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Universidade Licungo

Faculdade de educação

Bruno António Jorge

Inspecção Escolar
Licenciatura em Ensino Básico, em habilitações de Supervisão e Inspecção Pedagógica da
Escola Básica

Beira
2021
Bruno António Jorge

Inspecção Escolar

Licenciatura em Ensino Básico, em habilitações de Supervisão e Inspecção Pedagógica da


Escola Básica. 3º Ano

Trabalho de carácter
investigativo, Referente a
Disciplina de Supervisão e
Inspecção da Escola Básica

Docente:

Msc. Judite Bera

Beira
2021
Índice
1. Introdução..........................................................................................................................................2
1.1. Objectivos gerais.............................................................................................................................2
1.2. Objectivos específicos.....................................................................................................................2
2. Fundamentação Teórica.....................................................................................................................3
2.1. Inspecção escolar............................................................................................................................3
2.2. O papel do inspector escolar no processo democrático..................................................................3
2.3. Função da inspecção.......................................................................................................................4
2.4. Tipos Inspecção Escolar...................................................................................................................5
2.5. Características essenciais da acção inspectiva.................................................................................6
2.6. Perfil de inspector...........................................................................................................................7
3. Conclusão...........................................................................................................................................8
4. Referências bibliográficas...................................................................................................................9
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1. Introdução

A educação é a arma mais poderosa que tem o Homem para criar uma ética, para criar uma
consciência, para criar um sentido do dever, um sentido da organização, da disciplina e da
responsabilidade. Enfatizando a escola sendo uma instituição socializadora deve ser capaz de
potenciar o desenvolvimento profissional e a organização escolar; orientar, regular e dirigir o
processo educativo dum jeito estimulante do desenvolvimento e ao serviço da qualidade da
aprendizagem em correspondência com sua missão. No entanto, para a realização da pesquisa
foi necessária uma breve leitura de alguns autores que abordam sobre estes aspectos, a fim de
responder os objectivos estabelecidos acima. Contudo este trabalho estará dividido em três
partes, isto é, a parte introdutória, a parte do desenvolvimento e por fim a parte da conclusão e
as respectivas referências bibliográficas.

1.1. Objectivos gerais

 Conhecer a inspecção no seu todo.

1.2. Objectivos específicos

 Identificar características de inspecção ;


 Saber da função do inspector ;
 Compreender o papel do inspector ;
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2. Fundamentação Teórica

2.1. Inspecção escolar

Inspecção é acercar-se de alguma coisa ou alguém para compreender, controlar, cuidar,


examinar, fiscalizar, guardar, observar, olhar, revistar, superintender, supervisar, ver,
verificar, vigiar, vistoriar. Portanto, Inspecção escolar tem como objectivos: observar, orientar
e examinar as unidades que compõem os sistemas de ensino para o seu desenvolvimento.
Meneses (1977, p. 23).

De acordo com Iavelberg (2011), o inspector escolar é um dos profissionais mais actuantes na
esfera educacional. Ele transita por toda a escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é
um dos primeiros a serem procurados quando há algum problema que precisa ser solucionado
rapidamente.

Para Alvernaz (2011), afirma que o trabalho do inspector não se limita apenas a olhar os
alunos. A sua função se multiplica na medida em que aparecem as necessidades dentro do
contexto administrativo, educacional e disciplinar da Unidade Escola.

Veraldo (2011) afirma ser, o inspector de alunos,

um Profissional cuja função é vital na escola. É ele quem orienta os


alunos quanto às normas da unidade escolar, organiza a saída e a
entrada dos alunos, zela pela disciplina dentro e fora das salas de aula,
monitora o deslocamento e a permanência dos alunos nos corredores,
zela pelo cumprimento do horário das aulas e demais rotinas escolares.

Assim, de uma outra forma, a Inspecção educativa é entendida como o órgão técnico e
profissionalizado do estado que comprova como se realiza o processo educativo e contribui,
com propostas fundamentadas, para a melhoria do desempenho das instituições educativas.

2.2. O papel do inspector escolar no processo democrático

A Inspecção Escolar está ligada a vários factores que contribuem com o processo democrática
da comunidade escolar. Evidentemente, nem sempre foi assim. A própria expressão
linguística nos remete à história, desde o Brasil colonial, de que o ato de inspeccionar nos
lembra do ato de fiscalizar, observar, examinar, verificar, olhar, vistoriar, controlar, vigiar...
Porém, actualmente, a figura deste profissional nas Instituições Escolares proporciona uma
estreita ligação entre os outros órgãos do Sistema Educacional, quer sejam Secretaria quer
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sejam regionais e unidades Escolares, para garantir a aplicação legal do regime democrático.
Por isso, o Inspector tem uma grande concentração nos aspectos Administrativos, Financeiros
e Pedagógicos das unidades Escolares, trabalhando inclusive, como agente sociopolítico.
Secretaria estadual de educação/MG (1983).

Para Barbosa (2008), o trabalho do inspector depende da participação de todos os segmentos


da escola, de forma responsável para o desenvolvimento de uma prática pedagógica com
sucesso. Assim sendo é necessário também que os profissionais envolvidos no processo façam
constantemente a avaliação dos resultados obtidos desse trabalho conjunto, a fim de
diagnosticar a qualidade desse empreendimento educacional, e buscar mecanismos que
possam melhorar a prática educativa.

Nesse processo democrático de educação, a inspecção escolar tem um papel fundamental e


uma acção direccionada a acompanhar e orientar a equipe da escola, subsidiando-os nos seus
aspectos pedagógicos e administrativos. Dessa forma, deve propiciar a melhoria do processo
ensino aprendizagem, e se integrando como um profissional dentro da instituição escolar
responsável pelo processo educativo. Para isso este deve conhecer a realidade escolar e se
inteirar dos fatos com clareza nos diversos ambientes da instituição, propiciando uma
intervenção mais segura e justa. As acções do Inspector não se limitam, evidentemente,
apenas nas aplicações de normas mas, também, nas acções de revisão ou mudanças na
legislação, numa perspectiva crítica adequada à realidade social a que se destina, dando
conhecimento à administração do Sistema das consequências da aplicação dessas mesmas
normas.

2.3. Função da inspecção

Segundo Borges e Neves (2006), apontam que a função da inspecção era de instrução, com
ênfase no trabalho docente e foi fortemente influenciada por outras instituições como a
família, a igreja, a medicina, os militares e os bacharéis.

Nesse sentido pedagógico, a inspecção deveria actuar para garantir que os professores
cumprissem a missão de debelar a ignorância, conforme defendia o inspector-geral da
instrução. Dessa forma, salienta-se de que a inspecção deveria ser eficiente e
homogeneizadora, actuando através de visitas às escolas e elaboração de relatórios.
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O inspector precisa exercer sua função para garantir o cumprimento de todas as


especificidades e necessidades organizacionais do sistema educacional, tanto na área
pedagógica quanto nas áreas administrativa e financeira.

Para Lorenzoni (1990, p. 92), destaca que são benefícios específicos do inspector escolar, na
performance da sua função:

 Participar do planejamento e aplicação dos mecanismos e instrumentos de controlo


referentes a currículos e programas educacionais, previstos ou em desenvolvimento;
 Participar do processo de planejamento curricular, em nível de macros sistema, com
vistas à melhoria qualitativa do ensino, através da caracterização da realidade escolar
em termos de necessidades a serem atendidas e possibilidades a serem aproveitadas;
 Colaborar no estabelecimento de directrizes pedagógicas que levem à consecução da
política educacional do Estado;
 Assessorar os superiores hierárquicos em assuntos da área;
 Manter-se constantemente actualizado em legislação, evidenciando conhecimento do
objecto a ser avaliado e da metodologia de avaliação, manifestando domínio das
técnicas de trabalho e instrumentalização próprias do exercício de sua função.

2.4. Tipos Inspecção Escolar

 Inspecção-geral: são aquelas realizadas em todas escolas ou seja que envolve todos os
sectores.
 Inspecção específica ou terrancia: é a inspecção em que procura identificar os
problemas ou riscos determinados na escola.
 Inspecção especial: é o indivíduo que se ocupa de situações invento extorsionário ou
especifica de interesse do sistema de ensino.
 Inspecção pedagógica: fiscalizar o comprimento dos programas de ensino e normas
de índoles pedagógicas e educativas nas instituições de ensino e evidenciar no
processo docente educativo.
 Inspecção administrativa financeira: tem a função de avaliação condições matérias
atinentes ao processo de ensino e aprendizagem avaliar regularidade do processo
docente-educativo.
 Inspecção permanente: é responsável pelo estabelecimento de ensino numa escola
durante PEA.
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2.5. Características essenciais da acção inspectiva.

Para Varela (2006), ao pautar-se por um conjunto de princípios que enformam o paradigma
actual de Inspecção Educativa e que o inspector, enquanto profissional da educação, deve ter
sempre presente na sua actividade. Assim sendo as características mais relevantes da acção
inspectiva educativa são:

 A acção inspectiva deve basear-se na legalidade, num Estado de Direito, todos devem
sujeitar-se à lei, não podendo o Inspector exigir o seu cumprimento enquanto ele
próprio se exime da sua observância;
 A acção inspectiva deve ser democrática – num Estado Democrático, a educação deve
ser uma prática da liberdade e da democracia, não podendo a acção inspectiva utilizar
métodos e práticas que coarctem a liberdade, instaurem o medo e o autoritarismo;
 A acção inspectiva deve ser respeitadora das diferenças e aglutinadora das sinergias no
seio da comunidade educativa, impulsionando a iniciativa e a criatividade dos agentes
educativos;
 A acção inspectiva deve reconhecer os méritos para mais facilmente superar os
defeitos, sem cair nem no paternalismo nem no autoritarismo;
 A acção inspectiva deve conciliar a abordagem sistémica com a abordagem
diferenciada, isto é, deve estar em função de todo o sistema educativo (através de
métodos científicos de intervenção), sem descurar a necessidade de uma atenção
particular àqueles (agentes e instituições) que mais necessitem de sua contribuição
técnica e profissional;
 A acção inspectiva deve desenvolver-se num quadro de absoluto profissionalismo, que
não exclui a utilização de formas afáveis de relacionamento com os agentes
educativos, de modo a suscitar confiança e cooperação;
 A acção inspectiva deve ser organizada e planificada, sem prejuízo da flexibilidade
necessária, para corresponder a novas demandas e exigências do processo educativo;
 A acção inspectiva deve ser avaliada permanentemente, de modo a introduzir formas e
paradigmas de intervenção cada vez mais eficientes e eficazes;
 A acção inspectiva deve conjugar o trabalho individual com o de equipa, em função
dos contextos, das matérias de que se trate e das normas aplicáveis, sendo, entretanto,
de se relevar, sempre, o contributo de todos e de cada um dos inspectores para a
construção de uma boa imagem da instituição inspectiva.
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2.6. Perfil de inspector

O ser humano é sujeito de cultura e valores. A construção da pessoa, assim como o


desenvolvimento absoluto do ser humano é um processo contínuo e inacabado, visto que está
a sofrer constantes transformações de acordo com as experiências, vivências, contactos,
conhecimentos e personalidade de cada pessoa. Assim sendo, torna-se essencial que cada
pessoa reflicta sobre os acontecimentos e as alterações que vão marcando a sua personalidade.
Medeiros (2002, p. 149).

De acordo com Marques (2003, p. 75), o inspector é um facilitador de aprendizagens, que


conduz o professor no decorrer do processo para que o mesmo culmine no progresso e
sucesso educativo dos alunos. Portanto a inspecção parece incorporar a missão de desenvolver
a escola e os seus agentes, a nível intelectual, social, moral e cultural. Podemos, disso
depreender, uma potencial significativa influência da inspecção educativa na promoção do
progresso e desenvolvimento da escola.

Na perspectiva de Tavares (2003, p. 155) afirmam que ser supervisor é uma tarefa difícil e de
grande responsabilidade. Assim sendo o desenvolvimento de áreas científicas, a tomada de
consciência da forma como os adultos aprendem e se desenvolvem, o aperfeiçoamento das
técnicas de observação, avaliação, dinâmica de grupos, a aquisição de novos saberes em
termos de gestão de recursos, de estratégias de desenvolvimento profissional e curricular entre
outros, são aspectos que o supervisor não pode deixar de conhecer e aprofundar. Dá-se a
ênfase de um inspector fazer estas visitas, o inspector deve se fazer acompanhar por técnicos
formados na área é necessários como seguintes características:

 Ter noção profunda sobre a metodologia do ensino primário assim como das outras
áreas curriculares.
 Possuir conhecimentos das normas como disposições gerais e das políticas específicas
educativas e da inspecção.
 Ter domínio das ferramentas de inspecção do trabalho.
 Possuir capacidades de elaborar relatórios de registos de processos.
 Possuir experiencia em gestão escolar, formação de professores e profissionais
técnicos.
 Ter experiencia em matérias de liderança de gestão de conflito e da legislação da
educação.
 Possuir capacidades de se comunicar e de elaboração de relatório.
 Ter qualidades morais, ser flexível, ter espírito critico e auto-critico, optimista e
encarar o trabalho com responsabilidade e objectividade.
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3. Conclusão

Esta investigação teve como objectivo geral, inspecção escolar, assim sendo de acordo com o
desenvolvimento da pesquisa entende-se que colaborando entre os inspectores escolares, ao
planejarem as acções de acompanhamento às escolas, vislumbrem possibilidades de acções
pedagógicas nas actividades consideradas de natureza administrativa, na complexa tarefa de
assegurar a organização e funcionamento global das unidades de ensino. O eixo pedagógico
voltado para as questões relacionadas com o processo de ensino-aprendizagem e ressalta-se,
de uma organização para melhor compreensão por parte dos inspectores das diferentes
possibilidades de actuação no desenvolvimento de seu trabalho, que abarca múltiplas e
complexas situações que acontecem no interior das escolas
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4. Referências bibliográficas

Barbosa, Maria Rita Leal da Silveira. (2008). Inspecção Escolar: um olhar crítico. Ed.
Composer Ltda.

Marques, Ramiro. (2003). Valores éticos e cidadania na Escola. Lisboa.

Medeiros, Emanuel O. (2002). A filosofia da educação secundaria uma reflexão no contexto


da reforma curricular e Educativa. Ponta Delgada: Universidade dos açores.

Meneses, João Gilberto de Carvalho. (1977). Princípios e métodos de inspecção escolar. São
Paulo: Saraiva.

Iavelberg, Catarina. (2011). O papel do monitor, inspector ou bedel na formação dos alunos.
Gestão escolar. Porto Alegre.

Lorenzoni, L. M. As relações interpessoais e o inspector educacional: subsídios para seu


aditamento ao pleno exercício do processo de inspecção no sistema de ensino do Estado.
Revista Educação, Porto Alegre, 1990.

Secretaria de estado de educação/MG. Resolução SEE Nº 305 de 29 de Dezembro de 1983.

Veraldo, Ivana. (2011). O bedel da escola. Rio de Janeiro: DP & A.

Varela Bartolomeu L (2006). Paradigmas ou modelos de Inspecção Educativa.2. ed. São


Paulo.

Tavares, José. (2003). Para intervir em educação. Porto

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