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Lição 05: “Falsa doutrina na igreja”

(Fidelidade às Escrituras em tempos de apostasia)

Texto Áureo: 1 Timóteo 1-16

ORAÇÃO

Introdução

O Apóstolo Paulo, depois de falar sobre as qualificações dos líderes da igreja, volta sua atenção para o
caráter e a obra do próprio ministro em um contexto venenoso de influência dos falsos
mestres.
O Capitulo 3 termina afirmando que a igreja é a coluna e baluarte da verdade (3.15 LER) e o capítulo 4
começa dizendo que os falsos mestres estão entregues a mentira.

Dividiremos o texto em duas partes:

I. O Perigo das falsas doutrinas – VS 1-5

II. O valor da sã doutrina – VS 6-16

Vamos ao texto:

I. O Perigo das falsas doutrinas – VS 1-5

As falsas doutrinas têm um poder mais destrutivo que a perseguição.

Primeiro – O tempo em que as falsas doutrinas surgem – VS 4.1a LER

O Espírito Santo havia inspirado Paulo em sua saída de Éfeso a alertar os presbíteros acerca da
chegada dos falsos mestres:

“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não
pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas,
para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não
cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.”
Atos 20:29-31 (LER)

Agora o Espirito Santo leva Paulo a alertar Timóteo, pastor da igreja de Éfeso, de que esse tempo
chegaria e que o resultado seria a apostasia de alguns.

O Mesmo Espírito que revelou a Palavra da verdade desvenda o poder e intento dos espíritos
opositores e aliciadores.

O Espirito Santo revela tanto o mistério de Deus como a mentira do mal.

A Igreja precisa buscar os melhores dons e na atualidade precisamos buscar sabedoria e discernimento
de espírito.
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A expressão “Tempos do fim” revela não somente um tempo escatológico do fim, mas toda era da
igreja que desde os tempos de Paulo e Timóteo, enfrenta os falsos mestres (Hereges). E culminará na
apostasia final e manifestação do homem da iniquidade (2Ts 2.), O anticristo.

Segundo – A fonte da qual procedem as falsas doutrinas – VS 4.1b LER

Quem está por trás das heresias são os espíritos enganadores, os próprios demônios.

SEGUNDO PAULO, OS FALSOS MESTRES SÃO INSPIRADOS PELOS DEMÔNIOS.

Satanás não é só tentador, mas enganador também.

Os falsos mestres são escravizadores dos homens e difamadores de Deus. Eles proíbem o que Deus
ordena e impões restrições que Deus nunca fez.

Terceiro – O resultado que as falsas doutrinas promovem – VS 1a LER

A Apostasia (divórcio).

É o abandono deliberado da verdade da fé cristã.

Os falsos mestres promovem a apostasia e engrossam as fileiras das seitas, muitos estão infiltrados nas
igrejas, lecionando e subindo aos púlpitos, destilando seu veneno mortal.

Quarto – A atitude com que os falsos mestres promovem as falsas doutrinas – VS 2 LER

Os falsos mestres são como atores, representam o que não são. Possuem não penas um ensino
errado, mas uma motivação errada, não apenas uma teologia falsa, mas também uma vida torta.

A consciência deles esta cauterizada, anestesiada, eles não tem sensibilidade espiritual!

Eles perderam o amor a Deus e não sentem mais tristeza pelo pecado.

A Palavra grega kauteriazo, traduzida por cauterizada, trás a ideia de “marcar com ferro quente” como
era feito no passado com os escravos e hoje é feito com o gado, deixando o queimado insensível.

“Sempre que alguém afirma com os lábios o que nega com a vida, a consciência (deste) fica
amortecida.”
Warren Wiersbe

Quinto – As distorções que as falsas doutrinas provocam – VS 3-5 LER

Os falsos mestres da época eram adeptos do gnosticismo (ainda embrião no primeiro século).

O Gnosticismo – Uma união do judaísmo radical com a filosofia grega (Dualista).

Essa heresia devastou a igreja nos séculos II e III.

Consideravam a matéria essencialmente má, por isso negavam as doutrinas da CRIAÇÃO, DA

ENCARNAÇÃO E DA RESSURREIÇÃO.

Oscilavam entre o ascetismo e a libertinagem.

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Estavam proibindo o casamento e o consumo de alimentos. Porém Deus instituiu o casamento para a
propagação humana (Gn 1.28) e a comida para o sustento (Gn 9.3).

Deus instituiu o casamento – Gn 2.18; 2.24; Mt 19.3-12; 1 Co 7.1-24 (Só mencionar).

Portanto quando falsos mestres ensinam que é errado casar-se, estão se rebelando abertamente
contra a Palavra de Deus e atacando o que Deus ordenou.

Deus já havia ordenado que tudo que se move e vive, isso seria como alimento – Gn 9.3 LER

 Jesus ensinou que todos os alimentos são puros – Marcos 7.14-23;

 Pedro precisou ser ensinado por Deus – Atos 10;
 Reafirmado por Paulo – 1 Co 10.23-33;
 Os fracos se abstém de alimentos e comem só legumes – Rm 14.1-2.

Devemos transformar nossas refeições numa expressão de culto a Deus – 1 Co 10.31 LER

Hoje, quais religiões proíbem o casamento (celibato) e exige abstenção de alimentos?

Segundo Paulo de onde vem a inspiração dessas religiões?

Hoje os grandes perigos que atacam a igreja brasileira e mundial:

 Ecumenismo (Catolicismo) (Adventismo);

 Teologia liberal;
 Humanismo;
 Auto ajuda.

Algumas dessas filosofias estão intrínsecas nos louvores que cantamos (infelizmente):

 Raridade – Anderson Freire;

 Restitui – Davi Sacer;
 A minha fé, move a “mão de Deus”...

II. O valor da sã doutrina – VS 6-16

Paulo contrasta o falso mestre com o verdadeiro pastor e mostra qual é o papel do pastor que vela
pela verdade e cuida do rebanho de Cristo.

Primeiro – A atitude do Pastor em relação às falsas doutrinas – VS 6-7a

O Pastor e o que ensina, deve se posicionar em relação aos falsos mestres e seus ensinos perigosos. O
que ele deve fazer?

1. Alertar a igreja sobre os engodos das falsas doutrinas e da apostasia (“Expondo estas coisas
aos irmãos, serás bom ministro de Cristo”). VS 6a

A maioria dos líderes não gosta de combater as heresias, pois dá muito trabalho.
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Alguns dizem que doutrinas dividem e que o que importa é o amor. E que deveríamos falar do
que nos une.
Esses não podem ser chamados de bons ministros (gr. Diakonos) de Cristo.
Diákonos = mordomo, aquele que serve o que o seu Senhor ordena.

2. Seguir a sã doutrina. VS 6b

A Palavra “criado” do grego entrepho = Nutrir, alimentar (Alimentado), usado como metáfora
para educar, formar a mente.

O Bom ministro de Cristo deve:

 Primeiramente se alimentar da Palavra, depois ele alimentará o rebanho;
 Primeiro ele é um estudante que aprende, depois é o mestre que ensina;
 Primeiro ele debruça sobre os livros, depois se levanta diante da igreja para ensinar;

Ele é Apto para ensinar (1 Tm 3.2) Conforme aprendemos.

 Não podemos combater as heresias se não estivemos calçados com a sã doutrina.

 Não podemos combater o erro se não estivermos comprometidos com a verdade.

Cabe ao bom ministro de Cristo:

 Combater a mentira e promover a verdade;
 Denunciar as heresias e anunciar o Evangelho;
 Desmascarar as falsas doutrinas e desenrolar a sã doutrina.

Este está continuamente se esmerando na Palavra, aprendendo todo dia.

3. Rejeitar as fábulas. VS 7a

Os falsos mestres gostam de introduzir novidades estranhas.

 Fábulas - certamente histórias criadas judaicas e gregas que apontavam os
ensinamentos gnósticos
 Velhas caducas - Uma preparação para o próximo capítulo – Viúvas que gostavam de
disseminar essas fábulas.

Segundo – O compromisso do pastor com a piedade (Reverência) pessoal. VS 7b e 8

Piedade do gr. eusebeia = reverência, respeito, fidelidade a Deus, religiosidade. 15 ocorrências NT

Trata-se de um conceito importante nesta epístola. 13 nas cartas pastorais

9 em 1 Timóteo
O ministro é um homem que:

 Precisa ter consciência de quem ele é e de quem ele depende;

 Precisa ter a consciência de quem são as ovelhas e de quem é o pasto (Alimento);
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 Precisa ter a reverência ao seu Senhor (Sua vida é a vida do seu ministério);
 Precisa ter a consciência que também é ovelha.

Aqui não há nenhuma apologia ao não exercício, apenas é dado a importância maior ao exercício da
piedade.

Terceiro – A atitude do ministro em relação à obra de Deus. VS 9-11

O Ministério é uma vocação para o trabalho e não uma plataforma de privilégios.

O ministro não deve ser indolente e preguiçoso, mas deve lutar por seu serviço de levar almas a
Cristo, a fim de que recebam vida, nesta vida e na que há de vir (VS 8b).

Os falsos mestres pregavam uma mensagem seletiva. Somente alguns teriam a salvação através de
um conhecimento esotérico e místico. Agora Paulo está refutando esse ensino, dizendo que a salvação
é para todos VS 10b.

Obviamente Paulo não está ensinando aqui o universalismo (outra heresia que ronda a igreja atual),
mas que o sacrifício de Jesus é suficiente para salvar a toda humanidade, mas eficaz apenas para salvar
os que crerem.

Quarto – O Compromisso do ministro de ser exemplo para os fiéis. VS 12

Timóteo era jovem, tímido e doente. Por isso algumas pessoas em Éfeso estariam inclinadas a
desprezá-lo. Então Paulo desafia o jovem pastor a não ficar desanimado, mas a se erguer como um
modelo de maturidade espiritual para os fiéis.

Existem dois tipos de liderança = Imposta ou Adquirida.

O Líder Cristão não pode ser um dominador do rebanho, mas seu modelo.

LER -1 Pedro 5.1-3

Ele lidera não pela força, mas pelo exemplo.

Esta ordem de Paulo dada a Timóteo, não significa que Timóteo deveria colocar a si mesmo em um
pedestal e se considerar imune as Criticas. Ao Contrário, Paulo está dizendo que ele não deveria dar
nenhum motivo para alguém condená-lo.

Paulo elenca cinco áreas em que Timóteo (e todos os ministros de Cristo) deveria ser exemplo
(VS 12b):

1) Na Palavra.
O ministro (líder espiritual) não pode tropeçar na própria língua. Seu linguajar precisa ser puro,
e suas palavras precisam ser “verdadeiras” e “oportunas”.

Ele Não pode ser precipitado ao falar

“Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio
para se irar.”
Tiago 1:19
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A Palavra grega usada aqui para “palavra” é logos.

O ministro também deve ser exemplo na anunciação da Palavra de Deus.

2) No Procedimento.
A vida do líder é a vida do seu ministério, da sua liderança.

Ele deve ser irrepreensível na conduta em contraste com os falsos mestres que professam
conhecer a Deus e o negam com suas obras - Tito 1.16 LER

Quem confessa a Deus somente com os lábios, negando-o com as obras, contribui para que o
nome de Deus seja blasfemado.

3) No amor.
A palavra grega aqui é ágape – Amor abnegado (perfeito).
O verdadeiro ministro ama incondicionalmente. Impossível ter um chamado se não ama as
almas.
O Amor abnegado, tudo suporta.
Ama com paciência a alma que acabou de se converter, busca aperfeiçoá-la até poder entrega-
la ao Senhor como ovelha mansa e obediente.
4) Na fé.
O líder espiritual precisa ter uma fé sem fingimento. Deve confiar em Deus e ser fiel a ELE!

A fé é a indestrutível fidelidade a Cristo, não importando o que isso lhe custe. É uma
fidelidade a Cristo que desafia as circunstâncias.
5) Na pureza.
Éfeso era um centro de impureza sexual, e o jovem Timóteo enfrentava com certeza toda sorte
de tentação, por isso seu relacionamento com as mulheres deve ser puro (5.2 - Aula do
professor Ângelo).

A Palavra grega traduzida por pureza é hagneia, e vai além da castidade em matéria de sexo,
mas também a inocência e a integridade de coração. Refere-se a pureza no ato do pensamento.

Quinto – O Compromisso do Ministro m relação às Escrituras – VS 13-15

Em relação à Palavra, Timóteo (e todos os ministros) deveria tomar três medidas.

1) A leitura Pública das Escrituras. VS 13

(1 Ler; 2 Exortar; 3 Ensinar).
 A Palavra precisa ser lida nos cultos Públicos (Exemplo Neemias 8.8);
 O que segue a leitura é a exortação – Que é um encorajamento e sugere a aplicação da
Palavra à vida das pessoas;
 O ensino tem a ver com a exposição sistemática das verdades eternas, instruindo o
povo na verdade, alertando-os contra as heresias e os falsos mestres.
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Ler, explicar e aplicar o texto das Escrituras é a essência da pregação expositiva.

2) O exercício do seu dom Espiritual. VS 14

A palavra grega traduzida por dom aqui é carisma, denota um revestimento especial do
espírito, algo dado por Ele para aquilo que é útil, para a edificação do corpo. Esse dom capacita
o ministro a desempenhar sua função na comunidade.

Deus é quem capacita seus filhos ao serviço dando-lhe o dom, mas esse dom pode e deve ser
desenvolvido.

3) O progresso Espiritual. VS 15
A inspiração passa pela transpiração.

“A mente do obreiro precisa estar imersa no esforça em fazer a obra de Deus como o seu corpo
está imerso no ar que respira.”
Fritz Rienecker

Timóteo (E todo obreiro de Cristo) deveria concentrar exclusivamente seus esforços em ser um
exemplo a ser seguido pelos fiéis.
Ele precisava expor e ensinar a Palavra publicamente, incentivando os irmãos a viver segundo seus
ensinamentos;
Ele precisava exercer (exercitar) seu dom espiritual dado por Deus;

As pessoas deveriam ver não apenas a sua dedicação, mas também o seu constante progresso.

Sexto – O compromisso do bom ministro de Cristo de preservar a ortodoxia e a piedade. VS 16

Duas coisas que o ministro deve se dedicar: Sua vida e a sã doutrina.

Paulo orienta a Timóteo a cuidar primeiro dele depois da Doutrina, não como dando maior
importância a si mesmo, mas como alguém que precisa estar saudável para socorrer e ensinar os
doentes.

Um bom exemplo é um avião em alta turbulência e com risco de despressurização. Mesmo que seu
filho pequeno esteja ao seu lado, você deve por primeiro a máscara em ti e depois nele, pois um adulto
tem melhor condições de gerir um momento critico e precisa estar respirando para não desfalecer e
agir.

Paulo deu o mesmo conselho aos presbíteros em Éfeso. Atos 20.28

Aqui fica subentendido que a salvação depende da sã doutrina, de que a ortodoxia precisa ser
acompanhada da ortopraxia, que sem isso, não há salvação.

E que o Bom ministro de Cristo está imerso na apologia bíblica, trabalhando

assiduamente para que nenhuma alma se perca por ventos de doutrina.