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DOI: 10.13140/RG.2.2.10513.33127
Determinação do módulo de
elasticidade do concreto
empregando a Técnica de
Excitação por Impulso
Autores:
Eng. Lucas Barcelos Otani (Otani, L.B.)
Dr. Antônio Henrique Alves Pereira (Pereira, A.H.A.)
Revisão 1.4
13/11/2017
ÍNDICE
1. Motivação e objetivo
O módulo de elasticidade é uma propriedade fundamental para o concreto e, cada
vez mais, projetistas especificam um valor mínimo a ser atendido. Entretanto, atualmente
não há consenso sobre a metodologia ideal para o controle rotineiro desta propriedade,
bem como não há uma metodologia de ensaio prática e econômica bem estabelecida. O
ensaio normatizado é o quase-estático, que é pouco empregado devido à sua
complexidade, custo e dispersão dos resultados. Na ausência do ensaio quase-estático, o
módulo de elasticidade acaba sendo estimado com incerteza considerável a partir da
resistência à compressão. Este contexto gera insegurança e divergências entre projetistas,
construtoras, concreteiras e laboratórios, sendo premente a necessidade de avanços nas
metodologias de determinação do módulo de elasticidade para o controle tecnológico do
concreto.
Com o objetivo de promover uma alternativa mais precisa e prática para a
determinação do módulo de elasticidade do concreto, este informativo apresenta uma
revisão da literatura e a metodologia baseada na Técnica de Excitação por Impulso [1,2].
2. Introdução e justificativa
Devido às dificuldades do ensaio quase-estático, o módulo de elasticidade estático
do concreto é usualmente estimado empregando modelos que correlacionam esta
propriedade com a resistência à compressão. Estes modelos são empíricos e dependem da
classificação do concreto avaliado [3,4]. Apesar de oferecerem uma estimativa razoável,
há duas fontes de incerteza importantes que devem ser levadas em consideração: a
primeira é a validade e as limitações do modelo empregado [3,4] e a segunda é a alta
dispersão dos resultados dos ensaios para a caracterização da resistência à compressão.
Uma alternativa prática, precisa e de baixo custo, porém ainda pouco explorada, é a
determinação do módulo de elasticidade estático a partir do módulo de elasticidade
dinâmico obtido com a Técnica de Excitação por Impulso (TEI) [5-7]. Ao contrário dos
ensaios para a determinação da resistência à compressão e do módulo quase-estático, a
TEI é rápida (o ensaio dura poucos minutos), precisa (incerteza típica de 1,5%) e acurada
(reprodutibilidade típica de 0,6%) [1].
Assim como para a resistência à compressão, há modelos que correlacionam o
módulo de elasticidade estático com o módulo de elasticidade dinâmico, sendo que nestes
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Determinação do módulo de elasticidade do concreto empregando a
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Estimativa do módulo de elasticidade de concretos utilizando a Técnica de
ITC-07 / ATCP
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Figura 2 - Número de empresas ativas na indústria da construção civil com uma ou mais pessoas
ocupadas (Brasil) [9].
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Figura 4 - Diferentes formas de obtenção do módulo de Young a partir da curva tensão-deformação [10].
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• Agregado
O módulo de elasticidade do agregado geralmente é maior que o módulo de
elasticidade da pasta de cimento (matriz), sendo que uma das principais variáveis que
influenciam esta propriedade dos agregados é a sua porosidade. Quanto mais poroso um
agregado, menos rígido ele será e, portanto, menor será a rigidez do concreto final obtido
(Figura 6) [3]. Por exemplo, pode-se verificar que agregados de alta densidade (pouca
porosidade) como o granito, o basalto e as rochas vulcânicas possuem o módulo de
elasticidade maior comparado aos agregados de baixa densidade (porosos) como arenitos,
calcários e cascalhos.
A variação na porosidade dos agregados influencia o módulo de elasticidade do
concreto, porém não afeta de forma significativa a resistência à compressão,
principalmente para concretos de baixa e média resistência. Este fato demonstra um dos
exemplos em que a influência de uma variável não é a mesma para a resistência mecânica
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• Matriz
Assim como para os agregados, a porosidade da matriz da pasta de cimento está
diretamente relacionada ao seu módulo de elasticidade, o qual, por sua vez, influenciará
nas propriedades finais do concreto. Diversos são os parâmetros que alteram a porosidade
final da matriz, sendo os principais exemplos a relação água/cimento (Figura 7), o teor de
ar incorporado, as adições minerais e o grau de hidratação do cimento.
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• Processamento
O processamento de um corpo de prova de concreto envolve a mistura da
quantidade correta de matéria-prima, a moldagem, a cura, a retirada dos moldes e o
acabamento final dos corpos de prova (capeamento ou retificação). Durante a preparação,
o processo de cura deve ser controlado (a Figura 8 ilustra a influência da temperatura de
cura no módulo de elasticidade), assim como deve-se garantir que não haja segregação
entre os componentes. O cuidado com o armazenamento e o transporte dos corpos de
prova também são importantes, visto que o não controle de uma destas variáveis poderá
comprometer diretamente os resultados obtidos.
Figura 8 - Módulo elástico em função da idade e da temperatura de cura (gráfico adaptado [13]).
• Ensaio
As condições do corpo de prova devem ser avaliadas durante o ensaio, visto que
suas propriedades podem ser alteradas de acordo com as variáveis ambientais. Por
exemplo, o módulo de elasticidade em condições úmidas pode apresentar um valor cerca
de 15% maior que o módulo de elasticidade obtido em condições secas [3]. Além disso,
para um ensaio mecânico quase-estático, uma variável importante a ser controlada é a
velocidade de carregamento. Velocidades intermediárias devem ser utilizadas, visto que
para uma velocidade muito baixa, o fenômeno da fluência do concreto poderá afetar o
valor obtido, assim como a aplicação de uma velocidade muito alta de carregamento
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Vale ressaltar que não há um consenso quanto aos parâmetros de ensaio que devem
ser aplicados para a determinação do módulo de elasticidade estático. Normas nacionais
e internacionais apresentam diferenças significativas em parâmetros que afetam
diretamente os resultados finais, como a taxa de aplicação da carga, o número de pré-
carregamentos que devem ser realizados, a tensão máxima a qual o corpo é submetido e
o tipo de corpo de prova (geometria e dimensões). Além disso, é difícil a determinação
da deformação no início da curva tensão-deformação devido à presença de possíveis
imperfeições nos corpos de prova, variabilidade das máquinas de ensaio e processo de
acomodação do topo e da base nas superfícies que aplicam a carga [16]. Ensaios
interlaboratoriais demonstraram que o coeficiente de variação desta propriedade pode ser
da ordem de 10% a 15% [6,17]. Portanto, recomenda-se fornecer informações sobre o
procedimento adotado no ensaio ao se reportar o módulo de elasticidade de determinado
corpo de prova de concreto.
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"#
21,5 ∙ 10 ∙ ∙
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Agregado $%
Basalto e calcário denso 1,2
Quartzo 1,0
Calcário 0,9
Arenito 0,7
Em que é o módulo de elasticidade secante obtido a partir do ponto inicial até um nível
de tensão igual a 0,45 , ( é a densidade do concreto (em kg/m³) e é a resistência à
compressão especificada.
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Em que 3 é uma constante que depende das unidades utilizadas (3 = 0,107 quando o
módulo é dado em Pa e a densidade em kg/m³) e 5 é a densidade do concreto em kg/m³.
Tabela 2 – Módulo de elasticidade estático cordal (Ec) estimado em função do módulo de elasticidade
dinâmico (Ed) para diferentes densidades empregando-se o modelo de Popovics [35].
Ed Densidade (kg/m3)
(E dinâmico) 1900 2000 2100 2200 2300 2400
10,00 5,94 5,63 5,35 5,10 4,86 4,65
15,00 10,49 9,93 9,44 8,99 8,58 8,21
20,00 15,69 14,86 14,12 13,45 12,84 12,28
15,00 21,44 20,31 19,30 18,38 17,54 16,78
30,00 27,67 26,22 24,91 23,72 22,64 21,66
35,00 34,34 32,53 30,91 29,43 28,10 26,88
40,00 x 39,22 37,26 35,49 33,87 32,40
45,00 x x 43,94 41,85 39,94 38,21
50,00 x x x 48,50 46,29 44,28
55,00 x x x x 52,90 50,60
60,00 x x x x x 57,16
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Passo 1:
O primeiro passo consiste na determinação da geometria e das dimensões do corpo
de prova. A Técnica de Excitação por Impulso (TEI) permite a utilização de corpos de
prova no formato de barras retangulares, cilindros e discos [1,2]. Sugerimos a geometria
cilíndrica com 100 mm de diâmetro e 200 mm de comprimento, que é adequada tanto
para a caracterização pela TEI quanto para a determinação da resistência à compressão.
Passo 2:
O segundo passo consiste na preparação do corpo de prova e aferição de sua massa
e dimensões. Durante a etapa de preparação do concreto, deve-se garantir que haja a
mistura da quantidade correta das matérias-primas e deve-se fazer a moldagem e posterior
retirada dos moldes de forma que estes processos não induzam defeitos na superfície do
corpo (poros ou trincas). O processo de cura deve ser controlado (umidade e temperatura)
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e deve-se garantir que não ocorra segregação dos componentes. Para uma maior precisão
dimensional, sugere-se retificar as faces do corpo de prova.
Para a aferição da massa e das dimensões, devem ser utilizados instrumentos
precisos e calibrados, assim como deve-se realizar as medições das dimensões em pelo
menos três pontos ao longo do corpo de prova. Quanto maior a precisão na obtenção
destes parâmetros, menor será a incerteza na caracterização do módulo de elasticidade
dinâmico pela Técnica de Excitação por Impulso.
Passo 3:
O terceiro passo consiste na caracterização do módulo de elasticidade dinâmico
empregando a Técnica de Excitação por Impulso. Recomendamos a utilização do
equipamento Sonelastic® (Figura 14) e os procedimentos descritos no capítulo 5. Para o
detalhamento da caracterização dos módulos elásticos dinâmicos de concretos por meio
da Técnica de Excitação por Impulso, por favor, consulte a página 20.
Passo 4:
O quarto passo consiste na aplicação do modelo de Popovics [35] para a estimativa
do módulo de elasticidade estático (cordal). Segue abaixo a correlação deste modelo
(Tópico 4.2, página 14):
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∆ C
∆5 C
∙ @A1,4 ∙
2
B +A B
5
∆
2
∆0 C ∆E C ∆F C ∆G C
Para barras de secção retangular: ∆5 = 5 ∙ D + + +
0 E F G
∆0 C ∆E C ∆H C
Para cilindros: ∆5 = 5 ∙ D + + 2∙
0 E H
Em que ∆5, ∆I, ∆J, ∆K, ∆L e ∆M são as incertezas associadas à obtenção da densidade,
da massa, do comprimento, da largura, da espessura e do diâmetro, respectivamente.
Passo 5:
O quinto e último passo consiste na elaboração do relatório dos resultados. Além
de especificar a metodologia e modelo utilizado, este relatório deve conter todos os dados
que podem afetar os resultados (material, processamento, cura, geometria do corpo de
prova, condições do ensaio e modelo empregado).
Veja na página a seguir um modelo de relatório com as informações mais relevantes
para a estimativa do módulo de elasticidade cordal de um concreto (Figura 15). Um
exemplo de aplicação desta metodologia está descrito no Capítulo 6 (Estimativa do
módulo de elasticidade estático de um concreto empregando a metodologia proposta, pág.
28).
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Figura 15 – Exemplo de relatório que pode ser utilizado para reportar os resultados obtidos utilizando a
metodologia descrita.
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a) b)
Pulsador
Captador acústico
Figura 16 – a) Esquema básico de caracterização de uma barra no modo de vibração flexional por meio
da Técnica de Excitação por Impulso [36] e b) Suporte ajustável para barras e cilindros SA-BC do
equipamento Sonelastic® desenvolvido e fabricado pela ATCP Engenharia Física.
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Um corpo de prova pode vibrar em diferentes modos e para cada modo há uma
frequência fundamental característica. Na Figura 17 são apresentados os principais modos
fundamentais de vibração de um cilindro e de um disco.
O que determina qual modo de vibração será excitado são as condições de contorno
impostas na excitação e captação da resposta acústica. A frequência fundamental destes
modos depende da geometria, da massa, das dimensões e dos módulos elásticos do
material.
Nas Figuras 18a-c estão representadas as condições de contorno ótimas para se
obter as frequências naturais de vibração dos principais modos de vibração de uma barra
retangular e de um cilindro, na Figura 18d estão representadas as condições de contorno
ótimas para o modo planar de um disco [1]. O módulo de elasticidade dinâmico é
calculado empregando as equações descritas pela norma ASTM E1876 [1] à partir das
frequências de ressonância do corpo de prova, da sua massa e de suas dimensões.
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a) Modo de
vibração Barra retangular:
flexional
Cilindro:
b) Modo de
vibração Barra retangular:
torcional
Cilindro:
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c) Modo de
vibração Barra retangular:
longitudinal
Cilindro:
d) Modo de Disco:
vibração
planar
Figura 18 - Condições de contorno impostas ao corpo de prova para a excitação do modo de vibração
fundamental flexional (a), torcional (b), longitudinal (c) e planar (d).
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−1
2P
O
Existem várias normas ASTM voltadas para a caracterização dos módulos elásticos
pela Técnica de Excitação por Impulso [1]. A principal distinção entre elas é com relação
às especificidades do material a ser caracterizado, por exemplo, a norma ASTM C1259
descreve a aplicação da técnica para cerâmicas avançadas, enquanto a ASTM C1548, para
cerâmicas refratárias. A norma que descreve a caracterização de corpos de prova de
concreto é a ASTM C215, enquanto a norma ASTM E1876 descreve a técnica de forma
geral, sem a especificação de material.
Independentemente da norma utilizada, elas possuem os mesmos fundamentos,
baseada em estudos desenvolvidos no início e meio do século passado [38,39]. Apesar
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disso, é possível verificar que há algumas diferenças entre estas normas, principalmente
entre a ASTM E1876 e a ASTM C215. Desta forma, seguem os principais pontos em que
estas normas diferem:
Sensor utilizado para a captação do sinal:
A norma ASTM C215 prevê a utilização de sensores acoplados ao corpo de prova
(acelerômetros). Já a ASTM E1876 descreve tanto a utilização de sensores de contato
quanto sensores que não necessitam de acoplamento (esta segunda opção é a mais
recomendada já que não há qualquer interferência do sensor na vibração do corpo).
Equações para o cálculo dos módulos elásticos:
Na tabela 2 estão descritas as equações referentes ao cálculo dos respectivos
módulos elásticos de acordo com o modo de vibração.
Tabela 2 - Equações presentes nas normas ASTM C215 e ASTM E1876 para o cálculo dos módulos
elásticos de corpos de prova cilíndricos
Modo de vibração ASTM C215 [2] ASTM E1876 [1]
J ∙I∙ C
∙L J ∙I∙ C
∙L
1,6067 ∙ = 1,6067 ∙
R4 R4
Flexional
J∙I∙ S
C
J ∙ I ∙ SC
= 5,093 ∙ = 5,093 ∙
RC RC ∙ T
Longitudinal
J ∙ I ∙ U C ∙ VWC ) J∙I∙ U ∙V
C
#YZ
P = 16 ∙ P = 16 ∙
X ∙ RC X ∙ RC
Torcional
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cálculos realizados por Spinner e Tefft [39]. A diferença entre estas referências está no
fato de que esta última aprimorou os cálculos realizados pela primeira, incrementando um
fator de correção (no caso da equação para o modo longitudinal) ou ajustando os fatores
de correção presentes. Devido a isso, recomendamos utilizar as equações descritas pela
norma ASTM E1876 [1] para os cálculos dos módulos elásticos. Vale ressaltar que a
diferença percentual entre os valores obtidos com as duas normas dependerá do
coeficiente de Poisson e da razão de aspecto do corpo de prova, sendo que para corpos de
prova de concreto com razão de aspecto d/L = 0,5 e coeficiente de Poisson igual a 0,20,
a diferença percentual pode chegar a até 5% no módulo elástico medido pelo ensaio de
vibração longitudinal (de forma geral, as maiores diferenças entre os valores obtidos
estarão associadas a este modo de vibração).
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Figura 20 - Suporte Sonelastic® SA-BC para barras e cilindros (ATCP Engenharia Física).
0,107 ∙ 2
,4
∙ 56 = 0,107 ∙ [37,62 ∙ 10\ ) ,4
∙ 23546 = 29,05 P]^
∆ C
∆5 C 0,64 C 0,033 C
∆ = ∙ @A1,4 ∙ B +A B = 29,05 ∙ @A1,4 ∙ B +A B = 0,80 P]^
2
2 5 37,62 2,354
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Resultados
Módulo de elasticidade dinâmico (Ed): 37,62 ± 0,64 GPa
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8. Considerações Finais
O presente informativo técnico-científico propôs uma reflexão acerca da
determinação do módulo de elasticidade e concretos, assim como apresentou uma
metodologia alternativa e não-destrutiva para a estimativa do módulo de elasticidade
estático com grande potencial de colaborar para o aprimoramento do controle tecnológico
do concreto a um baixo custo.
Além disso, foram descritos os principais aspectos relacionados ao emprego da
Técnica de Excitação por Impulso para a caracterização dos módulos elásticos dinâmicos
de concretos.
Finalmente, foram descritas algumas possibilidades para trabalhos futuros, cuja
relevância será cada vez maior devido à busca de rotas mais precisas e práticas para a
medição das propriedades e o controle tecnológico do concreto.
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http://www.sonelastic.com/pt/aplicacoes/concretos-cimenticios.html 34
Estimativa do módulo de elasticidade de concretos utilizando a Técnica de
ITC-07 / ATCP
Excitação por Impulso
http://www.sonelastic.com/pt/aplicacoes/concretos-cimenticios.html 35
Determinação do módulo de elasticidade do concreto empregando a
ITC-07 / ATCP
Técnica de Excitação por Impulso
http://www.sonelastic.com/pt/aplicacoes/concretos-cimenticios.html 36