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RESUMO
Fundo: Diversas ferramentas cognitivas foram desenvolvidas com o objetivo de diagnosticar a demência. A bateria
cognitiva do Exame Cognitivo de Addenbrooke - Revisado (ACE-R) tem sido usada para detectar comprometimento
cognitivo; no entanto, existem poucos estudos incluindo amostras com baixa escolaridade. O objetivo do estudo foi
fornecer normas ACE-R para idosos de nível inferior, incluindo analfabetos. Um objetivo adicional foi examinar a
precisão do ACE-R para detectar demência e comprometimento cognitivo sem demência (CIND).
Métodos: Dados originados de estudo epidemiológico realizado no município de Tremembé, Brasil. A versão
brasileira do ACE-R foi aplicada como parte da avaliação cognitiva em todos os participantes. Dos 630 participantes,
385 foram classificados como cognitivamente normais (CN) e incluídos no conjunto de dados normativos, 110
indivíduos foram diagnosticados com demência e 135 foram classificados como tendo CIND.
Resultados: As normas ACE-R foram fornecidas com a amostra estratificada em faixas de idade e escolaridade. Os escores
totais do ACE-R variaram significativamente de acordo com a idade, educação e sexo. Para distinguir NC de demência, um
corte de 64 pontos foi estabelecido (sensibilidade 91%, especi fi cidade 76%) e para diferenciar NC de CIND o melhor corte foi
de 69 pontos (sensibilidade 73%, especi fi cidade 65%). Os pontos de corte variaram de acordo com o nível educacional.
Conclusões: Este estudo oferece parâmetros normativos e de acurácia para idosos com menor escolaridade e deve
ampliar a utilização do ACE-R para esse segmento populacional.
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
https://doi.org/10.1017/S1041610217000734
2 KG César et al.
Menon et al., 2014 ; Gonçalves et al., 2015 ) O ACE-R tem Vinte por cento dos domicílios com indivíduos com 60
sido usado para detectar o comprometimento cognitivo anos ou mais foram selecionados aleatoriamente em
associado a diferentes doenças neurológicas, como a cada setor censitário. Ao todo, participaram 701
doença de Parkinson (Rittman et al., indivíduos residentes em áreas urbanas e 37
2013 ), esclerose múltipla (Connick et al., 2013 ), residentes em áreas rurais. Mais detalhes sobre
Doença de Huntington (Begeti et al., 2013 ), doença amostragem e teste podem ser encontrados em Cesar
vascular subcortical (Gonçalves et al., 2015 ), e et al. ( 2016 ) O ACE-R foi um dos instrumentos
derrame (Burton et al., 2015 ) utilizados neste estudo.
Prevê-se que a prevalência de demência aumente A amostra do presente estudo incluiu 630 idosos,
nas próximas décadas de forma mais significativa em sendo 385 classificados como cognitivamente normais
países de média e baixa renda (Prince et al., 2013 ) Na (NC), 135 como CIND e 110 como portadores de
América Latina, uma maior prevalência de demência demência. Entre os pacientes com demência, sete não
foi identi fi cada entre adultos mais velhos mais jovens conseguiram completar o ACE-R. Portanto, para este
(Nitrini et al., 2009 ) e acredita-se que essa descoberta grupo em algumas análises, a amostra foi reduzida
esteja associada a níveis educacionais mais baixos e para 103 participantes.
reserva cognitiva mais comumente encontrada nesta
região do mundo. No Brasil, particularmente, estudos Avaliação
epidemiológicos relataram que a prevalência de
Este foi um inquérito transversal de fase única, em
demência é significativamente maior entre os
que toda a avaliação incluiu anamnese, exame
analfabetos ou com exposição limitada à educação
físico e neurológico, avaliação cognitiva, avaliação
formal. Portanto, em países como o Brasil,
psiquiátrica e funcional. O protocolo foi concluído
ferramentas cognitivas que possam identificar
em uma única visita. A versão brasileira do ACE-R
demências em contextos de escolaridade heterogênea
foi aplicada como parte da avaliação cognitiva em
são extremamente necessárias.
todos os participantes. Reconhecemos que uma
O ACE-R foi traduzido para o português brasileiro e
versão mais nova deste instrumento foi proposta
adaptado para a cultura brasileira (Carvalho e
recentemente (ACE-III), ainda, não estava
Caramelli, 2007 ) As pontuações de corte para AD
disponível quando o estudo foi planejado e até esta
foram relatadas para idosos com menos de 11 anos de
data não foi validado para uso no Brasil (Hsieh et al.,
escolaridade e 11 ou mais anos (Carvalho
et al., 2010 ) Em estudo posterior, dados
2013 ) A escolaridade era definida pelo número de
normativos foram publicados apenas para idosos
anos de escolaridade alcançados, e os indivíduos eram
com quatro ou mais anos de escolaridade (Carvalho
considerados analfabetos quando se descreviam
e Caramelli, 2012 ) sem analfabetos. Portanto, o
como analfabetos ou possuíam menos de um ano de
uso do ACE-R na prática clínica e em pesquisas com
estudo e, em ambos os casos, também eram
idosos com baixa ou nenhuma escolaridade
incapazes de ler a frase "feche os olhos" do MMSE.
(aproximadamente 20% analfabetos e 50% com um
a cinco anos de escolaridade, Neri et al., 2013 ) foi
dificultado pela falta de dados normativos Diagnoses
adequados para este segmento da população. Os diagnósticos foram estabelecidos em reuniões de
Portanto, o primeiro objetivo do presente estudo consenso por dois neurologistas especializados em
foi fornecer normas do ACE-R para idosos com neurologia cognitiva. Os participantes foram classificados
maior escolaridade, incluindo analfabetos e com como CN, CIND ou demência.
menos de quatro anos de estudo. O impacto da A demência foi diagnosticada com base em critérios
idade, educação e sexo nos escores ACE-R foi clínicos atualizados pelo National Institute on Aging (NIA)
avaliado. Um objetivo adicional foi avaliar a de acordo com os critérios de McKhann et al.
precisão do ACE-R para detectar demência e CIND. ( 2011 ) para o diagnóstico de demência generalizada e
nas recomendações da Academia Brasileira de
Neurologia (Frota et al., 2011 ) Para o diagnóstico de
Métodos demência, o indivíduo deve ter queixa cognitiva, história
clínica consistente com declínio cognitivo, testes
Participantes cognitivos abaixo das pontuações de corte ajustadas pela
Este estudo foi um estudo epidemiológico educação em pelo menos dois domínios (dois domínios
transversal, no qual foram realizadas visitas cognitivos ou um cognitivo mais comportamental) e
domiciliares no município de Tremembé, localizado pontuações altas em o Questionário de Informante sobre
no Estado de São Paulo, a cerca de 140 km da Declínio Cognitivo em Idosos (IQCODE) (Jorm,
capital do estado. O objetivo principal do estudo foi 1994 ; Perroco et al., 2009 ) e no Questionário de
estimar a prevalência de deficiência cognitiva. Atividades Funcionais (FAQ) (Pfeffer et al.,
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
https://doi.org/10.1017/S1041610217000734
Dados normativos e de precisão do ACE-R no Brasil 3
Tabela 1. As pontuações médias do ACE-R de acordo com a idade, educação, sexo com a amostra em grupos de diagnóstico
estratificada do estudo epidemiológico Tremembé
Amostra total 73,5 (15,4) n = 385 59,3 (15,6) n = 135 42,6 (17,3) ∗ n = 103
Idade (y)
60-69 n = 304 76,9 (14,6) n = 228 60,8 (13,5) n = 52 48,3 (20,6) n = 24
70-79 n = 215 70,8 (14,5) n = 116 61,7 (14,8) n = 57 45,9 (14,9) n = 42
≥ 80 n = 104 62,3 (16,3) n = 41 p 50,8 (18,7) n = 26 p = 35,2 (15,3) n = 37 p =
<0,001 0,007 0,004
Educação (y)
0 n = 86 45,9 (10,2) n = 46 38,5 (9,9) n = 21 28,9 (7,2) n = 19
1-3 n = 180 65,9 (10,2) n = 87 55,9 (10,6) n = 45 43,0 (15,7) n = 48
4-7 n = 213 76,6 (9,1) n = 140 63,7 (11,8) n = 47 50,5 (16,4) n = 26
8-11 n = 83 84,6 (6,8) n = 64 73,0 (11,0) n = 13 41,5 (24,4) n = 6
≥ 12 n = 61 90,1 (4,9) n = 48 p 82,1 (5,2) n = 9 p 53,5 (29,7) n = 4 p
<0,001 <0,001 <0,001
Sexo
Mulheres n = 393 72,2 (15,3) n = 253 55,5 (14,9) n = 82 39,9 (16,5) n = 58
Homens n = 230 76,1 (15,5) n = 132 p = 65,1 (15,0) n = 53 p 46,0 (17,9) n = 45 p =
0,020 <0,001 0,077
CN = cognitivamente normal; CIND = Comprometimento cognitivo, não demência; SD = desvio padrão; y = anos; n = número de participantes;
ACE-R = exame cognitivo de Addenbrooke revisado; valor p refere-se a ANOVAs, ∗ todos os grupos diferem = p <0,001.
1982 ) Os testes cognitivos considerados para o e sexo. Os escores do MMSE também foram comparados
diagnóstico foram o MEEM (Folstein et al., usando ANOVAs. A signi fi cância foi fixada em p <0,05. A
1975 ; Brucki et al., 2003 ), a recordação atrasada precisão do diagnóstico foi avaliada com análises de
do Teste de Memória da Figura da Bateria de curva operacional do receptor (ROC), que forneceram
Triagem Cognitiva Breve (Nitrini et al., 1994 ), e o pontuações para a área sob a curva, sensibilidade e
teste de fl uência verbal semântica (Caramelli et al., pontuações de especificidade. Os escores do ACE-R
2007 ) Indivíduos que pontuaram abaixo dos pontos de corte também foram divididos de acordo com o nível
no Teste do Desenho do Relógio também foram discutidos educacional: maior ou igual a cinco anos ou menor que
nas reuniões de consenso. cinco anos. Para obter os pontos de corte, foi escolhida a
O diagnóstico de critério de CIND foi baseado no média mais alta, calculada entre os valores de
histórico médico, desempenho em testes cognitivos sensibilidade e especificidade de acordo com o Youden-
(memória e / ou outros domínios cognitivos) abaixo dos Index (ele determina o ponto para o qual (sensibilidade +
pontos de corte ajustados pela educação - especificidade) é máximo).
independentemente da presença de uma queixa
cognitiva - e ausência de comprometimento funcional
(escores normais em ambos FAQ e IQCODE) (Petersen, Resultados
2011 ) Portanto, os escores ACE-R não foram
considerados para o estabelecimento do diagnóstico. Dados normativos
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Dos 630 participantes deste estudo, 385 foram
Universidade de São Paulo (protocolo 0378/09) e classificados como CN e incluídos nas presentes
estava de acordo com a Declaração de Helsinque de análises. Na amostra total, houve maior prevalência
1975. Além disso, os autores não têm conflito de de mulheres (65,7%), idosos entre 60 a 69 anos
interesse com quaisquer associações comerciais ou (48,3%) e baixa escolaridade (quatro a sete anos)
outras em relação ao submetido papel. (34,4%). No tabela 1 , Os escores médios do ACE-R
são apresentados de acordo com a idade,
escolaridade e sexo com a amostra estratificada em
Análise estatística grupos diagnósticos. Os escores totais do ACE-R
A análise estatística foi realizada usando SPSS variaram significativamente de acordo com a idade,
(Statistical Package for the Social Sciences) versão educação e sexo.
17.0. O teste ANOVA foi usado para comparar as médias mesa 2 apresenta normas para pontuações de subtestes ACE-
do ACE-R para a pontuação total e seus subtestes com a R estratificadas em grupos de educação e idade. As pontuações
amostra estratificada em grupos de idade, escolaridade, do subteste variaram significativamente de acordo com o
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
https://doi.org/10.1017/S1041610217000734
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en 6621 2 64 2 4 2 2 22 684 9 8 11 7 6 =4 - d
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6111 4 3 65 2 4 3 3 410 613 1 8 31 7 6 = 8- 1 r
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6111 5 4 62 06 5 4 711 61222 8 60 8 7 = ≥1
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1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 n -3 - re
N 5621 0 51 3 9 8 0 41 474 4 7 11 4 4 =1
O . 10.
1 .6 .7.0.5 . 760, 5
6 . .0,8
2 4 .8.0.3 uma torno
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1 1 2 1 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 n 0 c y
6711 2 61 3 2 1 2 41 593 7 8 21 7 6 = -47 - uma
.920. .0 .8.0.2 .9770 .3 .9 .0,71 .6.0.2 7 t uma
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66 22
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2 5. 2 1 1 1 1 1
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.930.
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.5 .740.
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.4 .2995 .1
612
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6121 4 3
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69 2 5 4
.0.0.3
4 810
. 9 00, 1
41222
. 2 .1
8 60 7 7
.7.0.1 = ≥1
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932 6 46 20 0 6 21 6337 7 92 2 2 =0
.2,5
5 .2 . 6 .0 . 4 .4430,9 . 8 .5,9
7 .2.0.0
1
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5721 1 49 49 8 0 22 284 6 8 11 5 4 =1
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1 g
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1 1 2 1 2 2 1 2 1. 1 1 1 1 1 1 n –7 8
5911 2 53 3 1 0 51 213 5 8 41 6 5 =4 0
.520. .1 .415. . 0 .3770,4 2 .5,57 .1.0.8
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1 6 .0 1 2 2 2 2 1 2 22 2 2 1 1 1 1 n s
6101 6 6 65 0 5 5 0 62 40 8 80 8 8 = 8- 1
.0.0 .7.5.5 . 880 .0
8 . . 02 .0
8 2 .0.0.0
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< < p∗
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0 0
1 1
6 KG César et al.
mediana
escores totais do ACE-R e do MMSE estratificados em
17,0
23,0
26,0
15.0
10,5
91,0
27,0
escolaridade e faixa etária, e variam signi fi
cativamente de acordo com a escolaridade. Tabela 4
≥ 12 ( n = 48)
apresenta escores totais e subdomínios do ACE-R e
1,3
2,3
1,4
1,5
1.8
4,9
1,3
SD
escores totais do MEEM, com a amostra estratificada
em diferentes níveis de escolaridade.
quer dizer
17,3
22,5
25,1
14,6
10,5
90,1
27,5
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
Dados de precisão
Análises ROC revelaram que o ACE-R tem alta precisão
mediana
para discriminar NC de demência com alta
sensibilidade (91%) e especificidade (76%) na amostra
17,0
21,0
25,0
14,0
10,0
86,0
27,5
total. Quando a amostra foi estratificada em dois
8-11 ( n = 64)
níveis educacionais (<ou ≥ cinco anos), a precisão foi
1,3
3,0
2,6
1,7
2.0
6,8
1,6
SD
maior para o grupo com maior escolaridade. A
precisão do diagnóstico ACE-R foi menor para
distinguir CN de CIND, com maior sensibilidade (73%)
mean
9,5
16,9
20,5
23,7
13,8
84,6
27,3
do que a especificidade (65%), mesmo no grupo com
ensino superior (ver Tabela 5 )
mediana
8,0
16,5
18,0
23,0
13,0
77,0
26,0
Discussão
4-7 ( n = 140)
educação (anos)
Este estudo teve como objetivo fornecer dados normativos
1,6
4,2
3,4
2,1
2.0
9,1
2.0
SD
para os escores totais e subdomínios do ACE-R para uma
faixa mais ampla de escolaridade, incluindo analfabetos. Um
quer dizer
SD = desvio padrão; y = anos; ACE-R = exame cognitivo de Addenbrooke revisado; MMSE = Mini Exame do Estado Mental.
segundo objetivo foi investigar a acurácia diagnóstica desse
7,8
16,1
17,9
22,2
12,6
76,6
26,0
instrumento em uma amostra heterogênea de idosos. Os
resultados indicaram que as pontuações do ACE-R são
significativamente influenciadas pela idade, educação e sexo.
mediana
6,0
15.0
15.0
19,0
11,0
66,0
24,0
para identificar demência e moderada precisão para
distinguir idosos normais de CIND.
1-3 ( n = 87)
1,9
4,4
4,1
2,1
1,9
2,6
10,2
Os resultados normativos destacam a importância de
SD
18,6
11,0
65,9
24,0
6,5
4,0
12,0
13,0
45,5
19,5
2,3
4,2
3,5
2,2
1,6
3,0
10,2
6,6
4,3
12,5
13,0
45,9
19,8
Habilidades viguoespaciais
MMSE
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
https://doi.org/10.1017/S1041610217000734
Dados normativos e de precisão do ACE-R no Brasil 7
Tabela 5. Pontuações de corte revisadas do exame cognitivo de Addenbrooke de acordo com grupos de diagnóstico e
nível de educação
CN = cognitivamente normal; CIND = Comprometimento cognitivo, não demência; AUC = área sob exame ve; ACE-R = Addenbrooke Cognitivo
atual revisado; PPV = valor preditivo positivo; NPV = valor preditivo negativo.
característica torna este instrumento mais sensível como rinoceronte e pinguim. Portanto, era necessário
às alterações cognitivas que estão presentes entre demonstrar sua aplicabilidade e acurácia diagnóstica
as demências não DA. Na verdade, em uma meta- entre analfabetos e com baixa escolaridade. No
análise recente (Tsoi et al., 2015 ), o ACE-R foi presente estudo, apesar do ACE-R ter sido afetado
identificado como um dos três instrumentos mais pela escolaridade, os resultados demonstraram que o
sensíveis e específicos para o diagnóstico de desempenho dos idosos analfabetos estava distante
demência. Um estudo anterior (Larner e Mitchell, dos efeitos do solo e manteve considerável variância.
2014 ) sugeriram que o ACE-R tem acurácia Esses resultados sugerem que continua sendo um
diagnóstica superior quando comparado ao MMSE, instrumento viável para níveis de escolaridade mais
sendo recomendado para uso em ambientes de baixos, desde que as normas ajustadas à educação
prevalência modesta e alta. sejam utilizadas como referência para o desempenho
No Brasil, o ACE-R foi considerado altamente preciso normal.
para o diagnóstico de DA (Carvalho e Caramelli, 2012 ) O presente estudo tem limitações. Dentre eles,
Ainda assim, neste estudo de precisão, o tamanho da cita-se o fato de algumas faixas etárias e de
amostra foi relativamente pequeno e a mediana da escolaridade estarem subrepresentadas, por
escolaridade foi alta (aproximadamente dez anos) para os exemplo, idosos com 80 anos ou mais com mais de
padrões brasileiros. Os resultados presentes con fi rmam 12 anos de escolaridade. Além disso, a normalidade
a alta acurácia deste instrumento para o diagnóstico de cognitiva foi baseada em parâmetros clínicos e
demência, mesmo entre idosos com baixa escolaridade. cognitivos, na ausência de informações
O ACE-R também se mostrou um instrumento adequado laboratoriais e de neuroimagem. Por outro lado,
para o diagnóstico de CIND, embora o instrumento entre os méritos do estudo, destaca-se o fato de
pareça ter menor acurácia, em particular, parâmetros que a amostra representou com precisão as
específicos, para diferenciar CIND de controles saudáveis. características sociodemográficas da população de
Os valores preditivos positivos e negativos sugerem que Tremembé, e o estudo oferece informações sobre
o paciente tem grande probabilidade de ser preservado grupos de escolaridade pouco estudados
cognitivamente quando os escores do ACE-R estão acima (analfabetos). Além disso, no estudo
dos pontos de corte; entretanto, pontuações positivas epidemiológico original, a prevalência de
podem precisar ser confirmadas por testes cognitivos ou comprometimento cognitivo foi maior do que em
funcionais adicionais. estudos brasileiros anteriores (17,5% para
Quanto aos dados normativos, até o momento, as demência e 19,5% para comprometimento
normas estavam disponíveis apenas para idosos com cognitivo sem demência).
quatro ou mais anos de escolaridade. No presente
estudo, complementamos os dados normativos Em suma, este estudo estende os dados
disponíveis para a versão brasileira do ACE-R, com uma normativos e de precisão diagnóstica previamente
amostra maior incluindo participantes com menos de disponíveis em relação à versão brasileira do ACE-R.
quatro anos de escolaridade e analfabetos. Por esse Além disso, oferece parâmetros de normalidade e
motivo, optamos por seguir as mesmas subdivisões de notas de corte para idosos com menor escolaridade,
idade e escolaridade utilizadas por Carvalho. et al. ( 2012 ) menos investigados em estudos anteriores.
Como o ACE-R foi projetado em um país de alta Esperamos que os dados presentes possam auxiliar
renda, alguns de seus itens exigem o ensino no diagnóstico precoce da demência, bem como na
fundamental, como ler palavras complexas, desenhar classificação correta do comprometimento cognitivo
um relógio e um cubo, nomear animais exóticos em pesquisas futuras.
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
https://doi.org/10.1017/S1041610217000734
8 KG César et al.
Baixado de https: /www.cambridge.org/core . Kainan University, em 20 de maio de 2017 às 14:26:03, sujeito aos termos de uso do Cambridge Core, disponível em https: /www.cambridge.org/core/terms .
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Dados normativos e de precisão do ACE-R no Brasil 9
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