Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Superiores
Brasília-DF, 2011.
1
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
2
SUMÁRIO
Unidade I
Instância Ordinária e Instância Extraordinária 08
Unidade II
Repercussão Geral 43
Referência 51
3
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Provocação: Pensamentos
inseridos no material Atenção: Destaque do
didático para provocar a assunto referente ao
reflexão sobre sua prática conteúdo.
e seus sentimentos ao
desenvolver os estudos em
cada disciplina.
Sintetizando e
Enriquecendo nossas
Referências: Bibliografia
Informações: Espaço para
consultada na elaboração
você fazer uma síntese dos
da disciplina.
textos e enriquecê-los com
sua contribuição pessoal.
Atividades: Atividades
sugeridas no decorrer das Curiosidades:
leituras, com o objetivo Aprofundamento das
pedagógico de fortalecer o discussões.
processo de aprendizagem.
4
5
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Apresentação
O presente material foi elaborado com o objetivo de auxiliar a atuação dos operadores de
direito no Supremo Tribunal Federal no Superior Tribunal de Justiça em relação à interposição,
respectivamente, do recurso extraordinário e do recurso especial, motivo pelo qual a abordagem
aqui utilizada é eminentemente prática, baseada principalmente na jurisprudência das Cortes
mencionadas e em relação apenas à admissibilidade destes recursos derradeiros, admissibilidade
complexa, diga-se de passagem, o que se pode deduzir do grande número de recursos que tem o
seguimento obstado na Instância Ordinária.
Além disso, entendemos oportuno abordar alguns pontos sobre o agravo de instrumento
interposto contra decisão que, pela admissibilidade ou pelo mérito, inadmite recurso extraordinário
e recurso especial, inclusive porque é prática comum tanto no STF quanto no STJ o julgamento do
mérito do recurso extraordinário e do recurso especial no agravo previsto no art. 545 do CPC.
Bons estudos.
6
Autor
Ricardo Silva
7
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Julga os recursos ordinários lato sensu, nos quais o interesse recursal está intimamente
ligado à ideia de sucumbência, pressuposto maior do direito de recorrer. No que importa
ao presente estudo, destacamos na instância ordinária os tribunais estaduais e os tribunais
regionais federais, dos quais sairão os julgados que poderão sofrer impugnação via recurso
especial e/ou recurso extraordinário.
Nesta instância prevalece o valor Justiça, buscando a parte a tutela do seu direito
subjetivo, supostamente violado.
A apelação, prevista nos arts. 513 a 521 do CPC, é o recurso ordinário por excelência.
Nesta instância prevalece o valor Direito, sendo facultado à parte a busca da tutela
jurisdicional dos seus interesses, desde que demonstre a afronta ao direito objetivo
(ordenamento jurídico).
Numa visão teleológica, pode-se concluir que os recursos extraordinários têm natureza
política, entendida a política neste contexto como a função de colaborar na governabilidade do
País, em respeito ao Pacto Federativo e à Separação dos Poderes, previstos constitucionalmente.
8
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Ninguém melhor que o próprio STF para definir sua missão no contexto jurídico nacional.
Por isso, a transcrição abaixo de didático precedente da lavra do Ministro Celso de Mello.
9
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
• Não é instrumento de terceiro grau de jurisdição. Portanto, não é recurso que objetiva
corrigir injustiças.
• Sua utilização demanda o prévio esgotamento dos recursos ordinários.
• Visa somente à impugnação de questão constitucional de direito. É importante
destacar que o STF não conhece do recurso extraordinário por afronta a súmula dessa Corte,
pois súmula não é dispositivo constitucional.
• Não se presta para o reexame de matéria de fato, embora possa ter por fim a
revaloração da prova ou o reexame das questões constitucionais relacionadas ao direito
probatório, institutos que serão examinados mais adiante.
• Não possui efeito suspensivo, em regra. Contudo, excepcionalmente, pode obstar a
execução provisória do acórdão recorrido, mediante a utilização de medida cautelar.
• Sua admissão está intrinsecamente relacionada ao debate de questão constitucional
no Tribunal a quo (prequestionamento).
• Serve para o controle da aplicação dos conceitos jurídicos indeterminados previstos
na Constituição.
10
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
• Não é instrumento de terceiro grau de jurisdição. Portanto, não é recurso que objetiva
corrigir injustiças.
• Sua utilização demanda o prévio esgotamento dos recursos ordinários.
• Visa somente à impugnação de questão federal de direito. É importante destacar que
o STJ não conhece do recurso especial por afronta a súmula dessa Corte, pois súmula não é
direito federal.
• Não se presta para o reexame de matéria de fato, embora possa ter por fim a
revaloração da prova ou o reexame das questões federais relacionadas ao direito probatório,
institutos que serão examinados mais adiante.
• Não possui efeito suspensivo, em regra. Contudo, excepcionalmente, pode obstar a
execução provisória do acórdão recorrido, mediante a utilização de medida cautelar.
• Sua admissão está intrinsecamente relacionada ao debate de questão federal no
Tribunal a quo (prequestionamento).
11
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal Justiça entendem que o juízo prévio
de admissibilidade exercido pelos tribunais de origem no recurso extraordinário e no recurso
especial alcança tanto os requisitos formais quanto o mérito destes recursos derradeiros,
aplicando-se, portanto, o teor da Súmula 123/STJ: “A decisão que admite, ou não, o recurso
especial, deve ser fundamentada, com o exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais.”
12
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
admissibilidade. (...)
(STJ - AgRg no Ag 1134471/RJ, Rel. Ministro PAULO FURTADO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/BA), TERCEIRA TURMA,
julgado em 19/11/2009, DJe 30/11/2009) (grifo nosso)
5.1 Introdução
a) adequação – cabimento
- É a previsão normativa do recurso. No caso dos recursos extraordinários e
especial são as normas dos arts. 102, III, e 105, III, da CF.
b) legitimidade recursal
- Têm legitimidade recursal, segundo o art. 499 do CPC, a parte, o Ministério
Público e o terceiro interessado.
13
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
14
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
a) tempestividade
O prazo para interposição e resposta nos recursos extraordinário e especial é de
15 (quinze) dias, nos termos do art. 508 do CPC.
No caso derecurso especial interposto de acórdão majoritário, observar o art.
498 do CPC:
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento
por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos
embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou
recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará
sobrestado até a intimação da decisão nos embargos. (Redação
dada pela Lei n. 10.352, de 2001)
Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos
infringentes, o prazo relativo à parte unânime da decisão terá como
dia de início aquele em que transitar em julgado a decisão por
maioria de votos. (Incluído pela Lei n. 10.352, de 2001)
15
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
A expressão causa decidida, constante dos arts. 102, III, e 105, III da Constituição
Federal não deixa dúvida de que a interposição de recurso extraordinário e de recurso especial
demanda o prévio esgotamento de instância, o que significa a utilização, pelo recorrente,
de todos os recursos cabíveis perante o Tribunal de Justiça ou o Tribunal Regional Federal,
incluindo embargos infringentes, quando for o caso, sob pena de não conhecimento dos
recursos derradeiros.
Sobre o tema, oportuno assinalar duas súmulas editadas pelo STF e STJ pelosobre o
tema:
Súmula 281/STF:
“É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na justiça de
origem, recurso ordinário da decisão impugnada”.
Súmula 207/STJ:
“É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes
contra acórdão proferido no tribunal de origem”.
16
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Quanto a este tema, faz-se necessário observar, ainda, a redação do art. 557 do CPC
– muito utilizado nos Tribunais – dispositivo pelo qual os relatores decidem solitariamente
os recursos. Neste caso, diante de decisão monocrática é indispensável ao futuro recorrente
em sede de recurso especial ou recurso extraordinário a interposição de recurso de agravo
interno ou agravo regimental para o esgotamento de instância, mediante a publicação do
acórdão pelo órgão julgador.
17
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
7.1 Introdução
Como na Instância Extraordinária, em relação ao recurso extraordinário e ao recurso
especial, busca-se o prevalecimento do valor Direito – aqui entendido como a uniformização
na aplicação dos dispositivos constitucionais e da legislação federal. Dessa forma, exige-
-se dos operadores do Direito a utilização de linguagem técnica, específica às finalidades
dos recursos derradeiros, com indicação objetiva, precisa, da suposta violação ocorrida no
julgamento efetuado pelo Tribunal a quo.
Tal requisito foi materializado na Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal, com a
seguinte redação: “É inadmissível o recurso extraordinário quando a deficiência na sua
fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.”
18
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
• Quando o recorrente, embora expresse seu inconformismo com o julgado, não indica
com clareza e objetividade em que consiste a suposta ofensa à Lei Federal. É como se o
recurso especial tivesse sido redigido como apelação, contendo mero pedido de reforma do
acórdão recorrido.
19
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
STF. (...)
(STJ - AgRg no Ag 901580/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA
TURMA, julgado em 25.10.2007, DJ 26.11.2007 p. 234) (grifo
nosso)
20
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Além disso, a bipartição, adotada em nosso sistema, do recurso extraordinário lato sensu
em recurso extraordinário e recurso especial traz profundas consequências para o sucumbente
na instância ordinária, pois este necessariamente deverá – sob pena de não conhecimento
de seu recurso – particularizar e enfrentar, um a um, os fundamentos constitucionais ou
infraconstitucionais do acórdão hostilizado, caso busque a reforma do julgado no ponto que
lhe foi desfavorável.
21
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
A premissa adotada aqui é que o acórdão, por exemplo, decidiu determinada tese
amparando-se simultaneamente na Constituição Federal e na legislação federal. Neste caso,
deve-se interpor obrigatoriamente recurso especial e recurso extraordinário. Não se adotando
tal procedimento, surgirão duas situações:
22
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
23
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Contudo, ao alegar que o Tribunal a quo não prestou a jurisdição de forma adequada,
o recorrente deve indicar na petição do recurso especial, de maneira clara e objetiva, sua
pretensão, detalhando, por exemplo, que teses deveriam ter sido examinadas. Se não o fizer
ou se sua alegação for genérica, como se de apelação se tratasse, incidirá a Súmula 284/STF.
24
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Caso o STJ entenda não ter o acórdão recorrido prestado satisfatoriamente a jurisdição,
incidindo, por exemplo, nas hipóteses do art. 535 do CPC – omissão, contradição, obscuridade
–, conhecerá do recurso especial neste ponto, julgando prejudicada a análise das demais teses
do especial, se houverem. Em seguida, será determinado o retorno dos autos ao Tribunal de
Origem para novo julgamento dos embargos declaratórios, para que a prestação jurisdicional
ocorra em sua plenitude.
25
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
que será estudada mais adiante – impede o reexame da questão nesta instância. Contudo, há
precedentes que afastam este óbice para declarar, diante do caso concreto, a ocorrência ou
não de litigância de má-fé.
Capítulo 11 – PREQUESTIONAMENTO
11.1 Conceito
26
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
A primeira corrente é comum tanto ao STF quanto ao STJ. Contudo, a segunda corrente
é adotada somente pelo STF e a terceira posição aplicada apenas no STJ.
27
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
b) Prequestionamento Implícito
Surge com o exame da questão constitucional ou infraconstitucional pelo Tribunal de
Apelação sem a enumeração dos artigos de lei ou da Constituição Federal que embasam seu
convencimento.
c) Prequestionamento Ficto
Expressão utilizada em decorrência do entendimento do Supremo Tribunal Federal
consubstanciado na Súmula 356 desta Corte: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não
foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar
o requisito do prequestionamento.
28
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Ordem pública é um elemento fundante da ordem jurídica, que existe para estabelecer
uma ordenação da vida social. Como na vida ocorrem mudanças a todo tempo, pode-se
concluir que ordem pública não é conceito estático, mas dinâmico e externo, que varia
conforme as circunstâncias de tempo e de lugar. É conceito conjuntural: não é genérico nem
absoluto.
Questões de ordem pública, cuja violação seja alegada no recurso especial ou
extraordinário, somente serão analisadas mediante seu prequestionamento no acórdão
recorrido:
29
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Tal entendimento é o supedâneo da Súmula 279 do STF (“Para simples reexame de prova
não cabe recurso extraordinário”) e da Súmula 7 do STJ (“A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial”).
Pode ocorrer que, delineadas as premissas fáticas e probatórias pela Instância Ordinária,
uma das partes não se conforme com a adequação legal promovida pelo acórdão recorrido,
interpondo recurso extraordinário e/ou recurso para, sem alterar os fatos delineados e sem
pleitear reexame de prova, conseguir na Instância Extraordinária, via recurso extraordinário
ou recurso especial, a valoração da prova ou nova qualificação jurídica dos fatos. Nestas
hipóteses busca-se, em verdade, a declaração de novas consequências jurídicas em relação a
fatos e provas sobre os quais não há controvérsia nos autos.
30
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
31
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
constantes da demanda.
4. A valoração da prova, em sede de recurso especial,
pressupõe a negativa de vigência ou contrariedade a
princípio ou norma legal pertinente ao campo probatório,
não podendo situar-se no simples propósito de análise das
circunstâncias fáticas que nortearam o acórdão recorrido
(REsp n. 695.127-DF, Terceira Turma, relator Ministro CASTRO
FILHO, DJ de 26.3.2007; e AgRg no Ag n. 661.517-SP, Quarta
Turma, relator Ministro BARROS MONTEIRO, DJ de 10.4.2006).
(...)
(STJ - REsp 823.256/RN, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
QUARTA TURMA, julgado em 19.02.2008, DJ 22.04.2008 p. 1)
(grifo nosso)
32
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
33
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
34
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
35
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Afigura-se oportuno ressaltar outros pontos para o recorrente que optar pela interposição
do especial nesta modalidade:
36
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
Não obedecido este requisito, incidirá a Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal,
pelas deficiência das razões do recurso especial.
37
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
c) pode acontecer de o acórdão recorrido ter analisado várias questões federais que,
no entender do recorrente, merecem ser reformadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Neste
caso, às vezes é difícil encontrar um julgado no qual tenham sido examinadas as mesmas
teses. Então, natural que sejam indicados pelos recorrentes dois ou mais precedentes que,
somados, contemplem as matérias desejadas, sendo todos, portanto, acórdãos paradigmas.
Neste caso, o cotejo analítico deverá ocorrer em relação a cada aresto indicado.
- Dissídio Notório
A expressão dissídio notório é comumente utilizada no Superior Tribunal de Justiça
quando a divergência entre o acórdão recorrido e os paradigmas indicados é tão evidente
que se torna desnecessário o cotejo analítico.
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.
AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL TIPO POR
VIOLADO. SÚMULA N. 284/STF.
CONCEITO DE LEI FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO DE
DISSÍDIO NOTÓRIO NA HIPÓTESE. MANDADO DE SEGURANÇA.
EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. (...)
3. O caso não é daqueles que autorizam a mitigação dos
pressupostos do recurso em face de dissídio notório, eis que tal
benefício somente se verifica quando a divergência alegada
é perceptível de forma tal que se dispensa a formalidade do
cotejo analítico a que se refere o art. 255 do Regimento Interno
desta Corte, conquanto ainda permaneça a necessidade de
indicação do dispositivo legal tido por malferido, consoante o
disposto no art. 105, III, c, da Constituição da República. (...)
(STJ - AgRg no REsp 812.755/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe
27/05/2010) (grifo nosso)
38
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
14.1 Introdução
39
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
40
UNIDADE 1 :: INSTÂNCIA ORDINÁRIA E INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
41
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
42
UNIDADE 2 :: REPERCUSSÂO GERAL
15.1 Fundamentos
- Emenda Constitucional n. 45/2004
- Constituição Federal: art. 102, § 3º
- CPC: arts. 543-A e 543-B
- Regimento Interno do STF: arts. 322-A, 328 e 328-A
15.2 Conceito
15.4 Finalidades
15.5 Vigência
43
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
15.6 Características
15.6.5 O Plenário Virtual – previsto nos arts. 323 e 324 do Regimento Interno do STF
– é o meio normalmente utilizado para, com apoio na tecnologia, agilizar-se a apuração dos
votos dos Ministros quanto à existência ou não de repercussão geral.
15.6.7 A decisão do Supremo Tribunal Federal que não reconhecer repercussão geral
no recurso extraordinário é irrecorrível, segundo o caput do art. 543-A do CPC.
44
UNIDADE 2 :: REPERCUSSÂO GERAL
15.7.1 Tese constitucional já examinada pelo STF sob o enfoque do novel instituto, mas
considerada pela Corte Suprema sem repercussão geral: Pode gerar duas situações:
a) indeferimento liminar do recurso extraordinário (art. 543- A, § 5º do CPC);
b) inadmissão dos recursos extraordinários sobrestados (art. 543-B, § 2º, do CPC).
15.7.2 Tese já examinada e declarada pelo STF como questão de repercussão geral,
mas que aguarda o julgamento do mérito pelo STF: neste caso, haverá o sobrestamento do
recurso extraordinário, sem realização do juízo de admissibilidade (art. 328 e art. 328-A do
RI/STF).
15.7.3 Tese já examinada pelo STF, com repercussão geral e com análise do mérito:
aqui surgem mais possibilidades para o desfecho do recurso extraordinário:
a) acórdão em sintonia com o STF = recurso extraordinário prejudicado (art. 543-B, §
3º, do CPC);
b) acórdão contrário ao STF = possibilidade de retratação pelo Tribunal de origem (art.
543-B, § 3º, do CPC), com o surgimento de duas situações:
b.1) havendo retratação pelo Tribunal de origem, o recurso extraordinário fica
prejudicado por perda de objeto;
b.2) ocorrendo a manutenção do acórdão recorrido, será realizado o juízo de
admissilidade do RE (art. 328-A do RI/STF), podendo ocorrer a inadmissão do RE ou sua
admissão e remessa ao STF, para cassação ou reforma do acórdão recorrido (§ 4º do art. 543-
B do CPC).
15.7.4 Tese não examinada sob o ângulo da existência ou não da repercussão geral –
Nesta hipótese, o Tribunal a quo deve identificar se a tese do recurso extraordinário é matéria
isolada, existente em apenas um ou poucos processos, ou matéria repetitiva, constante de
múltiplos recursos extraordinários:
15.7.4.2. Sendo repetitiva a matéria, na forma do art. 543-B, § 1º, do CPC, ocorrerá:
a) seleção dos processos representativos da controvérsia e remessa eletrônica ao
STF;
b) sobrestamentos dos demais processos idênticos.
Após o julgamento do mérito da tese constitucional com repercussão geral pelo STF:
a) pode ser exercido o juízo de retratação, para se admitir o recurso extraordinário,
possibilitando a retratação do próprio RE pelo órgão julgador;
b) pode não ser exercido o juízo de retratação no AG, que será, então, remetido
ao STF.
c) poderá ser declarado prejudicado – inexistência de repercussão geral na tese
do RE.
46
UNIDADE 2 :: REPERCUSSÂO GERAL
47
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
16.1 Fundamentos
- Lei nº 11.672/2008
- Resolução STJ nº 8/2008
16.3 Finalidades
16.4 Vigência
16.5 Características
16.5.2. A Lei n. 11.672/2008 não exige quórum para a adoção da técnica de julgamento
do recurso especial repetitivo, cabendo a cada Ministro do STJ a aplicação ou não do instituto
no caso concreto.
16.5.4. O relator no STJ poderá solicitar, aos Tribunais Estaduais ou Federais, informações
a respeito da controvérsia do recurso especial e autorizar, ante a relevância da matéria, a
manifestação escrita de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, a serem
prestadas no prazo de quinze dias.
16.5.5. O Ministério Público terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias.
48
UNIDADE 2 :: REPERCUSSÂO GERAL
Analisaremos agora as situações que podem ocorrer nos Tribunais Estaduais e Federais
no exame da admissibilidade do recurso especial, em face da Lei 11.672/2008.
16.6.1.1 Tese não examinada quanto ao mérito pelo STJ = sobrestamento do recurso
especial (§ 2º do art. 543-C do CPC)
49
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
50
REFERÊNCIAS
Referências
COSTA, Henrique Araújo. Reexame da prova em pecurso especial. A Súmula 7 do STJ. Brasília:
Editora Thesaurus, 2008.
CRISPIN, Maria Cristina Generoso Ribeiro Crispin. Recurso especial e recurso extraordinário.
Questões pontuais sobre a admissibilidade e a procedibilidade no Direito Processual Civil.
Brasília: Pillares, 2006.
DIDIER, Fredie Jr.; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil, 6.
ed. Salvador: Editora Jus Podium, 2009.
MIRANDA, Gilson Delgado; PIZZOL, Patrícia Miranda. Recursos no Processo Civil. 5. ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2006.
NERY, Nelson Jr.; Teoria geral dos recursos. 6. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2006.
PANTUZZO, Giovanni Mansur Solha. Prática dos recursos especial e extraordinário. Belo
Horizonte: Del Rey, 2004.
PINTO, Nelson Luiz Pinto. Manual dos Recursos Cíveis. 3. ed. São Paulo: Editora Malheiros,
2003.
PORTELLA, Glória Maria Guimarães de Pádua Ribeiro. Teoria crítica do recurso especial
(jurisprudência e doutrina). Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2004.
51
ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
52