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Bilingüismo e biculturalismo
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Bilingüismo e biculturalismo
ve os índios Urubus-Kaapor do Brasil, uma comu- nidade
que, embora majoritariamente ouvinte, uti- liza uma
fato de que a linguagem de sinais é utilizada por um gru linguagem de sinais minoritária.
restrito de usuários que, portanto, vivem uma situação
Todos esses exemplos deveriam servir para de-
desvantagem social, de desigualdade, e que participa
monstrar que, ainda que se queira estabelecer cri- térios
apenas limitadamente da vida da sociedade majoritária.
quantitativos para uma política educativa, estes se tornam
curiosa a coincidência des- sa definição com algumas d
necessariamente qualitativos e cor- respondem a uma
idéias dominantes na educação de surdos, especificamen
hierarquia e a uma assimetria de poder. E não do poder da
as que insis- tem em que o uso da linguagem de sina
maioria, mas sim de uma minoria. Note-se que nas escolas
constitui sempre um fator de exclusão da sociedade majo
de surdos há, jus- tamente, mais surdos do que professores
tária (Andersson, 1989).
ouvintes. E o fato de que as decisões lingüísticas e
Não gostaria de levar a discussão para as dpedagógi- cas correspondam apenas ao poder e ao saber
terminações estatísticas que consideram os surdos e outr dos ouvintes não se reduz simplesmente a uma oposi- ção
grupos como minorias lingüísticas, ou ra- ciais, étnicamaioria/minoria: é o uso da linguagem de sinais o que
sociais, pois reflexão desse tipo ul- trapassaria a nature acentua um conjunto de relações de poder assimétricas e
deste trabalho. Não obstan- te, parece-me importancoloca em evidência aquilo que a mi- noria/maioria ouvinte
apresentar alguns dados significativos. das escolas quer desterrar, ou seja, a surdez.
Jones e Pullen (1992) estimam que, na Ingla- ter
há cinqüenta mil surdos que utilizam a lin- guagem A oposição oralidade/gestualidade
sinais britânica — BSL —, quase a mes- ma quantida
que a de pessoas que utilizam o galês como prime
Os surdos criaram, desenvolveram e transmi-
língua. Deveriam, pois, ser compre- endidas como du
tiram de geração em geração uma linguagem, a lin-
minorias iguais; porém, as for- mas de organizaç
guagem de sinais, cuja modalidade de recepção e produção
políticas e educativas em torno delas são, de saída, be
é viso-gestual. Muitos supõem que essa criação lingüística
diferentes; e essa diferença imposta entre minor
provém do fato de que a deficiên- cia auditiva impede aos
demonstra que as minorias não são todas minorias, que,
surdos um acesso à orali- dade. Assim, as linguagens de
verdade, existem minorias melhores e piores, e que
sinais parecem um prêmio de consolação para os surdos e
qualifica — e não se quantifica — o que é minoritário.
não um pro- cesso e um produto construído histórica e
Por outro lado, é sabido que a linguagem de sinasocial- mente por essas comunidades.
norte-americana — ASL — é a terceira lín- gua de mai
Os trabalhos da lingüística pós-estruturalista
uso dentro dos Estados Unidos. Mas terá essa língua
avalizaram o status lingüístico das linguagens de sinais
mesmo status social, acadêmico e lingüístico que
como línguas naturais e como sistemas dife- renciados das
espanhol, o chinês ou o francês? Dar-se-á que
línguas orais: o uso do espaço com valor sintático e
lingüisticamente mais utilizado em determinado país se
topográfico e a simultaneidade dos aspectos gramaticais
também o politicamente mais reconhecido?
são algumas das restrições im- postas pelo tipo de
E não faltam exemplos em que a oposição maio modalidade viso-espacial e de- terminam sua diferença
(ouvinte)/minoria (surda) perde sua força. Sacks (198estrutural em relação às línguas auditivo-orais.
narra o fato de que na ilha Martha’s Vineyard, e
A linguagem deve, pois, ser definida indepen-
Massachusetts, todos, surdos e ouvin- tes, usavam a
dentemente da modalidade em que se expressa ou por meio
pouco tempo atrás a linguagem de sinais, mesmo quando
da qual percebe; possui uma estrutura
proporção de surdos era infinitamente men
Ferreira-Brito (1993) descre-
Revista Brasileira de Educação 49
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Bilingüismo e biculturalismo Não parece possível compreender o conceito de
cultura surda a não ser através de uma leitura de mul-
ticulturalismo, isto é, a partir de uma compre-
> A potencialidade de identificação das crianças ensão de cada cultura em sua própria lógica, em sua
surdas com seus pares e com os adul- tos surdos. As própria historicidade. Por isso, a cultu- ra surda não é
crianças surdas têm direito, além disso, a uma imagem atenuada de uma hipotética cultura
desenvolver-se numa comunida- de de pares e de ouvinte. Não é seu contrá- rio. Não é uma cultura
construir sua identidade den- tro do quadro de um patológica. Para mui- tos ouvintes que trabalham
processo sócio-histórico não fragmentado nem com surdos, a exis- tência de uma cultura surda
restringido. As inter- -relações com outros grupos constitui tanto um problema de crenças pessoais,
sociais e culturais depende, em grande medida, da como de opor- tunidades de experiência. De crenças
atualização e do exercício dessa potencialidade. porque, justamente, não há nada fora de seu normal,
Dessa pers- pectiva, a educação dos surdos deve de sua cultura própria e auto-referencial; nes- se
propor- se modalidades diferentes nos processos de plano, a cultura surda seria somente um des- vio, uma
en- sino e aprendizagem e tender à construção de anomalia. E é um problema de opor- tunidades de
grupos sociais em áreas de atividades (Sanchez, experiências porque, ao trabalhar com as crianças
1992), descentrando-se assim das rígidas ida- des surdas de uma perspectiva clí- nica, desconhecem-se
curriculares, do controle curricular do pro- fessor os processos e os produ- tos criados por determinados
ouvinte, e centrar-se na interação entre crianças, segmentos da comunidade adulta de surdos, por
jovens e adultos surdos de diferentes idades, raças, exemplo em termos de teatro, poesia, artes visuais,
gênero etc. ciência, didática etc.
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Bilingüismo e biculturalismo Volterra, 1987).
A partir dessas definições de base, as experiên-
cias de educação bilíngüe obedeceram a orientações de
de uma filosofia mas não de um método5 — estabele- c
magnitude, continuidade e ideologia muito di- versas. Essa
uma nova ordem nas escolas, deteriorando as fér- re
variedade educativa, que não conspi- ra contra si mesma,
barreiras do logocentrismo na educação dos surdo
nem constitui um perigo (Skliar, 1997c), obriga a e merece
privilegiando a comunicação, qualquer forma
uma generosa reflexão sobre a política educativa para
comunicação, acima de qualquer outro objetivo. Porém,
surdos e sobre os mecanismos de gestão, avaliação e
mesmo tempo, a comunicação to- tal desordenou
acompanhamen- to das escolas bilíngües.
desvalorizou a hierarquia e a se- qüência das aquisiçõe
aprendizagens lingüísticas e, portanto, cognitiva Os motivos dessa diversidade e diferenciação nos
culturais; naquela época — como atualmente —projetos de educação levam à questão da nar- rativa
problema das crianças sur- das menores era o acesso a pedagógica do bilingüismo: será possível ado- tar a
falta de um desen- volvimento pleno de uma linguageterminologia clássica da lingüística para des-
natural e não, a não ser de maneira tangencial 5 A oposição filosofia/método que sustenta a comu- nicação
apropriação de qualquer meio de comunicaçã total é discutível e precisaria de amplo espaço de debate, inadequado
O que podia ter sido e devia ser uma estimu- lan para este trabalho. À margem das in- tenções da comunicação total
em distanciar-se dos métodos, sua própria prática ou sua prática
transição, terminou sendo um fim em si mes- mo;6 o q parcial ou sua prática mal entendida é o que indicaria o contrário.
devia ser uma transição para a autono- Toda vez que numa transmissão de informação, ou numa simples
mia lingüística dos surdos acabou sendo uma esco- lha conversa, pre- domine ou seja sistemático o objetivo de fazer
consciente e exclusiva dos ouvintes,7 e em cer- ta medida visualizar a estrutura do idioma falado — mas não a informação nem
a conversa em si mesmas — e não se utilize e se modifique a
uma escolha contra as necessidades so- ciolingüísticas e
linguagem dos surdos, estamos diante de um sistema de recursos
psicolingüísticas dos surdos. Em síntese, um novo
organizados física e temporalmente. Essas carac- terísticas
esqueleto comunicativo para os ouvintes, mas não um correspondem perfeitamente à descrição de um método, não de uma
instrumento cultural signifi- cativo para os surdos. filosofia. Por outro lado, o uso do ter- mo filosofia na educação dos
Como narrativas lingüísticas e psicolingüís- ticas, surdos deveria responder a questões de outra transcendência, como
a educação bilíngüe introduziu a questão da aquisição da por exemplo a ima- gem do Homem cultural e não exclusivamente a
do Homem comunicativo presente no projeto educativo.
linguagem de sinais na educação dos surdos e os vínculos
léxicos, semânticos e sintáti- cos dessa linguagem com as
6Um fim em si mesmo que não se completou. Hansen (1990)
demais modalidades lingüísticas. Os primeiros modelos
refere-se à experiência da Comunicação Total na Dinamarca do
revelaram uma hierarquização nos objetivos e nos níveis
seguinte modo: “As crianças não tiveram uma versão visual do
lingüísti- cos, oferecendo aos surdos — pelo menos idioma dinamarquês e, em troca, receberam um input lingüístico
teorica- mente — completo acesso à linguagem de sinais e muito inconsistente, pelo qual não en- tendiam nem os sinais nem as
à linguagem escrita e um acesso parcial à linguagem oral palavras orais. Tendiam a utilizar-se de uma ‘meia língua’,
(por exemplo, Bouvet, 1982) ou um acesso completo à misturando as duas lingua- gens para sobreviver comunicativamente,
linguagem de sinais e à linguagem oral (por exemplo, mas não tinham a menor idéia sobre onde acabava uma linguagem e
onde começava a outra”.
necessidades e respos- tas das crianças. Essa é uma contradição em
7 Escolha consciente certamente muito curiosa. John- son, relação a nos- so enfoque de que a educação na sala de aula depende
Liddell e Erting (1989) afirmam que: “Os professores crêem que, ao da habilidade que o professor tenha para adequar as estraté- gias do
fazerem sinais, as crianças também têm acesso à informação que lhes ensino e os conteúdos às necessidades das crianças”.
é apresentada na fala. Dessa maneira, a concentração na atuação leva
a uma incapacidade do pro- fessor para julgar adequadamente as
— sobre o que significaria uma proposta de educação l de Surdos, a Comissão sobre Linguagem de Sinais e Pe- dagogia
concluiu suas sessões afirmando que: “A Comissão de Pedagogia
sustenta que a polêmica oralismo versus lin- guagem de sinais deixou 9 De fato, no último Congresso Latino-americano de
de ser uma questão contemporâ- nea. Transcendemos essa ingüismo para os Surdos, realizado em Mérida, Venezue- la,
controvérsia e, para chegar ao próximo século, deixamos o irou-se dos anúncios e dos programas aquele esclare- cimento
Congresso de Milão de 1880 no passado. As tendências de 1995 são: ico que rezava, como um estereótipo, um verda- deiro
o reconhecimento da linguagem de sinais e o respeito por ela como ar-comum: Bilingüismo (linguagem de sinais-lin- guagem oral).
linguagem da comunidade Surda, e o reconhecimento da educação
bi- língüe” (World Federation of the Deaf, 1995).
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Bilingüismo e biculturalismo orga- nização comunitária, formas de ver o mundo e con-
teúdos culturais que geralmente são omitidos ou não são
reconhecidos como tais pelos ouvintes.
lingüismo somente como a tomada de algumas de- cisõ
E seria um erro se a educação bilíngüe só se ativesse
lingüísticas, referidas geralmente à exata pro- porção ent
a linguagem oral e a linguagem de si- nais — ou entre a propor e/ou a refletir uma situação so- ciolingüística e
linguagem de sinais e a linguagem escrita —, e com cultural. Ao contrário, a educação bilíngüe deveria propor
inclusão física do adulto ou dos adultos surdos na esco a questão da identidade dos surdos como eixo fundamental
Não obstante, e após al- guns anos de experiência, s da construção de um
poucos os que que- rem admitir e reconhecer que, modelo pedagógico significativo, criar as condições
realidade, a pro- blemática da escola para surdos mlingüísticas e educativas apropriadas para o desen-
começou a vis- lumbrar-se, a descobrir-se em sua nature volvimento bilíngüe e bicultural dos surdos, gerar uma
mais interna. mudança de status e de valores no conhecimen- to e no uso
das línguas implicadas na educação, promover o uso da
Em primeiro lugar, definir uma situação edu- cati primeira linguagem, a linguagem de sinais, em todos os
como bilíngüe não habilita de forma simul- tânea a definníveis escolares, definir e dar significado ao papel da
a natureza interna dessa experiên- cia, ainda que se acred segunda linguagem na edu- cação dos surdos, difundir a
no contrário. Não há, não deveria haver, métodos linguagem de sinais, a comunidade e a cultura dos surdos
bilingüismo; o bi- lingüismo não é uma combinação para além das fronteiras da escola, estabelecer os
recursos di- visíveis para cada um dos planos educativoconteúdos e os temas culturais que especifiquem o acesso à
De fato, existem muitas escolas no mundo chamadinfor- mação por parte dos surdos, gerar um processo de
bilíngües — refiro-me inclusive àquelas que pro- põeplena participação dos surdos como cidadãos, de-
duas línguas para crianças ouvintes — e to- das apresentasenvolver ações para o acesso e a compreensão dos surdos
diferenças patentes quanto a suas propostas de didáticà profissionalização e ao mundo — e não ao mercado —
das línguas, a sua progra- mação curricular, à participaç do trabalho.
dos usuários na- tivos das línguas implicadas, à arquitetu
funcio- nal das classes, inserção na comunidade mais am Por todas as razões expostas, a educação de
pla, origem e destino do projeto educativo etc. surdos atualmente já não pode ser descrita apenas através
de grandes narrativas — oralismo, comu- nicação total,
Em segundo lugar, e como conseqüência do ponbilingüismo — nem como um pro- duto de antagonismos
anterior, surge a sensação de que o termo bilingüismo dfragmentários e oposições binárias — maioria/minoria,
tudo mas, ao mesmo tempo, não diz nada acerca oralidade/gestualida- de, ouvintes/surdos etc. Os temas de
educação para surdos. Diz tudo por- que propõe e tendehoje transcen- dem ambos os estilos e ideologias dessa
construção de um ponto de partida a que não se po descrição e obedecem a múltiplas trajetórias de análise.
renunciar: afirma a exis- tência de duas línguas na vida d Como exemplo disso, no último Congresso da Federação
surdos; mas não diz nada porque, por trás dessas língu Mundial de Surdos (World Federation of the Deaf, 1995),
há cultu- ras, instrumentos cognitivos, modalidades
surgem com particular clareza questões tais como: a contexto mais amplo de educação. Contexto que inclua,
situação das mulheres surdas, dos surdos desempregados, entre ou- tras, questões tais como o multiculturalismo, o
dos surdos negros, dos imigrantes surdos, o efeito das pro- cesso de construção das múltiplas identidades, os
duplas discriminações, do abuso contra crianças surdas etc. mecanismos de poder e de saber dos ouvintes e dos surdos,
Essas temáticas vão mui- to além do paradigma atual na a reconstrução que os surdos desenvolvem sobre sua
educação especial e precisam ser discutidas dentro de um própria educação e as políticas relativas às diferenças.
CARLOS SKLIAR é pesquisador visitante do CNPq, ARROYO, Miguel, (org.), (1991). Da escola carente à es-
professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da
cola possível. São Paulo: Loyola.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do
Núcleo de Investigações em Políticas Educacionais para Surdos. BAUMAN, Zygmunt, (1991). Modernity and ambivalence.
Autor do livro La educación de los sordos. Una re- construcción
Cambridge: Polity Press.
historica, cognitiva y pedagogica (Argentina, Ediunc, 1997).
Organizador dos livros Educação & exclu- são: abordagens BOURDIEU, Pierre, WACQUANT, Loic (1995). Respues- tas por
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1997), e A surdez: um olhar so- bre as diferenças (Porto Alegre,
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