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Estrutura da colonização
[ Antigo Sistema Colonial ]
O Antigo Sistema Colonial consiste em um modelo característico da colonização da
América, compreendido entre os séculos XVI e XIX, que conformou-se de acordo com as
condições materiais e fenômenos concretos da vida colonial no Novo Mundo. Sua racionali-
zação pode ser utilizada como um caminho para apreender, de forma geral, o fenômeno co-
lonial em si, tal como ocorreu, por exemplo, no Brasil. Alguns âmbitos pertinentes para a
constituição de tal modelo são: seus principais agentes, relações de poder instituídas, aspec-
tos socioeconômicos, entre outros.
[ Colonizacao ]
Colonização é, em si, um conceito amplo, podendo consistir em um movimento de ocupa-
ção e povoamento de novos territórios. Já o Antigo Sistema Colonial, termo já consagrado
entre historiadores, refere-se especificamente ao momento pós Renascimento e anterior à
Revolução Francesa, durante a era mercantilista, estando em conforme com tal modelo eco-
nômico.
Hegemonia comercial das repúblicas italianas e dos mouros sobre rotas comerciais con-
tinentais já existentes.
O fim das Guerras de Reconquista, o intercâmbio cultural com o oriente, o espírito ex-
pansionista, o contexto de Contrarreforma e as novas técnicas de navegação.
Busca por novas rotas comerciais e a criação de interpostos comerciais nas ilhas do
Atlântico e na costa ocidental da África.
Ainda com o objetivo de encontrar novas rotas comerciais para as Índias, em 1492, o na-
vegador italiano Cristóvão Colombo, patrocinado pela Coroa espanhola, chega na América.
Fatores do Padroado
A submissão aos reis católicos da Espanha não era incomcebível, uma vez que
eles nutriam também interesses pela difusão da fé católica e mantinham rela-
ções com o núcleo da Igreja em Roma.
Atribuições do Estado para com a Igreja
Pagamento de salários para os membros do clero, o que permitia que eles pu-
dessem concentrar-se somente na realização de suas funções religiosas.
Foi esse modelo que esteve em voga na mentalidade dos europeus no momento do des-
cobrimento do Novo Mundo, e os interesses comerciais orientavam as expectativas dos co-
quistadores em relação às novas terras. O estabelecimento de feitorias tornava desnecessá-
ria a ocupação e colonização dos territórios do além mar.
[ Tratado de Tordesilhas ]
Tratado de Tordesilhas (1494) - divide as novas terras descobertas entre portugueses e
espanhóis. Representa uma trégua entre as duas coroas e define, como pertencente a Por-
tugal, a área compreendida dentro de 370 léguas à Oeste da ilha de Cabo Verde.
O rei Francisco, da França, questiona a hegemonia ibérica sobre as novas terras desco-
bertas, bem como revolta-se com o beneplácito fornecido pelo papa; “mostre-me, no testa-
mento de Adão, onde está documentado que o mundo foi dividido entre portgueses e espa-
nhóis”. A França, então, fornece diversas cartas de corso e fomenta a pirataria contra as pos-
sessões ibéricas no Novo Mundo.
[ Corsarios ]
[ O Trato da America ]
A América apresenta-se como um ínfimo obstáculo para os exploradores espanhóis, que
buscam uma rota para as Índias; seu objetivo imediato foi encontrar uma passagem que
atravessaria o continente.
Hernán Cortés, conquistador espanhol, ocupa e domina em 1521 a região do México, onde
vivia o povo asteca. Suas riquezas, metais preciosos e disponibilidade de nativos para servi-
rem como trabalhadores compulsórios serviram como atrativos para a América.
[ Constituicao da America Portuguesa ]
As terras na América não despertam nenhum interesse, visto as prioridades comerciais
dos europeus. Portanto, o Novo Mundo passa a desempenhar um papel de escala e reabaste-
cimento dos navios portugueses na rota para as Índias Orientais.
O primeiro contato entre portugueses e indígenas foi pacífico. Foi idealizada, a partir
daí, uma dinâmica na relação entre os dois povos; fomento da catequização dos nativos e
instituição da exploração dos recursos do território por meio do escambo, sobretudo o pau-
-brasil, tomado como monopólio régio português.
[ Mapa do Brasil Colonial ]
[ A Viagem de Martim Afonso de Sousa ]
O relativo descaso com as terras do Brasil, nas quais apenas era explorado o pau-brasil
(atividade que não fixava os colonos na terra, e, portanto, não garantia a efetiva defesa do
território) começou a reverter-se a partir da viagem de Martim Afonso de Sousa.
Assegurar a posse da Coroa sobre o território ultramarino era necessário, uma vez que
fosse preciso resguardar as novas terras caso nelas fossem encontrados metais preciosos.
Os fatores que ameaçavam tal posse eram, entre outros, populações indígenas hostis, explo-
radores espanhóis e corsários franceses.
Algumas medidas foram tomadas, sem sucesso, em prol da defesa do território. Uma
delas foi o envio de expedições, chamadas guarda-costas, enviadas ao litoral das novas
terras para capturar possíveis invasores franceses. Apesar de bem sucedidas, essas emprei-
tadas eram pouco expressivas e insuficientes, por si, para garantir a posse efetiva.
O rei D. João III adotou, a partir de 1530, as práticas em concordância com as ideias
de Diogo de Gouveia, um pensador humanista, que colocavam a ocupação efetiva do territó-
rio como uma alternativa para defender as terras da Coroa, ou seja, estabelecimento de co-
lonos no Brasil que pudessem defender suas próprias terras.
Em 1530, Martim Afonso de Sousa foi enviado com três objetivos principais: defesa do
território contra invasores franceses, explorar e assegurar a posse da região do Rio da Prata
e fundar pelo menos uma povoação permanente no litoral, que veio a ser a Vila de São Vi-
cente.
[ As Capitanias ]
O rei D. João III, em meados da década de 1530, determinou a divisão das notas terras
em várias capitanias hereditárias (15, no total), distribuindo o governo de tais porções de
terras aos vassalos da Coroa, que possuíam recursos necessários para empreender a ocupa-
ção, que teriam a obrigação de enviar navios e pessoas para o Novo Mundo no tempo certo.
Nesse contexto, o mapa hidrográfico do Brasil orientou, tal como alguns outros fatores,
o sentido que tomou a ocupação portuguesa na América, pois era necessário pensar no es-
coamento daquilo que fosse obtido no Novo Mundo para a Europa.
Por conta da distância geográfica em relação a Portugal, a América Portuguesa deman-
dava de uma nova lógica de ocupação e colonização diferente das feitorias na África e no
Oriente.
Apesar das capitanias representarem grandes extensões de terra, o domínio efetivo por-
tuguês até décadas depois, com o Governo-Geral, estava restrito à uma pequena faixa litorâ-
nea, não linear e espalhada pela costa de seu território.
[ Economia ]
A necessidade da produtividade da terra se dá pois não era possível criar e respaldar for-
tificações no Brasil, fato que exigiria muito dos cofres da Coroa. Era necessário estruturar
de fato um povoamento e uma base econômica concreta.