Você está na página 1de 10

A Entrevista Psicológica e suas Nuanças

sobre Psicologia por Valdeci Gonçalves da Silva


valdecipsi@hotmail.com

“Cada indivíduo tem um mundo interno diferente, e o estímulo tem um significado para cada um” (Irvin D.
Yalom).

I - UM BREVE HISTÓRICO

A entrevista psicológica sofreu algumas modificações no início do século XIX, quando predominava o modelo
médico. Naquela época, Kraepelin usava a entrevista com o objetivo de detalhar o comportamento do paciente,
e, assim, poder identificar as síndromes e as doenças específicas que as classificavam segundo a nosografia
vigente. Enquanto isso, Meyer, psiquiatra americano, se interessava pelo enfoque psicobiológico (aspectos
biológicos, históricos, psicológicos e sociais) do entrevistado. A partir de Hartman e Anna Freud o interesse da
entrevista se deslocou para as defesas do paciente. Isto é, a psicanálise teve sua influência na investigação
dos processos psicológicos, sem enfatizar o aspecto diagnóstico, antes valorizado.

Nos anos cinquenta, Deutsch e Murphy apresentaram sua técnica denominada Análise Associativa que
considerava importante registrar não somente o que o paciente dizia, mas, também, em fornecer informações
sobre o mesmo. Desse modo, desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatológico para o
comportamento dinâmico. Ainda nesta década, Sullivan concebeu a entrevista como um fenômeno sociológico,
uma díade de interferência mútua.

Após este período, a entrevista e o Aconselhamento Psicológicos se deixaram influenciar, entre outros, por
Carl Rogers, cuja abordagem consiste em centrar no paciente. Ou seja, em procurar compreender, de acordo
com o seu referencial, significados e componentes emocionais, tendo como base a sua aceitação incondicional
por parte do entrevistador.

II - DEFINIÇÃO DE ENTREVISTA PSICOLÓGICA

A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas com o propósito
previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o
entrevistado, procurando agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, In: CUNHA, 1993).
Enquanto técnica, a entrevista tem seus próprios procedimentos empíricos através dos quais não somente se
amplia e se verifica, mas, também, simultaneamente, absorve os conhecimentos científicos disponíveis. Nesse
sentido, Bleger (1960) define a entrevista psicológica como sendo “um campo de trabalho no qual se investiga
a conduta e a personalidade de seres humanos” (p.21). Uma outra definição caracteriza a entrevista
psicológica como sendo “uma forma especial de conversão, um método sistemático para entrar na vida do
outro, na sua intimidade” (RIBEIRO, 1988, p.154). Enfim, Gil (1999) compreende a entrevista como uma forma
de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de
informação (p.117).

A entrevista psicológica pode ser também um processo grupal, isto é, com um ou mais entrevistadores e/ou
entrevistados. No entanto, esse instrumento é sempre em função da sua dinâmica, um fenômeno de grupo,
mesmo que seja com a participação de um entrevistado e de um entrevistador.

III - OS OBJETIVOS DA ENTREVISTA

Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode-se classificar a entrevista quanto
aos seguintes objetivos:

a) Diagnóstica – Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, bem como as indicações


terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessário uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua
motivação para o tratamento. Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de
avaliação clínica que inclui testagem psicológica;

b) Psicoterápica – Procura colocar em prática estratégia de intervenção psicológica nas diversas abordagens -
rogeriana (C. Rogers), jungiana (C. Jung), gestalt (F. Perls), bioenergética (A. Lowen), logoterapia (V. Frankl) e
outras -, para acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar seus
problemas;

c) De Encaminhamento – Logo no início da entrevista, deve ficar claro para o entrevistado, que a ela tem
como objetivo indicar seu tratamento, e que este não será conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter
informações suficientes para se fazer uma indicação e, ao mesmo tempo evitar que o entrevistado desenvolva
um vínculo forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar;

d) De Seleção – O entrevistador deve ter um conhecimento prévio do currículo do entrevistado, do perfil do


cargo, deve fazer uma sondagem sobre as informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar
os aspectos mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.;

e) De Desligamento – Identifica os benefícios do tratamento por ocasião da alta do paciente, examina junto
com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de trabalhar algum problema ainda pendente. Essa entrevista
também é utilizada com o funcionário que está deixando a empresa, e tem como o objetivo obter um feedback
sobre o ambiente de trabalho, para providenciais intervenções do psicólogo em caso, por exemplo, de alta
rotatividade de demissão num determinado setor;

f) De Pesquisa – Investiga temas em áreas das mais diversas ciências, somente se realiza a partir da
assinatura do entrevistado ou paciente, do documento: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Resolução CNS no 196/96), no qual estará explícita a garantia ao sigilo das suas informações e identificação,
e liberdade de continuar ou não no processo.

IV - A SEQUÊNCIA TEMPORAL DAS ENTREVISTAS DIAGNÓSTICAS

Essa sequência pode ser subdividida em: entrevista inicial; entrevistas subsequentes e entrevista de
devolução, caracterizadas de forma diferente, e mostrando objetivos distintos conforme o momento em que
elas ocorram (GOLDER, 2000).

a) Entrevista Inicial

É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Semidirigida, durante a qual o sujeito fica livre
para expor seus problemas. Segundo Fiorini (1987), o empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode
ter uma influência decisiva na continuidade ou no abandono do tratamento (p.63). Pinheiro (2004) salienta que
ela ocorre num certo contexto de relação constantemente negociada. O termo negociação se refere ao
posicionamento definido como “um processo discursivo, através do qual [...] são situados numa conversação
como participantes observáveis, subjetivamente coerentes em linhas de histórias conjuntamente
produzidas”(DAVIES & HARRÉ apud PINHEIRO, 2004, p.186).

Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de um outro técnico, encaminhando o
entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a chamada do próprio entrevistado. Tem como
objetivos discutir expectativas, clarear as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que
não poderiam ser obtidas de outras fontes. As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência,
comportamento durante a espera, são dados que serão analisados pelo entrevistador, e que podem facilitar o
processo de análise do caso. Para Gilliéron (1996), a primeira entrevista deve permitir conhecer:

- O modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por alguém ou a conselho de alguém,
etc.);
- O tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu terapeuta;
- As queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira pela qual ele formula seu pedido de
ajuda (ou sua ausência de pedido).

A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado constroem mutuamente suas


transferências, contratransferências, e resistências que foram ativadas bem antes de ocorrer o encontro
propriamente dito. Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o entrevistando revele
seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto, com menos distorções. No final dessa entrevista
devem ficar esclarecidos os seguintes pontos: horários, duração das sessões, honorários, formas de
pagamento (quando particular), condições para administrar instrumentos de testagem e para as condições de
consulta a terceiros.

b) Entrevistas Subsequentes

Após a entrevista inicial, em que é obtida uma primeira impressão sobre a pessoa do paciente, esclarecimentos
sobre os motivos da procura, e realização do contrato de trabalho de psicodiagnóstico, via de regra, são
necessários mais alguns encontros. O objetivo das entrevistas subsequentes é a obtenção de mais dados com
riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu desenvolvimento, escolaridade,
relações familiares, profissionais, sociais e outros.

c) Entrevista de Devolução ou Devolutiva

No término do psicodiagnóstico, o técnico tem algo a dizer ao entrevistado em relação ao que fundamenta a
indicação. Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo (apud NUNES, In: CUNHA, 1993), elaboraram algumas
recomendações sobre a entrevista de devolução:

- Após a interpretação dos dados, o entrevistador vai comunicar-lhe em que consiste o psicodiagnóstico, e
indicar a terapêutica que julga mais adequada;
- O entrevistador retoma os motivos da consulta, e a maneira como o processo de avaliação foi conduzido;
- A devolução inicia com os aspectos menos comprometidos do paciente, ou seja, menos mobilizadores de
ansiedade;
- Deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões própria da ciência circulante entre os profissionais da
área, em outras palavras “gíria profissional”), e iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal;
- A entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica.

V - DIFERENÇA ENTRE ENTREVISTA, CONSULTA E ANAMNESE

A técnica da entrevista procede do campo da medicina, e inclui procedimentos semelhantes que não devem
ser confundidos e nem superpostos à entrevista psicológica. Consulta não é sinônimo de entrevista. A consulta
consiste numa assistência técnica ou profissional que pode ser realizada ou satisfeita, entre as mais diversas
modalidades, através da entrevista. A entrevista não é uma anamnese. Esta implica numa compilação de
dados preestabelecidos, que permitem fazer uma síntese, seja da situação presente, ou da história de doença
e de saúde do indivíduo. Embora, se faça a anamnese com base na utilização correta dos princípios que regem
a entrevista, porém, são bem diferenciadas nas suas funções.

Na anamnese, o paciente é o mediador entre sua vida, sua enfermidade, e o médico. Quando por razões
estatísticas ou para cumprir obrigações regulamentares de uma instituição, muitas vezes, ela é feita pelo
pessoal de apoio ou auxiliar. A anamnese trabalha com a suposição de que o paciente conhece sua vida e
está, portanto, capacitado para fornecer dados sobre a mesma. Enquanto que, a hipótese da entrevista é de
que cada ser humano tem organizado a história de sua vida, e um esquema de seu presente, e destes temos
que deduzir o que ele não sabe. Ou seja, “o que nos guia numa entrevista, do mesmo modo que em um
tratamento, não é a fenomenologia reconhecível, mas o ignorado, a surpresa”(GOLDER, 2000, p.45). Nessa
perspectiva, Bleger (1980) compreende que, diferentemente da consulta e da anamnese, a entrevista
psicológica tenta o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação
estabelecida com o técnico, durante o tempo que essa relação durar (p.12).
A entrevista psicológica funciona como uma situação onde se observa parte da vida do paciente. Mas, nesse
contexto não consegue emergir a totalidade do repertório de sua personalidade, uma vez que não pode
substituir, e nem excluir outros procedimentos de investigação mais extensos e profundos, a exemplo de um
tratamento psicoterápico ou psicanalítico, o qual demanda tempo, e favorece para que possa emergir
determinados núcleos da personalidade. Este tipo de assistência, também não pode prescindir da entrevista.
Esta que apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a considerá-la um
instrumento pouco confiável. Mas, com diz Bleger (1980), essas dissociações e contradições, são inerentes à
condição humana, e a entrevista oferece condições para que as mesmas sejam refletidas e trabalhadas.

VI - TIPOS DE ENTREVISTA

Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classificadas em: informal, focalizada, por pautas e estruturada.

a) Entrevista Informal (livre ou não-estruturada) – É o tipo menos estruturado, e só se distingue da simples


conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma
visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do
entrevistado;

b) Entrevista Focalizada (semi-estruturada ou semidirigida) – É tão livre quanto a informal, todavia, enfoca um
tema bem específico. Permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do
tema original o entrevistador deve se esforçar para sua retomada;

c) Entrevista por Pautas (semi-estruturada ou semidirigida) – Apresenta certo grau de estruturação, já que se
guia por uma relação de pontos de interesses que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As
pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e
deixa o entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas assimiladas. Quando este, por ventura,
se afasta, o entrevistador intervém de maneira sutil, para preservar a espontaneidade da entrevista;

d) Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e
redação permanecem invariável para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por
possibilitar o tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o
desenvolvimento de levantamentos sociais.

VII – A ENTREVISTA QUANTO AO SEU REFERENCIAL TEÓRICO

O processo de entrevista é orientado por seu referencial teórico. Aqui serão vistas, em síntese, algumas das
perspectivas:

a) Perspectiva Psicanalítica – Tem como base os pressupostos dos conteúdos inconscientes. O entrevistador
busca avaliar a motivação inconsciente, o funcionamento psíquico e a organização da personalidade do
entrevistado. A entrevista é orientada para a psicodinâmica da estrutura intrapsíquica ou das relações objetais
e funcionamento interpessoal;

b) Perspectiva Existencial-humanista – Não procura formular um diagnóstico, e sim, verificar se o interesse do


indivíduo está auto-realizado ou não. Aqui não existe uma técnica específica de entrevista, estas são
consideradas pelos existencialistas como manipulação. O entrevistador reflete o que ouve, pergunta com
cuidado, e tenta reconhecer os sentimentos do entrevistado;

c) Perspectiva Fenomenológica – Estuda a influência dos pressupostos e dos preconceitos sobre a mente, e
que os acionam ao estruturar a experiência e atribuir-lhe um significado. Além de uma atitude aberta e
receptiva, é necessário que o entrevistador atue como observador participante, e que, assim, seja capaz de
avaliar criticamente, através de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o que está ocorrendo na
entrevista.
VII – A ENTREVISTA QUANTO AO SEU MÉTODO

Segundo Ribeiro (1988), a realização da entrevista psicológica segue diferentes enfoques:

a) Psicométrico – O entrevistador faz uso constante de uma série de instrumentos: testes, pesquisas, controle
estatístico, etc., predeterminados, enquanto dispositivos para a aquisição de conhecimentos sobre o
entrevistado. Nessa situação, dificilmente o entrevistador conseguirá aprofundar a relação, o encontro
permanece mais em nível formal e informativo do que espontâneo, criativo e transformador. Isto não quer dizer
que seja menos válida ou mais superficial;

b) Psicodinâmico – A relação poderá ser mais aprofundada devido ao fato do entrevistador contar com maior
disponibilidade de tempo para questionar o entrevistado, e conduzir a situação de maneira “menos
estruturada”. Sua atenção não está no aqui e no agora, ela atende a uma dinâmica de causa-efeito na qual
submensagens poderão dificultar a comunicação;

c) Antropológico – Abrange a relação ambiente-organismo na compreensão da comunicação. Qualquer dado


será considerado, mas, nem sempre, é possível dizer em que momento ele está e onde será utilizado. Esse
tipo de entrevista parece mais complexo, assim sendo, exige mais prática do entrevistador para analisar as
informações.

VIII - TÉCNICAS DE ENTREVISTA

Um dos aspectos essenciais da entrevista está na investigação que se realiza durante o seu transcurso. As
observações são registradas em função das hipóteses que o entrevistado emite. O entrevistador ordena na
seguinte disposição: observação, hipótese e verificação. Uma boa observação consiste, de algum modo, em
formular hipóteses que vão sendo reformuladas durante a entrevista em função das observações
subsequentes. No entender de Bleger (1980), o trabalho do psicólogo somente adquire real envergadura e
transcendência quando coincidem a investigação e a tarefa profissional, porque estas são as unidades de uma
práxis que resguarda a tarefa mais humana: compreender e ajudar os outros. Assim, indagação e atuação,
teoria e prática, devem ser manejadas como momentos e aspectos inseparáveis do mesmo processo.

8.1) Segundo Bleger (1980), a entrevista se diferencia de acordo com o beneficiário do resultado:

- A entrevista que se realiza em benefício do entrevistado, a exemplo da consulta psicológica ou psiquiátrica;


- A entrevista cujo objetivo é a pesquisa, valorizando, apenas, o resultado científico da mesma;
- A entrevista que se realiza para terceiro, neste caso, a serviço de uma instituição.
 
Com exceção do primeiro tipo de entrevista, os demais exigem do entrevistador que desperte interesse ou
motive a participação do entrevistado.

8.2) Segundo Gil (1999), as entrevistas podem se dar em duas modalidades: Face a face e por Telefone. A
entrevista tradicional tem sido realizada face a face. No entanto, nas últimas décadas vem sendo desenvolvida
a entrevista por telefone.

- Principais vantagens da entrevista por telefone, em relação à entrevista pessoal: custos mais baixos;
facilidade na seleção da amostra; rapidez; maior aceitação dos moradores das grandes cidades, que temem
abrir suas portas para estranhos; facilidade de agendar o momento mais apropriado para a realização da
entrevista;

- Limitações da entrevista por telefone: interrupção da entrevista pelo entrevistado; menor quantidade de
informações; impossibilidade de descrever as características do entrevistado ou as circunstâncias em que se
realizou a entrevista; parcela significativa da população que não dispõe de telefone ou não tem seu nome na
lista.
8.3) Segundo Erickson (apud SCHEEFFER, 1977), algumas recomendações devem ser aplicáveis ao
processo de entrevista psicológica:

- O entrevistador deve ter o cuidado para não transformar a entrevista numa conversa social. “Como posso
ajudá-lo?”, é uma boa maneira de se iniciar uma entrevista;
- O entrevistador não deve completar as frases do entrevistado. Devem-se evitar perguntas que induzam
respostas do tipo “sim” ou “não”. Não interromper o fluxo do pensamento do entrevistado, a não ser que ele se
perca em ideias que fogem dos tópicos da entrevista;
- A atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do entrevistado. Não deve haver
discussão de pontos de vista;
- As pausas e silêncios são, quase sempre, embaraçosos para o entrevistador. Nesses momentos,
possivelmente, o entrevistado está revivendo experiências que não consegue expressar verbalmente. Quando
as pausas forem longas, o entrevistador poderá retomar um tópico anterior que estava sendo discutido;
- O tempo de entrevista deve ser marcado, e o entrevistado será comunicado de quanto tempo dispõe. Se
necessário, marca-se outra (s) entrevista (s). Deve-se limitar o número de assuntos em cada sessão para não
confundir o entrevistado;
- É necessário trocar o pronome pessoal “eu”, pelo uso de expressões2 mais vagas, tais como: “parece que ...”;
“parece melhor ...”; etc.;
- Recomenda-se fazer o resumo do que fora discutido em cada final de entrevista. E que o entrevistador faça
uma síntese para o entrevistado do que foi abordado na sessão;
- O término da entrevista não deve transformar-se numa conversa social, sem nenhuma relação com os
problemas discutidos. Isto pode prejudicar o resultado da entrevista.

8.4) Segundo Foddy (2002), é aconselhável o investigador ou entrevistador:

- Adotar uma atitude comum e casual. Ex. “Por acaso você ...”;
- Empregar a técnica “Kinsey” de olhar os inquiridos bem nos olhos, e colocar a pergunta sem rodeios de modo
a que eles tenham dificuldade em mentir;
- Adotar uma aproximação indireta de modo a que os inquiridos forneçam a informação desejada sem terem
consciência disso, a exemplo das técnicas projetivas;
- Colocar as perguntas perturbadoras na parte final do questionário ou da entrevista de modo a que as
respostas não sofram qualquer consequência desse efeito.

8.5) Segundo Gilliéron (1996), pode-se estudar os comportamentos do paciente praticamente em relação a
dois eixos:

- A anamnese do sujeito que permite a observação dos comportamentos repetitivos que dão uma ideia exata
da sua personalidade: trata-se do ponto de vista histórico;
- A observação do comportamento do paciente quando da primeira entrevista também fornece indicações muito
precisas sobre a organização da sua personalidade.

IX – DINÂMICA DA ENTREVISTA

O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem sua história de vida. Não deve
permitir em ser considerado como um amigo pelo entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade
ou de qualquer outro benefício que não seja o pagamento dos seus honorários. Para Gilliéron (1996), a
investigação repousará:

- Na análise do comportamento do paciente com relação ao enquadre;


- Num modelo preciso suscetível de evidenciar a dinâmica relacional que se estabelece entre o paciente e o
terapeuta; modelo de apoio objetal.
 
O entrevistado deve ser recebido com cordialidade, e não de forma efusiva. Diante de informações prévias
fornecidas por outra pessoa, se deixa claro que essas não serão mantidas em reserva. Em função de não
abalar a confiança do entrevistado, estas lhe serão comunicadas. A reação contratransferencial deve ser
encarada com um dado de análise da entrevista, não se deve atuar diante da rejeição, inveja ou qualquer outro
sentimento do entrevistado. As atitudes deste não devem ser “domadas” ou subjugadas, não se trata de querer
triunfar e nem se impor perante o mesmo.  Compete ao entrevistador averiguar como essas atitudes funcionam
e como o afetam. O grau de repressão do entrevistado, de um certo modo, tem uma relação direta com o nível
de repressão do entrevistador.

Necessariamente, o entrevistado que fala muito não traz à tona aspectos relevantes das suas dificuldades. A
linguagem que é um meio de transmitir informação, mas poderá ser também uma maneira poderosa de se
evitar uma verdadeira comunicação (BLEGER, 1980). Nem sempre, uma carga emocional intensa significa
uma evolução no processo. O silêncio é uma expressão não-verbal que muitas vezes comunica bem mais que
as palavras. O silêncio é, geralmente, o fantasma do entrevistador iniciante. Ele pode ser também uma
tentativa de encobrir a faceta de um momento o qual o sujeito não consegue enfrentar. Castilho (1995) cita
uma série de tipos de silêncio que são comuns nas dinâmicas de grupo, mas que também ocorrem, com
bastante frequência, no processo de entrevista, etc. Para ilustrar foram destacados alguns tipos de silêncio:

- Silêncio de Tensão – É a expressão da ansiedade. Facilmente observado através da postura corporal tensa
ou inquieta do entrevistado, da sua respiração ofegante, do tamborilar dos dedos, etc.;
- Silêncio de Medo – Deixa o entrevistado petrificado, na sua tentativa de fugir de uma situação
psicologicamente ameaçadora. Esse silêncio suscita muita tensão e, como consequência, forte descarga
psicossomática;
- Silêncio de Reflexão – Surge normalmente após a intervenção do entrevistador, ou logo após um feedback,
ou mesmo depois de o entrevistador ter passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de
tensão, há um recolhimento introspectivo de elaboração mental;
- Silêncio de Desinteresse – O indivíduo perde o foco da atenção, camufla resistência, se desinteressa pela
situação externa porque interiormente ela o atinge.

9.1) A Ansiedade na Entrevista

A ansiedade é parte da existência humana, todas as pessoas a sentem em grau variado, por vezes consiste
em uma resposta adaptativa do organismo (SIERRA, 2003). Para Bion (apud ALMEIDA & WETZEL, 2001), se
duas pessoas estão numa sala de análise sem angústia, não está havendo análise (p.272). Calligaris (apud
GOLDER, 2000), percebe que em todo encontro, o outro está imediatamente implicado enquanto “semelhante
imaginário”, o que se busca primeiro é uma tela, uma espécie de cumplicidade que supõe um sentido comum
ao que estamos dizendo(p.151). Desse modo, a ansiedade é um indicativo do desenvolvimento de uma
entrevista, e deve ser controlada pelo entrevistador, a sua própria, e a que aparece no entrevistado.

Durante a situação de entrevista, tanto à ansiedade quanto os mecanismos de defesa do entrevistado podem
aumentar, não somente devido a esse novo contexto externo que ele enfrenta, mas também devido ao perigo,
em potencial, daquilo que desconhece em sua  personalidade. O contato direto com seres humanos, coloca o
técnico diante da sua própria vida, saúde ou doença, conflitos e frustrações. Considerando que o entrevistador
é um agente ativo na investigação, sua ansiedade torna-se um dos fatores mais difíceis de lidar. Em sua tarefa,
o psicólogo pode oscilar facilmente entre a ansiedade e o bloqueio, sem que isto o perturbe, desde que possa
resolver na medida em que surja.

Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido, e o investigador deve ter a
capacidade para tolerá-la, assim, poderá manter o controle da situação. Há casos em que o investigador,
devido aos seus bloqueios e limitações, se vê oprimido pela ansiedade, e recorre a mecanismos de defesa
para se sentir seguro, e assim, elimina a possibilidade de uma investigação eficaz, uma vez que conduz a
entrevista de maneira estereotipada. Um outro problema frequente diz respeito a uma certa compulsão do
entrevistador focalizar seu interesse ou encontrar perturbações exatamente na esfera que ele nega os seus
próprios conflitos.
A manipulação técnica, de toda ansiedade, deve ser realizada com referência a personalidade do entrevistado,
e o nível de timing (sincronização e ajustamento) que se tenha estabelecido na relação. Toda interpretação fora
desse contexto implica em agressão ao paciente ou entrevistado. Cabe ao psicólogo saber calar, na proporção
inversa da sua vontade compulsiva de interferir. Nessa ótica, Almeida & Wetzel (2001, p.271) dizem que a
interpretação algumas vezes vem de um desejo de intervenção com a finalidade de eliminar angústias (perda
de continência), instados pela situação e autorizados pelo setting (grifo dos autores).

Segundo Piaget (apud GIL, 1999), o bom entrevistador deve reunir duas qualidades: saber observar (não
desviar nada, não esgotar nada); saber buscar (algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho,
uma teoria, verdadeira ou falsa, para controlar) (grifo do autor). Douglas (apud FODDY, 2002) corrobora com
essa ideia quando afirma que entrevistar criativamente é ter determinação atendendo ao contexto, em vez de
negar, ou não conseguir compreender. O que se passa numa situação de entrevista é determinado pelo
processo de perguntas e respostas, a entrevista criativa agarra o imediato, a situação concreta, tenta perceber
de que modo esta afetação vai sendo comunicada e, ao compreender esses efeitos, modifica a recepção do
entrevistador, aumentando, assim, a descoberta das verdades3.

9.2) Transferência e Contratransferência

a) Transferência

Freud (1914-1969) entende que a transferência é (...) apenas um fragmento da repetição e que a repetição é
uma transferência do passado esquecido (...) para todos os aspectos da situação atual (p.166). A transferência
é designada pela psicanálise como um processo através do qual os desejos inconscientes se atualizam sobre
determinados objetos, num certo tipo de relação estabelecida, eminentemente, no quadro da relação analítica.
A repetição de protótipos infantis vividos com um sentimento de atualidade acentuada. Classicamente a
transferência é reconhecida como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento psicanalítico, pois
são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e a sua resolução que as caracteriza
(LAPLANCHE & PONTALIS, 2004).

A transferência e a contratransferência são fenômenos que estão presentes em toda relação interpessoal,
inclusive na entrevista. Na transferência o entrevistado atribui papéis ao entrevistador, e se comporta em
função dos mesmos, transfere situações e modelos para a realidade presente e desconhecida, e tende à
configurar esta última como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002), repetindo
transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da lembrança que temos acesso á história
[...] Por meio da transferência é forjado num lugar intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que
o drama humano possa ter um desfecho (p.78).

A articulação do conceito de “momento sensível”(grifo da autora) passa pelo  posicionamento do terapeuta.


Esse instante preciso determina os mecanismos que instalam a transferência. Com efeito, é o momento em
que uma relação de trabalho se torna possível. A abertura ao outro, a espera de ajuda vinda do exterior é forte
e expõe o paciente tanto ao melhor quanto ao pior dessa interação (GOLDER, 2000).

Nessa perspectiva, Gilliéron (1996) diz que todo paciente procura obter alguma coisa do terapeuta. Ele não
busca apenas a cura de um sintoma, mas também certa qualidade de relação (p.14). O entrevistado revela
aspectos irracionais ou imaturos de sua personalidade, seu grau de dependência, sua onipotência e seu
pensamento mágico. As transferências negativas e positivas podem coexistir num mesmo processo, embora,
quase sempre com predomínio relativo, estável ou alterado, de uma delas. Segundo Sang (2001), é a situação
analítica e não a sua pessoa o que levou a paciente a se apaixonar por ele, isto é, que o amor de transferência
é essencialmente impessoal. [...] o analista não deve nem reprimir nem satisfazer as pretensões amorosas da
paciente. Deve sim, tratá-las como algo irreal (pp.319-20). No que é confirmado por Yalom (2006), quando diz
que os sentimentos que surgem na situação terapêutica geralmente pertencem mais ao papel que à pessoa, é
um equívoco tomar a adoração transferencial como um sinal de sua atratividade ou charme pessoal irresistível
(p.175).
b) Contratransferência

Na contratransferência emerge do entrevistador reações que se originam do campo psicológico em que se


estrutura a entrevista. Porém, se constitui, quando bem conduzida, num indício de grande significação e valor
para orientar o entrevistador no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e um alto grau
de equilíbrio mental, para que possa ser utilizada com validade e eficiência. Na contratransferência, salienta
Gilliéron (1996), as emoções vividas pelo analista são consideradas reativas às do paciente, vinculando-se,
portanto, ao passado deste último, e não dizendo respeito diretamente à pessoa do analista.
Manfredi (apud ZASLAVSKY & SANTOS, 2005, p.296), distingue cinco tendências de abordagens desta
questão:

1 - A contratransferência não é mais considerada como uma criação unicamente do paciente, por ignorar a
transferência do analista;
2 - É problemático diferenciar a contratransferência normal da patológica (os dados à disposição do analista
não permitem, quase sempre, uma diferenciação);
3 - A tolerância à contratransferência já seria suficiente, dada, aqui, a dificuldade da diferenciação dos
sentimentos envolvidos na dupla;
4 - Devia-se, mais sábia e humildemente, fazer também a rota inversa: procurar no paciente, e não só procurar
no analista;
5 - A questão do confessar ou não, ou confessar/revelar até quando/quanto, os sentimentos
contratransferenciais despertados.

X – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que o instrumento Entrevista Psicológica, de fato, se efetive como auxiliar no trabalho do psicólogo, não é
o bastante a sua compreensão ou domínio teórico e técnico que fundamenta e norteia sua prática, mas
também de experiências que são adquiridas em rollyplays através de estágio, supervisão; laboratório ou
oficinas de sensibilidade. É preciso desenvolver a sensibilidade para entrevistar, aprender ser empático, saber
lidar com a própria subjetividade e com a subjetividade do outro (entrevistando), facilitando assim que seu
universo, um tanto livre das “ameaças”, se descortine. O entrevistador precisa adquirir à habilidade da
“dissociação instrumental”, e ser capaz de adentrar esse universo, sem juízo de valor, sem preconceito, para
que assim possa estar com o Outro, conhecer, não temer, se perder e se achar e, finalmente, voltar à realidade
do contexto. E agora, de posse de sua bagagem técnica tecer suas observações, ponderações e
considerações, de modo axiomático, considerado que a utópica da neutralidade sempre deverá ser perseguida.
Os princípios éticos serão avivados em cada encontro, e nenhum instrumento poderá adquirir uma aura de
prevalência sobre a pessoa do entrevistado, que é mais importante e assim deve ser respeitado. O que não
significa ser “meloso”, por demais solicito, muito menos autoritário. O entrevistador deve habilitar-se em se
inscrever na virtualidade da distância e proximidades ótimas que o trabalho possa fluir. Ser a pessoa na figura
do profissional imbuído da intenção singular de realizar uma atividade sem perder sua essência humana.
Nesse investida, é fundamental que o profissional se “conheça”, e que faça de rotineiras as reflexões sobre
suas atitudes, postura e comportamento, bem como de que tenha também flexibilidade em reformulá-los,
quando a necessidade aponte. Muito do trabalho do psicólogo certamente vem em consequência do auto
“mergulho” que lhe dará a base na qual se apoiam à sua atuação e intervenção com toda transparência.

NOTAS

1 - Expressão usada na psicanálise para designar o modo de relação do sujeito com seu mundo, relação que é
resultado complexo e total de uma determinada organização da personalidade, de uma apreensão mais ou
menos fantasística dos objetos e de certos tipos de defesa (LAPLANCHE & PONTALIS, 2004).
2 - Yalom (2006), diz que os terapeutas têm jeitinhos ardilosos, e se pergunta o que os terapeutas fariam sem
recorrer ao recurso do “eu me pergunto”? “Eu me pergunto o que o impede de agir em relação a uma decisão
que parece que você já tomou”.
3 - Para Nietzsche, “Não existe verdade, só existe interpretação” (apud YALOM, 2006).
XI - REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R. M. F & WETZEL, S. G. Quando o esperar é um à-toa muito ativo: apreensão dos fenômenos
emocionais na relação mãe-bebê, no observador e no pequeno grupo de discussão. Revista ALTER (SPB).
Origens: mente e psicanálise. v. XX, Brasília-DF, n. 2, dez de 2001.
BLEGER, José. Temas de psicologia: entrevista e grupos. Trad. Rita M. de Moraes. São Paulo: Martins Fontes,
1980.
CASTILHO, Áurea. A dinâmica do trabalho de grupo. 2 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark ed, 1995.
CUNHA, Jurema Alcides e cols. Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
FIORINI, Hector J. Teoria e técnica de psicoterapias. Trad. Carlos Sussekind. 7 ed. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1987.
FODDY, William. Como Perguntar: Teoria e prática da construção de perguntas em entrevistas e questionários.
2 ed. Trad. Luís Campos. Oeiras-PT: Celta, 2002.
FREUD, Sigmund (1914).  Repetir, recordar e elaborar. Trad. J.O.A. Abreu. v. XII. Rio de Janeiro: Imago, 1969.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GILLIÉRON, Edmond. A primeira entrevista em psicoterapia. Trad. M. S. Gonçalves & A. U. Sobral. São Paulo:
Loyola, 1996.
GORI, C. Andréa. Forças Indômitas: considerações teóricas sobre a transferência em um fragmento de ópera.
Revista Psicanálise e Universidade, n. 16, São Paulo, abr de 2002.
GOLDER, E. M. Clínica da primeira entrevista. Trad. P. Abreu. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
LAPLANCHE & PONTALIS. Vocabulário da psicanálise. 4 ed. Trad. P. Tamen. São Paulo: Martins Fontes,
2004.
PINHEIRO, O. G. Entrevista: uma prática discursiva. In: Práticas discursivas e produção no cotidiano:
aproximações teóricas e metodológicas. SPINK, M. J. P. (Org.). 3 ed. São Paulo: Cortez, 2004.
RIBEIRO, J. Ponciano. Teorias e técnicas psicoterápicas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1988.
SANG, E. René. Sobre o amor de transferência: um caso clínico. Revista ALTER (SPB). Origens: mente e
psicanálise. v. XX, Brasília-DF, n. 2, dez de 2001.
SCHEEFFER, Ruth. Aconselhamento psicológico. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1977.
SIERRA, Juan Carlos. Ansiedad, angustia y estrés: três conceptos a diferenciar. Revista Mal-Estar e
Subjetividade. v. II, n. 1, Universidade de Fortaleza, mar de 2003.
YALOM. Irvin D. Os desafios da terapia: reflexões para pacientes e terapeutas. Trad. Vera de Paula Assis. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2006.
ZASLAVSKY, Jacó & SANTOS, M. J. P. Contratransferência em psicoterapia e psiquiatria hoje. Revista de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul. v. 27, n. 3, set/dez de 2005.

Você também pode gostar