicado pelo interior das paredes da envolvente de um
edifício, como colocado na caixa-de-ar entre paredes duplas, como ainda ser assente pelo
exterior de um edifício. Tem utilidade em qualquer destas aplicações, mas é sobretudo
numa, aquela pelo exterior do edifício, que o isolamento térmico tem a maior eficácia.

Um sistema de isolamento térmico com características técnicas e espessura adequadas,


aplicado de forma contínua e pelo exterior dos edifícios (pavimento térreo, paredes
envolventes e coberturas), contribui mais para a optimização do desempenho energético de
um edifício, do que qualquer outro sistema equiparável.

O Isolamento Térmico, aplicado de modo contínuo e pelo exterior, apresenta as seguintes


vantagens:

1) É conseguida a eliminação de todas as pontes térmicas, que causam o aparecimento de


condensações e, consequentemente, de fungos em paredes interiores (ou em
compartimentos fechados), devendo, tanto o projecto como a execução, garantir a
continuidade efectiva do isolamento térmico;

2) É improvável uma má execução, ou seja, “esquecer” a colocação de placas, como tão


frequentemente acontece quando o isolamento térmico se encontra escondido entre dois
panos de tijolo (parede dupla), uma vez que todo o isolamento térmico aplicado pelo
exterior permanece visível durante a sua aplicação em obra, facilitando a sua fiscalização;

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3) A estrutura do edifício e todos os materiais pesados que compõem a envolvente são


protegidos dos contrastes e extremos de temperatura e das intempéries. Esta protecção
garante uma maior longevidade e a integridade física dos materiais fundamentais, porque,
desta forma, não sofrem nem a fendilhação nem as microfissuras típicas em toda a
construção tradicional. Evita-se, assim, que estas microfissuras absorvam água por acção
capilar, água que deteriora os materiais, sobretudo os metais;

4) O isolamento térmico, aplicado de forma contínua e pelo exterior, faz com que a inércia
térmica (dos materiais pesados utilizados na construção) funcione a favor do clima interior,
contribuindo para que as temperaturas no edifício se mantenham estáveis e dentro das
amplitudes térmicas médias do clima mediterrânico. Este comportamento resulta do facto
das envolventes (paredes exteriores) não permanecerem em contacto directo com o
exterior, estabilizando as temperaturas no seu valor médio. Com ambas as medidas (o
isolamento térmico aplicado de forma contínua pelo exterior e a inércia térmica), os
extremos do clima mediterrânico não afectam o equilíbrio térmico no interior do edifício;

5) Estes sistemas de isolamento térmico pelo exterior podem ser igualmente aplicados na
reabilitação de edifícios que não possuam nenhum ou insuficiente isolamento térmico.
Sendo o sistema aplicado pelo exterior, é apenas necessário garantir que o mesmo adira
permanentemente à superfície exterior existente e cuidar dos pormenores construtivos em
volta de vãos, nas cimalhas e beirados;

6) O aspecto com que ficará, poderá ser aquele que se desejar – com acabamento em
reboco pintado (em qualquer cor), de revestimento em pedra (colada ou fixada
mecanicamente), de tijoleira de burro…

7) O Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE)


revisto, Decreto-Lei 80/06 de 4 de Abril, contempla a contribuição das pontes térmicas para
o balanço energético negativo do edifício e obriga a soluções que minimizem as pontes
térmicas, como é conseguido pelos sistemas de isolamento térmico aplicados de forma
contínua e pelo exterior.

Existindo no mercado diversos sistemas de isolamento térmico que se aplicam pelo exterior,
é importante salvaguardar as seguintes características que variam conforme o sistema, e

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aconselhar-se com o projectista a quem cabe especificar o sistema. Este, por sua vez, obtém
as garantias do fornecedor:

 O isolamento térmico utilizado (poderá ser poliestireno expandido – mais conhecido


por esferovite – ou lãs de rocha, cortiça…) deverá possuir as características
adequadas, incluindo as da sua durabilidade, as características isolantes e a
espessura correcta para o contexto específico;

 O revestimento do sistema de isolamento térmico, aplicado de forma contínua pelo


exterior, deverá garantir a permeabilidade ao vapor e a impermeabilidade à água –
isto significa que não deve criar barreira à troca gasosa, mas deve criar barreira à
entrada de água líquida – o que, normalmente, fica assegurado sempre que a
composição do revestimento exterior tenha base acrílica;

 No revestimento existirá sempre uma camada de protecção mecânica (isto porque


qualquer dos materiais é relativamente resiliente), camada esta que terá que ser
adequada à situação específica do edifício. A protecção mecânica das argamassas,
inclui uma tela tecida de vidro através de cuja gramagem múltipla oferece vários
graus de resistência;

Para evitar que seja necessário pintar frequentemente o edifício, é importante diminuir a
textura do acabamento exterior final (tornando a superfície o mais lisa possível), sobretudo
em zonas com maior teor de humidade, tendo, nessas condições, especificado que, ao
revestimento final, sejam adicionados mais fungicidas e algicidas.

2.5. Isolar paredes e corrigir pontes térmicas

2.5.1. Paredes simples

A necessidade de construir paredes de menor espessura pode conduzir à solução de paredes


simples. Neste caso, poder-se-á equacionar a colocação do isolamento térmico na face
interior ou na face exterior da parede, e a adopção de soluções de revestimento aderidos ou
em que exista uma caixa-de-ar entre o isolamento e o revestimento.

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2.5.1.1 Vantagens

A colocação do isolamento térmico pelo exterior tem como vantagens:

 A obtenção de uma camada contínua de isolamento térmico, evitando as pontes


térmicas.
 A disponibilidade de maior inércia térmica, sobretudo importante em edifícios com
ocupação permanente.
 Manter-se a parede no lado isolado do edifício, estando consequentemente menos
sujeita às variações de temperatura.
 O isolamento térmico pelo exterior é hoje reconhecido, de forma incontestável,
como uma solução técnica de alta qualidade, pois permite:
 Redução das pontes térmicas, o que se traduz por uma espessura de isolamento
térmico mais reduzido para a obtenção de um mesmo coeficiente de transmissão
térmica global da envolvente;
 Diminuição do risco de condensações lançando o ponto de orvalho para o exterior
do edifício;
 Aumento da inércia térmica interior dos edifícios, dado que a maior parte da massa
das paredes se encontra pelo interior do isolamento térmico. Este facto traduz-se na
melhoria do conforto térmico de Inverno, por aumento dos ganhos solares úteis, e
também de Verão devido à capacidade de regulação da temperatura interior;
 Economia de energia devido à redução das necessidades de aquecimento e de
arrefecimento do ambiente interior;
 Diminuição da espessura das paredes exteriores, aumentando a área habitável;
 Redução do peso das paredes e das cargas permanentes sobre a estrutura;
 Aumento da protecção conferida ao tosco das paredes e aos elementos estruturais
face às solicitações dos agentes atmosféricos (choque térmico, água líquida,
radiação solar, etc.);
 Diminuição do gradiente de temperaturas a que são sujeitas as camadas interiores
das paredes;

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 Melhoria da impermeabilidade das paredes


 Possibilidade de mutação do aspecto das fachadas e colocação em obra sem
perturbar os ocupantes dos edifícios, o que torna esta técnica de isolamento
particularmente adequada na reabilitação de fachadas degradadas;
 Grande variedade de soluções de acabamento;
 Poupança energética e conforto interior.

A colocação do isolamento pelo interior poderá ser uma opção mais eficiente em edifícios
que não tenham uma ocupação permanente, ou em situações de recuperação ou renovação,
nas quais a aplicação do isolamento térmico pelo exterior poderia implicar algumas
dificuldades no remate com vãos existentes.

Desvantagens da aplicação do isolamento térmico pelo exterior:

• Custo unitário em média superior ao sistema de isolamento térmico pelo interior.


• Aplicação técnica de execução delicada, efectuada normalmente por equipas
especializadas e com condições climáticas apropriadas.
• A durabilidade e desempenho dos sistemas de fixação (excluindo os ETICS)
necessitam de ser cuidadosamente avaliadas atendendo à gravidade da eventual
queda de um elemento de revestimento exterior.
• A generalidade dos sistemas possui uma resistência ao choque reduzida.
• Risco de ocorrência de condensações internas na interface do material isolante
térmico com a camada exterior.

2.5.1.2. Isolamento interior com revestimento aderido

São sobretudo indicadas para o interior. A sua colocação pelo exterior implica grandes
cuidados de execução e a utilização de massas especiais, uma vez que sobre o reboco
incidirá radiação solar, exigindo-lhe uma grande elasticidade.

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Para se poder aplicar o revestimento interior directamente sobre as placas de isolamento


térmico, deve este material:

 Dispor de uma boa resistência à passagem do vapor de água. É esta a única forma de
se evitar a colocação de uma barreira pára-vapor que, a ser aplicada, deveria estar
na face interior do isolamento, impedindo a posterior execução do acabamento;
 Ter uma resistência à compressão adequada para suportar eventuais choques na
superfície de acabamento;
 Ter uma superfície que permita a boa aderência das massas de colagem das placas
de isolamento ao suporte e das massas de reboco ou estuque ao isolamento.

Figura 14 – Colocação de Isolamento térmico – Parede simples, Pormenor.

2.5.1.3. Isolamento interior com revestimento não-aderido

São indicadas para o interior e exterior, sendo soluções de fácil execução e que diminuem a
margem de erro de execução. Em situações de isolamento térmico pelo exterior, este tipo
de revestimentos é mais vantajoso porque, ao considerar a existência de uma caixa-de-ar
entre o isolamento térmico e o revestimento exterior da parede, contribui para um melhor
comportamento térmico da parede, diminuindo a amplitude térmica entre as faces exterior
e interior do isolamento térmico.

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Como suporte para acabamentos pré-fabricados (placas de gesso cartonado, madeira, etc.),
as placas de isolamento térmico de paredes simples devem:

 Ter resistência à compressão suficiente para que se possa fixar o acabamento com a
devida eficácia, sem que se diminua a espessura da camada isolante que deve ser
contínua.

 Ter a rigidez e consistência suficientes para que não se verifiquem assentamentos


por gravidade de modo a que a superfície de isolamento se mantenha uniforme e
contínua ao longo dos anos.

2.5.1.4 - Aplicação

Para ter um bom desempenho ao longo dos anos, um material de isolamento térmico
aplicado na face exterior da parede deve:

• Aplicação e desempenho futuro não afectados pelas condições climáticas


exteriores.
• Possibilidade da manutenção da identidade arquitectónica da fachada, bem como
de uma intervenção individualizada num ou mais fogos de um edifício residencial
colectivo.
• Solução construtiva pouco dispendiosa nas vertentes matéria-prima e execução.
• Aquecimento Eventual menor dispêndio de energia no aquecimento interior em
regimes do tipo descontínuo (típicos no segmento residencial em Portugal).
• Permite em alguns tipos de soluções a integração de tubagens sem deterioração do
pano de parede (o que acontece na generalidade das soluções tradicionais em
alvenaria dupla ou em alvenaria simples com isolamento térmico pelo exterior).
• Quando combinados com determinados elementos de revestimento (ex. gesso
cartonado), permitem aumentar significativamente a resistência ao fogo, podendo
ser por exemplo utilizados para a protecção ao fogo de estruturas metálicas.

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Desvantagens:

• Pontes Térmicas - Potenciador de situações de ponte térmica em diversas


configurações construtivas, requerendo disposições específicas de correcção.
• Variações de Temperatura - Parede exterior mais susceptível a solicitações de
natureza térmica decorrentes sobretudo da variação da radiação solar (incluindo o
fenómeno de choque térmico).
• Estanquidade - Parede exterior mais susceptível à acção da água de precipitação.
• Inércia Térmica - A inércia térmica (interior) é reduzida em consequência da
inutilização da parede exterior como massa de armazenamento térmico.
• Reabilitação Térmica - Implica o abandono dos habitantes do interior do edifício.
Poderá não permitir a manutenção de ornamentos interiores em edifícios antigos.
• Área Útil - Em operações de reabilitação verifica-se uma perda de área útil interior
que, embora possa ser considerada reduzida, acarreta sempre uma diminuição do
valor do imóvel.
• Condensações Internas - Maior risco de ocorrência de condensações na interface
entre o material isolante térmico e o pano exterior de parede face às demais
soluções de isolamento, implicando a eventual utilização de uma barreira pára-vapor
na face quente (interior) do material isolante.

2.5.2. Paredes duplas

Uma vez instalado na caixa-de-ar de uma parede dupla, o isolamento térmico é


praticamente inacessível. Assim, qualquer problema relativo ao próprio material ou à sua
aplicação será, a partir desse momento, difícil de detectar até que ocorram as patologias que
sejam consequência deste problema. Qualquer solução para resolvê-lo será de difícil
execução e comportará custos elevados. Assim, a execução da instalação do isolamento
térmico, bem como a escolha de um material adequado revestem-se de particular
importância para o sucesso do comportamento térmico da parede.

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Figura 15 – Colocação de Isolamento térmico – Parede Dupla.

2.5.2.1 Aplicação

A aplicação de materiais de isolamento térmico sensíveis à humidade obriga a importantes


cuidados de forma a evitar qualquer absorção de água que iria implicar a perda parcial ou
total da capacidade isolante.

Assim:

 O espaço de ar adicional (junto ao pano exterior) deverá estar completamente limpo


sob pena de qualquer detrito ali acumulado servir de meio transmissor de humidade
entre o pano exterior e o isolamento térmico, com a consequente absorção de água.

 È necessária a execução de uma barreira pára-vapor na face exterior do pano


interior para evitar a passagem de vapor de água através do material isolante
sensível à humidade que, a existir, provocaria condensações intersticiais e a
consequente absorção de água, perdendo o material a sua capacidade de isolar.
Refira-se, no entanto, que esta barreira pára-vapor dá origem a uma concentração de
vapor de água no pano interior da parede, facto que poderá ser prejudicial ao bom
funcionamento deste elemento da envolvente.

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A aplicação de materiais de isolamento térmico insensíveis à humidade e com grande


resistência à passagem de vapor permite a dispensa da barreira pára-vapor, uma vez que a
quantidade de vapor que atravessa o material não será suficiente para que ocorra
condensação intersticial.

A condensação superficial que possa ocorrer na face exterior da placa de isolamento térmico
será drenada pelo espaço de ar, não implicando qualquer degradação do material de
isolamento (insensível à humidade). Por outro lado, com materiais insensíveis à humidade e
em situações de recurso, poder-se-á equacionar uma parede dupla em que a caixa-de-ar
esteja totalmente preenchida pelo isolamento térmico, uma vez que eventuais infiltrações
pelo pano exterior da parede não o afectarão.

O material que faz o isolamento térmico da parede deve ainda:

 Ter a rigidez e consistência suficientes para que não se verifiquem assentamentos


por gravidade de modo a que a superfície de isolamento se mantenha uniforme e
contínua ao longo dos anos.

 Permitir trabalhos de adaptação e corte fáceis e precisos, de modo a que o encontro


com elementos estruturais e vãos esteja correctamente executado.

Qualquer imprecisão neste trabalho dá origem a descontinuidades na camada de isolamento


térmico que constituem graves pontes térmicas. Refira-se que materiais de isolamento
produzidos in-situ dependem de reacções químicas cujas condições de aplicação em obra
são críticas para a obtenção das características necessárias para um isolamento térmico
adequado.

2.5.3 - Pontes térmicas

• Ao isolar uma parede, há que ter em conta a presença de eventuais pontes térmicas,
zonas que, por não estarem isoladas termicamente, têm uma resistência térmica

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inferior à da restante envolvente, representando uma descontinuidade. É um termo


que designa toda e qualquer zona da envolvente dos edifícios em que a resistência
térmica é significativamente alterada em relação à zona corrente. Essa alteração
pode ser causada pela existência localizada de materiais de diferentes
condutibilidades térmicas e/ou por uma modificação na geometria da envolvente,
como é o caso das ligações entre diferentes elementos construtivos.
• Em termos simples, pontes térmicas são as regiões onde a caixa-de-ar ou o
isolamento térmico da parede exterior de um edifício é interrompido. Usualmente,
os pilares, vigas, lintéis, cabeceiras e ombreiras ou as lajes constituem pontes
térmicas visto que interrompem ou delimitam os panos de alvenaria.

Figura 16 – Colocação de Isolamento térmico – Correcção de Pontes Térmicas.

Na correcção de pontes térmicas, os materiais de isolamento devem ter as características


que permitam uma boa aderência das placas ao suporte e das massas de acabamento ao
isolamento, pelo que as exigências referidas para o isolamento térmico de paredes simples
aplicam-se igualmente à correcção de pontes térmicas.

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3. Materiais e aplicação

O enorme aumento da procura de isolantes térmicos, em particular registada desde o início


da década de setenta, conduziu ao rápido desenvolvimento e à diversificação da oferta neste
domínio.

Nos últimos anos o reconhecimento dos problemas de saúde e ambientais inerentes à


produção e à utilização de certos produtos (fibras de amianto, CFC's utilizados como agentes
de expansão de alguns plásticos celulares, libertação de produtos irritantes de espumas de
ureia-formaldeldo) tem renovado o interesse nas soluções de isolamento térmico realizadas
com o aglomerado de cortiça expandida, e outros tipos de isolamentos que serão referidos
neste capítulo.

3.1 Cortiça

O Sobreiro (Quercus Suber), árvore que produz a cortiça, é


típico da região da bacia do Mediterrâneo e abunda
sobretudo na sua parte ocidental. Portugal destaca-se como
sendo o país que representa a sua maior implantação e
exploração.

Formada por células tubulares microscópicas de tecido


orgânico, cheias de ar, sem comunicação entre si e
aglomeradas com substâncias resinosas. As referidas células
tornam-se elásticas por meio de impregnação de suberina

que engrossando por justaposições formam a cortiça


Figura 17 - Sobreiro
isolante, material elástico, impermeável, que não apodrece
e que é isolante por excelência. A cortiça devido as suas
propriedades isolantes, à sua leveza e ao seu preço moderado, tem permitido o seu
emprego na construção especialmente em forma de aglomerado de cortiça. Para a

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elaboração do aglomerado de cortiça parte-se dos desperdícios da indústria de rolhas de


cortiça, produzindo elementos úteis na construção especialmente nos casos em que é
necessário um bom isolamento térmico assim como acústico. Estes desperdícios reduzem-se
a serradura por meio de máquinas raladoras e moinhos especiais, esterilizando-se a 150
graus a fim de evitar o desenvolvimento de fungos ou microrganismos. Mistura-se com um
aglomerante em maquinas aquecidas por vapor, verte-se em moldes, submete-se à acção de
uma prensa hidráulica para obtenção de placas aglomeradas
e posteriormente deixa-se arrefecer e secar em estufas
projectadas para tal efeito. Antigamente utilizava-se cal,
gesso e magnésio como aglomerantes mas foram-se
substituindo por outros por serem um pouco pesados e bons
condutores de calor. Modernamente empregam-se
Figura 18 – Retirada da cortiça da
fécula, dextrina, gelatinas ou alcatrão ou simplesmente
árvore
aproveitam-se as resinas de que estão impregnadas de
células. Os produtos moldados são aquecidos em câmaras fechadas submetidas a uma
temperatura de 300 graus em uma atmosfera inerte e sob pressão.

3.1.1. Aglomerados de cortiça

Em virtude das características que apresentam, as placas de aglomerado de cortiça


expandida têm sido empregues no isolamento térmico de coberturas, de paredes e de
pavimentos de edifícios, de equipamentos e de instalações industriais (em particular de frio).

Características Técnicas - (ICB)

 Densidade: 100 - 120 Kgs./m3

 Conductividade Térmica: 0,040 w/m2 k med. temp. 20º C

 Permeabilidade ao Vapor: 0,002 / 0,006 g / h.m.mm Hg

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 Pressão Limite: 150 kPa (15 000 kgf / m2)

 Pressão Máxima sob Condições Flexíveis: 50 kPa (5 000 kgf / m2)

 Medidas: 1000 x 500 mm

 Espessuras: de 10 a 300 mm

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3.1.1.1. Propriedades gerais do aglomerado de cortiça expandida ( ICB )

Abordam-se a seguir as propriedades gerais do ICB relevantes para as aplicações mais


significativas em soluções de isolamento térmico de edifícios.

Actualmente, a produção de aglomerado de cortiça expandida para isolamento térmico opta


por apresentar no mercado um único tipo de ICB com massa volúmica aparente em geral
compreendida na gama de 110 a 130 kg/m3.

O Aglomerado de Cortiça Expandida com massas volúmicas entre cerca de 90 a 140 kg/m3
apresenta valores da condutibilidade térmica (à temperatura de referência de 10º C) da
ordem de 0,037 W/m.k a 0,040 W/m.k, o que lhe garante um "lugar cativo" na família
diversificada dos produtos de isolamento térmico de edifícios.

As resistências térmicas proporcionadas pelas espessuras usuais de aplicação do ICB - 310 a


60 mm - garantem facilmente a obtenção dos valores de K (coeficiente de transmissão
térmica) preconizados para as coberturas e para as paredes das construções na actual
regulamentação das características térmicas dos edifícios.

As temperaturas limites de utilização do Aglomerado de Cortiça cobrem facilmente a gama


corrente de valores encontrados nas aplicações em edifícios - exageradamente de -20º C a
90º C - sem ocorrência de problemas de degradação, de deformações ou de alteração
irreversível de propriedades.

A constituição da cortiça permite a exposição a temperaturas extremas bem superiores às


indicadas, facto que permite suportar sem danos a aplicação de betumes em fusão
(aquecidos a temperaturas bem superiores a 100º C) utilizados na colagem de sistemas de
impermeabilização de coberturas em terraço, ou utilizar o ICB no isolamento térmico de
equipamentos e de instalações industriais de temperaturas extremamente baixas.

As placas de aglomerado de cortiça expandida apresentam uma permeabilidade ao vapor de


água relativamente elevada. Deste modo, para evitar a ocorrência de condensações
indesejadas no interior dos elementos construtivos, ou nas próprias placas de ICB, adoptam-
se disposições construtivas adequadas, nomeadamente a aplicação de barreiras pára-vapor

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(do lado interior) ou soluções mais permeáveis ao vapor do lado exterior às placas de
Aglomerado de Cortiça Expandida.

Como material orgânico que é, o Aglomerado de Cortiça é um produto combustível, embora


comparativamente com outros isolantes orgânicos, nomeadamente certos plásticos
celulares, possa apresentar bastantes vantagens sob o ponto de vista do comportamento ao
fogo.
Ao contrário de alguns desses materiais orgânicos, que podem fundir facilmente a
temperaturas pouco superiores a 100ºC o Aglomerado de Cortiça degrada-se termicamente
(carboniza) sem fundir. A fusão de um isolante térmico implica, por um lado a perda total de
resistência e de forma (com eventuais implicações na estabilidade e na aderência de outros
elementos a ele ligados) e, por outro lado, a queda ou o escoamento de matéria combustível
fundida, eventualmente inflamada.

A combustão do Aglomerado de Cortiça Expandida também não produz, além do monóxido


de carbono gerado pela degradação térmica da generalidade dos materiais orgânicos,
quantidades significativas de outros produtos de elevada toxicidade.
No caso do aglomerado de cortiça expandida podem ser facilmente adoptadas as soluções e
protecção correntes, constituídas por placas de gesso cartonado ou de madeira com
espessuras adequadas.

Têm sido usadas pinturas com tintas especiais para revestimento da superfície aparente das
placas de ICB, nomeadamente em tectos falsos. A eficácia dessas pinturas deve ser
comprovada por ensaios laboratoriais adequados.

As características mecânicas de maior relevo para as aplicações do aglomerado de cortiça


expandida são as correspondentes resistências à compressão, à coesão e ao corte.
A resistência à compressão das placas correntes de Aglomerado de Cortiça apresenta valores
daquele parâmetro compreendidos entre 100 e 200 kPa, o que lhe permite suportar cargas
relativamente elevadas sem apresentar deformações excessivas.

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A resistência à coesão, propriedade importante quando as placas devem suportar esforços


de tracção perpendicular às faces principais, facilmente ultrapassam o valor de 50 kPa
preconizado na futura Norma Europeia do produto.

Embora provocados por acções diferentes, os esforços de corte a que as placas de


Aglomerado de Cortiça resistem também ultrapassam o valor de 50 kPa. Esforços deste tipo
podem ser introduzidos por elementos aderentes às superfícies das placas em consequência,
quer do peso próprio, quer de movimentos, nomeadamente de origem termo-higrométrica
desses elementos.

Um outro aspecto positivo que caracteriza o aglomerado de cortiça expandida é o facto de


apresentar uma boa estabilidade dimensional face às variações significativas da temperatura
e da humidade relativa a que pode estar sujeita em determinadas aplicações, como por
exemplo quando realiza o isolamento térmico de coberturas em terraço.

O aglomerado de cortiça expandida não apresenta problemas de compatibilidade com


outros materiais de construção com os quais está em contacto nas suas aplicações habituais.
Assim, não existem problemas de interacção química com substâncias contidas noutros
produtos, nomeadamente plastificantes, solventes, resinas, compostos aromáticos ou
ligantes hidráulicos, que noutros isolantes térmicos podem levar à degradação prematura de
um ou de ambos os produtos em contacto. Saliente-se ainda a grande variedade de colas (de
PVA, de contacto, etc.) e de outros ligantes (betumes aplicados a quente ou a frio, cimentos-
cola, ...) que podem ser utilizados na solidarização das placas de ICB às mais diversas
superfícies.
A aplicação de pinturas decorativas ou de protecção também não levanta problemas de
compatibilidade química ou de aderência. Já foi referida a excelente durabilidade do

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aglomerado de cortiça expandida quando aplicado em soluções construtivas bem


concebidas e executadas.

Refira-se, a título de exemplo, que determinações da condutibilidade térmica efectuadas na


Unidade de Tecnologia da Madeira e da Cortiça do INETI sobre amostras de placas de
Aglomerado de Cortiça Expandida provenientes de demolições de edifícios, com 30 a 50
anos de uso, mostraram que após aquelas dezenas de anos os valores daquele parâmetro se
mantinham idênticos aos obtidos correntemente. Observou-se ainda que as placas
recolhidas apresentavam um aspecto visual e textura idênticos ao material novo.

3.1.2. Aplicações

 Isolamento de Paredes pelo Exterior (Fachadas)

 Isolamento de Paredes Duplas (Caixas de Ar)

 Isolamento de Coberturas Planas

 Isolamento Térmico de Telhados e Sótãos

 Isolamento Térmico de Pisos Térreos

 Isolamento na Transmissão de Ruídos de Repercussão

 Isolamento Antivibrático de Máquinas

 Isolamento Térmico de Câmaras Frigoríficas

3.1.3. Isolamento térmico de coberturas

No domínio dos edifícios, o Aglomerado de Cortiça Expandida ( ICB ) encontra a sua


aplicação "nobre" no isolamento térmico de coberturas em terraço, desempenhando as
funções de isolante térmico e de suporte do sistema de impermeabilização.

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A estabilidade dimensional, a resistência a temperaturas elevadas (necessária à colagem


quer das placas à base de apoio quer das membranas de impermeabilização às placas) e as
características mecânicas (compressão e coesão) que caracterizam o Aglomerado de Cortiça
Expandida (ICB) representam vantagens indiscutíveis.

Aquelas propriedades e a compatibilidade com os materiais de impermeabilização


tradicionais ou inovadores permite a realização de variadas soluções com um bom
desempenho e duráveis.

Figura 19 – Aplicação de aglomerados de cortiça em coberturas

Em coberturas em que a minimização do peso constitui uma imposição (geralmente


coberturas com estrutura resistente metálica, exigindo a aplicação de membranas de
impermeabilização auto protegidas, ainda mais se evidenciam aquelas vantagens
comparativamente com outros isolantes térmicos alternativos.

Nos terraços acessíveis poder-se-á, ainda, tirar partido das características favoráveis de
isolamento acústico a sons de percussão (circulação de pessoas, queda de objectos) que o
aglomerado de cortiça expandida apresenta, desde que se satisfaçam algumas exigências
construtivas específicas.

As boas características acústicas do Aglomerado de Cortiça Expandida são também


aproveitadas em soluções que recorrem a tectos falsos de placas daquele produto. Em
complemento ao isolamento térmico proporcionado, a absorção acústica das placas
contribui sensivelmente para melhorar as condições acústicas do local isolado, reduzindo o
seu índice de reverberação (diminuição do eco).

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Figura 20 – Aplicação de aglomerados de cortiça em coberturas inclinadas

Nas coberturas inclinadas as placas Aglomerado de Cortiça podem aplicar-se sobre lajes de
esteira inclinadas ou horizontais, eventualmente protegidas da ocorrência acidental de
infiltrações de água da chuva causadas por deficiências registadas no revestimento exterior
da cobertura.

A resistência mecânica e a deformabilidade das placas Aglomerado de Cortiça ( ICB ) torna-as


indicadas para a aplicação sobre a esteira horizontal (pavimento) de desvãos de coberturas
inclinadas destinadas a arrumos. Têm apenas de ser protegidas das cargas pontuais e do
desgaste provocado pela circulação.

3.1.4. Isolamento térmico de paredes (Caixas de ar)

No isolamento térmico de paredes duplas, as placas Aglomerado de Cortiça Expandida ( ICB)


têm sido colocadas no espaço intermédio da parede, preenchendo-o total ou parcialmente.

O preenchimento total, mais fácil de executar em obra, apresenta o inconveniente de


colocar o aglomerado de cortiça expandida em risco de entrar em contacto com água que
acidentalmente se infiltre através do pano exterior da parede (ou que nele condense).
Todavia, a melhor solução do ponto de vista técnico-económico consiste na fixação do
isolante à face exterior do pano interior, entre as placas de Aglomerado de Cortiça

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Expandida ( ICB ) e o pano exterior, mantendo-se deste modo um espaço de ar drenado e


ventilado para o exterior.

Um dos modos de realizar o isolamento térmico pelo interior consiste em associar (por
colagem) as placas de ( ICB ) a placas de gesso cartonado, as quais lhes conferem uma
protecção mecânica e face à acção do fogo.

3.1.5. Isolamento térmico de paredes pelo exterior - Fachadas

O interesse pelo uso de um produto natural e ecológico, como é o aglomerado de cortiça


expandida, levou ao desenvolvimento em diversos países, nomeadamente na Áustria e na
Suíça, de soluções de isolamento térmico pelo exterior das paredes.

Estes sistemas têm como princípio a colagem das placas de Aglomerado de Cortiça
Expandida ( ICB ) à face exterior da parede e a posterior aplicação de um revestimento
apropriado sobre o isolante térmico . O revestimento tem de assegurar, quer a sua
protecção (acções mecânicas, chuva, fogo), quer o acabamento final.

Como sucede com outros sistemas de isolamento térmico de paredes pelo exterior deste
tipo a sua aplicação deve ser baseada num estudo técnico prévio. A execução em obra
destas soluções deve ser exclusivamente realizada por equipas especializadas.

Figura 21 – Aplicação de aglomerados de cortiça em paredes exteriores

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3.1.6. Isolamento térmico de pavimentos

O isolamento térmico de pavimentos de edifícios só se executa quando estes se localizam,


quer sobre passagens ou espaços abertos para o exterior, quer sobre locais não-aquecidos e
ventilados. Em pavimentos térreos o isolamento do pavimento pode ser justificado se se
utilizar um sistema de aquecimento do ambiente por pavimento radiante.

Em geral, e por uma questão de protecção do aglomerado de cortiça, as placas deverão ser
aplicadas do lado interior, portanto sobre a laje de pavimento.

O revestimento de piso é em geral assente sobre uma betonilha previamente realizada sobre
o Aglomerado de Cortiça com interposição de uma folha de plástico ou de um feltro
betuminoso.

Figura 22- Aplicação de Aglomerado de Cortiça Expandida sob laje

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3.1.7. Isolamento de Tubagens

Outra aplicação do aglomerado de cortiça é no revestimento


de tubagens, neutralizando os dois principais inimigos das instalações
frigorificas. O calor e a humidade. Evita a penetração da humidade
mediante uma protecção de alcatrão no exterior dos isolamentos de
tubagens e uma impermeabilização completa da instalação. Figura 23 – Tubos de
Cortiça

Quadro 3 – Espessura para isolamentos de tubagens

O aglomerado de cortiça deve ser de alta compressão evitando assim roturas no seu
manuseamento e transporte. A espessura deve ser adequada de modo a que o ponto de
orvalho não se forme fora do isolamento, já que se produzem condensações e perda de
energia, normalmente recomendam-se as espessuras recomendadas pela tabela acima.

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3.1.9. Mosaicos de Cortiça

Os mosaicos de cortiça é um aglomerado de cortiça que se obtêm mediante uma forte


pressão e cozedura em condições especiais, este é resistente devido à perfeita coesão dos
seus grânulos e à relação existente entre os coeficientes de dureza e elasticidade. A
cozedura realça a agradável textura da cortiça e dá-lhe os belos tons acastanhados,
característicos destas peças.

Este material não apodrece e são resistentes aos ácidos e álcalis diluídos e retardam a acção
directa do fogo.
Fabricam-se também rodapés, caixilhos para acabamentos, e apoios para encaixes de
painéis, os mosaicos são fornecidos biselados ou de encaixar nas tonalidades claro, médio e
escuro.

O pavimento que serve de base pode ser de madeira, cimento ou mosaico cerâmico.

O pavimento deve ser examinado verificando e mudando as tábuas que cedam, pregar as
que não estejam firmes e aplainar as que sobressaiam.

Figura 24 – Tectos falsos

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3.1.10. As placas de cortiça para tectos

Constroem-se tectos falsos com placas de cortiça granulada e seleccionada. A instalação é


simples, colocando uma estrutura com perfis em forma de T ou idêntico, pendurado do
tecto com encaixes de ferro galvanizado por meio de ganchos e tensores, decorativas sendo
o acabamento à base de tinta branca lavável, com superfície lisa ou estriada.

Quando o conjunto de placas tem de ficar colocado directamente no tecto, pode conseguir-
se nivelando previamente a superfície de contacto e empregando cola para colocar a placa.

Estes tectos falsos distinguem-se por serem térmicos e absorverem os ruídos em cerca de
50%. Também impedem a condensação de água em caso de humidade elevada. São fortes,
duradouros, resistentes ao fogo, flexíveis e leves. O granulado de cortiça emprega-se no
enchimento de caixas-de-ar ao construir tabiques ou paredes, sendo eficaz principalmente
nas separações de andares em construção de prédios, vende-se em sacos de 50kg
aproximadamente em grão fino e grosso.

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Figura 25 – Tectos falsos

3.2 Linóleo

Figura 26 - Aplicação Linóleo

O linóleo foi inventado em Inglaterra em 1863 por Frederick Walton que cunhou o nome
linóleo do latin; linum, que significa linho, e oleum, que significa óleo. O termo, linóleo é
frequentemente usado incorrectamente para descrever qualquer piso em manta. O
verdadeiro linóleo é um piso natural que é fabricado oxidando óleo de linhaça para formar
uma mistura chamado cimento de linóleo. O cimento é esfriado e misturado com resina de
pinheiro e farinha de madeira para formar mantas em base de juta, muito usado na
cobertura de pavimentos, dando-lhes um aspecto acolhedor. Resumindo, obtém-se em
forma de pasta resinosa em virtude da oxidação de uma mistura de serradura em pó e óleo

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de linhaça, a qual se estende em quente e sob pressão sobre o tecido de juta que lhe serve
de suporte. È resistente ao desgaste proporcionando uma longa duração.
Espessuras: 2 a 4 mm

Cores brilhantes, claras, lisas, também se fabrica um tipo de linóleo especial para
revestimento de paredes, que possui cores e desenhos em relevo, de colocação rápida e
aplica-se por meio de colas. O pavimento deve estar seco e bem liso, empregando massa
niveladora se for necessário, assim o linóleo é impermeável, “silencioso” e atérmico,
material confortável e muito recomendado.

3.3 Vidro celular

Contém grande quantidade de células microscópicas repletas de gás. Obtêm-se injectando


sob pressão, por meio de processos especiais, anidrido carbónico (CO2) na massa de vidro
fundido, numa proporção volumétrica aproximada de 70%.

Contém grande quantidade de células microscópicas repletas de gás. Obtêm se injectando


sob pressão, por meio de processos especiais, anidrido carbónico (CO2) na massa de vidro
fundido, numa proporção volumétrica aproximada de 70%.

3.3.1- Placas de Vidro Celular:

São elementos constituídos por vidro celular e que, para além de serem isolantes térmicos e
acústicos, são leves, inalteráveis, rígidos e não higroscópicos.

Existem no mercado com as dimensões de 30*30 cm e 70*70 cm com uma espessura de


1.50 cm, e pesam 5 kg por cm2.

3.3.2 - Tectos Falsos

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Com placas de vidro celular constroem-se tectos falsos que apresentam uma superfície
muito atraente. Como suporte destas placas, empregam-se um entrançado de perfis
metálicos muito finos, que podem ser de ferro galvanizado ou de alumínio em cujas abas se
apoiam as placas que constituem o tecto falso. Realizada esta operação tapam-se as juntas
da parte de cima com emulsão asfáltica, misturada com água suficiente para que seja
maleável mas bastante consistente, para que não apareça na parte inferior, tendo o cuidado
de não manchar a parte visível com a referida emulsão asfáltica. Recomenda-se juntar a esta
mistura 15% de cimento para que absorva agua.

Figura 27 – Placas de vidro celular

3.3.3 - Isolamento de Tectos na Parte Superior

A operação a realizar é muito simples. Basta colar as placas aos tectos com a respectiva
argamassa. Esta argamassa pode ser bastarda (cimento: cal: areia = ½:2:9). As manchas que
apreçam como resultado da colocação deverão ser limpas quando secas.

Quando se pretende obter uma absorção acústica em locais de muito ruído, pode
solucionar-se este problema empregando placas de vidro celular perfuradas.

3.3.4 - Isolamento de Terraços

A figura mostra-nos uma aplicação simples das placas de vidro celular para isolamento de
terraços. As placas colocam-se com argamassa bastarda ou com emulsão asfáltica e em

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seguida coloca-se uma camada de tijoleira aplicada sobre um leito de argamassa também
bastarda.

Figura 28 – Isolamentos de terraço

3.3.5- Placas Decorativas de Vidro Celular

 Face esmaltada em 15 cores;


 Aplicação limitada a tectos falsos visíveis, revestimentos de interiores
fachadas;
 Não necessitam de manutenção;
 Espessura de 1 cm, pesando 8 kg por m2, dimensões de 10*10,10*30 e
7.5*15;
 Colocação como se se tratasse de azulejos mas sem molhar as peças antes de
as colocar e sem colocar massa posteriormente, a argamassa de fixação será
de cimento: cal: areia = ½:2:9.

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3.3.6 - Peças de Vidro Para Tabiques e Acabamentos Especiais

Figura 29 – Peças de vidro para tabiques

Fabricam-se peças ocas de vidro moldadas que são constituídas por dois elementos soldados
a quente, que deixam entre si uma caixa estanque de ar perfeitamente seca, isenta de pó e
humidade e fechada a uma pressão de quase 0.30 atmosferas, condições que asseguram a
elevada resistência térmica e o bom funcionamento de atenuação sonora:45 decibéis.

Estas características fazem com que as peças eliminem qualquer possível condensação para
certos índices de humidade relativa e temperatura exterior e interior de determinados locais
cujo equilíbrio seria impossível manter com uma vidraça corrente.
A sua principal característica é o bom isolamento que proporciona K;

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3.4. Fibra de vidro

Nos últimos anos, os laminados de fibra de vidro têm encontrado um lugar importante como
material de engenharia para várias aplicações em diversos tipos de industrias. Materiais
compostos de alta tecnologia que resultam em estruturas leves e resistentes quando
combinados entre si. Geralmente são fibras estruturais impregnadas por um sistema de
resina. Uma das principais vantagens deste tipo de materiais compostos sobre materiais com
o aço, alumínio é a variedade de estrutura que pode ser conseguida através da combinação
de materiais básicos. Entretanto, a grande diferença em relação a outros tipos de materiais
se deve à ortotropia, que significa, em engenharia, que o material pode resistir de forma
diferente quando submetido a cargas em diferentes direcções. Constituído por fibras,
obtidas do vidro.

Figura 30 – Fibras de vidro

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3.4.1 - Características:

- Composição estável, homogénea, não atacada por agentes químicos


excepto o acido fluorídrico, (com o qual já efectuamos um ensaio nos nossos
laboratórios);

- Possui um coeficiente de Condutividade térmica baixíssimo λ=0.028


kcal/m/h/ºC, a perda de calorias é directamente proporcional ao coeficiente,
de tal maneira que quanto mais baixo seja o coeficiente menor será a perda;

- Higróscopicidade muito fraca. A fibra não absorve água: isto evita a


passagem de humidade no isolante. Se humedecer acidentalmente, seca com
rapidez, pois a água escorre pelas suas fibras de vidro, conservando-se,
íntegras todas as suas propriedades. O seu aumento de peso por exposição,
numa atmosfera húmida é praticamente nulo;

- Incombustível e imputrescível, refractária à acção dos agentes


atmosféricos;
- Facilidade de colocação;
- Fáceis de reparar;
- Pouco peso por m2.

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3.4.2 - Produtos de Fibra de Vidro

- Painéis rígidos (fibras de vidros de 18 a 22 mícrons de diâmetro, aglomeradas com


acetato de polivinilo. Uma das faces encontra-se pintada de tinta plástica.)
Largura 0.50 m; comprimento até 1.25 m; Espessura de 20,30,40 m; Densidade de
100kgf/m3

- Feltro «C» com Suporte de Papel (formados por fibras de vidro de 18 a 22 mícrons,
cosidas a um suporte de papel) largura de 0.50 ou 1m, comprimento de 5m; espessura de
30,40,50,60m; densidade 60kg/m3

Figura 31 – Exemplo de Feltro « C »

- Feltro «C» com suporte de tela metálica (são formados por fibras de vidro de 18 a
22 mícrons cosidas a um suporte de telas metálicas)
Largura 0.50 a 1 m; comprimento de 5m e uma espessura de 30,40,50,60m ;
densidade de 60 kg/m3

Para o isolamento de tubagens de aquecimento, condutas de água utilizam-se fibras de vidro


finas e concêntricas. A borra de vidro é aplicada nos isolamentos térmicos na construção e
na indústria em forma de recheios.

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Os pêlos de fibras de vidro especiais, formando um tecido reticular de grande leveza, servem
de suporte de produtos asfálticos ou betuminosos, na impermeabilização de terraços,
coberturas de betão, paredes, piscinas.

No isolamento acústico das lajes de prédios contra ruídos de percussão utilizam-se placas
para soalho constituídas por fibras de vidro especiais.

3.4.3 - Aplicações:

- Isolamento de terraços, coberturas, paredes, caixas-de-ar, condutas de


água,

No caso de isolamento de terraços e coberturas com fibra de vidro pode-se constatar que
geralmente constroem - se com materiais que possuem um elevado coeficiente de
Condutividade térmica impedindo a criação de estruturas verdadeiramente isoladoras do
frio e do calor. Os terraços e coberturas estão constantemente expostos à acção e influência
das mudanças de temperatura e agentes atmosféricos (insolação, frios, geadas.)

Assim no verão estão submetidos a um forte aquecimento produzido pela acção solar e no
Inverno oferecem uma grande superfície de perda de calor. Todas estas condições fazem
com que os pisos superiores se tornem desconfortáveis. Para solucionar este inconveniente
as técnicas de isolamento produziram soluções com diferentes materiais Isolantes. Entre
estes encontra-se a fibra de vidro.

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Figura 32 – Aplicação de isolamento na cobertura

3.4.4 - Isolamentos de Coberturas de Tipo Clássico e de Naves Industriais

3.4.4.1 -O material a empregar no isolamento deste tipo de cobertura é:

 Painéis rígidos especiais para naves;

 Feltro tipo «C» com suporte de tela metálica;

 Feltro tipo «C» com suporte de papel.

Quando o isolamento se realiza utilizando painéis rígidos especiais para naves, a colocação
efectua-se, entre outras, das duas formas principais que se seguem:

 Pelo lado inferior do perfil em que, ao longo dos perfis seguram-se por
meio de agrafos metálicos, umas ripas de madeira de 3*3cm.
Transversalmente a estas seguram-se perfis de alumínio em “ T ” de 25*20mm
distanciados 0.50 m.

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Entre a quadrícula formada pelas ripas e os perfis, introduzem-se os painéis


rígidos com o lado pintado para baixo, f finalmente às ripas e no sentido destas crava-se
uma tapa juntas de madeira ou platex de 70*5mm. FIGURA

 Apoiando na aba inferior do perfil em que nas abas das vigas apoiam-
se os painéis rígidos, com o lado pintado para baixo, tapando-se as juntas com um
perfil de alumínio em “ T “ de 25*20mm FIGURA

3.4.5 -Isolamento através de Tecto Falso Ligeiro Suspenso

Este procedimento aplica-se em todos os locais onde se queira realizar um isolamento muito
eficaz, é sobretudo empregue nos edifícios de armazenamento e nas oficinas de grande
volume. Tem a vantagem de reduzir consideravelmente o volume a aquecer. Neste caso
utilizam-se painéis rígidos especiais para naves industriais. Na montagem podem adoptar-se
muitas soluções mas destacam-se duas:

I. Realiza-se por meio de perfis de ferro em “ T ” ou em forma de ómega


simplesmente apoiados ou soldados á aba do “ T “ do tirante e
convenientemente travados. A distância entre estes será de 1 a 1.7 m. Sobre as
abas dos perfis apoiam-se os painéis rígidos, cujas juntas transversais serão
tapadas por perfis de alumínio em “ T ”, seguros às referidas abas e formando
uma quadrícula de perfis onde será introduzido o painel com o lado pintado para
baixo.

II. No caso de os tirantes das asnas serem redondos e o tecto falso estar debaixo
deles.

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3.4.6 - Isolamento de Ruídos de Percussão com Fibra de Vidro

Os edifícios submetidos a grandes esforços estáticos constituem ver caixas de ressonância,


capazes de programar facilmente todo o tipo de vibrações. Estas podem ser de origem
mecânica e então transmitem-se com maior intensidade. Tal ocorre no caso dos ruídos de
percussão nos andares, produzidos por pisadas, fecho de portas, deslocação de móveis,
vibrações de máquinas.

O procedimento mais eficaz é a criação de um corte elástico entre a superfície exposta aos
choques e a restante estrutura do edifício, resultando desta maneira num chão flutuante.

O material empregue neste corte elástico deve reunir certas características:

• Conservar a sua elasticidade em pequenas espessuras;

• Ter uma elasticidade que não varie com a frequência e com as cargas;

• Resistir a numerosas variações de sobrecarga;

• Ter uma frequência de vibração natural inaudível;

• Ser quimicamente neutro e fisicamente estável;

O material ideal que cumpre estes requisitos é a fibra de vidro, elemento de grande difusão
no campo da construção com resultados no isolamento térmico e acústico.

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3.4.7 -Normas de colocação:

O pavimento não deve ter nenhum contacto com paredes verticais e a fim de evita-lo
levanta-se o elemento isolante 10 cm sobre a parede formando caixa sobre o contorno do
pavimento flutuante.

As paredes não devem descansar sobre o pavimento pelo que no momento de levantar as
paredes de separação, coloca-se sempre uma junta elástica de feltro asfáltico entre as bases
destas paredes e a estrutura da obra. A placa deve ser plana já que qualquer protuberância
pode perfurar o pavimento, originando “pontes” de transmissão acústica. Sobre a última
capa de pavimento coloca-se um papel asfáltico sobrepondo as extremidades para impedir
que a fibra de vidro se impregne ao verter a argamassa pelo que desapareceria então o
efeito elástico do isolante.

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Figura 33 – Pormenor construtivo de peças com fibra de vidro

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3.5. Placas de Fibras de Minerais

Figuras 34 – Placas de Fibras minerais

Fabricam-se placas misturando intimamente fibras minerais, produtos adesivos e água,


resultando um material muito isolante tanto térmico como acusticamente.

3.5.1 - Características

- Grande resistência;
- Completamente visitáveis;
- Facilidade e rapidez de montagem;
- Colocadas sobre estrutura de suspensão visível, previamente montada, constituída
por perfis de chapa galvanizada;
- Suspensas por arame zincado;
- Excelente efeito decorativo;
- Bom isolamento térmico e acústico.

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3.5.2 - Colocação

Coloca-se em tectos falsos ou como revestimento do tecto ou das paredes. No primeiro caso
aplicam-se os tipos generalizados de suspensão do tecto falso ou seja constrói-se uma
estrutura com perfis de ferro ou de alumínio pendurada na estrutura resistente colocando
tensores ou outros elementos de suspensão apropriados.

No segundo caso aplicam-se directamente depois de preparada a superfície de contacto com


cola para assegurar uma aderência definitiva.

As placas acústicas constituídas por fibras minerais não só são incombustíveis como atrasam
a propagação do fogo; a utilização ideal deste material seria em escritórios, recepções,
bibliotecas, em todos os lugares em que se pretenda combinar decoração com qualidade
acústica.

3.6 - Placas Acústicas de Aço

Apresentam vantagens no revestimento de grandes superfícies, rápida colocação, duração


ilimitada e máxima eficiência acústica.

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3.6.1 -Colocação

Pode ser colocada em locais antigos como modernos e o seu isolamento pode obter-se por
meio de uma mistura de fibras minerais, aglomerante e água sobre uma mistura metálica,
ou recheando as placas com uma capa de material fibroso ou seja lã de vidro ou lã mineral.

As placas apresentam-se em forma de painéis metálicos. Os bordos de fixação estão


chanfrados e formam depois de colocados juntas em “V”, existem umas ranhuras nos lados
para facilitar a colocação dos suportes metálicos.

Os suportes em “T” podem fixar-se directamente á superfície inferior da estrutura,


suspendendo-os ao nível desejado. Neste caso as suspensões obtêm-se mediante perfis
metálicos em forma de ângulo ou de “U”.

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3.7. Painéis Isolantes em Gesso

Figura 35 - Painéis Isolantes em Gesso (esquema aplicação)

Utilizado para construções modernas, sendo constituído por estuque de gesso, lã mineral e
papel metalizado, material incombustível capaz de evitar a propagação de um possível
incêndio, o processo de fabrico tal como o tipo e qualidade dos materiais que formam os
referidos painéis, fazem com que estes não se deformem, e não sejam afectados pelas
bruscas mudanças de temperatura.

O conjunto de placas depois de colocadas apresenta locais estéticos e agradáveis,


permitindo também a combinação com elementos de iluminação que apresentam uma
variedade decorativa.

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3.7.1 -Colocação

Efectua-se mediante perfis especiais de alumínio, de modo que permite que todos os painéis
se possam desmontar em qualquer momento e por pessoal não especializado, facilitando a
reparação de qualquer avaria em condutas de aquecimento ou em instalações eléctricas.

Figura 36 - Painéis Isolantes em Gesso

Colocam-se os perfis de alumínio sensivelmente á altura prevista e suspendem-se por meio


de peças especiais ou perfis perfurados que se agarram ao tecto. Nivelam-se os perfis com
precisão e fixam-se por meio de parafusos e porcas que unem os perfis á peça especial de
união. As extremidades dos perfis seguram-se também por meio de peças especiais que se
pregam ou aparafusam á parede.

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Os painéis colocam-se apoiando simplesmente a ranhura de um lado e a pestana do outro,


sobre as abas inferiores do perfil, para desmontar os painéis, basta levanta-lo do seu apoio.
As operações de montagem e desmontagem são muito rápidas.

3.7.2 -Isolamento Acústico

Uma das características destes painéis é a anulação de ressonâncias devido ao seu elevado
grau de absorção de som.

3.8.Painéis de fibra de Madeira

Figura 37 – Tipos Painéis fibra de madeira

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Este material apresenta uma espessura única de 40 mm, comercialmente conhecido por
painel landa, é constituído por um entrelaçado de fibras de madeira, quimicamente
impregnadas e aglomeradas com cimento sob pressão controlada. Como resultado do
processo de fabrico formam-se numerosos furos, em forma de pequenas células que retêm
o ar, e como consequência adquirem óptimas qualidades de isolamentos, tanto térmico
como acústico. Possui propriedades anti fogo e deve ser considerado leve (25 kg/m2).

Tem aplicações na construção de coberturas e acabamentos, assim como pode ser usado em
revestimentos de paredes de união, instalação de divisórias, revestimento de pavimentos e
tectos falsos.

A superfície destes painéis é muito adequada para receber gesso e argamassas.

As duas aplicações mais interessantes são a formação de coberturas e tectos falsos


empregando-se para o efeito os sistemas simples de apoiar as placas em perfil “T” invertidas
ou pregando as mesmas sobre ripas ou tiras de madeira. Estas operações não requerem
quaisquer técnicas especiais pelo que o manuseamento dos painéis de fibra de madeira
mineralizada é muito simples. Se são pregados, recomenda-se o uso de pregos de cabeça
plana, se empregaram pregos sem cabeça, estes pregam-se inclinados, para assegurar uma
melhor fixação, se são utilizados parafusos, deverão ser utilizadas anilhas a fim de evitar
danos no tabuleiro. Pode recorrer-se também a colas rápidas de contacto.

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3.9. Espuma Plástica Isolante

Figura 38 – Espuma Plástica Isolante

Um novo isolante acaba de aparecer no mercado espanhol, trata-se de uma resina de


endurecimento a frio, fabrica-se no nosso país sob licença da firma alemã Schaum Chemie,
em França é denominada por “neve plástica”.

3.9.1 -Colocação

As casas fornecedoras encarregam-se da colocação, fabricam-na própria obra com um


aparelho especial, injectando-a no lugar onde tem que ser colocada.

É aplicada no interior da caixa-de-ar deixada para o efeito entre duas paredes. Nas
instalações industriais utiliza-se empregando um simples suporte de serrapilheira, é também
o isolamento ideal para tubagens de aquecimento e ar condicionado.

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Quadro 4 – Espuma elástica

Esta tem também um bom coeficiente de absorção acústico.

3.9.2 -Isolamento das Coberturas de Fibrocimento com Espuma Plástica

Através das placas de fibrocimento de 6 mm de espessura existe uma permuta de calor


enorme com o exterior. Devemos reforçar tecnicamente esta cobertura juntando-lhe um
material de elevada resistência ao calor que reduza as perdas ao mínimo.

Uma vez isolado termicamente o edifício o aquecimento é muito mais fácil. A economia do
combustível é enorme sendo rapidamente amortizado o custo que representa este
investimento adicional.

O isolamento de uma cobertura de fibrocimento tem duas pendentes; podemos empregar


qualquer dos materiais clássicos, fibra de vidro, lã basalto, painéis rígidos, vermiculite. Em
todos os casos a primeira coisa que temos de prever é um suporte para o isolamento. O
material suporte convém que tenha pouco peso e que seja de fácil colocação. Podem-se
seguir dois caminhos, ou fazer um tecto falso horizontal fixando o suporte mediante um
gradeamento de ripas suspensas da cobertura, ou fixar as placas seguindo a inclinação das
pendentes. Para suporte do isolamento costuma-se empregar uma placa lisa de

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fibrocimento, tabuleiro de fibras, madeiras, moldes de gesso. Em cima do suporte aplica-se o


isolamento de acordo com as normas indicadas pelo fornecedor.

Todos estes procedimentos têm o inconveniente de que o isolamento precisa realmente


necessários. A espuma plástica forma-se no lugar onde tem de um suporte que em muitos
casos uma vez colocado é mais caro que o próprio isolamento. Esta dificuldade foi causada
por não se levarem a cabo isolamentos que eram de ser colocada.

Utiliza-se um equipamento que consiste num compressor, dois recipientes e uma pistola de
injecção. Da extremidade da pistola sai uma espuma branca que parece nata e que solidifica
em poucos minutos. A espuma plástica é a nova técnica de isolamento. A aplicação fica
sempre a cargo de equipas especializadas, e este realiza-se da seguinte forma em que
mediante um andaime desmontável tubular com rodas, fixa-se entre as vigas uma
serapilheira bem esticada para o que se empregam agrafos parecidos aos de escritórios,
cravados por meio de uma pistola pneumática de compressor, em seguida cravam-se ripas
de três centímetros de espessura por cima da serapilheira e da viga. Sobre as ripas estica-se
uma nova serapilheira, forma se uma almofada aérea entre as duas serapilheiras,
seguidamente com a ajuda de uma peça especial, injecta-se a espuma através da última
capa. A espuma fluida atravessa a primeira capa de serapilheira e fica aprisionada entre as
duas telas; passados poucos minutos solidifica formando uma placa de extraordinário poder
isolante, seguidamente dá-se uma capa de tinta que proporciona o isolamento necessário e
dá um acabamento agradável e reflector. A caixa-de-ar que fica detrás da espuma
proporciona um isolamento adicional contribui para a absorção de baixas frequências. Às
suas propriedades de isolante térmico a espuma plástica junta excelentes propriedades
acústicas que contribuem para o melhoramento do nível sonoro do edifício.

No ponto de vista económico devido ao seu pouco peso pode ser vendido a um preço
totalmente revolucionário. O suporte á base da serapilheira é sem dúvida um dos mais
económicos.

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3.10. Painéis com interior de Poliuretano

Figura 39 - Painéis com interior de Poliuretano

Constam de um interior de poliuretano duas faces exteriores com acabamento e junta de


neoprene. O poliuretano injecta-se á pressão entre os dois lados durante a elaboração do
painel. Os lados interiores e exteriores podem ser de materiais normalmente empregues na
construção, tais como fibrocimento, aço galvanizado, alumínio, vidro, contraplacados,
mármore... e inclusivamente é permitida a combinação destes. As diferenças de dilatação
que podem ter lugar nos diversos materiais são absorvidas totalmente pela junta de
neoprene. Estes painéis denominam-se por “Sandwich” e têm vindo a ser utilizados nos
Estados Unidos e Europa principalmente como paredes cortina e distribuição interior com
resultados satisfatórios.

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Estes painéis é um excelente isolante térmico, resistente ao gelo, resistente á flexão,


vibração, humidade, choque e a grande parte dos agentes químicos, não apodrece, neutro,
não é atacado por térmitas, bactérias nem roedores. Ao ser injectado entre as duas faces,
este enche perfeitamente o volume que existe entre si e adere a toda a superfície de
contacto o que resulta numa grande rigidez de todo o elemento.

Os painéis à base de poliuretano injectado possuem duas qualidades das quais o isolamento
térmico e acústico, as suas dimensões máximas não excede normalmente 1,50 m de largura
e 3.50 m de comprimento e 10 cm de espessura. As aplicações dos painéis são diversas;
paredes cortina, paredes-painel, divisórias interiores, coberturas, edifícios industriais,
edifícios pré fabricados (vivendas unifamiliares, escolas...)

Figura 40 – Exemplo de aplicação de poliuretano projectado

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3.11. Painéis de Espuma de Poliestireno Expandido

È um material esponjoso mas não absorvente, leve, o seu manuseamento e simples, é fácil
quanto ao corte como à fixação. A sua colocação permite resolver problemas de isolamento
térmico, acústico, humidade.

A cor é branca e algo translúcida quando se apresenta com espessuras reduzidas. Este tipo
de material não é atacado por agentes atmosféricos e resiste à acção destruidora de fungos,
bactérias, roedores e parasitas.

Propriedades mecânicas:

- Resistência à compressão: 0.80----1.1 kg / cm2

- Resistência à flexão: 0.50 ---- 3 kg / cm2

- Resistência ao corte: 10 ---- 14 kg / cm2

- Resistência à tracção: 2 ---- 3 kg / cm2

Estes painéis mencionados podem ser facilmente trabalhados com qualquer utensílio de
trabalho em madeira sem se deteriorarem. Podem cortar-se, fresar-se e pregar-se.

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Aderem perfeitamente entre si e a todos os materiais de construção, aplicando qualquer


tipo de aglomerante. Quando se pretende rebocar será preciso colocar em toda a superfície
argamassa ou gesso, já que assim se lhe dará maior consistência. A fixação com asfalto é
muito apropriada na construção de câmaras frigoríficas. Podem usar-se emulsões
betuminosas a frio ou asfaltos de baixo ponto de fusão, tomando a precaução de aplicar
asfalto nas duas superfícies de contacto. As superfícies destes painéis podem ser rebocadas,
estucadas ou engessadas directamente sem que se necessite de preparação prévia.

Quando se tenha de pintar devem escolher-se tintas cujos dissolventes não ataquem o
poliestireno como vernizes de álcool, vernizes aquosos, dispersões aquosas de plástico.

Com colas apropriadas, os painéis de poliestireno podem colar-se entre si ou a qualquer


outro material (ferro, vidro) mas estes não devem conter grande proporção de líquidos
dissolventes de poliestireno.

Figura 41 – Paneis de poliestireno expandido

Estes painéis podem aplicar-se em pavimentos, tectos e coberturas. Nos tectos e tectos
falsos se os painéis ficam visíveis apresentam um aspecto agradável e com luminosidade.

Nos pavimentos devem interpor-se os painéis entre a placa e a laje, neste caso para alem de
funcionar como isolante, absorve a percussão de pancadas e ruídos.

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A sua colocação é muito simples e sobre os referidos painéis pode-se colocar mosaico,
mármore e parquet sem receio que se comprima. Estes empregam-se também na
construção de silos, cubas, e todo o tipo de depósitos para frutas...

3.11.1 - Formas de aplicação

1º - Limpar a superfície da laje, de forma a evitar a existência de elementos que possam


perfurar o que poderia originar pontes acústicas

Figura 42 – Formas de aplicação


2º - Colocar sobre a laje, sem qualquer fixação ou colagem

Figura 43 – Formas de aplicação

3º - Sobrepor as juntas aproximadamente 10 cm

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Figura 44 – Formas de aplicação

4º - Nos encontros com paredes, o material deverá ser colocado até uma altura superior à
das camadas de acabamento a aplicar, de forma a evitar pontes acústicas.

Figura 45 – Formas de aplicação

5º - Envolver todos os elementos de atravessamento da laje

Figura 46 – Formas de aplicação

6º - Aplicar uma betonilha de suporte do acabamento numa única operação. Esta betonilha
deverá ter uma espessura mínima de 4cm.

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Figura 47 – Formas de aplicação

3.11.1. Aplicação em coberturas

A aplicação de isolamento térmico numa cobertura plana efectuada na sua forma tradicional
ou convencional comporta uma série de particularidades que poderão acelerar o desgaste
do sistema de impermeabilização, uma vez que ao ser aplicado por cima do isolamento
térmico, o sistema de impermeabilização encontra-se submetido a:

 " Choque térmico", não só diário como também sazonal / anual.


 danos mecânicos, em particular durante a fase de obra.
 Degradação por radiação ultravioleta.
 Degradação (também do isolamento térmico convencional) provocada por
humidade presente na parte inferior do sistema de impermeabilização e
proveniente de chuva que ocorra durante a execução, da própria humidade dos
materiais de construção ou de condensação intersticial.

Figura 48 – Formas de aplicação em coberturas

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A colocação das placas deverá ser feita imediatamente após executado o sistema de
impermeabilização. As placas de isolamento térmico são dispostas directamente sobre a
impermeabilização sem qualquer forma de fixação (figura 43).

Quando, pela natureza da membrana de impermeabilização, exista o risco de aderência total


entre o isolamento térmico e a impermeabilização, recomenda-se a interposição de um
feltro sintético não tecido com 100 a 150 g/m2.

As placas de isolamento térmico devem ser aplicadas numa única camada, com juntas
transversais desencontradas e devem ficar bem encostadas umas às outras.

No encontro com pontos singulares onde a cobertura tenha aberturas (clarabóias, ralos,
chaminés, etc.), as placas podem ser adaptadas através de cortes ou orifícios facilmente
executados com ferramentas tradicionais de carpintaria ou um instrumento cortante (figura
44).

Figura 49 – Formas de aplicação em coberturas

Na união com platibandas e muretes, as placas devem adaptar-se através de um corte em


bisel, de forma a reduzir ao máximo o efeito de eventuais pontes térmicas (figura 45).

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Figura 50 – Formas de aplicação em coberturas

Dada a leveza das placas, a aplicação da protecção pesada deve acompanhar a aplicação das
placas isolantes.

Deve ser empregue um feltro sintético não tecido com 100 a 150 g/m2 entre a protecção
pesada e as placas de isolamento térmico para evitar a formação de depósitos de sujidade
sobre a membrana impermeabilizante (figura 46).

Figura 51 – Formas de aplicação em coberturas

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3.12 - Placas Decorativas de Poliestireno

Figura 52 – Placas decorativas de Poliestireno

Além de solucionar o problema do isolamento térmico e acústico e de absorção de som,


altamente decorativas, são aplicadas em cinemas, cafés, lojas, locais públicos, assim como
em casas, colégios, escritórios, oficinas...

Podem ser fornecidas na cor branca ou pintadas em dez cores, a sua espessura é de 50 cm.

A sua colocação é simples e por serem pouco pesadas permitem utilizar elementos de
sustentação muito leves.

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Figura 53 – Placas de poliestireno de decoração

3.13 - Betão Leve

Figura 54 – Aplicação Betão Leve

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Os betões leves têm vindo a registar um incremento de utilização como material de


construção, sendo aplicados em diversas situações, nomeadamente em elementos
estruturais e de enchimento.

Estes, são geralmente produzidos através da utilização de introdutores de ar ou de


agregados leves (argila expandida, poliestireno expandido, cortiça). Por vezes, obtêm-se
também betões de menor massa volúmica recorrendo, na sua formulação, a granulometrias
específicas.

São muito variadas as aplicações do betão leve, generalizando empregam-se em isolamentos


de terraços e açoteias, coberturas, paredes e divisórias, chaminés, caldeiras de aquecimento
domestico, câmaras frigoríficas, condutas de ar condicionado. Aos betões leves que são
utilizados como material de enchimento, nomeadamente em camadas de regularização de
pavimentos, camadas de forma de execução de passeios em obras de arte, não se colocam,
em geral, exigências especiais em termos de resistência.

A utilização de betões leves estruturais, que se caracterizam por terem um peso específico
inferior a 20 KN/m3, tem especial interesse em estruturas de grande vão, em particular nas
situações em que o peso próprio se constitui como uma parcela significativa da totalidade
das acções verticais, e em intervenções de conservação do património construído
nomeadamente em estruturas de alvenaria. Nestes casos são exigidas características de
resistência e de durabilidade ao betão leve, o que obriga ao estudo da sua formulação e
desempenho.

Existem betões leves que podem ser empregues como recheio na construção tais como,
betão de vermiculite, inerte orgânico.

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3.14. Vermiculite

Material de estrutura escamosa e micácea, formando, formando lamelas finas ou capas,


cerca de meio milhão por centímetro cúbico. O seu peso específico é reduzido e é muito
caro, já que é procedente do estrangeiro.

Para a esfoliação da vermiculite, esta é submetida a aquecimento sob pressão a uma


temperatura superior à da ebulição da água. Seguidamente reduz-se a pressão e a água
converte-se em vapor resultando um material expandido e dilatado. Durante este processo
forma-se um grande número de células de ar aprisionadas entre as lâminas, o que faz com
que a vermiculite tenha um grande poder isolante. A vermiculite é muito usada no recheio
de caixas-de-ar, assim como formando capas em terraços. Também se pode fazer betão
servindo a vermiculite como inerte, que se torna altamente isolante e de densidade muito
reduzida, sete material só é empregue como material isolante.

Em suma, a vermiculite é um mineral tipo mica, o qual submetido a uma temperatura de


aproximadamente 1100ºC, expande-se formando cerca de 26 vezes o tamanho inicial. Como
cada grânulo de vermiculite expandido aprovisiona milhares de células de ar, tornando-o
isolante térmico, acústico e extremamente leve.

Figura 55 – Vermiculite

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3.14.1 – Características:

- Extremamente leve;
- A prova de fogo;
- Não se decompõe, deteriora ou apodrece;
- Inodoro, não irrita, é esterilizado devido a alta temperatura de expansão;
- Absorve cinco vezes o seu peso em água;
- É lubrificado, não conduz electricidade.

3.14.2 - Aplicações

1ª. Com argamassa, com cimento, em isolamento de lajes, paredes, pisos,


regularizações leves, etc.
2ª. Revestimentos leves para substituir argamassas de revestimentos comuns,
bem como enchimento de vãos vazios.
3ª. Isolamento acústico; neste caso misturado com cal e pouco cimento,
exemplos: teatros e refeitórios (paredes e tectos).
4ª. Enchimento de vãos ou paredes duplas para isolar acústica e termicamente
(portas contra fogo, paredes de sauna, etc.).
5ª. Isolamento de assoalhados, aplicado como argamassa com cimento sobre
as lajes absorve os trabalhos das mesmas, evitando que tacos, ou cerâmicas venham
a se soltar. Dá um perfeito isolamento acústico dos ruídos causados por impactos.
Funciona também como isolante contra fogo, evitando que o calor excessivo venha a
atingir as lajes.
6ª. Isolante para tubulações embutidas em prédios.
7ª. Isolante de fornos e estufas, sendo o melhor isolante térmico para
temperaturas de 600ºC a 900ºC.

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3.15. Argila Expandida

A argila expandida é um agregado leve que se apresenta em forma de bolinhas de cerâmica


leves e arredondadas, com uma estrutura interna formada por uma espuma cerâmica com
micro poros e com uma casca rígida e resistente. A expansão da argila obtém-se
submetendo-se a uma elevada temperatura até alcançar o ponto de fusão, momento em
que tem lugar a expansão, transformando-as em um produto leve, de elevada resistência
mecânica, ao fogo e aos principais ambientes alcalinos e ácidos, como os outros materiais
cerâmicos. Utilizando a argila expandida como inerte, podem fabricar-se betões leves e
isolantes. Os produtos fabricados (placas, tijolos, blocos) têm por finalidade o isolamento da
construção. A argila expandida é também usada no recheio de caixas-de-ar.

Fabricam-se peças de argila expandida para o revestimento exterior de paredes, elementos


para fachada e em paredes cortina, em estruturas de betão armado ou de aço. O lado
exterior pode ser rebocado ou revestido, o lado interior é liso e está preparado para ser
pintado.

3.15.1 – Características:

- Leveza;
- Resistência;
- Inércia química;
- Estabilidade dimensional;
- Incombustibilidade;
- Excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico.

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Figura 56 – Argila Expandida

3.16 - Betão de Fibras de Madeira

O betão à base de aparas de madeira é especialmente aplicado nas obras em que se impõem
um isolamento térmico, acústico e resistente.

Também se podem obter betões em que o inerte seja cortiça moída, casca de arroz, turfa.
Têm pouco interesse e aplicação muito limitada. O Durisol é um material composto por uma
mistura de cimento e inerte orgânico previamente mineralizado, com este material
fabricam-se elementos de construção, tais como placas para tectos falsos, blocos, abobadas,
placas para revestimentos isolantes.

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3.17. Betão Celular


Consiste em obter uma estrutura com numerosas células produzidas por um agente gerador
de gás, que se junta antes da consolidação. Como agentes geradores de ar tem-se o pó de
alumínio, pó de carbonato de cálcio.

Figura 57 – Betão celular

3.17.1 - Propriedades do betão:

 Condutividade térmica e acústica reduzida


 Possibilidade de ser cortado, admite ser pregado e simplifica a montagem,
 Resistência ao fogo das paredes e tectos construídos com este material;
 Peso reduzido e de fácil manuseamento.

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Com elementos de betão celular constroem-se paredes e tabiques, aplicando-se também em


revestimento de caldeiras de aquecimento doméstico, caldeiras a vapor, câmaras
frigoríficas, condutas de aquecimento, e refrigeração de ar.

Este emprega-se no recheio de caixas-de-ar e nivelamento de soleiras, tem uma espessura


que varia entre 5 a 10 cm.

3.17.2 - Placas;

5 a 10 cm de espessura; monolítico ou seja por meio de equipamento portátil


coloca-se directamente em superfícies horizontais e ate sete por cento de inclinação.

Figura 58 – Placas de betão celular

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3.18- Betão Poroso

Figura 59 – Aplicação Betão Poroso

A estrutura e as propriedades são as mesmas que no betão celular. No betão celular a


produção de células é devida a um agente gerador de ar, no betão poroso é devida a um
agente emulsionante que produz grande quantidade de alvéolos em toda a massa. As
aplicações são as mesmas de no betão celular.

3.18.1 - Características
- Possui característicos drenantes;
- Grande resistência;
- Fácil manutenção;
- Enorme durabilidade.

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3.19. Betão Ytong

Mistura homogénea e finamente moída de cal e matérias siliciosas, tais como areia, xistos,
escória.

A estrutura do betão ytong é porosa formada por células esféricas separadas entre si por
paredes delgadas.

É notável o isolamento térmico e acústico deste material, tem aplicação nas construções em
que se pretende obter um isolamento eficaz requerendo uma espessura de parede inferior à
dos materiais de construção clássicos, tijolo e betão corrente; com ytong fabricam-se blocos
e placas.

Estes doseiam-se depois de uma moagem realizada separadamente, adicionando-lhes água e


pó de alumínio, como agente gerador de gás, posteriormente a esta mistura verte-se a
massa em moldes de grandes dimensões onde tem lugar a formação de numerosas
borbulhas de ar , dando lugar a uma expansão de massa.

O ytong é assim um material natural e não poluente que reúne como principais vantagens as
seguintes propriedades:
- Baixa massa volúmica, o que facilita o seu transporte e manuseio;
- Baixa condutividade térmica devido à estrutura porosa;
- Material não combustível, adequado para a realização de paredes corta-
fogo;
- Elevada resistência à compressão, atendendo à sua reduzida massa
volúmica;
- Bom isolamento acústico;
- Grande constância de características dos produtos (dimensional e
propriedades físicas e mecânicas).

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Figura 60 – Colocação de betão ytong

Figura 61– Placa de Betão Ytong

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3.20 – Bloco Termo-Acústico

Recentemente surgiu no mercado dos materiais de construção civil, um bloco que combina
propriedades isolantes térmicas e acústicas. Denominado por bloco Termo-Acústico este
bloco apresenta um tamanho significativamente superior ao do bloco de betão tradicional,
atingindo os 25 cm de largura. Este é um bloco de betão leve, alveolado, cuja composição
contém esferas de LECA. O seu design apresenta uma simetria perfeita na sua largura
fazendo com as extremidades simétricas do bloco tenham apenas duas superfícies de
contacto. Esse par de faces de contacto complementa-se com a existência de uma caixa-de-
ar na restante área entre as extremidades simétricas do bloco.

Figura 62 - Pano exterior de Blocos Térmicos

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O bloco apresenta ranhuras destinadas à aplicação da argamassa das juntas, não quebrando
o efeito de caixa-de-ar. Para aumentar as características de isolamento térmico, no final do
processo de fabrico, o exterior do bloco Termo-Acústico é revestido por Cerzite. Contudo
este tipo de isolamento destina-se apenas a construções de classe média-alta devido ao seu
elevado. Sendo que, à semelhança do que é praticado numa construção tradicional, as
paredes são constituídas por dois panos destes blocos, e isolados com um isolamento
comum, conferindo um extraordinário poder de isolamento à construção superando em
grande escala as construções tradicionais. Reportando valores técnicos, o coeficiente de
transmissão térmica é de 0,45W/m² ºC, e isolamento acústico até 53 Db. Enquadra-se na
Euro Classe A1, devido à sua reacção ao fogo.

3.20.1 Vantagens

 É de montagem simples, não sendo necessário qualquer tipo de cuidado especial;


 Apesar de ser mais complexo que o bloco de betão tradicional, o tempo de
montagem é semelhante;
 Proporciona às construções onde é utilizado maior qualidade de isolamento;
 Apresenta grande estabilidade dimensional, ou seja, apesar da sua constituição
apresenta um equilíbrio simétrico;
 O equilíbrio também está presente na distribuição das partículas isolantes,
relativamente às faces exterior e interior;
 Cumpre o RCCTE em todas as zonas climáticas, independentemente do clima local;

3.20.2 - Desvantagens

 O custo de um bloco destes, é cerca de quatro vezes superior ao de um bloco


tradicional, sendo por isso utilizado somente em obras de classe média-alta;
 Apresenta um manuseamento difícil, oferecendo grandes dificuldades aos
trabalhadores, nomeadamente no corte;

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Bibliografia

• Martinho J., (1995) - Tecnologias Porto. Editora

• Arquero, F (1979) – Manual pratico de construção civil, Edições CETOP

• Imperalum. (2001). Projecto de Impermeabilização e Isolamento Térmico. Montijo,


Imperalum Sociedade Comercial de Revestimentos e Impermeabilizações

• Martins, P. (1999). Impermeabilizações e Isolamentos – Contra o tempo, Arte &


Construção, Julho/Agosto

• Patton, W. (1978). Materiais de Construção. São Paulo, editora Pedagógica e


Universitária Ltda.

• Baud, G. (2002). Manual de Pequenas Construções. Brasil, Hemus Livraria,


Distribuidora e Editora S.A.

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