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Caracterização nutricional de idosos com hipertensão arterial em Teresina, PI 23

Caracterização nutricional de idosos com hipertensão

A R T I G O S O RIGINAIS / O R I G I N A L A R T I C L E S
arterial em Teresina, PI.
Nutritional characterization of elderly people with hypertension in Teresina,
Piauí State.

Maria do Rosário Dias Ribeiro dos Santosa


Samara Cristina Soares Macedo Mendesa
Daurivanda Barbosa Moraisa
Maria do Perpétuo Socorro Moura Coimbrab
Marcos Antônio da Mota Araújoc
Cecília Maria Resende Gonçalves de Carvalho d
Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar, e
caracterizar aspectos do estilo de vida de idosos hipertensos que freqüentam
centros de convivência na cidade de Teresina-PI. O estudo, do tipo transversal,
envolveu 125 idosos, de ambos os sexos (17 homens e 108 mulheres), avalia-
dos por meio de questionário previamente testado para a caracterização da
casuística. As variáveis nutricionais foram investigadas por antropometria,
medidas de circunferência e pelo levantamento do consumo alimentar nas úl-
timas 24 horas. Encontraram-se índices elevados de sobrepeso (45,6%) e bai-
xo-peso (36,0%), a pressão arterial diastólica (PAD) associando-se positiva-
mente com o sobrepeso (índice de massa corporal 27kg/m2). A distribuição da
gordura central apresentou elevada prevalência (88%), indicando risco para Palavras-chave:
doenças cardiovasculares. Os alimentos mais consumidos foram: feijão, leite, idoso; hipertensão;
pães, cereais, arroz, massas e carnes. Não se observou grande adesão às medi- estado nutricional;
das terapêuticas não-farmacológicas no grupo de idosos hipertensos, o que nutrição do idoso;
mostra a necessidade de rever as orientações propostas no Programa de Con- consumo de alimen-
trole da Pressão Arterial para o Idoso. tos; Teresina, Pi

Abstract
The objective of this study was to evaluate the nutritional state and food
consumption, and to characterize some aspects of life style, of hypertensive
elderly who attend two social centers in Teresina city. The cross-sectional study

Correspondência / Correspondence
Cecília Maria Resende Gonçalves de Carvalho
Universidade Federal do Piauí - Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Centro de
Ciências Humanas e Letras, Núcleo de Pesquisa e Extensão Universitária para a Terceira Idade,
Sala 335, Bairro Ininga 64049-550 Teresina, PI - Brasil
E-mail: nupeuti@ufpi.br

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comprised 125 elderly individuals of both sexes (17 men and 108 women),
who were interviewed through a previously tested questionnaire. Nutritional
variables were assessed through anthropometry, circumference measures and a
24-hour food record. The analysis found high rates of overweight (45,6%)
and low weight (36,0%). The diastolic arterial pressure was positively associated
with overweight (body mass index > 27). The distribution of central lipids Word Key: aged;
showed high prevalence, indicating risk for cardiovascular diseases. The most hypertension;
consumed food types were: beans, milk, breads, cereals, rice, pastas and meats. nutritional status;
A great adhesion to non-pharmacologycal therapies in the group of elderly nutrition; food
hypertensive elderly was not observed, showing the need to review the consumption;
guidelines of the Control of Arterial Pressure Program for the Elderly. Teresina,pi city

INTRODUÇÃO de morte na pessoa idosa, pois podem gerar


incapacidades, dependências e perda de au-
O envelhecimento populacional é, hoje, tonomia, representando um alto custo eco-
uma realidade mundial. No Brasil, o número nômico e social. Nesse contexto, a hiperten-
absoluto de pessoas com mais de 60 anos são arterial sistêmica é a mais prevalente e au-
aumentou nove vezes nas últimas seis déca- menta progressivamente com a idade (San-
das. Em 1940 era de 1,7 milhões e em 2000 tos21 et al., 2002).
saltou para 14,5 milhões, projetando-se para
2020 um contingente de aproximadamente O Estudo Multicêntrico do Idoso (EMI)
30,9 milhões de pessoas com mais de 60 anos demonstrou uma prevalência de 65% na po-
(Beltrão, Camarano & Kanso1, 2004). pulação idosa; entre as mulheres com mais de
75 anos, a prevalência de hipertensão pode
O crescimento da população idosa é con- chegar a 80% (Brandão 1 et al, 2002). Dados
seqüência da queda da fecundidade e da mor- do Framingham Heart Study demonstraram que
talidade, que torna esse grupo populacional indivíduos que atingem os 65 anos sem HAS
um componente importante e cada vez mais têm 90% de chance de se tornarem
expressivo dentre a população geral. Conse- hipertensos (Miranda16, 2005).
qüentemente, as mudanças na estruturação
etária da população implicam um aumento A HAS está associada a complicações bas-
na incidência e prevalência de doenças crôni- tante freqüentes em idosos, como doença ar-
cas não-transmissíveis, com 85% das pessoas terial coronariana, doença cérebro-vascular,
com 60 anos ou mais apresentando pelo me- insuficiência cardíaca, insuficiência renal crô-
nos uma doença crônica (Ramos20 et al, 1987). nica, entre outras. O alto custo social dessa
doença é responsável por cerca de 40% dos
Entre as doenças crônicas, as casos de aposentadoria precoce e de
cardiovasculares constituem a principal causa absenteísmo no trabalho (Consenso8 1999).

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As modificações que vão ocorrendo com em Saúde do Ministério da Saúde, com o tema
o envelhecimento acarretam importantes al- “Saúde do Idoso”, este estudo se propõe a
terações cardiovasculares, o que explica a fre- investigar, num grupo de idosos hipertensos
qüente associação da hipertensão arterial na que freqüentam dois centros de convivência
pessoa idosa. A probabilidade de incidência na cidade de Teresina, as condições
da HA é influenciada por condições nutricionais que envolvem os aspectos
multicausais que, além de aspectos como sexo, antropométricos e de consumo alimentar, as-
raça, idade, hereditariedade – que certamente sociados a outros fatores de estilo de vida.
não podem sofrer intervenção (Cabral5, 2003) Vale ressaltar a importância da pesquisa, na
– podem ser determinadas também por al- medida em que prioriza caracterizar o estilo
guns fatores plenamente modificáveis, como de vida desses indivíduos, que é condição
sobrepeso, ingestão excessiva de sal, importante para a redução da mortalidade por
sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo, DAC, visando a modificar os fatores de risco
condições socioeconômicas, dislipidemias, que favoreçam o controle e a redução da hi-
dentre outras (SESAPE22, 2002). pertensão arterial.

O tratamento da HA envolve orientações


para que ocorram mudanças de hábitos de METODOLOGIA
vida, compreendendo o tratamento não-
medicamentoso e o tratamento com agentes O estudo, de desenho observacional, trans-
anti-hipertensivos. versal e descritivo, foi realizado em dois cen-
tros de convivência de Teresina, Piauí, local
O Governo Federal, através do Ministé-
de entretenimento, lazer, realização de pales-
rio da Saúde, vem desenvolvendo ações de
tras e de prestação de serviços que se destina
forma a intervir no comportamento de dois
ao atendimento em saúde de pessoas com
agravos à saúde – hipertensão arterial e diabe-
idade a partir de 60 anos, apoiados pelo Pro-
tes mellitus – com o propósito de vincular os
grama de Hipertensão Arterial da Prefeitura
portadores dessas patologias às unidades de
Municipal de Teresina.
saúde, garantindo-lhes acompanhamento e
tratamento sistemático (Brasil3, 2002a). Foram incluídos no estudo os indivíduos
com idade igual ou superior a 60 anos, com
Dessa forma, analisar as condições de saú-
hipertensão arterial, sem comprometimento
de nutricional do idoso hipertenso, identifi-
de memória que prejudicasse as informações
cando o número de fatores de risco a que
a serem investigadas, com participação vo-
esses indivíduos estão expostos, é de grande
luntária e com assinatura ou impressão digital
interesse em saúde pública.
em termo de consentimento livre e esclareci-
Para alcançar as metas propostas pela do, após orientação quanto aos objetivos e
Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa procedimentos da pesquisa.

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Dos 150 idosos hipertensos matriculados obtido em balança antropométrica tipo pla-
e acompanhados nos dois centros no ano de taforma, com precisão de 100g, da marca
2005, 125 representaram o número amostral Filizola, estando os idosos descalços e com o
mínimo. Eles concordaram em participar es- mínimo de roupa possível. Para aferição da
pontaneamente do estudo, com uma estima- estatura utilizou-se o antropômetro fixo da
tiva de 10% de expectativa de freqüência na mesma balança com precisão em milímetros,
população teresinense e probabilidade de 0,05 sendo mantido o indivíduo em posição
para efeito do erro alfa. ortostática, com os pés juntos.

Antes de dar prosseguimento ao levanta- Na classificação do estado nutricional, uti-


mento dos dados e avaliação do estado lizou-se o índice de massa corporal,
nutricional, a aferição da pressão arterial foi [IMC=peso(kg)/altura(m)2], considerando-se
realizada em todos os participantes, seguin- a seguinte classificação: < 22 desnutrição, de
do-se o protocolo proposto pelo III Con- 22 a 27 peso adequado e > 27 sobrepeso
senso Brasileiro de Hipertensão Arterial: am- (Lipschitz15, 1994).
biente calmo, com a pessoa idosa relaxada,
sentada (pernas não cruzadas), com o braço A circunferência da cintura foi mensurada
desnudo apoiado em uma superfície plana. com o idoso em posição ereta, abdômen re-
Com o estetoscópio e o tensiômetro regula- laxado, braços entendidos ao longo do cor-
dos, colocava-se o manguito cerca de 2 ou 3 po e os pés separados a uma distância de 25-
cm acima da fossa anticubital; posicionando 30 cm. A roupa do idoso foi afastada, de
o estetoscópio sobre a artéria braquial, o forma que a região da cintura ficasse despida,
manguito foi inflado até o desaparecimento e a medida foi então aferida com fita métrica
da pulsação, prosseguindo com a deflação do inextensível com escala de 0,5 centímetros,
ar com velocidade constante até o apareci- colocada sem fazer pressão, em plano hori-
mento do primeiro batimento (pressão zontal ao nível da cintura natural. Na impos-
sistólica), que persistiu até o nível zero (pres- sibilidade desta identificação, considerou-se a
são diastólica). Após um a dois minutos, o menor circunferência entre a porção inferior
procedimento foi repetido, e a média dos da última costela e a crista ilíaca (Cecan/Rco7,
valores anotados (SBH24, 2002). 2003; Brasil4, 2004b).

Para a descrição da casuística e determina- A medida da circunferência da cintura


ção dos fatores de estilo de vida, foram obti- como mais um dado analisado permitiu-nos
das informações mediante a aplicação de ques- detectar a obesidade central e identificar o risco
tionário desenvolvido com essa finalidade. para doenças ateroscleróticas, utilizando como
parâmetros de risco aumentado para popu-
Para a determinação do índice de massa lação feminina e masculina os seguintes valo-
corporal (IMC), foram tomadas medidas de res (SBC23, 2001): para mulheres, risco aumen-
peso corporal e estatura. O peso corporal foi tado e 80 cm e muito aumentado e 88 cm;

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para homens, risco aumentado e 94 cm e muito belas simples e cruzadas. Realizou-se, ainda, a
aumentado e 102 cm (WHO28,1997). Análise de Variância (ANOVA) e aplicaram-
se os testes qui-quadrado para as variáveis
As medidas antropométricas e de circun- categóricas, o teste T para variáveis contínuas
ferência foram realizadas três vezes; em caso e Kruskall-Wallis para análise das variações dos
de diferença entre duas medidas maior que dados coletados.
um centímetro ou 0,5 quilograma, todas fo-
ram repetidas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UFPI (Protocolo:
Foi utilizado como instrumento de medi- 0017.0.045.000-05).
da do consumo alimentar o Questionário de
Freqüência de Consumo Alimentar – QFCA,
para verificar a freqüência diária, semanal e RESULTADOS
mensal, juntamente com o Recordatório de
24 horas. Os instrumentos foram testados na Foram avaliados 125 indivíduos de 60 a
etapa piloto e aplicados numa amostra com- 91 anos, com idade média de 71,7 anos. A
posta por dez idosos, dois recordatórios de distribuição entre as diversas faixas etárias (ta-
24 horas, por participante, em dias distintos, bela 1) revelou que 52 indivíduos (41,6 %)
incluindo um dia do final de semana, para le- estavam entre 60 a 69 anos; 58 (46,4%) entre
vantar o consumo alimentar nas últimas 24 70 a 79 anos e 15 (12%) com 80 anos ou
horas que antecederam a entrevista, os quais mais. Em relação à distribuição por gênero,
fizeram parte da lista de alimentos do QFCA. esta pesquisa constatou um predomínio bas-
tante expressivo do sexo feminino (86,4%) em
Além do QFCA, foi utilizada também a
relação ao sexo masculino (13,6%). Santos21
Pirâmide Alimentar (Phillipi18, 1999) como
(2002), em seu estudo, confirma a tendência
instrumento de orientação nutricional,
relacionada com idosos em centro de convi-
objetivando a realização de uma análise com-
vência, em que a participação masculina rara-
parativa entre o consumo alimentar qualitati-
mente ultrapassa 20%, de forma que no Bra-
vo e quantitativo recomendado por esse ins-
sil a velhice é pensada como uma experiência
trumento e os resultados encontrados neste
essencialmente feminina.
estudo.

Os dados foram processados no progra-


ma EPI-INFO 6.0410, para a obtenção de ta-

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Tabela 1 - Distribuição das características de identificação e de estilo de vida apresentadas pelos idosos
pesquisados, Teresina PI. Agosto 2005

Características Freqüência
Nº %
Total de Participantes 125 100,0
Sexo
Masculino 17 13,6
Feminino 108 86,4
Faixa Etária (anos)
60-69 52 41,6
70-79 58 46,4
80 anos ou mais 15 12,0
Escolaridade
Analfabeto 38 30,4
1 a 4 anos de estudo 57 45,6
4 a 8 anos de estudo 23 18,4
9 anos ou mais 7 5,6
Estilo de vida
Fumo
Não 120 96,0
Sim 5 4,0
Etilismo
Não 124 99,2
Sim 1 0,8
Uso de medicamento
Não 121 96,8
Sim 4 30,0
Faz dieta orientada
Não 35 35,0
Sim 65 65,0
Prática de atividade física
Não 29 23,4
Sim 95 76,6
Tipo
Caminhada 18 18,8
Hidroginástica 3 3,1

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Alguns fatores têm sido atribuídos para A tabela 1 revela, ainda, alguns aspectos
justificar a superioridade, em números abso- do estilo de vida pesquisados, entre eles: o
lutos, de mulheres idosas no Brasil, quando uso do fumo, o consumo de bebida alcoóli-
confrontadas com homens de 65 anos ou ca, a prática de atividade física, o consumo
mais. Esses fatores foram observados por alimentar e o uso de medicamento.
Berquó (1996 apud Santos21, 2002), para quem
essa situação decorre da existência da morta- Quando investigados sobre o uso do ta-
lidade diferenciada por sexo, que prevalece baco e do álcool, 96% e 99,2% negaram a
há muito tempo na população brasileira, em prática dos respectivos hábitos; no entanto,
que a mulher vive oito anos a mais que o ho- alguns referiram utilização dos mesmos no
mem. A menor exposição a determinados passado. O abandono desses hábitos pode
fatores de risco, notadamente no trabalho; a estar associado à adesão ao tratamento anti-
menor prevalência de tabagismo e ao uso de hipertensivo. Segundo as IV Diretrizes Brasi-
álcool; as diferenças quanto à atitude em rela- leiras de Hipertensão Arterial (SBH24, 2002),
ção a doenças e incapacidades e a maior as- em avaliação por medida ambulatorial da
sistência gineco-obstetra foram relatados por pressão arterial (MAPA), observou-se que a
Veras27 (1987) como sendo também respon- pressão sistólica de hipertenso fumante foi sig-
sáveis pela maior longevidade feminina em nificativamente mais elevada do que em não-
relação à masculina. fumantes, revelando o importante efeito tran-
sitório do fumo. Mostrou ainda o consumo
Analisando o grau de escolaridade entre elevado de bebida alcoólica, o qual está asso-
idosos pesquisados (tabela 1), 30,4% relata- ciado também à elevação da pressão arterial.
ram ser analfabetos, percentual considerado
elevado e preocupante, pois o analfabetismo Nos centros de convivência estudados, não
expõe essa população a enfrentar dificulda- foram constatados programas específicos de
des na tentativa de buscar condições de exis- combate ao tabagismo ou alcoolismo; con-
tência e de sobrevivência, inclusive afetando tudo, na abordagem ao paciente hipertenso,
de forma negativa o tratamento de saúde. durante a consulta médica observou-se o
aconselhamento no sentido de limitar ou abolir
Em 1991 a população de idosos cresceu o uso de bebidas alcoólicas e o abandono do
1,3%, havendo incremento, em 2002, para hábito de fumar.
1,7%. O índice de analfabetismo vem decres-
cendo, considerando que, em 1991, 44% dos No tocante à prática sistemática da ativi-
idosos não sabiam ler e em 2002 este índice dade física, 76,0% dos idosos revelaram ade-
se reduziu para 33,3%. Na tentativa de dimi- são aos programas desenvolvidos no centro.
nuir os índices de analfabetismo e oferecer As modalidades de maior preferência foram
melhores condições de vida à pessoa idosa, dança (62,5%), seguida da caminhada (18%).
os centros de convivência vêm mantendo pro- Mais da metade (55,8%) tinha uma freqüên-
gramas de alfabetização para adultos. cia semanal de duas a três vezes, seguidos de

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25,3% com práticas diárias e 18,9% apenas mentado (18,4%) e muito aumentado (69,6%).
de uma vez. Essas atividades foram ofereci- Enquanto o risco de morbidade se torna
das apenas pelo Centro de Convivência da maior ao aumentar a severidade da obesida-
Terceira Idade (CCTI). de, sabe-se também que o padrão de distri-
buição da gordura corporal é um indicador
A classificação do estado nutricional, se- ainda mais importante do risco que a obesi-
gundo o índice de massa corporal (IMC), re- dade representa à saúde. A medida de circun-
velou que 45,6% dos idosos tinham sobrepeso, ferência da cintura mostra-se como uma me-
36,0% apresentaram baixo-peso e 18,4% eram dida regional capaz de fornecer estimativa da
eutróficos. gordura abdominal, diagnosticando a obesi-
dade andróide, que, por sua vez, está
A associação entre o sobrepeso e risco
correlacionada com a gordura visceral, mais
cardíaco (figura 1), representada pela avalia-
associada a distúrbios metabólicos e riscos
ção da circunferência da cintura, mostrou um
cardiovasculares (Cuppari9, 2005).
percentual elevado de idosos com risco au-

Figura 1 - Distribuição dos idosos pesquisados segundo risco de complicações metabólicas associadas ao
sobrepeso - Teresina-PI. Agosto de 2005.

80,0
69,6
70,0
60,0
Frequência (%)

50,0
40,0
30,0
18,4
20,0 12,0
10,0
-
Sem risco Aumentado Muito Aumentado
Risco

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Na associação entre a prática de ativida- jam voltados para a prevenção e controle da


de física e pressão arterial diastólica – PAD hipertensão. As atividades físicas oferecidas
(tabela 2), observou-se que 67,2% tinham pelos centros são classificadas como leve e
PAD alterada, mesmo nos idosos com prá- têm como objetivos: relaxamento, socializa-
tica regular. Provavelmente os programas de ção e lazer.
exercício promovidos pelos centros não se-

Tabela 2 - Distribuição dos idosos pesquisados, segundo estado nutricional e pressão diastólica, Teresina PI.
Agosto 2005

Estado Nutricional Baixo Peso Eutrófico Sobrepeso Total


Pressão Diastólica n % n % n % N %
Normal 7 5,6 10 8 5 4 22 17,6
Alterada 16 12,8 35 28 52 41,6 103 82,4
Total 24 18,4 45 36 57 45,6 125 100

X2 = 634 P = 0,042

Segundo as IV Diretrizes Brasileiras de que prestavam alguns aconselhamentos gerais,


Hipertensão Arterial, (SBH24, 2002), os pro- como reduzir o consumo de sal e gorduras.
gramas para prevenção primária ou secundá- Não havia preocupação rigorosa em relação
ria de doenças cardiovasculares devem con- à quantidade dos alimentos, uso de temperos
tar com atividades aeróbias dinâmicas, tais naturais com alho, limão, ervas, cebola, ao in-
como: caminhadas rápidas, corridas leves, vés de similares industrializados e outros re-
natação e ciclismos, com freqüência de 3 a 6 quisitos necessários a uma alimentação
vezes por semana, intensidade moderada e nutricionalmente adequada para o idoso
sessões de 30 a 60 minutos de duração. Paci- hipertenso. A orientação nutricional é especi-
entes hipertensos devem iniciar programas de almente importante para os idosos, devido às
exercício físico regulares, pois, além de dimi- mudanças fisiológicas e aparecimento de do-
nuir a pressão arterial, ele pode reduzir consi- enças relacionadas ao envelhecimento.
deravelmente o risco de doença arterial
coronária, acidentes vasculares cerebrais e Todos os participantes do estudo declara-
mortalidade geral. ram fazer uso contínuo de medicação para o
controle da hipertensão arterial. É importan-
Com relação ao consumo alimentar, 65% te ressaltar que deve existir uma preocupação
declararam adesão à dieta (tabela 1); entretan- em orientar os idosos com relação à interação
to, a maioria das orientações dietéticas recebi- dos alimentos com medicamentos. Moura17
das era fornecida basicamente por médicos, (2002), em sua revisão bibliográfica, ressalta

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que as reações medicamentosas e os proble- sobrepeso tinham PAD elevada, evidencian-


mas nutricionais nos idosos advêm das alte- do uma correlação positiva com o estado
rações próprias do processo de senescência e nutricional.
de fatores diversos. Os medicamentos utiliza-
dos pelos idosos podem ser mais ou menos De acordo com as recomendações do
absorvidos, dependendo das condições de documento Dietar y Approaches to Stop
consumo, ou seja, se associados ou não às re- Hypertension (the DASH Diet), as quotas diárias
feições, bem como seu estado nutricional. Por por grupo de alimentos devem ser compos-
outro lado, as deficiências nutricionais podem tas por 7 a 8 porções de grãos ou produtos
ocorrer por indução medicamentosa, sendo de grãos, 4 a 5 porções de vegetais, 4 a 5 de
as mais freqüentes as depleções de vitaminas frutas, 2 a 3 porções de gorduras e óleos (27%
e minerais. das calorias) e não mais que duas porções de
carnes, aves ou peixes. Esse estudo
Neste estudo, a média dos níveis multicêntrico controlado (the DASH Diet)
pressóricos encontradas foi 130/90 mmHg, mostrou que uma dieta rica em frutas, verdu-
valores que podem ser considerados contro- ras e grãos, pobre em gorduras saturadas e
lados, segundo a referência para hipertensão colesterol pode reduzir a PA (University Of
das IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Michigan Health System26, 2005).
(SBH24, 2002). Tais resultados (tabela 3) são
atribuídos ao uso contínuo da medicação anti- Quanto aos resultados da freqüência so-
hipertensiva e mudanças positivas em alguns bre o consumo alimentar dos idosos (tabela
aspectos do estilo de vida, como dieta, hábi- 3), observou-se uma freqüência de consumo
tos de tabagismo e etilismo e atividade física. de 5 a 7 vezes, para os seguintes grupos de
Com relação à associação da obesidade e hi- alimentos: 66,4% consumiram leite; 36,0%
pertensão, amplamente discutida pela litera- carnes bovinas, aves e peixes; 73,6% feijão;
tura mundial, são freqüentes em pessoas obe- 39,2% frutas; 52,0% pães, cereais, arroz e
sas ou com sobrepeso níveis pressóricos ele- massas; 77,6% açúcar e 60,8% café; enquanto
vados (Consenso8, 1999). No estudo em aná- com uma menor freqüência, de apenas 2 a 3
lise, constatou-se que 41,6% dos idosos com vezes por semana, 35,2% consumiram vege-
tais e legumes.

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Tabela 3 - Freqüência de grupos de alimentos mais consumidos pelos idosos pesquisados, Teresina PI.
Agosto 2005.

Freqüência 2 a 3 vezes 5 a 7 vezes Total


Grupos de p/semana p/semana n %
Alimentos n % n %
Leite 13 10,41 83 66,4 96 76,8
Carnes Bovinas, Aves, 28 22,4 45 36,0 72 57,6
Peixes
Feijão 2 1,6 92 73,6 94 75,2
Vegetais/Legumes 44 35,2 31 24,8 75 60,0
Frutas 42 33,6 49 39,2 91 72,8
Pães, Cereais, Arroz e 29 23,2 65 52,0 94 75,2
Massas
Açúcar 1 0,8 97 77,6 98 78,4
Café 14 11,2 86 68,8 100 80,0
Chá 49 39,2 24 19,2 73 58,4
Adoçante 14 11,2 86 68,8 100 80

A hipertensão arterial pode ser controlada tretanto, seu aumento na dieta pode implicar
por medidas dietéticas específicas que visam uma alteração no conteúdo de lipídios, o que
não somente a reduzir os níveis pressóricos, certamente levaria a um padrão alimentar mais
mas incorporar hábitos alimentares saudáveis. saudável.
Na análise dos grupos de alimentos como
fontes de nutrientes associados a ações positi- A associação entre o aumento da PA e o
vas na redução da pressão arterial, observou- consumo de sal é bastante relatada na literatu-
se: o leite como fonte de cálcio tem relação ra. Cabral5 (2003) descreve em seu estudo a
entre o seu baixo consumo e ocorrência de controvérsia que há sobre o efeito do sal na
hipertensão arterial (Campese & Bianchi6, PA, reconhecendo a existência de pessoas que
1997); o uso de frutas, verduras e leguminosas possam ser ou não sensíveis a este elemento
como fonte de potássio induze a queda da na dieta. Considerando as dificuldades de aná-
pressão arterial, por aumento da natriurese, e lise individual para essa sensibilidade, recomen-
ainda como fonte de fibras. Existem especu- da-se a restrição para todos os hipertensos,
lações sobre sua capacidade de reduzir a PA principalmente pelos outros benefícios que
não ter sido confirmada pela literatura possa trazer, como: menor necessidade de
(Kestin12 et al., 1990; Swain25 et al., 1990); en- drogas hipotensoras, diminuição da perda de

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potássio induzida por diuréticos, possível re- para que fossem alcançadas as metas terapêu-
dução de hipertrofia do ventrículo esquerdo. ticas propostas.
Desse modo, a restrição do sódio dietético é
um fator a ser bastante considerado. Apesar
das limitações na metodologia utilizada para CONSIDERAÇÕES FINAIS
verificar o consumo de sal pelos idosos, os
mesmos referiram uma redução de seu uso Os dados encontrados no estudo confir-
no preparo dos alimentos, de acordo com as mam a relação entre sobrepeso e a hiperten-
recomendações gerais dos médicos. são arterial em ambos os sexos. Quanto a al-
guns aspectos de estilo de vida, observaram-
Comparando-se a pirâmide alimentar de se mudanças relacionadas ao hábito do taba-
Philippi (1999), representativa do consumo gismo, etilismo e adesão à prática de ativida-
qualitativo e quantitativo dos alimentos, ob- de física pela maioria dos idosos pesquisados
servou-se que as recomendações por ela nos dois centros de convivência.
estabelecidas não são seguidas no aspecto
quantitativo, estando muito aquém do preco- No que se refere aos hábitos alimentares,
nizado para o grupo pesquisado; entretanto, constataram-se algumas mudanças gerais,
elas vêm atendendo de forma qualitativa às como redução na adição de sal e gorduras, e
necessidades nutricionais. consumo de certas variedades de alimentos,
incluindo cereais, leite, verduras e frutas. A
Outro grupo de alimento que se destacou ausência, no entanto, do acompanhamento
quanto a sua freqüência foram os açúcares, nutricional, inviabiliza o tratamento dietético
que podem contribuir para o ganho de peso individualizado, essencial para melhor adesão
dos idosos, sendo mais usados em bebidas do paciente e eficácia da terapêutica não-
do que em preparações como sobremesas. medicamentosa.

Enfim, o tratamento não-medicamentoso A atividade física desenvolvida nos cen-


para o controle da HA tem como objetivo tros, mesmo não trazendo o benefício da re-
diminuir a morbimortalidade cardiovascular, dução de peso corporal, por ser considerada
por meio de mudanças no estilo de vida que leve e sem fins de gasto energético, pode in-
favoreçam a redução da HA. O controle do fluenciar positivamente em aspectos como o
excesso de peso corporal, da ingestão de sal, bem-estar, socialização e promoção de me-
gorduras e de bebidas alcoólicas, assim como nores níveis de estresse.
a prática regular de exercícios físicos, são as
mudanças comprovadamente eficazes na re- As políticas de saúde na área de alimenta-
dução e controle de níveis pressóricos, e de- ção dos idosos propõem que os planos de
vem ser realmente incentivadas. No entanto, ações nacionais de nutrição reconheçam as
no grupo de idosos pesquisados não se iden- pessoas idosas como grupos vulneráveis, e
tificou uma real mudança no estilo de vida, incluam medidas especiais para prevenir a

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Caracterização nutricional de idosos com hipertensão arterial em Teresina, PI 35

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