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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC –

Psicologia

ÂNGELO LIMA BARROS

ALANA PIMENTEL

ALESANDRA RIOS SILVA

BIANCA GOMES DO NASCIMENTO OLIVEIRA


CAMILA GABRIELA ALVARES DE ALMEIDA
JUAN VICTOR PURIFICAÇÃO DA SILVA

MAIONE MARQUE DE CARVALHO

SIMONE VALVERDE BOTELHO

SHIRLEY CONSUELO SOUZA GALVÃO

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

Vitória da Conquista
Salvador
2021.1
Psicologia
4AN

RESENHA DO FILME: “COMO ESTRELAS NA TERRA - TODA


CRIANÇA É ESPECIAL”

Trabalho desenvolvido na disciplina de


Psicologia e Educação-Diurno, sob
orientação da Professora Joseneide
Bezerra Estrela Cerqueira

Vitória da Conquista
Salvador
2021.1
INTRODUÇÃO

Como Estrelas na Terra, é um Longa-metragem com 2h e 42m que se passa na


Índia, país de cultura Oriental muito forte, lançado em 2007 sob a direção de Aamir Khan
e Amole Gupte onde retrata a história de um menino chamado Ishaan Awasthi, que mora
com sua família, composta por seu Pai, sua Mae e seu irmão mais velho. O mesmo
apresenta um quadro de Dislexia que é caracterizada pela dificuldade de se entender os
símbolos estimulados na leitura e escrita, relacionado a um espectro de TDAH
(Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), com predominância na desatenção.
O filme se inicia logo de cara com uma cena em que Ishaan está, pela terceira vez,
atrasado para pegar o ônibus de sua escola; durante o pequeno trecho do trajeto até a
escola, os garotos “normais” estão brincando entre si no fundo, já Ishaan se diverte com
sua imaginação, bem distante deles, junto ao motorista do ônibus. Nesse momento o
telespectador já percebe que não se trata de um garoto como os outros. Ishaan, possui
uma maneira peculiar de enxergar o mundo, tudo para ele representa uma alegria
imaginaria além da realidade. Nele os números e letras não tem sentido comum. O enredo
do filme gira em torno da dificuldade da sociedade em compreender pessoas como Ishaan,
e como as escolas foram constituídas distante dessa realidade, já que por não serem
compreendidos pessoas assim são excluídas e descriminalizadas pelos colegas e
professores.
A dificuldade de Ishaan, que mais tarde é diagnosticada como dislexia e TDAH
não é inicialmente identificado pelos pais e nem pela escola que estuda, por isso, enfrenta
dificuldades no ambiente escolar e em sua vida social. O menino de apenas 9 (nove) anos
não consegue acompanhar a turma na escola, bem como prestar atenção nas aulas. Ele e
nem os pais conhecem o porquê de tanta dificuldade de ler e escrever e os professores
ignoram essa dificuldade, só exigem resultados satisfatório dele.
. O Pai de Ishaan é muito severo, acredita que o filho é indisciplinado, preguiçoso,
burro, folgado e não possui interesse em aprender. Após ser chamado por diversas vezes
pela escola ele assume outra postura com o garoto, decide leva-lo para longe, um colégio
interno que acredita ser o melhor para o filho.
Na realidade o que acontecia com aquele menino, demonstra algo que é muito
comum e recorrente dentro das escolas, a falta de uma percepção mais aguçada ou
atenciosa por parte da escola e vem carregando uma serie de sofrimentos para aquele que
sofre de dislexia e TDAH.
Nem sempre, existem escolas preparadas para a inclusão de crianças com algum
tipo de deficiência e na época abordada no filme não existiam escolas e nem professores
capacitados. Atualmente existe em algumas escolas a educação inclusiva que é um sistema
de educação em que todos os alunos devem ser atendidos em suas necessidades específicas
e sentir-se acolhidos no ambiente escolar.
Para Marsili (2010) cita que compete à escola proporcionar aos pais de alunos e
aos próprios alunos, métodos interessantes e eficientes, na concepção pedagógica, para
atender os alunos especiais, os que apresentam dificuldades em leitura, escrita e
ortografia. É obrigação da escola e, principalmente dos professores, oferecer recuperação
de estudos para aqueles que têm baixo aproveitamento escolar.
A Dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem
neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da
palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente
resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em
relação à idade e outras habilidades cognitivas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
DISLEXIA, 2016).
Após ser enviado a um colégio interno, mesmo contra sua vontade, o sofrimento
do garoto foi ainda maior, a falta de uma metodologia eficaz para aquela situação trouxe
pra ele um isolamento que o excluía de forma avassaladora diante dos seus colegas. O
menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando
deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é
" Disciplinar Cavalos Selvagens". Professores tradicionais com experiências escolares,
entretanto, sem preparo algum para lidar com uma situação que os levassem a mudar seus
valores. A inclusão de Ishaan era algo urgente, pois a criança além de não conseguir suprir
as expectativas dos familiares e professores se sentia mais ainda afligido.
Segundo Moura (2012): Cabe ao orientador pedagógico inicialmente oferecer a
estas crianças (pais e responsáveis e professores) a informação que a dislexia é uma
dificuldade de aprendizagem e que se deve dar oportunidades para que o aluno aprenda
usando estratégias fáceis e simples. Diante disso, percebe que o a inclusão de atividades
criativas e direcionadas podem proporcionar o crescimento intelectual de um indivíduo,
o levando a expressão de seu saber por várias maneiras. A chegada do professor substituto
de artes foi maravilhoso para o garoto, por se tratar de um professor tradicional, não
seguia com rigor as normas da escola, sua metodologia era totalmente diferente dos outros
educadores. O professor conhece Ishaan na sala de aula e logo percebe que ele tem
dislexia e decide ajuda-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que
decide tirá-lo do abismo no qual se encontrava, foi até a casa de Ishaan para conversar
com seus pais. Essa atitude demostra que a investigação do ambiente familiar para que
essas mudanças refletissem também no ambiente escolar.
Após convencer o Diretor da escola a entender a situação do garoto. Ele ensinou e
estimulou o menino a ler e escrever, a ser respeitado no ambiente escolar, de modo a
estimular e a levar a compreensão dos alunos e professores tradicionais o conhecimento
de mundo. A partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas
próprias limitações e passa a ver dentro da escola, um novo significado.
O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos
alunos. Shawitz (2006) deixa claro “a importância do professor neste processo, visto que
a criança tem um contato diário com este profissional, sendo incluído em seu contexto de
vida”. Portanto, ao saber que o professor se interessa por ela, que busca o melhor modo
de incentivá-lo ao progresso, minimiza-se os efeitos deletérios da sensação de fracasso
diante de colegas não–disléxicos. A motivação gerada contribui para que a criança se
esforce no aprendizado e vença as barreiras que o distúrbio lhe impõe. Segundo Menezes
(2007) ainda vai mais longe citando que “a própria criança, com o passar do tempo vai se
tornando mais independente na formulação de estratégias de aprendizado, sendo inclusive
apta a ser tutor de crianças disléxicas mais novas que estão no início desta escalada”. Esse
processo de integração tende a ampliar ainda mais a capacidade do disléxico de se adaptar
e incluir na sala de aula e consequentemente na sociedade.
A psicologia escolar também tem grande papel nas escolas pois frente à
complexidade da inclusão de alunos com deficiência no ensino regular, é fundamental
que o psicólogo escolar busque compreender o contexto educativo em suas múltiplas
dimensões (sociais, políticas, educacionais, subjetivas) e procure desenvolver ações
direcionadas aos vários participantes da comunidade escolar. O psicólogo deve pensar na
relação dos trabalhadores dentro da organização, trabalhando a autoestima dos
funcionários que possuem deficiência, estimulando-os a saírem de “seu mundo” e se
confrontarem com outros grupos humanos, que é fundamental.
Ademais, é necessário que o professor tenha uma metodologia de ensino de forma
a estimular a compreensão dos alunos tornando a sala de aula, um local agradável e
estimulante. O papel do professor é fundamental com o olhar atento, buscando formações
cada vez mais específicas para conseguir perceber seus alunos e fazer o encaminhamento
no momento preciso e não achar como o filme que Ishann era indisciplinado, preguiçoso,
burro e folgado. Segundo estudos, os fracassos sucessivos eles podem causar vínculos
negativos com a aprendizagem, uma desmotivação para aprender, problemas na
autoestima do aluno. Muitos deles acabam desistindo da trajetória acadêmica por conta
da dislexia, essa dificuldade de aprendizagem caracteriza-se por um funcionamento o
rendimento abaixo do esperado que interfere no rendimento escolar e vida cotidiana.
O filme mostra que toda criança é diferente, cada uma no seu ritmo próprio, e que
a sociedade ainda não está preparada para tratar cada uma delas como únicas. Existe por
meio dessa sociedade uma inteligência padrão estabelecida, onde o QI (Coeficiente de
Inteligência), e a análise fundamental para definir tais crianças. Como estrelas na terra
faz uma reflexão crítica, que nos estimula a ampliar nossa visão, para outros níveis de
inteligência, muito mais abstrata, que a de costume, sendo a inteligência artística uma
delas. O longa metragem pontua também a atual e fundamental necessidade de novas
formas de avaliação de nossas crianças, que nos tirem da “caixinha” atual, e destaca
grandes nomes como o de Albert Einstein, Agatha Christie, Pablo Picasso e Leonardo da
Vinci, que eram disléxicos, enfatiza que cada criança tem habilidades especiais e
capacidades únicas, assim como as estrelas são únicas.

Incluir é preciso, preparar o ambiente e profissionais é necessário.


REFERÊNCIAS;
A dislexia e a Dificuldade na Aprendizagem. Disponível em: –
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/dislexia-
dificuldadeaprendizagem>
. Acesso dia 27 de mai. 2021

ASSUNÇÃO, Gabriele Silva. A Dislexia E Os Desafios No Processo De Aprendizagem


Da Língua Portuguesa. UNEB, Santo Antônio de Jesus, 2018. Disponível em:
<https://www.dislexia.org.br/wp-
content/uploads/2018/09/ASSUN%C3%87%C3%83O-Gabrielle.pdf>. Acesso dia 27
mai. 2021

MENDES, Izabella. Contribuições Da Atuação Do Psicólogo Escolar Na Educação


Inclusiva: Concepções De Professores E Diretores. Abri. 2011. Disponível em:
<https://ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/vertentes/v.%2019%20n.%202/Izabella_Mendes.pdf> vertentes, Acesso
dia 23 mai. 2021.

RAMOS, Felipe Salviano. O papel do psicólogo no processo de inclusão da pessoa com


deficiência. Nov. 2016. Disponível em: <
<http://www.editorarealize.com.br/editora/anais/cintedi/2016/TRABALHO_EV060_M
D1_SA12_ID3239_20102016213613.pdf > Acesso dia 23 de mai. 2021.

SILVA, Nilza Sebastiana da; SILVA, Fábio José Antônio da. A dislexia e a dificuldade
na aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar, Ano 1, Vol 5, pp. 75-87 Jul.
2016, ISSN: 2448-0959

TENORIO Goretti, CHLOÉ Pinheiro. O que é dislexia: causa, sintomas, diagnóstico


tratamento, Veja Saúde, agos. 2015. Disponível em:
<https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-dislexia-causa-sintomas-diagnostico-e-
tratamento/,>. Acesso dia 21 de mai. 2021.

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