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Resumo
A Ecologia Política é um campo de estudos que possui uma contextualização histórica e se divide
em correntes teóricas e discussões epistemológicas. Uma dessas vertentes é a ecologia marxista
que se baseia no pensamento de Marx e Engels e utiliza o método do materialismo histórico para
analisar a questão da natureza. Assim, o presente trabalho busca entender as principais
contribuições da ecologia marxista para o campo da ecologia política latino-americana, através
do enfoque sobre a relação entre sociedade-natureza interpretada teoricamente por Marx e o
conceito de imperialismo ecológico, analisado por autores da ecologia marxista, que na realidade
concreta possui um forte papel na dominação da natureza na América Latina. O artigo
estrutura-se numa inicial explicação sobre as principais contribuições do pensamento de Marx,
como o conceito de metabolismo social, que se refere à sua concepção da relação entre a
natureza e o ser humano e sua “fratura” no modo de produção capitalista, essencial para
entender o funcionamento do capitalismo sobre a exploração da natureza. Neste trabalho, um
dos principais objetivos é apontar as principais contribuições que essa corrente pode oferecer
para os problemas socioambientais na América Latina. Por isso, em seguida se agrega ao debate
a concepção de imperialismo ecológico, sendo uma das questões que mais afeta os países do Sul
Global, e sua relação com o colonialismo no continente, para, assim, fazer uma ponte de diálogo
entre a ecologia política latino-americana e as leituras da ecologia marxista desde as
contribuições de Marx. O artigo se classifica como uma pesquisa teórica e adota-se como
pressuposto que a ecologia pode ser uma importante ferramenta social e política, que tem a
potencialidade de atuar como força política emancipatória.
Abstract
Political Ecology is a field of studies that has a historical context and is divided into theoretical
currents and epistemological discussions. One of these currents is Marxist ecology, which is
based on the thinking of Marx and Engels and uses the method of historical materialism to
analyze the question of nature. Thus, the present work seeks to understand the main
contributions of Marxist ecology to the field of Latin American political ecology, through the
focus on the relations between society-nature interpreted theoretically by Marx and the concept
of ecological imperialism, analyzed by authors of Marxist ecology, which in concrete reality has a
strong role in the domination of nature in Latin America. In this way, the article is structured in an
initial explanation of the main contributions of Marx's thought, as the concept of social
metabolism that refers to his conception of the relations between nature and the human being,
and its fracture in the capitalist production mode, essential to understand the functioning of
capitalism on the exploitation of nature. In this work, the objective is to point out the main
contributions that this current can offer to socio environmental problems in Latin America. For
this reason, the concept of ecological imperialism is added to the debate, which is one of the
issues that most affects the countries of the Global South, and its relation with colonialism in the
continent, to make a synthesis between Latin America political ecological and the reading by
Marxist ecology, from the contributions of Marx. The article is classified as a theoretical research
and it is assumed that ecology can be an important social and political tool, which has the
potential to act as an emancipatory political force.
Resumen
La Ecología Política es un campo de estudios que tiene un contexto histórico y se divide en
corrientes teóricas y discusiones epistemológicas. Una de estas vertientes es la ecología marxista,
que se basa en el pensamiento de Marx y Engels y utiliza el método del materialismo histórico
para analizar la cuestión de la naturaleza. Así, el presente trabajo busca comprender los
principales aportes de la ecología marxista al campo de la ecología política latinoamericana, a
través del enfoque en la relación entre sociedad-naturaleza interpretada teóricamente por Marx
y el concepto de imperialismo ecológico, analizado por autores de la ecología marxista, que en la
realidad concreta tiene un fuerte papel en el dominio de la naturaleza en América Latina. Por ello,
el artículo se estructura, en una primera explicación de los principales aportes del pensamiento
de Marx, como el concepto de metabolismo social actual que se refiere a la relación entre la
naturaleza y el ser humano, y su fractura en el modo de producción capitalista, fundamental para
comprender el funcionamiento del capitalismo sobre la explotación de la naturaleza. En este
trabajo, el objetivo es señalar los principales aportes que esta corriente puede ofrecer a la
problemática socioambiental en Latinoamérica. Así, se suma al debate el concepto de
imperialismo ecológico, que es uno de los temas que más afecta a los países del Sur Global, y su
relación con el colonialismo, para hacer, de esta manera, una síntesis entre ecología política latina
y una lectura desde la ecología marxista a partir de las contribuciones de Marx. El artículo se
clasifica como una investigación teórica y se asume que la ecología puede ser una importante
herramienta social y política, que tiene el potencial de actuar como una fuerza política
emancipadora.
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Isso se reflete em cientistas das áreas naturais que possuem uma consciência ecológica, mas que não
pensam na necessidade do mundo social e das formas organizativas de produção humanas sobre o
impacto ambiental. Em tal ponto se observa a influência da profunda divisão epistemológica, acadêmica,
mas principalmente metodológica, entre ciências naturais, consideradas mais legitimamente “científicas”,
e as ciências humanas e sociais. Trata-se de uma questão histórica, da divisão e desenvolvimento das
ciências a partir do século XVII, e de uma questão ideológica, devido ao contínuo domínio de um
pensamento positivista (LÖWY, 2011).
Na primeira parte, explica-se o principal conceito dentro da ecologia
marxista, o metabolismo social, para apontar como uma das principais
contribuições do marxismo à compreensão da crise ecológica atual desde o
entendimento da relação sociedade-natureza. Se trata de uma introdução ao
tema, pois a pretensão do trabalho é trazer aportes para a reflexão que se
conjugue com a EPL, sendo que a ecologia marxista foi construída como um vasto
campo de estudos, com diferentes contribuições e debates (FOSTER, 2015).
Na segunda seção do artigo, aborda-se a questão do imperialismo ecológico
em sua especificidade na América Latina, como consequência do colonialismo
tanto em plano econômico quanto ideológico e da ruptura da relação entre ser
humano e natureza à nível global. Está seção aborda um diálogo com a Ecologia
Política Latino-americana e seus estudos sobre os conflitos socioambientais no
continente, sintetizando, assim, como a ecologia marxista pode agregar nesse
entendimento através da crítica e análise do fenômeno do imperialismo ecológico,
portanto, contribuindo para pensar a ecologia na América Latina.
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Optamos por utilizar os autores considerados da segunda “onda” do pensamento ecológico marxista,
como Burkett, Foster, Clark e Saito. Isso porque essa corrente já possui uma história com aproximações e
divergências entre si, como a primeira “onda” no qual são autores dos anos 80, principalmente James
O’Connor, cuja principal diferença, adotada aqui, é que a questão da natureza em Marx não se trata de
citações esparsas, mas sim apontada de uma forma sistemática e adotada como pressuposto de toda a sua
teoria social.
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A crítica ambiental feita por Engels se observa principalmente em duas obras: A situação da classe
trabalhadora na Inglaterra e A dialética da natureza que, entretanto, devido ao escopo do trabalho, não é
possível aprofundá-las aqui.
Se observa na afirmação de Marx4 no qual mesmo com o desenvolvimento
de técnicas de aprimoramento da extração, o progresso capitalista vem
acompanhando, além do saqueio, da destruição das fontes primárias de riqueza.
Nesta questão, Marx reforça que seu entendimento por riqueza são a terra e o
trabalhador, ou seja, o ser humano e a natureza. Em outra obra, ele reafirma tal
argumento: "O trabalho não é a fonte de toda riqueza. A natureza é a fonte dos
valores de uso [...] tanto quanto o é o trabalho, que é apenas a exteriorização de
uma força natural, da força de trabalho humana" (2012, p. 23).
Tal colocação se refere à premissa que parte todo o seu pensamento, que
se desenvolveu como materialismo histórico, ao definir a sociedade como seres
humanos em sua relação com o trabalho, que é sua atividade principal no qual
produzem seus meios de subsistência para garantir suas necessidades físicas.
Portanto, para se desenvolver eles entram em relação com a natureza, através de
uma transformação consciente e intencional que, ademais, ocorre de forma
cooperativa, não independente entre seres humanos, por isso a sociedade se
constrói através de relações sociais (ZEITLIN, 1982). Ocorre nisso uma relação
dialética sobre dois tipos de condições: "a interação dos homens com a natureza
determina o caráter de suas relações sociais, enquanto que o caráter de suas
relações sociais determina seu modo de interação com a natureza" (ibidem, p.
113).
Portanto, a teoria social de Marx, segundo os ecologistas marxistas
(BURKETT, 1999; FOSTER, 2010; LÖWY, 2011; SAITO, 2021), parte do ponto inicial da
sua definição da relação entre ser humano e natureza que reflete na relação
sociedade e natureza. Marx parte da natureza, como primeira fonte de construção
das relações sociais, para entender essas relações em um processo de produção
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Foster apresenta também outros casos que exemplificam o interesse de Marx pelas ciências naturais,
focando no meio-ambiente, em sua época: “Marx também tomou notas detalhadas acerca de como as
alterações isotérmicas sobre a superfície terrestre, originadas das mudanças climáticas, levaram à extinção
de espécies ao longo da história da Terra. Ele observou como as mudanças climáticas antropogênicas
regionais, na forma de desertificação, contribuíram para a queda das civilizações antigas, e considerou o
modo como este fenômeno poderia interferir no capitalismo” (2015, p. 87-88).
como movimento histórico (SCHMIDT, 1977). Tese observada desde seus primeiros
escritos:
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O processo está ainda mais detalhado nas seguintes palavras de Marx: “A relação capitalista pressupõe a
separação entre os trabalhadores e a propriedade das condições da realização do trabalho. Tão logo a
produção capitalista esteja de pé, ela não apenas conserva essa separação, mas a reproduz em escala cada
vez maior. O processo que cria a relação capitalista não pode ser senão o processo de separação entre o
trabalhador e a propriedade das condições de realização de seu trabalho, processo que, por um lado,
transforma em capital os meios sociais de subsistência e de produção e, por outro, converte os produtores
diretos em trabalhadores assalariados. A assim chamada acumulação primitiva não é, por conseguinte,
mais do que o processo histórico de separação entre produtor e meio de produção. Ela aparece como
“primitiva” porque constitui a pré-história do capital e do modo de produção que lhe corresponde” (2011a,
p.515).
dentro do sistema capitalista através da evolução das forças produtivas. Essa
característica é chamada de falha metabólica (Stoffwechsel). O “progresso” das
forças produtivas capitalistas é descrito por Marx ao afirmar que “a produção
capitalista [...] não só destrói a saúde física do proletariado urbano e a vida
espiritual dos trabalhadores rurais, senão que perturba também a circulação
material (Stoffwechsel) entre o homem e a terra” (LÖWY, 2011, p. 72 apud MARX,
1969, p. 363, tradução nossa). Saito agrega que esse fenômeno ocorre conjugado
com o processo da alienação, pois Marx
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Liebig critica “os britânicos de desenvolverem uma cultura de roubo, ao sistematicamente drenarem os
nutrientes do solo” e fazia referências à extração de recursos das periferias “bem como o guano
proveniente do Peru, para reabastecerem campos ingleses” (FOSTER, 2015, p. 83), isso entre os anos
1850-1860.
comercio, por su parte, procuran a la agricultura los medios para el
agotamiento del suelo (2006b, p. 1034 apud CLARK e FOSTER, 2012, p.5).
Considerações finais
O objetivo deste artigo foi tentar expor, de uma forma sintética, os pontos
chaves que ajudem a compreender os problemas ecológicos atuais, focando na
América Latina a partir de uma ótica marxista, abordando principalmente as
reflexões de Marx, mas utilizando também das contribuições trazidas por autores
da ecologia marxista e do pensamento da Ecologia Política Latino-americana. A
concepção de ecologia marxista na América Latina ainda está muito restringida
principalmente a espaços acadêmicos, o que se destacam no continente
latino-americano são as lutas concretas (ALIMONDA, 2016). Como afirma Burkett,
não se trata de ver o marxismo “como uma alternativa ao ambientalismo, mas, em
vez, como um tipo particular” do movimento ecologista, que “considera as
relações entre seres humanos-natureza através do ponto de vista das relações de
classe e dos requisitos da emancipação humana” (1999, p. 8, tradução nossa).
Argumentamos que ecologismo por si só não significa uma radicalidade, tanto em
plano teórico e acadêmico quanto em seus movimentos sociais e políticos, isso vai
depender da sua interpretação de resposta aos problemas socioambientais, se
enfrenta o próprio sistema de exploração humana e ambiental.
Diante disso, um dos principais fenômenos apresentado foi o de
imperialismo ecológico, como conceito constituído, ademais pelas contribuições
marxistas sobre imperialismo em geral, mas também pelas categorias trazidas de
Marx, como a acumulação primitiva e a falha metabólica. Por isso, defende-se a
ideia de que as contribuições de Marx são essenciais para entender a relação
natureza-sociedade, e a partir disso, desenvolver estratégias e mudanças que
sejam ecologicamente conscientes.
Como demonstrado, Marx ajuda a pensar contra um dualismo
sociedade-natureza, mas sim como fatores integrativos e complementares. Não
existe na sociedade humana natureza “fora”, as práticas sociais ocorrem em
condições de produção. A natureza condiciona, mas não determina, o social, e
vice-versa. A denúncia de Marx à lógica capitalista de produção é evidente,
entretanto, para alguns críticos é atribuída à Marx as ideologias
desenvolvimentista e produtivista, pois acreditam que no seu pensamento o
comunismo se trata de uma “etapa”, uma forma posterior ao capitalismo, mais
“evoluída”, mas que ainda que conteria seus traços principais, como tais
ideologias extrativistas e produtivistas. Entretanto, isso se trata de uma falta de
compreensão do materialismo histórico10 e da sua conceitualização de superação
(Aufhebung). Como apresentado no trabalho, Marx possui posições divergentes às
críticas adotadas, que podem trazer contribuições às análises sobre a questão
ecológica na América Latina.
De fato, marxistas posteriores internalizaram parte da lógica de
desenvolvimento infinito e sem restrições das forças produtivas, por isso a
acusação do marxismo como produtivista. Contudo, como visto, pode-se
encontrar diretamente em Marx conclusões opostas, no qual enquanto a natureza
for parte constitutiva e inerente ao ser humano e, consequentemente, à
sociedade, assim, ela não pode ser pensada em termos destrutivos e de
dominação sem restrições, além de próprias reformulações de Marx em relação à
ideia de progresso, contra uma determinação linear de progresso histórico
(ALIMONDA, 2006). Em Marx, segundo Bensaid, as forças produtivas não
constituem “um fator unilateral de progresso, independentemente de sua
imbricação concreta de um modo de produção dado. Podem tanto enriquecer se
com conhecimentos e formas de cooperação social novas como negar-se a si
mesmas mudando em seu contrário, em forças destrutivas" (2003, p. 474 apud
SABATELLA e TAGLIAVINI, 2012, p. 9, tradução nossa).
Desta forma, tentamos apontar as principais questões marxistas a serem
debatidas dentro do campo de conhecimento da Ecologia Política
Latino-americana, pois, segundo Alimonda (2016), se trata de um espaço plural e
coletivo crítico, inspirado desde o marxismo de Mariátegui que ajuda a recuperar
heranças tradicionais e originárias para a crítica atual, até correntes que remetem
aos movimentos populares e pensamentos localizados não-colonizados mas que,
sem embargo, se tratam de conflitos territoriais e impactos ambientais em regiões
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Isso ocorreu de tal forma que setores do movimento comunista, sem contar a esquerda no geral ou os atuais
progressistas, buscavam o produtivismo e o desenvolvimentismo industrial, refletindo até nos países que
formavam parte do bloco socialista do século passado. Sem embargo, esse é um tema demasiado amplo e se
trata de um profundo debate, pois se refere tanto à uma análise histórica, dos debates ecológicos na ex-URSS
(FOSTER, 2015) e outros países, quanto numa análise atual de países como China e Cuba, questão muito
controversa, mas que não pode ser desconsiderada a questão do imperialismo, da necessidade interna de
sobrevivência do sistema e da própria soberania nacional de tais países.
desiguais. Por isso, os países e regiões periféricas são os mais afetados pela
destruição da natureza. Destarte, o marxismo pode ser um instrumento locutor
deste campo de conhecimento regional com relação ao universal, principalmente
ao se tratar de ecologia, questão que se apresenta sobre uma forma de crise
ecológica mundial (MACHADO ARÁOZ, 2017). Afirma Foster (2020) que para
começar a busca de uma solução aos problemas ambientais é necessário
abandonar primeiramente a ideia de “conquista da natureza” e substituí-la por
uma concepção radical de restauração do metabolismo humano-social rompido
pelo capitalismo com a natureza. Entender a questão ecológica em Marx ajuda
isso, pois além de entender sua própria teoria, como a natureza imanente a ela e
como componente de todo seu sistema teórico, mas também compreendendo
como uma útil ferramenta para análise da crise ecológica global e o metabolismo
universal da natureza (SAITO, 2021). A afirmação de Foster de que a “abordagem
da relação humana-social com a natureza, profundamente entrelaçada com a
crítica, por Marx, da sociedade capitalista de classes, proporciona ao materialismo
histórico uma perspectiva única sobre a crise ecológica contemporânea e o
desafio da transição” (FOSTER, 2015, p. 84) parece adequada como resumo da
perspectiva do artigo.
Ao compreender a relação entre sociedade e natureza como mutuamente
constituídas, portanto, que o papel da natureza é determinado pelas relações
sociais de produção, se torna mais claro que as perspectivas que focam em
mudanças de comportamentos individuais (BURKETT, 1999, p. 18) não são as
melhores soluções para a crise ambiental, pois não afetam em nada essas
relações, ou seja, o próprio modo de produção capitalista.
Referências
BURKETT, Paul. Marx and Nature. A Red and a Green perspective. New York: St.
Martin’s Press, 1999.
MACHADO ARÁOZ, Horacio. “América Latina” y la Ecología Política del Sur: luchas
de re-existencia, revolución epistémica y migración civilizatoria. In: ALIMONDA,
Héctor; PÉREZ, Catalina Toro; MARTÍN, Facundo (org.). Ecología política
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epistémica. Buenos Aires: Clacso, 2017. p. 193-224.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. In: MARX, Karl; ENGELS,
Friedrich; LÊNIN, V.I. Manifesto Comunista; Teses de Abril. São Paulo: Boitempo,
2017.
MORENO, Camila. As roupas verdes do rei. Economia verde, uma nova forma de
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Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao
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