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CLUBE DE LIBRAS:

ENSINO E PRÁTICAS DE INTERAÇÃO EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA


EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE
ALEGRETE

Pós- graduada em Libras: Iolanda Inês Comin Londero


Orientadora: Josie dos Santos Pillar

RESUMO

O objetivo deste trabalho visa abordar, discutir e relatar os passos realizados, dados da
pesquisa feita com alunos de duas Escolas pública no município de Alegrete, com o
intuito de sensibilizar e refletir sobre a diversidade, respeitando e garantindo todos os
direitos legais dos cidadãos, principalmente à uma educação de qualidade, e a
importância de práticas de interação com a Língua Brasileira de Sinais como segunda
língua desenvolvida por meio de um projeto denominado Clube de Libras: um espaço
extraclasse, voluntário, para alunos do Ensino Médio regular. Tal pesquisa se justifica
pela a importância e necessidade de disseminação de outra língua, cultura, e no uso da
Libras – motivada pelo o interesse dos próprios alunos expressado em uma pesquisa
quantitativa realizada na Escola Estadual de Ensino Médio Waldemar Borges, situada
na periferia do município de Alegrete - RS. Na exposição dessas práticas será
considerada a sua especificidade visual e gestual, pois a finalidade do trabalho será o
de facilitar a interação e comunicação dos alunos ouvintes com seus familiares e
amigos surdos, despertando o interesse de disseminar a importância de todos, da
comunidade aprender Libras, possibilitando cada vez mais interação dos ouvintes e
surdos da comunidade onde as escolas em questão estão inseridas.

Palavras Chaves: Interação. Ouvintes. Disseminação. Libras. Reflexão


ABSTRACT
The objective of this work is to approach, discuss and report the steps taken, data from
the research carried out with students from two public schools in the municipality of
Alegrete, in order to raise awareness and reflect on diversity, respecting and
guaranteeing all legal rights of citizens, mainly to quality education, and the
importance of interaction practices with the Brazilian Sign Language as a second
language developed through a project called Clube de Libras: an extra-class, voluntary
space for regular high school students. This research is justified by the importance and
need for the dissemination of another language, culture, and the use of Libras -
motivated by the interest of the students themselves expressed in a quantitative
survey carried out at the Waldemar Borges State High School, located on the outskirts
of the city from Alegrete - RS. In the exhibition of these practices, their visual and
gestural specificity will be considered, as the purpose of the work will be to facilitate
the interaction and communication of hearing students with their deaf family and
friends, arousing the interest of spreading the importance of everyone in the
community to learn Libras , enabling more and more interaction between hearing and
deaf people in the community where the schools in question are located.

Keywords: Interaction. Listeners. Dissemination. Pounds. Reflection

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como um foco principal analisar o que os alunos pensam
sobre a inclusão de Libras alunos para ouvintes nas escolas Waldemar Borges, através
de um projeto denominado “Clube de Libras”, a mesma também tem como objetivo a
reflexão da ideia sobre respeito e garantia dos direitos de todos os cidadãos a
educação, saúde, alimento, moradia, enfim de condições dignas para sobrevivência.

O nosso país, a nossa cultura é formada por uma diversidade de habitantes que aqui
vivem e convivem, mas aí você pergunta o que significa diversidade? Segundo Gusmão
(2003, p. 83-105), diversidade consiste na diferença entre os sujeitos, seja física,
cultural, social, étnica, linguística religiosa, e de gênero, mas que juntos produzem,
constroem e contribuem para essa diversidade.

A reflexão sobre garantia de seus direitos, salientando aqui o direito a educação de


qualidade a qualquer cidadão seja qual for a sua diversidade, assim como a
harmonização, a empatia e a solidariedade em relação ao outro, no caso, aqui será
abordado a Libras, mas o que é Libras? Uma das perguntas feita aos pesquisados, e
suas resposta foi: Libras é a língua de sinais usada pela comunidade de surdos no
Brasil, esclarecida pela a autora que essa língua foi reconhecida pela Lei, a lei nº
10.436, de 24 de abril de 2002, é uma forma dos surdos de garantirem a sua
socialização, interação na sociedade e valorização da sua cultura.

Baseada em discussões feitas em ambientes estudantis e em formações de


professores sobre a importância da inclusão e a aprendizagem de uma segunda língua
na Educação Básica, sobre o ensino da Libras como segunda língua, para estudantes
ouvintes. Esta pesquisa apresenta o projeto de ensino de Libras básico para alunos
ouvintes do noturno da Escola Estadual de Ensino Médio, localizada em Alegrete, Rio
Grande do Sul – RS.

A proposta de ensinar Libras como segunda língua será para alunos ouvintes
conhecerem um pouco mais sobre o que é a língua de sinais e a cultura surda,
especificamente da comunidade surda brasileira, e que esses educandos ouvintes,
compreendam a importância de respeitar e interagir com a diversidade que
encontrarão na sociedade, na verdade a ideia de realizar um projeto de ensino da
Libras para alunos ouvintes dessas escolas surgiu enquanto a autora abordava os
alunos do ensino médio sobre a diversidade e inclusão, quando os mesmos relataram
por meio de uma conversa informal nas salas de aula o desejo aprender Libras, e que
os mesmos disseram achar importante para interagirem com amigos e familiares
surdos, até mesmo para o seu futuro profissional e social.

Quando aceito a língua de outra pessoa, eu aceitei a pessoa [...] A língua é parte
de nós mesmos [...] Quando aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, e é
importante ter sempre em mente que o surdo tem direito de ser surdo. Nós não
devemos mudá-los; devemos ensiná-los, ajudá-los, mas temos que permitir-lhes
ser surdos [...] (BASILIER, 1993 apud BRITO, 1993, p. 75).

Porém para a realização do projeto Clube de Libras precisaria embasamento não só


através de livros ou artigos científicos, mas também da opinião do alunado que
frequentam o turno da noite da escola, então foi realizado questionamentos e
entrevistas com alguns alunos voluntários a pesquisa sobre a realização desse projeto.
Foram feitas reflexões com os educandos ouvintes da escola, apesar da escola no
momento não possuir alunos surdos, os alunos demonstraram interesse na
aprendizagem da Libras como uma segunda língua, já que alguns já tinham
demonstrado interesse e curiosidade pela Libras anteriormente, em uma aula sobre
direitos humanos, segundo eles é importante compreender e entender a língua e a
cultura dos surdos para que, dessa maneira, possam se relacionar com esses sujeitos
que também fazem parte da sua comunidade. Então, a partir desse interesse dos
educandos em conhecer um pouco da cultura surda, e perceber que os mesmo
estavam entendendo o quanto é importante eles aprenderem Libras, a autora
planejou e escreveu o projeto para propor à equipe diretiva da escola mencionada
acima a iniciativa de oferecer aos mesmos um Clube de Libras, um espaço aberto e
voluntário, apesar da Libras, de acordo com a Lei nº 10.436, de 2002, no art. 1° ser
reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, porém a legislação o
ensino de Libras, assim como, educação bilíngue de surdos tendo educação bilíngue de
surdos como uma modalidade de ensino independente, com a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) como primeira língua e o Português escrito como segunda língua. Porém
ainda não ampliou o ensino de Libras em escolas de educação básica públicas e
privadas como componente curricular nas escolas regulares para os alunos ouvintes. A
autora junto a equipe diretiva e coordenação pedagógica das escolas já referidas acima
buscam a partir desse projeto proporcionar momentos de ensino, de aprendizagem e
interação por meio da prática da Libras como um modo de possibilitar aos educandos
compreenderem as diferenças culturais e linguísticas dos surdos.

O projeto Clube de Libras será realizado em forma de oficinas de conversação, em


período extraclasse com o objetivo de compreensão, de prática de interação e
aprendizagem de Libras como segunda língua, essas oficinas seriam mediadas pela a
autora deste projeto, voluntários de, apoio de professores habilitados de outras
instituições Curso de Libras e membros da comunidade surda seriam convidados a
visitas esporádicas para que esses educandos tenham a oportunidade de interagirem
com a comunidade surda, em momentos futuros em sua comunidade ou sociedade.

Lembrando que a possibilidade de acessar a Libras para os alunos ouvintes significa


mais oportunidades de interagir em seu meio de forma inclusiva, bem como a
compreensão de diferentes culturas e identidades, assim como, através do gestual da
Libras proporcionar atividades físicas que auxiliam no desenvolvimento da
motricidade fina e ampla nos alunos ouvintes, uma vez que o uso dos movimentos
corporais e faciais podem ser vistos como exercícios de expressão corporal.

OBJETIVOS

1.1 GERAL

Proporcionar momentos de reflexão sobre a diversidade e o direito de todos à


educação de qualidade, respeitando os direitos e deveres de cada um, oportunizando
conhecimentos da Língua Brasileira de Sinais e da Cultura Surda, por meio de
atividades práticas, estratégias de comunicação e interação entre surdos e ouvintes.

1.2 ESPECÍFICOS

Oferecer oportunidades e reflexões que estimulem a percepção de si e do outro;


Refletir sobre a importância do respeito mútuo nos diversos contextos vivenciados
pelos alunos;
Apresentar aos membros do Clube um breve histórico sobre Libras;
Compreender a importância de aprender Libras;
Promover discussões em relação às diferenças;
Aprender uma comunicação básica e elementar de Libras.

JUSTIFICATIVA

Para elaborar o projeto foi preciso promover uma pesquisa, debates, questionar os
alunos em que o tema era a inclusão e direitos humanos, e com pesquisa saber do
interesse desses jovens em aprender e conhecer a língua e a cultura dos surdos e
procurar proporcionar a oportunidade para os jovens desta escola de conhecer um
pouco sobre a Libras e a cultura da comunidade surda, as suas lutas e uma noção da
língua para uma comunicação básica e interação com sujeito surdo.

Na área da educação e estudos surdos, ainda se faz necessário que os legisladores


tenham um olhar mais acurado contemplando a relação do ouvinte com o “mundo dos
surdos”, facilitando a aproximação através do reconhecimento de Libras como
componente curricular em todas as instituições educacionais do território brasileiro,
construindo um relacionamento do ouvinte com o “mundo surdo”.

Cada vez mais se verifica o interesse pela Libras , não só pelos profissionais da
Educação, pois essa área tende a crescer, garantindo ao sujeito surdo o direito na
qualidade de vida e o respeito de sua identidade . . Este trabalho experimental dentro
dessa comunidade onde está inserida a escola de ensino médio, pode ser relevante,
para todos envolvidos na pesquisa e no projeto.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou no dia 03 de agosto deste ano o


Projeto de Lei que determina o tratamento da educação bilíngue de surdos como uma
modalidade de ensino independente, com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como
primeira língua e o Português escrito como segunda língua, porém, antes o ensino de
Libras já estava firmada no Decreto nº 5.626 desde 22 de dezembro de 2005, Capítulo
IV, Artigo 14, Inciso V, em que “deve ser garantido, por parte do poder público em
geral [...], formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de
Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização de corrente das
comunidades surdas do Brasil” (BRASIL, 2005), não esquecendo o artigo 22 do capítulo
V do mesmo decreto que diz:

Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica


devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por
meio da organização: I - escolas e classes de Educação Bilíngue, abertas a
alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues, na educação infantil e
nos anos iniciais do ensino fundamental; II - escolas bilíngues ou escolas
comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para
os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação
profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes
da singularidade linguística dos alunos surdos, bem como com a presença de
tradutores e intérpretes de LIBRAS - Língua Portuguesa (BRASIL, 2005, art.
22).

Acredita-se que poderá ser uma experiência positiva a todos os envolvidos nessa
pesquisa, assim como o projeto Clube de Libras, pois poderão ter uma noção básica da
luta da comunidade surda até o momento para terem os direitos de reconhecimento
da sua língua, cultura e identidade ser reconhecidas perante a lei , assim como os
discentes poderão ter o primeiro contato com a Libras, mediante a apresentação do
alfabeto manual, números e alguns sinais de saudações.

REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente o currículo Escolar precisa contemplar temas de relevância para a vida dos
estudantes, bem como desenvolver a conscientização dos alunos em relação às
diversidades na sociedade, assim como melhorar o desempenho desses alunos em
habilidades mencionadas na BNCC, alguns exemplos de habilidades que poderão ser
trabalhadas: Sensibilizar sobre a importância da Libras como segunda língua para
alunos ouvintes; Conhecer e identificar os sinais das letras do alfabeto manual e aplicar
os conhecimentos da Libras para falar de si e de outras pessoas, explicitando
informações pessoais e características relacionadas a gostos, preferências e rotinas.

“De forma particular, um planejamento com foco na equidade também exige um claro
compromisso de reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza grupos –
como os povos indígenas originários e as populações das comunidades remanescentes
de quilombos e demais afrodescendentes – e as pessoas que não puderam estudar ou
completar sua escolaridade na idade própria. Igualmente, requer o compromisso com
os alunos com deficiência, reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas
inclusivas e de diferenciação curricular, conforme estabelecido na Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência” Lei nº 13.146/2015 (BRASIL, 2017, p. 16).

De acordo a citação feita por ALMEIDA ((2000, p.3), "Surdos e ouvintes têm línguas
diferentes, mas podem viver em uma única comunidade, desde que haja um esforço
mútuo de aproximação pelo conhecimento  das duas línguas, tanto por ouvintes como
por surdos". Faz-se necessário que os ouvintes também procurem aprender Libras e as
políticas públicas também proporcione a todos ambientes educacionais a possibilidade
que os estudantes ouvintes tenham acesso da Libras como L2, assim como a Português
será para os surdos . É importante o estudo e difusão da LIBRAS para ouvintes para 
realização de uma maior interação entre ouvintes surdos para formação de uma
sociedade com conscientização inclusiva.

Cada vez mais se necessita de planejamentos coletivos para preparar, além dos
professores, os estudantes para receber o sujeito surdo em todos os setores da
sociedade brasileira, garantindo os direitos como qualquer cidadão, principalmente,
nas instituições escolares, pois a escola tem papel fundamental na comunidade em
que está inserida, para efetivar essa premissa.
“A escola tem uma contribuição indispensável e insubstituível,
embora limitada a dar para a afirmação histórica das classes
populares, na medida em que pode favorecer a ampliação da
compreensão do mundo, de si mesmo, dos outros e das
relações sociais, essencial para a construção da sua presença
histórica, responsável e consciente, no exercício concreto da
cidadania” (HORA, 1998, p. 49).

Então, segundo a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece Libras como a
segunda língua oficial no Brasil, a Libras não foi inserida como componente curricular
nas escolas de educação de educação básica para alunos ouvintes, somente foi citado
no projeto de lei sancionado pelo o presidente Jair Bolsonaro a oferta da língua de
libras como primeira língua aos alunos surdos não como um componente curricular
para alunos ouvintes também.

A escola citada anteriormente, participante do projeto, não possui atualmente, alunos


surdos, mas possuem alunos ouvintes interessados em aprender Libras, porque
segundo 60% dos pesquisados, eles possuem algum parente ou amigo surdo, teve ou
tem contato com surdos e que não sabem como interagirem com eles. Mas será que as
práticas pedagógicas estão sendo planejadas a favorecer o desenvolvimento de
competências e de habilidades dos educandos para sobreviverem na sociedade e a sua
diversidade, preparando-os para a vida, conforme Tardif (2006), o professor mobiliza
diferentes saberes no seu trabalho educativo, de modo que as relações dos
professores com seus saberes são mediados pelo trabalho, o que possibilita os
elementos para solucionar as situações cotidianas.

É preciso conscientizar os educando que os direitos dos surdos sejam respeitados em


sua identidade surda, que possam usufruir de seus direitos e oportunidades como
cidadão, ou seja, como qualquer outro cidadão (como: saúde, educação,
transporte,...), partindo assim a cada cidadão fazer a sua parte, assim como pressionar
as políticas publicas que garantam o cumprimento da Lei nº 10.436 e no Decreto nº
5.626, principalmente no artigo 2º desse decreto que diz: “Deve ser garantido, pelo o
poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais- Libras
como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas
do Brasil.” Pois segundo a citação: Aqueles que não conhecem nenhuma língua
estrangeira nada sabem de sua língua materna. (Johann W. Goethe, 1821 apud Gesser,
2012, p. 121), e principalmente uma língua reconhecida e falada por aproximadamente
2,6 milhões de brasileiros surdos, a difusão da Libras como L2 e o bilinguismo em todas
as escolas regulares do território brasileiro.

METODOLOGIA

A pesquisadora acredita que esta pesquisa seja classificada de natureza básica,


descritiva, com a abordagem feita de forma qualitativa e participante, pois ela
pretende que essa pesquisa sobre a difusão de Libras na comunidade por meio do
projeto Clube de Libras, venha buscar novos conhecimentos de inclusão e de interação
para os educandos participantes da pesquisa, seja útil e enriquecedor, proporcionando
uma maior aproximação de várias comunidades e instituições, pois pretende-se propor
um intercâmbio entre alunos de educação básica pública, estudantes de cursos de
Libras de outras instituições e membros da comunidade surda.

A abordagem da pesquisa ocorreu em quatro partes: 1º- Uma abordagem oral com os
alunos da escola Waldemar Borges, explicando-lhes a proposta do projeto; 2º -
Apresentação de um questionário escrito; 3º- A exposição aos docentes, as equipes
diretivas e ao conselho escolar das escolas a pesquisa e o projeto, ouvindo suas
opiniões, pesquisando sobre o assunto coletivamente, usando livros e sites na internet,
para embasamento teórico e levantamento de possíveis dinâmicas metodológicas,
para adaptação do projeto à realidade de nossa escola. 4º - Fazer uma pesquisa em
outras instituições de cursos de Libras sobre a sua disposição em participar do projeto.

Começou a princípio com uma abordagem aos alunos, fazendo uma abordagem oral,
um levantamento do número de alunos que desejariam realmente participar da
pesquisa e do clube de Libras, questionando o motivo e o que esperam do Clube de
Libras, começando com um grupo experimental de no máximo dezoito componentes e
dois encontros presenciais semanais de quarenta e cinco minutos e um encontro de
sessenta minutos online. Assim será relevante entender o que eles esperam do curso e
o que eles conhecem da cultura surda e da história da Língua Brasileira de Sinais-
Libras.

Antes foi feita uma pesquisa participante onde foi feita uma entrevista, quando a
pesquisadora mencionou aos mesmos que a Língua de Sinais apresenta algumas
características adequadas para sua modalidade visual e espacial e que precisarão ser
levadas em conta no processo de ensino e aprendizagem. Inicialmente, é importante
que compreendam que essa modalidade pedirá de seus aprendizes uma concentração
em um mundo de percepções visuais, cuja recepção da linguagem ocorre de forma
visual e sua expressão se desenvolve a partir de produções manuais, performances
corporais e desenvolvimento de habilidades de coordenação visual motora, as quais
não são enfatizadas nas línguas orais, também foi feita uma demonstração da
datilologia do alfabeto, números e algumas saudações em Libras.

Durante a abordagem oral com os alunos pesquisados, a autora também conversou


que o ensino de Libras compreenderá atividades práticas, nas quais será importante a
participação deles, executando os sinais e o acompanhamento do orientador para
verificarem os sinais corretos, salientando que para o sucesso do aprendizado da
Libras o ouvinte necessitará se adaptar para que possa apurar o uso de seu campo
visual. Tendo em vista que os materiais didáticos ainda são muito restritos, por isso,
ainda precisam ser feitas adaptações em termos de metodologias, e este como se trata
de um projeto piloto, assim como o Clube, estará envolvido em uma experiência nova
para essa comunidade, pois até hoje a escola citada acima oportunizou um projeto de
ensino de Libras para alunos ouvintes.
No projeto, constarão algumas noções teóricas sobre a cultura bilíngue, a importância
de Libras, os direitos dos surdos perante a Lei, dinâmicas para interação da turma, bem
como em ensinar a tratar os surdos, como se deve dirigir ao surdo e não ao intérprete,
tratando-os como cidadãos E que essa aprendizagem não só exigirá dedicação, mas
muita prática, e que serão propiciadas oportunidades onde os alunos poderão associar
a teoria com a prática direta com os surdos, promovendo uma interação com
membros da comunidade surda.

Então, após uma pesquisa participante e qualitativa, do levantamento de dados e da


explicação de como funcionará esse Clube de Libras, os alunos responderam um
questionário com questões abertas, após completarem o questionário a pesquisadora
tabulou as respostas realizando em seguida um gráfico para que a equipe diretiva,
assim como a coordenação pedagógica e o conselho escolar dessas duas escolas
participantes da pesquisa para que analisassem o grau de interesse e o porquê de
aprender libras dos pesquisados, para o planejamento e a realização do projeto na
escola de forma que envolvam não só os alunos, mas os educadores dessa escola
citada, os quais se mostrassem interessados em participar como aprendizes nesse
Clube.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa sobre o assunto fazendo uso de livros e sites
na internet, para embasamento teórico e levantamento de possíveis dinâmicas de
grupo, para adaptação à realidade de nossa escola.

ANÁLISE DE DADOS

O gráfico abaixo apresenta o percentual de respostas positivas às perguntas feitas em


um questionário escrito distribuído a 29 entrevistados que se interessaram em
participar da pesquisa
Fonte: Elaborada pela a pesquisadora (2019)

Através de um questionário escrito e oral foi possível perceber que os alunos não só
sabem o que significa Libras, como compreendem a importância de aprender a língua
e a cultura surda, e que possuem vontade de conhecer mais, fazer algum curso de
Libras para poderem interagir com os seus amigos e conhecidos surdos, mas não
possuem recursos, porém demonstraram muito interesse em participar do Clube de
Libras.

Observando os dados do gráfico acima, podemos fazer uma análise positiva do sucesso
da realização do Clube de Libras, e que terá provavelmente aceitação e aprendizagem
e de continuidade em futuros módulos, ou turmas . Os alunos demostraram
participativos e interessados em todas as propostas sugeridas pela a pesquisadora e
autora do projeto Clube e Libras e interativos durante a demonstração de aula de
Libras. Durante a execução do trabalho serão observados diversos aspectos como:
assiduidade, o interesse, o entusiasmo, a socialização o que evidenciará o
desenvolvimento de competências (identificar o seu lugar e o lugar do outro,
comunicar-se, interagir, conhecer e valorizar as outras culturas) e habilidades como
aplicar os conhecimentos de Libras para falar de si e de outras pessoas, explicitando
informações pessoais e características relacionadas a gostos, preferências e rotina.
Verificando se os alunos estão aprendendo não só Libras, mas realmente
compreendendo a importância de inclusão.

A escola é um local imprescindível de se promover à consciência e estimular a


mudança de comportamento a partir da conjugação das questões atuais com as
questões sócio-culturais. As aulas são os espaços ideais de trabalho com os
conhecimentos dos alunos e onde se desencadeiam experiências e vivências
formadoras de consciências mais vigorosas porque são alimentadas no saber
(PENTEADO, 1994). Nesta perspectiva, os estudos, o aprendizado no decorrer do
projeto, durante os encontros do clube de Libras poderá trazer aos participantes a
ideia de que "Aprender é uma modificação estrutural não do comportamento, mas da
convivência". (MATURANA, 1994 apud RIGONI, 2005, p. 2). Com isso espera-se que
projeto oportunize tanto aos professores quanto aos alunos a construção de um
conhecimento e uma ação pedagógica onde ambos serão ensinantes e aprendentes,
todos os envolvidos, transformem os seus conceitos e comportamentos em relação a
inclusão que proporcionarão aprendizagens significativas e contextualizadas,
informações adequadas sobre o respeito a diversidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término desta pesquisa, que teve como objetivo abordar, discutir e conhecer a
concepção dos jovens e adultos que estudam nessa escola, em relação ao projeto
Clube de Libras, verificando que há uma coerência quanto às respostas dos
entrevistados, pois todos se posicionam numa postura interacionista, preocupados
com uma sociedade mais justa onde os direitos de todos sejam respeitados e
garantidos.

Diante do entusiasmo e ansiedade dos alunos em saber e compreender um pouco


mais do “mundo dos surdos” e da sua língua - embora as escolas não tenham alunos
surdos, as equipes diretiva, coordenação pedagógica, professores e conselho escolar
de ambas as escolas apoiaram a iniciativa em realizar o projeto do Clube de Libras,
mediante dessa aprovação de toda a comunidade escolar ao projeto, a pesquisadora e
autora do mesmo considerou um resultado positivo, mesmo à espera do retorno da
mantenedora desta escola para por em prática o projeto,pois a ideia principal que as
pessoas que compõem essa comunidade escolar, ouvintes, compreendessem que o
estudo sobre Libras e a cultura surda será um conhecimento muito importante para
possibilitar as suas interações sociais com a comunidade surda, assim para o
enriquecimento cultural desses estudantes.

Esse projeto é pioneiro dentro dessa comunidade escolar do município de Alegrete -


RS. E o Clube de Libras estará embasado em referenciais teóricos de diversos autores
que trata do Ensino de Libras, desse modo contribuirá para a aprendizagem destes
educandos. A partir dessa pesquisa ao se entender que a abordagem comunicativa se
fundamenta em um processo de ensino destinado ao uso da língua em interação com
os surdos.

Tais resultados serão atingidos, à medida em que houver a aprovação da


mantenedora da escola para por o projeto em prátiaca, que discentes e docentes
interagirem, ao assumirem o viés comunicativo, promovendo conhecimento em
situações nas quais se exige a aplicação de competências por meio de situações reais
de comunicação, contato com membros da comunidade surda. Obviamente, em
diversos momentos, essas situações poderão ser apenas tentativas de aproximações
dos contextos de uso natural da língua. Em relação aos recursos didático-pedagógicos
e às metodologias de ensino empregadas para o público de jovens e adultos, as
dinâmicas e os jogos poderão ser alguns dos facilitadores da aprendizagem, pois
permitirão interações e comunicações significativas entre os participantes do Clube.
Por meio dessa pesquisa, os docentes poderão estimar as proporções em que os
aprendizes estarão aplicando as suas aquisições linguísticas trocando significados,
tornando as lições colaborativas, estimulantes e divertidas. Conscientes das
características da língua, o estímulo às percepções visuais e espaciais e sua
aproximação dos enfoques culturais da comunidade surda serão fundamentais para o
entendimento de quem é a pessoa surda que usa a Libras.

Foi possível esclarecer algumas concepções sobre a Língua Brasileira de Sinais,


valorizar, prestigiar e desmistificar alguns conceitos do ouvinte em relação a Libras
como haver uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas surdas,
as línguas de sinais derivariam da comunicação gestual espontânea dos ouvintes, assim
como outros mitos. Além disso, situações que demandarem a utilização da língua com
usuários surdos e estimularão a empatia e sua importância nos espaços educacionais e
sociais. Pode-se considerar que as metodologias e estratégias a serem usadas no curso
se constituirão de instrumentos facilitadores do processo de ensino e aprendizagem de
Libras para esses alunos, por se apropriarem, em grande parte, de uma abordagem
comunicativa.

Dessa forma, tal resultado será considerado satisfatório quando os alunos se


sentirem à vontade quando interagirem com um surdo, que consigam uma verdadeira
integração entre surdos e alunos da comunidade, além de refletir sobre a atuação na
sociedade para que se torne cada vez mais acessível à inclusão do surdo e o respeito
de sua cultura e identidade surda, o que caracteriza o ensino da língua como um
processo educativo, contribuindo, assim, para a formação do ser humano. Essa
proposta poderá possibilitar despertar o desejo desses alunos a continuarem
conhecendo a Libras, pois como toda a língua viva, uma vez, está sempre se renovando
em termos linguísticos da mesma forma que a nossa Língua Materna, oportunizando
uma continuidade desse projeto colaborando para a formação social e educacional,
fortalecendo a difusão da Língua de Sinais para toda a comunidade escolar da escola já
citadas anteriormente nesse artigo.

REFERÊNCIAS

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adultos não oralizados. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.

BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436,


de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art.
18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União. Brasília, 22
dez. 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília:


MEC/SEF, 2017.
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GUSMÃO, Neusa M. Mendes de. Diversidade, cultura e educação: olhares cruzados.


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GESSER, Audrei. O ouvinte e a surdez. São Paulo: Parábola, 2012

MACHADO, Paulo Cesar. A política educacional de integração/inclusão: um olhar do


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