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UFMT Instituto de Física

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Walter Pereira da Silva

 Fevereiro 2009 
Efeitos de Cristalino aleatórios no Modelo de
Blume-Capel

Dissertação apresentada ao Curso de

Pós-graduação em Física na Universi-

dade Federal de Mato Grosso como re-

quisitos necessários a obtenção do tí-

tulo de Mestre em Física

Orientador:

Prof. Dr. Alberto Sebastião de Arruda

 Fevereiro 2009 
Vida: fonte de todas nossas realizações
Imaginação é mais importante que inteligência

Albert Einstein
Agradecimentos


Conteúdo

Lista de Figuras v
Resumo vi
Abstract vii
0.1 Dias de hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

0.2 antiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

0.3 Idade Media . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1 Teoria de Campo Médio de Weiss 5


1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.2 Modelo de Curie-Weiss . . . . . . . . . . . . . . 6

2 O método de Campo Médio: Curie-Weiss e Variacional através


da Desigualdade de Boguliubov 9
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 Efeitos das Aleatoriedades dos Campos Cristalino e Mag-


nético no Modelo de Blume-Capel 10
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.2 Modelo e Cálculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4 Resultados e Discussões 20
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Bibliograa 29

iv
Lista de Figuras

v
Resumo

Atualmente vem crescendo o interesse no estudo teórico de

modelos de vidro de spin com campo aleatório, motivado principalmente

pelas medidas experimentais no composto antiferromagnético diluído FexZn1.xF2

que tem sido extensamente estudado como realização experimental de mod-

elo de Ising desordenado em d = 3. Neste trabalho apresentamos o estudo

sobre o vidro de spins de Ising com campo aleatório na versão do modelo

de van Hemmen anisotrópico de spin 1 . O modelo proposto se baseia em

implementar no Hamiltoniano do modelo original de van Hemmen de spin 1

a aplicação de um campo magnético aleatório hi com uma dada densidade de

probabilidade P (hi). Neste modelo temos duas interações de longo alcance

dos tipos Jo /N e Ji /N , onde são variáveis aleatórias da interação de troca Jij

que são sujeitas a uma distribuição de probabilidade P = P P . Para o estudo

do comportamento multicrítico das transições de fases aplicamos ao sistema

do modelo proposto uma densidade de probabilidade Bimodal. Diagramas de

fases são obtidos como função dos par.ametros J0/J e h0/J. Dependendo do

valor de h0, temos observado nos diagramas de fases transições de primeira

e segunda ordem no plano T .h0 com presença de um ponto tricrítico que

intercepta essas duas linhas críticas e que varia com o parâmetro = J0/J.

Apresentamos os comportamentos de algumas propriedades termodin.amicas

em função da temperatura T para alguns valores do campo h0, parâmetro e

anisotropia d.
Abstract
Introdução

0.1 Dias de hoje

Atualmente a tecnologia que envolve o magnetismo, tem sido de um

grande avanço tecnologico, pois tantos os cientistas, prossionais liberais e a

população em geral são beniciados por tais aparatos de tecnologia avançadas

e continua sendo um estudo muito interessante e prazeiroso, com um vasto

leque de aplicações.

É graças a larga utilização do eletromagnetismo , que hoje temos como-

didade nas nossas vidas, pois , vai desde a produção de energia eletrica e

a sua transformação em energia mecanica, telecomuicações, armazenamento

de informações, etc., etc..

0.2 antiguidade

A historia do magnetismo remonta a muitos seculos atras, pois foi obser-

vado na região da Magnésia, na epoca provincia grega na Asia Menor, hoje

na região da Turquia, onde foi observado que uma determinada rocha, tinha

o poder de atrair o ferro, mesmo após ser repetida varias vezes.

Gregos e romanos, no entanto, caram na simples constatação e na metá-

fora poética, não atingindo o nivel da explicação cientica, quando tentavam

faze-lo, permaneciam amarrados a concepções fracas e nalistas.Acreditavam

que o ferro tivesse anéis para prender peequenos ganchos dos magnetos.

Como não compreendiam qual a força envolvida, por muito tempo foi mist-

icada, então quase nada foi feito para compreender tais fenomenos. No

entanto, alguns losofos, zeram cada um à sua maneira referências as pe-

1
0.3 Idade Media 2

dras que ataiam o ferro. Tales de Mileto(Seculo VI A.C.), Platão (427-

347 A.C.),Aristóteles(384-322 A.C.)e Lucrécio(98-55 A.C.),todos eles zeram

mensão ou comparações losocas com a magnetita.

Relátos indicam que a primeira utilização prática do magnetismo, foi a

bússula, inventada pelos chineses na dinasstia Han, em 200 d.C.. No ano de

1044 d.C., um livro chinês relata que:"Um general chinês orientou as suas

tropas durante uma marcha, num dia de nevoeiro, utilizando para tal feito

uma pedra especial".

0.3 Idade Media

Um frances do seculo XIII, Peter Peregrinus, foi um dos primeirosa es-

crever um tratado sobre o magnetismo, seu trabalho se destaca ainda pela

primeira descrição detalhada de uma bússula, isto ocorreu em 1269, com a

"EPISTOLA DO MAGNETO", se tornando um trabalho muito popular na

idade media, posteriormente a sua primeira edição impressa foi lançada por

"Achiiles Gasser"em 1558.

Mesmo com as ideias erradas dos losofos, no magnetismo,nesse periodo

ocorreram alguns progressos importantes, como a descoberta da inclinação

e declinação, a distinção entre atração elétrica e atração magnética e as

primeiras medidas de atração e repulsão feitas por Giovanni Battista(1535-

1615), descritas no livra "Magia Naturalis". A obra de Peter Peregrinus,

permaneceu ignorada até ns do seculo XVI, quando William Gilbert(1544-

1603), medico inglês, resgatou-a, iniciando assim o seu estudo sistematico

da eletricidade. O maior mérito do "De Magnete de Gilbert"consiste jus-

tamente em apresentar mais de seiscentas experiências, em parte feita pelos

predecessores, outras realizadas por ele mesmo, sob orientação de informações

recebidas quase sempre de homens do mar, este escrito foi o primeiro livro

cientico na área do magnetismo e não se limitou a relatar fatos, mas justica-

las em bases cientícas. Retomando as ideias de Peter Peregrinus, Gilbert foi

o primeiro a chamar de pólos as extremidades de uma agulha que cam di-

rigidas para o norte e para o sul da terra.Deniu como magneticos os corpos

que, como os imãs, se atraem, e descobriu as anidades d diferencas entre

corpos elétricos e corpos magneticos.

2
0.3 Idade Media 3

Gilbert não foi um grande cientista, pois na época lhe faltou equipamentos

para lhe auxiliar nas suas ídeias.

O inglês Michael Faraday (1791-1867), com apenas 13 anos de idade,

abandonou os estudos, por motivos familiares, e teve que trabalhar cedo,

a sorte lhe sorriu, pois como livreiro, seu primeiro emprego, vem a facili-

tar contato com varios materiais cientícos da época, abrido-lhe o mundo

do conhecomento.Faraday, teve sua contribuição, para o eletromagnetismo,

baseando-se apenas em dados experimentais, pois nã0 tinha conhecimento

profundo da matematica, no entanto possuia uma intuição genial.Embora

não tenha completa instrução escolar, recebeu várias honrarias acadêmicas na

época. Suas ideias levaram um cientista a comprova-las atraves de equações

matematicas, este foi Maxwell.

O cientista escocês James Clark Maxwell(1831-1879), publicou o seu tra-

balho teórico, com uma combinação das equações que descrevem os vários

efeitos da eletricidade e do magnetismo. Este seu trabalho tinha por base

a conrmação teórica dos trabalhos experimentais antes desenvolvidos. As

equações deduzidas por Maxwell, são fundamentais para o estudo do eletro-

magnetsmo, ele havia notado que os fenômenos elétricos e magnéticos que

ocorrem na natureza, podem ser descritos por um conjunto de quatro equações.

Os fenômenos elétricos produzem os efeitos magnéticos e vice-versa`,e, é por

essa razão, que a junção desses dois fenômenos, passa a ser tratada como

uma teoria chamada "eletromagnetismo".

O modelo de Blume-Capel é frequentimente utilizado para descrever o

magnetismo de sólidos em que as interações básicas são a interação dipolar

entre momentos magneticos da rede e a interação desses momentos com o

campo cristalino da rede. O hamiltoniano do modelo é dado por:


N ∑
N
H = −J Si Sj + D Si2 , (1)
<i,j> i

onde o J é a interação ferromagnetica entre um spin e seus vizinhos, e D é a

interação entre o momento magnético e o campo cristalino.

Neste trabalho o foco de importância é a transição entre as fases ferromag-

neticas e paramagneticas (Ferro-Para),oou seja, transição de uma fase com

os momentos magnéticos de spins ordenados em uma direção, chamada fase

3
0.3 Idade Media 4

ferromagnetica, para uma fase paramagnetica, onde os momentos magneti-

cos de spins estão totalmente desordenados, estabelecendo uma magnetização

zero.

4
Capítulo 1
Teoria de Campo Médio de Weiss

1.1 Introdução

Atraves das equações de Maxwell, as quais descrevem matematicamente

o comportamento do campo magnetico, foi permitido expandir o conhec-

imento do eletromagnetismo, chegando ao entendimento microscopico do

magnetismo na materia, não tendo ainda o conhecimento da sua origem.

A origem parcial do magnetismo so foi possivel, graças aos trabalhos pio-

neiros de:Pierre Curie,Paul Langevin,Leon Brillovin, Pierre Weiss, entre out-

ros,como tambem com os estudos da mecânica quântica. No m do seculo

XIX, as propriedades magneticas de uma determinada substancia, mostrada

por Pierre Curie, sofria transformações em certas temperaturas, as quais

caram conhecidas como temperaturas de Curie. No inicio do seculo XX,

Paul Langevin(1872-1946), apresentou seus trabalhos, no ano de 1905, so-

bre a "Teoria Atômics do Paramagnetismo".No nivel macroscopico, Pierre-

Ernest Weiss(25/03/1865-24/10/1940), em 1907,explicou o motivo pelo qual

o ferro no estado natural era magnetico, como tambem a curva de histerese,

com o movimento das paredes de domnio magneticos, ou seja, apresenta seus

estudos sobre o "Ferromagnetismo", que baseado na suposição de que as in-

terações entre as moleculas magneticas podiam ser descritas empiricamente

com base em um "Campo Molecular Interno".

Estudaremos as manifestações macroscópicas de um sistema, tendo como

enfoque, o aspecto microscópico(molecular),cuja nalidade é obtermos re-

5
1.2 Modelo de Curie-Weiss 6

sultados do comportamento do modelo. Nos ultimos anos, vários modelos

de spin-3/2 foram introduzidos para descrever a transição de fase. Diversas

aproximações (campo médio, teoria de campo efetivo, grupo de renormal-

ização, simulação de monte Carlo, etc) foram utilizadas para estudar pro-

priedades de equilíbrios desses modelos. Em particular, o modelo de Ising

de spin-3/2 também teve seu diagrama de fase estudado detalhadamente.

Um outro problema que tem sido muito estudado diz respeito a inuência do

campo cristalino aleatório no diagrama de fase, e das propriedades termod-

inâmicas de modelos como: Ising de spin -1,Blume-Emery-Griths, Ising de

spins mistos. Nesse trabalho estamos também interessados em estudar sis-

temas de spins 3/2. O objetivo é estudar os efeitos das aleatoriedades dos

campos cristalinos e magnéticos nas propriedades magnéticas do modelo de

Blume-Capel, via aproximação de campo médio de Curie-Weiss.

Como resultados parciais, apresentaremos diversos diagramas de fases nos

espaço T-D, T-H e curvas da magnetização versus T, D. Como caso partic-

ulares,obtemos os diagramas de fases do modelo Blume-Capel já conhecidos

da literatura.

Neste trabalho, utilizaremos no modelo, a aproximação de campo médio

de Curie-Weiss, com uma pequena modicação no modelo de ising ou seja,

em que cada spim, interage com todos os outros da rede.

1.2 Modelo de Curie-Weiss

Conforme a Hamiltoniana do modelo de Curie-Weiss:

J ∑N ∑
N
H=− Si Sj − H Si , (1.1)
2N <i,j> i

Esta Hamiltoniana para o modelo de Curie-Weiss, com uma interação de

longo alcance, pode ser considerada Si = Sj , então teremos que, a Hamilto-

niana cara:

J ∑N ∑
N
H=− ( Si ) − H
2
Si , (1.2)
2N <i,j> i

A função de partição é dada por:



Z= exp(−βH). (1.3)
Si

6
1.2 Modelo de Curie-Weiss 7

Fazendo a devida substituição, temos que:


 
 ( )1  N 2
∑  βJ 2 ∑ ∑ 
N 
Z= exp   Si   + βH Si . (1.4)

 2N 

Si Si i

Usando a seguinte identidade gaussiana:

( ) 1 ∫∞ ( )
exp a21 =√ exp −x2 + 2a1 x dx. (1.5)
π −∞
Fazendo uma associação com eq.1.4

( )1
βJ 2 ∑
a1 = Si ,
2N
a qual é substituida na expressão 3.5 ganhando-se:

( )1 2 ( )1  
∑ ∫ ∞ 2 ∑
βJ 2
1 βJ
exp  Si  = √ exp −x + 2
2
Si x dx. (1.6)
2N π −∞ 2N

Para se adequar ao modelo, é necessário uma troca de variáveis:

( )1
βJ 2
2 x = βJm
2N


βJN
x= m (1.7)
2
E ainda:

βJN 2
dx = dm. (− ac b )3 (1.8)
2
Fazendo as devidas substituições na equação 1.6, e as devidas simplicações

chegaremos que:
√ ( )[ ( )]N
βJN ∫ +∞ βJN m2 βJm + H
Z = dm exp − 2cosh (1.9)
2π −∞ 2 2
Então teremos que:
√ { [ ( )]}
βJN ∫ +∞ βJN m2 βJm + H
Z= dmexp − + N ln 2cosh (1.10)
2π −∞ 2 2

7
1.2 Modelo de Curie-Weiss 8

par Na aproximação de Curie Weiss a função de partição é representada

da seguinte maneira:


βJN ∫ ∞
Z= dm exp{−βN g(T, D, m, H)} (1.11)
2π −∞
onde g é a energia livre de Gibbs, teremos que:

[ ( )]
Jm2 1 1
g= − ln 2cosh β(Jm + H) (1.12)
2 β 2
Tendo a expressão da energia livre,conforme a equação 1.12,derivando-a em

relação a magnetização e igualando este resultado á zero, ou seja:

∂g
=0
∂m
Isolando do resultado a magnetização, chegaremos á:

1 1
x= tanh β(Jm + H) (1.13)
2 2

8
Capítulo 2
O método de Campo Médio:
Curie-Weiss e Variacional através
da Desigualdade de Boguliubov

2.1 Introdução

Descrição do modelo, com aproximação do campo médio, para o calculo da

energia livre utilizando a desigualdade de Gibbs-Bogoliubov

F(H) ≤ G = G0 + ⟨H − H0 ⟩0

sendo a hamiltonianado sistema dada por:

J ∑N ∑
N ∑
N
H=− Si Sj − Di SiN − H i Si
2N <i,j> i i

Escolhendo uma hamiltoniana tentativa, vem que:


N ∑
N
H′ = − Di Si2 − η i Si
i i

Calculo da diferença entre as duas hamiltonianas, vem que:

J ∑
N ∑
N ∑
N ∑
N ∑
N
H − H0 = − Si Sj − Di Si2 − H i Si + Di Si2 + η i Si
2N i i i i i

9
Capítulo 3
Efeitos das Aleatoriedades dos
Campos Cristalino e Magnético
no Modelo de Blume-Capel

3.1 Introdução

O modelo de Blume-Capel foi originalmente introduzido por Blume[12]

e independentemente por Capel[13] como uma generalização do modelo de

Ising. Inicialmente o modelo foi proposto como um modelo de Ising com spin

S = 1 e com uma anisotropia de íon único. Este modelo apresenta com-

portamento tricrítico, pois seu diagrama de fase apresenta linha de segunda

ordem separada de outra linha de primeira ordem por um ponto tricrítico.

Uma diversidade de métodos (tais como, cluster com dois spins[14], métodos

variacionais[15], simulação de monte carlo[16, 17, 18], etc) foram usados para

estudar as propriedades deste modelo.

Mais tarde o modelo de Blume-Capel também foi generalizado por

Blume, Emery e Griths[19] para estudar a mistura


3
He −4 He, na qual o
estados S = ±1 representam
3
estado S=0 representa um átomo de He e os
4
os átomos de He.
Recentemente, modelos de spin S = 3/2 tem sido propostos para

explicar a transição de fase no sistema conhecido como DyV O4 [20, 21, 22,

23, 24] e comportamento tricrítico em misturas uídas[25]. Diversas aproxi-

10
3.2 Modelo e Cálculos 11

mações (campo médio[25, 26, 27, 28, 29], teoria de campo efetivo[30, 31, 32,

33], grupo de renormalização[34], simulação de monte Carlo[35], etc) foram

utilizadas para estudar propriedades de equilíbrios desses modelos.

Em particular, o diagrama de fase no estado fundamental do modelo

de Ising de spin-3/2 também foi estudado detalhadamente[36]. O resultado

mais interessante destes estudos refere-se ao fato que este modelo sofre duas

transições de fase, uma de segunda ordem sem nenhum ponto tricrítico e

outra de primeira ordem a qual termina em um ponto multicrítico isolado.

Esses resultados tem sidos contestados por estudos baseados em grupo de

renormalização[37, 38, 39], os quais predizem que esse modelo em duas di-

mensões a transição de fase é somente uma linha de primeira ordem em baixas

temperaturas a qual termina em uma linha de transição de segunda ordem

em um ponto tetracrítico.

Um outro problema que tem sido muito estudado diz respeito a in-

uência do campo cristalino aleatório no diagrama de fase, e das propriedades

termodinâmicas de diversos modelos modelos( Ising de spin-1, Blume-Emery-

Griths, Ising de spins mistos, etc). Nesse trabalho estamos interessados em

estudar sistemas de spins 3/2, cujo objetivos é o de investigar os efeitos das

aleatoriedades dos campos cristalinos e magnéticos nas propriedades mag-

néticas do modelo de Blume-Capel, via aproximação de campo médio de

Curie-Weiss.

Como resultados parciais, apresentaremos diversos diagramas de fases

nos espaço T-D, T-H e curvas da magnetização versus T, D. Como caso par-

ticulares, obtemos os diagramas de fases do modelo Blume-Capel já conheci-

dos da literatura.

3.2 Modelo e Cálculos

O modelo de Blume-Capel generalizado é representado pela seguinte

hamiltoniana:

J ∑N ∑
N ∑
N
H=− Si Sj − Di S i −
2
H i Si , (3.1)
2N <i,j> i i

11
3.2 Modelo e Cálculos 12

onde J é a energia de interação entre spins (constante de acoplamento ou de

troca), a qual conecta todos os spins da rede, Di é a interação aleatória de

campo cristalino (anisotropia aleatória) presente em todos os pontos da rede

e Hi Si representam
é um campo magnético externo aleatório. As variáveis

os spins da rede, e podem assumir quatro estados Si = ±3/2 e Si = ±1/2.

Neste modelo que está sendo considerado a interação de acoplamento J é

de longo alcance, isto é, cada sítio Si interage com todos os outros spins

da rede. A anisotropia aleatória de íon único agindo em cada spin da rede,

induz os spins assumirem os estados S = ±3/2 quando D>0 e no limite de

D→∞ o modelo torna-se de dois estado. Por outro lado, quando D<0
favorece os spins ocuparem os estadosS = ±1/2 e no D → −∞ o modelo de
Blume-Capel recae no modelo de Ising de dois estados S = ±1/2. A primeira

soma é realizada sobre todos pares de spins da rede, portanto a interação com

diferentes spins são iguais (Jij = Jim ). O fator 1/N é para garantir o limite

termodinâmico. A segunda e a terceira soma é realizada sobre todos os N


spins da rede.

Aqui o interesse é o de estudar o diagrama de fase e as propriedades

termodinâmica do modelo, dessa forma será necessário calcular a energia

livre, que no formalismo canônico da mecânica estatística é a grandeza que

faz a conexão entre ela e a termodinamica. Outra quantidade de interesse é

a magnetização. De acordo com os preceitos da mecânica estatística todas

as grandezas físicas são obtidas a partir da função de partição. Portanto, a

função de partição canônica é dada pela sequinte forma:


Z= exp(−βH). (3.2)
Si

A é a soma do fator de Boltzmann sobre todos os estados, onde que β =


(KB T )−1 e KB é a constante de Boltzmann, T a temperatura absoluta.

A substituição da equação 3.1 na 3.2, resulta em:

 
∑ βJ ∑N ∑
N ∑
N
Z= exp  Si Sj + β Di Si2 + β H i Si  . (3.3)
Si 2N <i,j> i i

A interação de troca é de longo alcance, assim podemos considerar Si =Sj ,

12
3.2 Modelo e Cálculos 13

e levando na expressão de Z, obtem-se:


 
 ( )1  N 2

∑  βJ 2 ∑  ∑
N ∑
N 
Z= exp  Si +β Di Si2 + β H i Si . (3.4)

 2N 

Si Si i i

O termo ao quadrado na equação 3.4 pode ser reescrito através da identidade

gaussiana, confome a expressão:

( ) 1 ∫∞ ( )
exp a21 = √ exp −x2 + 2a1 x dx. (3.5)
π −∞
Com base na na equação 3.4, faremos a sequinte mudança de variável:

( )1
βJ 2 ∑
a1 = Si ,
2N

a qual é substituida na expressão 3.5 ganhando-se:

( )1 2 ( )1 
∑ ∫ ∞ 2 ∑
βJ 2
1 βJ
exp  Si  = √ exp −x + 2
2
Si x dx. (3.6)
2N π −∞ 2N

Para se adequar ao modelo, é necessário uma troca de variáveis:

( )1
βJ 2
2 x = βJm
2N


βJN
x= m (3.7)
2
E ainda:

βJN
dx = dm. (3.8)
2
Agora substituindo as novas variáveis na 3.6, resulta em:

( )1 2 ( )
∑ ∫ ∞
βJ 2
1 βJN
exp  Si  = √ exp − m2 ×
2N π −∞ 2
 ( )1 √ √ 
 βJN 2 ∑ βJN βJN 
exp 2 Si m dm. (3.9)
 2 2 2 

13
3.2 Modelo e Cálculos 14

Efetuando as simplicação devidas na 3.9 e substituindo na 3.4, e levando

em consideração que a soma é para todos os spins iguais, obtemos a seguinte

expressão:

√ [ ( )]
βJN ∫ +∞ ∑ βN − Jm 2
+JmSi +Di Si2 +Hi Si
Z= dm e 2

2π −∞

√ { ( ) }
βJN ∫ +∞ ∑ N β JmS +D S 2 +H S
2
− βJN2 m
Z= dm e e [ i i i i i]

2π −∞

√ { ( ) }
βJN ∫ +∞ ∏ [∑ ]
2
− βJN2 m β(JmSi +Di Si2 +Hi Si )
Z= dm e e (3.10)
2π −∞

Para facilitar as operações na 3.10 faremos a seguinte substituição:

Jm + Hi = Wi (3.11)

Atribuindo os valores de Si = ± 32 , ± 12 ,
[ ( ) ( )]
3βWi 3βWi
A = exp + exp −
2 2
(3.12)

[ ( ) ( )]
1βWi βWi
B = exp + exp − ,
2 2

fazendo as substituições na 3.10, teremos a função de partição:

√ ( )

βJN +∞ βJN m2
Z= dm exp − ×
2π −∞ 2
{ ( ) ( ) }N
9βDi 1βDi
exp A + exp B . (3.13)
4 4

Usando a denição de cosseno hiperbólico:

ex + e−x
cosh(x) =
2

14
3.2 Modelo e Cálculos 15

e fazendo as devidas simplicações, teremos que:


√ ( )
βJN ∫ +∞ βJN m2
Z = dm exp − ×
2π −∞ 2
( )[ ( ) ( )]N
9βN Di βWi 3βWi
exp 2exp (−2βDi ) cosh + 2cosh
4 2 2
√ ( ) ( )
βJN ∫ +∞ βJN m2 9βN Di
Z = dm exp − exp ×
2π −∞ 2 4
 [ ( ) ( )]N 
 βWi 3βWi 
exp ln 2exp (−2βDi ) cosh + 2cosh .
 2 2 

Denindo:
[ ( ) ( )]
βWi 3βWi
C = 2exp (−2βDi ) cosh + 2cosh
2 2
substituido em Z, vem que:
√ { }
βJN ∫ +∞ βJN m2 9βN Di
Z = dm exp − + + N lnC (3.14)
2π −∞ 2 4
Lembrando do valor de Wi e tomando o ln C e fazendo os reajustes para

obtero:
[ ( ) ( )]
1 β(Jm + Hi ) 3β(Jm + Hi )
A = ln 2exp(−2βDi )cosh + 2cosh
β 2 2
E substituindo em Z para obter:
√ { { }}
βJN ∫ +∞ Jm2 9Di
Z = dm exp −βN − −A .
2π −∞ 2 4
Na aproximação de Curie Weiss a função de partição é representada

da seguinte maneira:

βJN ∫ ∞
Z= dm exp{−βN g(T, D, m, H)} (3.15)
2π −∞
onde g é a energia livre de Gibbs, portanto para o modelo proposto:
[ ( ) ( )]
1 3 1
g = − ln 2cosh β(Jm + Hi ) + 2e−2βDi cosh β(Jm + Hi )
β 2 2
2
Jm 9
+ − Di . (3.16)
2 4

15
3.2 Modelo e Cálculos 16

Para observar os efeitos da aleatoriedade do campo cristalino no di-

agrama de fase e nas propriedades magnéticas do modelo é necessário fazer

uma nova média sobre a desordem. A anisotropia de íon único é governada

por uma distribuição binária de probabilidades, relacionando as variáveis

aleatórias dada por:

P (Di ) = qδ(Di ) + (1 − q)δ(Di − D), (3.17)

indicando que no primeiro termo qδ(Di ) indica que há uma parcela q de spins
que permanecem fora da ação da anisotropia, ou seja, Di = 0. O segundo

termo (1−q)δ(Di −D) uma parcela 1−q de sob a ação da anisotropia aleatória

com magnitude igual a D), a qual dá origem a uma transição de fase dentro da

fase ordenada ferromagnetica. Considerando tambem os efeitos da desordem

trimodal no campo aleatório Temos que:



g1 = P (Di ) g dDi (3.18)

Fazendo as devidas substituições, chegamos que:

[ ( ) ( )]
Jm2 9 q 3 1
g1 = − D − ln 2cosh β(Jm + Hi ) + 2cosh β(Jm + Hi ) −
2 4 β 2 2
[ ( ) ( )]
(1 − q) 3 −2βD 1
ln 2cosh β(Jm + Hi ) + 2e cosh β(Jm + Hi ) (3.19)
β 2 2
Considerando tambem os efeitos da desordem trimodal, campo aleatório

externo temos a seguinte distribuição:

(1 − p)
P (Hi ) = pδ(Hi ) + [δ(Hi + H) + δ(Hi − H)] (3.20)
2
Os campos aleatórios externos são distribuidos conforme as seguintes

probabilidades: uma quantidade percentual p, para os campos aleatórios,

existem com o valor zero. E, um valor percentual (1 − p)/2, para os cam-


pos aleatórios externos que apontam na direção de +H , e nalmente outra

parcela, com o mesmo valor percentual ou seja (1 − p)/2,que aponta na di-

reção de −H . Então temos na distribuição trimodal, um percentual p de

spins que não sofre a ação do campo aleatório externo e duas partes repre-

sentadas por (1 − p)/2, uma sob a ação do campo extreno aleatório +H e

16
3.2 Modelo e Cálculos 17

outra com o mesmo percentual sob a ação do campo aleatório externo −H ,


então vem que:

17
3.2 Modelo e Cálculos 18


g2 = P (Hi )g1 dHi

após fazermos a intodução dos parametros da desordem, a energia livre

geral é escrita como:

1 9 pq 1 3
g2 = Jm2 − D(1 − q) − ln[2cosh( βJm) + 2cosh( βJm)] (3.21)
2 4 β 2 2
(1 − q)p 1 3
− ln[2e−2βD cosh( βJm) + 2cosh( βJm)]
β 2 2
(1 − p)q 1 3
− ln[2cosh( β(Jm − H)) + 2cosh( β(Jm − H))]
2β 2 2
(1 − p)q 1 3
− ln[2cosh( β(Jm + H)) + 2cosh( β(Jm + H))]
2β 2 2
(1 − p)(1 − q) 1 3
− ln[2e−2βD cosh( β(Jm − H)) + 2cosh( β(Jm − H))]
2β 2 2
(1 − p)(1 − q) 1 3
− ln[2e−2βD cosh( β(Jm + H)) + 2cosh( β(Jm + H))]
2β 2 2
que e a energia livre completa do modelo proposto.

Para determinarmos a magnetização do modelo , faremos as sequintes

considerações: minimizaremos a Eq.(29), em relação a magnetização ou seja


derivando a energia livre geral Eq.(29) e isolamos m (magnetização),teremos

que:

∂g2
=0 (3.22)
∂m
chegaremos à magnetização geral, que é:

18
3.2 Modelo e Cálculos 19

3sinh 23 Km + sinh 12 Km
m = pq[{[ ]}] + (3.23)
2cosh 32 Km + 2cosh 21 Km
p(1 − q) 3sinh 32 Km + e−2βD sinh 12 Km
{[ ]} +
2 2cosh 32 Km + 2e−2βD cosh 21 Km
q(1 − p) 3sinh 32 (Km + h) + sinh 12 (Km + h)
{[ ]} +
2 2cosh 32 (Km + h) + 2cosh 12 (Km + h)
q(1 − p) 3sinh 32 (Km − h) + sinh 12 (Km − h)
{[ ]} +
2 2cosh 32 (Km − h) + 2cosh 12 (Km − h)
(1 − p)(1 − q) 3sinh 32 (Km + h) + e−2βD sinh 21 (Km + h)
{[ ]} +
2 2cosh 32 (Km + h) + 2e−2βD cosh 12 (Km + h)
(1 − p)(1 − q) 3sinh 32 (Km − h) + e−2βD sinh 21 (Km − h)
{[ ]}
2 2cosh 32 (Km − h) + 2e−2βD cosh 12 (Km − h)

19
Capítulo 4
Resultados e Discussões

4.1 Introdução

Temos um caso especial da magnetização, para p = q = 0, que será dada

por:

 ( ) ( )
 −2βD 1 3 
1 e sinh 2
β(Jm + H) + 3sinh 2
β(Jm + H)
m = ( ) ( ) (4.1)
2  2e−2βD cosh 1 β(Jm + H) + 2cosh 3 (Jm + H) 
2 2
 ( ) ( )
−2βD
1 e sinh 12 β (Jm − H) + 3sinh 32 β (Jm − H) 
+ ( ) ( )
2  2e−2βD cosh 1 β (Jm − H) + 2cosh 3 (Jm − H) 
2 2

para p=1;q=0 e variando (D/J), teremos mais uma nova representação

da magnetização, tomando como base a equação 31


[ ( ) ( )]
e(− T J ) sinh
2 D
m 3m
+ 3sinh2T 2T
m = [ −2 D ( )
m
( )] (4.2)
2e T J cosh 2T + 2cosh 3m
2T

20
4.1 Introdução 21

para p=1 e q=1


[ ( ) ( )]
m
sinh
2T
+ 3sinh 3m
2T
m = [ ( ) ( )] (4.3)
2cosh 2T + 2cosh 3m
m
2T

fazendo uma nova consideração para a magnetização sendo: p = 1 q


variavel, a anisótropia (D/J) f ixa
[ ( ) ( )]
m
sinh 2T
+ 3sinh 3m
2T [e− T J sinh( 2T
2 D m
) + 3sinh( 3m )]
m = q[ ( ) ( )] + (1 − q) 2T
(4.4)
[2e− T J cosh( 2T
2 D m
2cosh 2T + 2cosh 3m
m
2T
) + 2cosh( 3m
2T
)]

Apartir da Eq. (35) e fazendo a expansão do senh e cosh em relação a

magnetização (m), considerando que βJ = K , K = 1


T
,H =0 e T = KB T
J
,

chegamos que:

D T (1 − 4T )
= − ln (4.5)
J 2 (4T − 9)

Para determinarmos a temperatura critica (Tc ),da Eq. (38),suporemos a

anisótropia nula (D = 0), então chegaremos à:

J
Tc = 1, 25
KB
gura (01)
Na gura (01), temos a linha cheia que representa os pontos da temper-

atura crítica, onde esta linha e a divisória entre duas fases. Abaixo desta

linha existe a fase ferromagnetica onde prevalece uma ordem magnetica (

alinhamento expontaneo), ou seja , possui uma magnetização expontanea

abaixo da temperatura crítica, mesmo na ausência de um campo magnetico

externo.Acima desta linha, a fase é paramagnetica, pois os alinhamentos

expontaneos, tendem a desaparecer gradualmente á medida que se eleva a

temperatura com a magnetização tendendo á zero, a qual só reaparece com

a aplicação do campo externo. No diagrama de fase gura (06), temper-


K T D
atura versus anisotropia ( B X ), dentro da fase ferromagnetica, existe
J J
uma transição de fase, ou seja uma separação entre as fases: ferromagnetica

um e ferromagnetica dois, o que caracteriza magnetizações diferentes nes-

tas fases.Então iremos estabelecer critérios para calcular a anisotropia crítica

21
4.1 Introdução 22

(Dc ), considerando que KB T /J = 0. Igualando as energias livres entre as

duas fases( dentro da fase ferromagnetica), no limite da transição de fase,

teremos que a sua energia livre para spins (3/2), equivale a energia livre para
spins (1/2), sendo que:
( )
3
g( 3 ) -> energia livre para spin
2 ( ) 2
1
g( 1 ) -> energia livre para spin
2
2
com as seguintes considerações: βJ = K , p = q = 0, H = 0 e βD =
KD/J ,
teremos que:

[ ( ) ( )]
Jm21 9D 1 1 3
g3 = − − ln 2e−2βD cosh β(Jm1 + H) + 2cosh β(Jm1 + H)
(4.6)
2 2 4 β 2 2

Jm22 D 1 1
g1 = − − ln[2cosh( β(Jm2 + H))] (4.7)
2 2 4 β 2
concluimos que:

22
4.1 Introdução 23

3 1
g 3 (m1 ) = g 1 (m2 ) onde m1 = 2
e m2 = 2
2 2
Então, fazendo as substituições e considerações em cada energia livre,

teremos que:

[ ( ) ( )] [ ( )]
9 9 D 3 9 K 1 D 1
K − K − ln 2e−2K J cosh K + 2cosh K
D
= − K − ln 2cosh K
8 4 J 4 4 8 4 J 4

[ ( ) ( )] ( )
D 3 9 1
K − 2K − ln 2e−2K J cosh K + 2cosh K
D
+ ln2cosh K = 0
J 4 4 4

 ( ) ( )
e−2K J cosh
D 3 9
D K + cosh K
= ln  
4 4
K − 2K ( )
J cosh 1
K
4

 
−2K J ( 4 K)
D 3 3 9 9
K−2K D ) = e [e + e(− 4 K) ] + e( 4 K) + e(− 4 K) 
e( J
e( 14 K) + e( − 14 K)

Todas as exponenciais em K negativo, tendem a zero, então teremos que:

( 5 D 3 D 9
)
e 4 K−2K J = e 4 K−2K J + e 4 K (4.8)

multiplicando toda a expressão por,

( )
e2K J − 4 K
D 5
(4.9)

chegamos á:

1 = e− 2 K + eK+2K J
1 D

23
4.1 Introdução 24

D
K + 2K =0
J

D
K(1 + 2 )=0
J

D
2 = −1
J

D
= − 0.5 (4.10)
J
Encontramos o valor para a anisotropia, na transição de fase ferromag-

nética, cujo valor éDc = −0.5J , onde para D < Dc a fase é ordenada
e cuja magnetização é m = 1/2 para D > Dc a fase tambem é orde-

nada e a magnetização é m = 3/2. // Quando a anisotropia (D/J) cresce


9
para o innito a temperatura crítica tende para o valor de Tc = J/KB , na
4
aproximação de Curie-Weiss.

24
4.1 Introdução 25

Para construirmos o gráco da transição de fase (KB T /J ) versus (D/J ),

gura (01), para a linha de primeira ordem, utilizamos três equações tran-

scendêntais ou seja, a igualdade entre as energias livres, para os estados de

spins Si = ± 32 ; ± 21 e a energia livre para os estados de spins Si = ± 12 e mais

as magnetizações para spins (3/2)e spins (1/2), onde através de análise crí-

teriosa, chegamos aos pontos da linha de primeira ordem, conforme a gura

(01),//

Uma analise feita na gura(01),para temperatura proxima de 0 Kelvin,

no diagrama de fase. a anisotropia(D/J), assume valores maiores, levando

com isto a uma transição de fase dentro da fase ferromagnetica, com a de-

terminação da anisotropia crítica(Dc ).Em D < Dc , fase ferromagnetica


1
um, prevalece spins com magnetização maior ou seja m = 2
, temos nesta

fase alguns spins sem a inuencia anisotropica.Com valor da anisotropia


3
D > Dc , temos uma maior quantidade de spins com magnetização m= 2
,
3
pois a anisotropia quando cresce favorece o estado de spins S= 2
A magnetização tem o seu ponto culminante, quando os spins estiverem

á uma temperatura proxima de zero Kelvin. Então, em uma temperatura

abaixo da temperatura critica, dentro da fase ordenada, a anisotropia (D/J),

tem a sua impôrtancia, pois em um determinado ponto, para Dc = − 0.5J ,


este subdivide a fase ferromagnetica em duas partes, a fase ferromagnetica
1
um, com a magnetização m= 2
e a fase ferromagnetica dois, com a magne-
3
tização m= 2
.//

25
4.1 Introdução 26

Na gura (01), para anisotropia (D/J) bem proxima do zero, temos a tem-

peratura critica alta. Pela condição desta temperatura, existe ali uma magne-

tização,e,ela é devido á presença de vários spins com magnetização não nula, o

que justica esta alta temperatura. Com o aumento da anisotropia (D/J) vericamos

um aumento da temperatura crítica conforme a gura (01), então o mod-

elo apresenta maior quantidade de spins, com o momento magnetico zero,

prevalecendo a magnetização no estado m = 3/2. Devido o crescimento da


3
anisotropia (D/J), favorece o estado de menor energia que é S = 2
, conr-

mando o valor da magnetização.

Analizando a gura(01), xando um valor para uma baixa temper-

atura e variando o valor da anisotropia(D/J), encontramos na fase ferro-

magnetica (na região ordenada) duas fases: a fase ferromagnetica um com

a magnetização m = 1/2, e a fase ferromagnetica dois com a magnetização

m = 3/2. Com o aumento da temperatura, passamos da fase ferromagnet-

ica um, com a magnetização m = 1/2, para a fase paramagnetica. Como

o parâmetro anisitropico, favorece aos spins, um congelamento do seu es-

tado, em baixas temperaturas, contribuem para que os spins permanesam

em seus estados os quais sao: Si = ± 32 , ± 12 . Como os valores dos estados

se equivalem a magnetização do sistema, temos que, Si = m, vem que a


3 1
magnetização cará em m = 2
ou m = 2
dependendo do estado em que se

encontra o spin.

26
4.1 Introdução 27

De acordo, com a gura (02), neste caso não existe a interferência do

campo aleatório externo Hi , como tambem da anisotropia magnética aleatoria(Di ),


K T D
então o diagrama de fase ( B X ), é representado por uma reta paralela a
J J
D/J , o que quer dizer, que independente de qualquer fator a temperatura

crítica (limite entre a fase ferromagnetica e a fase paramagnetica) é continua.

Permanecendo p = 1, e decrescendo q , ou seja,introduzindo o fator anisotrópico


no modelo, o comportamento do gráco ca conforme a gura (03)).

Considerando um ponto xo na anisotropia(D/J), e com a variação do fa-

tor (q) para diversas linhas no gráco (03), vericamos o decaimento do con-

junto de pontos da temperatura crítica, em cada caso, ou seja, a medida

que o fator (q) decresce, tem ínicio a quantidade de spins com o parametro

da anisotropia(D), chegando mesmo até ao maximo de ter 100 por cento dos

spins anisotrópicos ou seja com o parâmetro da anisotropia (D/J) .

Então para cada ponto da anisotropia (D/J), xo, em cada linha, a temper-

atura cai ao valor mínimo.

Concluimos que, com o aumento da anisotropia na fase ferromagnética, tere-

mos spins com momento magnético zero, com isto diminuindo a temperatura

crítica naquele referido ponto(D/J).

Para o diagrama de fase, a magnetização versus temperatura(m X KB T /J)na


gura (07), considerando p = 1 q = 0, e para varios valores do parametro da

anisotropia, observamos que para um valor xo da magnetização, a medida

que aumenta a temperatura, com o objetivo de congelar a magnetização ou

seja tornar o seu valor invariante, deveremos aumentar o valor da anisotropia,

então ca bastante claro que a temperatura promove a desordem, o que é

balanceado pela ordem do parametro da anisotropia, cando assim a mag-

netização constante.//

Na fase ferromagnetica, se quizermos manter a mesma magnetização com

o aumento da temperatura, deveremos aumentar tambem a anisotropia.//


KB T
Para o diagrama de fase, magnetização versus temperatura(m X )na
J
gura (06), considerando p = 1; D/J = 0.1, variando o valor do fator (

q), sendo: (q = 0.1, q = 0.6, e q = 0.9), vericamos que para um valor

xo da magnetização (m),ou seja, se em diversa situações quizermos obter

a mesma magnetização, o valor de q decresce, ocorrendo que, mais spins -

27
4.1 Introdução 28

cam com anisotropia, e, conforme a literatura, aumentando o comando de

ordem (parametro anisotropico), para o valor da magnetização permanecer

o mesmo, deveremos aumentar o comando da desordem, que é a temperatura.

No graco (09)da magnetização em função da anisotropia (mX D J


) para
KB T
p = 1, xando a magnetização, e variando o valor da temperatura( J ), para
o caso valores crescentes, observamos um aumento no valor do parametro

da anisotropia (D/J), conrmando com a literatura, que a anisotropia dá o

comando de ordenamento dos spins e a temperatura o comando de desordem,

mantendo assim, xo o ponto da magnetização.//

28
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