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JUROS CAPITALIZADOS
Art. 4º É proibido contar juros dos juros: esta proibição não compreende a acumulação
de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de ano a ano.
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O STJ entende que a ressalva prevista na segunda parte do art. 4º (a parte em cinza)
significa que a Lei de Usura permite a capitalização anual. Em outras palavras, a Lei de
Usura:
Desse modo, a capitalização anual sempre foi PERMITIDA (para todos os contratos).
Vale ressaltar que, mesmo sendo permitida por lei, a capitalização anual de juros precisa
estar expressamente pactuada, ou seja, prevista no contrato.
Como vimos, a capitalização de juros por ano é permitida, seja para contratos bancários
ou não-bancários. O que é proibida, como regra, é a capitalização de juros com
periodicidade inferior a um ano. Ex: capitalização mensal de juros (ou seja, a cada mês
incidem juros sobre os juros).
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Art. 5º Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano.
Desse modo, os bancos podem fazer a capitalização de juros com periodicidade inferior
a um ano, desde que expressamente pactuada.
É possível a cobrança de juros sobre juros quando existente autorização em lei especial
e desde que este encargo tenha sido expressamente pactuado. Ex: Decretos-lei nº
167/67 e 413/69 e a Lei nº 6840/80, que disciplinam as cédulas de crédito rural, industrial
e comercial. Nesse sentido:
Súmula 93-STJ: A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite
o pacto de capitalização de juros.
Como o art. 591 fala que os juros são presumidos no contrato de mútuo com fins
econômicos, surgiu a tese de que no caso de mútuo com capitalização anual de juros
não seria necessário que essa capitalização estivesse expressamente prevista no
contrato. Assim, seria permitida a capitalização anual mesmo que o contrato não
estipulasse essa possibilidade textualmente.
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Essa tese foi acolhida pela jurisprudência?
O art. 591 do Código Civil permite a capitalização anual, mas não determina a sua
aplicação automaticamente. Quando ele fala que se presumem os juros, são os juros
remuneratórios incidentes sobre o mútuo feneratício, ou seja, aqueles recebidos pelo
mutuante como compensação pela privação do capital emprestado. São juros simples.
Em caso de capitalização, isso deverá ser feito de forma expressa no pacto.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 8/2/2017 (recurso
repetitivo) (Info 599).
Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual,
semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente
pactuada (prevista) no contrato.
Como consequência disso, para que o mutuante (quem emprestou o dinheiro) possa
provar que ele tem direito de cobrar juros capitalizados, ele precisará juntar aos autos
cópia do contrato celebrado com o mutuário demonstrando, assim, que a capitalização
foi expressamente prevista no ajuste. Não sendo juntado o contrato, deverá o juiz levar
em consideração os juros legais (juros simples):
5. No período anterior à vigência do novo Código Civil, os juros de mora são devidos à
taxa de 0,5% ao mês (art. 1.062 do CC/1916); após 10/1/2003, devem incidir segundo os
ditames do art. 406 do Código Civil de 2002, observado o limite de 1% imposto pela
Súmula nº 379/STJ, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. (...)
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STJ. 3ª Turma. REsp 1431572/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
07/06/2016.
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