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MACROECONOMIA
O Impacto das dívidas públicas externas nas taxas de juro no mercado doméstico
MACROECONOMIA
O Impacto das dívidas públicas externas nas taxas de juro no mercado doméstico
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1.1. Introdução
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1.2. Ojectivos
1.2.1. Objectivo Geral
O presente trabalho é composto por quatro capítulos, sendo o primeiro a Introdução, que
apresenta os objectivos geral e específicos, a metodologia de pesquisa e a estrutura do
trabalho; o segundo debruça-se sobre a revisão de literatura; O terceiro debruça-se sobre
a conclusão e último debruça-se sobre as referências bibliográficas.
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CAPÍTULO II
2. Revisão da Literatura
De forma genérica, entende-se por dívida, uma quantia emprestada acrescida de juros,
com uma previsão de pagamento futuro. Tendo em conta a residência dos agentes
envolvidos na contratação dos empréstimos distinguem-se duas categorias de dívida:
dívida interna ou dívida externa.
2.1.1.2. Dívida Pública Externa
2.1.1.2.1.Classificação
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2.1.2. Causas da Crise da Dívida
A década 80 foi marcada pela subida dos passivos de muitos países menos
desenvolvidos. Dava (2005) refere que foi em meados daquela década que a dívida
acumulada de Moçambique subiu de forma desproporcional resultado de um conjunto
de factores de índole interno e externo, chegando a ser 10 vezes mais que o volume das
exportações do país e 50 % do PIB, em 1994.
Fala-se em crise da dívida, uma vez os níveis de endividamento atingidos estarem fora
do controle das autoridades em termos de cumprimento das obrigações de pagamento do
respectivo serviço. São dívidas cujo cumprimento da obrigação de pagamento é incerto.
Numa situação de altos níveis de endividamento há riscos óbvios que se incorrem, tanto
na perspectiva do país devedor como na do credor.
Na visão do país devedor, os altos níveis de endividamento são vistos como um entrave
ao investimento público, bem como diminuição de recursos públicos para aplicações
alternativas que podem acelerar o ritmo de crescimento do país, assumindo-se que o
serviço da dívida a que o país é exposto anualmente drena recursos dos “bolsos” do
estado. Na perspectiva do credor, os altos níveis de endividamento, acompanhados de
dificuldades crescentes em fazer face ao respectivo serviço pelos devedores põem em
risco a estabilidade financeira internacional, pois a falta de pagamento pode alimentar
pressões indesejáveis e retaliações por parte dos credores, ao mesmo tempo que isso
significa uma redução do seu activo.
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Tabela1: Evolução da Dívida Pública Moçambicana como percentagem do PIB (2000-
2019)
Conforme mostra a figura 1 acima, após um período de quase 10 anos (2006 a 2014) em
que a dívida pública esteve dentro dos padrões de sustentabilidade definidos pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI), a inserção, em 2015, das dívidas “ocultas” na CGE
precipitou a aceleração da dívida pública para níveis insustentáveis, tendo em 2017,
colocando Moçambique, na oitava posição no ranking mundial com uma dívida pública
que representava 115.2% do PIB, ficando assim na terceira posição em África depois de
Cabo Verde – 133.8% e Gâmbia -116.1% das economias com os maiores níveis de
dívida pública. (Colson, 2017).
2.1.3. Razões Aventadas para a Crise de Dívida em Moçambique
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Calamidades naturais: As calamidades naturais levam a uma redução do nível
da actividade económica e aumentam os níveis de pobreza. Pimpão (2005) refere
que os desastres naturais reduzem o stock de capital físico e humano, reduzindo,
consequentemente, o produto e o rendimento dos países afectados; provocam a
flutuação de preços das exportações e importações, afectando o rendimento do
sector público e privado; movimentam populações, aumentando a despesa
pública; aumentam o custo do transporte; entre outros.
Políticas económicas ineficientes: Após a independência, a produção nacional
passou a ser controlada directamente pelo Estado, através da nacionalização das
empresas e surgimento de empresas estatais, parte significativa delas tendo sido
abandonadas pelos antigos proprietários (colonos). Ao assumir o controle da
produção através das empresas estatais o Estado viu o volume das suas despesas
a aumentar, facto que se agravou com o baixo nível de rendimento das mesmas,
não conseguindo no mínimo igualar o volume de produção ao volume da
despesa pública nelas alocada. O Estado passou então a drenar recursos sem
retorno.
A Dívida Pública pode ser ainda definida como o conjunto das situações passivas que
resultam para o estado do recurso ao crédito público.
A Dívida Soberana, também designada por Dívida Pública, pode ser definida como o
conjunto das dívidas assumidas ou garantidas pelo Estado. Este conceito pode ser
entendido em sentido restrito ou em sentido mais lato. Em sentido restrito refere-se
apenas às situações passivas de que o estado é titular em virtude do recurso a
empréstimos públicos. Em sentido mais amplo, abrange não apenas a dívida decorrente
do recurso aos empréstimos públicos, mas também outras operações de crédito como
sejam as garantias e vales, os débitos resultantes do crédito administrativo, vitalício,
empresarial ou monetário.
A Dívida Soberana inclui quer dívida interna (quando os credores são residentes no
país) quer dívida externa (quando os empréstimos são contraídos no exterior). Quando a
dívida é externa, esta pode ser bilateral (quando outro Estado concede o empréstimo),
multilateral (quando o empréstimo é concedido por um conjunto de países ou entidades
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multilaterais), ou privada (quando os financiadores são entidades privadas). Esta pode
assumir diversas formas, nomeadamente os créditos bancários, os empréstimos
concedidos por outros Estados ou instituições oficiais, ou ainda os títulos de dívida (por
exemplo, Obrigações do Tesouro) transacionáveis ou não nos mercados de capitais.
Um aspecto relevante das dívidas soberanas é o risco que lhes está associado. Ao
contrário das empresas, cuja solvabilidade depende em grande medida do seu próprio
desempenho económico, a solvabilidade dos Estados está intimamente ligada com o
desempenho da Economia do país, a que se junta a sua capacidade fiscal, o stock de
dívida acumulada e os custos da administração pública. Para apoiar na avaliação de
risco, os próprios Estados recorrem à avaliação de entidades de notação de risco, as
quais atribuem ratings da mesma forma que atribuem às dívidas de grandes empresas
privadas.
As dívidas contraídas pela EMATUM, que inicialmente eram referenciadas como
ocultas, e que causaram a crise de divida publica externa actual. Foram declaradas
soberanas pelo estado, pela Assembleia da República.
É uma renegociação com redução do valor presente (ou actual) da dívida. Tipicamente
está associada a um evento de incumprimento formal (vulgo, bancarrota, no
inglês default). Um evento de incumprimento formal pode, por exemplo, consistir numa
moratória, ou mesmo num atraso excessivo no pagamento de juros ou capital em dívida.
Ocasionalmente, ambas as partes podem concordar em reestruturar a dívida sem que
ocorra um evento formal de incumprimento.
A reestruturação ocorre quando o país devedor já não é capaz de pagar essa dívida -
isto é, numa situação limite. O país devedor ganha em enfrentar a realidade e resolver
uma situação insustentável. Contudo, associados a essa decisão, existem custos
significativos de reputação e aumento dos custos de financiamento nos mercados
internacionais. Além disso, a reestruturação deve ser bem dimensionada e bem
conduzida. Primeiro, a reestruturação de dívida deve ser suficientemente significativa
de forma a tornar a dinâmica de dívida sustentável. Segundo, deve ser uma
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reestruturação bem planeada e negociada com os credores, de forma a não prejudicar
em demasia a actividade económica doméstica. Nomeadamente, devem ser
assegurados os mecanismos de financiamento das importações de bens mais
prioritários para o país (e.g., energia, alimentos, matéria prima para empresas
exportadoras).
A figura 2. mostra a relação entre a evolução do serviço da dívida interna (juros e outros
encargos financeiros incorridos pelo para amortizar as prestações da dívida junto de
uma entidade credora que opera no território nacional) e as taxas juro de empréstimo do
sistema bancário nacional. Entre 2002 e 2014, a evolução das taxas de juro de
empréstimo bancário apresenta uma tendência decrescente, com uma média anual de
19,3%.
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Com a inserção das dívidas “ocultas” na CGE, o custo do crédito bancário acelerou para
uma média anual de 27%, levando Moçambique à posição 8 no ranking mundial (quinta
posição a nível de África) de países com elevados custos de crédito bancário.
O serviço da dívida interna influenciou a subida das taxas de juros passivas,
tornando deste modo, o acesso ao crédito para consumo e investimento bastante
caro.
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a prazo), inclusive aos depósitos do governo. Os bancos são obrigados a manter
suas reservas obrigatórias diariamente, em moeda local e sem remuneração.
Mishkin (1998) defende ainda que, embora muitos dos objectivos de política monetária
estejam coerentes uns com os outros – alto nível de emprego com crescimento
económico, estabilidade da taxa de juros com estabilidade do mercado financeiro – isso
nem sempre acontece. As metas de inflação entram em conflito com os objectivos de
taxas de juro e alto nível de emprego a curto prazo (mas provavelmente não a longo
prazo). E neste contexto, a política monetária reage com aumentos nos juros para
responder às políticas expansivas do sector fiscal.
De acordo com Togo (2007), existe grande consenso de que a gestão da dívida deve ser
tratada como uma política macroeconómica separada, com os seus próprios objectivos,
atribuindo um instrumento de política separado. Na Europa, vários países que estavam
altamente endividados em fins de 1980 e inícios de 1990 como Bélgica, França, Irlanda
e Portugal tomaram a decisão de descentralizar a gestão da dívida com o objectivo de
reduzir a volatilidade do custo do serviço da dívida e prejudicar os objectivos definidos
pelo pacto de crescimento e estabilização. As experiências destes países mostraram
desde 1990 que a implementação de uma credível e coerente conjugação de políticas
macroeconómicas ajudou a gerar um ciclo de boas práticas, melhorando o bem-estar da
sociedade como um todo. Togo defende ainda que onde as autoridades fiscais são
responsáveis pela gestão da dívida e da política fiscal, as autoridades têm tendência em
manter baixo o custo do serviço da dívida para criar margem fiscal a curto prazo e,
nestes casos, pode aumentar a volatilidade no serviço da dívida futura, forçando os
governos subsequentes a fazer cortes na despesa ou a aumentar as taxas tributárias.
Este comportamento foi completamente notório no caso de Moçambique, uma vez que
as autoridades fiscais são responsáveis pela gestão da dívida. Antes de se descobrir que
o estado avalizou empréstimos ilegais, a tendência do Governo foi sempre de transmitir
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à sociedade e à comunidade internacional que a dívida pública moçambicana se situava
em níveis sustentáveis.
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objectivo for maior crescimento e emprego, enfatiza-se um aumento da despesa
pública ou redução de impostos.
O objectivo principal deste trabalho foi analisar o impacto das dívidas públicas externas
podem influenciar nas taxas de juros no mercado doméstico.
Para o caso de Moçambique, em particular, é urgente que haja dissociação com os
interesses políticos das elites para que os mecanismos de ajustamento que conduzem à
estabilidade de preços, o aumento de produção e o consequente aumento do nível de
emprego a longo prazo comecem a fazer efeito.
A permanente falta de transparência na gestão de bens públicos acaba criando uma
influência diminuta ao grau de sensibilidade das taxas de juros em relação à demanda da
moeda.
O serviço da dívida externa contribuiu para a depreciação acentuada do metical em
relção ao dólar americano verificada, sobretudo, a partir de 2015. Em última instância a
dívida pública levou à uma subida do nível geral de preços e, portanto, para o
encarecimento do custo de vida dos moçambicanos.
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3.2. Sugestões
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CAPÍTULO IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4. Bibliografia
Dava, G. (Julho de 2006). o que o HIPC nos trouxe: o caso de Moçambique.
Grupo Moçambicano da dívida . Maputo, Moçambique.
Divida, G. m. (Julho de 2006). Dívida Externa e Interna de Mocambique:
Evolução, Desafios e Necessidade de uma Estratégia. Acesso em 06 de Julho de
2020, disponível em iese.ac.mz: http://www.iese.ac.mz/lib/saber/fd_249.pdf
Gil, A. C. (2007). Metodologias e Atlas Tecnicas de Pesquisa Social. Sao Paulo.
Ibraimo, Y. (2018). EFEITOS MACROECONÓMICOS DA DÍVIDA PÚBLICA
E DO SERVIÇO DA DÍVIDA UMA ANÁLISE EMPÍRICA DE MOÇAMBIQUE.
Acesso em Julho de 2020, disponível em iiese.ac.mz:
https://www.iese.ac.mz/wp-content/uploads/2019/05/artigo-yi.pdf
Martins, at al (1990). Manual para elaboracao de monografias: Trabalhos
academicos, projectos de pesquisa, relatorios de pesquisa, dissertacoes. Sao
Paulo: Atlas.
Silva Jorge, at al (1990). Criterios para elaboracao de trabalhos de pesquisa.
Brasilia: Casa nova.
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