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Sistematização dos principais momentos do capítulo 11, da Crónica de D.

João I, de Fernão Lopes

Neste capítulo, são apresentados acontecimentos que levaram à aclamação popular do Mestre de Avis
como o soberano dos portugueses («Que nos mandais fazer, senhor? Que quereis que façamos?»):
- inicialmente, o pajem do Mestre conseguiu sair do palácio e, nas ruas de Lisboa, foi espalhando a notícia
de que o seu Mestre corria perigo de vida «nos paços da rainha» (D. Leonor Teles, viúva de D. Fernando, que era
meio-irmão de D. João I, o Mestre e Avis) e que, segundo os populares, tinha uma relação amorosa com o
castelhano, Conde Andeiro);
- Álvaro de Pais junta-se ao pajem, continuando a incitar o povo a que “acorra” ao Mestre;
- o povo, alvoraçado, inquieto, vai manifestando diferentes sentimentos em relação aos vários
acontecimentos vividos, mas sempre unido assim que a sua ajuda foi pedida: saindo à rua para ver o que se
passava, pegando em objetos de ataque, dirigindo-se para as portas do palácio, reclamando a abertura das
mesmas, ponderando arrombar e incendiá-los, insultando e culpabilizando a rainha por esta já ter morto um rei e
querer assassinar outro…; não há dúvida de que o povo, unido, se torna poderoso («E sem duvido, se eles
entraram dentro, nom escusara a rainha de morte, e fora maravilha de ver quantos eram da sua parte e do conde
poderem escapar»;
- perante tamanho alvoroço, o Mestre, aconselhado pelos seus, apareceu à janela; contudo, como a
inquietação reinava, a população revelou incredulidade, acreditando que aquele não era o Mestre;
- quando houve a confirmação de que era ele e estava são e salvo, o povo manifesta alegria, gratidão,
prestando vassalagem ao seu futuro rei, que se junta à turba;
- o Mestre acompanha outros fidalgos e decide assassinar o Bispo de Lisboa.

Sistematização dos principais momentos do capítulo 115, da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes

Os castelhanos decidem invadir Portugal por duas razões: primeira, vingar as mortes do Conde Andeiro e
do Bispo de Lisboa; segunda, reivindicar o trono português, porque D. João de Castela era casado com D. Beatriz,
herdeira legítima do mesmo (filha de D. Leonor e D. Fernando).
Face à iminência do cerco castelhano, este capítulo relata o modo como os portugueses, dirigidos pelo
Mestre de Avis, se preparam, destacando-se os seguintes aspetos:
- aprovisionamento de mantimentos e deslocação da população, antes da chegada do exército castelhano;
- reforço e armamento das muralhas;
- participação coletiva, na defesa das muralhas;
- a guarda das portas da cidade e um «hospital de campanha»;
- proteção da margem do rio;
- a coragem das moças, cuja cantiga entoada se torna provocatória, dado que, na mesma, as raparigas
ordenam aos castelhanos que partam, se não querem provar o «carneiro» e o «cabrito» oferecidos ao Conde
Andeiro e ao Bispo de Lisboa, metáforas macabras pra a morte de ambos.

Sistematização dos principais momentos do capítulo 148, da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes

Apesar da preparação para o cerco, esta não foi suficiente. Por isso, este capítulo relata as «tribulações», as
contrariedades de que a cidade de Lisboa padeceu devido à falta de mantimentos:
- foram muitos os que se acolheram na mesmo, provocando um rápido consumo de alimentos;
- alguns arriscavam-se a sair do interior da cidade em busca de alimentação, chegando um homem de
Almada a ser preso pelos castelhanos e assassinado de forma impiedosa;
- a fome tornou-se generalizada e, como resposta, houve quem decidisse expulsar os que consideravam
não reunir qualidades físicas e morais para lutar contra os castelhanos;
- os castelhanos, quando, no início, viram alguns portugueses manifestaram contentamento, julgando
tratar-se de rendição, mas rapidamente se aperceberam de que tudo era motivado pela fome, ordenando a
expulsão dos mesmos;
- a escassez de pão fez “disparar” os preços, inviabilizando a sua aquisição por aqueles que já padeciam: a
fome/ morte eram inevitáveis;
- aumentou o egoísmo humano: quem tinha alimentos guardava-os ou vendia-os a preços exorbitantes;
- as crianças, instigadas pelas mães, tinham de pedir alimentos, mas em vão;
-…

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