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CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS:
Maneiras de mitigar o desperdício de materiais e otimizar os custos da obra
Além Paraíba – MG
2017
JORGE ANTONIO DA COSTA CABRAL JUNIOR
CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS:
Maneiras de mitigar o desperdício de materiais e otimizar os custos da obra.
Além Paraíba – MG
2017
JORGE ANTONIO DA COSTA CABRAL JUNIOR
CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS
Banca examinadora:
_____________________________________________
Prof. Titular: Roque Hudson Silveira
_____________________________________________
Prof. Orientador: Claudio Henrique Meurer de Resende
_____________________________________________
Prof. Convidado: (Nome do Prof. Convidado)
__________
Nota
_____________________________________________
Prof. Coordenador: Roque Hudson Silveira
Além Paraíba - MG
2017
Dedico este trabalho:
A Deus, pelo Dom da Vida,
Aos meus pais, por todo apoio e incentivo,
e a todos que de uma forma ou outra contribuíram
Para que eu pudesse concluir com êxito essa caminhada.
RESUMO
Currently, the demand for natural resources and its increasing shortage have
contributed to the growing call for engineers to develop projects that offer
ecological compensation measures. The present work aims to illustrate
constructions that use ecological materials that can limit the impact caused to
nature.
Eco-friendly building technics and materials have this characteristic. Utilized
throughout all project phases, from design to demolition, can greatly reduce the
impact caused to the environment. In addition, the creation of a workforce
employing homeowners themselves is also an alternative for many families that
lack the financial resources needed for the construction of their dwellings. Thus,
the methodologies and the construction projects require simplicity so that
homeowners, who do not possess suitable construction knowledge, can
become capable of building their own residences with technical support and
professional expertise.
We should also be concerned about the use of rainwater, solar energy and the
reuse of waste water to reduce the consumption of natural resources and make
a sustainable residence during its useful life.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 35
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 37
1. INTRODUÇÃO
Pensando nisso o presente trabalho propõe uma construção voltada para o meio
ambiente e com a mão de obra basicamente familiar, como vem sendo feito em diversas
regiões do pais, para dar moradias de qualidade e conforto para a população que não
tem acesso a determinados programas sociais ou não possui renda necessária para a
construção de moradias utilizando os sistemas convencionais de construção.
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2. CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS
Isso significa que o empreendimento não deve ser somente sustentável na sua
fase de construção, mas permanecer com as caraterísticas de sustentabilidade durante
sua utilização e posterior demolição, sendo assim, os materiais retirados após sua
demolição poderão ser reaproveitados em diversas outras aplicações.
Há então uma preocupação com diversos aspectos para iniciar o projeto desse
tipo de edificação, como: o local de sua implementação, a posição do sol, dos ventos e
das chuvas, sua função durante sua vida útil e suas caraterísticas ergométricas.
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Sanguinetto na cidade de Piranguinho, no sul de Minas gerais, obedecendo o desnível
do terreno sem alterar as características do local.
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acordo com o projeto. Essa utilização do Sol para a geração de energia é de fundamental
importância visto que a maioria desse tipo de empreendimento geralmente é afastado
dos centros urbanos não dispondo de iluminação e energia elétrica, sendo necessário
criar alternativas para a geração de energia e aquecimento da água.
As chuvas também são fonte de água para fins não potáveis, como utilização da
água para regar jardins, descargas no vaso sanitário e até utilização no banho, porém,
deve-se ter o cuidado de tratar a água adequadamente para que esses processos possam
ser utilizados, pois as águas das chuvas carregam em si impurezas dispostas na
atmosfera que podem ser prejudiciais à saúde, sendo assim, dependendo da sua
finalidade devem ser estudadas e tratadas.
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3. ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
John (2010) destaca que “não existe material de construção que não cause
impacto ambiental”, sendo assim, é necessária uma análise técnica na qual comprove
que o material atenderá as funções de projeto causando o mínimo impacto ambiental,
simultaneamente, o material deve ser adequado ao desempenho técnico e ser
economicamente viável.
3.1. FUNDAÇÕES
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Para melhor aproveitamento das fundações em pedra é comum elevar a fundação
acima do solo para melhorar a durabilidade das paredes, pois estas ficaram distantes do
solo impedindo a percolação da água nas paredes pelo efeito da capilaridade. A Figura
ilustra uma construção utilizando as pedras como elemento de dispersão de cargas para
o solo.
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3.2. ESTRUTURAS
Serão apresentados dois tipos de construções que podem ser utilizados com mão-
de-obra familiar que são as construções utilizando a técnica do pau a pique ou as
construções com tijolos ecológicos.
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Ghavami e Barbosa (2010) destacam que o bambu está presente constantemente
nas paisagens brasileiras e em toda a zona tropical e parte da zona subtropical do
planeta, sendo assim, essa espécie vegetal possui um potencial enorme para ser
implantada na construção civil. Os autores ainda citam as características favoráveis da
utilização de bambu na arquitetura e na engenharia, como:
Como toda a estrutura é feita com argila, obtida através do solo, é necessária
uma impermeabilização da mesma para evitar o contato com a água, principalmente a
água oriunda das chuvas, que pode fazer com que a argila seja novamente molhada e
perca sua consistência desagregando do molde de madeira.
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Deve-se proceder do mesmo modo em áreas internas molhadas, como banheiros e
cozinhas.
Também se deve ter um cuidado especial aos beirais dos telhados, que devem
garantir que as águas das chuvas não molhem as paredes externas, sendo assim, são
recomendados beirais de, no mínimo, 80 centímetros para evitar essa exposição as
chuvas.
A Figura ilustra uma parede executada com a técnica de pau a pique utilizando
bambu como malha.
Disponível em:
<http://static.wixstatic.com/media/6e947a_74a143b9d44445f0bc41088de5a04ac7.jpg_srz_299_224_85_2
2_0.50_1.20_0.00_jpg_srz>.
Deve-se ter o cuidado com a construção de desempeno das paredes, pois, a falta
de retilineidade pode causar um mal-estar visual no usuário e o mesmo pode ter a
percepção de que a estrutura não está segura para a habitação, sendo assim, é necessária
a correção das paredes para impedir imperfeições.
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Outro aspecto importante é com relação aos suportes das paredes, que devem ser
executados em uma distância máxima de 2 metros, criando painéis de bambu, conforme
ilustra a figura abaixo.
Disponível em:
<http://www.tijolo.eco.br/static/media/uploads/fabrica/.thumbnails/tijolos_furados.jpg/tijolos_furados-
600x450.jpg>. Acesso em: 10 set. 2017.
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bastante superior devido o material apresentar textura uniforme, dimensões regulares e
superfície planas.
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Segundo a NBR 8491 (ABNT, 1984 apud SEGANTINI; ALCÂNTARA, 2010)
a resistência média a compressão dos tijolos não deve ser inferior a 2,0 Mpa aos sete
dias e a sua absorção de água média deve ser inferior a 20%. Sendo assim Segantini e
Alcântara (2010) dizem que os solos mais adequados para a confecção de tijolos-
ecológicos são os solos que possuem: 100% dos grãos passando na peneira 4,8 mm; de
10 % a 50% passando na peneira 0,075 mm; limite de liquidez menor, ou igual, a 45% e
índice de plasticidade menor, ou igual, a 18%. Com essas características é possível a
obtenção de um solo que possua um menor consumo de cimento e os tijolos resultam
em uma melhor qualidade.
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Figura 7 - Máquina automatizada para produção de tijolos ecológicos
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Figura 8 - Máquina manual para confecção de tijolos ecológicos
Disponível em:
<http://www.engemaquinas.com.br/partials/thumb.php?mv=direita&mh=baixo&w=615&h=530&img=../i
magens/prensas-Modelo-Speed1/prensas-Modelo-Speed118604.jpeg>. Acesso em: 20 set. 2017.
Os tijolos feitos com encaixes são os mais adequados para construções feitas
pelos próprios empreendedores, pois, são simples de serem manuseados e colocados em
seus respectivos locais, bastando um projeto simples de colocação das fiadas dos tijolos,
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também proporcionam maior rapidez na execução das alvenarias. A figura ilustra um
projeto simples da colocação de uma fiada dos tijolos ecológicos.
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Redução da necessidade de rasgos nas paredes e do consumo de
tubulações nas instalações hidráulicas e elétricas, que podem ser
embutidas nos furos dos tijolos;
Redução da necessidade de fôrmas, pois os furos coincidentes
dos tijolos possibilitam a execução de canaletas, vergas e colunas
grauteadas;
Execução de paredes com tijolos aparentes, dispensando-se a
utilização de argamassas de aderência, emboço e reboco;
Aplicação de argamassa de gesso ou massa única diretamente
sobre os tijolos;
Possibilidade de assentamento de azulejos sem necessidade de
chapisco e massa grossa;
Possibilidade de dispensa do uso de argamassa de assentamento
dos tijolos.
Vale lembrar que o graute não funciona como um pilar de concreto armado, ou
seja, não possui a função primária de transmitir esforços de compressão para as
fundações, sendo assim, sua função principal refere-se a evitar a movimentação
horizontal das alvenarias, sendo assim, o graute é bastante fluído e não deve ser
considerado no cálculo como elemento estrutural. A figura ilustra a colocação de graute
em um furo da alvenaria.
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Figura 10 - Grauteamento dos tijolos ecológicos
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3.3.1. Utilização de telhados verdes em residências ecológicas
Essas camadas são necessárias para a sustentação da vida dos vegetais que serão
introduzidos no telhado. A figura ilustra as diversas camadas de um telhado verde,
sendo elas a vegetação, que deverá ser nativa do local, o substrato, que também poderá
ser oriundo do local, o filtro, necessário caso o sistema seja adaptado para captar a água
das chuvas, a drenagem, necessária para conduzir a água das chuvas as poços de
armazenamento, a proteção mecânica, para evitar qualquer tipo de dano a estrutura, a
membrana antirraiz, para evitar que as raízes destruam a laje ou o telhado, a membrana
a prova d’água, para evitar a entrada de água na edificação.
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Como se trata de uma residência o telhado-verde não deve possuir vegetações
que possuam grande altura, sendo assim, deve ser limitado a vegetações rasteiras e de
pouca altura, pois o processo construtivo foi pensado em atender somente ao peso do
telhado e dos painéis solares, sendo assim, quando houver precipitação haverá também
o peso da água pluvial e, se a vegetação for muito alta, haverá um aumento de cargas
não previsto em projeto. A figura ilustra um telhado verde, composto basicamente por
gramíneas, integrado a um sistema de painéis solares.
Percebemos que com esse sistema construtivo podemos obter a água pluvial com
suas impurezas já filtradas pelo substrato do telhado verde, sendo assim, podemos
utilizar 100% da água recolhida através do telhado, o que não é possível nos sistemas
convencionais de captação de águas pluviais, pois os mesmos necessitam de um tempo
mínimo para o início da captação da água das chuvas visto que as primeiras
precipitações carregam grandes índices de impurezas que não são filtradas pelo sistema,
sendo assim, uma parte importante da água pluvial é perdida.
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A qualidade da água pluvial coletada em um telhado urbano é afetada
por diferentes fatores, tais como: condições ambientais do entorno
(proximidade de áreas industriais, grandes rodovias, presença de
pássaros ou roedores); condições meteorológicas (temperatura,
períodos anteriores de seca e padrões de chuva, intensidade da chuva);
material da cobertura do telhado (laje de concreto, telhas cerâmicas,
metálica, coberturas verdes); condições de coleta e armazenamento
(nível de sujeira do local, tempo de armazenamento da água no
reservatório, material que é feito o reservatório) e existência de
tratamento da água no processo de captação da água pluvial (emprego
de dispositivos de descarte de água dos primeiros instantes da
precipitação, de filtros para folhas, de processos de desinfecção por
radiação, ultravioleta, cloração, filtro lento de areia). O tipo de
tratamento, a ser conferido à água pluvial dependerá das
características da água coletada e do uso final não potável pretendido
no edifício. (IBIAPINA et. al., 2010, apud NETO, 2012)
A utilização dessa água captada pode servir para a manutenção do telhado verde
e dos jardins, e também para os fins previstos em na norma citadas anteriormente,
porém, para as finalidades de utilização em bacias sanitárias deve-se ter um cuidado
muito especial pois a água da bacia sanitária pode entrar em contato com a pele humana,
e se a mesma não estiver corretamente tratada, pode causar algum tipo de problema de
saúde ao usuário, por isso, é necessário ter os cuidados de tratamento da água e
armazenamento.
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possui um registro inferior, uma mangueira, que pode ser desacoplada, e um extravasor,
caso o nível da água ocupe todo o volume disponível da caixa armazenadora.
Com a utilização do telhado verde o sistema seria um pouco alterado pois não
haveria o caibro, como ilustrado na figura acima, os tubos coletores levariam a água
direto para o sistema de armazenamento.
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4. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DA EDIFICAÇÃO
Russo (2003) diz que a reciclagem deve ser fomentada nos diversos níveis
sociais para que a matéria prima, que deu origem ao produto utilizado, possa ser
novamente utilizada e ter suas características renovadas em novos produtos ou
aplicações. Existem diversas vantagens para a reciclagem de resíduos como: diminuição
da deposição dos resíduos, diminuição do acúmulo de lixo em aterros sanitários,
melhora nas condições de saúde, diminuição de impactos causados ao meio ambiente,
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economia de energia e de recursos naturais, entre diversas outras, incentivo a coleta
seletiva, entre várias outras.
Atualmente a coleta seletiva tem estado presente nas diversas cidades do país,
sendo assim, os moradores podem selecionar seus materiais, que não terão nenhuma
reutilização pelos mesmos, e destinar a coleta seletiva onde serão reutilizados ou
reciclados. Jardim (1995, apud SHALCH et. al, 2002) considera que essa estimulação
para a coleta seletiva deve ser pensada se houver na região mercado para o escoamento
desse tipo de material e salienta que se não houver mercado não valerá a pena o esforço
de separa-lo pois o mesmo será enterrado em aterro sanitário.
O panfleto abaixo pode ser utilizado como exemplo, na Figura ilustra diversas
informações de como a compostagem deverá ser feita e de quais resíduos devem ser
evitados para realizar o processo, além dos cuidados que se deve ter durante o processo
e sua duração.
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Figura 14 - Sistema de compostagem
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Figura 15 - Sistema de compostagem utilizando equipamento específico
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Figura 16 - Materiais com grande potencial de reutilização
Ferreira (200) destaca que os resíduos que podem ser utilizados são: blocos de
concreto, blocos cerâmicos, argamassas, tijolos, madeira, plásticos, papelão, metal,
entre outros. Para melhorar a visualização da reutilização desses materiais o autor criou
uma lista onde contém qual material pode ser reaproveitado e em qual finalidade. O
autor destaca que nessa lista há apenas resíduos onde as características dos materiais
não possuem boas condições de uso onde os mesmos sofreram avarias.
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Figura 17 - Lista de Materiais com características de utilização
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5. CONCLUSÕES
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mesma mantenha essas características até a sua demolição, quando não será mais
possível utilizar a mesma.
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6. REFERÊNCIAS
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