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Relatório 9 – Momento de dipolo e campo magnético terrestre

Bianca Torres Lamas – NºUSP - 11217242


Júlia Mendonça Margatho – NºUSP - 11217343

Introdução:
O intuito desse experimento, é medir o campo magnético terrestre, com a ajuda de uma bússola (magnetômetro).
Cargas elétricas e ímãs criam campos magnéticos ao seu redor, que são reconhecidos pela força que exercem. O
campo magnético terrestre, funciona como um grande ímã, que foi gerado devido ao núcleo da Terra e sua
composição, juntamente com a rotação. A bússola apontará para o norte magnético, então para se obter o valor do
campo, deve-se medir o ângulo que a agulha da bússola forma com o mesmo. A expressão do módulo do campo
magnético pode ser dada por:

Na segunda etapa do experimento o intuito é medir o campo magnético produzido por um imã de duas formas
diferentes, uma é através do momento magnético em qualquer ponto do seu eixo, na perpendicular e na paralela, e
a outra forma de medir tanto o momento magnético m quanto o campo magnético B, é através da medida do
período de oscilação do imã, usando as equações a seguir:

Eixo do imã paralelo a m Eixo do imã perpendicular a m Período de oscilação do imã

Resultados e discussões:

Para esse experimento é necessário a montagem de 3 formas diferentes para o experimento. Primeiro, monta-se o
procedimento experimental para a medida do campo magnético terrestre, onde usa-se uma bussola e duas bobinas
diferentes para duas montagens, uma bobina simples e uma bobina de Helmholtz, montadas da seguinte maneira:

Assim, para a análise de dados eleva-se a tensão da fonte gradativamente e realiza-se as leituras do valor da
corrente em função da inclinação do ângulo da agulha da bussola, ( medir de 5° a 50°).Os dados coletados são os
seguintes:
Através desses dados é possível plotar os gráficos da tangente do ângulo em função da corrente e obter assim o
campo terrestre magnético:

Gráfico para bobina simples a esquerda:

Tg (Ɵ) vs i (mA)
1,4
1,2
1
0,8
TgƟ

0,6
0,4 y = 3,6278x + 0,0347
0,2 R² = 0,9999

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
Corrente (mA)

Para calcular o campo magnético sabemos que a agulha da bussola se orienta na direção do campo elétrico
resultante, assim medindo esse ângulo formado pela agulha e o campo pode-se medir o valor deste:
𝐵𝑒𝑥
𝑇𝑔Ɵ =
𝐵𝑇
Os dados obtidos foram linearizados e comparados com a equação: y= ax+b

Para uma bobina única sabendo que a bobina possui 10 voltas e diâmetro de 15 cm, usamos a equação a seguir:

𝜇0𝑁𝑖
Assim: Tgθ = y = ax+b
2𝑅𝐵𝑇
Sendo μ0 a permeabilidade magnética do vácuo (próxima a do ar) aprox. =1,26.10-6 Tm/A; N o número de espiras da
𝜇0𝑁
Bobina; R sendo o raio; y = TgƟ ; a = ; x = i e b é desconsiderado.
2𝑅𝐵𝑇

a (coeficiente angular)= 3,6278 +/- 0,018

b (coeficiente linear) = 0,0347 +/- 0,043

1,26.10−6 .10
1/BT. = 3,6278 Portanto: BT= 23,1μT
2.0,075
Invertendo a polarização da fonte é possível realizar o seguinte gráfico:

Gráfico para bobina simples a direita:

Tg (Ɵ) vs i (mA)
1,4
1,2
1
0,8
Tg Ɵ

0,6
y = 3,989x + 0,1351
0,4 R² = 0,9946
0,2
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
Corrente (mA)

Usando as mesmas operações descritas para o primeiro gráfico temos como calcular também o campo magnético
terrestre para esse caso:

𝜇0𝑁𝑖
Tgθ = y = ax+b
2𝑅𝐵𝑇

a (coeficiente angular)= 3,989 +/- 0,096

b (coeficiente linear) = 0,1351+/- 0,02

1,26.10−6 .10
1/BT. = 3,989 Portanto: BT= 21,0μT
2.0,075

O coeficiente de correlação em ambos os gráficos estavam acima de 2 noves, 0,9999 e 0,9946, respectivamente,
demostrando que o experimento foi realizado com baixos erros aleatórios.

Gráfico usando a bobina de Helmholtz:


Tg (Ɵ) vs i (mA)
1,4
1,2
1
0,8
Tg(Ɵ)
0,6
y = 5,9766x - 0,0277
0,4 R² = 0,9955
0,2
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Corrente (mA)

Calculando o campo magnético para a bobina de Helmholtz, uma bobina mais interessante de ser analisada visto que
possui um campo magnetico mais uniforme:

8 𝜇0𝑁𝑖
Tgθ = y = ax+b
5√5 𝑅𝐵𝑇

a (coeficiente angular)= 5,9766 +/- 0,035

b (coeficiente linear) = 0,0277+/- 0,03

8 1,26.10−6 .10
1/BT. = 5,9766 Portanto: BT= 20,1μT
5√5 0,075
Podemos analisar o erro percentual baseado no resultado experimental obtido nos dois casos com o valor teórico
para saber se o experimento foi bem sucedido.

(23,1.10-6 -23,0.10-6 / 23,0.10-6 ) .100% = 0,4% Para a bobina simples

(20,1.10-6 - 23,0.10-6 / 23,0.10-6 ) .100% = 12% Para a bobina de Helmholtz

Esse valor indica uma relativa alta exatidão do experimento para ambas as bobinas comparado ao valor teórico do
campo magnético da Terra para a cidade de Ribeirão Preto, segundo o National Geophysical Data Center (NOAA)
obtido através do site https://www.ngdc.noaa.gov/geomag/calculators/magcalc.shtml, apresentado a seguir:
Para a última parte do experimento analisa-se o campo magnético produzido através de um imã por dois métodos
diferentes.

Para o método 1 utiliza-se a bussola sobre uma folha de papel milimetrado posicionando o imã de modo com que
este fique perpendicular à agulha da bussola. Iremos aproximar o imã e fazer medições de 5° a 50°. Depois alterar a
posição de modo com que o imã fique perpendicular.

Obtendo os dados a seguir:

Para o campo magnético produzido por um imã sobre o eixo paralelo a m:

m = momento magnético do imã, usando B = 20,1.10-6 T (campo encontrado no experimento 1 – bobina de


Helmholtz), temos:
1,26.10−6
20,1.10−6 = .𝑚 m= 0,042 Am
2.𝛱.(0,075)3

Gráfico para o imã – método 1 em paralelo

TgƟ vs distância cm
2

1,5
Tg Ɵ

0,5

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16

distância cm
y = 56,537e-0,386x

Para o campo magnético produzido por um imã sobre o eixo perpendicular a m:

m = momento magnético do imã, usando B = 20,1.10-6 T (campo encontrado no experimento 1 – bobina de


Helmholtz), temos:
1,26.10−6
20,1.10−6 = 4.𝛱.(0,075)3 . 𝑚 m= 0,0845 Am

Gráfico para o imã – método 1 em perpendicular


Tg Ɵ vs distância cm
2
1,8
1,6
1,4
1,2

Tg Ɵ
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 2 4 6 8 10 12 14
distância cm
y = 14,67e-0,388x

No método 2 os valores de m e B serão encontrados através do período de oscilação do imã, afastando e


aproximando o material ferromagnético é possível medir o período de oscilação, e montar a tabela abaixo, também
para o experimento com o sentido da corrente invertido:

Gráfico de 1/T2 x corrente i para o cálculo do momento de dipolo magnético e do campo magnético terrestre:

1/T^2 versus i (mA)


9
8
7
6
1/T^2

5
4
3 y = 45,702x + 3,2265
2 R² = 0,9703
1
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Corrente mA
Com corrente invertida:

1/T^2 vs corrente invertida i


9
8
7
6
5
1/T^2

4
3
2 y = -23,138x + 7,1438
R² = 0,8506
1
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
corrente mA

O período de oscilação do imã é dado pela expressão

Simplificada em

Para o cálculo do momento de dipolo do imã, B = 23,0 .10-6 valor teórico

Para utilizar a equação acima precisamos descobrir o valor de I, sabendo que a massa do imã é igual a 2,4g e 20 mm
de comprimento e raio = 0,075m.

0,0752 0,022
𝐼 = 0,0024 [ + ]
4 12
I = 3,45.10-6 kg/m2
Voltando a equação usando T médio = 0,41s

1 𝑚
temos = . 23,0.10−6
0,412 4𝜋2 .3,45.10−6

portanto m = 35,22 Am

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