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3) João foi contratado pela empresa TRI Comércio de Metais Ltda., para exercer
a função de auxiliar administrativo. Após um ano de serviços prestados, sem que
tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua conduta, recusou-se a
cumprir ordem manifestamente legal de seu superior hierárquico, por discordar
de juízo de mérito daquele, em relação à tomada de uma decisão administrativa.
De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o ato não se repetisse
e sobre a gravidade do ilícito contratual cometido. No mesmo dia, ao final do
expediente, foi chamado à sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a
decisão de lhe impor suspensão contratual por 10 dias, em virtude da falta
cometida.
a) Qual o poder empregatício envolvido na aplicação da punição ao João? Quais
são as punições admitidas pelo Direito do Trabalho?
RESPOSTA: O poder empregatício para aplicação de punições ao empregado
e o poder disciplinar, em regra nesse poder não e necessária intervenção do
Poder Judiciário, com exceção dos casos de inquérito para apuração de falta
grave. As penalidades admitidas pelo Direito do Trabalho na utilização do poder
disciplinar são: advertência (verbal ou escrita), suspensão (máxima de 30 dias)
e ainda a dispensa por justa causa, a aplicação de determinada penalidade
dependerá da conduta tida pelo empregado. Cumpre salientar que para uso
desse poder são necessários alguns requisitos, quais sejam: motivação;
taxatividade; proporcionalidade; imediatidade; ausência de dupla punição (bis in
idem). Nesse sentido, vejamos uma jurisprudência acerca do uso do poder
disciplinar:
ADVERTÊNCIA AO EMPREGADO. PODER DISCIPLINAL DO EMPREGADOR.
PROPORCIONALIDADE. Constatando-se que a penalidade aplicada pelo empregador
(advertência) é proporcional e encontra-se ancorada em fatos efetivamente ocorridos,
além de que seu conteúdo não extrapola sua finalidade, não se configuram excesso do
poder disciplinar do empregador (TRT-15 – RO: 9957020125150124 SP 028145/2013-
PATR, Relator: LUIZ ROBERTO NUNES, Data de Publicação: 19/04/2013)
b) O empregador pode aplicar suspensão de 40 dias? Qual a consequência
jurídica?
RESPOSTA: Não, conforme dispõe o art. 474 da CLT, a suspensão aplicada ao
empregado não pode ser superior a 30 (trinta) dias consecutivos, eis que poderá
configurar rescisão injusta do contrato de trabalho. Durante a suspensão o
empregado não recebe nem conta tempo de serviço, razão pela qual sua
perduração por prazo superior a 30 dias configurará rescisão injusta.