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Baruch Espinoza – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.

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Baruch Espinoza
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Baruch de Espinosa,[1] nascido Baruch


Espinosa,[2] mais tarde como autor e Benedito de Espinosa
‫ברוך שפינוזה‬
correspondente Benedictus de Spinoza
(Amsterdão, 24 de novembro de 1632 —
Haia, 21 de fevereiro de 1677[3][4][5]) foi
um filósofo holandês de origem sefardita
portuguesa, nascido de uma família que
havia fugido da inquisição lusitana.[4][6][7]
Um dos primeiros pensadores do
Iluminismo[8] e da crítica bíblica
moderna,[9] incluindo das modernas
concepções de si mesmo e do universo,[10]
ele veio a ser considerado um dos grandes
racionalistas da filosofia do século
XVII.[11] Inspirado pelas ideias inovadoras
de René Descartes, Spinoza se tornou uma Nascimento 24 de novembro de 1632
figura filosófica importante da Idade de Amsterdã, Países Baixos
Ouro Holandesa. O nome de batismo de Morte 21 de fevereiro de 1677 (44 anos)
Spinoza, que significa "Bem-aventurado", Haia, Países Baixos
varia entre as diferentes línguas. Em Nacionalidade holandesa
hebraico, seu nome completo é escrito
Ocupação artesão, filósofo
‫ברוך שפינוזה‬. Na Holanda ele usou o
Magnum opus Ética
nome português Bento.[12] Em suas obras Tractatus Theologico-Politicus
em latim e holandês, ele usou a forma em
Escola/tradição Panteísmo naturalista,
latim. espinozismo (fundador),
racionalismo, eudemonismo,
Spinoza foi criado na comunidade luso- cartesianismo
judaica em Amsterdã. Ele desenvolveu Principais Ética, metafísica, teoria do
ideias altamente controversas a respeito da interesses conhecimento, teologia, Lógica
autenticidade da Bíblia Hebraica e da Ideias notáveis conatus, interpretação histórico-
natureza do Divino. Autoridades religiosas critica da Bíblia
judaicas emitiram um chérem (‫)חרם‬ Assinatura
contra ele, levando-o a ser efetivamente
expulso e repudiado pela sociedade
judaica, aos 23 anos, inclusive por sua
própria família. Seus livros foram
posteriormente adicionados ao Índice de Livros Proibidos da Igreja Católica. Ele era frequentemente
chamado de "ateu" por seus contemporâneos, embora em nenhuma parte de sua obra Spinoza argumente
contra a existência de Deus.[13]

Spinoza viveu uma vida aparentemente simples como um moedor de lentes ópticas, colaborando nos
designs de microscópio e lentes de telescópio com Constantijn e Christiaan Huygens. Ele recusou
recompensas e homenagens ao longo de sua vida, incluindo posições de ensino de prestígio. Morreu aos

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44 anos em 1677 de uma doença pulmonar, talvez tuberculose ou silicose exacerbada pela inalação de pó
de vidro fino durante o polimento de lentes. Ele está enterrado no cemitério cristão de Nieuwe Kerk em
Haia.[14]

A magnum opus de Spinoza, a Ética, foi publicada postumamente no ano de sua morte. O trabalho se
opôs à filosofia do dualismo mente-corpo de Descartes e ganhou o reconhecimento de Spinoza como um
dos pensadores mais importantes da filosofia ocidental. Nele, "Spinoza escreveu a última obra-prima
latina indiscutível, e uma na qual as concepções refinadas da filosofia medieval são finalmente voltadas
contra si mesmas e totalmente destruídas".[15] Hegel disse: "O fato é que Spinoza se tornou um ponto de
teste na filosofia moderna, de modo que realmente pode ser dito: Você ou é um Spinozista ou nem mesmo
é um filósofo."[16] Suas realizações filosóficas e caráter moral levaram Gilles Deleuze a nomeá-lo "o
'príncipe' dos filósofos".[17]

Índice
Prenomes
Vida
Chérem
O banimento (texto original em português)
Pós-chérem
Morte
Traços físicos
Reconhecimento
Obra
Livros
Conteúdo filosófico
Substância
Natureza Humana
Os afetos - o desejo, a alegria e a tristeza
O terceiro gênero de conhecimento - beatitude
A influência
Bibliografia
Sobre Espinoza
Traduções
Estudos introdutórios
Tópicos spinozanos
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Prenomes

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Recebeu dos pais portugueses o nome de Benedito de Espinosa. Assinou Baruch em vários trabalhos,
pela condição de judeu nascido e criado em Amsterdão. Adotou Benedictus, a forma correspondente
latina, para assinar a sua Ethica, depois do chérem em seu nome, em 1656.[18]

Vida
A sua família fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de
obras de judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de
Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro,
Lucrécio e Giordano Bruno. Ganhou fama pelas suas posições opostas à superstição: a sua frase Deus sive
natura, "Deus, ou seja, a Natureza" é um conceito filosófico, e não religioso. Notabilizou-se também por
ter escrito sua ética na forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.

Chérem
Em 27 de julho de 1656, a Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
puniu Espinoza com o chérem, o equivalente hebraico da
excomunhão católica, pelos seus postulados a respeito de Deus em
sua obra, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da
natureza, e que a Bíblia é uma obra metafórico-alegórica, que não
pede leitura racional e não exprime a verdade sobre Deus.[18]

O banimento (texto original em


português)

“ Os Senhores do Mahamad [Conselho da


Sinagoga] fazem saber a Vosmecês:
O banimento, que foi escrito em
português
como há dias que tendo notícia das más
opiniões e obras de Baruch de Spinoza
procuraram, por diferentes caminhos e
promessas, retirá-lo de seus maus
caminhos, e não podendo remediá-lo,
antes pelo contrário, tendo cada dia
maiores notícias das horrendas heresias
que cometia e ensinava, e das
monstruosas ações que praticava,
tendo disto muitas testemunhas
fidedignas que deporão e
testemunharão tudo em presença do
dito Spinoza, coisas de que ele ficou
convencido, o qual tudo examinado em
presença dos senhores Hahamim
[conselheiros], deliberaram com seu
parecer que o dito Spinoza seja
heremizado [excluído] e afastado da
nação de Israel como de fato o
heremizaram com o Herem [anátema]
seguinte:

"Com a sentença dos Anjos e dos


Santos, com o consentimento do Deus ”
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Bendito e com o consentimento de toda


esta Congregação, diante destes santos
Livros, nós heremizamos, expulsamos,
amaldiçoamos e esconjuramos Baruch
de Spinoza [...] Maldito seja de dia e
maldito seja de noite, maldito seja em
seu deitar, maldito seja em seu
levantar, maldito seja em seu sair, e
maldito seja em seu entrar [...] E que
Adonai [Soberano Senhor] apague o seu
nome de sob os céus, e que Adonai o
afaste, para sua desgraça, de todas as
tribos de Israel, com todas as maldições
do firmamento escritas no Livro desta
Lei. E vós, os dedicados a Adonai, que
Deus vos conserve todos vivos.
Advertindo que ninguém lhe pode falar
pela boca nem por escrito nem
conceder-lhe nenhum favor, nem
debaixo do mesmo teto estar com ele,
nem a uma distância de menos de
quatro côvados, nem ler Papel algum
feito ou escrito por ele."

Conforme Will Durant, o chérem de Espinoza pelos judeus de Amsterdã (tal como ocorrera com as
atitudes que levaram à retratação e posterior suicídio de Uriel da Costa em 1647) seria um gesto de
"gratidão" por parte dos judeus para com o povo holandês. Embora os pensamentos de da Costa não
fossem totalmente estranhos para o judaísmo, contradiziam os pilares da crença cristã. Os judeus,
perseguidos por toda a Europa na época, especialmente pelos governos ibéricos e pelos governos
luteranos alemães, haviam recebido abrigo, proteção e tolerância dos protestantes de inspiração calvinista
dos Países Baixos e, assim, não poderiam permitir, no seio de sua comunidade, um pensador tido como
herege.

Pós-chérem
Após o chérem, adotou o primeiro nome "Benedictus" (termo latino para "Bendito", isto é, uma tradução
do seu nome original, Benedito), assim atestando seu desvencilho da religião judaica.

Para sua subsistência, trabalhava com polimento de lentes durante os períodos em que viveu em casas de
famílias em Outerdek (próximo a Amsterdã) e em Rijnsburg, tendo recusado várias oportunidades e
recompensas durante sua vida, em prestigiosas posições de ensino. Em 1670 mudou-se para a cidade da
Haia, e desenvolveu suas principais obras. Convidado a lecionar na Universidade de Heidelberg, recusou
porque teria de acatar as normas ideológicas da universidade e seria impossível continuar com a sua obra
de forma independente. Uma vez que as reações públicas ao seu Tratado Teológico-Político não lhe eram
favoráveis, absteve-se de publicar seus trabalhos. A Ética foi publicada após sua morte, na Opera Postuma
editada por seus amigos.

Morte
Morreu em um domingo, 21 de fevereiro de 1677, aos 44 anos, vitimado pela tuberculose. Morava então
com a família Van den Spyck, na Haia. A família havia ido à igreja e o deixara com o amigo doutor

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Meyer. Ao voltarem, encontraram-no morto. Encontra-se sepultado no pátio da Nieuwe Kerk, na Haia, nos
Países Baixos.[19]

Traços físicos
Conforme Colerus, que o conheceu em Rijnsburg, Espinoza "era baixo, feições regulares, pele cor de
oliva, cabelos pretos e crespos, sobrancelhas negras e bastas, denunciando claramente a ascendência de
judeus Sefardim, ou sefarditas (originalmente naturais da Península Ibérica). No vestir era muito
descuidado, a ponto de quase se confundir com os cidadãos da mais baixa classe".[20]

Reconhecimento
Suas obras o fizeram reconhecido em vida, tendo
recebido cartas de figuras proeminentes como Henry
Oldenburg da Royal Society; do inventor alemão
Ehrenfried Walther von Tschirnhaus; do cientista
holandês Huygens; de Leibnitz; do médico Louis
Meyer, de Haia; e do rico mercador De Vries, de
Amsterdã. Luís XIV lhe ofereceu uma larga pensão
para que Espinoza lhe dedicasse um livro. O filósofo
recusou polidamente.
Estátua de Spinoza em Haia
O príncipe de Condé, na chefia do exército da França
que invadira a Holanda, novamente convidou-o a
aceitar uma pensão do rei da França e ser apresentado a vários admiradores. Spinoza, desta vez, aceitou a
honraria, mas se viu em dificuldades ao retornar a Haia, por causa dessa suposta "traição". Porém, logo o
povo, ao perceber que se tratava de um filósofo, um inofensivo, se acalmou.

O monumento feito em homenagem a Spinoza em Haia foi assim comentado por Renan em 1882:

“ Maldição sobre o passante que insultar essa suave cabeça pensativa.


Será punido como todas as almas vulgares são punidas — pela sua
própria vulgaridade e pela incapacidade de conceber o que é divino.
Este homem, do seu pedestal de granito, apontará a todos o caminho
da bem-aventurança por ele encontrado; e por todos os tempos o
homem culto que por aqui passar dirá em seu coração: Foi quem teve a
mais profunda visão de Deus. ”
O retrato de Spinoza foi impresso nas antigas notas de 1 000 florins dos Países Baixos, até a introdução do
euro, em 2002.

Obra

Livros
a) Publicados "post mortem":

Escritos em latim:[21]

▪ Ética demonstrada à maneira dos geômetras (Ethica Ordine Geometrico

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Demonstrata) - iniciado em Rijnsburg e finalizado em Haia em 1675;

Conteúdo:

▪ ▪ Primeira parte: Deus.


▪ Segunda parte: A natureza e a Origem da Mente.
▪ Terceira parte: A Origem e a Natureza dos Afetos.
▪ Quarta parte: A Servidão Humana ou a Força dos Afetos.
▪ Quinta parte: A Potência do Intelecto ou a Liberdade Humana.
▪ Tratado Político (Tractatus Politicus), depois incluído na Ética; 1677.
▪ Tratado sobre o Cálculo Algébrico do Arco-Íris, 1687.
▪ Tratado sobre o Cálculo das Probabilidades, 1687.

▪ Compêndio de Gramática da Língua Hebraica, inacabado.

Escritos em holandês:

▪ Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar (Korte Verhandeling van


Deus, de Mensch en deszelvs Welstand) (foi um esboço da Ética); 1660

b) Publicados

▪ Tratado sobre a Reforma do Entendimento (De Intellectus Emendatione) -


Ensaio. Também publicado na língua portuguesa com os títulos: Tratado para
Emendar o Intelecto (Editora Unicamp), Tratado da Reforma da Inteligência
(Editora Martin Fontes), Tratado da Reforma do Entendimento (Editora Escala) e
Tratado sobre a Correção do Intelecto (Acrópolis Filosofia), 1662.

▪ Princípios da Filosofia de Descartes, publicado junto com seu apêndice


Pensamentos Metafísicos. Espinosa revela seu afastamento cada vez maior em
relação a várias teses de Descartes, embora pareça apenas servir-se do
cartesianismo para refutar a escolástica. 1663.

▪ Tratado Teológico-político (Tractatus Theologico-Politicus), 1670.

Conteúdo filosófico
Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única
substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou
modificações. Ele afirmou que Deus sive Natura ("Deus ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos
atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois
conhecidos por nós.

A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e mentais como dois mundos
diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem interagem mas coexistem em uma coisa só
que é a substância. Esta formulação é uma solução muitas vezes considerada um tipo de panteísmo e de
monismo, e ainda de panenteísmo com influência cabalista,[22] como em sua divisão da Natura naturans
e Natura naturata.[23] Espinosa era um racionalista e, por extensão, fundamentou seu sistema sobre o
acompanhamento intelectual do Universo, como define ele em seu conceito de "Amor Intelectual de
Deus".

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Espinosa também propunha uma espécie de determinismo, segundo o qual absolutamente tudo o que
acontece ocorre através da operação da necessidade, e nunca da teleologia. Para ele, até mesmo o
comportamento humano seria totalmente determinado, sendo então a liberdade a nossa capacidade de
saber que somos determinados e compreender por que agimos como agimos. Deste modo, a liberdade
para Espinosa não é a possibilidade de dizer "não" àquilo que nos acontece, mas sim a possibilidade de
dizer "sim" e compreender completamente porque as coisas deverão acontecer de determinada
maneira.[24]

A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num
aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. Pelo
contrário, defendeu que uma emoção pode ser ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção
crucial era, para ele, entre as emoções activas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são
compreendidas racionalmente e as outras as que não o são.

Substância
Para Espinoza, a substância não possui causa fora de si, ela é causa de si mesma, ou seja, uma causa sui.
Ela é singular a ponto de não poder ser concebida por outra coisa que não ela mesma. Por ser causa de si,
a substância é totalmente independente, livre de qualquer outra coisa, pois sua existência basta-se em si
mesma. Ou seja, a substância, para que o entendimento possa formar seu conceito, não precisa do
conceito de outra coisa. A substância é absolutamente infinita, pois se não o fosse, precisaria ser limitada
por outra substância da mesma natureza.

Pela proposição VI da Parte I da Ética, ele afirma: "Uma substância não pode ser produzida por outra
substância", portanto, não existe nada que limite a substância, sendo ela, então, infinita. Da mesma forma,
a substância é indivisível, pois, do contrário, ao ser dividida ela, ou conservaria a natureza da substância
primeira, ou não. Se conservasse, então uma substância formaria outra, o que é impossível de acordo com
a proposição VI; se não conservasse, então a substância primeira perderia sua natureza, logo, deixaria de
existir, o que é impossível pela proposição 7, a saber: "à natureza de uma substância, pertence o existir".
Assim, a substância é indivisível.

Assim, sendo da natureza da substância absolutamente infinita existir e não podendo ser dividida, ela é
única, ou seja, só há uma única substância absolutamente infinita ou Deus.

Apesar de ser denominado Deus, a substância de Espinoza é radicalmente diferente do Deus judaico-
cristão, pois não tem vontade ou finalidade já que a substância não pode ser sem existir (se pudesse ser
sem existir, haveria uma divisão e a substância seria limitada por outra, o que, para Espinoza, é absurdo,
como foi explicado no parágrafo anterior). Consequentemente, o Deus de Espinoza não é alvo de preces e
menos ainda exigiria uma nova religião.

Natureza Humana
Baruch Espinoza viveu em um tempo onde recebeu diferentes influências, um tempo de transição, que
marcava o início da modernidade. O filósofo teve que ser cauteloso na exposição de seu pensamento,
porque muitos de seus colegas sofreram perseguição e foram até mortos. Para Espinoza, Deus e a natureza
são uma coisa só, não havendo distinção entre eles. Essa concepção exclui ideias transcendentais e entra
em choque com os que acreditam no direito divino para os reis, bem como com Direitos naturais
hereditários. Seu caráter Naturalista exclui a ideia Dualista de que haveria uma maneira natural de como
as coisas deveriam ser. Muitos pensadores acreditavam que as coisas deveriam ser da maneira que são
pela vontade de Deus: essa é uma diferença importante no pensamento de Spinoza. 

O filósofo começa a expor seu pensamento acerca da natureza humana no livro Tratado Teológico-

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político. Nele, o autor explica como acredita que funcionam as economias dos Afetos e Desejos e de que
maneira isso afeta como vivemos. No capítulo XVI/3, encontramos um exemplo: "O direito natural e cada
homem definem-se, portanto, não pela razão sã, mas pelo desejo e pela potência". Ninguém, com efeito,
está determinado a se comportar conforme as regras e as leis da razão; ao contrário, todos nascem
ignorantes de todas as coisas e a maior parte de suas vidas transcorre antes que possam conhecer a
verdadeira regra da vida e adquirir o estado de virtude, mesmo que tenham sido bem educados. E eles não
são menos obrigados a viver e a se conservar, nessa espera, pelo simples impulso do apetite, pois a
natureza não lhes deu outra coisa, e lhes recusou a potência atual de viver conforme a reta razão; logo,
considerando submetido apenas ao império da natureza, tudo o que um indivíduo julgar como lhe sendo
útil, seja pela conduta da razão seja pela violência de suas paixões, é-lhe permitido desejar, em virtude
desejar, em virtude de um soberano direito de natureza e tomar por qualquer via que seja, pela força, pela
artimanha, por preces, enfim, por meio mais fácil que lhe pareça. Consequentemente, também ter por
inimigo aquele que quiser impedi-lo de se satisfazer".[25]

Mais adiante, Spinoza vai argumentar que o uso da Razão viria a partir de um exercício, mas que ainda
estamos longe de chegar lá devido às Paixões. O autor disserta: "Mas falta muito para que todos se deixem
facilmente se conduzir apenas pela razão; cada um se deixa levar por seu prazer e, mais amiúde, a
avareza, a glória, a inveja, o ódio etc. ocupam a mente, de tal sorte que a razão não tem qualquer
lugar".[26]

No ano de sua morte, Spinoza termina um outro livro, que seria uma continuação do anterior, dando
sequência a seus pensamentos e sua teoria. No Tratado Político (Espinosa), título do novo livro, Espinosa
também aborda, em diferentes momentos, a questão da natureza humana, bem como a força das paixões e
os efeitos que elas produzem nos corpos. Logo no primeiro capítulo, o autor explica de que maneira ele
tenta entender essas paixões e estudá-las, a fim de aplicá-las na sua teoria: "Quando, por conseguinte,
apliquei o ânimo à política, não pretendi demonstrar com razões certas e indubitáveis, ou deduzir da
própria condição humana, algo que seja novo ou jamais ouvido, mas só aquilo que está mais de acordo
com a prática. E, para investigar aquilo que respeita a esta ciência com a mesma liberdade de ânimo que é
costume nas coisas matemáticas, procurei escrupulosamente não rir, não chorar nem detestar as ações
humanas, mas entendê-las. Assim não encarei os afetos humanos, como são o amor, o ódio, a ira, a inveja,
a glória, a misericórdia e as restantes comoções do ânimo, como vícios da natureza humana, mas como
propriedades que lhe pertencem, tanto como o calor, o frio, a tempestade, o trovão e outros fenômenos do
mesmo gênero que pertencem à natureza do ar, os quais, embora sejam incômodos, são contudo
necessários e têm causas certas mediante as quais tentamos entender sua natureza".[27]

O autor expõe seu pensamento com clareza acerca da sua discordância com o pensamento comum da
época. Explicando o porquê de não acreditar que as pessoas agem exclusivamente através da
razão: "Depois, na medida em que cada coisa se esforça, tanto quanto esta em si, por conservar o seu ser,
não podemos de forma alguma duvidar de que, se estivesse tanto em nosso poder vivermos segundo os
preceitos da razão como conduzidos pelo desejo cego, todos se conduziriam pela razão e organizaram
sabiamente a vida, o que não acontece minimamente, pois cada um é arrastado pelo seu prazer".[28] Para
o filósofo, as pessoas não se submetem ao estado por uma análise racional, mas por uma economia de
seus desejos, sejam eles medo ou esperança.   São as paixões que, em acordo com outras Paixões,
encontram vontades comuns que permitem que as pessoas se agrupem em "estados" e, assim, se
submetam de alguma maneira a algum sistema. Seja ele monárquico aristocrático ou democrático. "Longe
de ser fruto de uma ruptura com a natureza, o estado forma-se no âmbito desta, mediante a dinâmica
afetiva, ou passional, que associa ou põe em confronto os indivíduos". "Por isso também, a essência do
político é impossível de se confundir com uma qualquer moldura racional de onde e no interior da qual as
normas de conduta fossem deduzidas, de modo a imporem-se como condição necessária e legítima da paz
e da estabilidade".[29]

Observamos que Spinoza defende uma espécie de sistema econômico de gerenciamento dos afetos, tanto
por parte dos súditos, como do Soberano. Esse gerenciamento é subjetivo, e acontece individualmente,

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com efeitos no coletivo. Cabe, aos súditos, sentirem sua Potência, a fim de preservar sua vida, e
maximizar sua liberdade, bem como o soberano de não impor sistema rígido demais que encurrale seus
súditos a ponto de que esses se rebelem. O estado mais "racional", é aquele que consegue entender as
demandas da sua população, e promover uma espécie de bem-estar. A paz imposta pelo medo, como
ausência de guerra, é sempre temporária. O bem-estar de todos é o que ajuda a manter o estado coeso.
Esse sistema é precário, e está sempre sujeito a avaliações e adequações para melhor atender a todos,
defendendo, assim, até a manutenção do estado pelo soberano. Spinoza entende o estado como a potência
da Multidão, e define, no TP 2/17, os sistemas políticos que podem constituir esse estado. O autor
esclarece: "Detém–no absolutamente quem, por consenso comum, tem a incumbência da república, ou
seja, de estatuir, interpretar e abolir direitos, fortificar as urbes, decidir sobre guerra e paz etc. E se esta
incumbência pertencer a um conselho que é composto pela multidão comum, então o estado chama–se
Democracia; mas se for composto só por alguns   eleitos, chama–se Aristocracia; e se finalmente, a
incumbência da República e por conseguinte, o estado, estiver nas mãos de um só, então chama–se
Monarquia".[30] Com isso, podemos concluir o pensamento de Spinoza e entender como a Natureza age
sobre as e através das potências de todos e como isso influencia o estado e o sistema político.

Os afetos - o desejo, a alegria e a tristeza


Os corpos se individualizam em razão do "movimento e do repouso", da "velocidade e lentidão" e não em
função de alguma substância particular (escólio 1 da proposição 13 da parte 2 da Ética), e a identidade
individual através do tempo e da mudança consiste na manutenção de uma determinada proporção de
movimento e repouso das partes do corpo (proposição 13 da parte 2 da Ética). O corpo humano é um
complexo de corpos individuais, e é capaz de manter suas proporções de movimento e de repouso ao
passar por uma ampla variedade de modificações impostas pelo movimento e repouso de outros corpos.
Essas modificações são o que Espinoza chama de "afecções".[31]

Uma afecção que aumenta a capacidade do corpo de manter suas proporções características de movimento
e repouso aumenta a "potência de agir" e tem, em paralelo, na mente, uma modificação que aumenta a
"potência de pensar". A passagem de uma potência menor para uma maior é o "afeto de alegria"
(definição dos afetos, parte 2 da Ética). Uma afecção que diminui a potência do corpo de manter as
proporções de movimento e repouso diminui a potência de agir e tem, em paralelo, na mente, uma
diminuição da potência de pensar. A passagem de uma potência maior para uma menor é o "afeto de
tristeza". Já uma afecção que ultrapassa as proporções de movimento e repouso dos corpos que compõe o
corpo humano destrói o corpo humano e a mente (morte).

Os indivíduos (mentes e corpos) se esforçam em perseverar em sua existência tanto quanto podem
(proposição 6 da parte 3 da Ética). Eles sempre se esforçam para ter alegria, isto é, um aumento de sua
potência de agir e de pensar, e eles sempre se opõem ao que lhes causa tristeza, ou seja, aquilo que
diminui sua capacidade de manter as proporções de movimento e repouso características de seu corpo. O
esforço por manter e aumentar a potência de agir do corpo e de pensar da mente é o que Espinoza chama
de "desejo" (conatus).

Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos,
que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por
desejá-la, que a julgamos boa.

– Espinoza, Ética, parte 3, proposição 9 esc.

As afecções que são atribuídas à "ação" do corpo humano testemunham o aumento de sua potência de
agir e de pensar e, por isso, o afeto de alegria sempre impulsiona a atividade. Em contraste, as afecções

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que diminuem a potência de agir e de pensar (provocando tristeza) testemunham sempre a passividade do
corpo humano, são sempre passivas, são "paixões" (do grego pathos, "sofrer uma ação").

Para Espinoza, a ilusão dos homens de que suas ações resultam de uma livre decisão da mente é
consequência de eles serem conscientes apenas de suas ações enquanto ignoram as causas pelas quais são
determinados, o que faz com que suas ações sejam determinadas pelas paixões. Isso é o que ele chama de
"primeiro gênero de conhecimento", "imaginação" ou "ideias inadequadas" (a consciência de nossos
afetos, e a inconsciência do que os determina). O "segundo gênero de conhecimento" são as "noções
comuns" ou "ideias adequadas", que se caraterizam pela consciência do que nos determina a agir. As
ideias adequadas sempre são efeitos da alegria, acarretam alegria e impulsionam a atividade, enquanto a
imaginação (ideias inadequadas) se caracteriza pela passividade e pelo acaso de causar ou ser efeito da
alegria ou da tristeza.

[...] uma criancinha acredita apetecer, livremente, o leite; um menino furioso, a vingança; e o
intimidado, a fuga. Um homem embriagado também acredita que é pela livre decisão de sua mente
que fala aquilo sobre o qual, mais tarde, já sóbrio, preferiria ter calado. Igualmente, o homem que diz
loucuras, a mulher que fala demais, a criança e muitos outros do mesmo gênero acreditam que assim
se expressam por uma livre decisão da mente, quando, na verdade, não são capazes de conter o
impulso que os leva a falar. Assim, a própria experiência ensina, não menos claramente que a razão,
que os homens se julgam livres apenas porque são conscientes de suas ações, mas desconhecem as
causas pelas quais são determinados. Ensina também que as decisões da mente nada mais são do que
os próprios apetites: elas variam, portanto, de acordo com a variável disposição do corpo. Assim,
cada um regula tudo de acordo com o seu próprio afeto e, além disso, aqueles que são afligidos por
afetos opostos não sabem o que querem, enquanto aqueles que não têm nenhum afeto são, pelo
menor impulso, arrastados de um lado para outro. Sem dúvida, tudo isso mostra claramente que
tanto a decisão da mente, quanto o apetite e a determinação do corpo são, por natureza, coisas
simultâneas, ou melhor, são uma só e mesma coisa, que chamamos decisão quando considerada sob
o atributo do pensamento e explicada por si mesma, e determinação, quando considerada sob o
atributo da extensão e deduzida das leis do movimento e do repouso [...]

– Spinoza, Ética, parte 3, proposição 2 esc.

A grande inovação da ética de Espinoza foi que, nela, a razão não se opõe aos afetos, pelo contrário, a
própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar as oportunidades de alegria na vida e de evitar
ou desfazer ao máximo as circunstâncias que causam tristeza, mas o próprio desejo-razão (do mesmo
modo que os outros tipos de afetos) não depende da vontade livre, mas de afecções que fogem ao controle
do indivíduo porque são modos da substância única infinita, que não tem finalidade nem providência. Em
diversas obras,[32][33] Espinoza diz que é nocivo (diminui nossa potência de agir e de pensar) ridicularizar
ou reprovar alguém dominado pelas paixões, porque isso não depende da livre decisão da mente. O único
modo do homem que se guia pela razão ajudar os outros é, nas palavras de Espinoza:

Não rir nem chorar, mas compreender.

– Espinoza, Tratado Político

A ética de Espinoza é a ética da alegria. Para ele, só a alegria é boa, unicamente a alegria nos leva ao
amor (que ele define como a ideia de alegria associada a uma causa exterior) no cotidiano e na
convivência com os outros, enquanto a tristeza sempre é má, intrinsecamente relacionada ao ódio (que ele
define como a ideia de tristeza associada a uma causa exterior), a tristeza sempre é destrutiva para nós e

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para os outros.

O terceiro gênero de conhecimento - beatitude


Além dos dois gêneros citados anteriormente, Espinoza afirma ainda um terceiro, chamado beatitude.
Esse conhecimento se caracteriza por compreender, nas coisas singulares, o aspecto da eternidade (sub
specie aeternitatis). Seria algo como ver as coisas singulares como inseparáveis dos modos da substância
infinita e eterna (Deus), compreendendo que as coisas singulares são elas mesmas eternas, existindo fora
do tempo. Esse é um dos conceitos de Espinoza mais controversos e discutidos.[34]

A influência
Spinoza ficou considerado como maldito por muitos anos após sua morte. Quem recuperou sua reputação
foi o crítico alemão Gotthold Ephraim Lessing em seus diálogos com Johann Jakob Reiskei em 1784. Na
sequência, o filósofo foi citado, elogiado e inspirou pessoas como os teólogos liberais Johann Gottfried
von Herder e Friedrich Schleiermacher, o poeta católico Novalis e o polímata Johann Wolfgang von
Goethe.

Da combinação do pensamento de Spinoza com a epistemologia de Immanuel Kant, saíram os


"panteísmos" de Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling e de Georg Wilhelm
Friedrich Hegel. Influenciou os conceitos de Arthur Schopenhauer, Friedrich Nietzsche e Henri Bergson
"vontade de viver", "vontade de poder" e "élan vital", respectivamente. Inspirou o pensador inglês Samuel
Taylor Coleridge, bem como os poetas e também ingleses William Wordsworth e Shelley.

No Brasil, Bader Burihan Sawaia trouxe a influência de Espinoza para a Psicologia Sócio-Histórica,
enfatizando, em bases materialistas-dialéticas a importância da afetividade como categoria fundamental
do psiquismo.[35]

Bibliografia

Sobre Espinoza
Spinoza: Joy, Sorrow, and the Feeling
▪ Gabriel Albiac, 1987. La sinagoga Brain, Harvest Books, ISBN
vacía: un estudio de las fuentes 978-0-15-602871-4
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problème de l'expression. Trans.
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Century Discussions. 6 vols.
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▪ Damásio, António 2003. Looking for
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Reason: A Life of Spinoza. Jonathan Metaphysics and Politics.
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Excommunicated?" (http://www.tau.a University Press, 2006.
c.il/~kasher/pspin.htm) ▪ Stoltze, Ted and Warren Montag
▪ Arthur O. Lovejoy, 1936. "Plenitude (eds.), The New Spinoza Minneapolis:
and Sufficient Reason in Leibniz and University of Minnesota Press, 1997.
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144-82 (ISBN 0-674-36153-9). University Press, 1989.
Reprinted in Frankfurt, H. G., ed., ▪ Marilena Chaui, "Espinosa, uma
1972. Leibniz: A Collection of Critical filosofia da liberdade", São Paulo,
Essays. Anchor Books. Moderna, 1995.
▪ Pierre Macherey, 1977. Hegel ou ▪ Marilena Chaui, "A Nervura do real.
Spinoza, Maspéro (2nd ed. La Imanência e liberdade em Espinosa",
Découverte, 2004). São Paulo, Cia. das Letras, 1999.
▪ ———, 1994-98. Introduction à ▪ Marilena Chaui, "Política em
l'Ethique de Spinoza. Paris: PUF. Espinosa", São Paulo, Cia. das Letras,
▪ Matheron, Alexandre, 1969. Individu 2003.
et communauté chez Spinoza, Paris: ▪ Roger Scruton, Espinosa, São Paulo,
Minuit. Unesp, 2000.

Traduções

Para o português

▪ Tratado Político. Tradução, introdução e notas: Diogo Pires. Revisão da tradução


de Homero Santiago. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. ISBN
978-85-7827-141-1. 
▪ Tratado Teológico-político. Organização J. Guinsburg, Newton Cunha, Roberto
Romano. Tradução J. Guinsburg, Newton Cunha. 1 ed. São Paulo: Perspectiva,
2014. 
▪ Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

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▪ Victor Civita. Editor. Os Pensadores: Espinoza. São Paulo: Abril Cultural, 1983, 3a
edição.

Inclui as seguintes obras: Pensamentos Metafísicos, Tratado da Correção do


Intelecto, Ética, Tratado Político, Correspondência. Inclui também "Espinoza:
Vida e Obra", de Marilena de Souza Chauí

▪ Ética. Tradução: Grupo de Estudos Espinosanos. São Paulo: EDUSP, 2015.

▪ Princípios da Filosofia Cartesiana e Pensamentos Metafísicos. Tradução: Homero


Santiago e Luís César Oliva. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

▪ Tratado da Emenda do Intelecto. Tradução: Cristiano Novaes de Rezende.


Campinas: Editora da UNICAMP, 2015.
▪ Breve Tratado. Tradução: Emanuel Ângelo R. Fragoro e Luís César Oliva. Belo
Horizonte: Autêntica, 2012.

Para o francês

▪ Spinoza. Oeuvres III: Éthique. Paris: GF-Flammarion, 1965. Tradução Charles


Appuhn.

Estudos introdutórios

Sobre a filosofia de Spinoza

▪ Stuart Hampshire. 1951. London: Penguin Books, 1953, reimpressão.

Sobre a Ética

▪ Charles Appuhn. "Notice sur l'Éthique". Em: Spinoza, Oeuvres III: Éthique. Paris:
GF-Flammarion, 1965.

Tópicos spinozanos

Subjetividade, intersubjetividade e individualidade

▪ Martial Gueroult. 1974. Spinoza II: L'Âme. Millau: Aubier, 2001.


▪ Alexandre Matheron. 1969. Individu et Communauté chez Spinoza. Paris: Les
Editions de Minuit, 1988, V+647 páginas.

Nova edição da obra original à qual foi acrescida uma advertência na qual o
autor diz que nada modifica no texto e remete aos seus outros trabalhos para
maiores desenvolvimentos dos estudos spinozanos presentes no livro.

▪ Alexandre Matheron. 1986. Anthropologie et Politique au 17e siècle. Vrin.

Liberdade

▪ Robert Sleigh Jr., Vere Chappell e Michael Della Rocca. "Determinism and human
freedom." Em Daniel Garber e Michael Ayers, editores, The Cambridge history of
seventeenth-century philosophy, volume II, capítulo 33. Cambridge, New York e

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Melbourne: Cambridge University Press, 1998.

O trecho sobre liberdade em Spinosa vai da página 1226 à página 1236.

Sabedoria

▪ Alexandre Matheron. 1971. Le Christ et le Salut des Ignorants chez Spinoza.


Aubier-Montaigne.

Ver também
▪ Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
▪ Beth Haim

Referências
1. A forma Espinoza e Spinoza também é utilizada.
2. Nadler 2001, p. 45.
3. Popkin, Richard H. «Benedict de Spinoza Dutch-Jewish philosopher» (https://www.
britannica.com/biography/Benedict-de-Spinoza) . Encyclopedia Brittannica
4. Dutton, Blake D. «Benedict De Spinoza (1632–1677)» (https://www.iep.utm.edu/s
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5. Jonathan Israel em suas várias obras sobre o Iluminismo, p. ex., Israel, Jonathan
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Jonathan (2011). Democratic Enlightenment: Philosophy, Revolution, and Human
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d.edu/entries/spinoza/) . Stanford Encyclopedia of Philosophy
8. Yalom, Irvin (21 de fevereiro de 2012). «The Spinoza Problem» (https://articles.wa
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theories) . The Washington Post. Cópia arquivada em 12 de novembro de 2013
(https://web.archive.org/web/20131112073417/http://articles.washingtonpost.co
m/2012-02-21/entertainment/35442915_1_history-teacher-novel-theories)
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ISBN 9780791455432. Cópia arquivada em 13 de maio de 2011 (https://web.arch
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0C&pg=PA144&lpg=PA144&dq=%22you+are+either+a+spinozist+or+not+a+p
hilosopher+at+all%22&source=bl&ots=XRsqJEbyNT&sig=bCClaJ9V6lL_CJbOR-S3
zaGwHqo&hl=en&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result)
17. Citado no prefácio do tradutor de Expressionism in Philosophy: Spinoza (1990).
18. Fréderic Lenoir- Du bonheur, un voyage pholosophique, p 117/118
19. Baruch Espinoza (http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=3102
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21. Obras de Espinoza (http://www.gutenberg.org/browse/authors/s#a473) Projeto
Gutenberg
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'Field of Holy Apples' » (https://www.academia.edu/37708754/Spinoza_and_the_K
abbalah_From_the_Gates_of_Heaven_to_the_Field_of_Holy_Apples_forthcoming_in
_Cristina_Ciucu_ed._Modern_Philosophy_and_the_Kabbalah_) (em inglês)
23. Cooper, John W. (novembro de 2006). Panentheism: The Other God of the
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Newton Cunha, Roberto Romano. Tradução J. Guinsburg, Newton Cunha. 1 ed.
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26. ESPINOZA, Baruch de. Tratado Teológico-político. Organização J. Guinsburg,
Newton Cunha, Roberto Romano. Tradução J. Guinsburg, Newton Cunha. 1 ed.
São Paulo: Perspectiva, 2014. Pg. 283.    
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Revisão da tradução de Homero Santiago. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-141-1. Pgs. 7-8. 
28. ESPINOZA, Baruch de. Tratado Político. Tradução, introdução e notas: Diogo Pires.
Revisão da tradução de Homero Santiago. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-141-1. Pg. 13.
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Revisão da tradução de Homero Santiago. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-141-1. Pg XXIII-XXIV. 
30. ESPINOZA, Baruch de. Tratado Político. Tradução, introdução e notas: Diogo Pires.
Revisão da tradução de Homero Santiago. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-141-1. Pg. 20.
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EuroNet
32. Tratado Político
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Bibliografia
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▪ Nadler, Steven M. (1999). Spinoza: A Life (https://books.google.com/books?id=iS
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the Birth of the Secular Age (https://web.archive.org/web/20191129054450/htt
p://www.themontrealreview.com/2009/A-book-forged-in-hell-Steven-Nadler.php)
. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-13989-0.
Arquivado do original (http://www.themontrealreview.com/2009/A-book-forged-in
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▪ Scruton, Roger (2002). Spinoza: A Very Short Introduction (https://books.google.c
om/books?id=mRf9C8H6SPUC) . Oxford: Oxford University Press.
ISBN 978-0-19-280316-0
▪ Stewart, Matthew (2007). The Courtier and the Heretic: Leibniz, Spinoza, and the
Fate of God in the Modern World (https://books.google.com/books?id=mKQ-dLe2
8z0C) . [S.l.]: W. W. Norton. ISBN 978-0393071047

Ligações externas
▪ «Espinoza, o herói da liberdade intelectual» (http://ano-zero.com/espinoza/)
▪ «Museu Casa de Espinoza» (http://www.spinozahuis.nl/) (em neerlandês)
▪ «Substância, liberdade e existência - impasses metafisicos em Spinoza,» (http://
www.sens-public.org/article.php3?id_article=329) por Fabio Caprio Leite de
Castro. Revista Sens Public.
▪ «Refutation of Spinoza by Leibniz» (http://books.google.com/books?vid=OCLC27
375057&id=cQUZAAAAMAAJ&pg=PA1&lpg=PA1&dq=leibniz&as_brr=1#PPP10,M
1) Versão integral no Google Books
▪ «Versão simplificada da Ética demonstrada à maneira dos geômetras e do
Tratado Teológico-político» (http://www.earlymoderntexts.com/f_spinoza.html)
(em inglês).
▪ «HyperSpinoza» (http://hyperspinoza.caute.lautre.net/) (em francês)
▪ EthicaDB (http://www.ethicadb.org/index.php?lg=en&lanid=0) Hypertextual

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and multilingual publication of Ethics


▪ «Spinoza and Spinozism» (http://bdsweb.tripod.com) - BDSweb
▪ «A Theologico-Political Treatise; Ethics; Political Treatise; In the Improvement of
the Understanding» (http://www.philosophyarchive.com/index.php?title=Baruch_
Spinoza) (em inglês)
▪ «Internet Encyclopedia of Philosophy - Spinoza» (http://www.iep.utm.edu/s/spino
za.htm)
▪ «Immortality in Spinoza» (http://www.euronet.nl/~advaya/randomnotes.htm)
▪ «Entrevista com Rebecca Goldstein, autora de "Betraying Spinoza: The
Renegade Jew Who Gave Us Modernity" » (http://calitreview.com/55) (em
inglês) California Literary Review
▪ «Spinoza Mind of the Modern.» (http://www.radioopensource.org/spinoza-mind-of
-the-modern) (em inglês) Audio da Radio Opensource
▪ Stanford Encyclopedia of Philosophy:

▪ «Spinoza» (http://plato.stanford.edu/entries/spinoza/) (em inglês)


▪ «Spinoza's Psychological Theory» (http://plato.stanford.edu/entries/spinoza-ps
ychological/) (em inglês)

Obras

▪ Spinoza Opera (http://solo.bodleian.ox.ac.uk/primo_library/libweb/action/dlDispla


y.do?dscnt=1&docId=oxfaleph012466133&vid=OXVU1&fromLogin=true)
Edição de Carl Gebhardt (1925) das obras de Espinoza em língua original (PDF).
Esta
▪ página
Obrasfoi deeditada
Baruchpela última
Spinoza vez às 23h32min de 29 de agosto de 2021.
(http://www.gutenberg.org/author/Benedictus+de+S
Estepinoza) no Projetonos
texto é disponibilizado Gutenberg
termos da (em inglês)
licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC
BY-SA 3.0) da Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes,
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