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Matemática

Sumário
Capítulos
1. Matemática Comercial I.................................................................................................................................................. 913
2. Matemática Comercial II................................................................................................................................................ 917
3. Estatística...........................................................................................................................................................................920
4. Introdução à Geometria Plana.................................................................................................................................... 928
5. Teoria dos Conjuntos e Probabilidade.................................................................................................................... 940
6. Sistema de Medidas........................................................................................................................................................ 953
7. Ciclo trigonométrico..................................................................................................................................................... 960
8. Triângulos...........................................................................................................................................................................963
9. Quadriláteros, Circunferência e Áreas..................................................................................................................... 974
10. Equações e Problemas..................................................................................................................................................985
11. Funções...............................................................................................................................................................................998
12. Matrizes.............................................................................................................................................................................1020
13. Geometria Espacial ...................................................................................................................................................... 1024
14. Determinantes................................................................................................................................................................. 1035
15. Sistemas lineares............................................................................................................................................................ 1037
16. Progressões e Análise Combinatória ....................................................................................................................1040
17. Geometria Analítica....................................................................................................................................................... 1051
18. Números complexos..................................................................................................................................................... 1063
19. Polinômios........................................................................................................................................................................ 1067
20. Limite de uma função................................................................................................................................................... 1071
21. Derivadas...........................................................................................................................................................................1075
22. Integrais ........................................................................................................................................................................... 1079
Capítulo 01

Matemática Comercial I
RAZÃO Observe que, ao simplificarmos cada razão, encontramos
sempre 1 . Assim, a constante proporcional (K) é igual a 1 .
Chamamos de razão a divisão ou o quociente entre dois 2 2
números quaisquer sendo o divisor (ou denominador) diferente
de zero, ou seja, a razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é
Propriedades
o quociente ou a fração a , em que o numerador é chamado de
b Dados a, b, c e d ∈ * , temos que:
antecedente e o denominador de consequente.
Antecedente Propriedade Fundamental
a , com b ≠ 0
b Em toda proporção, o produto dos
Consequente
meios é igual ao produto dos extremos.

a c
Também podemos dizer como sendo a razão de a para b ou = a d=b c
b d
mesmo a:b .
Outras Propriedades
Exemplo Dado
a c
= , temos:
Dos 500 candidatos inscritos em um concurso, 250 passa- b d
ram. Dessa forma, a razão dos candidatos aprovados nesse
I. Em uma proporção, a soma dos dois primeiros termos
concurso foi:
está para o 2º (ou 1º) termo, assim como a soma dos dois
Nº de candidatos Aprovados 250 1 últimos está para o 4º (ou 3º).
= = = 1: 2
Nº total de candidatos 500 2

a +b c + d a +b c + d
= ou =
PROPORÇÃO b d a c

Quando temos uma igualdade entre razões, também II. Em uma proporção, a diferença dos dois primeiros termos
chamadas de razões equivalentes, ela forma uma proporção. está para o 2º (ou 1º) termo, assim como a diferença dos
dois últimos está para o 4º (ou 3º).
Proporção é a igualdade entre razões.
a −b c − d a −b c − d
Dados quatro números a, b, c, d, não nulos, dizemos que = ou =
b d a c
eles formam uma proporção quando a razão do 1º para o 2º
for igual à razão do 3º para o 4º. III. Em uma proporção, a soma (ou diferença) dos
Assim: antecedentes está para a soma (ou diferença) dos
consequentes, assim como cada antecedente está para
a c
= ou a : b = c : d o seu consequente.
b d
a+c a−c a c
(lê-se: a está para b assim como c está para d) = = =
b+d b−d b d
Os números a, b, c e d são os termos da proporção, em que:
IV. Em uma proporção, o produto dos antecedentes está
• b e c os meios da proporção e
para o produto dos consequentes, assim como o
• a e d os extremos da proporção. quadrado de cada antecedente está para quadrado do
a c Meios seu consequente.
a:b = c:d ⇔ =
b d Extremos 2 2
a c a c a c a2 c2
= = = =
Toda proporção possui uma constante proporcional chamada b d b d b d b2 d2
K, que é igual ao valor irredutível das razões, isto é, ao valor
simplificado das razões.

Exemplo
3 4 5 1
= = = ... = = K
6 8 10 2

913
Matemática

Resumo Pela definição de números diretamente proporcionais e pela


propriedade III das proporções, temos:
Outras Propriedades
a +b c + d A B C A +B + C
= = = = =K
b d 3 5 8 3+5+8
Substituindo A + B + C por 320, temos:
a +b c + d
=
a c A +B +B 320
=K = K = 20
3+5+8 16
a −b c − d
= Assim, como cada razão é igual a K, temos:
a c b d
= A A
b d a −b c − d =K = 20 A = 3 20 A = 60
= 3 3
a c
B B
a+c a−c a c =K = 20 B = 5 20 B = 100
= = = 5 5
b+d b−d b d
C C
=K = 20 C = 8 20 B = 160
a c a2 c2 8 8
= =
b d b2 d2
Obtemos, portanto, 60, 100 e 160, respectivamente.

NÚMEROS PROPORCIONAIS NÚMEROS INVERSAMENTE


PROPORCIONAIS
NÚMEROS DIRETAMENTE Quando temos duas sequências numéricas – (a, b, c, ..., i) e
PROPORCIONAIS (a’, b’, c’, ..., i’) – em que o produto dos termos correspondentes
( )
é sempre constante a a, = b b, = c c, = ... = i i, = K , dizemos
Quando temos duas sequências numéricas – (a, b, c, ..., i) que esses números são inversamente proporcionais, sendo K
e (a’, b’, c’, ..., i’) – em que a razão formada pelos termos a constante de proporcionalidade.
a b c i Também podemos dizer que, dadas as duas sequências,
correspondentes é sempre constante = = = ... = , = K ,
a, b, c, i quando a razão entre os termos da primeira com os inversos
de seus correspondentes na segunda é sempre constante
esses números são denominados diretamente proporcionais,
, os números que formam essas
em que K é a constante de proporcionalidade. a b c i
= = = ... = = K
1 1 1 1
Exemplo a ,
b, c, i,
sequências são inversamente proporcionais.
Os números da sequência (6, 12, 18, 24, 36) são diretamente
proporcionais aos números da sequência (3, 6, 9, 12, 18) e sua Devido às propriedades das proporções, para se resolver
constante de proporcionalidade é K = 2. uma questão envolvendo números inversamente proporcionais,
essa última é a melhor maneira de expressá-los.
6 12 18 24 36
= = = = =2 =K
3 6 9 12 18 Exemplo
Os números da sequência (1, 2, 3, 5, 6) são inversamente
Divisão em partes diretamente proporcionais aos números da sequência (30, 15, 10, 6, 5) e
proporcionais (D.P.) sua constante de proporcionalidade é K = 30.
Muitas vezes nos deparamos com problemas que solicitam 1 2 3 5 6
= = = = =K 1 30 = 2 15 = 3 10 = 5 6 = 6 5 = K = 30
a divisão de um número em partes diretamente proporcionais 1 1 1 1 1
a outro grupo de números, daí vem a importância de entender 30 15 10 6 5
a relação entre números diretamente proporcionais e as
propriedades das proporções. Divisão em partes inversamente
A divisão de um número em partes diretamente proporcionais
a outros números dados consiste em se determinar as parcelas
proporcionais (I.P.)
que são diretamente proporcionais a cada um dos números De maneira similar ao caso da divisão em partes diretamente
dados e que, somadas, totalizam o número original. proporcionais, quando aparecem problemas que solicitam a divisão
de um número em partes inversamente proporcionais a outro
grupo de números, é necessário entender a relação entre números
Exemplo inversamente proporcionais e as propriedades das proporções.
Dividindo o número 320 em partes diretamente proporcionais A divisão de um número em partes inversamente proporcionais
a 3, 5 e 8, obtemos: a outros números dados, consiste em se determinar as parcelas
que são diretamente proporcionais ao inverso de cada um dos
Resolução números dados e que, somadas, totalizam o número original.
Primeiramente, vamos chamar de A, B e C as partes do
número 320 que são proporcionais aos números 3, 5 e 8. Assim: Exemplo
(A,B,C ) D.P
→ (3,5,8 ) Dividindo o número 354 em partes inversamente proporcionais
a 2, 5 e 7, obtemos:

914
Matemática Comercial I

Resolução • Número de operários e tempo para realização de uma


Vamos chamar de A, B e C as partes do número 354 que obra.
são inversamente proporcionais aos números 2, 5 e 7. Assim:
(A,B,C ) I.P.
→ (2,5,7 ) REGRA DE TRÊS SIMPLES
É um processo prático para resolução de problemas que
Pela definição de números inversamente proporcionais e
envolvem apenas duas grandezas direta ou inversamente
pela propriedade III das proporções, temos:
proporcionais, em que relacionamos dois valores de cada
A B C A +B + C grandeza, sendo três desses valores conhecidos. Queremos
= = = =K
1 1 1 1 1 1 encontrar o quarto.
+ +
2 5 7 2 5 7
Substituindo A + B + C por 354, temos: Exemplo 1
A +B + C 354
=K =K → Se para pintar 120 m2 de um muro são necessárias 6 latas
1 1 1 35 + 14 + 10
+ + de tinta, quantas latas serão necessárias para pintar 960 m2
2 5 7 70 desse muro?
354 354 70
=K → = K = 420 Resolução
59 1 59
70 Para resolvermos esse tipo de problema utilizando a Regra
de Três, podemos seguir os passos abaixo:
Assim, como cada razão é igual a K, temos:
1º Passo: Construir uma tabela, colocando as diferentes
A A 1 grandezas nas colunas e os valores correspondentes nas linhas:
=K → = 420 → A = 420 → A = 210 Área do muro a ser
1 1 2 Nº de latas
2 2 pintada (m2)
120 6
B B 1
=K → = 420 → B = 420 → B = 84 960 x
1 1 5
5 5 2º Passo: Identificar a relação entre as grandezas, isto é,
se elas são direta ou inversamente proporcionais:
C C 1
=K → = 420 → C = 420 → C = 60 Observe que, quanto maior for a área do muro a ser pintada,
1 1 7 mais latas de tintas serão necessárias, e quanto menor a área,
7 7 menos tintas serão necessária; portanto, as grandezas área e
Obtemos, portanto, 210, 84 e 60, respectivamente. número de latas são diretamente proporcionais:
Área do muro a
REGRA DE TRÊS ser pintada (m2) Nº de latas
120 6
A Regra de Três é uma ferramenta matemática usada para
relacionar/comparar grandezas. Mas, antes de estudarmos 960 x
como é o funcionamento dessa ferramenta, para sua correta
utilização, é necessário conhecer as relações possíveis entre
as grandezas. D.P.
3º Passo: Por fim, montamos a proporção e resolvemos
GRANDEZAS DIRETAMENTE PRO- a equação. Mantendo as razões quando as grandezas forem
diretamente proporcionais e invertendo uma das razões quando
PORCIONAIS (D.P.) forem inversamente proporcionais:
Duas grandezas são diretamente proporcionais quando pos- 120 6 960 6
= → 120 x = 960 6 → x = = 48 Latas
suem razão constante, isto é, quando aumentando uma delas, 960 x 120
a outra aumenta na mesma proporção ou, quando diminuímos
uma delas, a outra diminui na mesma proporção. Resposta: serão necessárias 48 latas de tinta.

Exemplos Exemplo 2
Se, na construção de uma casa, 12 operários demoram
• Número de pessoas e quantidade de alimento necessária 48 dias, então quantos dias 8 desses operários levarão para
para alimentá-los. construir a mesma casa?
• Tamanho de uma parede e quantidade de tinta para Resolução
pintá-la.
Observe que, quanto mais operário estiverem trabalhando,
menos dias serão gastos para a construção, e quanto menos
GRANDEZAS INVERSAMENTE PRO- operários, mais dias serão necessários; portanto essas gran-
PORCIONAIS (I.P.) dezas são inversamente proporcionais. Assim temos:
Nº de operários Nº de latas
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando o
produto entre elas é sempre constante, isto é, quando aumentan- 12 48
do uma delas, a outra diminui na mesma proporção ou, quando
8 x
diminuímos uma delas, a outra aumenta na mesma proporção.

Exemplos I.P.
Como as grandezas são I.P., para resolvermos o problema
• Velocidade e tempo, sendo a distância constante.
915
Matemática

devemos inverter uma das razões: os salgados?


8 48 12 48 A) 4h 48 min. D) 3h 48 min.
= → 8 x = 12 48 → x = = 72 dias
12 x 8 B) 4h 20 min. E) 3h 20 min.
Resposta: levarão 72 dias. C) 4h.

REGRA DE TRÊS COMPOSTA 2. (Puc rj – 2018) Em 12 dias de trabalho, 8 costureiras


de uma escola de samba fazem as fantasias da ala
É utilizada em problemas com mais de duas grandezas,
“Só Alegria”. Se 2 costureiras ficassem doentes e não
direta ou inversamente proporcionais.
pudessem trabalhar, quantos dias seriam necessários
Na resolução de problemas envolvendo Regra de Três para confeccionar as fantasias dessa mesma ala?
Composta, devemos utilizar os seguintes passos:
A) 16 C) 24 E) 32
1º Passo: Separamos e analisamos como cada grandeza se
relaciona com a grandeza que desejamos calcular (se é direta B) 20 D) 28
ou inversamente proporcionais), comparando uma a uma com
a grandeza buscada, mantendo as outras constantes.
3. (G1 – IFPE – 2018) Dois amigos, Rafael e João, após
concluírem o curso de Refrigeração e Climatização no
2º Passo: Igualamos, então, a razão referente à grandeza
IFPE – Recife, resolveram abrir uma pequena empresa
que desejamos calcular com o produto de todas as outras ra-
de manutenção de refrigeradores. Rafael investiu R$
zões, referentes às outras grandezas; invertendo as razões das
grandezas que forem inversamente proporcionais à grandeza 8.000,00 e João R$ 12.000,00. No primeiro mês da
procurada e mantendo as que forem diretamente proporcionais. empresa, já obtiveram um lucro de R$ 4.320,00, que
deve ser dividido de forma proporcional ao investimento
3º Passo: Por fim, resolvemos a equação que foi montada.
de cada um.
Podemos afirmar que Rafael receberá, nesse primeiro
Exemplos
mês, um lucro de
Se, 16 operários, trabalhando 6 horas por dia, durante 20
A) R$ 2.880,00. D) R$ 1.440,00.
dias, constroem um muro de 140 metros de comprimento,
quantas horas por dia deverão trabalhar 24 operários para, em B) R$ 2.592,00. E) R$ 1.728,00.
15 dias, construírem 210 metros do mesmo muro? C) R$ 2.160,00.

Resolução 4. (UERJ 2019) Suponha que todos os casos suspeitos


1º Passo: Separamos e analisamos as grandezas: tenham sido comprovados, e que a razão entre o nú-
mero de mortes e o de casos confirmados permaneça
Nº de Horas Comprimentos
a mesma.
operários por dia Dias do muro (m)
16 6 20 20
Nesse caso, com as novas comprovações da doença,
o número total de mortos por febre amarela estaria
24 x 15 15 mais próximo de:
A) 365 B) 386 C) 408 D) 503
I.P. I.P.
5. (ESPCEX - 2009) Dentre as várias formas de se medir
D.P.
temperatura, destacam-se a escala Celsius, adotada
• Quanto mais operários, menos horas por dias serão no Brasil, e a escala Fahrenheit, adotada em outros
necessárias, portanto, I.P. países. Para a conversão correta de valores de tem-
peraturas entre essas escalas, deve-se lembrar que
• Quanto menos dias trabalhados, mais horas por dia serão
necessárias, portanto, I.P. 0 grau, na escala Celsius, corresponde a 32 graus na
escala Fahrenheit e que 100 graus, na escala Celsius,
• Quanto maior o muro, mais horas por dia serão neces-
sárias, portanto, D.P. correspondem a 212 graus na escala Fahrenheit.
2º Passo: Igualando e invertendo o que for necessário, Para se obter um valor aproximado da temperatura,
temos: na escala Celsius, correspondente a uma temperatura
6 24 15 140 6 3 3 2 6 3 conhecida na escala Fahrenheit, existe ainda uma regra
= → = → = → prática definida por: “divida o valor da temperatura em
x 16 20 210 x 2 4 3 x 4
Fahrenheit por 2 e subtraia 15 do resultado.”
6 4
x= = 8 horas por dia A partir dessas informações, pode-se concluir que o
3
valor da temperatura, na escala Celsius, para o qual
Resposta: deverão trabalhar 8 horas por dia. a regra prática fornece o valor correto na conversão é
A) 10 D) 40
Exercícios B) 20 E) 50
1. (G1 – IFAL – 2018) Para proporcionar uma festa de ani- C) 30
versário com 100 convidados, os organizadores previram
um consumo de 6.000 salgados durante 3 h de duração Gabarito
da festa. A cozinheira, por precaução, fez 2.000 salgados
1. E 4. C
a mais, porém compareceram 20 pessoas a mais do
previsto. Usando a proporcionalidade e considerando 2. A 5. A
que a previsão esteja correta, por quanto tempo durarão 3. E

916
Capítulo 02

Matemática Comercial II
PORCENTAGEM FORMAS DE REPRESENTAÇÃO
A porcentagem é um método de representação de valores Existem três formas de representação dos números percen-
que nos permite facilmente fazer comparações. tuais: na forma de fração centesimal, na presença do símbolo
Esse método é largamente utilizado no mercado financeiro: de porcentagem (%), e na forma de número decimal.
seja para capitalizar empréstimos e aplicações, expressar índi-
ces inflacionários e deflacionários, calcular lucros ou descontos Exemplo
em vendas de produtos, medir taxas de juros, entre outras
Fração Número
aplicações. Na estatística é usada para representar dados Porcentagem
e expressar comparações entre valores em um gráfico, por centesimal decimal
exemplo. Outras ciências fazem uso desse método. 1
1% 0,01
Resumindo, porcentagem está presente em nosso dia a 100
dia, e precisamos saber lidar com ela para não sermos muitas
vezes enganados. 32
32% 0,32
Antes de entendermos o que é porcentagem, é necessário 100
primeiramente que saibamos o que são razões centesimais: 70
Razões centesimais são frações ou razões que possuem 70% 0,7
100
denominadores iguais a 100, as quais podem ser representa-
das pelo símbolo “%”. O símbolo “%” é lido como “por cento”. 120
120% 1,2
Exemplo: 100

• “5%” → “5 por cento”.


• “25%” → “25 por cento”.
Dessa forma, temos que o cálculo percentual nada mais é
Fica a Dica
que a multiplicação de um valor qualquer pela razão centesimal Para se entender melhor porcentagem, a dica é
que representa o percentual desejado, também chamado de saber utilizar o fator de multiplicação.
taxa percentual. Portanto: Fator de multiplicação pode ser um acréscimo ou
Porcentagem é o valor obtido ao aplicarmos um decréscimo no valor do produto.
uma taxa percentual a um determinado valor.

Exemplo 1 Exemplo
Se um produto aumentou 10%, seu fator de multiplicação é
Qual é o valor de 32% de 120? de 1 + taxa de acréscimo, sendo essa taxa de 0,1. Portanto, seu
Resolução: fator de multiplicação é de 1,1. Se seu preço era de R$ 120,00,
após o aumento, passou para 1,1⋅120,00 = R$ 132,00 .
Basta multiplicarmos a razão centesimal que representa
32%, isto é, 32 , por 120. Assim: Se um produto teve um desconto de 10%, seu fator de mul-
100 tiplicação é de 1 – taxa de decréscimo, sendo essa taxa de 0,1.
Portanto, seu fator de multiplicação é de 0,9. Se seu preço era de
Resposta: 32% de 120 é igual a 38,4.
R$ 120,00, após o desconto, passou para 0,9⋅120,00 = R$ 108,00 .
As tabelas a seguir exemplificam fatores de multiplicação
Exemplo 2 para os casos de aumentos (acréscimos) e descontos (de-
72 corresponde a qual porcentagem 300? créscimos):

Resolução: Fator de
Acréscimos
Nesse caso, temos: multiplicação
x 8% 1,08
300 = 72
100 15% 1,15
27% 1,27
Portanto, basta dividir 72 por 300 e multiplicar por 100, ou 53% 1,53
seja:
85% 1,85
x 72 72 100% 2
= → x= 100 → x = 24%
100 300 300 120% 2,2

Resposta: 72 corresponde a 24% de 300.

917
Matemática

Fator de t = 6 meses
Decréscimos Aplicando esses valores na expressão de juros simples,
multiplicação
temos:
8% 0,92
15% 0,85 J = C . i . t → J = 4500 . 0,04 . 6 → J = R$1.080,00
20% 0,8 Dessa forma, temos que o montante será:
63% 0,37 M = C + J → M = 4500 + 1080 = R$5.580,00
85% 0,15
90% 0,1 Exemplo 2
Um capital de R$ 2.000,00, aplicado no sistema de juros
JUROS simples, produziu um juros de R$ 720,00 após 1 ano de apli-
Podemos definir juros como o rendimento de uma aplicação cação. Qual foi a taxa de juros mensal?
financeira. Em outras palavras, é a remuneração pelo emprés-
timo do dinheiro. Resolução
Por um lado, ele existe porque a maioria das pessoas prefere A partir do enunciado, temos:
o consumo imediato e está disposta a pagar um preço por isso. C = R$ 2.000,00
Por outro lado, quem estiver disposto a emprestar sua quantia a J = R$ 720,00
alguém menos paciente deve ser recompensado por sua privação, t = 1 ano = 12 meses
de maneira proporcional ao tempo e ao risco desse empréstimo.
Aplicando esses valores na expressão de juros simples,
Podemos pensar nos juros como sendo o aluguel pago pelo temos:
uso de um dinheiro. Dessa forma, a taxa de juros seria o preço
720
ou o valor do dinheiro para um determinado período. Ela é uma J = C i t → 720 = 2000 i 12 → i =
porcentagem do valor emprestado. 2000 12
O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no i = 0,03 → i = 3%a.m.
mercado para empréstimos definem qual deverá ser a taxa de
juros. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, Resposta: a taxa de juros é de 3% ao mês.
seguida da especificação do período de tempo a que se refere.
Por exemplo: 8% a.a. (ao ano), 2% a.m. (ao mês), etc. GRÁFICO DE JUROS SIMPLES
Além da taxa de juros, outros conceitos básicos que devemos Todo gráfico de juros simples é representado por uma reta
ter em mente ao estudarmos juros é a definição de capital, de crescente. Isso porque, a cada período que passa, o valor
montante e de tempo. O capital é o valor aplicado na operação acrescentado ao montante será sempre constante e igual à
financeira; o montante é o valor final da aplicação, somados o taxa vezes o capital.
capital e o juros (M = C + J); e o tempo é a duração da aplicação.
M = C + J = C + C . i . t → M = C . (1 + i . t)
JUROS SIMPLES Observe que, fixada a taxa de juros, a expressão anterior se
Na modalidade de juros simples, o rendimento sempre é torna uma função do 1º grau.
calculado sobre o valor inicial, isto é, sobre o capital. Sobre Montante (R$)
os juros gerados a cada período não incidirão novos juros, ou
seja, não há o chamado “juros sobre juros”. J.S.
Dessa forma, o cálculo dos juros (J) simples é feito sobre o
capital (C) aplicado a certa taxa (i) em um determinado tempo (t):
J = C.i.t C

Fica a Dica 0 Tempo


Cuidado ao usar essa fórmula! Algumas considerações
devem ser feitas:
JUROS COMPOSTOS
• a taxa de juros e o tempo devem sempre estar na
mesma unidade de tempo (se a taxa for mensal, o Diferentemente da modalidade de juros simples, no regime de
tempo deve estar em meses; se anual, em anos, etc.). juros compostos os juros são calculados sobre o valor atualizado
• Em matemática financeira, considera-se que: da dívida, isto é, os juros gerados a cada período são incorporados
1 mês = 30 dias e 1 ano = 360 dias. ao capital para o cálculo dos juros do período seguinte.
Esta prática é também conhecida como “juros sobre juros” e
Exemplo 1 é a mais comum no sistema financeiro, sendo, portanto, a mais
útil para nosso dia a dia. Além disso, chamamos de capitaliza-
Luciano aplicou R$ 4.500,00 em uma instituição bancária
ção o momento em que os juros são incorporados ao capital.
que paga juros simples de 4% ao mês. Qual será o montante
no final de 6 meses? Através da expressão a seguir, poderemos calcular o mon-
tante (M) adquirido ao longo do tempo (t) de um capital (C)
Resolução submetido ao regime de juros compostos com taxa de juros (i):
A partir do enunciado, temos:
M=C⋅(i+1)t
C = R$ 4.500,00
Para encontrarmos somente os juros, basta subtrairmos o
i = 4% ao mês
capital inicial do montante encontrado:

918
Matemática Comercial II

estavam gripados. Dentre os meninos presentes à aula,


Fica a Dica a porcentagem dos que estavam gripados era 8% e,
dentre as meninas, a porcentagem das que estavam
Nesse caso, a taxa, para ser substituída na fórmula, gripadas era 5% Nos dias em que a turma está com-
deverá estar escrita na forma de números decimais, além pleta, a porcentagem de meninos nessa turma é de
de também ter de estar na mesma unidade de tempo.
A) 52%. C) 54%. E) 46%.
B) 50%. D) 56%.
Exemplo 1
2. (Fuvest 2018) Maria quer comprar uma TV que está
Um capital de R$ 40.000,00 foi aplicado à taxa de 2% ao sendo vendida por R$ 1.500,00 à vista ou em 3 parce-
mês de juro composto. Qual foi o montante no fim de 3 meses? las mensais sem juros de R$ 500,00. O dinheiro que
Maria reservou para essa compra não é suficiente para
Resolução pagar à vista, mas descobriu que o banco oferece uma
Pelo enunciado, temos: aplicação financeira que rende 1% ao mês. Após fazer
C = R$ 40.000,00 os cálculos, Maria concluiu que, se pagar a primeira
t = 3 meses parcela e, no mesmo dia, aplicar a quantia restante,
i = 2% ao mês = 0,02 ao mês conseguirá pagar as duas parcelas que faltam sem ter
Dessa forma, aplicando esses valores a expressão de juros que colocar nem tirar um centavo sequer.
compostos, temos: Quanto Maria reservou para essa compra, em reais?
M = C (1+ i) → M = 40000 (1+ 0,02 ) →
t 3
A) 1.450,20 C) 1.485,20 E) 1.490,20
M = 40000 (1,02 ) → M = R$42.448,32
3
B) 1.480,20 D) 1.495,20

3. (UERJ – 2016) Na compra de um fogão, os clientes po-


Exemplo 2 dem optar por uma das seguintes formas de pagamento:
Qual o juros produzido pelo investimento de R$ 12.000,00 – à vista, no valor de R$ 860,00;
a uma taxa de 20% ao mês, durante 2 meses, no regime de
– em duas parcelas fixas de R$ 460,00, sendo a primei-
juros compostos?
ra paga no ato da compra e a segunda 30 dias depois.
Resolução A taxa de juros mensal para pagamentos não efetuados
Pelo enunciado temos: no ato da compra é de:
C = R$ 12.000,00 A) 10% B) 12% C) 15% D) 18%
t = 2 meses
4. (FGV – 2016) Um capital aplicado a juros compostos a
i = 20% ao mês = 0,2 ao mês
uma certa taxa anual de juros dobra a cada 7 anos. Se,
Dessa forma, aplicando esses valores a expressão de juros hoje, o montante é R$ 250.000,00, o capital aplicado
compostos, temos:
há 28 anos é um valor cuja soma dos algarismos vale
M = C (1+ i) → M = 12000 (1+ 0,2 ) →
t 2
A) 20 C) 19 E) 18
M = 12000 (1,2 ) → M = R$17.280,00
2
B) 17 D) 21
Como queremos saber qual foi o juros, temos: 5. (ESPCEX – 2009) Um investidor possui ações das
J = M − C = 17280 − 12000 → J = R$5.280,00
companhias A, B e C. A tabela abaixo fornece, em 3 dias
consecutivos, as variações, em Reais, dos valores das
GRÁFICO DE JUROS COMPOSTOS ações e o lucro obtido em cada dia, também em Reais.
Os valores negativos correspondem a desvalorizações,
A partir da expressão que calcula o montante obtido pela
e os valores positivos a valorizações.
modalidade de juros compostos, podemos observar que o grá-
fico Montante X Tempo dessa modalidade é uma exponencial
(fixados o capital e a taxa de juros):
M=C⋅(1+i)t
Montante (R$)
J.S.
Sabendo que o investidor não comprou nem vendeu
ações nesses dias, pode-se afirmar que a soma das
quantidades de ações das companhias A, B e C que
ele possui é
C
A) 700 D) 400
B) 600 E) 350
0 C) 550
Tempo
Gabarito
Exercícios 1. C 4. C
1. (Unesp – 2019) Em um dia de aula, faltaram 3 alunas e 2 2. C 5. B
alunos porque os cinco estavam gripados. Dos alunos e 3. C
alunas que foram à aula, 2 meninos e 1 menina também

919
Capítulo 03

Estatística
Diariamente são divulgadas nas mídias informações tais Há casos em que, como a população não é tão grande, ela
como: índice de inflação, taxa de desemprego, índice de é a própria amostra.
desenvolvimento humano, pesquisas eleitorais, entre outras.
Mas você já parou para pensar como são feitas tais análises? Exemplo
Como tais resultados são adquiridos? E o que fazer de posse
dessas informações? Saiba que tais estudos e inferências são Uma rádio tem o interesse de saber como está sua audiência
possíveis graças à Estatística. com os ouvintes no trânsito. Como não é possível perguntar a
todos os motoristas que ouvem rádio qual é aquela que eles
Estatística é uma ciência exata que dispõe de processos preferem, buscamos uma amostra dessa população. Isso sig-
apropriados para a coleta, organização, classificação, apre- nifica, perguntar somente a alguns motoristas qual rádio eles
sentação e interpretação de dados. Em outras palavras, é preferem escutar enquanto dirigem.
a área da Matemática que nos fornece técnicas para extrair
informações de dados, os quais são muitas vezes incompletos, AMOSTRAGEM
nos possibilitando um estudo do problema analisado, seja ele
Amostragem é o processo de extrair da população ele-
um fenômeno natural, econômico ou social.
mentos, também chamados de variáveis de interesse, que
Sendo assim, o objetivo da Estatística é extrair informação através de cálculos consigam prover dados inferenciais da
dos dados para obter uma melhor compreensão das situações população-alvo.
que representam e, dessa forma, nos auxiliar na tomada de
decisão sob a presença de incerteza. Variável de interesse
Em um levantamento de dado (amostragem), investiga-
POPULAÇÃO E AMOSTRA -se em cada unidade de interesse da amostra uma ou mais
características que supostamente variam entre elas. Essas
A Estatística inferencial oferece suporte à tomada de decisão características investigadas são nossas variáveis de interesse,
com base em apenas uma parte das informações do problema. as quais podem ser quantitativas ou qualitativas.
Isso é necessário porque muitas vezes a quantidade total de
dados que se deveria analisar é extremamente grande, tornando Variável Quantitativa
inviável o estudo. Por esse motivo, os conceitos de população
É aquela que mede quantidade.
e amostra devem ser bem entendidos.

População Exemplos
População é qualquer conjunto, não necessariamente de Idade, altura, peso, preço, quantidade de vendas, número
pessoas, que constituem todo o universo de informações de de filhos, salário, quantidade de peças, etc.
que se necessita.
Em muitas ocasiões, o termo universo é utilizado no lugar
Variável Qualitativa
de população. É aquela que mede uma qualidade do indivíduo e pode ser
Repare que a população não necessariamente precisa ser separada em categorias.
formada por uma grande quantidade de unidades, mas sim por
todas as que estamos interessados em investigar. Exemplos
Classe social, cargo na empresa, classificação de um filme,
Exemplo sexo, nível de escolaridade, satisfação, cor da pele, etc.
Se um biólogo deseja estudar uma espécie de formigas de
uma determinada região, a população corresponde a todas as DADOS
formigas dessa espécie que vivem nessa região. Os dados são o conjunto de informações obtidas a partir da
observação das unidades. Em outras palavras, os dados são
Amostra os resultados coletados das variáveis de interesse.
Amostra é um grupo representativo da população, isto é, é
o subconjunto da população que se observa. Distribuição De Frequências
É desejável que a amostra represente bem a população, Após um levantamento estatístico, os dados coletados
pois, a partir dela, a estatística inferencial tira conclusões sobre podem ser organizados em uma tabela ou em um gráfico de
como deve ser a população. Geralmente, quanto maior o nú- distribuição de frequências.
mero de elementos da amostra e quanto mais aleatório forem, Tanto as tabelas quanto os gráficos são textos a serem lidos.
mais próximos se tornam da população, isto é, mais precisos. Eles são capazes de apresentar as informações de uma maneira
mais esquemática, rápida e fácil, com clareza e objetividade.

920
Estatística

Tabelas Exemplo
Uma tabela traz consigo os diferentes grupos ou classes das Lazer Preferido
unidades da amostra e sua respectiva frequência. 18

Quantidade de entrevistados
Em uma tabela de frequência, podemos encontrar a frequên- 16
cia absoluta (ou só frequência) de cada uma das categorias 14
ou classes, isto é, o número de elementos de cada categoria; 12
e a respectiva frequência relativa de cada classe, a qual é 10
definida como: 8
frequência absoluta 6
frequência relativa = 4
dim ensão da amostra
2
Em que dimensão da amostra é o número de elementos 0
da amostra. Esportes TV Cinema Jogos Outros
Eletrônicos
A partir de uma tabela, pode-se construir um gráfico ou
vice-versa. • Gráfico de barras: os dados são apresentados na forma
de barras horizontais, em que, no eixo das abscissas, se
Exemplo encontram as frequências ou intensidade e, no eixo das
ordenadas, as classes ou variação do fenômeno.
Uma pesquisa foi realizada com 150 pessoas, em que se
perguntava o estado civil: solteiro, casado, viúvo ou divorcia-
do. Uma forma de se apresentar as informações coletadas é
Exemplo
construir uma tabela de frequências em que se consideram
para as classes as diferentes modalidades que o estado civil
pode tomar:

Classes Freq. Absol. Freq. Relat.


Solteiro 78 0,52
Casado 51 0,34
Viúvo 6 0,04
Divorciado 15 0,10
Total 150 1,00

Saiba que a frequência relativa também pode se apresentar


através de porcentagem ou na forma fracionária:

Classes Freq. Relat. Freq. Rel.(%) • Gráfico de setores: representados por círculos divididos
proporcionalmente aos dados de cada classe. O ângulo
78 13
Solteiro 0,52 = = 52% de cada setor circular é proporcional à intensidade (ou
150 25
frequência) de cada classe.
51 17
Casado 0,34 = = 34%
150 50 Exemplo
6 1
Viúvo 0,04 = = 04%
150 25

15 1
Divorciado 0,10 = = 10%
150 10

150
Total 1,00 = =1 100%
150

GRÁFICOS
• Gráfico de Linha ou segmentos: este tipo de gráfico
Os gráficos mais utilizados na representação de distribuição mostra a evolução dos dados (da frequência) de um dado
de frequências são os de colunas, de barras e de setores. fenômeno (ou classe). No eixo das abscissas, encontra-
Também podendo aparecer pictogramas (gráficos pictóricos), mos o período analisado e, no eixo das ordenadas, a
gráficos de linha ou segmentos e histograma. frequência (ou intensidade).
• Gráfico de colunas: os dados são apresentados na forma
de colunas, em que no eixo das abscissas se encontram
as classes ou variação do fenômeno e, no eixo das or-
denadas, as frequências ou intensidade.

921
Matemática

Exemplo

• Histograma: apresenta a distribuição de frequência de maneira contínua. Nas abscissas, encontramos os intervalos das
classes e, nas ordenadas, encontramos a frequência (ou intensidade).

Exemplo

Observe que o valor de cada sobrecarga está dentro dos intervalos, mas não temos informação de cada um desses valores.
• Pictograma ou gráfico pictórico: usam figuras para representar os dados. Quanto maior o tamanho da figura, maior é a
frequência da classe representada pela figura.

Exemplo

Médias

922
Estatística

Muitas vezes escutamos nossos professores falando que a Para calcularmos a média ponderada (M P), devemos
média das notas de seus alunos em uma prova foi alta ou baixa, multiplicar cada valor do conjunto por seu peso e então dividir
que para um aluno ser aprovado precisa de média 6; ou então o resultado pela soma dos pesos, ou seja, a média ponderada
vemos nos jornais notícias dizendo que a média de acidentes dos valores x1, x2, x3, ..., xn, cujos pesos são p1, p2, p3, ..., pn,
de trânsito no Brasil, no período do carnaval, aumentou em respectivamente, é:
relação ao ano passado. Esses são apenas poucos exemplos
x1 p1 + x 2 p2 + x 3 p 3 + ... + xn pn
do uso das médias em nosso dia a dia. Mas o que é média? MP =
p1 + p2 + p 3 + ... + pn
Como calculá-la? O que ela representa?
Média é o valor numérico de tendência central de um
conjunto de valores analisados, em outras palavras, é a Exemplo
tendência a qual os valores estão seguindo, é o número que (UNIFESP) Para ser aprovado num curso, um estudante
está mais próximo da maioria dos valores analisados. precisa submeter-se a três provas parciais durante o período
Um leitor mais crítico poderia dizer: “essa definição não cabe letivo e a uma prova final, com pesos 1, 1, 2 e 3, respectivamente,
a todo tipo de média, pois há médias que são muito diferentes e obter média no mínimo igual a 7. Se um estudante obteve
dos números analisados”, e ele não estaria errado. Isso ocorre nas provas parciais as notas 5, 7 e 5, respectivamente, a nota
porque existem diferentes tipos de médias. No entanto, todas MÍNIMA que necessita obter na prova final para ser aprovado é
elas buscam um valor central, uma tendência que poderia A) 9.
substituir os valores anteriores sem muitas perdas.
B) 8.
Sem mais enrolação, vejamos agora as diferentes médias
C) 7.
matemática.
D) 6.
MÉDIA ARITMÉTICA E) 5.
A média aritmética é a mais simples, mais conhecida, mais Resolução:
usada e intuitiva das médias matemáticas. Também conhecida
Seja x a nota mínima que o estudante precisa obter na
apenas por média ou por MA, ela é calculada somando-se
prova final para conseguir no mínimo uma média igual a
todos os valores do conjunto de números analisados e
7 para ser aprovado. Pelo enunciado temos:
dividindo-se o resultado pelo número de elementos somados,
que é igual ao número de elementos do conjunto, ou seja, a 5 1+ 7 1+ 5 2 + x 3
= 7 → 5 + 7 + 10 + 3x = 7 7 →
média aritmética dos n valores x1, x2, x3, ..., xn é: 1+ 1+ 2 + 3
27
22 + 3x = 49 → 3x = 49 − 22 → x = → x =9
x1 + x 2 + x 3 + ... + Xn 3
MA =
n Resposta: alternativa A.

Exemplo MÉDIA GEOMÉTRICA


Muito utilizada em cálculos estatísticos, a média geométrica
(UFMG) Define-se a média aritmética de n números dados
ou proporcional é definida como a raiz enésima do produto dos
como o resultado da divisão por n da soma dos n números
n valores analisados. Em outras palavras, a média geométrica
dados. Sabe-se que 3,6 é a média aritmética de 2,7; 1,4; 5,2 e
dos valores x1, x2, x3, ..., xn, é:
x. O número x é igual a
A) 2,3. MG = n x1 x 2 x 3 ... xn
B) 2,5.
C) 3,1. Exemplo
D) 3,6. Ao receber sua participação dos lucros, no inicio de 2011, na
E) 5,1. empresa que trabalhava, Rodrigo resolveu investir todo o valor
em ações da bolsa de valores. No primeiro ano, ele obteve um
Resolução: rendimento de 25%; no segundo ano, devido a efeitos da crise
Como o próprio enunciado diz, temos: econômica, ele teve um prejuízo de 12%, e, no terceiro ano,
2,7 + 1,4 + 5,2 + x suas ações voltaram a render, fechando em 27% no início de
= 3,6 → 2,7 + 1,4 + 5,2 + x = 4 3,6 →
4 2014. Para avaliar o cenário como um todo, Rodrigo calculou
9,3 + x = 14.4 → x = 14,4 − 9,3 → x = 5,1 o rendimento médio anual que teve, encontrando corretamente
o valor aproximado de
Resposta: alternativa E.
A) 11,8%.
MÉDIA PONDERADA B) 13,3%.
C) 18,2%.
Quando cada valor do conjunto possui uma importância
diferente, também conhecida como peso ou peso relativo. D) 21,3%.
O cálculo da média deve levar em conta essa importância E) 46,6%.
relativa ou peso relativo. Esse tipo de média é a tão conhecida
média ponderada; por exemplo, quando o professor nos diz que Resolução
a prova vale mais que o trabalho que fazemos em sua matéria. Seja C o valor aplicado por Rodrigo. Conforme aprendemos

923
Matemática

no capítulo 2, sabemos que o montante que Rodrigo obteve ao corretamente e respondeu que era
final desses 3 anos foi: A) 35.
M=1,25⋅0,88⋅1,27⋅C B) 40.
No entanto, o exercício pede que encontremos uma C) 45.
taxa média anual de tal maneira que, se for substituída em D) 50.
M=(1+i)t⋅C, nos dará o mesmo valor do montante do Rodrigo. E) 55.
Logo:
Resolução
M = MRodrigo → (1+ i) C = 1,25 0,88 1,27 C →
3

Primeiramente, vamos ordenar os dados:


10; 20; 20; 30; 40; 40; 50; 60; 70; 70; 80; 90.
1+ i = 3 1,25 0,88 1,27
Como há 12 dados (par), a mediana será igual a média
Observe que o termo a direita é exatamente a média geo- aritmética dos dois valores centrais, isto é, dos valores que
métrica dos valores 1,25, 0,88 e 1,27. Assim: estão nas posições n = 12 = 6 e n + 1 = 12 + 1 = 7 . Assim:
2 2 2 2
1+ i = 3 1,397 → i 1,118 − 1 → i 0,118 → i 11,8%
10; 20; 30; 40; 40; 50; 60; 70; 70; 80; 90.
 
6º 7º
Resposta: alternativa A.
40 + 50
Mediana = = 45
Mediana 2
Outra medida de tendência central é a mediana, que tam-
bém pode ser chamada de medida da localização do centro da
Diferentemente da média, a mediana não é tão sensível aos
distribuição dos dados ou da amostra.
valores que são muito maiores ou muito menores que os outros,
Ordenando os elementos de um conjunto ou de uma amos- isto é, valores muito grandes ou muito pequenos influenciam
tra, a mediana é o valor que ocupa a posição central dessa muito na média, mas na mediana não. Por outro lado, a média
distribuição ordenada. Se o número de elementos for par, a reflete o valor de todas as observações.
mediana será a média aritmética dos dois valores centrais.
MODA
Exemplo 1 Uma terceira medida de tendência central, muito útil na
Uma revista fez uma pesquisa para saber a idade de seus lei- análise de dados qualitativos, nos quais muitas vezes não se
tores. De uma amostra de 25 pessoas, o resultado foi o seguinte: pode calcular a média nem a mediana (quando não podem ser
19, 20, 21, 20, 19, 20, 19, 20, 21, 21, 21, 22, 20, 21, ordenados), é a moda.
22, 22, 23, 19, 20, 21, 21, 23, 20, 21, 19. Moda é o valor que surge com maior frequência em uma
Qual a mediana dos dados dessa pesquisa? dada distribuição, se os dados são discretos, ou o intervalo
de classe com maior frequência, se os dados são contínuos.
Resolução
Observe que, a partir da representação gráfica dos dados,
Primeiramente, vamos ordenar os dados:
obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a
19, 19, 19, 19, 19, 20, 20, 20, 20, 20, 20, 20, 21, 21, classe modal.
21, 21, 21, 21, 21, 21, 22, 22, 22, 23, 23.
Como a quantidade de elementos é ímpar, a mediana será Exemplo 1
o valor que ocupa a posição central da amostra. Assim, como Dado o gráfico a seguir sobre a preferência de disciplina dos
são 25 valores, a mediana será o valor que está na posição alunos de uma turma do Pré-Absoluto, qual é a moda desses
n + 1 25 + 1
= = 13 (em que n é o número de elementos): dados?
2 2
19, 19, 19, 19, 19, 20, 21 21, 21, 21, 21, 21, 21,
20, 20, 20, 20, 20, 20, 13º 21, 22, 22, 22, 23, 23,
  
12 valores 12 valores

Portanto, a mediana é igual a 21.

Exemplo 2
Um professor de Matemática aplicou uma prova de esta-
tística, valendo 100 pontos, em seus 12 alunos que pegaram
recuperação. As notas de seus alunos foram:
40; 20; 10; 20; 70; 60; 90; 80; 30; 50; 50; 70.
Como muitos de seus alunos foram mal na prova, quando
o professor apresentou os resultados para eles, disse que
daria mais 10 pontos para quem calculasse primeiro o valor
da mediana dessas notas. juca rapidamente fez os cálculos

924
Estatística

Resolução Exemplo
Analisando o gráfico sabemos imediatamente que a disciplina
A distribuição das alturas dos 30 alunos de uma turma
que os alunos mais gostam é a matemática, logo, ela possui a
encontra-se no gráfico a seguir:
maior frequência e é a moda desses dados.

Exemplo 2
Em uma prova aplicada a 10 alunos, as notas obtidas foram
as seguintes: 4,0; 7,0; 5,5; 8,0; 7,5; 10; 6,5; 8,0; 8,0 e 5,5. Sen-
do assim, qual a moda da distribuição de notas dessa turma?

Resolução
Analisando os dados, observamos facilmente que a nota
que apareceu com maior frequência foi a nota 8,0, portanto
essa é a moda.

Observe que as alturas que aparecem com maiores fre-


Exemplo 3 quências são 1,59 m e 1,68 m; ambas aparecem 6 vezes, logo
Foi realizada uma pesquisa em uma empresa sobre o ambas são as modas dessa distribuição.
valor do salário dos funcionários. A tabela a seguir apresenta
a distribuição de frequências dos salários de um grupo de 50 MEDIDAS DE DISPERSÃO
empregados dessa empresa em um certo mês.
Além das medidas de localização do centro de uma distribui-
Número de ção de dados, outras medidas importantes na estatística, que
Salário (R$)
funcionários nos permite uma melhor análise e interpretação dos dados, são
De 1.000 a 2.000 20 as medidas de dispersão.
De 2.000 a 3.000 18
Elas nos permitem medir a variabilidade ou dispersão pre-
De 3.000 a 4.000 9
sente em um conjunto de dados.
De 4.000 a 5.000 3
Sendo assim, qual a classe modal da distribuição de salário Normalmente, essa dispersão dos dados é calculada relati-
dessa empresa? vamente à medida de localização do centro da amostra. Como
a média é a medida de localização mais utilizada, será relativo
Resolução a ela que definiremos as medidas de dispersão.
Observa-se imediatamente ao analisar a tabela que o inter- Das medias de dispersão que estudaremos, apenas a
valo que possui maior frequência (neste caso, maior número amplitude não é relativa à medida de localização do centro da
de funcionários) é o intervalo “de 1.000 a 2.000”; logo, esse amostra.
intervalo é nossa classe modal.
AMPLITUDE
Fica a Dica É a diferença entre o maior e o menor valor de um dado
Vale observar que, nos casos em que a amostra conjunto.
não apresenta valores repetidos, isto é, quando a
frequência de cada um dos dados é a mesma e igual Exemplo
a 1, essa distribuição não apresenta moda. Quando
isso ocorre dizemos que ela é amodal.

Exemplo
A tabela a seguir apresenta a distribuição dos “pesos”1 de
5 alunos.
Nome do Aluno Peso (kg)
Ana Brigadeiro 78
Caio Rosquinha 86
David Vareta 56
Juana Banana 58
Rogério Caldo 75
Analisando os dados do gráfico anterior, concluímos facil-
Perceba que nessa distribuição não há moda.
mente que sua amplitude é:
Em outros casos, observamos que não há apenas um valor que
mais se repete, mas sim dois ou mais; nesses casos ambos os va- Valormáximo − Valormínimo = 57.000 − 10.000 = 47.000
lores são as modas da distribuição e dizemos que ela é multimodal.
1 OBS: sabe-se que o correto é dizer massa e não peso.

925
Matemática

DESVIO A vantagem que ele apresenta sobre a variância é de permitir


uma interpretação direta da variação do conjunto de dados, uma
É a diferença entre um valor qualquer da amostra e a média vez que é expresso na mesma unidade que a variável (seja kg,
aritmética de todos os valores dessa amostra. cm, m2...); ao contrário da variância, que está no quadrado da
di = xi − MA unidade da variável.
O valor mínimo do desvio padrão é 0 (zero), indicando que
não há variabilidade, ou seja, que todos os valores são iguais
Exemplo à média.
No gráfico do exemplo anterior (sobre o rendimento da em-
presa Trabalho Bom), calcule o desvio de cada dado. Exemplo 1
Resolução Para finalizar a análise do gráfico do exemplo anterior (so-
bre o rendimento da empresa Trabalho Bom), calcule o desvio
Primeiramente, precisamos calcular a média aritmética padrão da distribuição.
desses dados:
10.000 + 25.000 + 57.000 + 40.000 Resolução
MA = = 33.000
4 Como já calculamos o valor da variância, temos:
Assim, temos: σ = σ 2 = 304.500.000 → σ 17.450
dJaneiro = 10.000 − 33.000 = −23.000

dFevereiro = 25.000 − 33.000 = −8.000 Exemplo 2


Em uma turma de aluno, verificou-se através da análise das
dMarço = 57.000 − 33.000 = 24.000 notas de 15 alunos, os seguintes desempenhos:
Alunos Conceito na Prova
dAbril = 40.000 − 33.000 = 7.000 1 4,3
2 4,5
3 9,0
VARIÂNCIA (σ2) 4 6,0
É a medida que se obtém somando os quadrados dos des- 5 8,0
vios das observações da amostra, relativamente à sua média, e 6 6,7
dividindo o resultado pelo número de observações da amostra.
7 7,5
Em outras palavras, é a média aritmética dos quadrados
8 10,0
dos desvios:
9 7,5
2d2 + d22 + d23 + ... + dn2 10 6,3
σ = 1
n 11 8,0
12 5,5
Exemplo 13 9,7
14 9,3
Ainda no gráfico do exemplo anterior (sobre o rendimento
15 7,5
da empresa Trabalho Bom), calcule a variância da distribuição.
Total 109,8
Resolução Média 7,32
Como já sabemos os valores de cada desvio, temos: Desvio Padrão 1,77
Observamos no exemplo, que a média das provas, foi esti-
(−23.000 )2 + (−8.000 )2 + 24.0002 + 7.0002 → mada em 7,32 com desvio padrão em 1,77. Concluímos que a
σ2 = maioria das notas concentrou-se em 9,09 e 5,55.
4

Exercícios
σ 2 = 304.500.000
1. (Fgv 2018) A média aritmética das notas de cinco provas
de estatística é 6,4. Retirando-se a prova com a menor
DESVIO PADRÃO (σ) nota, a nova média aritmética sobe para 7,0. Agora,
É a raiz quadrada da variância. retirando-se a prova com a maior nota, a nova média
aritmética das três provas remanescentes abaixa para
6,5. Se a moda das notas das cinco provas é 6,0, então,
d12 + d22 + d23 + ... + dn2
σ = σ2 → σ = necessariamente, a nota de uma das cinco provas é
n
A) 6,8.
B) 7,2.
O desvio padrão é a medida de dispersão mais usada e é C) 7,4.
a maneira mais prática de medir a variabilidade dos dados de
D) 7,5.
uma distribuição de frequências.
E) 8,0.

926
Estatística

2. (Famerp – 2018) Sendo x um número inteiro, a mediana do conjunto {3, 7, 2, –3, 13, 9, –1, x} de oito números é igual
a Dessa forma, x é igual a
A) 7.
B) 3.
C) 4.
D) 6.
E) 5.

3. (Fgv – 2018) Uma lista de quatro números inteiros tem média 7 e diferença entre o maior e o menor dos números igual
a 24. A moda e a mediana da lista são, ambas, iguais a 8. Assim, o desvio padrão da lista é igual a
A) 69
B) 70
C) 71
D) 72
E) 73

4. (Upe-ssa 3 2018) Trezentos candidatos se submeteram ao teste de seleção para vaga de emprego em uma grande
empresa sediada em Pernambuco. Os resultados estão agrupados na tabela a seguir:

Com base nessas informações, os valores aproximados da variância e do desvio-padrão são respectivamente:
A) 103 e 10,15
B) 102,5 e 10,09
C) 94,6 e 9,72
D) 84,9 e 9,21
E) 76 e 8,71

5. (Ufu 2018) Um açougueiro atendeu, nos quatro primeiros dias de uma semana, respectivamente, 20,17,16 e 19 pessoas.
Considerando-se os atendimentos realizados na sexta-feira e no sábado, a média do número de pessoas atendidas, ao
longo de todos esses dias da semana, foi de 21 pessoas.
Se a moda referente às quantidades de pessoas atendidas diariamente é maior do que 20, logo a maior quantidade de
pessoas atendidas em um único dia é igual a
A) 22.
B) 33.
C) 27.
D) 34.

Gabarito
1. D
2. C
3. E
4. D
5. C

927
Capítulo 04

Introdução à Geometria Plana


A geometria como conhecemos hoje não foi sempre assim, Os pontos são representados por letras MAIÚSCULAS.
mas o estudo dos elementos geométricos data desde os pri-
mórdios da humanidade. Exemplo
A geometria surgiu de forma intuitiva, e, como todos os ramos
do conhecimento, nasceu da necessidade do homem de ob-
servar a natureza. Podemos citar, por exemplo, a formação de
circunferências concêntricas (centros na mesma origem) ao
arremessar uma pedra num lago. Outro exemplo é o cálculo de
área, em partilha de terras, que já era realizado por sacerdotes
do Egito antigo para a demarcação das terras que eram devas-
tadas pelas enchentes do Rio Nilo. Nesse exemplo, estão representados 4 pontos: o ponto A,
 No entanto, foi em meados de 300 a.C. que o B, o P e o Q.
o grande geômetra Euclides de Alexandria
(matemático educado na cidade de Atenas Reta
e frequentador da escola fundamentada A reta é definida como uma sequência infinita de pontos,
nos princípios de Platão) desenvolveu gran- portanto também é um elemento infinito. Intuitivamente, uma
diosos trabalhos matemático-geométricos corda bem esticada nos dá ideia de uma reta.
e os publicou em sua obra intitulada Os As retas podem ser
 representadas por letras minúsculas ou
Elementos. Essa foi, e continua sendo, a através da notação AB , em que A e B são dois de seus pontos.
maior obra já publicada desse ramo em toda Isso porque há um postulado (ou axioma) na Geometria que
a história da humanidade. nos diz que dois pontos distintos determinam uma única
Desde então, a Geometria plana, como é popularmente reta que os contém.
conhecida nos dias atuais, também é conhecida como Geo-
metria Euclidiana em homenagem ao seu grande mentor Exemplo
Euclides de Alexandria.


No
exemplo,
 estão representadas a reta r ou AB e a reta
s ou PQ .

ELEMENTOS INTUITIVOS Fica a Dica


Os princípios que levaram à elaboração da Geometria Plana • Por um ponto passam infinitas retas.
são baseados nos estudos de três elementos chamados de • Pontos colineares: dois ou mais pontos que
elementos intuitivos ou primitivos: o ponto, a reta e o plano. pertencem a uma mesma reta são chamados de
A partir desses três elementos, somos capazes de construir colineares.
todos os outros elementos da geometria Plana. • Toda reta que passa por dois pontos distintos de
um plano está contida nesse plano
Fica a Dica
Estes elementos são chamados de intuitivos Plano
ou primitivos porque não possuem uma definição O plano é definido como o conjunto de infinitas retas. A partir
plausível, mas conseguimos saber o que eles são dessa definição, podemos dizer também que, como em uma
intuitivamente. reta, em um plano, há infinitos pontos.
Intuitivamente, o quadro negro (ou lousa) utilizado em sala
Ponto de aula nos dá ideia de um plano.
O ponto é considerado como o menor elemento possível. Os planos são representados por letras gregas (α, β, γ, λ, ...).
Ele é a parte indivisível de uma reta e não possui dimensão.
Intuitivamente, poderíamos exemplificar um ponto como um Exemplo
furo de agulha em uma folha de papel ou mesmo uma estrela
distante que observamos no céu escuro.

928
Introdução à Geometria Plana

ser classificadas em: concorrentes, perpendiculares, paralelas


ou coincidentes.

Concorrentes
Duas retas são concorrentes quando possuem um único
ponto em comum.

Fica a Dica Exemplo


Um plano também pode ser determinado por:
• três pontos distintos não colineares (não perten-
centes a uma mesma reta);
• duas retas não coincidentes e/ou
• uma reta e um ponto não pertencente a esta reta.

RETAS Nesse exemplo, as retas r e s se concorrem no ponto P.


As retas são muito importantes no estudo da geometria, por No caso de concorrência, podemos ter mais de duas retas
isso, além do que já foi apresentado, precisamos estudar ainda concorrentes.
os elementos secundários formados a partir de uma reta e a
classificação de retas. Exemplo
Semirretas
Enquanto a reta é infinita para os dois lados, a semirreta é
infinita em uma direção e finita na outra. Em outras palavras,
ela tem origem em um ponto e continua infinitamente em um
único sentido.

Exemplo
Dado a reta r a seguir e os pontos
Perpendiculares ( ⊥ )
 A e Bpertencentes a ela,
podemos destacar as semirretas AB e BA . As retas perpendiculares são um caso especial de retas con-
correntes, pois além de possuírem um único ponto em comum,
elas formam ângulos de 90º entre si.

Exemplo
Lembrando que, na nomenclatura, o primeiro ponto indica
a origem da semirreta.

Nesse
 exemplo, o ponto O é a origem, logo temos a semir-
reta OA .

Segmento De Reta
Para indicar que as retas r e s são perpendiculares, usamos
Enquanto a reta é infinita para ambos os lados e a semirreta é
a notação r ⊥ s.
infinita apenas para um lado, o segmento de reta é finito em am-
bos os lados. Em outras palavras, ele possui um início e um fim.
Paralelas ( // )
Para indicar um segmento usamos AB , em que A e B são
Duas retas são paralelas quando pertencem ao mesmo
os pontos que indicam os extremos do segmento.
plano, ou seja são coplanares e não possuem pontos em
comum.
Exemplo Podemos dizer também que duas retas são paralelas se não
Dado dois pontos A e B de uma reta r, temos que segmento possuem pontos em comum e a distância entre elas é constante.
AB é o segmento que possui início no ponto A e fim no ponto B.
Exemplo

CLASSIFICAÇÃO DE RETAS
A classificação de retas que estudaremos parte da análise
da posição relativa entre duas retas. Assim, duas retas podem

929
Matemática

O ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de


mesma origem. Em outras palavras, é a união de duas semir-
retas de mesma origem.

Exemplo

Para indicar que as retas r e s são paralelas usamos a


notação r // s .
No caso de paralelismo, podemos ter mais de duas retas
paralela.

Exemplo O ângulo anterior, denominado


 de
 AOB , BOA , O ou α é
formado pelas semirretas OA e OB , cujo vértice ou origem
do ângulo é o ponto O.
A unidade usual de medida de ângulo, de acordo com o
sistema internacional de medidas, é o grau, representado pelo
símbolo º, e seus submúltiplos são o minuto, representado pelo
símbolo ’, e o segundo, representado por ”.
Nesta unidade, sabemos que 1º (grau) equivale a 60’ (minu-
tos) e 1’ equivale a 60” (segundos).
Muitas vezes, dependendo do problema, uma outra unidade
Coincidentes ( ≅ ) pode ser utilizada. Esta unidade é o radiano.
Duas ou mais retas são coincidentes quando possuem todos Um radiano (1 rad) é a medida do ângulo central de uma
os pontos em comum. circunferência cuja medida do arco correspondente é igual à
medida do raio da circunferência.
Para esta unidade temos a seguinte correspondência:
Indicamos que duas retas são coincidentes através do sím- 180º = π rad
bolo ≅ . Assim, no exemplo, r ≅ s.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A MEDIDA
GEOMETRIA ESPACIAL
Podemos classificar os ângulos de acordo com suas me-
As posições relativas entre duas retas vistas anteriormente
didas em:
são pensadas em Geometria Plana, mas, além dessas, temos
também uma classificação que leva em conta a posição das Agudo
retas no espaço, chamada de Reversas.
Todo ângulo cuja medida está entre 0º e 90º.
Duas retas são reversas quando não pertencem a um
mesmo plano, isto é, quando não são coplanares. Logo,
elas também não possuem nenhum ponto em comum, mas a
Exemplo
distância entre elas não é constante. É todo ângulo x tal que 0º < x < 90º.

Exemplo
Observe o cubo a seguir:

Reto
É o ângulo que possui medida igual a 90º. O ângulo reto
representa um quarto da circunferência.

 
Observe que as retas AH e DC são reversas, pois elas não Observe que esse ângulo possui uma notação especial: um
estão no mesmo plano e não possuem nenhum ponto em comum. quadrado com um ponto dentro.

ÂNGULOS Obtuso
Outro elemento básico muito importante na Geometria Plana, Todo ângulo cuja medida está entre 90º e 180º.
formado a partir dos elementares primitivos, é o ângulo.

930
Introdução à Geometria Plana

Exemplo
É todo ângulo y tal que 90º < y < 180º.

Exemplo
Raso (UFES) O triplo do complemento de um ângulo é igual à
terça parte do suplemento desse ângulo. Esse ângulo mede
É o ângulo que possui medida igual a 180º. O ângulo raso 7�
representa metade da circunferência. A) rad
8
5�
B) rad
16
7�
C) rad
Ângulo de uma volta 4
É aquele cuja medida é de 360º. Ele representa uma volta 7�
D) rad
completa na circunferência. 16
5�
E) rad
8

Ângulos Complementares Resolução


Dois ângulos são complementares quando a soma de suas Seja x o ângulo procurado, assim, seu complemento vale
medidas for igual a 90º. Nesse caso, dizemos que um dos ân- 90º − x (em graus) ou π − x (em radianos, já que 180º = π rad)
2
gulos é o complemento ou complementar do outro.
e seu suplemento vale 180º − x (em graus) ou π − x (em radia-
nos). Assim, pelo enunciado, temos:
π 1 3π π x
3 − x = (π − x )→ − 3x = − →
2 3 2 3 3
9π − 18x 2 π − 2x
= → 9π − 18x = 2 π − 2x →
6 6

Exemplo 7π
−16x = −7 π → 16x = 7 π → x =
16
(PUC SP) Um ângulo mede a metade de seu complemento.
Resposta: alternativa D.
Então, esse ângulo mede
A) 30°. Ângulos Replementares
B) 60°. Dois ângulos são replementares quando a soma de suas
C) 45°. medidas for igual a 360º. Nesse caso, dizemos que um dos
D) 90°. ângulos é o replemento do outro.
E) 68°.

Resolução
Seja x o ângulo procurado, assim, seu complemento vale
90º – x e, pelo enunciado, temos:
900 − x
x=
2
Logo:
900 − x Exemplo
x= → 2x = 900 − x → 3x = 900 → x = 300
2 3
A razão entre um ângulo e seu replemento é .
Resposta: alternativa A. 5

Ângulos Suplementares Logo, o valor desse ângulo é


A) 30°.
Dois ângulos são suplementares quando a soma de suas
medidas for igual a 180º. Nesse caso, dizemos que um dos B) 45°.
ângulos é o suplemento ou suplementar do outro. C) 60°.
D) 120°.
E) 135°.

931
Matemática

Resolução Ângulos Consecutivos


Seja x o ângulo procurado, assim, seu replemento vale 360º – x Dois ângulos são consecutivos quando possuem o mesmo
e, pelo enunciado, temos: vértice e um lado em comum.
x 3 Observe:
=
360º −x 5
Logo:
5x = 1080º −3x → 8x = 1080º → x = 135º
Resposta: alternativa E.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A
Na figura anterior, identificamos os ângulos AOC , AOB e
POSIÇÃO RELATIVA
BOC.
Quanto a posição entre ângulos, temos que dois ângulos Observe que osângulos AOC e AOB possuem o mesmo
podem ser: 
vértice O e o lado OA em comum, portanto são ângulos con-
secutivos.
Opostos pelo vértice (o.p.v.)
De maneira similar ocorre com os ângulos
 AOC e BOC , que
Dois ângulos são opostos pelo vértice quando os lados de possuem o mesmo vértice O e o lado OC em comum, e com
um deles são semirretas opostas aos lados do outro. Em outras
palavras, são aqueles formados pela interseção de duas retas  AOB e BOC , que possuem o mesmo vértice O e o
os ângulos
lado OB em comum.
concorrentes.
Portanto, nesta figura temos três pares de ângulos conse-
Os ângulos opostos pelo vértice são congruentes, isto é, cutivos:
possuem a mesma medida.
• A OC e AOB;
• A OC e BOC , e
• A OB e BOC .
Ângulos Adjacentes
Ângulos adjacentes são casos especiais de ângulos con-
  
secutivos.
Como
 a semirreta OA é oposta à OQ e a OB é oposta
à OP , temos que os ângulos a e b são o.p.v. assim como os Dois ângulos são adjacentes quando são consecutivos
ângulos x e y. e não possuem pontos internos comuns.
Na figura anterior, apenas os ângulos AOB e BOC são pos-
Exemplo suem pontos internos em comum, portanto apenas eles são
adjacentes. Observe:
(CEFET-MG) A interseção de duas retas determina quatro
ângulos, sendo a medida de um deles igual a 60º. As medidas,
em graus, dos outros três ângulos são:
A) 60º, 90º e 150º.
B) 60º, 120º e 120º.
C) 45º, 120º e 135º.
D) 30º, 135º e 135º. AOB e BOC não
 possuem nenhum ponto interno em comum,
apenas o lado OB .
Resolução
Sabe-se que a interseção de duas retas formam dois pares
de ângulos opostos pelo vértice. Assim, se um desses quatro
ângulos formado vale 60º, temos:

já os ângulos AOC e AOB possuem toda a parte destacada


da figura anterior em comum, isto é, todo o ângulo AOB está
dentro do ângulo AOC, logo não são adjacentes. O mesmo
acontece com os ângulos AOC e BOC; o ângulo BOC está
Como α e 60º são o.p.v., temos que α = 60º.
dentro do ângulo AOC:
Além disso, x e y também são o.p.v., o que implica que x = y.
Logo:
60º +α + x + y = 360º → 60º +60º +x + x = 360º →
120º +2x = 360º → 2x = 240º → x = 120º
Logo, α = 60º, x = 120º e y = 120º.
Resposta: alternativa B.

932
Introdução à Geometria Plana

Os ângulos correspondentes possuem a mesma medida,


Fica a Dica isto é, são congruentes.
Todo ângulo adjacente é consecutivo, mas nem todo a=e c=g
ângulo consecutivo é adjacente. b=f d=h

ÂNGULOS COLATERAIS
BISSETRIZ DE UM ÂNGULO
Os ângulos colaterais são aqueles que estão no mesmo lado,
A bissetriz de um ângulo é a semirreta com origem no vér- em relação à transversal. O próprio nome nos fornece essa
tice desse ângulo e que o divide em dois outros ângulos informação; co- significa “mesmo” e -lateral, “lado”.
congruentes. Em outras palavras, é a semirreta de origem no
Os ângulos colaterais podem ser internos ou externos, mas,
vértice do ângulo e que o divide ao meio.
em ambos os casos, eles possuem a propriedade de serem
suplementares (soma igual a 180º).

Colaterais Internos
São aqueles pares de ângulos que, além de estarem de um
mesmo lado da transversal, estão também dentro das paralelas.


Na figura anterior, a semirreta OC é a bissetriz do ângulo
AOB . Portanto:

medida de AOB
medida de AOC = medida de BOC =
2

PARALELISMO DE RETAS
Os pares de ângulos colaterais internos são:
Existe ainda um estudo que também classifica os ângulos
segundo suas posições relativas, no entanto, por envolver simul- c−f d−e
taneamente as retas e ângulos, o tratamos de maneira especial, Logo, temos que:
com maior ênfase. Esse estudo é o Paralelismo de Retas. c + f = 180º e d + e = 180º
Nesse estudo, temos que duas retas paralelas distintas
cortadas por uma transversal determinam oito ângulos Colaterais Externos
geométricos, dos quais dois quaisquer desses ângulos ou São aqueles pares de ângulos que além de estarem de um
são suplementares ou são congruentes. mesmo lado da transversal, estão também na parte externa
Observe: das paralelas.
Dadas as retas r, s e t, tais que r // s e t é transversal a
elas, temos:

Os pares de ângulos colaterais externos são:


a−h b−g
Logo, temos que:
A partir desta montagem, podemos classificar os ângulos
formados em: a + h = 180º e b + g = 180º

ÂNGULOS CORRESPONDENTES ÂNGULOS ALTERNOS


Os ângulos correspondentes são aqueles que estão na Os ângulos alternos são aqueles que estão em lados alter-
mesma posição, em relação às paralelas. nados, em relação à transversal.
Os ângulos alternos podem ser internos ou externos, mas,
em ambos os casos, eles possuem a propriedade de serem
congruentes (possuem mesma medida).

Alternos Internos
São aqueles pares de ângulos que além de estarem em lado
alternado em relação à transversal, estão também na parte
interna das paralelas.

933
Matemática

(x + 20º )+ (4x + 30º )= 180º →


130º
5x + 50º = 180º → 5x = 130º → x = → x = 26º
5
Resposta: alternativa B.

Exemplo II
(FUVEST-SP/Adaptada) Na figura a seguir, as retas r e s
Os pares de ângulos colaterais internos são:
são paralelas, o ângulo x mede 45° e o ângulo y mede 55°. A
c−e d−f medida, em graus, do ângulo α é
Logo, temos que:
c = e e d = f

Alternos Externos
São aqueles pares de ângulos que além de estarem em lado
alternado em relação a transversal, estão também na parte
externa das paralelas. A) 50.
B) 55.
C) 60.
D) 80.
E) 100.

Resolução
Para resolver esse problema, precisamos fazer uso de uma
terceira reta paralela às retas r e s que dividam o ângulo α em
Os pares de ângulos colaterais internos são: dois, de tal forma que a questão se resuma a dois problemas
de paralelismo. Assim, vamos traçar a reta tracejada t, paralela
a−g b−d
a r e a s, e vamos colocar os valores dos ângulos x e y:
Logo, temos que:
a = g e b = h

Fica a Dica
Se uma reta transversal t determina com duas retas
coplanares, r e s, ângulos alternos congruentes ou Observe que o ângulo α foi dividido em dois, a e b, em que
ângulos colaterais suplementares, então r // s. α = a + b.
Os ângulos x e a são alternos internos, uma vez que r // t,
assim como y e b, já que s // t. Como ângulos alternos são
Exemplo I congruentes, a = x = 45º e b = y = 55º. Logo:
(UNAERP SP) As retas r e s são interceptadas pela trans- α = a + b = 45º + 55º = 100º
versal t, conforme a figura. O valor de x para que r e s sejam Resposta: alternativa E.
paralelas é

Teorema de Tales
Ao estudarmos retas paralelas, não podemos nos esquecer
da grande contribuição do filósofo, astrônomo e matemático
grego Tales de Mileto (século VI a.C.). O tão famoso e conhecido
Teorema de Tales nos diz o seguinte:

A) 20°.
B) 26°. Um feixe de retas paralelas cortado
por segmentos (ou retas) trans-
C) 28°.
versais forma segmentos de retas
D) 30°. proporcionalmente correspondentes.
E) 35°.

Resolução Uma maneira melhor de visualizarmos esse teorema é


simplificando-o do seguinte modo: um feixe de retas paralelas
Conforme acabamos de estudar, se os ângulos colaterais
cortado por duas transversais determina segmentos proporcio-
formados forem suplementares, então as retas r e s serão
nais, ou seja a razão entre segmentos correspondentes nas
paralelas. Para isso, o valor de x deve ser:
duas transversais é constante”. Observe:

934
Introdução à Geometria Plana

1
4 7
8 14 8 14 4 1
= → = → = → x = 24
8 6 14 x 42 x 42 6
x 6
= = →
x y 42 7
1

6 14 6 3 14 3 1
= → = 6 → = → y = 18
y 42 y 42 y 6

Portanto, x – y = 24 – 18 = 6.
Resposta: alternativa C.

Exemplo II
Na figura a seguir, temos que a // b // c // d. Aplicando o
AB BC AC Teorema de Tales, determine os valores de x e y.
= =
DE EF DF

Pela propriedade das proporções estudadas, podemos


também escrever o teorema de Tales como:

Resolução
Aplicando o Teorema de Tales na figura anterior, obtemos:
9 6 12
= =
x 4 y
Assim:
9 6 3 2 3 1
= → = → = → x =6
x 4 x 4 x 2
6 12 1 2
AB DE ou AB DE ou BC EF = → = → y =8
= = = 4 y 4 y
BC EF AC DF AC DF

Exemplo I Exemplo III


(UFRj) Pedro está construindo uma fogueira representada (Colégio Técnico de Viçosa) As retas a, b e c são paralelas.
pela figura a seguir. Os valores são dados em centímetros. Calcule o valor de x +
y, em centímetros.

Ele sabe que a soma de x com y é 42 e que as retas r, s A) 22 .


e t são paralelas. Sendo assim, a diferença x – y é: 3

A) 2. D) 10. B) 15.
B) 4. E) 12. C) 13.
C) 6. D) 5.
E) 3 .
Resolução 2
Pelo teorema de Tales que acabamos de estudar, temos:
8 6 8+6 Resolução
= =
x y x+y Para resolvermos este exercício, precisamos aplicar o
Como x + y = 42, temos: Teorema de Tales duas vezes. No entanto, devemos ter muita
atenção ao aplicarmos o Teorema de Tales nas transversais
que se interceptam, para não errarmos na hora de montarmos
a proporção.

935
Matemática

Sendo assim, para y temos:


Diagonais: Segmentos AC, AD, BD, BE e CE.
2 8
= → 2y = 24 → y = 12
3 y Ângulos Internos
Para x:
x 4
= → 8x = 8 → x = 1
2 8
Portanto, x + y = 12 + 1 = 13.
Resposta: alternativa C.

Polígonos
Polígonos, do grego poli- (muitos) e -gono (ângulos), são
Ângulo interno de um polígono é todo ângulo cujo vértice
figuras geométricas planas e fechadas formadas por três ou
coincide com o cruzamento de dois lados do polígono, tal que
mais segmentos de reta que se intersectam dois a dois.
o setor circular determinado por esse ângulo está contido no
Os segmentos de reta são denominados lados do polígono. polígono.
Eles limitam o polígono, e seu número coincide com o número
Em outras palavras, são todos os ângulos que estão
de ângulos.
"dentro" de um polígono.
Os pontos de interseção são denominados vértices do
Ângulos internos: EAB , ABC , BCD , CDE e DEA .
polígono e a região interior ao polígono é muitas vezes tratada
como se fosse o próprio polígono.
Ângulos Externos
ELEMENTOS DOS POLÍGONOS
Dentre os elementos de um polígono, podemos destacar:
os vértices, os lados, as diagonais, os ângulos internos e os
ângulos externos.

Ângulo externo de um polígono é todo ângulo cujo vértice


coincide com um dos vértices do polígono e cujos lados são um
dos lados do polígono e o prolongamento do lado consecutivo.
Em outras palavras, são todos os ângulos que estão “fora”
Vértices e Lados
do polígono e são formados por um lado do polígono e o
prolongamento de seu lado adjacente.
Ângulos externos: EAM , ABN , BCO , CDP e DEQ .

CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS


Uma classificação mais generalista dos polígonos pode
ser feita quanto a sua forma. Nesse caso, temos dois tipos de
polígonos: convexos e côncavos.
Como já foi dito anteriormente, os vértices são os pontos de
interseção dos segmentos que formam o polígono, os quais, Convexos
por sua vez, são os lados do polígono.
Polígonos convexos são aqueles em que por quaisquer dois
Vértices: pontos A, B, C, D e E. de seus pontos internos somos capazes de traçar um segmento
Lados: segmentos AB, BC, CD, DE e EA. de reta totalmente contido neles.

Diagonais

Nesse caso, temos que todos os seus ângulos internos


As diagonais de um polígono são quaisquer segmentos de
possuem medida menor que 180º.
reta que unem dois vértices não consecutivos do polígono.

936
Introdução à Geometria Plana

Côncavos RELAÇÕES IMPORTANTES DOS PO-


já os polígonos côncavos são aqueles em que pelo menos LÍGONOS
dois de seus pontos, unidos por um segmento de reta, não estão
contidos na figura. É o caso contrário dos polígonos convexos Número de diagonais (D)
A quantidade de diagonais que um polígono qualquer possui
pode ser calculada pela seguinte expressão:

n (n − 3)
D=
2
Em que n é igual ao número de lados do polígono (ou número
de ângulos, uma vez que são iguais).
Neles há pelo menos um ângulo interno que possui medida
maior que 180º. Soma dos Ângulos Internos (Si)
Podemos dizer também que um polígono é convexo se, A soma das medidas dos ângulos internos de qualquer
e somente se, as retas que contêm qualquer um de seus polígono, seja côncavo ou convexo, pode ser calculada pela
lados deixam todos os demais lados contidos em um mesmo expressão:
semiplano.
Si = (n − 2 ) 180º

Em que n é igual ao número de lados do polígono.

Soma dos Ângulos Externos (Se)


A soma das medidas dos ângulos externos de qualquer
polígono convexo é sempre igual a 360º, independente do
número de lados do polígono. A única observação é que se
Observe que a reta r, no exemplo anterior, divide o plano deve somar apenas um ângulo externo por vértice.
em dois, mas todos os lados desse polígono se encontra no Se = 360º
mesmo semiplano. O mesmo ocorre se traçarmos retas nos
outros lados do polígono. No entanto, no exemplo a seguir,
isso não acontece:
Relação entre ângulo interno e externo
de um mesmo vértice
Como podemos observar, em qualquer polígono, a soma
do ângulo interno e do ângulo externo de um mesmo vértice é
sempre igual a 180º, portanto esses ângulos são suplementares.

NOMENCLATURA
O nome ou nomenclatura de um polígono depende do
número de lados (ou ângulos, já que são iguais) que eles
possuem.
Nº de
Nome
Nº de
Nome
POLÍGONOS REGULARES
lados lados
Outra classificação dos polígonos está associada à
3 Triângulo 9 Eneágono congruência de seus lados e ângulos .
4 Quadrilátero 10 Decágono
Um polígono regular é aquele que possui todos os
5 Pentágono 11 Undecágono ângulos e lados congruentes. Em outras palavras, todo
6 Hexágono 12 Dodecágono polígono convexo cujos lados possuem a mesma medida
7 Heptágono 15 Pentadecágono (equilátero) e, consequentemente, cujos ângulos também
8 Octógono 20 Icoságono possuem a mesma medida (equiângulo) são chamados
Observação1: Um polígono de n lados é chamado de regulares.
“polígnono de n lados”. Não confunda com o polígono de 9 Em alguns casos, tais polígonos ganham um nome diferente,
lados: eneágono. como ocorre com o triângulo regular, que recebe o nome de
Observação2: não há polígonos com menos de 3 lados. triângulo equilátero, e com o quadrilátero regular, que recebe
o nome de quadrado. Em todos os outros casos, devemos

937
Matemática

simplesmente adicionar a palavra regular após o nome do


polígono. Por exemplo: icoságono regular.

Exemplo I
Quantas diagonais tem um polígono regular convexo em
É importante ressaltar que a circunferência é um polígono que a diferença entre seu ângulo interno e externo vale 108º?
de infinitos lados e que todo polígono regular admite a E qual o nome desse polígono?
circunferência circunscrita (aquela que passa por todos os
vértices do polígono) e a circunferência inscrita (aquela que Resolução
tangencia todos os lados do polígono). A única informação que o enunciado nos deu foi:
Em outras palavras, todo polígono pode ser inscrito dentro a i − a e = 108º
de uma circunferência e pode inscrever uma circunferência. Sabemos também que o ângulo interno e o ângulo externo
Essas duas circunferências têm o mesmo centro O, chamado de um polígono são suplementares, logo:
também de centro do polígono regular. a i + a e = 180º

Assim:
a i − a e = 108º a i = 108º +a e

a i + a e = 180º a i = 180º −a e

Igualando as duas equações, temos:


108º +a e = 180º −a e → 2a e = 180º −108º →
72
ae = → a e = 36º
2
E a i = 108º +a e → a i = 108º +36º → a i = 144º
Assim, sabemos os valores dos ângulos internos e externos.
Ângulos Internos de um polígono regular Precisamos, então, descobrir o número de lados desse
polígono. Para isso, basta utilizarmos a expressão de cálculo
(ai) do ângulo interno ou a do cálculo do ângulo externo de um
Como todos os ângulos internos de um polígono regular polígono regular. Assim:
possui a mesma medida, isto é, são congruentes; podemos 360º 360º 360º
calcular seu valor através da expressão: ae = → 36º = → n= → n = 10
n n 36º

ai =
Si
→ ai =
(n − 2 ) 180º Portanto, já sabemos que o polígono em questão é o
n n decágono. Falta apenas calcularmos o número de diagonais
Em que n é igual ao número de lados (ou ângulos) do que ele possui:
polígono. n (n − 3) 10 (10 − 3) 10 7
D= → D= → D= → D = 35
2 2 2
Ângulos Externos de um polígono regular Resposta: esse polígono é o decágono e ele possui 35
(ae) diagonais.
De maneira similar ao caso anterior, como todos os ângulos
externos de um polígono regular são congruentes, podemos
calcular seu valor através da expressão:
Exercícios
1. (Efomm – 2018) Num triângulo ABC, as bissetrizes dos
Se 360º
ae = → ae = ângulos externos do vértice B e C formam um ângulo de
n n
medida 50º. Calcule o ângulo interno do vértice A.
Em que n é igual ao número de lados (ou ângulos) do po- A) 110º
lígono.
B) 90º
Polígonos Irregulares C) 80º
D) 50º
Um polígono irregular é aquele que não é regular, logo não
possui todos os ângulos e lados congruentes. Basta um lado E) 20º
(ou um ângulo) ser diferente dos demais que o polígono se
torna irregular.

938
Introdução à Geometria Plana

2. (Mackenzie – 2018) Dadas as medidas AB = 8 cm e BC = 10 cm, o compri-


mento do segmento BE é
A) 2,4 cm.
B) 2,7 cm.
C) 3 cm.
D) 3,2 cm.
E) 3,5 cm.

5. (G1 – CFTMG – 2017) Sejam dois ângulos x e y tais


que (2x) e (y + 10º) são ângulos complementares e (5x)
e (3y – 40º) são suplementares.
O ângulo x mede
A) 5º.
B) 10º.
O triângulo PMN acima é isósceles de base MN Se C) 15º.
p, m e n são os ângulos internos do triângulo, como
D) 20º.
representados na figura, então podemos afirmar que
suas medidas valem, respectivamente, Gabarito
A) 50º, 65º, 65º D) 50º, 50º, 80º
1. C
B) 65º, 65º, 50º E) 80º, 80º, 40º
2. A
C) 65º, 50º, 65º
3. E
3. (G1 - IFPE 2018) Eva é aluna do curso de Construção 4. D
Naval do campus Ipojuca e tem mania de construir bar- 5. D
quinhos de papel. Durante a aula de desenho técnico,
resolveu medir os ângulos do último barquinho que
fez, representado na imagem a seguir. Sabendo que
as retas suportes, r e s, são paralelas, qual a medida
do ângulo α destacado?

A) 52º D) 67º
B) 60º E) 59º
C) 61º

4. (UEFS – 2018) Os pontos D, E e F pertencem aos lados


de um triângulo retângulo ABC, determinando o retân-
gulo BFDE, com BF = 6 cm, conforme mostra a figura.

939
Capítulo 05

Teoria dos Conjuntos e Probabilidade


CONJUNTOS Exemplos
De acordo com a Teoria dos Conjuntos, as definições de • D = Conjunto dos dias da semana.
Conjuntos, Elementos e Pertinência, não são necessárias, • P = {x | x é um número par}
uma vez que tais conceitos são intuitivos. Lê-se: P é o conjunto formado por todo elemento x, tal
Esses conceitos, também chamados de conceitos primitivos, que x é um número par.
devem ser entendidos e aceitos sem definição.
III - Diagrama de Euler – Venn:
Uma maneira pratica de se estudar e entender essa teoria é
Mais conhecido como Diagrama de Venn, nesta
admitindo por conjunto o agrupamento ou coleção de elementos
representação, apresentamos os conjuntos graficamente, por
que possuem características semelhantes. Dizemos que esses
meio de uma figura plana limitada por uma curva fechada. (Esse
elementos, por sua vez, compõem o conjunto, isto é, eles
método também não é recomendado para um conjunto muito
pertencem ao conjunto, são seus componentes.
grande ou infinito.)
Os conjuntos podem ser finitos ou infinitos e dois conjuntos
são iguais se possuem exatamente os mesmos elementos. Exemplos
• Conjunto dos dias da semana:
NOTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO D
Geralmente a notação dos conjuntos é feita mediante a Sexta-feira
utilização de uma letra maiúscula do nosso alfabeto, e os Domingo Sábado
Segunda-feira
elementos por letras minúsculas.
A representação de um conjunto pode ser feita de diversas Terça-feira Quarta-feira
maneiras, entretanto veremos apenas as três formas seguintes: Quinta-feira

I - Listagem dos elementos: • Conjunto dos números pares:


P 4
Todos os elementos do conjunto são apresentados em uma
lista, dentro de duas chaves e separados por ponto-e-vírgula 2 16
ou por vírgula. 12
...
14
6
Exemplos 10
8
Elementos
Igualdade

D = {Domingo, 2a feira, 3a feira, 4a feira, 5a feira, 6a feira, Sábado} Fica a Dica


Relação de Pertinência
Nome do Chaves para delimitar os elementos Para indicar que um determinado elemento
conjunto x é um elemento de um conjunto A, isto é,
faz parte de um conjunto A, dizemos que o
• Conjunto dos números pares: P = {0, 2, 4, 6, ...}. elemento x pertence ao conjunto A, através da
II - Propriedade dos elementos: seguinte notação:
x A
Nos casos em que o conjunto apresenta uma grande em que o símbolo ∈ é uma versão da letra
quantidade de elementos, podendo até mesmo ser infinita, a grega épsilon e esta consagrada em toda
representação por listagem se torna inconveniente. Nessas a matemática como símbolo indicativo de
situações, podemos descrever o conjunto por meio de uma pertinência.
propriedade comum aos seus elementos (muitas vezes Para indicar que um elemento x não pertence a
apresentada por meio de uma expressão matemática). um conjunto A, dizemos:
x ∉A
x não pertence a A.

Exemplo:
No conjunto A = {4, 5, 6, 7, 8}, podemos dizer que:
• 6 ∈ A (6 pertence ao conjunto A)
• 3 ∉ A (3 não pertence ao conjunto A)

940
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

RELAÇÃO DE INCLUSÃO conjuntos formados por um só elemento ou conjuntos sem


elemento algum.
A relação de inclusão indica se um determinado conjunto
Quando um conjunto é formado por apenas um elemento,
está contido ou não em outro conjunto.
ele é denominado de conjunto unitário. Já no caso em que um
Dados dois conjuntos A e B, dizemos que o conjunto A está conjunto não possui elementos, este conjunto é denominado
contido no conjunto B se, e somente se, todos os elementos conjunto vazio.
que pertencerem a A, também pertencerem a B. A notação que
O conjunto vazio é representado pelos símbolos { } ou ∅.
indica que um conjunto A está contido em um conjunto B é:

A ⊂ B (lê-se: A está contido em B) Fica a Dica


Não podemos confundir as duas notações que
Em algumas publicações, podemos encontrar também outra
representam o conjunto vazio por {∅} , pois estaríamos
notação para a relação de inclusão:
apresentando um conjunto unitário cujo elemento é o ∅ .
Por isso, quando os símbolos { } ou ∅ , aparecerem listados
A ⊃ B (lê-se: B contém A) ou visíveis, dentro de um conjunto, o conjunto vazio deverá
ser tratado como elemento desse conjunto especificado.
O diagrama de Venn para esta relação é algo parecido com: Por exemplo:
A = {∅; 2; 4;7}.
O conjunto vazio está contido em qualquer conjunto e,
por isso, é considerado subconjunto de qualquer conjunto,
inclusive dele mesmo.
B A

Conjunto Universo
O conjunto universo é um conjunto que contém todos os
elementos do contexto no qual estamos trabalhando e também
Basta existir pelo menos um elemento de A que não pertence contém todos os conjuntos desse contexto.
a B para que A não esteja contido em B. Indicamos que o Geralmente ele é usado quando estamos desenvolvemos
conjunto A não está contido em B pela notação: um determinado assunto dentro da matemática e precisamos
admitir um conjunto ao qual pertencem todos os elementos que
A ⊄ B (lê-se: A não está contido em B) desejamos utilizar.
O conjunto universo é representado por uma letra U.
Subconjuntos
Quando, dados dois conjuntos A e B, se o conjunto A está Exemplo
contido no conjunto B, dizemos que A é um subconjunto de B.
Na equação x2 – 4 = 0, temos que seu conjunto solução (S)
Fica a Dica será S = {−2; 2} se o conjunto em que estivermos trabalhando
for o conjunto dos números reais, por exemplo; nesse caso o
Sendo A e B conjuntos, tem-se que A ⊂ B e B ⊂ A se, conjunto universo seria os números reais (U =  . Mas, se
e somente se, A = B. estivéssemos no conjunto dos números naturais, a solução
• Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que A seria S = {2} e o conjunto universo U =  .
é subconjunto de A, pois todo elemento de A é
elemento de A. Por extensão, todo conjunto é CONJUNTO DAS PARTES
subconjunto dele mesmo.
O Conjunto das partes de um conjunto A, representado
• A relação de pertinência relaciona um elemento a um por P(A), é o conjunto formado por todos os subconjuntos do
conjunto e a relação de inclusão refere-se, sempre, conjunto A.
a dois conjuntos. Portanto, é ERRADO dizer que:
É de suma importância lembrar que, dentre os subconjuntos
3 ⊂ {1, 2, 3, 4, 5} ou que {3} ∈ {1, 2, 3, 4, 5}. de um dado conjunto A, estão o conjunto vazio e o próprio
O CORRETO é dizer que: conjunto A.
3 ∈ {1, 2, 3, 4, 5} ou que {3} ⊂ {1, 2, 3, 4, 5}.
Note que existe uma diferença entre 3 e {3}. O primeiro Exemplo
é o elemento 3, e o segundo é o conjunto formado pelo Dado o conjunto A = {1, 2, 3}, seus subconjuntos são:
elemento 3.
; {1}; {2}; {3}; {1,2}; {1,3}; {2,3}; {1,2,3}

CASOS ESPECIAIS Dessa forma, temos que o conjunto das partes é:


P (A )= { ; {1}; {2}; {3}; {1,2}; {1,3}; {2,3}; {1,2,3}}
Conjunto Unitário e Conjunto Vazio
Embora a ideia de conjunto nos induza a pensar em um Número de elementos do conjunto das
agrupamento de vários elementos, podemos nos deparar com

941
Matemática

partes formado pelos elementos comuns a A e B: A ∩ B = {3}.


A B
É possível determinar o número de elementos do conjunto
1 2
das partes de um dado conjunto, sem que haja necessidade de
listá-los, ou seja, dado um conjunto A, é possível determinar o 3
número de subconjuntos de A, sem precisar escrever todos os
elementos do conjunto P(A). 5 4
Para isso, sendo n[P(A)] o número de elementos do conjunto
das partes e n(A) o número de elementos do conjunto A, basta A∩B
utilizarmos a seguinte expressão:
Diferença
n P (A ) = 2 n(A ) A diferença de dois conjuntos é o conjunto formado pelos
elementos que pertence ao primeiro e não pertence ao segundo
Mais tarde entenderemos que esse resultado parte da conjunto, em outras palavras, dados dois conjuntos A e B,
ideia de que cada elemento do conjunto A tem duas opções a diferença entre A e B, denotada por A – B, é o conjunto
na formação dos subconjuntos (ou o elemento pertence ao formado pelos elementos de A menos os elementos comuns a
subconjunto ou ele não pertence ao subconjunto) associada B. Matematicamente, poderíamos dizer que:
ao princípio multiplicativo das regras de contagem. {
A − B = x x ∈A e x ∉B }
Exemplo
Exemplo
Observe no exemplo anterior que, como o conjunto A possui
3 elementos, temos que n(A) = 3 . Portanto, aplicando esse valor Dado os conjuntos A = {1, 3, 5} e B = {2, 3, 4}, a diferença
na expressão anterior, temos que o número de subconjuntos A−B é: A−B = {1, 5}. Já a diferença B−A é: B−A = {2, 4}.
A B
de A é:
1 2

n P (A ) = 2n(A) → n P (A ) = 2 3 → n P (A ) = 8
n(A )= 3
3

5 4
O resultado é exatamente igual ao valor encontrado no
exemplo anterior. A−B

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Fica a Dica


Propriedades
União
A união de dois conjuntos é o conjunto formado por todos União:
os elementos desses dois conjuntos. Para indicar a união entre
• A∪B=B∪A
conjuntos usamos o símbolo ∪.
• Se A ⊂ B, então: A ∪ B = B.
Matematicamente, poderíamos dizer que:
A B • A∪∅=A

2 • (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) = A ∪ B ∪ C
1

3 Interseção
• A∩ B =B∩ A
5 4
• Se A ⊂ B, então: A ∩ B = A.
• A∩ =
A∪B
(A ∩ B )∩ C = A ∩ (B ∩ C )= A ∩ B ∩ C

Interseção A ∩ (B C )= (A ∩ B ) (A ∩ C )

A interseção de dois conjuntos é o conjunto formado A (B ∩ C )= (A B )∩ (A C )

pelos elementos que são comuns aos dois conjuntos. Para
indicar a interseção entre conjuntos usamos o símbolo ∩ . Diferença
Matematicamente, poderíamos dizer que:
• − A =
{
A∩ B = x x A e x B } •
A − (A ∩ B )= A − B

Se os conjuntos envolvidos não possuem elementos em


comum, a interseção deles será igual ao conjunto vazio e
dizemos que esses conjuntos são distintos. COMPLEMENTAR DE UM CONJUNTO
Dados dois conjuntos A e B, sendo A subconjunto de
Exemplo B (A ⊂ C), chamamos de complementar de A em relação a B,
e indicamos por CBA , ao conjunto B – A:
Dado os conjuntos A = {1, 3, 5} e B = {2, 3, 4}, a interseção
do conjunto A com o conjunto B, representada por A ∩ B, é

942
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

2º) Se tal intersecção não for dada, atribuímos a ela o valor x.


B 3º) Uma vez indicada a interseção de todos os conjuntos,
A
passamos para a interseção dos conjuntos dois a
dois. Devemos lembrar de subtrair os elementos da
intersecção de todos os conjuntos para não contarmos
um mesmo elemento várias vezes.
4º) Continuamos com o processo até acabarem as
intersecções.
{ }
C = x x ∈B e ∉A = B − A
A
B
5º) Se quisermos saber o número total de elemento da união
Podemos ter o complementar de um conjunto em relação de todos os conjuntos, basta somarmos o número de
ao conjunto universo que estamos trabalhando, neste caso, elementos de cada subconjunto, já que as intersecções
podemos simplesmente utilizar a letra c, posta como expoente já foram eliminadas.
no conjunto, para indicar o complementar deste conjunto. Em
algumas literaturas, pode-se aparecer, também, uma barra Para entender melhor o que queremos dizer, observe os
acima da letra que representa o nome do conjunto. exemplos:
U

A
Exemplo 1
CEFET 1998 – Em uma escola foram distribuídos dois
jornais A e B. Se 80% dos alunos leram o jornal A e 60%
dos alunos leram o jornal B, e todos leram, pelo menos,
um dos jornais, o percentual dos alunos que leram os
dois jornais foi de:
A) 40%
B) 50%
CUA = Ac = A = U − A
C) 60%
D) 80%
Exemplo
E) 140%
Dado os conjuntos A = {2, 3} e B = {1, 2, 3, 4, 5}, o
complementar de A em relação a B é o conjunto CBA = {1,4,5} \ Resolução:
Seja x o percentual dos alunos que leram os dois jornais.
PROBLEMAS ENVOLVENDO Pelas informações, temos:
CONJUNTOS O conjunto A é composto por todos os alunos que leram
Como a proposta do ENEM é avaliar a capacidade do aluno o jornal A, incluindo os que leram ambos os jornais, isto é, a
de aplicar o conteúdo aprendido durante o ensino médio nos interseção A ∩ B ;
problemas do dia-a-dia, é de se esperar que os problemas que
De maneira similar, o conjunto B é composto por todos os
aparecem na prova não sejam tão teóricos.
alunos que leram o jornal B, incluindo os que leram ambos os
Então, como seria essa matemática aplicada? jornais;
Como esse conteúdo é cobrado? Onde encontramos Dessa forma, podemos esboçar o seguinte diagrama de
problemas práticos envolvendo a teoria de conjuntos? Venn:
Para exemplificar a aplicação dessa teoria no dia-a- dia
poderíamos citar os problemas que envolvem pesquisas de
mercado ou pesquisas de opinião, cálculos estatísticos e A B
contagens gerais.
Saibam que o conteúdo teórico estudado até agora não é
em vão, mas sim necessário para a resolução dos problemas
propostos na prova do Enem.
80% - X X 60% - X
COMO RESOLVER
A maneira mais prática para se resolver um problema que
envolva a teoria dos conjuntos é usando o diagrama de Venn.
Geralmente, em cada conjunto procura-se indicar o número
de elementos que o mesmo possui, sem a necessidade de
enumerar esses elementos.
Em que a região sombreada é a interseção A ∩ B (o
Podemos seguir algumas regras para facilitar o preenchimento percentual dos alunos que leram os dois jornais), 80% – x é
de valores no diagrama: o percentual dos alunos que leram apenas A e 60% – x é o
1º) Devemos sempre procurar começar pela intersecção de percentual dos alunos que leram apenas B.
todos os conjuntos. Como foi dito que todos leram, pelo menos, um dos jornais,

943
Matemática

sabemos que a soma dos elementos da união desses dois Resposta: Alternativa B.
conjuntos é 100%, portanto:
(80% - x) + x + (60% - x) = 100% ⇒ Conjuntos Numéricos
140% - x = 100% ⇒ x = 40% No início do capítulo, aprendemos que conjunto é o
Resposta: Alternativa A. agrupamento de elementos que possuem características
semelhantes, quando estes elementos são números, tais
Exemplo 2 conjuntos são denominados conjuntos numéricos. Portanto:

FGV-SP – Em uma universidade com N alunos, 80 Conjuntos numéricos são quaisquer conjuntos cujos ele-
estudam Física, 90 Biologia, 55 Química, 32 Biologia mentos são números.
e Física, 23 Química e Física, 16 Biologia e Química e
8 estudam nas três faculdades. Sabendo-se que essa Os conjuntos numéricos foram surgindo, à medida que foi
universidade somente mantém as três faculdades, se tornando necessário apresentar resultados para algumas
quantos alunos estão matriculados na universidade? operações matemáticas.

A) 304 D) 154 Dentre essa infinidade de conjuntos numéricos, estudaremos


B) 162 E) N.d.a. os chamados conjuntos numéricos fundamentais, que são os
conjuntos numéricos mais amplamente utilizados.
C) 146

Resolução: CONJUNTO DOS NÚMEROS


Para se resolver esse tipo de exercício, a melhor maneira é NATURIAS (ℕ)
esboçar o diagrama de Venn preenchendo primeiro o valor da
Com a necessidade de contar quantidades, surgiu o conjunto
interseção dos três conjuntos:
dos números naturais.
• 8 estudam nas três faculdades Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito:
Em seguida, atribuir os valores das outras três interseções  = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,...}
sem se esquecer de subtrair do valor da interseção dos três
Um subconjunto importante de ℕ é o conjunto dos números
conjuntos:
naturais não nulos (excluindo o zero), para representá-lo deve-se
• Biologia e Física: 32 – 8 = 24 colocar um asterisco (*) ao lado do ℕ:
• Química e Física: 23 – 8 = 15 ℕ*={1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, ...}
• Biologia e Química: 16 – 8 = 8
ℕ* = ℕ − {0}
E, só então, preencher os valores referentes a apenas
cada conjunto, sem se esquecer de subtrair os valores das No conjunto dos números naturais sempre é possível efetuar
interseções: a adição e a multiplicação, ou seja, a soma e o produto de dois
• Biologia: 90 – 24 – 8 – 8 = 50 números naturais resultam sempre em um número natural. No
entanto, a divisão ou subtração entre dois números naturais nem
• Física: 80 – 24 – 15 – 8 = 33 sempre é um número natural: a subtração 3 – 4, por exemplo,
• Química: 55 – 15 – 8 – 8 = 24 não é possível em ℕ. Daí a necessidade de ampliar o conjunto
ℕ, introduzindo os números negativos.

B F CONJUNTO DOS NÚMEROS


24 INTEIROS (ℤ)
50 33 Também chamado de conjunto dos números relativos, o
conjunto dos números inteiros são todos os números que
8 pertencem ao conjunto dos Naturais mais os seus respectivos
opostos (negativos). O conjunto inicia-se no infinito negativo,
8 15 chega ao zero e vai para o infinito positivo:

ℤ = {..., −6, −5, −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}


Q
Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui
24 um simétrico ou oposto. O oposto do 1 é o –1, do 2 o –2 e
assim por diante. O Sinal “ –” indica que se trata de um número
negativo, portanto menor que zero. Os números naturais a partir
do 1 são por natureza positivos e o zero é nulo.
Alguns subconjuntos importantes de ℤ são:
Como essa universidade somente mantém as três
faculdades, o número total de alunos que estão matriculados • ℕ(conjunto dos números naturais): ℕ ⊂ ℤ
na universidade é igual à soma de todos os elementos (a união • Conjunto dos números inteiros não nulos:
B ∪ F ∪ Q):
ℤ* = {..., − 5, − 4, − 3, − 2, −1,1, 2, 3, 4, 5, ...}
50 + 33 + 24 + 24 + 15 + 8 + 8 = 162

944
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

• Conjunto dos números inteiros não negativos:


ℤ+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}⇒ℤ+=ℕ FICA A DICA
• Conjunto dos números inteiros não positivos: Números decimais e Dízimas
periódicas
ℤ− = {..., 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0}
Os números decimais são largamente utilizados em
• Conjunto dos números inteiros não negativos e não nulos: nosso dia a dia, note que todo número racional pode ser
representado por um número decimal.
a
Passa-se um número racional da forma para a
b
• Conjunto dos números inteiros não positivos e não nulos:
formade número decimal dividindo o inteiro a pelo inteiro
*− = {..., −6, −5, −4, −3, −2, −1}
b. Na passagem de uma notação para outra, podem ocorrer
dois casos:
Em operações de adição e subtração em ℤ, quando os
números têm o mesmo sinal basta conservá-lo e adicionar os • Número decimal finito: O número decimal tem uma
quantidade finita de algarismos, diferentes de zero, isto
números; quando os sinais são contrários, subtraímos o menor
é, uma decimal exata.
do maior, e o sinal que prevalece é o do maior. É importante
Exemplos:
lembrar que o sinal mais (+) antes de um parêntese não altera o
sinal do número que está entre parênteses, no entanto, quando 3 7 9 8
=3 = 3,5 = 1,125 = 0,0128
o sinal antes do parêntese for o de (–), o sinal do número 1 2 8 625
que está entre parênteses é alterado na hora de eliminar os Nesse caso, para voltar à notação de fração, podemos
parênteses. transformá-la em uma fração cujo numerador é o numeral
Para as operações de multiplicação e divisão, números de decimal sem a vírgula e cujo denominador é o algarismo 1
seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais
mesmo sinal dão sempre resultado positivo, enquanto que os
do numeral dado.
de sinais contrários dão sempre resultados negativos.
• Número decimal infinito periódico: O número decimal
Em ℤ, sempre é possível efetuar a adição, a multiplicação tem uma quantidade infinita de algarismos que se
e a subtração, ou seja, a soma, o produto e a diferença de repetem periodicamente, isto é, uma dízima periódica.
dois números inteiros resultam sempre um número inteiro. E Exemplos:
todas as propriedades das operações em ℕ continuam válidas 1
em ℤ. No entanto, a divisão de dois números inteiros nem 3
(
= 0,333... = 0,3 Período 3 )
sempre resulta um número inteiro: − 5 ÷2 , por exemplo, não 4
é possível em ℤ. Daí a necessidade de ampliar o conjunto ℤ, 33
(
= 0,1212... = 0,12 Período 12 )
acrescentando as frações. 11
18
(
= 0,6111... = 0,61 Período 1 )
CONJUNTO DOS NÚMEROS
Nesse caso, para voltar à notação de fração, chamada
RACIONAIS (ℚ) geratriz da dízima periódica, podemos fazer como segue:
São todos os números que podem ser escritos na forma de Caso 1: Dízima simples (parte decimal = período)
fração com numerador e denominador inteiros, sendo o este O numerador de sua geratriz é formado pelo período da
último diferente de zero. dízima e o denominador por uma quantidade de números
“9” correspondente à quantidade de algarismos do período.
Em outras palavras, é todo número que pode ser escrito na
Quando a dízima possuir uma parte inteira, devemos
forma a , com b ≠ 0 , uma vez que não existe divisão por zero.
b separá-la da parte decimal e posteriormente somá-la.
Exemplos:
2 41
0,222... = 0,2 = 0,4141... = 0,41 =
9 99
23 122
Fazem parte de ℚ os números naturais, os números inteiros, 1,2323... = 1+ 0.2323... = 1+ 0,23 = 1+ =
os números decimais finitos e os números decimais infinitos 99 99
periódicos (dízimas periódicas).
Caso 2: Dízima composta
Em ℚ as quatro operações fundamentais (adição, subtração,
O numerador de sua geratriz é formado pela parte não
multiplicação e divisão por um número diferente de zero) são periódica seguida do período, menos a parte não periódica,
sempre possíveis e valem todas as propriedades que valem e no denominador coloca-se um “9” para cada algarismo do
para os inteiros. No entanto, operações como radiciação nem período e um “0” para cada algarismo que não se repete,
sempre estão definidas em  : 2 , por exemplo, não é possível após a vírgula. De maneira semelhante ao caso anterior,
em ℚ. Novamente surge a necessidade de outro tipo de número. se a dízima possuir uma parte inteira, devemos separá-la
da parte decimal e posteriormente somá-la.
Exemplos:
125 − 12 113
0,12555... = 0,125 = =
900 900
237 − 23 557
1,23777... = 1+ 0,2377... = 1+ =
900 450

945
Matemática

CONJUNTO DOS NÚMEROS ℝ⊂ℂ


Na representação cartesiana dos números complexos, o
IRRACIONAIS (I)
eixo x representa os números reais e o eixo y representa os
São os números que não podem ser escrito na forma números que possuem o i, chamados números imaginários.
fracionária, com numerador inteiro e denominador inteiro
(diferente de zero). De maneira resumida, poderíamos dizer
que são todas as dízimas não periódicas. FICA A DICA
Dentre os números irracionais, destacam-se as raízes não
Outros símbolos importantes
exatas e o número π (pi):
< Menor
π ≅ 3,14159265359... . > Maior
≤ Menor ou igual
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (ℝ)
≥ Maior ou igual
O conjunto dos números Reais é formado pela união do
≠ Diferente
conjunto dos racionais com o conjunto dos irracionais, isto é,
ele é formado por todos os conjuntos citados anteriormente. | Tal que
⇒ Implica que
⇔ Se, e somente se
∃ Existe
Se pensarmos nos conjuntos numéricos como sendo uma
reta, o conjunto dos números reais é o único que não apresenta ∃ Não existe
buracos entre dois números. Logo, entre dois números reais ∀ Para todo (ou qualquer que seja)
sempre existe infinitos números reais, proporcionando uma reta ∞ Infinito
contínua. Dessa forma, para representarmos um intervalo em ℝ,
como, por exemplo, os números entre –2 e 13, podemos utilizar:
{x  −2 < x < 13} Conjunto dos Números Naturais
(−2, 13) O conjunto dos números naturais é um conjunto bem espe-
cial, por se tratar de um conjunto bastante intuitivo, que surgiu da
�2, 13 necessidade humana em contar quantidades, ele se apresenta
de diversas maneiras em nosso dia-a-dia. Por isso, daremos
uma ênfase nesse conjunto.
-2 13
Se quiséssemos representar o intervalo de –7 até o infinito DIVISÃO EUCLIDIANA
positivo, teríamos:
A divisão euclidiana, ou divisão com resto, é o algoritmo que
{x  x ≥ −7} nos permite dividir dois números naturais, cuja única restrição
é que o divisor seja diferente de zero.
−7, ∞ )
Dessa forma, dados dois números naturais D e d, com d≠0,
−7, ∞ a divisão Euclidiana de D por d é representada por:

-7 D d
r q
A “bolinha fechada” indica que o extremo do intervalo
pertence a ele, já a “bolinha aberta” indica que o extremo do
Em que 0 ≤ r ≤d e D = q · d + r .
intervalo não pertence a ele.
Dizemos que q é o quociente e que r é o resto da divisão de
Em ℝ, praticamente todas as operações são possíveis,
D por d, e que D é o dividendo, d é o divisor.
no entanto, ainda existem situações, como a resolução de
equações de segundo grau, em que os números reais não Vale observar que essa divisão estende-se aos números
eram suficientes para solucionar, necessitando, então, de outro inteiros.
conjunto. Tais situações são as raízes com índices pares e
radicando negativo, por exemplo, �4 , 4 �7 , etc. Foi nesse Exemplo
contexto que surgiu o conjunto dos números complexos. Na divisão de dois números naturais e diferentes de zero, o
quociente obtido é 18 e o resto é igual ao divisor menos duas
CONJUNTO DOS NÚMEROS unidades. Sendo a diferença entre o dividendo e o divisor igual
COMPLEXOS (ℂ) a 106, qual o resto dessa divisão?

O conjunto dos números complexos surge como uma Resolução:


extensão dos números reais. Pelos dados do exercício, temos:
Ele é definido como o conjunto dos pares ordenados D d D d
compostos por números reais: q 18
r d-2
{
 = z = a + i b a,b  e i2 = −1 }
D – d = 106, q = 18 e r = d – 2.

946
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

Além disso, associando esses valores a definição da divisão Além disso, o número 2 é o único número primo que é par.
de Euclides (D= q · d + r) , temos: Vale observar também que, de maneira similar a divisão
( (
D - d = 106 D = 106 + d
Euclidiana, os números primos se estendem ao conjunto dos
D = 18 $ d + ^ d - 2 h
& &
D = q$d+r números inteiros. Nesse caso, define-se que os números pri-
106 + d = 19 · d - 2⇒18 · d = 108 ⇒ d = 6 mos são aqueles que possuem 4 divisores: ± 1 e ± ele mesmo.
Logo: São primos os números 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, ...
r=d-2⇒r=6-2⇒r=4
Portanto, o resto dessa divisão é igual a 4. Decomposição em Fatores Primos
MÚLTIPLOS E DIVISORES DE UM Os números formados pelo produto de dois ou mais números
primos são chamados de números compostos, por exemplo:
NÚMERO NATURAL 6 = 3 · 2, 21 = 3 ·7, etc. Todos esses números podem ser fato-
Quando, em uma divisão Euclidiana, temos o caso em que rados (decompostos) em produto de números primos.
r = 0, então D = q · d e, assim, dizemos que D é um múltiplo de
Esse produto é obtido pela chamada decomposição em
d ou d é um divisor de D.
fatores primos ou, simplesmente, fatoração do número.
Podemos dizer também que d divide D ou que D é divisível por d.
Para fatorar um número, basta fazer como no exemplo:
Exemplos
Nas divisões seguintes, temos: Exemplo
10 ÷ 2 = 5 (
10 = 5 2 2 é divisor de 10 ) Fatore o número 1.200:

12 ÷ 3 = 4 12 = 4 3 (12 é múltiplo de 3) 1.200 2


15 ÷ 5 = 3 15 = 3 5 (5 divide 15 ) 600 2
21 ÷ 7 = 3 21 = 3 7 (21 é divisível por 7 )
300 2
150 2
75 3
FICA A DICA 25 5
Critérios de divisibilidade 5 5
Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
1 1.200 = 24 . 3 . 52
quando se ele for par.
Determinação da quantidade de diviso-
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 quan-
do a soma de seus algarismos é divisível por 3. res de um número natural
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 Para determinar a quantidade de divisores de um número
quando terminar em 00 ou o número formado por seus natural, podemos utilizar o processo prático a seguir:
dois últimos algarismos é divisível por 4.
1º) Decompõe-se o número em fatores primos.
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5
quando seu último algarismo é 0 ou 5. 2º) Tomam-se os expoentes de cada fator primo, e soma-se
1 a cada um deles.
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quan-
do é divisível por 2 e por 3 simultaneamente. 3º) Multiplicam-se os resultados anteriores. O produto é a
Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quan- quantidade de divisores positivos do número.
do terminar em 000 ou o número formado pelos 3 últimos
algarismos é divisível por 8. Exemplo
Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quan- Calcular o número de divisores de 360:
do a soma de seus algarismos é divisível por 9.
Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
quando o seu último algarismo é 0.
360 2
Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11
quando a soma dos algarismos de ordem ímpar menos a
180 2
soma dos algarismos de ordem par for 0 ou for um número 90 2
divisível por 11. 45 3
15 3
5 5
NÚMEROS PRIMOS 1 360 = 23 . 32 . 5
Números naturais primos são aqueles que têm apenas dois
divisores distintos: o 1 e ele mesmo. (3 + 1) · (2 + 1) · (1 + 1) = 4 · 3 · 2 = 24
Observe que os números 0 e 1 não são números primos. No Portanto, 24 divisores.
caso do número 1, ele tem apenas um divisor que é ele mesmo.

947
Matemática

MÁXIMO DIVISOR COMUM (MDC) Exemplo


O máximo divisor comum de dois ou mais números é o maior Calcular o MMC dos números 36 e 60:
número capaz de dividir todos os números analisados, isto é, é
o maior divisor comum aos números analisados.
36, 60 2
Uma maneira prática de se calcular o MDC entre dois ou mais
números é através do método da decomposição simultânea: 18, 30 2
9, 15 3
1º) Decompõe-se (fatora-se) os números, simultaneamente,
em fatores primos, destacando-se os fatores primos comuns
3, 5 3
aos números. 1, 5 5
2º) O produto desses fatores comuns será o MDC procurado.
1, 1 MMC = 22 . 32 . 5 = 180

Exemplo Outra maneira de calcular o MMC de dois ou mais números,


Calcular o MDC dos números 180 e 300: quando estes já estão fatorados, é realizando o produto dos
fatores primos comuns e não comuns a eles, sendo cada fator
elevado ao seu maior expoente.
300, 180 2
150, 90 2 Exemplo
75, 45 3
O MMC dos números 54 = 2 · 33 e 180 = 22 · 32 · 5 é:
25, 25 3
25, 15 5 33
5, 5 5 54 = 2 ⋅ 3 3
e 180 = 22 ⋅ 32 ⋅ 5
1, 1 MDC = 2 . 2 . 3 . 5 = 60 2 5
2

MMC (54,180) = 22 · 33 · 5 = 540

Outra maneira de calcular o MDC de dois ou mais números,


quando estes já estão fatorados, é realizando o produto dos
fatores primos comuns a eles, sendo cada fator elevado ao seu
FICA A DICA
menor expoente. O produto do MDC pelo MMC dos mesmos números
é igual ao produto desses números. Em outras palavras,
para o caso de dois números, a e b, temos:
Exemplo
MDC (a, b) · MMC(a, b) = a · b
O MDC dos números 108 = 22 · 33 e 120 = 23 · 3 · 5 é:

3
108 = 2 ⋅ 3
2 3
e 120 = 23 ⋅ 3 ⋅ 5 PROBLEMAS
2 2
Como já foi dito, o Enem busca avaliar se o aluno é capaz
de aplicar no dia - a - dia o conhecimento adquirido na escola.
MDC (108,120) = 22 · 3 = 12
Pensando nisso, vamos exemplificar como o conteúdo visto
nessa seção é cobrado nas provas.
FICA A DICA
Dois ou mais números são ditos primos entre si quando Exemplo 1
o MDC entre eles é igual a 1. (FUVEST-SP) Uma senhora tinha entre trinta e quarenta
ações de uma empresa para dividir igualmente entre todos os
seus netos. Num ano, quando tinha 3 netos, se a partilha fosse
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (MMC) feita, deixaria 1 ação sobrando. No ano seguinte, nasceu mais
um neto e, ao dividir igualmente entre os quatro netos o mesmo
O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números naturais número de ações, ela observou que sobrariam 3 ações. Nesta
é o menor número natural, diferente de zero, que é múltiplo última situação, quantas ações receberá cada neto?
desses números.
A) 6
De maneira similar ao caso do MDC, podemos calcular o B) 7
MMC através da decomposição (fatoração) simultânea:
C) 8
1º) Decompomos (fatoramos) os números, simultaneamente, D) 9
em fatores primos.
E) 10
2º) Efetuamos o produto de todos os fatores primos, co-
muns e não comuns. O resultado desse produto será o MMC
Resolução:
procurado. Seja x o número de ações que esta senhora tinha.
Pelo enunciado, temos:

948
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

Exemplo 3
(UFES) Deseja-se acondicionar 2.004 bolas de tênis em
caixas de mesma capacidade, de modo que cada caixa
contenha o número de bolas determinado por sua capacidade.
Dispõe-se de vários tipos de caixas, desde o tipo com
capacidade para apenas uma bola até o tipo com capacidade
Como ela tinha entre 30 e 40 ações, então: para todas as bolas.
29 < x − 1 < 39 Nessas condições, o número de todos os possíveis tipos de
30 < x < 40
27 < x − 3 < 37 caixas para acondicionar as 2.004 bolas é
Associando as duas condições (x – 1 ser múltiplo de 3 e A) 12. D) 25.
29 < x – 1 < 39 ), temos: B) 15. E) 30.
x − 1 = 30 x = 31 C) 24.
ou ou

x − 1 = 33 ⇒ x = 34
ou ou Resolução:
x − 1 = 36 x = 37
Como o enunciado diz que, em todos os casos, a capacidade
de todas as caixas serão atingidas, isso significa que não haverá
Da mesma forma, para x – 3, temos:
sobra de bolas nem haverá caixas com número de bolas inferior
x − 3 = 28 x = 31
ou ou a sua capacidade, logo a capacidade de cada tipo de caixa é
x − 3 = 32 ⇒ x = 35 divisor do número de bolas (2.004).
ou ou

x − 3 = 36 x = 39 Sendo assim, para saber a quantidade de tipos de caixas


teremos de calcular a quantidades de divisores que o número
Observe que o único valor que satisfaz ambas as situações 2.004 possui:
é quando temos x = 31. Portanto, a senhora possuía 31 ações
e o número de ações que cada neto receberá é:

Exemplo 2 (2 + 1) · (1+ 1) · (1+ 1) = 3 · 2 · 2 = 12 divisores


Meu irmão caçula e eu temos idades entre 10 e 20 anos, e Portanto, 12 diferentes tipos de caixas.
hoje nossas idades são expressas, ambas, por números primos,
fato que se repetirá pela próxima vez daqui a 18 anos. Determine
Exemplo 4
minha idade, sabendo que a idade de nosso irmão mais velho,
que hoje também é um número primo, é uma unidade maior do Para tentar conquistar votos na próxima eleição, a prefeitura
que a soma das nossas idades. de certa cidade resolveu distribuir materiais escolares em
todas as escolas municipais. Em uma determinada escola,
A) 11 e 13. D) 13 e 17.
foi distribuído um total de 144 cadernos, 192 lápis e 288
B) 11 e 17. E) 13 e 19.
borrachas, de modo que o maior número possível de alunos
C) 11 e 19. fosse presenteado e todos recebessem o mesmo número de
cadernos, o mesmo número de lápis e o mesmo número de
Resolução:
borrachas, sem que sobrasse nenhum material.
Segundo o enunciado, como as idades dos dois irmãos mais
Dessa forma o número de materiais que cada aluno recebeu
novos são números primos distintos entre 10 e 20, temos que
A) é múltiplo de 5.
as duplas de primos entre 10 e 20 são:
B) possui 10 divisores.
11 e 13, 11 e 17, 11 e 19, 13 e 17, 13 e 19 e 17 e 19.
C) é primo.
Como a soma das idades dos dois irmãos mais novos, adi-
D) divide 108.
cionada de 1, deve resultar em um primo (idade do irmão mais
velho), podemos descartar as seguintes duplas: E) é divisível por 12.

• 11 e 13, pois: 11 + 13 + 1 = 25 e 25 não é primo. Resolução:


• 13 e 19, pois: 13 + 19 + 1= 33 e 33 não é primo. Como o enunciado diz que os materiais escolares foram
Como daqui a 18 anos as idades voltam a ser representadas distribuídos de modo que o maior número possível de alunos
por números primos, podemos descartar as duplas que incluem fosse presenteado e todos recebessem o mesmo número de
o 17, pois: cadernos, o mesmo número de lápis e o mesmo número de
borrachas, sem que sobrasse nenhum material, conclui-se
17 + 18 = 35 que não é primo.
que o número de alunos presenteados é o MDC de 144, 192
Resta, então, apenas uma possibilidade: a idade do narrador e 288. Assim:
é 19 anos e a de seu irmão mais novo é 11 anos.

949
Matemática

surgem as noções de probabilidade se tratam de jogos de azar.


Isso se deve à história da teoria das probabilidades ter início
com estudos dos jogos de cartas, dados e de roleta.
A teoria da probabilidade nos permite calcular a chance de
ocorrência de um evento em um experimento aleatório. Por
exemplo, qual a chance de “sair” cara ao lançar uma moeda,
isto é, qual a probabilidade de ocorrência do evento “a face
superior da moeda é cara” no experimento “lançar uma moeda
e observar sua face superior”?
Antes de responder a essa pergunta, primeiramente vamos
definir alguns termos:
No entanto, o número de materiais escolares que cada um
recebeu foi: EXPERIMENTO ALEATÓRIO
144 ÷ 48 + 192 ÷ 48 + 288 ÷ 48 = 3 + 4 + 6 = 13 Experimento aleatório é todo experimento que, quando
repetido em iguais condições, pode fornecer diferentes
Portanto, cada aluno recebeu 13 materiais escolares, que
resultados, ou seja, não se pode prever. É um tipo de
é um número primo.
experimento que depende exclusivamente do acaso.

Exemplo 5 Exemplos:
Em um terminal rodoviário, sabe-se que a cada 20 minutos
parte um ônibus da linha A; a cada 30 minutos parte um ônibus • Lançar um dado e observar o número obtido na face
superior.
da linha B, e a cada 50 minutos parte um ônibus da linha C.
Considerando que às 10h houve uma partida simultânea • Sortear uma das bolas numeradas de uma urna.
de um ônibus de cada uma das três linhas, qual a hora exata • Lançar uma moeda e observar sua face superior.
em que ocorrerá a próxima partida simultânea dessas linhas?
• Retirar uma cartas de um baralho e observar seu naipe.
Resolução:
Observe que o tempo que leva para que ocorra a próxima
ESPAÇO AMOSTRAL
partida simultânea é igual ao mínimo múltiplo comum dos Espaço Amostral é o conjunto de todos os resultados
intervalos entre partidas de cada uma das linhas. Assim, temos: possíveis de um experimento aleatório. Representaremos o
espaço amostral pela letra E e por n(E) o número de elementos
do espaço amostral.

Exemplos:
• Lançar um dado e observar o número obtido na face
superior:
E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
n(E) = 6

300 • Lançar uma moeda e observar sua face superior:


Levará 300 minutos = 5 horas para que isso ocorra.
60 E = {cara, coroa}

Portanto, a próxima partida simultânea ocorrerá às n(E) = 2


10h + 5h = 15 horas. • Lançar um dado e uma moeda simultaneamente e obser-
var as faces superiores obtidas:
Princípios de Probabilidade E= {(1, cara), (1, coroa), (2, cara), (2, coroa),
(3, cara), (3, coroa), (4, cara), (4, coroa),
Os conceitos e definições básicas de conjuntos são
essenciais para a compreensão dos princípios de probabilidade. (5, cara), (5, coroa), (6, cara), (6, coroa)}
Além disso, em muitos exercícios essas duas áreas são n(E) = 12
unificadas em um mesmo problema na hora de avaliar o
aluno. Portanto, vamos trabalhar, agora, com uma introdução EVENTO OU ACONTECIMENTO
à probabilidade, seus conceitos iniciais e alguns princípios e
Evento ou acontecimento é qualquer subconjunto do espaço
propriedades.
amostral.
Todos os dias nos deparamos com muitas situações que nos Dentre diferentes eventos que podem existir, destacam-se:
conduzem a utilizar, intuitivamente, noções de probabilidade, evento elementar, quando se trata de apenas um dos elementos
como, a probabilidade de acertar os 6 números na Mega Sena; do espaço amostral; evento impossível, quando não faz parte
a probabilidade de “sair” cara no cara ou coroa; a probabilidade do espaço amostral; e evento certo, quando o evento é igual
de um político ganhar as eleições, etc. ao próprio espaço amostral.
Observe que, na maioria das vezes, os exemplos onde

950
Teoria dos Conjuntos e Probabilidade

Exemplos: n (A ) 1
P (A )= P (A )=
n (E) 2
• Evento elementar A: no lançamento de um dado, obter
o número 3: A chance ou probabilidade de sair cara no lançamento de
A = {3} uma moeda é de 1 ou 0,5.
2
n(A) = 1
Exemplo 2:
• Evento B: no lançamento de um dado, obter um número
ímpar: Dois dados cúbicos com faces numeradas de 1 a 6 serão
B = {1; 3; 5} lançados simultaneamente. A probabilidade de a soma dos
números sorteados ser um número primo é de
n(B) = 3
A) 1 C) 1 E) 5
2 36 12
EVENTO OU ACONTECIMENTO
B) 1 D) 5
COMPLEMENTAR 15 36
Dado um espaço amostral E, finito e não vazio, e um evento
A, qualquer, de E, o evento ou acontecimento complementar Resolução:
de A, indicado por A ou Ac , é aquele formado por todos os Primeiramente, vamos estabelecer o espaço amostral do
resultados de E que não fazem parte do evento A. experimento aleatório de lançar dois dados e seu número de
elementos:
Exemplo: E = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (1, 6),
Dado o experimento “lançar um dado e observar o número (2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (2, 6),
obtido na face superior” e o evento ‘sair’ um número ímpar no
(3, 1), (3, 2), (3, 3), (3, 4), (3, 5), (3, 6),
lançamento do dado” (A = {1, 3, 5}) , seu evento complementar é:
A = Ac = {2,4,6} (4, 1), (4, 2), (4, 3), (4, 4), (4, 5), (4, 6),
Sair um número par no lançamento de um dado. (5, 1), (5, 2), (5, 3), (5, 4), (5, 5), (5, 6),
Dessa forma: (6, 1), (6, 2), (6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}
()
n (A )+ n A = n (E)
n(E) = 36

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA Agora, precisamos estabelecer o conjunto do evento A: “a


DE UM EVENTO soma dos números sorteados é um número primo”. A menor
soma possível é 1 + 1 = 2, e a maior é 6 + 6 = 12, portanto pre-
Se, em um experimento ou fenômeno aleatório, as possibili-
cisamos descobrir quais são os números primos compreendidos
dades são igualmente prováveis, isto é, os resultados possuem
nesse intervalo e quais as possíveis combinações de valores
a mesma chance de ocorrerem, então a probabilidade de ocorrer
que somados resultam nesses primos:
um evento A, denominada por P(A), é:
Número de casos favoráveis • Primos entre 2 e 12 (inclusos): 2, 3, 5, 7, 11.
P (A )=
Número de casos possíveis • Somas:
1+1=2 2+3=5 5+2=7
Em outras palavras, considerando um experimento aleatório
com espaço amostral equiprovável E, com n(E) elementos e um 1+2=3 3+2=5 3+4=7
determinado evento A de E com n(A) elementos, a probabilidade 2+1=3 1+6=7 4+3=7
de ocorrência do evento A é dada por: 1+4=5 6+1=7 5 + 6 = 11
4+1=5 2+5=7 6 + 5 = 11
n (A )
P (A )=
n (E) Logo:
A = {(1, 1), (1, 2), (1, 4), (1, 6), (2, 1),
Exemplo 1: (2, 3), (2, 5), (3, 2), (3, 4), (4, 1),
Respondendo a pergunta feita no início desta seção: Qual (4, 3), (5, 2), (5, 6), (6, 1), (6, 5)}
a chance de “sair” cara ao lançar uma moeda?
n(A) = 15
Resolução: Portanto, a probabilidade de a soma dos números sorteados
Temos que: seja um número primo, é de:
• Espaço amostral: E = {cara, coroa} n^ A h
P^ A h = & P^ A h = & P^ A h =
15 5
• Número de elementos de E: n(E) = 2 n^ E h 36 12
• Evento ‘sair cara’: A = {cara}
Resposta: Alternativa E.
• Número de elementos de A: n(A) = 1
Portanto:

951
Matemática

4. (Efomm – 2017) Seis alunos da EFOMM – três parana-


Exercícios enses, dois cariocas e um alagoano – são colocados em
uma fila aleatoriamente. Qual é a probabilidade, então,
1. (Efomm – 2018) Um atleta de tiro ao prato tem probabili- de que nenhum conterrâneo fique ao lado do outro?
dade de 0,9 de acertar o prato a cada novo lançamento.
A) 3
Analisando esse jogador antes do início da competição, 31
após quantos lançamento de pratos, a probabilidade de
ele não ter acertado todos os tiros se tornará maior que B) 1
36
a probabilidade de acertar todos?
C) 1
A) 9 C) 7 E) 5 24
B) 8 D) 6
D) 1
12
2. (Efomm – 2018) Um garoto dispõe de um único exem-
plar de cada poliedro de Platão existente. Para brincar, E)
ele numerou cada vértice, face e aresta de cada poliedro
sem repetir nenhum número. Em seguida, anotou esses
números no próprio poliedro. Se ele sortear um dos 5. (ESPCEX - 2014) De uma caixa contendo 50 bolas
números usados, aleatoriamente, qual será a probabi- numeradas de 1 a 50 retiram-se duas bolas, sem re-
lidade de o número sorteado representar um vértice? posição. A probabilidade do número da primeira bola
ser divisível por 4 e o número da segunda bola ser
A) 5
9 divisível por 5 é
A) 12
B) 5
14 245
B) 14
C) 1
245
3
C) 59
D) 5
2450
19
1 D) 59
E)
10 1225
E) 59
3. (Efomm 2018) Um programa de auditório tem um jogo 545
chamado “Porta Premiada”, que funciona da seguinte
maneira: Gabarito
1º. há três portas: uma tem prêmios e duas estão vazias;
1. C
2º. o apresentador pede ao convidado que escolha
2. D
uma das portas;
3. C
3º. após a escolha, o apresentador abre uma das duas
portas não escolhidas. Como ele sabe qual é a premia- 4. E
da, abre uma vazia; 5. D
4º. depois de aberta uma das portas, ele pergunta ao
convidado se deseja trocar de porta;
5º. finalmente, abre a porta do convidado para verificar
se ganhou ou perdeu.
Analisando o jogo de forma puramente probabilística,
verifique qua(l)(is) das estratégias abaixo tem a maior
probabilidade de vencer o jogo.
I. Após escolher a porta, não trocá-la até o final do
jogo.
II. Todas as probabilidades são iguais; não há estra-
tégia melhor que a outra, ou seja, tanto faz trocar
ou não a porta.
III. A melhor estratégia é sempre trocar a porta.
Sobre as estratégias I, II e III apresentadas, é correto
afirmar que
A) somente a alternativa I está correta.
B) somente a alternativa II está correta.
C) somente a alternativa III está correta.
D) nenhuma alternativa está correta.
E) todas as alternativas apresentam circunstâncias
com a mesma probabilidade de vencer.

952
Capítulo 06

Sistema de Medidas
Quando nos referimos a medir uma grandeza física, na verdade, o que estamos fazendo é uma comparação com um valor
padrão pré-definido, e a unidade desse valor padrão é chamada unidade de medida. A unidade básica de cada medida de cada
grandeza é chamada de unidade fundamental.
A ideia de um valor padrão surgiu da necessidade da padronização das medidas no mundo, uma vez que isso facilitava a troca
de mercadorias, câmbios e até mesmo compartilhamento de ciência. Essa necessidade de criação de um sistema mais preciso
deu origem ao Sistema Métrico Decimal em 1791. Porém, mais tarde, o mesmo fora substituído pelo Sistema Internacional de
Unidades (SI).
A maioria das grandezas físicas que vamos estudar é representada pelo sistema decimal ou base decimal. Esse sistema,
desenvolvido na China e na Índia, possui 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, por isso chamado de decimal, e seus números
são formados agrupando-se dois ou mais algarismos (com exceção da unidade) e considerando as posições relativas deles. Cada
posição pode ter um dentre os dez valores. Por exemplo, o número 152 corresponde a 100 + 50 + 2 = 1·100 + 5 ·10 + 2 , isto é,
uma centena, cinco dezenas e duas unidades.
Os casos não decimais que estudaremos utilizam a base sexagesimal ou sistema sexagesimal, na qual existem 60 algarismos.
Neste capítulo estudaremos as principais grandezas físicas, seus múltiplos e submúltiplos, unidades e, em alguns casos, suas
conversões.

FICA A DICA
Múltiplos e Submúltiplos
Para facilitar a representação de grandes e pequenos valores das grandezas decimais, faz-se uso de seus múltiplos e
submúltiplos. Os múltiplos e submúltiplos mais frequentemente utilizados estão expostos nas tabelas a seguir.
Múltiplos
Múltiplo Sigla Relação com a unidade fundamental
quilo k quilo k Mil vezes a unidade fundamental
hecto h Cem vezes a unidade fundamental
deca da Dez vezes a unidade fundamental

Submúltiplos
submúltiplo Sigla Relação com a unidade fundamental
deci d Décima parte da unidade fundamental
centi c Centésima parte da unidade fundamental
mili m Milésima parte da unidade fundamental
Seus nomes são prefixos que se utilizam antes da unidade fundamental da grandeza, representando um fator multiplicador.

PRINCIPAIS MEDIDAS NO SI
COMPRIMENTO
Da necessidade de se medir distâncias, alturas, larguras, profundidade, entre outras grandezas unidimensionais, é que surgiu
a medida de comprimento.
Sua unidade fundamental no SI é o metro, representado simbolicamente pela letra m. A seguir, apresentamos seus múltiplos
e submúltiplos:
Múltiplos Unidade Fundamental Submúltiplos
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
km hm dam m dm cm mm
1.000 m 100 m 10 m 1m 0,1 m 0,01 m 0,001 m
Além desses, para medidas milimétricas, em que se exige precisão, também é comum utilizamos o mícron (μ) e o angstron (Å):
1 μm = 10–6 m e 1 Å = 10–10 m. Já para distâncias astronômicas, utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
1 Ano-luz = 9,5 · 1012 km.
A tabela anterior também pode ser utilizada para nos auxiliar a mudar de uma unidade para outra, observe:
1 km = 10 hm = 100 dam = 1.000 m = 10.000 dm = 100.000 cm = 1.000.000 mm

953
Matemática

1 mm = 0,1 cm = 0,01 dm = 0,001 m = 0,0001 dam = 0,00001 hm = 0,000001 km


Portanto, para mudarmos de uma unidade para outra que está à sua direita, devemos multiplicar o valor que temos por 10 a
cada casa que deslocamos; e para mudarmos de uma unidade para outra que está à sua esquerda, devemos dividir o valor que
temos por 10 a cada casa que andamos. Assim:

×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10

km hm dam m dm cm mm

÷10 ÷10 ÷10 ÷10 ÷10 ÷10

Exemplo:
Para enfeitar um embrulho de presente que estava preparando para sua amiga Carla, joana decidiu usar uma fita para fazer um
grande e lindo laço. Após calcular, notou que bastavam 55 cm de fita. Chegando na papelaria, a vendedora lhe disse que o preço
da fita era de R$ 2,50 cada metro. Sendo assim, quando Helena teve que pagar para comprar o tamanho que precisava de fita?

Resolução:
A resolução desse exercício envolve uma pequena regra de três. Antes de resolvê-la, é necessário mudarmos a unidade de
comprimento da fita de tal forma que ambos os valores estejam na mesma unidade.
Assim, com a ajuda da tabela anterior, vamos passar 55 cm para metro. Observe que, para deslocar de centímetros para metros,
precisamos andar duas casas para a esquerda, portanto, devemos dividir o valor por 10 duas vezes: (55 ÷ 10) ÷ 10 = 0,55m.
Feito isso, temos:
Comprimento da fita (em metros) Preço (em reais)
1 2,5
0,55 x
Logo:
1 2, 5
= & x = 1, 375 & x . R$ 1, 38
0, 55 x

FICA A DICA
Perímetro de um polígono

O perímetro de um polígono é igual à soma das medidas de seus lados.

No caso do retângulo, seu perímetro é igual a:

Perímetro = 2·b + 2·h = 2(b = h)


Em que:
• b: base ou comprimento
• h: altura ou largura
Para os polígonos irregulares, basta somarmos as medidas de todas as arestas.

954
Sistema de Medidas

No caso dos polígonos regulares de lados iguais a ℓ , temos:

Generalizando para o caso de um polígono regular de n lados e lado medindo ℓ , temos:


Perímetro = n· ℓ
Comprimento da Circunferência: no caso da circunferência, seu perímetro é chamado de comprimento da circunferência
e seu valor é:
C=2·π·R
R é a medida do raio da circunferência.

ÁREA
De maneira similar ao caso do comprimento, a medida de área surgiu da necessidade de se medir a superfície que determinadas
regiões ocupam ou delimitam, isto é, sua área.
Superfície é uma grandeza com duas dimensões, enquanto área é a medida dessa grandeza, portanto, um número, cuja unidade
fundamental no SI é o metro quadrado, simbolicamente representado por m2. Ela corresponde à superfície de um quadrado de
lado 1 metro, portanto:
Unidade
Múltiplos Submúltiplos
Fundamental
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
1.000 m x 1.000 m 100 m x 100 m 10 m x 10 m 1mx1m 0,1 m x 0,1 m 0,01 m x 0,01 m 0,001 m x 0,001 m
1.000.000 m2 10.000 m2 100 m2 1 m2 0,01 m2 0,0001 m2 0,000001 m2
Como a área é a medida de uma grandeza bidimensional, observe que para mudarmos de uma unidade de área para outra,
que está à sua direita, devemos multiplicar o valor que temos por 102 a cada casa que deslocamos; e para mudarmos de uma
unidade de área para outra, que está à sua esquerda, devemos dividir o valor que temos por 102 a cada casa que andamos. Assim:

×102 ×102 ×102 ×102 ×102 ×102

km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

÷102 ÷102 ÷102 ÷102 ÷102 ÷102

FICA A DICA
Medidas Agrárias
Dentre as medidas de superfícies, além do metro quadrado, existem outras bastante utilizadas no meio rural, estas são as
medidas agrárias. Elas são utilizadas para medir superfícies de campo, plantações, pastos, fazendas, etc.
A principal unidade destas medidas é o are (a). Possui um múltiplo, o hectare (ha), e um submúltiplo, o centiare (ca).
Unidade agrária hectare (ha) are (a) centiare (ca)
Equivalência de valor 100 a 1a 0,01 a
A relação de conversão desta unidade para o metro quadrado é:
1 ha = 1 hm2 = 10.000 m2
1 a = 1 dam2 = 100 m2
1 ca = 1 m2

955
Matemática

Exemplo:
joãozinho possui um terreno retangular de dimensões de 125 metros por 80 metros que pretende usar para plantação. No
entanto, deste terreno, uma parte, medindo 30 dam2, está ocupada com construções.
Sendo assim, qual é a área que sobra, em km2, para a plantação de joãozinho?
A) 0,007 km²
B) 0,097 km²
C) 0,7 km²
D) 0,997 km²
Resolução:
Primeiramente é necessário que calculemos a área do terreno de joãozinho, assim, como o terreno é retangular, sua área é:
Área Terreno = Comprimento · Largura ⇒
Área Terreno = 125 · 80 = 10.000 m2
Como 30 dam2 deste terreno estão ocupados com construções, precisamos subtrair esse valor da área que calculamos.
Mas, para operar esses valores é preciso que ambos estejam em mesma unidade.
Logo, precisamos converter um deles para a unidade do outro:
Área Terreno = 10.000 m2 = 10.000 ÷ 10 = 100 dam2
Uma vez que andamos uma casa para a esquerda.
Operando, então, os valores, temos:
Área Plantação = Área Terreno – Área Construção
Área Plantação = 100 dam2 – 30 dam2 = 70 dam2
No entanto, o exercício pede o valor dessa área em km2, portanto, precisamos converter de dam2 para km2:
Área Plantação = 70 dam2 = (70 ÷ 102) ÷ 102 = 0,007 km
Resposta: alternativa A.

VOLUME
Muitas vezes, em nosso dia a dia, nos deparamos com problemas que envolvem a medição do espaço ocupado por algum
objeto ou sólido. Quando nos referimos ao espaço ocupado por algo, estamos trabalhando com uma grandeza tridimensional, a
qual normalmente envolve: comprimento, largura e altura.
Volume é a medida da grandeza tridimensional espaço.
De maneira similar ao caso da área, a unidade fundamental do volume no SI é o metro cúbico, simbolicamente representado
por m3 e que corresponde ao espaço ocupado por um cubo com 1 metro de aresta.
Observamos então, que esta é mais uma unidade derivada do metro (metro elevado a terceira potencia), assim:
Unidade
Múltiplos Submúltiplos
Fundamental
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
km 3
hm 3
dam 3
m 3
dm 3
cm 3
mm3
1.000 m x 1.000 m 100 m x 100 m 10 m x 10 m x 1mx1m 0,1 m x 0,1 m x 0,01 m x 0,01 m 0,001 m x 0,001 m
x 1.000 m x 100 m 10 m x1m 0,1 m x 0,01 m x 0,001 m
1.000.000.000 m3 1.000.000 m3 1.000 m3 1 m3 0,001 m3 0,000001 m3 0,000000001 m3
Como o volume é uma medida de uma grandeza tridimensional, temos que: para mudarmos de uma unidade de volume para
outra, que está à sua direita, devemos multiplicar o valor que temos por 103 a cada casa que deslocamos; e para mudarmos de uma
unidade de volume para outra, que está à sua esquerda, devemos dividir o valor que temos por 103 a cada casa que andamos. Assim:
×103 ×103 ×103 ×103 ×103 ×103

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

÷103 ÷103 ÷103 ÷103 ÷103 ÷103

956
Sistema de Medidas

FICA A DICA
Medidas de Capacidade
Dentre as medidas da grandeza espaço, além do volume, existe um caso particularmente especial que é a medida de
capacidade. Ela é a medida mais utilizada na medição do espaço ocupado por líquidos, em outras palavras, na medição de
quantidade de líquidos.
A unidade fundamental da capacidade é o litro, simbolicamente representado pela letra L. De maneira similar às outras
grandezas lineares, seus múltiplos e submúltiplos são:
Unidade
Múltiplos Submúltiplos
Fundamental
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centilitro mililitro
kL (ou kl) hL (ou hl) daL (ou dal) L (ou l) dL (ou dl) cL (ou cl) mL (ou ml)
1.000 L 100 L 10 L 1L 0,1 L 0,01 L 0,001 L
Vale observar, porém, que, diferentemente do volume, a capacidade é uma medida linear, enquanto o volume é uma
medida cúbica. Portanto, a conversão entre essas duas medidas não é tão trivial. A relação que temos de transformação
entre essas medidas é:
1 L = 1 dm3
Ou seja, um recipiente com volume interno igual a 1 dm3 é capaz de armazenar 1 litro de qualquer líquido.
Outras relações que podem nos ser útil são:
1 mL = 1 cm3
1 kL = 1.000 L = 1 m3

Exemplo:
Cássio foi colocar gasolina em seu carro, que estava com o tanque pela metade. Após colocar 35 litros, seu tanque foi
cheio por completo. Dessa maneira, qual é a capacidade do tanque em m3?
A) 0,07 m3
B) 17,5 m3
C) 70 m3
D) 17.500 m3

Resolução:
Como o tanque de gasolina do carro de Cássio estava pela metade e precisou de 35 L para enchê-lo, temos que sua
capacidade total é de 2·35 L = 70 L.
No entanto, o exercício pede a capacidade total do tanque em metros cúbicos (m3), portanto precisamos transformar de
unidade:
1.000 L 1 m3
70 L x

1.000 1 70 3
= & 1000x = 70 & & x = 0, 07 m
70 x 1000
Resposta: alternativa A.

MASSA
Estudaremos agora uma grandeza que é muito presente em nosso dia a dia, mas que muitas das vezes nos referimos a ela de
maneira errônea, por um nome de uma grandeza bastante diferente. Estamos falando da massa.
Massa é a quantidade de matéria que um corpo possui, sendo, portanto, constante em qualquer lugar da terra ou fora dela.
Muitas das vezes, ao nos referirmos a quantidade de matéria de um corpo, isto é, a massa de um corpo, usamos erroneamente
a palavra peso. Diferentemente da massa, o peso de um corpo é a força com que esse corpo é atraído (força da gravidade) para
o centro da terra (ou outro corpo celeste); ele varia de acordo com o local em que o corpo se encontra. Por exemplo: a massa do
homem na Terra ou na Lua tem o mesmo valor, no entanto, seu peso é seis vezes maior na Terra do que na lua. (OBS: esses e
outros conceitos são abordados também em Física).
Entendido nosso equívoco, voltamos então à medida de massa.
A unidade fundamental da massa no SI é o quilograma (kg), no entanto, na prática, utilizamos o grama (g) como unidade principal
dessa medida. Dessa forma, temos os seguintes múltiplos e submúltiplos do grama:

957
Matemática

Unidade
Múltiplos Submúltiplos
Fundamental
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
kg hg dag g dg cg mg
1.000 g 100 g 10 g 1g 0,1 g 0,01 g 0,001 g
De maneira similar a qualquer medida linear, para mudarmos de uma unidade para outra que está à sua direita, devemos
multiplicar o valor que temos por 10 a cada casa que deslocamos; e para mudarmos de uma unidade para outra que está à sua
esquerda, devemos dividir o valor que temos por 10 a cada casa que andamos. Assim:
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10

kg hg dag g dg cg mg

÷10 ÷10 ÷10 ÷10 ÷10 ÷10


Além desses múltiplos e submúltiplos, vale resaltar também a tonelada (ton) que é um múltiplo do quilograma usado para
mensurar grandes quantidades de massa.
1 ton = 1.000 kg

Exemplo:
Um recipiente completamente cheio de óleo tem 2 kg.
1
Se o óleo ocupasse do volume desse recipiente, ele teria apenas 875 g. Sendo assim, quantas gramas possui o recipiente
4
vazio?
A) 250 g B) 480 g C) 500 g D) 630 g E) 700 g

Resolução:
1 3
Observe que, após retirar 1− = do óleo que havia no recipiente, ele perdeu 2 kg – 875 g = 2 000 g – 875 g = 1125 g. Portanto,
4 4
podemos calcular que a massa do volume total de óleo vale:
Volume Massa
3
1.125g
4
1 x
3
4 1125 3 1125 4 $ 1125
= & = &x= & x = 1.500g
1 x 4 x 3
Assim, temos que a massa do recipiente vazio vale 2.000 g – 1.500 g = 500 g .
Resposta: Alternativa C.

TEMPO
Diferentemente das medidas anteriores, a medição da grandeza tempo não é feita completamente por um sistema decimal. Na
verdade, sua unidade fundamental e seu primeiro múltiplo utilizam o sistema sexagesimal, isto é, na base sessenta.
juntamente com o metro, as unidades de medição de tempo são umas das mais comuns em nosso dia a dia.
A unidade fundamental da medição de tempo no SI é o segundo, representado pela letra s. Seus múltiplos são os minutos (min),
as horas (h), os dias, os anos, as décadas, os séculos e os milênios. Temos que:
1 milênio = 10 séculos = 100 décadas = 1.000 anos;
1 século = 10 décadas = 100 anos;
1 década = 10 anos;
1 ano = 365 dias;
1 dia = 24 horas;
1 h = 60 min = 3.600 s, e
1 min = 60 s.

ÂNGULO
Outra medida sexagesimal é a medida de ângulos. Nessa medida a unidade fundamental é o grau (º) e seus submúltiplos são
os minutos ( ‘ ) e os segundos (‘’):
1 grau = 60 minutos = 3.600 segundos

958
Sistema de Medidas

O consumo de água referente ao mês de setembro de


Exercícios uma residência com 5 moradores foi de 25 m3.
Sobre o consumo médio por morador por dia, é correto
1. (G1 – IFSC – 2018) Para fazer 500 ml de maionese
afirmar que esses, moradores
são necessários 300 ml de óleo e 150 ml de outros
ingredientes (gemas, leite, sal etc). A) praticam a economia de água.
Analise as afirmações a seguir: B) estão no limite do bom senso.
I. A receita pronta renderá meio litro de maionese. C) consomem menos do que os que praticam a eco-
nomia de água.
II. Há um ganho de volume de aproximadamente 11%
da receita pela incorporação de ar à mistura. D) devem refletir sobre a utilização da água na sua
casa.
III. Há um ganho de volume de aproximadamente 15%
da receita pela incorporação de ar à mistura. E) devem averiguar a existência de possíveis vaza-
mentos na residência.
IV. O óleo usado ocupa o equivalente a 300 cm3 de
espaço (por exemplo, preenche uma caixinha de 4. (Unicamp – 2015) Prazeres, benefícios, malefícios,
dimensões 5 cm x 5 cm x 12 cm). lucros cercam o mundo dos refrigerantes. Recente-
V. Os demais ingredientes (descontando-se o óleo) mente, um grande fabricante nacional anunciou que
correspondem a 1/4 do volume final da receita. havia reduzido em 13 mil toneladas o uso de açúcar
Assinale a alternativa CORRETA. na fabricação de seus refrigerantes, mas não informou
em quanto tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um
A) Somente II, IV e V são verdadeiras.
de seus refrigerantes informa que 200 ml do produto
B) Somente I, II e V são verdadeiras. contêm 21 g de açúcar. Utilizando apenas o açúcar
C) Somente I, II e IV são verdadeiras. “economizado” pelo referido fabricante seria possível
D) Somente I, III e V são verdadeiras. fabricar, aproximadamente,
E) Todas as afirmações são verdadeiras. A) 124 milhões de litros de refrigerante.
B) 2,60 bilhões de litros de refrigerante.
2. (Fatec – 2016) Um atossegundo é uma unidade de tempo
C) 1.365 milhões de litros de refrigerante.
que representa um bilionésimo de um bilionésimo de
segundo. Um femtossegundo é também uma unidade de D) 273 milhões de litros de refrigerante.
tempo que representa um milionésimo de um bilionésimo
5. (UFRGS – 2017) Na última década do século XX, a
de segundo. Sabe-se que o processo que permite a visão
perda de gelo de uma das maiores geleiras do hemis-
depende da interação da luz com pigmentos da retina e
fério norte foi estimada em 96 km3. Se 1 cm3 de gelo
leva cerca de 200 femtossegundos para ocorrer.
tem massa de 0,92 g, a massa de 96 km3 de gelo, em
Fonte dos dados: <http://tinyurl.com/ov3ur4z>
Acesso em: 17.09.2015. Adaptado.
quilogramas, é
A) 8,832 ⋅ 1012 D) 8,832 ⋅ 1015
Dessa forma, o tempo em que a luz interage com os
pigmentos da retina, em atossegundos, é igual a B) 8,832 ⋅ 10 13
E) 8,832 ⋅ 1016
A) 2.000. C) 8,832 ⋅ 1014
B) 20.000.
Gabarito
C) 200.000.
1. C 3. B 5. B
D) 2.000.000.
2. C 4. A
E) 20.000.000.

3. (G1 – CPS – 2017) A quantidade mínima de água ne-


cessária para a vida de um ser humano varia de acordo
com seu padrão de vida, o local em que mora, seus
hábitos, entre outros fatores. No Brasil, considera-se o
consumo de 150 a 200 litros de água por pessoa, por dia,
o necessário para uma vida confortável numa residência.
Para saber se você e os moradores de sua casa são
consumidores moderados de água, basta encontrar o
consumo médio por pessoa.
Se o resultado for, por dia,
– menor que 150 L por pessoa, significa que vocês
praticam a economia de água.
– entre 150 e 300 L é sinal de que vocês estão no limite
do bom senso.
– maior de 300L, significa que vocês devem refletir
sobre a utilização da água na sua casa, ou mesmo
averiguar se este elevado consumo está sendo
causado por vazamentos.
<http://tinyurl.com/zzaso7z> Acesso em: 10.09.16. Adaptado.

959
Capítulo 07

Ciclo trigonométrico
O Ciclo Trigonométrico é um recurso habilitado para facilitar
Projeções do seno e cosseno
a visualização da trigonometria em triângulos retângulos. Ele
consiste em uma circunferência orientada de raio unitário, cen- As projeções dos arcos no eixo Y (ordenada) será o valor
trada na origem dos 2 eixos de um plano cartesiano ortogonal, seno do ângulo/arco. Como podemos notar, a região do plano
ou seja, eixo X e Y, ambas com o valor 0 (zero) no ponto onde cartesiano que contém o circulo está entre -1 e 1, portanto o
elas se cortam. seno de qualquer ângulo varia de -1 até 1.
Existem dois sentidos de marcação dos arcos no círculo: o Podemos expressar essa projeção assim: -1 ≤ senx ≤ 1 .
sentido positivo, chamado de anti-horário, que se dá a partir da
origem dos arcos até o lado terminal do ângulo correspondente
ao arco; e o sentido negativo, ou horário, que se dá no sentido
contrário ao anterior.
Representaremos aqui os ângulos através de arcos, e os
arcos possuirão mesmo valor do ângulo representado no centro,
como o ângulo θ.

Medidas de ângulos e arcos


Medidas em graus e radianos As projeções deles no eixo X (abscissa) será o valor do cos-
Dividindo-se uma circunferência em 360 partes congruentes seno do ângulo/arco. Como descrito acima, o cosseno também
entre si, cada um desses arcos é um arco de um grau (1°). obedecerá a mesma situação: o cosseno pode variar de -1 a 1.

Dividindo-se um arco de 1° em 60 partes congruentes entre Expressaremos essa projeção assim: -1 ≤ cosx ≤ 1.
si, cada um desses arcos mede um minuto (1’).
Dividindo-se um arco de 1’ em 60 partes congruentes entre
si, cada um desses arcos mede um segundo (1”). Portanto, 1°
= 60’ e 1’ = 60”.
Para um arco de circunferência com medida a graus, b
minutos e c segundos, escrevemos a°b’c”.
Arco de 1 radiano (rad) é o arco cujo comprimento é igual à
medida do raio da circunferência que o contém.

960
Ciclo trigonométrico

Convenções
O ciclo trigonométrico é dividido em quatro quadrantes,
que são numerados no sentido anti-horário a partir do sentido
positivo do eixo das abscissas.

Os pontos P2, P3 e P4 são chamados de simétricos ou corres-


pondentes do ponto P1 nos diversos quadrantes. E suas medidas
x (0° ≤ x ≤ 360°) são: P2 =180° – 30° = 150°

Os arcos/ângulos quando se iniciam no eixo X positivo e


partem no sentido anti-horário, consideraremos positivos; se
eles partirem no sentido horário, eles serão negativos.

Analogamente, temos:
P3= 180° + 30° = 210°

Obtemos, assim, o ciclo trigonométrico em radianos e em graus.

P4 = 360° – 30° = 330°

Simetria
Consideremos o ponto P associado à medida 30°, no ciclo
Temos, então:
trigonométrico.

Generalizando, temos o primeiro caso em graus e o segundo


em radianos:
Pelo ponto P1, traçando três retas, uma delas perpendicular ao
eixo das ordenadas, outra que passa pela origem do sistema, e a
terceira perpendicular ao eixo das abscissas, obtemos os pontos
P2, P3 e P4, respectivamente.

961
Matemática

Verifica-se que o valor de “a” é igual a


A) 5 B) 1 + i C) 1 D) 2

4. (Mackenzie – 2018)

Exercícios
1. (Mackenzie – 2016) A soma entre as medidas da altura e
da base de um retângulo é de 14 cm. Se a diagonal mede
10 cm, então as medidas da altura e da base do retângulo
são, respectivamente, Na figura acima, o triângulo ABC é retângulo em C e
A) 2 cm e 12 cm sua área vale 6, então o valor do senB̂ é
B) 9 cm e 5 cm 3 4 1
2
C) 10 cm e 4 cm A) B) 1 C) D) E)
5 5 5 5
D) 8 cm e 6 cm
5. (Insper – 2018) Considere o texto e a imagem a seguir
E) 11 cm e 3 cm
para responder à(s) questão(ões) a seguir.
2. (Acafe – 2016) A praça de uma cidade tem a forma de Na figura, BAC e DEC são triângulos retângulos em Â
um triângulo retângulo ABC e está sendo reformada. A e Ê, com AB = 15 cm, ED =10 cm e AE 30 cm. O ponto
região triangular foi dividida em duas partes, conforme a C pertence a AE e o ponto F pertence a r, que é reta
figura abaixo. A região formada pelo triângulo CDE será suporte de DE .
destinada aos jardins e a região formada pelo quadrilátero
O ponto C pode mover-se ao longo de AE , e o ponto
ABED será usada para passeios e eventos.
F pode mover-se ao longo de r, como mostra a figura.

Sabendo-se que as dimensões são AB 2 km, = AC 2 3 km


e AD = 4 DE, a razão entre a área destinada aos passeios A partir dessas condições, demonstra-se facilmente que BC
e eventos e a área dos jardins e igual a: + CD será mínimo na circunstância em que o triângulo DCF
A) 11/6. é isósceles de base DE .
B) 11/2. A medida de BD , em centímetros, é igual a
C) 11/4. A) 5 53 C) 6 26 E) 18 3
D) 11. B) 5 37 D) 5 41

3. (Ueg 2015) Os lados a, b e c da figura a seguir estão em


Gabarito
progressão aritmética de razão 1.
1. D 3. C 5. B
2. D 4. A

962
Capítulo 08

Triângulos
Triângulos são polígonos que possuem três lados e três
ângulos. São os polígonos com o menor número de lados e os FICA A DICA
únicos polígonos que não possuem diagonais.
Cada ângulo externo do triângulo é suplementar ao
Eles são formados a partir da união de três segmentos de reta
ângulo interno adjacente.
cujas extremidades são três pontos não colineares. Observe:
 + α = 180º
A
 + β = 180º
B
 + θ = 180º
C

CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA
Em todo triângulo, cada lado NECESSÁRIAMENTE é menor
que a soma dos outros dois lados e maior que a diferença
deles (em módulo). Em outras palavras, no triângulo ABC
anterior, temos:
b−c <a <b+c
Os pontos A, B e C são os vértices, e os segmentos AB , BC e a −c <b <a +c
CA são os lados do triângulo. Esse triângulo, cujos vértices estão a −b < c < a +b
nos pontos A, B e C é denominado triângulo ABC e indicamos
ΔABC.
RELAÇÃO ÂNGULO-LADO
Em um triângulo, o maior ângulo está localizado em frente
FICA A DICA ao maior lado. No exemplo anterior, temos:
A palavra triângulo é usada com o sentido de região
c1b1a& C1 B1 A
triangular, onde essa região triangular são os pontos do
interior da união do triângulo ABC, isto é, é a superfície
interior aos lados do triângulo.
CLASSIFICAÇÃO
Os triângulos podem ser classificados quanto a seus lados
e quanto a seus ângulos:
ELEMENTOS
QUANTO AOS SEUS LADOS
Quanto à medida dos seus lados, podemos classificar os
triângulos em:

Equilátero
Um triângulo é equilátero (ou regular) quando seus três lados
são congruentes entre si, assim como seus três ângulos. Em
outras palavras, é quando todos os lados possuem a mesma
medida e os três ângulos medem 60º.

Vértices: são os pontos A, B e C.


Lados: são os segmentos AB , BC e CA , de medidas a,
b e c indicadas na figura.
Diagonais: não possui.

Ângulos internos: BAC (
ou A 
)
 , ABC
( )
 , BCA
ou B  
ou C ( )
Ângulos externos: α, β e θ.

963
Matemática

Isósceles
Um triângulo é isósceles quando possui pelo menos dois
lados congruentes e dois ângulos congruentes.
O lado de medida diferente, caso exista, é chamado base, e o
ângulo oposto à base é chamado ângulo do vértice. Os ângulos
da base (opostos a lados de medidas iguais) são congruentes.

Devido à grande importância deste triângulo, mais a frente


teremos um tópico dedicado a ele.

TEOREMAS
SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DE UM
TRIÂNGULO (Si)
Aprendemos no capítulo anterior que a soma dos ângulos in-
ternos de qualquer polígono pode ser calculado pela expressão:
FICA A DICA Si = (n – 2 ) ·180º
Observe que todo triângulo equilátero é isósceles.
Em que n é o número de lados do polígono.
Sendo assim, para o caso do triângulo, temos:
Escaleno S i = ^ 3 - 2 h $ 180º & S i = 1 $ 180º &
Um triângulo é escaleno quando seus três lados e seus três Si = 180º
ângulos são distintos, isto é, diferentes entre si. Entretanto, há também um teorema que nos demonstra
isso. Observe:
Considere um triângulo qualquer ABC cujos ângulos internos
possuem medidas iguais a α, β e θ:

QUANTO AOS SEUS ÂNGULOS


Quanto à medida dos seus ângulos, podemos classificar os
triângulos em:
Traçando por A a reta r paralela ao lado BC , determinamos,
Acutângulo através do paralelismos de retas, ângulos alternos internos
congruentes.
Um triângulo é acutângulo quando possui três ângulos agu-
dos (seus três ângulos internos são agudos).

Agora, observe que a soma α + β + θ é igual a um ângulo


raso, portanto:
Obtusângulo α + β + θ = 180º
Um triângulo é obtusângulo quando possui um ângulo in-
terno obtuso. SOMA DOS ÂNGULOS EXTERNOS DE
UM TRIÂNGULO (Se)
Aproveitando também a expressão da soma dos ângulos
externos de um polígono, aprendida no capítulo anterior, temos
que a soma dos ângulos externos de um triângulo é:
Se = 360º

TEOREMA DO ÂNGULO EXTERNO


Retângulo
Um triângulo é retângulo quando possui um ângulo interno A medida de um ângulo externo de um triângulo é igual à
reto (ângulo com medida de 90º). soma das medidas dos ângulos internos não adjacentes a ele.

964
Triângulos

Observe:
Medianas: AD,BE e CF .
AG = 2 GD ; BG = 2 GE e CG = 2 GF .

ALTURA – ORTOCENTRO
Altura de um triângulo é o segmento de reta que vai de um
vértice ao seu lado oposto (ou até o prolongamento de seu lado
oposto), sendo perpendicular a este.
Sabemos que o ângulo interno e o ângulo externo são
suplementares, logo, na figura:
ai + ae = 180c & i + a e = 180c & a e = 180c– i ^ | h
Como também sabemos que a soma dos ângulos internos
são 180º, temos:
a + b + i = 180º & i = 180º– a – b ^ || h
Assim, substituindo o valor de teta da equação II na equação Na figura, AD , de medida h, é a altura do ΔABC relativa ao
I, temos: lado BC (ou ao vértice A).

a e = 180º – i & a e = 180º – ^ 180º – a –b h & PROPRIEDADE


ae = α + β

CEVIANAS E PONTOS NOTÁVEIS


As cevianas de um triângulo são os segmento de reta com
um extremo em um vértice e outro extremo na reta que contém
o lado oposto.
As cevianas que estudaremos são: a mediana, a altura e a
• Todo triângulo possui 3 alturas AD,BE e CF , uma para
bissetriz interna. Além dessas cevianas, estudaremos também cada vértice e elas se interceptam em um mesmo ponto,
a mediatriz dos lados do triângulo, que, apesar de não ser uma chamado Ortocentro.
ceviana, é um elemento muito importante dos triângulos.
Estes quatro elementos possuem grande importância, pois POSIÇÃO DO ORTOCENTRO
cada um deles é responsável por um ponto notável do triangulo,. Dependendo de qual classe de triângulo estamos trabalhando
Observe: (classificação quanto aos ângulos internos), o ortocentro pode
estar interno ao triângulo, externo ao triângulo ou em um dos
MEDIANA – BARICENTRO (G) vértices do triângulo.
A mediana de um triângulo é um segmento de reta que une INTERNO AO TRIÂNGULO:
um vértice ao ponto médio de seu lado oposto.
Se o triângulo em questão for acutângulo, o ortocentro estará
interno ao triângulo.

Na figura, AM é a mediana do ΔABC relativa ao lado BC


(ou ao vértice A). EXTERNO AO TRIÂNGULO:
PROPRIEDADE Se o triângulo em questão for obtusângulo, o ortocentro
estará externo ao triângulo.

• Todo triângulo possui 3 medianas, uma para cada vértice,


e elas se interceptam em um mesmo ponto, chamado
baricentro (G).
• O baricentro divide cada uma das medianas na razão de
2 para 1 (do vértice ao ponto médio). Assim, na figura
anterior temos:

965
Matemática

NO VÉRTICE DO TRIÂNGULO:
Se o triângulo em questão for retângulo, o ortocentro estará
no vértice do ângulo reto.

Na figura, ma é a mediatriz do ΔABC relativa ao lado BC .

BISSETRIZ INTERNA – INCENTRO PROPRIEDADE


Bissetriz interna de um triângulo é o segmento de reta que
une um vértice ao seu lado oposto e divide o ângulo do vértice
ao meio (em dois outros ângulos de mesma medida, isto é,
congruentes).

• Todo triângulo possui 3 mediatrizes (ma, mb e mc), uma


Na figura, AD , é a bissetriz interna do ΔABC relativa ao para cada lado e elas se interceptam em um mesmo ponto,

vértice A, e BAD 
CAD chamado circuncentro.

PROPRIEDADE • O circuncentro é o centro da circunferência circunscrita


ao triângulo ABC (circunferência que está externa ao
triângulo e que passa pelos seus vértices), portanto ele
é equidistante aos vértices do triângulo.

• Todo triângulo possui 3 bissetrizes internas ( AD,BE e CF )


uma para cada vértice e elas se interceptam em um mesmo
ponto, chamado Incentro.
• O incentro é o centro da circunferência inscrita no triângulo
ABC (circunferência que está interna ao triângulo e POSIÇÃO DO CIRCUNCENTRO
que tangencia todos seus três lados), portanto ele é
Assim como no caso do ortocentro, dependendo de
equidistante aos lados do triângulo.
qual classe de triângulo estamos trabalhando (acutângulo,
obtusângulo ou retângulo), o ortocentro pode estar interno ao
triângulo, externo ao triângulo ou em um dos lados do triângulo.

INTERNO AO TRIÂNGULO:
Se o triângulo em questão for acutângulo, o circuncentro
estará interno ao triângulo.

MEDIATRIZ – CIRCUNCENTRO
Como já foi dito, a mediatriz não é uma cerviana, mas sim
uma reta perpendicular a um segmento, que passa por seu
ponto médio.
Assim, as mediatrizes de um triângulo são as retas
perpendiculares aos lados do triângulo, que passam pelos
pontos médios dos mesmos.

966
Triângulos

EXTERNO AO TRIÂNGULO: Perímetro e Área


Se o triângulo em questão for obtusângulo, o circuncentro
estará externo ao triângulo. PERÍMETRO
O perímetro de um triângulo é igual a soma das medidas dos
lados. Representamos o perímetro por 2p e o semiperímetro
por p.

NO LADO DO TRIÂNGULO:
Se o triângulo em questão for retângulo, o circuncentro estará
no lado do triângulo.

No triângulo ABC anterior, tem-se:


a+b+c
2p = a + b + c & p =
2
Neste caso, o lado no qual o circuncentro se localiza não é
um lado qualquer, mas sim, na hipotenusa do triângulo retângulo ÁREA
(mais a frente definiremos o que é a hipotenusa). Além disso,
Para calcularmos a área de qualquer triângulo, podemos
este lado, a hipotenusa, coincide com o diâmetro da circunfe-
fazer uso da seguinte expressão:
rência circunscrita, logo:
b$h
Hipotenusa = Diâmetro = 2 ‧ Raio da Circunferência Área do Triângulo = A D =
2

FICA A DICA Em que b é a base do triângulo e h sua altura.

Em um triângulo isósceles, o baricentro, o incentro, o


circuncentro e o ortocentro são colineares.

Em um triângulo equilátero, os quatro pontos notáveis


são coincidentes. Semelhança de Triângulos
A semelhança de figuras planas é muito importante na
Geometria. Dizemos que duas figuras planas são semelhantes
quando possuem a mesma forma.
No caso dos triângulos, dizemos que dois ou mais triângulos
são semelhantes se, e somente se, possuem os três ângulos
ordenadamente congruentes e os lados homólogos (lados
opostos a ângulos congruentes) proporcionais.

967
Matemática

Z] A , D
]] a b c Observe:
] e = = =k
DABC + DDEF & [ ]] B , E d e d
]]
\C , F
Observe que, para indicarmos a semelhança utilizamos
o símbolo (~) e, para a congruência, pode-se utilizar (≡) ou
(≅). Além disso, a razão entre dois lados homólogos (k) é a
razão de semelhança também conhecida como constante de
proporcionalidade.

FICA A DICA
Quando dois triângulos são semelhantes, sabe-se que Os triângulos AMN e ABC são semelhantes pelo caso
além dos ângulos congruentes e lados homólogos propor- LAL, e a razão de semelhança é k = AM = 1 .
cionais, eles também possuem: AB 2
BC
• perímetros proporcionais; Logo: MN =
2
• alturas proporcionais;
• medianas proporcionais, e
• bissetrizes internas proporcionais. Critério LLL (Lado, Lado, Lado)
Todas com a mesma razão de semelhança k. Além
Dois triângulos são semelhantes se possuem os três lados
disso, eles também possuem áreas proporcionais, no
respectivamente proporcionais, isto é, os três lados de um são
entanto, com razão igual a k2.
proporcionais aos três lados do outro.

CASOS DE SEMELHANÇA DE
TRIÂNGULOS
Para saber se dois triângulos são ou não semelhantes, basta
verificarmos se ocorre um dos três casos de semelhanças a
seguir:
BC AC AB a b c
Critério AA (Ângulo, Ângulo) = = & = = & DABC + DDEF
EF DF DE d e f
Dois triângulos são semelhantes se possuem dois ângulos
respectivamente congruentes, isto é, se dois ângulos de um
são congruentes a dois ângulos do outro. Critério LAL (Lado, Ângulo, Lado)
Dois triângulos são semelhantes se possuem dois lados
respectivamente proporcionais e se os ângulos formados por
esses lados forem congruentes. Em outras palavras, se eles
possuem um ângulo congruente compreendido entre lados
proporcionais.

1 & DABC + DDEF


B,E

C,F

FICA A DICA
Decorrente deste critério, pode-se enunciar que: toda
reta paralela a um lado de um triângulo que intercepta BC AB
os outros dois lados em pontos distintos determina outro = e B , E & DABC + DDEF
EF DE
triângulo semelhante ao primeiro.

FICA A DICA
CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS
Quando dois triângulos possuem os lados homólogos
e os ângulos respectivamente congruentes, dizemos que
esses triângulos são congruentes. Neste caso, a razão de
semelhança k é igual a 1.
Quando esta reta passa pelos pontos médios dos outros
dois lados, dizemos que o segmento que ela forma dentro
do triângulo é a base média desse triangulo. Neste caso,
ele possui medida igual à metade da medida da base.

968
Triângulos

Teoremas das Bissetrizes TEOREMA DE PITÁGORAS


Em todo triângulo retângulo, a soma dos quadrados das
TEOREMA DA BISSETRIZ INTERNA medidas dos catetos é igual ao quadrado da medida da
Ao traçarmos a bissetriz interna de um ângulo de um triân- hipotenusa.
gulo, ela irá dividir o lado oposto em dois segmentos, tal que:
Assim, sendo b e c as medidas dos catetos e a a medida da
hipotenusa do triangulo ABC a seguir, temos:

TEOREMA DA BISSETRIZ EXTERNA


Ao traçarmos a bissetriz externa de um ângulo de um triân- c2+b2=a2
gulo, ela irá se encontrar com o prolongamento de seu lado
oposto, e nos dará a seguinte relação:
Aplicações
As aplicações do Teorema de Pitágoras são inúmeras.
Dentre elas, destacam-se o cálculo da diagonal de um quadrado
(polígono regular de 4 lados) e a altura de um triângulo equilátero.

Diagonal do quadrado:
Sejam d e ℓ as medidas da diagonal e do lado de um qua-
drado, respectivamente.

Triângulo Retângulo
Conforme já foi apresentado anteriormente, Triângulo retân-
gulo é todo triângulo que tem um ângulo reto (90º).
No triangulo retângulo, o maior lado se encontra em frente ao
ângulo reto (que é o maior ângulo) e é chamado de hipotenusa;
enquanto os outros dois lados, que formam o ângulo reto, são
Sendo assim, aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo
chamados de catetos.
BCD destacado, temos:
2 2 2 2 2 2
d = , + , & d = 2, & d = 2, & d = , 2

Altura do triângulo equilátero:


Sejam h e ℓ as medidas da altura e do lado de um triângulo
equilátero, respectivamente.

Na figura, ABC é reto. Costumamos dizer que o triângulo


ABC é retângulo em B.

FICA A DICA
Observe que, como, no triangulo retângulo, um dos
ângulos é reto e a soma dos ângulos internos é igual
Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo BCH
a 180º, então os outros ângulos, que são agudos, são
destacado, temos:
complementares.
, = h +` j
2 2 2
2 2 , 2 2 , 2 2 ,
&, =h + &h =, - &
2 4 4
2 2 2
2 3, 3, 3, , 3
h = &h= &h= &h=
4 4 2 2

ÁREA DO TRIÂNGULO RETÂNGULO


α + β = 90º já vimos que para calcular a área de um triângulo, basta
multiplicarmos a base pela altura e dividir por dois. Como, no
triângulo retângulo, a altura relativa a um cateto, isto é, tomando

969
Matemática

um dos catetos como base, é exatamente igual ao outro cateto, h m 2


temos que base = cateto 1 e altura = cateto 2, logo: DABH + DAHC & = & h = mn
n h
b h
Área Triângulo Re tângulo =
2 Medida da mediana relativa à hipotenusa
Cateto1 $ Cateto2 Em todo triângulo retângulo, a mediana relativa à hipotenusa
A DRetângulo = 2 mede metade da hipotenusa.
Em outras palavras, é igual à metade do produto dos catetos. Isso porque, ao traçarmos a circunferência circunscrita ao
triângulo retângulo, observamos que, além do circuncentro se
RELAÇÕES MÉTRICAS encontrar na hipotenusa, ele a divide ao meio e é equidistante
Considere o triângulo retângulo ABC a seguir: aos vértices do triângulo, fazendo com que a hipotenusa coinci-
da com o diâmetro da circunferência (que é igual a duas vezes o
raio); e com que a mediana relativa à hipotenusa coincida com
o raio da circunferência. Então, seu valor é igual à metade da
hipotenusa. Observe:

Em que:
• b e c são as medidas dos catetos;
• a é a medida da hipotenusa;
• h é a medida da altura relativa à hipotenusa;
• m é a medida da projeção ortogonal do cateto AB sobre
a hipotenusa;
• n é a medida da projeção ortogonal do cateto AC sobre
a hipotenusa. FICA A DICA
Às relações entre essas medidas damos o nome de relações É importante resaltar que todo triângulo inscrito em uma
métricas no triângulo retângulo. São elas: semicircunferência é retângulo e a hipotenusa coincide
com o diâmetro da semicircunferência.
• a2 = b2 + c2 (Teorema de Pitágoras) ;
• a·h=b·c;
• b2 = n·a ;
• c2 = m·a ;
• h2 = m·n

Demonstração das Relações:


Separando o triângulo retângulo em dois outros triângulos
semelhantes a ele, temos:

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
A trigonometria é a parte da matemática que nos apresenta
as relações entre as medidas dos lados e dos ângulos de um
triângulo. Vamos estudar agora a trigonometria aplicada ao
caso particular do triângulo retângulo.

Utilizando semelhança entre esses triângulos, temos:


]Z] a = b & ah = bc
]] c h
DABC + DABH & ] [
]] a = c & c 2 = am
]c m
\
a b 2
DABC + DAHC & = & b = an
b h Dado um triângulo retângulo, damos nomes aos catetos em
função do ângulo que usamos como referência. Sendo assim:

970
Triângulos

Portanto, temos que:


sen α = cos (90º – α) sen β = cos (90º – β)
cos α = sen (90º – α) cos β = sen (90º – β)
Assim, podemos dizer que:
O seno de um ângulo é igual ao cosseno de seu
complemento e o cosseno de um ângulo é igual ao seno do
No triângulo retângulo ABC, anterior, temos que: seu complemento.
AC é a hipotenusa;
• Além disso, temos também que:
• AB é o cateto adjacente ao ângulo α e é o cateto oposto c
ao ângulo β, e sen α a c a c
= = = = tg α
BC é o cateto adjacente ao ângulo β e é o cateto oposto cos α b a b b
• a
ao ângulo α.
Portanto:
Seno (sen)
sen α
Em todo triângulo retângulo, definimos o seno de um ângulo tg α =
cos α
agudo como sendo a razão entre a medida do cateto oposto a
esse ângulo e a medida da hipotenusa: A tangente de um ângulo é igual ao quociente entre o seno
e o cosseno desse ângulo.
Cateto oposto a α
sen α = E por fim, aplicando Pitágoras no triângulo anterior e então
Hipotenusa
dividindo ambos os lados da equação por a2, temos:
2 2 2 2 2
Cosseno (cos) 2 2 2 'a
2
b +c a b c
b +c = a & 2 = 2 & 2 + 2 = 1 &
a a a a
Em todo triângulo retângulo, definimos o cosseno de um
`bj +` j
2 2
c 2 2
ângulo agudo como sendo a razão entre a medida do cateto = 1 & cos a + sen a = 1
a a
adjacente a esse ângulo e a medida da hipotenusa:
A esta expressão damos o nome de Relação Fundamental
Cateto adjacente a α entre seno e cosseno de um ângulo agudo:
cos α =
Hipotenusa
A soma dos quadrados do seno e do cosseno de um
ângulo é igual a 1.
Tangente (tg)
sen2 α + cos2 α = 1
Em todo triângulo retângulo, definimos a tangente de um ân-
gulo agudo como sendo a razão entre a medida do cateto oposto Valores de seno, cosseno e tangente
a esse ângulo e a medida do cateto adjacente a esse ângulo:
Cada ângulo possui valores para o seu seno, cosseno
Cateto oposto a α e tangente. Geralmente, quando necessitamos conhecer
tg α =
Cateto adjacente a α uma destas relações, fazemos uso de calculadoras ou uma
tabela trigonométrica. No entanto, existem três ângulos muito
Dado o triângulo ABC, retângulo em A, a seguir, de medidas recorrentes em geometria, dos quais os valores do seno, do
a, b e c, conforme indicado, temos: cosseno e da tangente não devem ser esquecidos. São eles:
30°, 45° e 60°.
A tabela a seguir nos apresenta tais valores:
30º 45º 60º
1 2 3
Seno
2 2 2

3 2 1
Cosseno
c b 2 2 2
sen α = sen β =
a a
3
Tangente 1 3
b c 3
cos α = cos β =
a a

c b Lei dos Senos e Lei dos Cossenos


tg α = tg β =
b c Em todo triângulo, os lados são proporcionais aos senos dos
ângulos opostos a eles, e a constante de proporcionalidade é
Relações entre seno, cosseno e tangente o dobro do raio da circunferência circunscrita a esse triângulo,
Observe que α + β = 90º (complementares), logo α = 90º – β ou seja:
e β = 90º – α.
a b c
Além disso, no exemplo anterior, temos: = = = 2R
sen A sen B sen C
sen α = cos β e sen β = cos α

971
Matemática

Portanto, de maneira análoga, temos:


b2 = a 2 + c 2 − 2 a c cos B
a 2 = b2 + c 2 − 2 b c cos A

Exercícios
1. (Acafe – 2016) A praça de uma cidade tem a forma de
um triângulo retângulo ABC e está sendo reformada. A
região triangular foi dividida em duas partes, conforme
a figura abaixo. A região formada pelo triângulo CDE
será destinada aos jardins e a região formada pelo
Demonstração quadrilátero ABED será usada para passeios e eventos.
Como a demonstração dessa lei faz uso de conhecimentos
de arcos de circunferência, matéria que ainda não abordada,
fica a critério do professor mostrá-la aos alunos.

LEI DOS COSSENOS


Em todo triângulo, o quadrado de qualquer um dos lados
é igual à soma dos quadrados dos outros dois, diminuída do
dobro do produto desses lados pelo cosseno do ângulo por
eles formado, ou seja:

Sabendo-se que as dimensões são AB = 2 km, AC =


2 3 km e AD = 4DE, a razão entre a área destinada
aos passeios e eventos e a área dos jardins e igual a:
A) 11/6. C) 11/4.
B) 11/2. D) 11.
a = b + c − 2 b c cos A
2 2 2
2. (Fuvest – 2017) Na figura, o retângulo ABCD tem lados
b2 = a 2 + c 2 − 2 a c cos B de comprimento AB = 4 e BC = 2. Sejam M o ponto
c 2 = a 2 + b2 − 2 a b cos C médio do lado BC e N o ponto médio do lado CD . Os
segmentos AM e AC interceptam o segmento BN
Demonstração nos pontos E e F, respectivamente.
Considere o triângulo a seguir:

A área do triângulo AEF é igual a


16
A) 24 D)
25 15

Aplicando o Teorema de Pitágoras nos triângulos retângulos B) 29 E) 23


formados, temos: 30 20

^Ih C) 61
2 2 2 2 2 2

* * 2 2
b = n +h h = b -n
60
c = h + ^a - nh c = h + (a - n) ^ II h
2 2 2 & 2

3. (Fmp 2017) Os lados de um triângulo medem 13 cm,


Substituindo (I) em (II): 14 cm e 15 cm, e sua área mede 84 cm2. Considere
c = b - n + ^ a - n h & c = b + a - 2 $ a $ n ^ III h um segundo triângulo, semelhante ao primeiro, cuja
2 2 2 2 2 2 2

área mede 336 cm2.


No entanto, temos no triângulo ADC que:
A medida do perímetro do segundo triângulo, em cen-
& n = b $ cos C ^ IV h
n tímetros, é
cos C =
b
A) 42 D) 168
Substituindo (IV) em (III):
B) 84 E) 336
c2 = b2 + a2 – 2 · a · b · cos C
C) 126

972
Triângulos

4. (UERj – 2019) O Tangram é um quebra-cabeça chinês Gabarito


que contém sete peças: um quadrado, um paralelogra-
1. D
mo e cinco triângulos retângulos isósceles. Na figura,
o quadrado ABCD é formado com as peças de um 2. D
Tangram. 3. B
4. D
5. C

Observe os seguintes componentes da figura:


- NP – lado do quadrado;
- AM – lado do paralelogramo;
- CDR e ADR – triângulos congruentes, bem como
CNP e RST.
A razão entre a área do trapézio AMNP e a área do
quadrado ABCD equivale a:
A) 3
32
B) 5
32
C) 3
16
D) 5
16

5. (2013 – 1ª aplicação) O dono de um sítio pretende co-


locar uma haste de sustentação para melhor firmar dois
postes de comprimentos iguais a 6 m e 4 m. A figura
representa a situação real na qual os postes são descri-
tos pelos segmentos AC e BD e a haste é representada
pelo segmento EF, todos perpendiculares ao solo, que
é indicado pelo segmento de reta AB. Os segmentos AD
e BC representam cabos de aço que serão instalados.
D

C
E 6
4

A F B

Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF?


A) 1 m
B) 2 m
C) 2,4 m
D) 3 m
E) 2 6 m

973
Capítulo 09

Quadriláteros, Circunferência e Áreas


Quadriláteros são polígonos que possuem quatro lados e Soma dos ângulos externos
quatro ângulos.
Como qualquer polígono, a soma dos ângulos externos de
Eles são formados a partir da união de quatro segmentos de
qualquer quadrilátero será:
retas (chamados lados) cujas extremidades são quatro pontos
não colineares do plano, chamados de vértices. Se = 360º

Número de diagonais
ELEMENTOS
Todo quadrilátero tem apenas duas diagonais. Isso porque,
pela expressão do capítulo 9, temos:
^n - 3h $ n ^4 - 3h $ 4
D= &D= &D=2
2 2

Perímetro
O perímetro de um quadrilátero ABCD é a soma das medidas
de seus lados, ou seja:

AB + BC + CD + DA
No quadrilátero anterior, temos:
Vértices: São os pontos A, B, C e D.
CLASSIFICAÇÃO
Lados: São os segmentos AB , BC , CD e DA .
Os quadriláteros podem ser classificados, de acordo com a
Diagonais: São os segmentos AC e BD . relação existente entre seus lados, em: trapezoides, trapézios
 (ou A
Ângulos internos: BAD  ), ABC
 (ou B
 ), BCD )
 (ou C e paralelogramos.
 (ou D
e CDA  ).
No entanto, por se tratarem de quadriláteros que não pos-
Ângulos externos: , ,  e . suem lados paralelos e nem propriedades marcantes (além
de não serem cobrados no ENEM), os trapezoides são serão
FICA A DICA estudados.
Em um quadrilátero, dois lados, dois vértices ou dois ân-
Trapézios
gulos não consecutivos são chamados de opostos. Assim:
Trapézios são quadriláteros que possuem somente dois
Vértices opostos: A e C, B e D.
lados opostos paralelos, chamados de bases do trapézio.
Lados opostos: AB e CD , BC e DA .
   
Ângulos opostos: A e C , B e D .

PROPRIEDADES
Antes de começarmos a listar as propriedades dos quadri-
láteros, vale ressaltar que, neste capítulo, o foco de nossos
estudos são os quadriláteros convexos.

Soma dos ângulos internos


Aprendemos no capítulo 9 que a soma dos ângulos internos No trapézio mostrado, temos:
de qualquer polígono pode ser calculado pela expressão:
• +AB
AB BC+//+BC
CD++CD
DA+ DA
Si=(n–2)·180º
• +AB
AB BC+e+BC
CD++são,
DA+respectivamente,
CD DA a base menor e a base
Em que n é o número de lados do polígono. maior do trapézio ABCD;
Sendo assim, para o caso dos quadriláteros, temos: • M e N são os pontos médios dos lados AD e BC ,
Si = (4 – 2)·180º Si = 2 · 180º respectivamente; logo, MN é a base média do trapézio
ABCD (segmento que une os pontos médios dos lados
Si = 360º
não paralelos) e, então:
Uma maneira fácil de provar tal afirmação é decompondo AB + CD
o quadrilátero ABCD, visto anteriormente, nos triângulos ABD MN / / AB / /CD e MN =
2
e BCD. Como a soma dos ângulos internos de cada um dos
triângulos será 180º, temos que a do quadrilátero será igual a • AH é a altura do trapézio: menor distância entre as bases;
duas vezes esse valor (dois triângulos). • AC e BD são as diagonais do trapézio ABCD;
974
Quadriláteros, Circunferência e Áreas

• OP é a mediana de Euler: segmento da base média


compreendido entre as duas diagonais, o qual pode ser
calculado pela expressão:
Base Maior – Base Menor CD − AB
OP = =
2 2
Os trapézios são classificados, em relação aos dois lados
não paralelos, em:

Trapézio Isósceles
Um trapézio isósceles é aquele cujos lados opostos não
Propriedades
paralelos são congruentes. Neste caso, temos que os ângulos No paralelogramo anterior, temos:
de cada base também são congruentes. • BF (h) é a altura do paralelogramo.
• Os lados opostos são paralelos e congruentes:
AB / /CD e AD / /BC

AB = CD e AD = BC
• Os ângulos opostos são congruentes:

A eB
C  
D
 =B
AD BD , A eC
 =D
  
• Dois ângulos consecutivos (como A e B ) são suplemen-
Neste caso, temos também que as diagonais do trapézio tares, ou seja, somam 180°.
são congruentes: AC BD
 +B
A  = 180º  +C
B  = 180º
Trapézio Retângulo  +D
 = 180º  +A
 = 180º
C D
Um trapézio retângulo é aquele que possui um dos lados
não paralelo perpendicular às bases, apresentando, assim, As diagonais se interceptam em seu ponto médio, ou seja,
dois ângulos retos (90º). E é ponto médio dos segmentos AC e BD

AE EC BE ED
Cada diagonal do paralelogramo o divide em dois triângulos
congruentes.

AD AB , AD  =D
CD e A  = 90º.

Trapézio Escaleno
Um trapézio escaleno é aquele em que os lados não para-
lelos não são congruentes, e nenhum ângulo interno é reto.

DABC + DACD

 ≠B
AB / /CD e A  ≠C
 ≠ D.

Paralelogramo
Paralelogramo é o quadrilátero que tem os lados opostos DABD + DBCD
paralelos e, consequentemente, congruentes.
Em outras palavras, é o quadrilátero que possui dois pares Paralelogramos Notáveis
de lados paralelos.
Retângulos
Os retângulos são os paralelogramos que possuem todos
os ângulos retos.

975
Matemática

Além das propriedades válidas para os paralelogramos,


temos que os retângulos possuem as diagonais congruentes.
AC BD

Losangos Na figura temos que R é o raio e que O é o centro da


circunferência.
Os losangos são os paralelogramos que possuem todos os
lados congruentes e as diagonais perpendiculares. A circunferência é a única figura plana que pode ser rodada
em torno de um ponto sem modificar sua posição aparente.

Círculo e Circunferência
É importante ressaltar que circulo e circunferência são dois
conceitos diferentes.
O círculo (ou disco) é a reunião de uma circunferência
com o conjunto de pontos localizados em seu interior. Em
outras palavras é a porção de superfície limitada por uma
circunferência.
Além das propriedades já listadas, as suas diagonais também
são bissetrizes de seus ângulos internos.

Quadrado
Os quadrados são os paralelogramos que possuem todos
os lados e ângulos congruentes.
Dizemos também que o quadrado é o quadrilátero regular.

ELEMENTOS

Todo quadrado é um paralelogramo, um retângulo e um


losango; portanto, para ele, são válidas todas as propriedades Na circunferência anterior, temos:
vistas para esses quadriláteros.
Raio
Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um segmento
FICA A DICA de reta com uma extremidade no centro da circunferência e a
Todo quadrado é um paralelogramo, um retângulo e outra extremidade em um ponto qualquer da circunferência.
um losango, mas nem todo losango, retângulo ou parale-
Na figura:
logramo é um quadrado.
Raio: são os segmentos de reta: OC,OD e OG

Circunferência Corda
Na geometria euclidiana, circunferência é o conjunto de todos Corda de uma circunferência é um segmento de reta cujas
os pontos de um plano (lugar geométrico) equidistantes (a uma extremidades pertencem à circunferência.
mesma distância R chamada de raio) de um ponto fixo, desse Na figura:
mesmo plano, denominado centro da circunferência: Cordas: são os segmentos DE e CF.

Diâmetro
Quando uma corda passa pelo centro da circunferência,
temos o que chamamos de diâmetro. O diâmetro é sempre a
maior corda que uma circunferência pode ter.

976
Quadriláteros, Circunferência e Áreas

Na figura: Dizemos que a reta r e a circunferência C são secantes.


diâmetro: é o segmento CF.
Propriedades das Secantes:
Como o diâmetro une dois pontos da circunferência
Se uma reta s, secante a uma circunferência C intercepta
passando pelo centro, observe que sua medida é igual a duas
C em dois pontos distintos
 A e B, e se M é o ponto médio da
vezes a medida do raio:
corda AB , então a reta CM e, consequentemente, o segmento
Diâmetro = 2 · Raio CM são perpendiculares à secante s (ou perpendiculares à
D = 2 · R ou d = 2 · r corda AB ).

Arco
Arco é uma parte da circunferência limitada por dois pontos,
que se chamam extremidades do arco.
Na figura:
Arco: é parte da circunferência limitada pelos pontos A e B:
 
AB e BA

PERÍMETRO OU COMPRIMENTO DA
CIRCUNFERÊNCIA Tangente
Conforme já foi apresentado no capítulo de sistemas Uma reta é tangente a uma circunferência quando
métricos, o comprimento ou perímetro (C) da circunferência intercepta a circunferência em um único ponto, denominado
pode ser calculado pela expressão: ponto de tangência. Os outros pontos da reta são exteriores à
C = 2 ·π·R circunferência.
A reta tangente à circunferência é perpendicular ao raio no
Em que π (pi) é uma constante igual a razão entre o
ponto de tangência.
comprimento e o diâmetro de qualquer circunferência, cujo
valor é um número irracional π = 3,141592... .

POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA


E CIRCUNFERÊNCIA
Uma reta r e uma circunferência C, contidas em um mesmo
plano, admitem as seguintes posições relativas:
T é o ponto de tangência e R é o raio.
Externa
Uma reta é externa a uma circunferência quando a reta não POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS
tem ponto comum com a circunferência.
CIRCUNFERÊNCIAS
Todos os pontos da reta são exteriores à circunferência.
Duas circunferências C1 e C2, de centros O1 e O2 e de raios
r1 e r2, contidas em um mesmo plano, admitem as posições
relativas a seguir:

Externas
Uma circunferência é externa à outra quando todos os pontos
de qualquer uma delas são externos à outra.

r é exterior a C

Secante
Uma reta é secante a uma circunferência quando possui dois
pontos distintos A e B comuns com a circunferência.
Em outras palavras, a reta secante a uma circunferência
é uma reta que intercepta a circunferência em dois pontos Observe que a distância d entre os centros das circunferências
distintos. é maior que a soma dos dois raios.

d > r1 + r2

Uma interna à outra


Uma circunferência é interna à outra quando todos os pontos
de uma delas são internos à outra. Dizemos que uma está
contida na outra.

977
Matemática

são colineares.

Coincidentes
Duas circunferências são coincidentes quando possuem
todos os seus pontos em comum.

Observe que a distância d entre os raios das circunferências


é menor que o módulo da diferença entre os dois raios.

d < |r1 – r2|

Concêntricas
Circunferências concêntricas são um caso especial de
internas, isso ocorre quando ambas circunferências possuem
o mesmo centro: Neste caso a distância entre os centros também é igual a
zero.
d=0

ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA
Ângulo central
Todo ângulo cujo vértice é o centro de uma circunferência é
Neste caso a distância entre os centros é igual a zero. chamado de ângulo central dessa circunferência.
d=0

Secantes
Uma circunferência é secante à outra quando possuem
exatamente dois pontos distintos em comum.

Em toda circunferência, a medida do ângulo central é igual


à medida do arco correspondente.

 = α = AB
AOB 

Ângulo inscrito
Observe que a distância d entre os raios das circunferências Todo ângulo cujo vértice pertence a uma circunferência (está
é maior que a diferença entre os raios e menor que a soma na linha) e os lados são secantes a ela é chamado de ângulo
dos raios: inscrito dessa circunferência.

r1 − r2 < d < r1 + r2

Tangentes
Uma circunferência é tangente à outra quando possuem um
único ponto em comum.

O ângulo inscrito vale a metade do ângulo central corres-


pondente (que determina o mesmo arco) ou a metade do arco
correspondente.


 = β = α = AMB
AVB
d = r1 + r2 d = |r1 – r2| 2 2
Observe que a distância d entre os raios das circunferências
ou é igual à soma dos raios ou ao módulo de sua diferença, Ângulo semi-inscrito ou de segmento
caso sejam tangentes externamente ou internamente,
Todo ângulo cujo vértice pertence a uma circunferência,
respectivamente.
sendo um lado tangente e o outro secante à circunferência, é
Além disso, os centros O1 e O2 e o ponto de tangência T chamado de ângulo de segmento.

978
Quadriláteros, Circunferência e Áreas

RELAÇÕES MÉTRICAS NA
CIRCUNFERÊNCIA
Relação entre cordas
Quando tivermos, em uma circunferência, duas cordas se
cruzando (interceptando) em um ponto P, então:

Um ângulo de segmento e um ângulo central que determinam


o mesmo arco são chamados de ângulos correspondentes.
A medida do ângulo de segmento é metade da medida do
ângulo central correspondente.
Além disso, também temos uma relação de congruência
entre os ângulos formados:

 = β = α = AV
AVB
2 2

Ângulo excêntrico interno


Se o vértice de um ângulo é interior à circunferência e não
coincide com o centro da mesma, esse ângulo é chamado
ângulo excêntrico interno.

Relação entre secantes


Quando temos duas secantes a uma circunferência de
mesma origem, então:

A medida de um ângulo excêntrico interior é igual à


semissoma das medidas dos arcos interceptados por ele e por
seu oposto pelo vértice.

 + CND
AMB 
α=
2 AB · AC = AD · AE

Ângulo excêntrico externo


Se o vértice de um ângulo é exterior à circunferência e
seus lados são secantes a ela, esse ângulo é chamado ângulo
excêntrico externo.

Relação entre secante e tangente


Quando tivermos uma secante e uma tangente de mesma
origem, então:

A medida de um ângulo excêntrico externo é igual à


semidiferença das medidas dos arcos que ele intercepta.

 − CND
AMB 
α=
2

979
Matemática

AT2 = AB · AC R h  3
a= a= =
2 3 6
 3
R = 2a R=
3
 = 2a 3  =R 3

Quadrado

Relação entre tangentes


Quando tivermos duas tangentes a uma circunferência de
mesma origem, então:

Sejam R o raio, l o lado e a o apótema do quadrado inscrito


apresentado na figura anterior, assim temos:
R 2 ,
a= +a=
2 2
, 2
R=a 2 +R=
AB = AC 2
, = 2a + , = R 2
Teorema de Pitot:
Em um quadrilátero circunscrito a uma circunferência a soma
de dois lados opostos é igual à soma dos outros dois.
FICA A DICA
POLÍGONOS REGULARES INSCRITOS QUADRILÁTERO INSCRITO
Coma já definimos, um polígono está inscrito em uma Em um quadrilátero inscrito, os ângulos opostos são
circunferência quando todos os seus vértices são pontos da suplementares.
circunferência.
Quando estes polígonos são regulares, existem algumas
relações importantes entre seus elementos e os elementos da
circunferência.
Portanto, veremos agora os três casos mais importantes de
polígonos inscritos, mas antes, vamos definir o que é o apótema
de um polígono:

Apótema:
Apótema é o segmento de reta que vai do centro da cir-
cunferência (inscrita ou circunscrita ao polígono) até o lado do
polígono, sendo perpendicular a ele.  +C
A  = 180º e B
 +D
 = 180º

Triângulo Equilátero
Hexágono regular

Sejam R o raio, l o lado e a o apótema do triangulo inscrito


apresentado na figura anterior, assim temos:

980
Quadriláteros, Circunferência e Áreas

Observe que o hexágono pode ser dividido em 6 triângulos 2


congruentes e o apótema é exatamente igual a altura desses b$h b=, , 3
A=
2
& AT = 4
triângulos, assim: , 3
h= 2
, 3
a=R+a=
2 Fórmula de Heirão
, 3
R=a+R=
2
2a 3 2R 3
,= +,=
3 3

Áreas de Figuras Planas


Dado as medidas dos lados de um triangulo (a, b e c),
TRIÂNGULO podemos calcular sua área a partir de seu semiperímetro (p)
através da expressão:

A = p (p − a ) (p − b ) (p − c )

Em que:
a +b + c
p=
2

RETÂNGULO
Conforme já apresentamos, a área do triângulo pode ser A área A de um retângulo é o produto da medida da base
calculada através da expressão: pela medida da altura.

b h
A=
2
Em que b é a base do triângulo e h sua altura.

Triângulo Retângulo

A=b·h

QUADRADO
O quadrado é um retângulo de lados iguais. Logo, sua área A
também é o produto da medida da base pela medida da altura,
mas como sua base e altura possuem o mesmo valor, temos:

Como no triângulo retângulo, se considerarmos um dos


catetos como base, o outro é a altura relativa a essa base,
temos que sua área é:

Cateto 1 Cateto 2
A=
2

Triângulo Equilátero
Como vimos no capítulo anterior que a altura do triangulo A=2
equilátero pode ser calculada em função do lado, então, pode-
mos escrever que a área de um triângulo equilátero pode ser PARALELOGRAMO
calculada por: A área de um paralelogramo de base b e altura h é igual à
área de um retângulo de base b e altura h.
Observe:

Logo, também é calculado pelo produto da base pela altura:


A=b·h

981
Matemática

LOSANGO POLÍGONO REGULAR


A área do losango pode ser calculada através da expressão: A área de qualquer polígono regular, de n lados de medida
 e apótema a, pode ser calculada através da medida de seu
D d
A= semiperímetro pela expressão:
2
n$,
p= 2
Em que D é a medida da diagonal maior e d é a medida da n$,$a
A = p$a & A=
diagonal menor. 2

ÁREAS DE CÍRCULO E SUAS PARTES


Círculo
A área de um círculo de raio R pode ser calculada por:

Tal expressão pode ser demonstrada dividindo o losango em


4 triângulos retângulos e calculando suas áreas.

TRAPÉZIO A=π·R2

Traçando uma diagonal de um trapézio de altura h e bases Setor Circular


b e B, dividimo-lo em dois triângulos de altura h e bases de Setor circular é uma parte do círculo limitada por um arco
medidas b e B. Observe: de circunferência e dois raios com extremidades nas extremi-
dades do arco.
Sua área pode ser calculada, então, através de uma propor-
ção entre a medida do arco de circunferência correspondente
e a circunferência:

Assim, a área A do trapézio é a soma das áreas desses


dois triângulos:
B h b h B h+b h
A= + =
2 2 2

A=
(B + b ) h
2
2 0 2
r$R 360 a$r$R
HEXÁGONO REGULAR A Setor
= & A Setor = 0
a 360
Observe que as diagonais de um hexágono regular dividem-
-no em seis triângulos equiláteros. Assim, a área A de um Segmento Circular
hexágono regular de lado  é igual à seis vezes a área de um Segmento circular é uma parte do círculo limitada por um
triângulo equilátero de lado . arco de circunferência e por uma corda com extremidades nas
extremidades do arco.
Para calcularmos a área de um segmento circular de ângulo
central α, temos:

αR2 1 2
A = ASetor − A Triângulo = − R senα
2 2

R2
A= (α − senα )
2

982
Quadriláteros, Circunferência e Áreas

2. (UERj - 2018) Admitindo um retângulo cujos lados me-


dem a e b, sendo a < b, é possível formar uma sequência
FICA A DICA ilimitada de retângulos da seguinte forma: a partir do
primeiro, cada novo retângulo é construído acrescentan-
A expressão utilizada acima, para o cálculo da do triân-
do-se um quadrado cujo lado é igual ao maior lado do
gulo foi uma que envolve as medidas de dois lados de um
retângulo anterior, conforme ilustrado a seguir.
triângulo e o ângulo formado entre eles:

1
A= b c senα
2

Coroa Circular
Dadas duas circunferências concêntricas de raios r e R, com
r < R, chama-se coroa circular ao conjunto dos pontos perten-
centes ao círculo de raio R e exteriores ao círculo de raio r.

Para calcularmos a área de uma coroa circular, fazemos a


diferença entre as áreas dos dois círculos:
ACoroa = ACírculo maior − ACírculo menor = πR2 − πr 2

(
ACoroa = π R2 − r 2 )

Exercícios
1. (Espcex (Aman) – 2018) Seis círculos de raio 1cm são
inseridos no paralelogramo MNPQ, de área X cm2, de
acordo com a figura abaixo.

A figura IV destaca a linha poligonal P1P2P3P4P5P6,


formada pelos lados dos retângulos, que são os elemen-
tos da sequência (a, b, a + b, a + 2b, 2a + 3b).
Sabendo-se que os seis círculos são tangentes entre si
Mantendo o mesmo padrão de construção, o compri-
e com os lados do paralelogramo, a área X, em cm2, é
mento da linha poligonal P1P2P3P4P5P6P7, de P1 até
30++6143.3
A) 11 . o vértice P7, é igual a:
B) 3
A) 5a + 7b
C) 10 + 5 3.
B) 8a + 12b
D) 11 − 6 3
C) 13a + 20b
E) 36 + 20 3
3 D) 21a + 33b

983
Matemática

3. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP – 2018)


Sobre os lados de um quadrado ABCD estão os pontos A)
E(10, 7) e F(16, 5), conforme mostra a figura.

B)

C)

D)

E)

Gabarito
1. E

O triângulo BFE é isósceles e sua área vale a metade da 2. B


área do triângulo DEF. A área do quadrado ABCD vale 3. B
A) 40 4. C
B) 45 5. B
C) 50
D) 55

4. (PUCCampinas – 2018) Quando a dimensão da tela de


uma TV é indicada em polegadas, tal valor se refere
à medida da diagonal do retângulo que representa a
tela. Considere uma TV retangular de 16 polegadas e
outra de 21 polegadas. Se as telas das duas TVs são
retângulos semelhantes, então, a área da maior tela
supera a da menor em, aproximadamente,
A) 36%.
B) 31%.
C) 72%.
D) 76%.
E) 24%.

5. (ESPCEX/2015) Considere o seguinte procedimento:


em uma circunferência de diâmetro 2R, inscreve-se um
hexágono regular para, em seguida, inscrever neste
polígono uma segunda circunferência. Tomando esta
nova circunferência, o processo é repetido gerando uma
terceira circunferência. Caso este procedimento seja
repetido infinitas vezes, a soma dos raios de todas as
circunferências envolvidas nesse processo é igual a:

984
Capítulo 10

Equações e Problemas
Você já parou para se perguntar o que é uma equação? Mui- Exemplo:
tas vezes sabemos resolver, mas nem mesmo sabemos definir
3 · (6x + 24) = 3 · (2x – 2) ⇒ 18x + 72 = 6x – 6
alguns conceitos na matemática, não é verdade? Portanto, para
aprendermos de maneira natural, vamos começar pelas defini- e
ções mais simples e depois, estudaremos cada tipo de equação. (6x + 24) ÷ 2 = (2x – 2) ÷ 2 ⇒ 3x + 12 = x – 1

O QUE É UMA EQUAÇÃO EQUAÇÕES DO 1º GRAU


Equação é uma sentença matemática aberta que exprime Também chamada de equação linear, é o modelo mais sim-
uma relação de igualdade, na qual há uma ou mais incógnita ples de equação. Utiliza-se até mesmo sem saber: nas contas
cujos valores precisamos encontrar para validar essa igualdade. de telefone, água, luz, etc.
Em outras palavras, pode-se simplesmente dizer que é uma Toda equação pode ser reduzida (escrita) na forma:
afirmação que estabelece igualdade entre duas expressões ax + b = 0
matemáticas, composta por coeficientes e incógnitas.
em que a e b são números, chamados de coeficientes, e a
� 0, é uma equação do 1º grau.
RAIZ OU SOLUÇÃO
Resolver uma equação significa descobrir o valor da incógni- Raiz ou solução
ta que torna a igualdade verdadeira, isto é, encontrar o número Resolver uma equação do 1º grau é muito simples, basta
que, colocado no lugar da incógnita, transforma a equação numa isolar a incógnita:
igualdade numérica. Subtraindo b em Dividindo ambos
ambos os lados os lados por a b
Esse número que valida a equação é chamado de Raiz ou ax + b = 0 ⇒ ax = –b ⇒ x=–
a
Solução de uma equação.
Assim, o conjunto solução é S = $– b .
a
Conjunto Solução ou Verdade
É o conjunto formado por todos os valores que a incógnita Exemplo:
pode assumir que tornam a equação verdadeira, isto é, é o con- Encontre o conjunto verdade das seguintes equações:
junto que contém todos os valores que são raízes da equação. A) 23x – 16 = 14 – 17x
B) 3 (x – 2) = 14 – 2x
EQUAÇÕES EQUIVALENTES C) 3 (x + 1) – 2x = x + 3
Quando duas equações possuem a mesma solução, dizemos Resolução:
que elas são equivalentes. A) 23x – 16 = 14 – 17x ⇒ 23x + 17x = 14 + 16 ⇒
Como consequência disso, temos os princípios aditivos e 3
40x = 30 ⇒ x =
4
multiplicativos.
Portanto, S = $ ..
3
Aditivo 4
Obtemos uma equação equivalente sempre que somamos ou B) 3(x – 2) = 14 – 2x ⇒ 3x – 6 = 14 – 2x ⇒
subtraímos um mesmo valor em ambos os lados da equação. 20
Isso é equivalente a passar um termo de um lado da igualdade 3x + 2x = 14 + 6 ⇒ 5x = 20 ⇒ x = 5 ⇒ x = 4
para outro desde que troque seu sinal.
Exemplo: Portanto, S = {4}.
C) 3(x +1) –2x = x + 3 ⇒ 3x + 3 – 2x = x + 3 ⇒
A equação 6x + 24 = 2x – 2 é equivalente à equação:
x+3=x+3⇒x–x=3–3⇒0=0
(6x + 24) + 2 = (2x – 2) + 2 ⇒ 6x + 26 = 2x
ou Portanto, S = 0, isto é, esta equação é verdadeira para
qualquer valor de x.
6x + 24 = 2x – 2 ⇒ 6x + 24 + 2 = 2x ⇒ 6x + 26 = 2x

Fica a Dica
Multiplicativo
A equação do 1º grau tem esse nome porque o expoente
Obtemos uma equação equivalente sempre que multipli- da incógnita é 1:
camos ou dividimos ambos os lados de uma equação por um
ax1 + b = 0
número diferente de zero.

985
Matemática

Observe que agora já é possível, ao somar, desaparecermos


SISTEMAS DE EQUAÇÕES com a variável y. Assim:
Quando se tem um conjunto de equações de múltiplas in- x - 2y = 4
cógnitas (ou variáveis) em que as raízes delas devem ser as +
mesmas para todas, dizemos que tem um sistema de equações. 6x + 2y = 10
Em outras palavras, sistemas de equações são um conjunto de 7x + 0y = 14
equações cujas raízes satisfazem todas elas.
Agora, resolvemos essa equação e encontramos o valor de x:
Há vários métodos para calcular a solução desse tipo de
7x + 0y = 14 ⇒ 7x = 14 ⇒ x = 2
sistema. No entanto, estudaremos os dois mais utilizados: o
método da substituição e o método da adição. Substituindo o valor de x em qualquer uma das equações
originais:
Método da substituição 3x + y = 5 ⇒ 3(2) + y = 5 ⇒ 6 + y = 5 ⇒ y = 5 – 6 = –1
Consiste em isolar uma das incógnitas de uma das equa- Portanto, S = {x, y} = {2, –1}, conforme já havíamos calculado.
ções e substituir seu valor na outra equação. Esse processo
se repete até que se obtenha uma equação com apenas uma Problemas
incógnita (variável). A prova do Enem problematiza situações para que o aluno
Exemplo: aplique seus conhecimentos para chegar à solução.
Resolva o sistema a seguir: A dica para resolver tais problemas é:
1º Traduzir o problema para a linguagem matemática, ano-
(
x - 2y = 4
tando os valores, quantidades e entendendo a lógica.
3x + y = 5
2º Construir a equação ou o sistema de equações.
Resolução:
3º Resolver o sistema.
Primeiramente escolhe-se uma das equações e uma das
Muito simples não é?! Vejamos então alguns exemplos:
variáveis para isolar. Logo, utiliza-se a primeira equação e a
variável x: Exemplo I:
(Fatec-SP – 2007) João tinha B balas. Comeu uma e deu
x – 2y = 4 ⇒ x = 4 + 2y
metade do que sobrou para Mário. Depois de comer mais
Agora, substitui-se o valor encontrado para x na outra uma, deu metade do que sobrou para Felipe e ainda ficou
equação: com 7 balas. O número B é tal que
3x + y = 5 ⇒ 3(4 + 2y) + y = 5 ⇒ 12 + 6y + y = 5 ⇒ A) 10 < B < 20
7y = 5 – 12 ⇒ 7y = –7 ⇒ y =–1 B) 20 < B < 30
Achado o valor de y, retorna-se à equação anterior e acha- C) B > 50
mos o valor de x: D) 30 < B < 40
x = 4 + 2y ⇒ x = 4 + 2(–1) ⇒ x = 4 – 2 ⇒ x = 2 E) 40 < B < 50
Portanto, temos que a solução S = {x, y} = {2, –1} Resolução:
De acordo com as etapas que o enunciado nos traz, temos:
Método da adição
Consiste em somar os respectivos termos (lados) de cada Etapa Restante
uma das equações, a fim de obtermos uma equação com
Comeu uma B–1
apenas uma incógnita.
Normalmente, antes de somar as equações, é comum pre- Deu metade do que sobrou
B–1
cisar multiplicar uma (ou as duas) por um valor numérico para para Mário ` B – 1 j 2
que seja possível eliminar uma das variáveis. 2
Exemplo:
B–1
Resolva o sistema do exemplo anterior utilizando o método Comeu mais uma –1
2
da adição.
Deu metade do que sobrou
9` B – 1 –1 j ' 2C = 7
Resolução:
Temos o seguinte sistema: para Felipe
9` B – 1 –1 j ' 2C 2
2
(
x - 2y = 4
Logo, podemos montar a seguinte equação:
3x + y = 5
` B – 1 –1 j ' 2 = 7
Se simplesmente somarmos da maneira que está, ainda te- 2
remos duas incógnitas. Portanto, antes de somar as equações,
multiplique a segunda por dois: Resolvendo-a:

(
x - 2y = 4
((
x - 2y = 4 ` B – 1 –1 j ' 2 = 7 & B–1
–1 = 7$2 &
B–1
= 14 + 1
2 $ ^ 3x + y h = 2 $ 5
2 2 2
6x + 2y = 10
B – 1 = 15 $ 2 & B = 30 + 1 & B = 31

Resposta: alternativa C.

986
Equações e Problemas

Exemplo II: Portanto, havia na gaveta, inicialmente:


(UFG – 2007) Uma pequena empresa, especializada em L + C + B = 18 + 6 + 20 = 44 objetos
fabricar cintos e bolsas, produz mensalmente 1.200 peças. Resposta: alternativa B.
Em um determinado mês, a produção de bolsas foi três
vezes maior que a produção de cintos. Nesse caso, a
quantidade de bolsas produzidas nesse mês foi
EQUAÇÕES DO 2º GRAU
A) 300 C) 600 E) 900 Um outro tipo de equação existente é a equação do 2º grau,
B) 450 D) 750 também chamada de equação quadrática.
Chamamos de equação do 2º grau toda equação que pode
Resolução:
ser reduzida (escrita) na forma:
Sejam C e B as quantidades de cintos e bolsas, respec-
ax2 + bx + c = 0
tivamente, produzidos nesse mês em questão.
Pelo enunciado, temos:
Equações completas e incompletas
'
C + B = 1.200
Uma equação do 2º grau é dita completa quando não
B = 3$C apenas o termo a é diferente de zero, mas também b e c são
diferentes de zero.
Portanto, substituindo o valor de B da segunda equação na
primeira equação: Exemplos:
C+B = 1.200 ⇒ C + 3C = 1.200 ⇒ • x2 + 6x + 5 = 0
4C = 1.200 ⇒ C = 300 • –3x2 + 9x – 15 = 0
Logo: Caso contrário, têm-se as equações incompletas do 2º grau,
B = 3C ⇒ B = 3 · 300 ⇒ B = 900 nas quais b ou c é igual a zero, ou ainda, ambos são iguais
a zero.
Resposta: alternativa E.
Exemplos:
Exemplo III:
• x2 – 5 = 0
(UFJF-MG – 2009) Uma gaveta contém somente lápis,
canetas e borrachas. A quantidade de lápis é o triplo da • –2x2 + 9x = 0
quantidade de canetas. Se colocarmos mais 12 canetas • 3x2 = 0
e retirarmos 2 borrachas, a gaveta passará a conter o
mesmo número de lápis, canetas e borrachas. Quantos Raiz ou solução
objetos havia na gaveta inicialmente?
A resolução de uma equação do 2º grau pode ser mais sim-
A) 34 C) 54 E) 74 ples ou mais complicada, caso seja uma equação incompleta
B) 44 D) 64 ou completa. Vejamos:
Resolução:
Resolução de equações incompletas
Sejam L, C e B as quantidades de lápis, canetas e borrachas,
respectivamente, que há na gaveta. Vamos começar pelos casos mais simples.
Primeiramente, vamos montar cada uma das equações: 1º caso: Quando a � 0, b = 0 e c = 0
Sabe-se que Neste caso, temos:
2 b=0 2 2
• a quantidade de lápis é o triplo da quantidade de canetas: ax + bx + c = 0 (
c=0
ax = 0 & x = 0 & x = 0
L = 3C Portanto, S = {0} sempre!
• E, se colocarmos mais 12 canetas e retirarmos 2 bor- Exemplo:
rachas, a gaveta passará a conter o mesmo número de
lápis, canetas e borrachas: Resolva a equação: 9x2 = 0.
C + 12 = B – 2 = L Resolução:
Portanto, podemos montar o seguinte sistema: 2 2 0 2
9x = 0 & x = &x =0&x=! 0 &x=0
Z] L = 3C 9
]] 2º caso: Quando a � 0, b = 0 e c � 0
]
[] L = C + 12
]] Neste caso:
]L = B - 2 2 b=0 2 2
\ ax + bx + c = 0 ( ax + c = 0 & ax = -c &
Substituindo o valor de L da primeira equação na segunda, 2 c c
x =- &x=! -
temos: a a
Portanto, S = % - - ; - / .
c c
L = C + 12 ⇒ 3C = C + 12 ⇒ 2C = 12 ⇒ C = 6 a a
Substituindo o valor encontrado para C na primeira, encon-
tramos o valor de L: Exemplo:
L = 3C ⇒ L = 3 · 6 ⇒ L = 18 Resolva a equação: 2x2 – 50 = 0.
Por fim, calcula-se o valor de B, substituindo o valor encon-
Resolução:
trado de L na terceira equação:
2 2 2 50 2
L = B – 2 ⇒ 18 = B – 2 ⇒ B = 20 2x - 50 = 0 & 2x = 50 & x = & x = 25 &
2

987
Matemática

x = ! 25 & x = !5
Fica a Dica
3º caso: Quando a � 0, b � 0 e c = 0 Demonstração da Fórmula de Bhaskara
Assim: Dada a equação ax2 + bx + c = 0 , temos:
ax + bx + c = 0 ( ax + bx = 0 & x ^ ax + b h = 0
2 c=0 2
ax2 + bx + c = 0 ⇒ ax2 + bx = – c
Esta é uma equação tipo produto nulo. Nesse caso, para
que o produto x(ax + b) seja nulo, x ou (ax + b) deve ser desta Multiplicando os dois lados desta última igualdade por
maneira: 4a, temos:

x=0 Z] x = 0
x ^ ax + b h = 0 & *
]] 4a(ax2 + bx) = 4a(–c) ⇒ 4a2x2 + 4abx = –4ac
ou &] [] ou
] b Somando b2 em ambos os lados:
ax + b = 0 ] ]x = - a
\ 4a2x2 + 4abx + b2 = b2 – 4ac
Portanto, S = $ 0; - . .
b
a Observe que o lado esquerdo da igualdade é um produto
notável: quadrado da soma. Assim:
Exemplo:
Resolva a equação: 2x2 + 7x = 0. (2ax + b)2 = b2 – 4ac
Resolução: Chamando o lado direito de Δ (delta ou discriminante):
Z] x = 0 Z] x = 0
]] ]] ^ 2ax + b h2 = b 2 - 4ac & ^ 2ax + b h2 = D &
2x + 7x = 0 & x ^ 2x + 7 h = 0 & ] &]
2
[] ou [ ou
]] 2x + 7 = 0 ]]] 7
2ax + b = ! D & 2ax = -b ! D &x=
-b ! D
] ]x = - 2 2a
\ \
Portanto, S = $ 0; - . .
7
2

Resolução de equações completas Fica a Dica


Nos casos de equações completas, apesar de ser o caso É importante deixar claro que a fórmula de Bhaskara
“mais complexo”, na verdade, sua resolução não é difícil; basta funciona em todos os tipos de equações do 2º grau, mesmo
fazer uso da fórmula de Bhaskara: nas equações incompletas. O que ocorre é que, no caso
das equações incompletas, existem maneiras mais simples
Dada a equação ax2 + bx + c = 0, temos:
de resolver. Vejamos:
1º caso: Quando a � 0, b = 0 e c = 0
-b ! D 2
x= , em que D = b - 4ac Δ= b2 – 4ac ⇒ Δ = 02 – 4 · a · 0 ⇒ Δ = 0
2a
-b ! D -0 ! 0 0
Exemplo: x= &x= & &x=0
2$a 2$a 2a
Resolva a equação: 3x2 + 2x – 1 = 0.
Resolução: 2º caso: Quando a � 0, b = 0 e c � 0
Primeiramente vamos identificar cada coeficiente: Δ= b2 – 4ac ⇒ Δ = 02 – 4 · a · c ⇒ Δ = –4ac
a = 3, b = 2 e c = –1. -b ! D -0 ! -4ac -4ac
x= &x= &x=! &
Agora, aplicando a fórmula de Bhaskara, temos: 2$a 2$a 2a
-4ac c
D = b - 4ac & D = 2 - 4 $ 3 $ ^ -1 h & D = 4 + 12 & D = 16
2 2 x=! 2 & x = ! -a
4a

-b ! D -2 ! 16 -2 ! 4 3º caso: Quando a � 0, b � 0 e c = 0
x= &x= &x= &
2$a 2$3 6 Δ= b2 – 4ac ⇒ Δ = b2 – 4 · a · 0 ⇒ Δ = b2
Z] x = 0
Z] ]]
]] x = -2 - 4
2
= -1 Z] x = -1 -b ! D -b ! b -b ! b ] ou
] 6 ]] x= &x= = & []
2$a 2$a 2a
][] ou & ][ ou ]] b
]] x -2 + 4 1
]] ]x = - a
= = ]] x = 1 \
6 3 3
\ \
S = $ -1; . .
1
Portanto,
3

988
Equações e Problemas

Assim, como a = 3:
Fica a Dica 15a = –b ⇒ 15 · 3 = –b ⇒ b = –45
7a = c ⇒ 7 · 3 = c ⇒ c = 21
Estudo do Discriminante (Δ) Resposta: b = –45 e c = 21.
Na resolução de equações completas, observe que,
na fórmula de Bháskara, aparece a raiz quadrada do Forma fatorada
discriminante (Δ). Como praticamente estamos sempre
As equações do 2º grau também podem ser escritas a partir
trabalhando no conjunto dos números reais (), o valor de
de suas raízes e do coeficiente a:
Δ influencia no número de raízes reais que a equação do
2º grau terá. Assim, temos os seguintes casos: a · (x –x1) · (x –x2) = 0
• Δ < 0 Essa maneira de escrever as equações do 2º grau é cha-
Nesse caso, a equação não admite raízes reais, mada forma fatorada.
uma vez que em  não existe raiz quadrada de
números negativos. Exemplo:
Escreva a forma fatorada da equação –x2 + 2x + 3 = 0.
• Δ = 0
Neste caso, a equação admite duas raízes reais Resolução:
iguais. Pode-se dizer também que a equação tem Primeiramente, vamos identificar os coeficientes da equação:
raiz dupla ou apenas uma raiz, igual a: a = –1, b = 2 e c = 3.
-b ! D -b ! 0 b Calculando as raízes dessa equação:
x= &x= &x=-
2$a 2a 2a
Δ = b2 – 4ac ⇒ Δ = 22 – 4 · (–1) · 3 ⇒ Δ = 16
• Δ > 0
&
-b ! D -2 ! 16 -2 ! 4 x 1 = -1
2 $ ^ -1 h
Nesse caso, a equação admite duas raízes reais x= = &x= &
2$a -2 x2 = 3
e distintas.
Por fim:

Soma e produto das raízes a · (x –x1) · (x –x2) = 0 ⇒


Algumas relações importantes a serem estudadas e desta- (–1) · [x – (–1)] · (x – 3) = 0 ⇒ (–1) · (x + 1) · (x – 3)
cadas das equações do 2º grau (e posteriormente, nas funções
do 2º grau) são a soma e o produto de suas raízes.
Potenciação
Sendo X1 e X2 as raízes da equação ax2 + bx + c = 0, temos:
Antes de aprofundar as equações exponenciais, vamos fazer
-b + D -b - D -2b b uma pequena revisão de potenciação.
• x1 + x2 =
2$a
+
2$a
=
2a
=-
a
Potenciação ou Exponenciação é a operação na qual se
multiplicar um número (base) por ele mesmo, quantas vezes
Portanto:
indicar no expoente.
b
x1 + x2 = - Expoente
a n
b = b$b$b$f$b = a
Base Potência
nº de fatores
-b + D -b - D
• x1 $ x2 =
2$a
$
2$a
&
Exemplo:
^ -b h2 - ^ D h
2
2
b -D 32 = 3 · 3 = 9
^ 2a h
x1 $ x2 = 2 = 2 &
4a 25 = 2 · 2 · 2 · 2 · 2 = 32
b - ^ b - 4ac h 113 = 11 · 11 · 11 = 1.331
2 2 2 2
b - b + 4ac
x1 $ x2 = 2 = 2 &
4a 4a Definições
4ac c
x1 $ x2 = 2 & x1 $ x2 = • Todo número, diferente de zero, elevado a zero é igual a um.
4a a
c Exemplo:
7 = 1; 193.093 = 1; ` j = 1; ^ -2 h = 1.
x1 $ x2 = 2 0
a 0 0 0
9
Exemplo: • Zero elevado a qualquer expoente diferente de zero é igual
Qual deve ser o valor de b e c na equação 3x + bx – c = 0,
2 a zero.
para que os valores da soma e do produto de suas raízes sejam Exemplo:
15 e 7, respectivamente.
04 = 0 · 0 · 0 · 0 = 0; 012 = 0.
Resolução:
• 00 é indeterminado.
Como desejamos que a soma das raízes seja igual a 15 e
• Todo número elevado a 1 é igual ao próprio número.
que o produto seja igual a 7, temos:
b b Exemplo:
7 = 7; 23 = 23; ` j = ; ^ -5 h = -5.
x 1 + x 2 = - & 15 = - & 15a = -b 7 1 7
a a 1 1 1

c c 13 13
x1 $ x2 = &7= & 7a = c
a a

989
Matemática

Potências de bases negativas uma raiz. O denominador do expoente se torna o índice da raiz
e o numerador se torna o expoente do radicando.
• Base negativa e expoente ímpar = resultado negativo. n
n
Exemplos: bd =d b
(–7)1 = –7
(–2)3 = (–2) · (–2) · (–2) = –8
Exemplos:
5
5
+4
23 =3 2
1
(–5)5= (–5) · (–5) · (–5) · (–5) · (–5) = –3.125 32 =2 3
1
= 3
+25 +25

`1j
2
+625 2
-3 1 3
3 2
5 = 5
= 5
(–3)3 = –27
Operações
• Base negativa e expoente par = resultado positivo.
Exemplos: • Produto de potências de mesma base:
Conserva-se a base e somam-se os expoentes.
(–7)2 = (–7) · (–7) = 49
bn · bm = bn+m
(–2)4 = (–2) · (–2) · (–2) · (–2) = 16
+4 +4
Exemplos:
(–11) = 121
2
23 · 25 = 28
3–2 · 33 = 3–2+3 = 31
Fica a Dica ` 2 j2 $ ` 2 j =`3j =`3j =`3j = 1
1 1 1 a 1k 1 1
-2 2 2+ -2 2 2-2 2 0

A falta de parênteses em uma base negativa, na verdade 3 3


indica que o sinal não está relacionado à base, não entrando
na operação de potenciação, sendo apenas um operando. • Quociente de potências de mesma base:
Logo, a base é positiva, mas o resultado será negativo. Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.
n
Exemplos: n m n-m b n-m
b 'b = b , m =b
b
–32 = –(3 · 3) = –9
–25 = –(2 · 2 · 2 · 2 · 2) = –32 Exemplos:
–4 = –(4 · 4) = –16
2 35 ÷ 33 = 35 – 3 = 32

= 5 =` j
-2
5 -2 - 1 -3 1 3
=5
Potências de bases fracionárias 5 5
1
Quando a base de uma potência é fracionária, devem-se 42 1 1 4 3
2 -2 = 4 2 - 2 = 4- 2
elevar tanto o numerador como o denominador ao expoente. 2 = 4
4
Exemplos:
`3j
2 3
2
3$3 9 • Potência de potências:
= 2 = = Mantém-se a base e multiplicam-se os expoentes.
2 2 2$2 4

`5j
3
35 5$5$5 125 (bn)m = bn·m
=
3 = =
7 7 7$7$7 343
`- 2 3
j = `- j $ `- j $ `- 2 j =
2 2 8
- 27 Exemplos:
3 3 3 3 (35)3 = 35·3 = 315
`- 11 2
j = ` - j $ ` - j = 121
11 11
(7–2)3 = 7–2·3 = 7–6
3 3 3 9
^ 4 2 h = 4 2 $2 = 41 = 4
1 2 1

Potências com expoente negativo


Para calcular uma potência com expoente negativo, elimina-se
o sinal negativo do expoente invertendo a base. Fica a Dica
Exemplos:
=` j =` j$` 1 j =
Muito Cuidado!
-2 1 2 1 1
2
2 2 2 4 Quando temos uma potência de potência, mas não
` j 5
=`
2
j =`
2
j$` j$`
2 2
j= 8
-3 3
há parênteses, significa que devemos elevar primeiro o
2 5 5 5 5 125 expoente e depois a base.
`- 4 j = `-
3
j 3
-1 1
=- Exemplos:
3 4 4 23
= 3 8 = 6.561
^ -7 h = `- j = `- j $ `- j=- 1
-2 1 2 1 1 3
7 7 7 49 3 2
9
2 = 2 = 512
-4 = - ^ 4 h = -256
2
2 4
Potências com expoente fracionário
Para calcular uma potência com expoente fracionário, eli-
minamos o expoente fracionário transformando a potência em

990
Equações e Problemas

• Potência de um produto: Resolvendo a equação do 1º grau que resultou, temos:


A potência do produto de dois ou mais fatores é igual ao
y 81y + y 82y
produto de cada um destes fatores elevados ao expoente em 9y + = 82 & = 82 & = 82 &
9 9 9
questão.
82 $ 9
(a · b)n = an · bn y= &y=9
82
Exemplo: Como y = 3x, temos:
(3 · 7) = 3 · 7
3 3 3
y = 3x ⇒ 9 = 3x ⇒ 32 = 3x ⇒ 2 = x

• Potência de um Quociente: Portanto, temos que a solução é S = {2}.


De maneira análoga ao caso anterior, a potência do quo- Exemplo II:
ciente é igual ao quociente dos fatores elevados ao expoente Qual o valor de x que satisfaz a equação 3x – 32–x = 23?
em questão.
Resolução:
^ a ' b hn = a n ' b n + ` a j = a n , com b ! 0
n n

b b Primeiramente vamos reescrever a equação explicitando


todas as potências que possuem a incógnita:
Exemplo:
2
(2 ÷ 5)2 = 22 ÷ 52 x 2-x 3 x 2 x 3 x 3 3
3 -3 = 2 & 3 -3 '3 = 2 & 3 - x = 2
3

EQUAÇÕES EXPONENCIAIS Agora, vamos substituir o termo 3x por y:


2 2
Agora que realizou-se uma revisão de exponenciação, 3 3 y -9 8y 2
y- =2 & = & y - 8y - 9 = 0
pode-se definir equação exponencial por toda equação em y y y
que a incógnita se encontra no expoente de pelo menos uma
Resolvemos, então, a equação de 2º grau resultante:
potência.
Δ = b2 – 4ac ⇒ Δ = (–8)2 – 4 · 1 · (–9) ⇒ Δ = 100
-^ -8 h ! 100
Exemplos:
'
-b ! D 8 ! 10 y 1 = -1
10x = 100 y= = = &
2$a 2$1 2 y2 = 9
3x + 2 + 3x–2 = 82
Para resolver uma equação exponencial, muitas vezes faz Portanto, como y = 3x:
uso das propriedades da potenciação e da decomposição ]Z] 3 x = -1 & impossível
em fatores primos, com o objetivo de encontrar uma base ]
y = 3x & [ ]] ou
comum a ambos os lados da equação para, então, igualar
os expoentes:
] 3x = 9 & 3x & 32 & x = 2
\
ax = ay ⇒ x = y Existem equações exponenciais que não podem ser reduzidas
a uma igualdade de potências de mesma base; nesses casos,
Em alguns casos, transforma-se a equação exponencial em utiliza-se os logaritmos para resolver esse tipo de equação.
uma equação do primeiro ou do segundo grau, substituindo a
O trabalho do escocês John Napier (1550-1617) trouxe
potência por uma incógnita, e, após encontrar as raízes destas,
um método que diminuiu enormemente o tempo gasto na
solucionamos a potência.
realização de cálculos que envolve grandes números (através
Exemplo I: dos logaritmos decimais, que nos permitem escrever qualquer
Vamos resolver os dois exemplos de equações exponenciais número positivo como uma potência de dez), como ocorre na
anteriores: astronomia e na navegação.

• 10x = 100 Logaritmo


Precisamos encontrar uma base comum a ambos os lados
Logaritmo é a operação inversa da exponenciação. Sendo
da equação. Caso esse base não saia de imediato, isto é, se um
a e b números reais e positivos, com a ≠ 1, defini como lo-
lado for múltiplo da base do outro, às vezes, é necessário fatorar
garitmo de b na base a o expoente real x que se deve elevar
ambos os lados. No entanto, nesse exemplo, facilmente obser-
à base a de modo que a potência obtida seja igual a b. Em
vamos que 100 é 102, e 10 é a base do lado esquerdo. Assim:
outras palavras:
10x = 100 ⇒ 10x = 102 ⇒ x = 2
Portanto, a solução dessa equação é S = {2}. logab = x ⇔ ax = b

• 3x + 2 + 3x–2 = 82 Desta forma x é o logaritmo, a é a base e b é o logaritmando.


Este exemplo já é mais complicado. Nesse caso, primeira- Exemplos:
mente, vamos deixar as bases que são elevadas a incógnitas Calcule:
bem explicitas:
A) log28
3x + 2 + 3x–2 = 82 ⇒ 3x · 32 + 3x ÷ 32 = 82 1
B) log 3 27
Agora, chamamos de y o termo 3x, assim: C) log0,532
2 y
y $ 3 + y ' 3 = 82 & 9y + = 82
9

991
Matemática

Resolução: log b x
log a x =
A) log28 = x ⇒ 2x = 8 ⇒ 2x = 23 ⇒ x = 3 log b a
1 x 1 x -1 Exemplo I:
B) log 3 =x&3 = & 3 = 27 &
27 27
Calcule:
3x = (33)–1 ⇒ 3x = 3–3 ⇒ x = –3
A) log123 + log124
C) log 0,5 32 = x & 0, 5 x = 32 & ` j
1 x
5
=2 & B) log336 – log34
2
2–x = 25 ⇒ –x = 5 ⇒ x = –5 C) log 0, 5 5 0, 5 3
Resolução:
Fica a Dica A) A partir da 1ª propriedade, temos:

• Condição de existência dos logaritmos: logaritmando log123 + log124 = log12(3 · 4) = log1212 = 1


> 0 e 0 < base � 1
B) A partir da 2ª propriedade, temos:
• Quando a base de um logaritmo é igual a 10 (logaritmo 36 2
decimal), esta pode ser omitida. log 3 36 - log 3 4 = log 3 = log 3 9 = log 3 3 = 2
4
Exemplo: log10 2 = log2
C) A partir da 3ª propriedade, temos:
3 3
• Quando a base do logaritmo é o número e (e = 5 3
log 0, 5 0, 5 = log 0,5 0, 5 5 =
5
2,71828...), esse logaritmo é chamado logaritmo ne-
periano ou logaritmo natural e é representado pela
notação ln. Exemplo II:
Exemplo: loge5 = In5 Sendo log a = 2, log b = 5 e log c = 7, calcule:
5 7
b
A) log 3 2
Consequências da Definição a $c
b
A partir das definições mostradas anteriormente, temos: B) log a c
• loga1 = 0 ⇔ a0 = 1
• logaa = 1 ⇔ a1 = a Resolução:
• logaa = n ⇔ a = a
n n n
Aplicando as propriedades anteriores:
log a b
• a =b
= log b 5 - ^ log a + log c h=
5 7
b 7
3 2
A) log
• logab = logac ⇔ b = c 3
a $c
2

$ log b - ^ 3 $ log a + 2 $ log c h =


7
Propriedades 5

$ 5 - ^ 3 $ 2 + 2 $ 7 h = 7 - 20 = -13
Sejam a, x e y números reais maiores que zero e a diferente 7
de 1, temos: 5
• 1º. Logaritmo do produto:
b
loga(x · y) = logax + logay log 10 log 10 b - log 10 c
b c
B) log a = = =
c log 10 a log 10 a
• 2º. Logaritmo do quociente: log b - log c 5-7
= = -1
log a a k = log a x - log a y
x log a 2
y
Fica a Dica
• 3º. Logaritmo da potência:
Sendo satisfeitas as condições de existências dos loga-
logaxn = n · logax, com n ∈  ritmos, temos:

m n
n n (logab) · (logba) = 1
log a x = log a x m =
m
$ log a x, com n d R e m d R *
Exemplo:
Passe o para a base 3. 2 log 3
• 4º. Logaritmo da potência da base:
1 Resolução:
log a n x = $ log a x, com n d R * log b - log c
n 5-7
= = -1
log a 2

& ^ log 2 3 h $ ^ log 3 2 h = 1


• 5º. Mudança de Base: log 3 3 1
log 2 3 = & log 2 3 =
log 3 2 log 3 2
Como as propriedades anteriores só valem para logaritmos
numa mesma base, muitas vezes é necessário fazer, antes, a
conversão dos logaritmos de bases diferentes para uma única
base conveniente. Dessa forma, para fazer a mudança de uma
base a para uma base b, com b maior que zero e diferente de
1, temos:

992
Equações e Problemas

Cologaritmo 9b
2 $ log x + log b - log 3 = log 4 &
x
É definido como o valor oposto ao do logaritmo. Chama-
mos de cologaritmo de um número positivo b na base a 2 · log x + log b – log 3 = log 9 + log b – log x4 ⇒
(com b > 0 e a > 0, a �1) e indicamos cologa b o logaritmo do 2
2 $ log x + log b - log b - log 3 = log 3 - 4 $ log x &
inverso desse número b na base a:
2 · log x + 4 · log x – log 3 = 2 · log 3 ⇒
-1 1
colog a b = -log a b = log a b = log a 6 · log x = 2 · log 3 + log 3 ⇒ 6 · log x = 3 · log 3 ⇒
b
2 2
2 $ log x = log 3 & log x = log 3 & x = 3 & x = ! 3
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS Como, devido às condições de existência, o logaritmando é
Pode-se definir equação logarítmica por toda equação em maior que zero, temos: x > 0
que as variáveis se encontram no logaritmando ou na base. Logo, a solução é S = { 3 }, que pertence ao intervalo
Exemplos: [1, 2].
log2(x – 3) = 8 Resposta: alternativa C.
9 $ log x 3 ^ x + 2 h = 6
EQUAÇÕES MODULARES
Para se resolver uma equação logarítmica aplica-se a
definição de logaritmos, suas condições de existência e suas Quando representamos um ponto sobre a reta numérica,
propriedades. a “distância” deste ponto até a origem da reta é chamada de
módulo ou valor absoluto. Ela tem a seguinte representação:
Exemplo I:
módulo de a = |a| = a
Vamos resolver os dois exemplos de equações logarítmicas
módulo de -a = |-a| = a
anteriores:
Observe que o módulo sempre será positivo. Por isso, ele
• log2(x – 3) = 8 representa uma distância.
Aplicando a definição de logaritmos, temos:
log2(x – 3) = 8 ⇒ x – 3 = 28 ⇒ Exemplos:
x = 256 + 3 ⇒ x = 259 A) |–3| = 3

Portanto, S = {259}. B) − 2 = 2
5 5

• 9 $ log x ^ x + 2 h = 6
3
C) |0,03|= 0,03
D) |–4| = |4| = 4
Pela propriedade 4, temos:

9 $ log x 3 ^ x + 2 h = 6 & $ log x ^ x + 2 h = 6 &


9 Geometricamente, o módulo representa números opostos
3 em relação à origem:

3⋅ logx (x + 2) = 6 ⇒ logx (x + 2) = 2 ⇒
x + 2 = x2 – x – 2 = 0
Δ = b2 – 4ac ⇒ Δ = (–1)2 – 4 · 1 · (–2) ⇒ Δ = 9

-^ -1 h !
&
-b ! D 9 1!3 x 1 = -1 Assim, |–6| = |6| = 6 = distância de -6 e de 6 até a origem da
x= = = &
2$a 2$1 2 x2 = 2 reta, que é o ponto zero.
No entanto, pela condição de existência: Em uma equação modular, os módulos aparecem nas
expressões que contêm a incógnita. Para resolvê-las, consi-
x3 > 0 e x3 � 1 ⇒ x > 0 e x � 1 deramos a definição de módulo e analisamos a condição de
Logo, a solução desta equação é S = {2}. validade do módulo. Ou seja:

Exemplo II: =  x x  se  x ≥ 0

(UFMG) O valor de x que satisfaz a equação  x =− x  se  x < 0
9b
2 $ log x + log b - log 3 = log 4 , em que log representa o A condição de validade x≥0 e x<0 sempre deve ser verificada.
x
logaritmo decimal, pertence ao intervalo
Exemplos:
A) 8 0, B .
1 A) |2x – 5| = 1
2 hipótese 1
B) 8 , 1 B .
1
|2x – 5| = 2x – 5 ⇒ 2x – 5 = 1 ⇒ x = 3
2
C) [1, 2]. condição de validade 2x – 5 ≥ 0 ⇒ 2x ≥ 5 ⇒ x ≥ 2,5
D) [2, 3].
E) [3, 4]. 0 2,5 3 x
Resolução:
comparando a raiz com a condição de validade, concluímos
Aplicando as propriedades dos logaritmos, temos: que a raiz x = 3 é válida.

993
Matemática

hipótese 2
Equações produto e
|2x – 5| = – (2x – 5) ⇒ – 2x + 5 = 1 ⇒ x = 2
condição de validade 2x – 5 < 0 ⇒ 2x < 5 ⇒ x < 2,5
quociente
Equações produto e quociente são equações do tipo
0 2 2,5 x (ax + b) ⋅ (cx + d) = 0, com a ∈ R* e d ∈ R.
Solução: utilizamos o argumento de que se o produto de
comparando a raiz com a condição de validade, concluí- dois números é igual a zero, um deles é zero.
mos que a raiz x = 2 é válida.
ax + b = 0 cx + d = 0
Conclusão: S = {2 ; 3}
ax = –b cx = –d
ou
B) x2 – 2. |x| = 8 b d
a= − c= −
hipótese 1 a c
|x| = x ⇒ x2 – 2x = 8 ⇒ x2 – 2x – 8 = 0 ⇒ x = 4 ... e ... x = – 2
 b d
condição de validade x ≥ 0 S =− , − 
 a c

-2 0 4 x
Exemplo:
comparando a raiz com a condição de validade, concluí- A) (3x – 4) (–2x + 5) = 0
mos que apenas a raiz x = 4 é válida. Solução: esta operação só é possível se um dos termos
for nulo.
hipótese 2
3x – 4 = 0 –2x + 5 = 0
|x| = – x ⇒ x2 + 2x = 8 ⇒ x2 + 2x – 8 = 0 ⇒ x = – 4... e ... x = 2
3x = 4 –2x = –5
condição de validade x < 0 ou
4 5
x= x=
-4 0 2 x 3 2

4 5 
comparando a raiz com a condição de validade, concluí- S= , 
mos que apenas a raiz x = – 4 é válida. 3 2

Conclusão: S = {– 4 ; 4}
Inequações
C) |x – 6|2 – 4 |x – 6| – 5 = 0
Inequação é uma sentença matemática que apresenta,
Temos uma equação do segundo grau em |x – 6|.
pelo menos, um valor desconhecido (incógnita) e repre-
Fazendo a mudança de variável |x – 6| = t, com t > 0 ou t = 0 senta uma desigualdade. Podemos encontrar inequações
t2 – 4t – 5 = 0 ⇒ t = – 1... e t = 5 do primeiro e segundo graus, exponenciais, logarítmicas,
Como t > 0 ou t = 0 só é valida a raiz t = 5, ou seja, | x – 6| = 5 modulares etc.
Resolvendo a equação |x – 6| = 5 Quando resolvemos uma inequação, buscamos encontrar
não somente um valor, mas também um conjunto de valores
hipótese 1 que tornam a sentença verdadeira. Para resolver a equação
x – 8 ≥ 12, considere que:
|x – 6| = x – 6 ⇒ x – 6 = 5 ⇒ x = 11
x – 8 ≥ 12
condição de validade x – 6 ≥ 0 ⇒ x ≥ 6
x ≥ 12 + 8
0 6 11 x x ≥ 20
Esse resultado nos indica que qualquer número maior que
comparando a raiz com a condição de validade, concluí- 20 será solução.
mos que apenas a raiz x = 11 é válida.
Exemplos:
hipótese 2 A) 4x – 10 < 20 – 2x
|x – 6| = – (x – 6) ⇒ – x + 6 = 5 ⇒ x = 1 4x + 2x < 20 + 10
condição de validade x – 6 < 0 ⇒ x < 6 6x < 30
x<5
0 1 6 x {x ∈ R / x < 5}

comparando a raiz com a condição de validade, concluí- 5


mos que apenas a raiz x = 1 é válida.
Conclusão: S = {1 ; 11} ou também ] – ∞, 5 [

994
Equações e Problemas

B) 4 < 2x – 4 < 10 B) decrescente se 0 < a < 1


4 + 4 < 2x < 10 + 4
y
8 < 2x < 14
f(x) = ax
8/2 < x < 14/2
4<x<7
{x ∈ R / 4 < x < 7} 1

4 7 a

0 x
ou também ]4, 7[ 1

C) x2 – 6x + 8 < 0
Δ = 4 (duas raízes distintas) Nesses casos:

x’ = 2 am > an ⇔ m < n
⇒ para 0 < a < 1
x’’ = 4 Sentidos contrários
O gráfico da função f (x) = x2 – 6x + 8 é:
As inequações exponenciais serão resolvidas a partir das
y considerações anteriores.

Exemplos:
A) 53x–1 > 25x+2
53x–1 > (52)x+2
⇒ 53x – 1 > 52x + 4 ⇒ 3x – 1 > 2x + 4
base > 1, mantém-se o sentido

0 2 4 x ⇒ 3x – 2x > 4 – 1 ⇒ x > 3

B) (0,9)2x – 1 ≤ (0,9)x+2
(0,9)2x – 1 ≤ (0,9)x + 3 ⇒ 2x – 1 ≥ x + 3
Observe que a solução da inequação fornece resultados
base < 1, inverte-se o sentido
negativos (x2 – 6x + 8 < 0) para todos os valores de x entre
2 e 4, ou seja: ⇒ 2x – x ≥ 3 + 1 ⇒ x ≥ 4
S = {x ∈ R | 2 < x < 4} ou ] 2, 4 [
C) 9x – 3x+1 – 3x + 3 ≤ 0
Inequações exponenciais e logarít- (32)x – 3x ⋅ 31 – 3x + 3 ≤ 0

micas ⇒ (32)x – 3x ⋅ 3 – 3x + 3 ≤ 0 Fazendo 3x = y


⇒ y2 – 3y – y + 3 ≤ 0 ⇒ y2 – 4y + 3 ≤ 0
Para resolvermos uma inequação exponencial do tipo am > an,
é necessário analisar sua base (a). Conforme já apresentado, ⇒1≤y≤3
uma função exponencial será crescente se sua base a for maior ⇒ 1 ≤ 3x ≤ 3
que 1. Caso sua base seja um número entre 0 e 1, a função ⇒ 30 ≤ 3x ≤ 31
será decrescente.
⇒0≤x≤1
Assim, f (x) = ax será:
Em relação às inequações logarítmicas, para a função
A) crescente se a > 1. f ( x ) = log ax já foram verificadas as propriedades:
y A) Função crescente (a > 1)
f(x) = a
x

f(x) = loga x
y
a

0 x
1
0 (1,0) x

Nesses casos:
am > an ⇔ m > n
⇒ para a > 1
Mesmo sentido loga m > loga n ⇔ m > n

995
Matemática

B) Função decrescente (0 < a < 1) log5(x – 2) + log5(x – 3) > log52 ⇒


f(x) = loga x log5(x–2)(x–3) > log52 ⇒ (x – 2)(x – 3) > 2 ⇒
y
x2 – 5x + 4 > 0 ⇒ x ∈ ]– ∞,1[ ∪ ]4, + ∞[ (II)

Inequações Modulares
(1,0)
Inequações modulares são resolvidas pela mesma lógica
0 x utilizada para a resolução de equações modulares. A partir da
condição de validade identificamos os valores que satisfazem
a desigualdades, ou seja:
-a 0 a
|x| > a → x < –a ou x > a
loga m < loga n ⇔ m > n -a 0 a
|x| < a → –a<x<a
Ao resolvermos uma equação logarítmica necessitamos
verificar também sua condição de existência. A solução, como |x| ≤ a → –a≤x≤a -a 0 a

já foi apresentada no tópico referente às equações logarítmi-


cas, é dado pela interseção da condição de existência com a |x| ≥ a → x ≤ –a ou x ≥ a -a 0 a

solução de equação logarítmica propriamente dita situação


→a–b≤x≤a+b
semelhante ocorre com a solução das inequações. |x – a| ≤ b → –b ≤ x – a ≤ b (a - b) (a + b)

Vejamos alguns exemplos:


A) log2 (x – 1) < log2 3 Exemplos:
Solução A) |2x – 6| < 4
Condição de existência: –4 < |2x –6| < 4 ⇒ x < 5 ... e ... 2x – 6 > –4 ⇒ x > 1
x – 1 > 0 → x > 1 (I)
0 1 5 x
log2(x – 1) < log23 → como a > 1 mantem-se a
direção inicial do sinal. S = {x ∈ 0 |1 < x < 5}
x–1<3
x < 4 (II) B) x |x| > x

S = (I) ∩ (II) → a solução final é a interseção das hipótese 1


soluções 1 e 2. |x| = x ⇒ x2 > x ⇒ x2 – x ⇒ x < 0 ... ou ... x >1
S = {x ∈ R | 1 < x < 4}
0 1 x

B) log1/2(x – x – 3/4) > 2 – log25


2
condição de validade x ≥ 0
Solução
Condição de existência: 0 x

x – x – 3/4 > 0 ⇔ x ∈ ] – ∞ , –1/2[ ∪ ]3/2, + ∞ [


2
(I)
comparando o resultado com a condição de validade
Temos, concluímos
log1/2(x2 – x – 3/4) > 2 – log25 ⇒
⇒ –log2(x2 – x – 3/4) > log24 – log25 ⇒ 0 1 x

⇒ log2(x – x – 3/4) < log2(5/4) ⇒


2
S = {x ∈ 0 | x > 1}
⇒ x – x – 3/4 < 5/4 ⇒ x – x – 2 < 0 ⇒ x ∈ ]–1,2[ (II)
2 2

De (I) e (II) concluímos que a solução da inequação é hipótese 2


|x| = – x ⇒ –x2 > x ⇒ x2 – x > 0 ⇒ x > –1 ... e ... x < 0
 1  3 
S =  −1, −  ∪  , 2 
 2 2  -1 0 x

condição de validade x < 0


1
C) log 5 ( x − 2 ) + > log 5 2
log ( x − 3 ) 5 0 x

Solução comparando o resultado com a condição de validade


concluímos
Condição de existência:
x – 2 > 0 e x – 3 > 0 e x – 3 ≠ 1 ⇔ x > 3 e x ≠ 4 (I) -1 0 x

Consideremos S = {x ∈ 0 | –1 < x < 0}


1 Conclusão
log 5 ( x − 2 ) + > log 5 2 ⇒
log ( x − 3 ) 5
S = {x ∈ 0 | –1 < x < 0 ... ou x > 1}

996
Equações e Problemas

C) |2 + log2x| ≥ 3 Gabarito
Solução 1. E
Condição de existência: 2. D
x > 0 (I) 3. A
Vejamos: 4. B
|2 + log2x| ≥ 3 ⇒ 2 + log2x ≥ 3 ou 2 + log2x ≤ –3 ⇒ 5. E
⇒ log2x ≥ 1 ou log2x ≤ –5 ⇒
⇒ log2x ≥ log22 ou log2x ≤ log22–5 ⇒
⇒ x ≥ 2 ou x ≤ 2–5 (II)
De (I) e (II) concluímos que a solução da inequação é
S = ]0,2–5[ ∪ [2,+ ∞[

Exercícios
1. (Espcex (Aman) – 2018) O conjunto solução da ine-
quação ||x – 4| + 1|≤ 2 é um intervalo do tipo [a, b]. O
valor de a + b é igual a
A) –8.
B) –2.
C) 0.
D) 2.
E) 8.

2. (Espcex (Aman) – 2018) Resolvendo a equação


log 3 ( x − 2x − 3 ) + log 1 ( x −=
1) log 3 ( x + 1) , obtém-se

A) S = {–1}.
B) S = {4, 5}.
C) S = {6}.
D) S = {ø}.
E) S = {4}.

3. (Espcex (Aman) – 2018) As raízes inteiras da equação


23x – 7 ⋅ 2x + 6 = 0 são
A) 0 e 1.
B) –3 e 1.
C) –3,1 e 2.
D) –3,0 e 1.
E) 0,1 e 2.

4. Fazendo x=ln5 temos que a∈Ze

b ∈ Z*, a e b primos entre si. Logo a+b é igual a


A) 28
B) 29
C) 40
D) 51
E) 52

5. (ESPCEX - 2009) Sabendo-se que logx + logx3 + logx5


+…+ logx199 = 10000, podemos afirmar que x pertence
ao intervalo
A) [1, 3]
B) [3, 5]
C) [5, 7]
D) [7, 9]
E) [9, 11]

997
Capítulo 11

Funções
O conceito de função é inteiramente ligado às questões Exemplos:
de dependência entre duas ou mais grandezas variáveis e é
um dos mais importantes em toda a Matemática. Seu estudo
decorre da necessidade de analisar fenômenos, descrever
regularidades, interpretar interdependências e generalizá-las.
É uma ferramenta poderosa na modelagem de problemas.
Sempre que houver algum tipo de relação entre dois con-
juntos não vazios, em que todo elemento do primeiro esteja
associado a um único elemento do segundo (mas elementos do
segundo podem ter mais de um correspondente no primeiro),
através dessa relação, também chamada de lei de formação,
temos uma função. Neste exemplo, temos uma função, pois respeitam as con-
dições descritas anteriormente.
Em outras palavras, podemos dizer que:

Dado dois conjuntos A e B, não vazios, dizemos que


f é uma função de A em B, se, e somente se, todo ele-
mento x ∈ A possuir um único elemento correspondente
y ∈ B, segundo uma lei de formação, tal que (x, y) ∈ f.

O conjunto A é chamado domínio da função e o conjunto B


é o contradomínio.
Podemos indicar esta função por: já neste exemplo não temos uma função, pois há elemento
do 1º conjunto que não se relacionam com o 2º conjunto.
f: A → B

Exemplo:
Podemos estabelecer uma relação de dependência entre o
preço do litro do combustível e a quantidade de litros usados
no abastecimento de um carro. Suponhamos que o preço do
litro de gasolina seja R$ 2,50, podemos determinar a seguinte
função y = 2,5 · x, que determina o preço a pagar y em decor-
rência da quantidade de litros abastecidos x.

REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMAS Neste exemplo, também não temos uma função, pois há um
elemento do 1º conjunto que possui dois correspondentes no 2º.
Quando as funções possuem um pequeno número de ele-
mentos, podemos usar diagramas para representá-las.
Nas representações por diagramas, a correspondências dos
elementos são feitas através de setas que partem do 1º conjun-
to, denominado domínio, para o 2º, denominado contradomínio.
A representação de valores em diagramas também serve
para verificarmos se tais relações representam ou não funções.
Para isso, devemos lembrar que todo elemento do 1º conjunto
deve ter somente um correspondente no 2º, mas elementos do
2º podem ter mais de um correspondente no 1º. Este exemplo é uma função.

998
Funções

Exemplo I:
Dada a função y = f ^ x h =
1
, em que não foi especificado
x
o domínio, determine-o bem como o contradomínio.
Resolução:
Primeiramente, como não foi especificado, temos que o
contradomínio desta função é o conjunto dos números reais
: CD = .
Caso não haja restrições, o domínio da função também será
Nesse exemplo temos outra função.
o conjunto . No entanto, observe que a razão 1 não existirá
x
DOMÍNIO, IMAGEM E CONTRADO- caso o valor de x seja igual a zero, uma vez que não existe um
quociente real resultante da divisão por zero. Portanto, não te-
MÍNIO mos um elemento no CD que possa ser associado a x = 0; logo,
O domínio (D) de uma função é conjunto onde a função tem 0 (zero) não pode pertencer ao domínio, pois, se pertencesse,
origem, isto é, é o conjunto de partida da função. Nos exemplos não teríamos uma função.
anteriores, D = A. Como este é o único valor que invalida nossa lei de formação,
Ao conjunto B, dos exemplos, damos o nome de contradomí- temos que D(f) = {x ∈  | x � 0} = *.
nio. O contradomínio (CD) é o conjunto de chegada, composto
Exemplo II:
de todos os elementos do conjunto de chegada.
Determine o domínio da seguinte função:
O conjunto formado por todos os valores do conjunto de
chegada (contradomínio) de uma função, que estejam asso- y= x-3
ciados a valores do conjunto de partida (domínio), é chamado Resolução:
de imagem.
Para que a raiz quadrada exista em , sabemos que o valor
A imagem (Im) de uma função pode ser igual ao contrado- do radicando deve ser maior ou igual a zero, portanto:
mínio ou então será um subconjunto dele.
x–3≥0=x≥3
Exemplo: Assim, o domínio desta função é D = {x ∈  | x ≥ 3}.
A última função apresentada nos exemplos anteriores possui
Exemplo III:
D = A = {–1, 0, 3, 4}; CD = B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e lm = {1, 2, 3}.
Determine o domínio da seguinte função:
Além disso, sendo x ∈ A os elementos do domínio e y ∈ B
f^ x h =
2
, os elementos do contradomínio associados ao domínio, isto
é, a imagem; dizemos que a lei de formação desta função é x-2
y = f(x) = | x – 1|. Resolução:
Onde temos y = f(x), lê-se: “y é igual a f de x” ou “y é uma Neste exemplo, além de termos de verificar a existência
função de x”; em que x é a variável independente, e y, a va- da raiz quadrada, temos de lembrar que não existe quociente
riável dependente. real em uma divisão por zero. Portanto, o denominador desta
Definimos, portanto, essa função como f: A → B tal que expressão não pode ser zero, assim:
f(x) = y = | x –1| , em que x ∈ A e y ∈ B.
(
x-2 ! 0 interseção
& x-2 2 0 & x 2 2
x-2 $ 0
Assim, temos que D = {x ∈  | x > 2}.
Fica a Dica
Muitas vezes o domínio e contradomínio de uma função REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
são omitidos;em vez de aparecer: f : "Domínio" → "Contra-
domínio" seguido da lei de formação, temos apenas a lei Para representar funções que possuem um número infinito
de formação da função. Nesses casos, deve-se assumir de elementos (ou muito grande) usaremos o plano cartesiano.
que o contradomínio seja o conjunto dos números reais
, enquanto o domínio deve ser determinado de modo a Plano Cartesiano
não violar as condições de existência da lei de formação O Plano Cartesiano foi criado pelo matemático René Descar-
da função. tes. Essa foi a forma que ele criou para representar graficamente
expressões algébricas.
O plano cartesiano é composto de duas retas perpendicu-
Determinação do domínio de uma função lares e orientadas, uma horizontal e outra vertical. Damos o
nome de eixo x ou eixo das abscissas à reta horizontal e,
Determinar o domínio de uma função significa, portanto, à reta vertical, denominamos eixo y ou eixo das ordenadas.
saber para quais valores de x a lei de formação (ou expressão
A orientação positiva das retas é representada por uma seta.
matemática) y está definida, ou seja, quais valores podem ser
atribuídos à variável x de modo a não violar as condições de A representação de pontos neste plano é feita através de
existência da expressão matemática. pares ordenados, nas quais o primeiro número se refere a
abscissa e o segundo a ordenada. Em um par ordenado, a
ordem dos números é relevante.

999
Matemática

Ao ponto localizado no cruzamento de ambos os eixos damos Neste exemplo, temos que o domínio da função apresentada
o nome de origem do sistema de coordenadas cartesianas, é D = {x ∈  | –4 ≤ x ≤ 4}, a imagem e o contradomínio CD = .
representado por O (0, 0).
Verificando se uma curva representa ou
não uma função
Como nem toda gráfico representa uma função, para saber
se um gráfico representa ou não uma função, devemos verificar
se cada elemento de x (domínio) possui um único elemento
correspondente em y (contradomínio). Em outras palavras,
basta verificar a condição de existência da função.

Para isso, traçam-se, a partir de qualquer ponto x,


retas paralelas ao eixo y (também conhecido como Oy)
até alcançar a curva que determina a função. Se a reta
traçada encontrar um único ponto, o gráfico representa
uma função; caso contrário, não.

Na figura anterior, temos a representação do ponto (0, 0), Exemplos:


dos pontos (2, 3) e (–2, –1). Além disso, temos também a
representação dos quadrantes do plano cartesiano, que são
as quatro regiões formadas pelos eixos cartesianos. Eles são
dispostos em sentido anti-horário.
Vale observar que, quando nos referimos aos eixos car-
tesianos, geralmente estamos trabalhando no conjunto dos
números reais ().

Gráficos de Funções
O gráfico anterior não representa uma função, pois existem
O gráfico de uma função f é dado pelo conjunto de todos os elementos do domínio que têm mais de um correspondente no
pontos (x, y) do plano cartesiano tais que y = f(x). contradomínio, o que contradiz a definição de função.
Exemplos:

já neste gráfico temos uma função, pois cada elemento do


Nos gráficos de funções, o domínio é dado pelos elementos domínio está relacionado a um único elemento do contradomínio.
de x para os quais a função existe; enquanto a imagem é dada
pelos elementos de y para os quais a função existe. O contra- RAIZ DE UMA FUNÇÃO
domínio é o próprio conjunto dos reais ().
Sabemos que geralmente as leis de formações das funções
Em algumas literaturas encontramos que o domínio de uma são representadas por expressões matemáticas que indicam
função, a partir de seu gráfico, é a projeção ortogonal do gráfico seu comportamento.
sobre o eixo das abscissas; enquanto a imagem é a projeção
A partir dessas expressões, podemos tirar algumas informa-
ortogonal do gráfico sobre o eixo das ordenadas.
ções bem úteis, como a raiz da função.
Exemplo: Raiz ou raízes de uma função são todos os valores de x para
os quais a função é igual a zero (y = f(x) = 0). Ela(s) também
é(são) conhecida(s) como zero(s) da função.
No gráfico da função, as raízes são os valores das abscissas
dos pontos onde o gráfico corta o eixo horizontal (eixo x).

1000
Funções

Exemplo: Funções compostas


Dadas duas funções f(x) e g(x), podemis colocá-los de ma-
neira que as saídas de uma função se tornem as entradas da
outra função. Isto define uma função composta.
Graficamente representamos a situação por:

FUNÇÃO CRESCENTE
Uma função é dita crescente sempre que, à medida que os
valores de x aumentam, os valores de f(x) correspondentes
também aumentam. Em outras palavras: para quaisquer valo-
res x1 e x2 do seu domínio, tais que x1 < x2, temos f(x1) < f(x2).
Exemplos: Vejamos alguns exemplos:
A) Dadas as funções f e g de  em  determine g o f
f(x) = x + 5
g(x) = x2 + 7
A função composta (gof)(x) é:
(gof)(x) = g(f(x)) ⇒ (gof)(x) = (x + 5)2 + 7 ⇒
⇒ (gof)(x) = x2 + 10x + 32
B) Dadas as funções f e g de  em  determine g o f
FUNÇÃO DECRESCENTE efog
Uma função é dita decrescente sempre que, à medida que f(x) = x + 3 e g(x) = x2 – 5
os valores de x aumentam, os valores de f(x) correspondentes (g o f)(x) = g[f(x)]
diminuem. Em outras palavras: para quaisquer valores x1 e x2 (g o f)(x) = [f(x)]2 – 5
do seu domínio, tais que x1 < x2, temos f(x1) > f(x2).
(g o f)(x) = [x + 3]2 – 5
Exemplos: (g o f)(x) = x2 + 6x + 9 – 5
(g o f)(x) = x2 + 6x + 4

(f o g)(x) = f[g(x)]
(f o g)(x) = [g(x)] + 3
(f o g)(x) = x2 – 5 + 3
(f o g)(x) = x2 – 2
Vale ressaltar que geralmente f(g(x)) ≠ g(f(x))

FUNÇÃO CONSTANTE C) Sejam f(x) = 2x + 3, g(x) = x – 5 e h(x) = 3x – 1. Cal-


cule f(g(h(3))
Uma função é dita constante quando, para quaisquer valores
h(x) = 3x – 1
de x, temos sempre o mesmo valor de f(x), isto é, o valor de
f(x) não varia, permanece constante. h(3) = 3 . 3 – 1
h(3) = 9 – 1
h(3) = 8

g(x) = x – 5
g(8) = 8 – 5
g(8) = 3

f(x) = 2x + 3
f(3) = 2.3 + 3
f(3) = 6 + 3
Na função constante, temos:
f(3) = 9
• D=
Outra observação importante foi apresentada no exemplo
• CD =  anterior. Ao procurarmos f(g(h(x)), começamos o processo de
• Im = {k} "dentro" para fora. jogamos h(x) em g(x) e o resultado em f(x).
• f(x) = y = k. Funções sobrejetoras, injetoras e
bijetoras

1001
Matemática

Verificando o domínio, o contradomínio e a imagem de uma Em que o coeficiente a, que multiplica a incógnita x, é cha-
função podemos classificá-la: mado de coeficiente angular ou inclinação, e o termo constante
b é chamado de coeficiente linear. Além disso, temos que a e
Função sobrejetora b são números reais (a, b ∈ ) com a � 0.
Uma função será sobrejetora se seu contradomínio foi igual f(x) = 3x + 5, logo a = 3 e b = 5.
ao seu conjunto imagem. f(x) = 7x – 9, logo a = 7 e b = –9.
A B f(x) = –13x , logo a = –13 e b = 0.
O nome “função polinomial do 1º grau” vem do fato de que
a lei que define a função é um polinômio de grau 1 (o maior
expoente da variável é 1).
f^ x h =
1

=
ax + b
Polinômio do1º grau

Função sobrejetora
Im(f) = B Fica a Dica
f: A → B Como já foi mencionado anteriormente, muitas vezes,
quando indicamos a lei de uma função, ao invés de es-
f é sobrejetora se e somente se ∀y/y ∈ B, ∃ x/x ∈ A.
crever f(x) colocamos y. Ao fazer isso, não alteramos a
Para todo elemento de B existe pelo menos um elemento de A. função, estamos apenas mudando sua representação
Função injetora para coincidir com a representação do plano cartesiano.
Nesse caso, chamamos y de variável dependente, uma
Uma função será injetora se valores diferentes de A corres-
vez que seu valor depende de x (é uma função de x), e
pondem a valores diferentes de B.
chamamos x de variável independente.
A B Exemplos:
f(x) = y = 2x –1, logo a = 2 e b = –1.
y = –8x –3, logo a= –8 e b= –3.

GRÁFICO
Função injetora
O gráfico de qualquer função do 1º grau sempre será uma
f: A → B reta obliqua aos eixos Ox (eixo das abscissas) e Oy (eixo das
oredenadas).
f é injetora se e somente se ∀x1/x1 ∈ A, ∀x2/x2 ∈ A, se
x1 ≠ x2 então f(x1) ≠ f(x2). Em outras palavras, toda função do 1º grau tem como gráfico
uma reta inclinada (não paralela aos eixos coordenados).
Assim se x1 e x2 pertencem ao conjunto A, x1 ≠ x2 → f(x1) ≠ f(x2).
Exemplos:
Função bijetora
Uma função bijetora é aquela que atende, ao mesmo tempo,
os requisitos de ser sobrejetora e injetora.

A B

Os gráficos anteriores são exemplos de funções do 1º grau.

Função Bijetora
Im(f) = B

f: A → B
f é bijetora se e somente se ∀y/y ∈ B, existe um único x/x ∈ A.

já estes dois últimos não são exemplos de funções do 1º


FUNÇÕES DO 1º GRAU grau. O primeiro é uma função constante, e o segundo nem é
Também conhecida como função afim, a função polinomial uma função.
do 1º grau, ou simplesmente função do 1º grau, é definida como
qualquer função f de  em  dada pela seguinte lei de formação: O coeficiente angular da reta
A inclinação do gráfico de uma função do 1º grau dependerá
f(x) = ax + b do valor do coeficiente a, por isso o chamamos coeficiente

1002
Funções

angular ou inclinação. Quando maior for o valor de a mais Exemplo I:


inclinada será a reta. Além disso, o sinal de a define se a reta
CALCULE o valor do coeficiente angular do seguinte gráfico:
será crescente ou decrescente.
• Se a > 0 ⇒ função crescente

Resolução:
Como temos as coordenadas de dois pontos, vamos usar a
razão da variação de y e x para calcular o coeficiente a, assim:
• Se a < 0 ⇒ função decrescente

Dy 4-2 2
a= = = =1
Dx 3-1 2
De maneira geral, a partir de dois pontos do gráfico de um Exemplo II:
função afim (por exemplo: P1(x1, y1) e P2(x2, y2) ), podemos cal-
CALCULE o valor do coeficiente angular do seguinte gráfico:
cular o valor do coeficiente angular (a) pela razão da variação
de y e x:

Resolução:
Nesse exemplo, como já nos foi dado o valor do ângulo
de inclinação, vamos calcular o valor de a diretamente pela
tangente deste ângulo:
Dy y1 - y2
a= = a = tg α = tg 135º ⇒ a = –1
Dx x1 - x2
Em que ∆y é a variação em y e ∆x é a variação em x. Construção do gráfico
Isso é equivalente a calcular a tangente do ângulo de incli- Para esboçarmos o gráfico de uma função, podemos cons-
nação da reta (ângulo formado pela reta e pelo eixo x, tomado truir uma tabela de pontos pertencentes à função, atribuindo
no sentido anti-horário): valores para x e calculando seu correspondente y; colocar tais
Dy y1 - y2 pontos no gráfico e fazer uma interpolação (“ligar os pontos”).
a = tga = =
Dx x1 - x2
No entanto, como o gráfico de qualquer função do 1º grau é
uma reta, basta conhecer dois pontos pertencentes à função,
e teremos um esboço dele.
Quaisquer dois pontos pertencentes à função são suficien-
tes para esboçarmos aos gráfico de uma função do 1º grau,
entretanto, daremos ênfase nos dois pontos mais importantes
de qualquer função afim: os pontos de interseção (cruzamento)
da função com os eixos coordenados (eixos Ox e Oy).

I. Cruzamento com o eixo das abscissas (Ox):


Conforme já definimos anteriormente, a interseção de uma
função com o eixo das abscissas, isto é, o ponto onde uma

1003
Matemática

função cruza o eixo x, nos dá as raízes desta função (valores Domínio e Imagem
de x para os quais temos y = 0 ).
Como as funções do 1º grau são representadas por retas
Sendo assim, para encontrarmos o ponto onde uma função
infinitas, que existem para todo valor de x e todo valor de y,
do 1º grau cruza o eixo x, basta calcular sua raiz: fazemos y =
temos que tanto o domínio como a imagem de uma função f
0 e calculamos o valor de x.
do 1º grau será o conjunto dos números reais.
y=0 b
y = ax + b & 0 = ax + b & x = - D(f) =  e Im(f) = 
a

Portanto, esse ponto é dado por `- b ,0j Determinação da função a partir de dois
a
de seus pontos
II. Cruzamento com o eixo das ordenadas (Oy): Quando desejamos determinar a lei de formação de uma fun-
Observe que o ponto onde a função intercepta o eixo y tem ção a partir de seu gráfico, basta conhecer as coordenadas de
abscissa igual a zero, portanto, para encontrar sua ordenada, pelo menos dois de seus pontos. Assim, montamos um sistema
basta substituir x = 0 na lei da função: de equações para descobrir os valores dos coeficientes (a e b).
x=0
y = ax + b & y = a $ 0 + b & y = b Exemplo:
Logo, o ponto de interseção da reta com o eixo Oy é dado Dado o gráfico a seguir, determine a lei de formação de sua
pelo ponto (0, b). função.
Assim que encontramos os valores de tais pontos, marcamo-
-nos no sistema de coordenadas cartesianas e traçamos a reta
que passa por eles, esta reta é o gráfico da função:

Crescente, se a > 0.
Resolução:
Sabemos, pelo gráfico, que os pontos (1, 1) e (2, –1) per-
tencem à função, portanto:

y = ax + b & & &&


1 = a$1+b a+b = 1
-1 = a $ 2 + b 2a + b = -1
Subtraindo da segunda equação a primeira, temos:
2a + b = -1
-
Decrescente, se a < 0. a+b = 1
a + 0 $ b = -2
Exemplo:
Logo, a = –2.
Construa o gráfico da função real: f(x) = 2x – 3.
Substituindo esse valor em qualquer uma das equações
Resolução: anteriores:
a = -2
Da lei da função, temos que a = 2 e que b = –3. a+b = 1 & -2+b = 1 & b = 3
Portanto, a interseção da função com o eixo x, isto é, sua Portanto, temos que a lei da função representada pelo
raiz, é dada por: gráfico é:
b -3 3
x=- &x=- &x= y = -2x + 3
a 2 2
Logo: ` 3 , 0 j
2 FUNÇÕES DO 2º GRAU
E a interseção com o eixo y é o ponto (0, b) = (0, –3). A função do 2º grau, também conhecida como função quadrá-
Assim, temos: tica, é uma das funções mais importantes da Matemática. Isso
porque ela é capaz de modelar muitas questões concernentes
a várias áreas do saber como, problemas de valor máximo e
mínimo na Biologia (na análise do processo de fotossíntese),
na administração (estabelecendo pontos de lucros, prejuízos
e nivelamento), na Física (movimento uniformemente variado,
lançamento de projéteis), entre outras ciências.
Na Física, essas funções têm um destaque ainda maior, gra-
ças à grande utilidade de seus gráficos. Acontece que a curva
descrita por uma função quadrática, denominada parábola,
serve, por exemplo, para descrever a trajetória de um projétil
lançado obliquamente no ar, em relação ao solo horizontal.

1004
Funções

Sendo assim, definimos a função polinomial do 2º grau, ou Dessa fórmula, sabemos que, dependendo do valor de delta
simplesmente função do 2º grau, como sendo qualquer função (∆), teremos um determinado número de raízes:
f de  em  dada pela seguinte lei de formação: • ∆ < 0 ⇒  a função não possui raízes reais: x1 e x2 ∉ .
f(x) = ax2 + bx + c
• ∆ = 0 ⇒ a função possui 2 raízes reais iguais (1 raiz real):
x1 = x2 ∈ .
Sejam a, b e c números reais (a, b, c ∈ ) com a � 0. • ∆ > 0 ⇒ a função possui 2 raízes reais distintas: x1 � x2 ∈ .
O nome “função polinomial do 2º grau” vem do fato de que Na representação gráfica da função, o valor de delta influen-
a lei que define a função é um polinômio de grau 2 (o maior cia da seguinte maneira:
expoente da variável é 2).
2
f (x) = ax + bx + c
1444442444443
Polinômio do 2º grau

Exemplos:
f(x) = 2x2 –3x + 5, logo a = 2, b = –3 e c = 5.
f(x) = –x2 + 7x, logo a = –1, b = 7 e c = 0.
f(x) = 3x2 –9, logo a = 3, b = 0 e c = –9.
f(x) = 11x2, logo a = 11, b = 0 e c = 0.

GRÁFICO
Como já mencionamos, o gráfico de uma função do 2º grau
tem a forma de uma parábola (curva da família das cônicas),
Cruzamento com o eixo y
a qual tem concavidade voltada para cima se o valor de a for Observe que o ponto onde a função intercepta o eixo y possui
positivo ou voltada para baixo se o valor de a for negativo. abscissa igual a zero, portanto, para encontrar sua ordenada,
• Se a > 0 ⇒ Concavidade para cima basta substituir x = 0 na lei da função:
2 x=0 2
y = ax + bx + c & y = a $ 0 + b $ 0 + c & y = c
Logo, o ponto de interseção da parábola com o eixo Oy é
dado pelo ponto (0, c).

Vértice da função
O vértice de uma parábola é o ponto de flexão ou virada de
uma função, ou seja, o ponto em que ela passa de decrescente
para crescente (quando a > 0) ou de crescente para decrescente
• Se a < 0 ⇒ Concavidade para baixo (quando a < 0).

Antes de esboçar o gráfico de uma função quadrática, de-


vemos determinar / identificar seus pontos mais importantes:
suas raízes (pontos de interseção com o eixo x), o ponto de
interseção com o eixo y e seu vértice.

Por ser também, o vértice, o ponto de interseção da parábola


Raízes da função do 2º grau
com o eixo de simetria, temos que a abscissa xv (x do vértice)
O conceito de raízes para as equações de 2º grau é o mesmo está equidistante às raízes da equação. Portanto, podemos
visto anteriormente. Portanto, para encontrarmos essas raízes, calcular seu valor através da média aritmética das raízes:
devemos igualar a lei da função a zero: 1
x +x
2
f^ x h = 0 xv = &
2
f (x) = ax + bx + c
2
& ax + bx + c = 0 2

Ao fazer isso, obtemos uma equação do 2º grau, cuja reso- -b + D -b + D -2b


+
lução já conhecemos: Fórmula de Bhaskara. 2a 2a 2a
xv = & xv = &
2 2
-b ! D 2 -b
x= , em que D = b - 4ac xv =
2a 2a

1005
Matemática

Substituindo esse valor na função, encontramos o valor da Exemplo I:


ordenada do vértice yv (y do vértice).
Esboce o gráfico da função f(x) = x2 – 6x + 5.

y v = ax v + bx v + c & y v = a ` - j + b` - j+ c &
2 b 2 b Resolução:
2a 2a
2 2 2 2
A partir da função, temos que a = 1, b= –6 e c = 5.
b b b - 2b + 4ac
yv = - + c & yv = & Vamos, então, começar calculando suas raízes:
4a 2a 4a
-^ b - 4ac h D = b - 4ac & D = ^ -6 h - 4 $ 1 $ 5 & D = 16
2 2 2 2
-b + 4ac
yv = & yv = &
-^ -6 h !
4a 4a
&
-b ! D 16 6!4 x1 = 1
-D x= &x= = &
yv = 2a 2$1 2 x2 = 5
4a

Quando o valor de a é positivo, a > 0, o ponto de vértice da Logo, já sabemos que a função cruza o eixo x nos pontos
função é conhecido como ponto mínimo da função, ou seja, yv (1, 0) e (5, 0).
é o menor valor que a função pode assumir. Sabemos também que seu cruzamento com o eixo y é no
ponto de abscissa zero e ordenada c, logo a função também
passa no ponto (0, 5).
Por fim, calculamos o ponto de vértice da função:

-b -^ -6 h 6
xv = & xv = = & xv = 3
2a 2$1 2
-D -16
yv = & yv = & y v = -4
4a 4$1

Logo, o vértice da função é o ponto (3, –4).


Encontrados tais pontos, vamos agora indicá-los no plano
cartesiano e esboçar o gráfico, lembrando que neste exemplo,
Nesse exemplo, temos que o domínio e a imagem da função são: como o valor de a é maior que zero (a = 1), a parábola terá
concavidade voltada para cima. Assim:
D=e

Im = {y ∈  | y ≥ yv} ⇒ Im = {y ∈  | y ≥ –1}

já quando o valor de a é negativo, a < 0, o ponto de vértice


da função é conhecido como ponto de máximo da função, ou
seja, yv é o maior valor que a função pode assumir.
Exemplo:

Exemplo II:
Esboce o gráfico da função f(x) = – x2 – 4x –4.
Resolução:
A partir da função, temos que a = –1, b = –4 e c = –4.
Vamos, então, começar calculando suas raízes:
Nesse exemplo, temos que o domínio e a imagem da função são:
∆ = b2 – 4ac ⇒ ∆ = (–4)2 – 4 · (–1) · (–4) ⇒ ∆ = 0
-^ -4 h ! 0
D=e
-b ! D 4
2 $ ^ -1 h
x= &x= = & x 1 = x 2 = -2
Im = {y ∈  | y ≤ yv} ⇒ Im = {y ∈  | y ≤ –1} 2a -2

Construção do gráfico Logo, já sabemos que a função cruza o eixo x no ponto (–2, 0).
Sabemos também que seu cruzamento com o eixo y é no
Uma vez conhecidos tais pontos já somos capazes de
ponto (0, c) = (0, –4).
esboçar a parábola correspondente a função. Lembrando que
ela terá concavidade voltada para cima de a > 0 ou para baixo Por fim, calculamos o ponto de vértice da função, o qual deve
se a < 0. coincidir com a raiz, uma vez que xv é a média das raízes e,
nesse exemplo, as raízes são iguais:

1006
Funções

-b -^ -4 h 4 -D -0
4 $ ^ -1 h
= -2 e y v = 4a = =0 Uma outra maneira é observando se a função é cres-
2 $ ^ -1 h
xv = = =
2a -2 cente ou decrescente ao cruzar o eixo y:
Esboçando, portanto, o gráfico dessa função, lembrando • Se a parábola é crescente (está “subindo”) quando
que, nesse exemplo, como o valor de a é menor que zero (a intercepta o eixo y, então b > 0.
= –1), a parábola terá concavidade voltada para baixo, temos:

• Se a parábola é decrescente (está “descendo”) quando


intercepta o eixo y, então b < 0.

• Se o vértice encontra-se exatamente no eixo y,


então b = 0.
Exemplo III:
Esboce o gráfico da função f(x) = 3x2 + 6x + 4.
Resolução:
A partir da função, temos que a = 3, b = 6 e c = 4.
Raízes:

∆ = b2 – 4ac ⇒ ∆ = 62 – 4 · 3 · 4 ⇒ ∆ = –12 Problemas de máximos e mínimos


Uma empresa produz um determinado produto com o custo
Portanto, essa função não tem raízes reais. definido pela seguinte função C(x) = x² – 80x + 3000. Con-
Cruzamento com o eixo y: siderando o custo C em reais e x a quantidade de unidades
produzidas, determine a quantidade de unidades para que o
é no ponto (0, c) = (0, 4).
custo seja mínimo e o valor desse custo mínimo.
Vértice da função: A função custo descreve uma função com concavidade
-^ -12 h
voltada para cima.
-b -6 -D
xv = = = -1 e y v = = =1 Na função, os coeficientes são: a = 1 . b = –80 e c = 3000
2a 2$3 4a 4$3
Quantidade de unidades vendidas para que o custo seja
Como a > 0 (concavidade para cima), temos o seguinte mínimo será dada por Xv.
esboço de gráfico para essa função:
−b 80
Xv = ⇒ Xv = −( −80) ⇒ Xv = ⇒ Xv = 40
2a 2*1 2
Para que o custo seja mínimo, a empresa deverá produzir
somente 40 unidades do produto.
Valor do custo mínimo será dado por Yv.
∆ b 2 − 4ac 2
Yv = – ⇒ Yv = ⇒ Yv = – ( −80) − 4 * 1* 3000
4a 4a 4*1

Yv = – 6400 − 12000 ⇒ Yv = 5600 = Yv = 1400


4 4
O Valor do custo mínimo é de R$ 1.400,00
Em uma apresentação aérea de acrobacias, um avião a jato
descreve um arco no formato de uma parábola de acordo com
a seguinte função y = –x² + 60x. Determine a altura máxima
atingida pelo avião.
Fica a Dica
O movimento do avião descreve uma parábola com conca-
Regra para determinar o sinal de b vidade voltada para baixo (y = –x² + 60x), que possui como
vértice um ponto de máximo.
Existem maneiras de determinar o sinal de b sem pre-
cisar calcular seu valor. Uma delas é associar o sinal de Coeficientes da função: a = –1, b = 60 e c = 0
b com o sinal de xv: Altura máxima será representada por Yv.
• Se a > 0, xv e b terão sinais contrários. Yv = –

⇒ Yv =
b 2 − 4ac
⇒ Yv = –
(60)2 − 4 * ( −1) * 0
• Se a < 0, xv e b terão o mesmo sinal. 4a 4a 4 * ( −1)

• Se xv = 0, b também será zero. Yv = –


3600
⇒ Yv = 900
( −4)

1007
Matemática

Uma maneira prática de construir o gráfico de uma função


FUNÇÕES EXPONENCIAIS exponencial é atribuindo valores para a variável independente
A função exponencial, assim como a função 2º grau, é extre- (x). Calculando seu correspondente y ou f(x), marcar tais pon-
mamente importante e útil na modelagem de problemas. Dentre tos no gráfico e esboçar a curva que passe por esses pontos.
esses problemas, podemos citar: crescimento populacional, Vejamos um exemplo para o caso de uma função crescente:
reprodução de bactérias, funcionamento dos juros compostos,
decaimento radioativo de substâncias químicas, entre outros. Exemplo:
Definimos função exponencial como sendo toda função na Vamos esboçar o gráfico do crescimento de uma população
de bactérias. Sabe-se que estes microrganismos se reproduzem
qual a variável independente é o expoente de uma potência. Em
por divisão celular: cada célula simplesmente se divide em duas,
outras palavras, uma função exponencial é qualquer função f de
sequencialmente, a intervalos regulares de tempo. A função que
 em  dada pela seguinte lei de formação:
descreve tal crescimento é dada por:
f(x) = ax y = N · 2x,
Em que a é um número real tal que a > 0 e a � 1. Em que x representa a quantidade de períodos de tempo
Exemplos: necessários para cada reprodução, y representa o número de
bactérias depois de x intervalos de tempo e N, o número inicial
f(x) = 2x f(x) = 2–x +2 de bactérias.
f^ x h = ` j f ^ x h = 20 $ 4 3
3 x x
Se tivéssemos inicialmente 10 bactérias, isto é, N = 10, nossa
7 função passaria a ser: y = 10 · 2x. Para que sejamos capazes
Geralmente, nas provas, essa função aparece modelando de esboçarmos seu gráfico, vamos atribuir valores para x e
fenômenos da natureza e a questão pede para que seja feita calcular seu correspondente y:
uma previsão desse fenômeno.
Períodos de tempo (x) Nº de bactérias
Exemplo: 0 y = 10 · 20 = 10
(UNISA) Sob certas condições, o número de bactérias B de
1 y = 10 · 21 = 20
uma cultura, em função do tempo t, medido em horas, é dado
por B ^ t h = 2 12 . Isso significa que 5 dias após a hora zero o
t 2 y = 10 · 22 = 40

número de bactérias é: 3 y = 10 · 23 = 80
D) 1.024 F) 512 H) 3
2 Calcule quantos pontos achar necessário, mas é bom que
sejam mais de 3.
E) 1.120 G) 20
Encontrados tais pontos, já podemos esboçar o gráfico da
Resolução: função:
A questão pede o número de bactérias 5 dias após o tempo
zero. Para descobrir esse valor, basta substituir esse tempo
no lugar de t. No entanto, como t é medido em horas, antes
de substituir, devemos passar 5 dias para seu equivalente em
horas ( 5 dias = 5 ·24 = 120 horas) . Assim:

B^ t h = 2 12 & B^ t h = 2 12 & B^ t h = 1.024


t t = 120 120
10
=2

Resposta: alternativa A.

GRÁFICO
Uma característica das funções exponenciais é que elas cres-
cem ou decrescem muito rapidamente. Podemos observar essa
evolução (seja crescente ou decrescente) a partir de seu gráfico.
Função decrescente
Função crescente De modo geral, uma função exponencial será decrescente
De modo geral, uma função exponencial será crescente se se 0 < a < 1.
a > 1.
Exemplo:

De maneira semelhante ao caso anterior, vamos construir o


gráfico de uma função exponencial decrescente:

1008
Funções

Exemplo: Em que a é um número real tal que a > 0 e a � 1.

A desintegração radioativa de substâncias químicas é exem- Exemplo:


plo de função exponencial decrescente. Esse fenômeno ocorre f(x) = log2 x f(x) = log4 (–x + 2)
naturalmente com os materiais radioativos: em períodos regula-
f ^ x h = log 37 x f ^ x h = log 10 ` - 4j
x
res de tempo, que variam conforme a substância, metade dos
3
átomos de uma amostra perde a radioatividade. Esse período
é chamado “meia vida”. DETERMINAÇÃO DO DOMÍNIO
O iodo-131, por exemplo, muito utilizado em exames de Para determinarmos o domínio de uma função logarítmica
diagnóstico de tumores por imagem, é um desses materiais basta aplicar as condições de existências dos logaritmos: e
radioativos. Seu período de meia vida são 8 dias, isto é, se logaritmando > 0. 0, de base 1
injetarmos 100 gramas de iodo-131 em um paciente, 8 dias
depois haverá apenas 50 gramas radioativas. Após mais 8 Exemplos:
dias, restou metade do que sobrara, logo 25 gramas, e assim Vamos especificar os domínios dos exemplos anteriores:
por diante. • f(x) = log2 x
Se chamarmos de x a quantidade de períodos de meia vida, Base: 2 > 0 e 2 � 1 OK!
de y a massa de iodo-131 ainda radioativa e considerando os Logaritmando: x > 0
100 gramas iniciais que foram injetados no paciente, a função
Portanto: D(f) = {x ∈  | x > 0} =  +*
que descreve a desintegração do iodo-131 no organismo desse
paciente é:
• f ^ x h = log 37 x
y = 100 $ ` j
1 x
2 3 3
2 0e ! 1OK!
7 7
Para esboçar o gráfico desse decaimento, vamos atribuir
Logaritmando: x > 0
valores para x e calcular seu correspondente y:
Portanto: D(f) = {x ∈  | x > 0} =  +*
Períodos de tempo (x) Nº de bactérias
0 100
1 50
• f(x) = log4 (–x +2)
Base: 4 > 0 e 4 � 1 OK!
2 25
3 12,5 Logaritmando: –x + 2 > 0 ⇒ x < 2
Portanto: D(f) = {x ∈  | x > 2}
Calcule quantos pontos achar necessário, mas é bom que

• f ^ x h = log 10 ` 3 - 4 j
sejam mais de 3. x
Encontrados tais pontos, já podemos esboçar o gráfico da
função: Base: 10 > 0 e 10 � 1 OK!
Logaritmando: x - 4 2 0 & x 2 12
3
Portanto: D(f) = {x ∈  | x > 12}

GRÁFICO
De modo geral, uma função logarítmica será crescente se a
base for maior que 1 (um) e será decrescente se a base estiver
entre 0 (zero) e 1 (um).

Função crescente (base > 1)


Dado f(x) = loga x, a função será crescente se a > 1.
Exemplo:

FUNÇÕES LOGARÍTMICAS
A função logarítmica é a inversa da função exponencial. Essa
função é bastante importante na descrição de alguns fenômenos
como terremotos, na medição da escala de pH de substâncias,
na escala decibel que mede a intensidade do som, entre outros.
Definimos função logarítmica como sendo toda função na
qual a variável independente é o logaritmando de um logaritmo.
Em outras palavras, uma função logarítmica é qualquer função
f de  +* em  dada pela seguinte lei de formação:

f(x) = loga x

1009
Matemática

Função decrescente (0 < base < 1)


Dado f(x) = loga x, a função será decrescente se 0 < a < 1.
Exemplo:

Exemplo II: Decrescente


(UNESP Adaptada) O altímetro dos aviões é um instru-
mento que mede a pressão atmosférica e transforma esse
resultado em altitude. A altitude h acima do nível do mar, em
Construção do gráfico quilômetros, detectada pelo altímetro de um avião, em função
De maneira similar ao caso das funções exponenciais, para da pressão atmosférica p, em atm, pode ser dada por:
construirmos um esboço do gráfico de funções logarítmicas,
iremos atribuiremos alguns valores para x, calcularmos os h(p) = 20 · log0,1p
correspondentes valores de y, marcarmos os pares ordenados Vamos esboçar o gráfico altitude x pressão atmosférica
obtidos no plano cartesiano e, então, esboçarmos a curva dessa função.
que passa por estes pontos. Para essa função, vamos atribuir valores para p (que
Exemplo I: Crescente representa x) e calcularmos seu correspondente h (que
A escala Decibel (dB) é uma escala logarítmica muito utili- representa y):
zada para medir a intensidade do som, isto é, o nível sonoro.
Nesta escala, a intensidade sonora é medida, em relação à Pressão atmosférica (p) Altitude (h)
menor intensidade do som captado pelo ouvido humano, pela 0,1 h(0,1) = 20 · log0,1 0,1 = 20
seguinte função:

dB = 10 $ log 10 a k
I 0,4 h(0,4) = 20 · log0,1 0,4 ≅ 8,0
I0
Em que dB é a medida da intensidade sonora em decibéis 0,7 h(0,7) = 20 · log0,1 0,7 ≅ 3,1
(y da função), I é a intensidade que desejamos comparar (x
da função), dada em W/m2, e I0 é a intensidade de referência 1,0 h(1) = 20 · log0,1 0,1 = 0
(menor intensidade do som captado pelo ouvido humano),
também em W/m2. Encontrados tais pontos, já podemos esboçar o gráfico
Para esboçar o gráfico da escala decibel em função da da função:
intensidade I, vamos atribuir valores para I (que representa x)
e calcular seu correspondente dB (que representa y):
Intensidade
sonora em Decibéis (dB)
W/m2 (I)

dB = 10 $ log 10 b l = 10 $ log 10 10 = 10
-11
10
10–11 -12
10

dB = 10 $ log 10 b l = 10 $ log 10 10 4 = 40
-8
10
10–8 -12
10

dB = 10 $ log 10 b l = 10 $ log 10 10 7 = 70
-5
10
10–5 -12 Fica a Dica
10
Devido às propriedades dos logaritmos, muitas vezes
dB = 10 $ log 10 b l = 10 $ log 10 10
-2
10 10 as funções decrescentes podem aparecer mesmo com a
10 –2
-12 = 100
10 base maior que 1, nestes casos a incógnita é que aparece
de forma inversa no logaritmando.
Encontrados tais pontos, já podemos esboçar o gráfico
da função: Exemplo:
A função decrescente f ^ x h = log 12 x pode ser escrita

como f ^ x h = log 2 ` j , observe:


1
2

log 12 x = log 2-1 x = -1 $ log 2x = log2x = log2 ` j


-1 1
x

1010
Funções

Relação com a função exponencial O gráfico da função f (x) = sen (x) é uma curva chamada
de senoide. A função possui as seguintes propriedades:
Conforme já foi dito, a função logarítmica é a inversa
da função exponencial. A consequência disso nos gráficos • Função periódica de período 2π. (A cada 360º, a função
se repete.
dessas funções é a simetria em relação à bissetriz dos qua-
drantes ímpares (y = x). • No primeiro e no quarto quadrantes, f (x) = sen (x) é
crescente. Já no segundo e terceiro quadrantes, ele
Exemplo I: é decrescente.
Para as funções crescentes (a > 1), temos:
• O domínio e o contradomínio de f (x) = sen (x) são
iguais a  (é definida para todos os valores reais).
• O conjunto da imagem de f (x) = sen (x) corresponde
ao intervalo real [–1, 1]: –1 ≤ sen (x) ≤ 1.
• Em relação à simetria, f (x) = sen (x) é uma função
ímpar: sen (–x) = –sen (x).

Função cosseno: f (x) = cos (x)


Exemplo II: O gráfico da função cosseno, f (x) = sen (x), é uma cur-
va chamada de cossenoide. A função possui as seguintes
Para as funções decrescentes (0 < a < 1), temos:
propriedades:
y
1
M

x
A x π 3π 2π
0 cos(x) 0 π x
2 2

-1

O gráfico da função cosseno, f(x) = cos x, é uma curva


FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS chamada de cossenoide. A função possui as seguintes pro-
priedades:
As funções trigonométricas, também chamadas de funções
circulares, relacionam-se com os ângulos percorridos no ciclo • É uma função periódica de período 2π. (a cada 360º a
trigonométrico. Uma volta completa sobre o ciclo corresponde função se repete).
a um ângulo de 360º ou 2π. Quando efetuamos "mais" voltas • No primeiro e segundo quadrantes f(x) = cos (x) é
no ciclo, percorremos ângulos numericamente "maiores", mas decrescente, e no terceiro e quarto quadrantes é
que correspondem, geometricamente, ao mesmo arco no crescente.
 
ciclo trigonométrico, o que indica que os arcos A ′B′ e AB , • O domínio e o contradomínio de f(x)= cos (x) são
representados na figura seguinte, possuem o mesmo valor. iguais a  (é definida para todos os valores reais).
B’ • A imagem de f(x) = cos (x) corresponde ao intervalo
B real [–1, 1]: –1 ≤ cos( x) ≤ 1.
• Em relação à simetria, f(x)= cos (x) é uma função par:
cos(–x) = cos(x).
O A’ A
Função tangente: f(x) = tg (x)
t y
M T
Ao se registrar os valores de seno, cosseno e tangente
de cada ângulo do ciclo, podemos obter as funções trigono- a
A
métricas f (x) = cos (x) e f (x) tg (x), sendo x os valores dos 0 N 0 π π 3π 2π x
2 2
ângulos do ciclo.

Função seno: f (x) = sen (x)


y O gráfico da função f(x) = tg x é uma curva chamada de
y’ M 1 tangentoide. A função possui as seguintes propriedades:

sen(x)
x 2
• É uma função periódica de período π.
A
0 x’ x π π 2π x • O sinal de f(x) = tg x é positivo quando x pertence ao
2 primeiro e terceiro quadrantes e é negativo quando x
-1 pertence ao segundo e quarto quadrantes.

1011
Matemática

• f(x) = tg x é sempre crescente em todos os quadrantes y

do círculo trigonométrico. y = senx


1

• O domínio da função tangente é {x ∈ │x ≠ π/2 + kπ; y = sen x + (


x
2 ( π
deslocamento rad
K ∈ Z}. A função não está definida em x = π/2 + kπ, ou 2
para a esquerda
seja nos pontos do ciclo que recaem sobre 90º e 270º. π π π 3π 2π x
2 2 2
• A imagem de f(x)= tg (x) corresponde a todos os valores
reais . -1
1 ciclo
• Em relação à simetria, f(x)= tg (x) é uma função ímpar: T = 2π

tg(–x) = –tg(–x).
E quando subtraímos (inserir símbolo) do argumento da
função sen (x), seu gráfico é deslocado para a direita.
Representação gráfica de função
y
trigonométricas y = senx

Partindo-se de uma função trigonométrica básica, pode-


1 y = sen x - ( x
2 (
mos construir o gráfico de outras funções. Considere, por deslocamento
π
2
rad

exemplo, a função f (x) = y = sen (x) e seu respectivo gráfico: para a direita
π π 3π 2π 5π x
y 2 2 2

1
-1
y = senx 1 ciclo
T = 2π
π π 2π
x
2 3π
2
-1 Sempre que modificamos o argumento de uma função
trigonométrica básica, provocamos uma compressão, uma
Ao multiplicarmos o argumento da função f (x) = sen (x) expansão ou um deslocamento de seu período (eixo x).
por 2, obtemos a função f (x) = sen (2x). Consequentemen-
te, temos, no gráfico a seguir, a compressão do período da Quando efetuamos operações sobre a função trigonomé-
função básica: trica, multiplicando, dividindo, somando ou subtraindo termos,
provocamos compressões, expansões ou deslocamentos em
sua imagem (sobre o eixo y). Essas situações podem ser
y = senx
1 visualizadas nas figuras seguintes:
y = senx(2x) y

y = senx + 2
π π 3π π 3π 2π
4 2 4 2

1 deslocado 2 unidades
-1 para cima
y = senx
1ciclo
π π 2π
T=π x
2 3π
2
-1
compressão
1 ciclo
T = 2π
Observe que o período da função sen (x) é 2π. Já o período
da função sen (2π) é π. Quando multiplicamos o argumento
y
de uma função trigonométrica por 2, seu período fica dividido
por 2. O análogo acontece quando multiplicamos o argumento 2 y = 2 senx

por outros valores. 1


y = senx
Na figura seguinte, observe que, quando dividimos por 2
expansão
o argumento da função sen (x), seu período dobra de valor,
π π 2π
3π x
2
2
passando de 2π para 4π. -1

-2
y

y = senx 1 ciclo
T = 2π
1
y = sen x
2 ( (
y
π π 3π 2π 3π 4π
2 2 x
1 y = senx

-1
1 ciclo 1
2 y = 1 senx
T = 4π 2
expansão compressão π π
3π 2π
2 x
2
Quando somamos π ao argumento da função sen (x), o
- 1
2

2 -1

gráfico da função se desloca para a esquerda. 1 ciclo


T = 2π

1012
Funções

Observe que todos os exemplos gráficos foram construídos a partir da função básica f (x) = sen (x). Um procedimento
análogo poderia ser seguido para outras funções trigonométricas.

Identidades trigonométricas
Identidades trigonométricas são igualdades de funções trigonométricas em que ambos os lados são válidos no domínio
das funções envolvidas. Geralmente, elas são obtidas em processos de simplificação, a partir do seno, cosseno e tangente
do ângulo.
As principais identidades trigonométricas obtidas a partir do ciclo trigonométrico são:

sen ( x )
1. tg ( x ) = π
cos ( x ) Relação válida para todo x ≠ + kπ
2
cos ( x )
2. cot g ( x ) = Relação válida para todo x ≠ kp
sen ( x )

1
3. sec ( x ) = π
cos ( x ) Relação válida para todo x ≠ + kπ
2
1
4. co sec ( x ) = Relação válida para todo x ≠ kp
sen ( x )

5. sen2(x) + cos2(x) = 1
Vejamos nos exemplos seguintes como obter outras identidades:
A) Considere a relação sen2 (x) + cos2 (x) = 1. Ao dividir toda a igualdade por cos2 (x), teremos:

ou

B) Partindo novamente da relação sen2 (x) + cos2 (x) = 1, dividiremos a igualdade por sen2 (x):

ou

C) Prove que tg2 ⋅ cossec2x = 1 + tg2x


, simplificando sen2x, temos:

, mas 1 = sen2x + cos2x, daí, temos:

1 + tg2x = 1 + tg2x
Podemos utilizar as funções trigonométricas da soma (a + b) e da diferença (a - b) de dois números reais a e b, conhecidas
as funções circulares de a e de b.

6. sen(a+b)=sen(a)cos(b)+sen(b)cos(a)
7. sen(a–b) = sen(a)cos(b) – sen(b)cos(a)
8. cos(a+b)=cos(a)cos(b)-sen(a)sen(b)
9. cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)

1013
Matemática

Utilizando-se os valores do seno, cosseno e tangente dos ângulos recorrentes em geometria, podemos obter, a partir das
leis das funções seno e cosseno, as medidas para outros ângulos.

Exemplos:
A) sen75° = sen(45°+30°)
sen75° = sen45°cos30° + sen30°cos45°

B) cos15° = cos(60° – cos45°)


cos15°=cos60°.cos45°+sen60°sen45°

C)

Temos também as fórmulas da multiplicação, obtidas das leis de soma de arcos, substituindo-se 2x por x + x.
12. sen(2x) = 2sen(x).cos(x)
13. cos(2x) = cos2(x) – sen2(x)
14.

12 5
Sabendo que senx = e cosx = , determine sen 2x e cos 2x.
13 13
Solução: A partir da fórmula do arco duplo temos:
sen 2x = 2senx ⋅ cosx
12 5
sen 2x =2 ⋅ ⋅
13 13
120
sen 2x =
169
cos 2x = cos2x – sen2x
2 2
 5   12 
cos
= 2x   −  
 13   13 
25 144
cos =
2x −
169 169
119
cos 2x =
169

1014
Funções

E as fórmulas do arco metade e das transformações em produto:

α (1 − cos α )
15. sen   = ±
2 2

α (1 + cos α )
16. cos   = ±
2 2

α
17. tg   = ±
(1 − cos α )
2 (1 + cos α )

18.

19.

20.

21.

22.

23.

Essas fórmulas tem fundamental relevância para a obtenção de outras relações.

Exemplos:
A) Demonstre que

Transformando cos 4x + cos 2x em produto, obtemos:

Substituindo na fração do lado esquerdo:

B) Calcule o valor de tg 22º30'


Fazendo 2x = 45º, x = 22º30' e tg 45º = 1

Se t = tg 22º30'

1 – t2 = 2t
t2 + 2t – 1 = 0

Como o ângulo de 22º30' encontra-se no primeiro quadrante, tg22º30' > 0, logo, tg22030' =−1 + 2

1015
Matemática

Equações e inequações trigonométricas Exemplo:


As resoluções das equações e inequações trigonométricas A) Para quais valores 2senx – 1 > 0 ?
são obtidas com o auxílio do conceito de arcos côngruos. Dois 2senx – 1 > 0
arcos são côngruos quando suas medidas diferem de um
múltiplo de 360°= 2p radianos. A expressão geral dos arcos
côngruos a x é dada por x + 2kp se x estiver em radianos
ou por x° + k.360°, se x for medido em graus, com k inteiro.

Exemplos:
1. Determine os valores de x que satisfazem as equações.
A) 1 – 2senx – 1 = 0
2 senx – 1 = 0
1
senx =
2 Observe pela figura que para ângulos entre 30 graus e
150 graus temos a inequação satisfeita.

Funções Modulares
É uma função que apresenta o módulo na sua lei de for-
Se 0 < x < 2p temos duas soluções: x = 30 graus ou mação, sendo definida por f(x) = |x| ou y = |x|
x = 150 graus
Utilizando o conceito de módulo de um número real, a
Considerando-se os infinitos valores de arcos côngruos a função modular pode ser definida também da seguinte forma:
30° e 150° a solução seria
=  f(x ) f(x )...se...f(x ) ≥ 0

 f(x ) =− f(x )...se...f(x ) < 0
B) cosx + 1 = 0
Em consequência da definição de função modular, sua
cosx = –1
imagem somente assumirá valores reais não negativos.
Exemplos:
C) tgx – 1 = 0
Esboce o gráfico das funções seguintes, indicando em
tgx = 1 cada caso o domínio e a imagem.
A) f(x) = |x2 – 4x + 3|
x2 – 4x + 3 = 0
∆ = 16 – 12
∆=4

−( −4) ± 4
x=
2.1

4±2
x=
2

2. Qual a solução da equação se x ∈[0;2π]


4+2 6
x1 = = =3
2 2
2
x2 = 4 − 2 = =1
2 2

Pelo estudo do sinal da função e pela definição de função


modular temos
x 2 − 4x + 3, se x ≤ 1 ou x ≥ 3
f(x) = 
2
− x + 4x − 3, se 1 < x < 3
Inequações trigonométricas Graficamente a função encontra-se representada pela
O procedimento para resolver inequações trigonométricas linha contínua da figura seguinte.
é semelhante.

1016
Funções

Representação algébrica
Para obter a inversa de uma função seguimos as etapas:
I. Escreva y = f(x).
II. Isole x nessa equação escrevendo-o em termos
de y.
III. Escreva x = f-1(y).
IV. Para expressar a inversa f-1 como uma função de
x, troque x por y e escreva y = f-1(x).

Representação gráfica
O gráfico de uma função inversa f-1 possui simetria em
relação à função f.
Exemplos:
A) Seja a função f: R → R tal que f(x) = 2x + 1.
B) Construa o gráfico da função f(x) = |sen2x|, a partir Algebricamente podemos obter inversa f-1 da seguinte
da função f(x) = sen2x. maneira:
Representando o gráfico da função f(x) = y= sen2x y = 2x+1
temos x = 2y+1
Isolando y nesta nova expressão temos:
x = 2y+1
2y = 1-x

y = 1 − X = f-1 (x)
2
Perceba a simetria ente os gráficos de f e f-1

Pela definição de função modular

=  f(x ) f(x )...se...f(x ) ≥ 0



 f(x ) =− f(x )...se...f(x ) < 0

Aplicando-se a definição à função teremos como gráfico


para f(x) = |sen2x|

Mostre que a função logarítmica é a inversa da função


exponencial e represente geometricamente a situação.
Seja f(x) = y = ax uma função exponencial.
Buscando sua inversa teremos:
x = ay
Para isolar y tomemos o logarítmo na base a em ambos
os lados da equação:
FUNÇÕES INVERSAS loga⁡ x = loga⁡ ay
Seja f: A → B uma função injetora, com domínio A e imagem Pelas propriedades de logarítmo chegamos a
B. A função inversa de f, simbolizada por f-1 é a função f-1: B loga⁡ x = y.loga ⁡a, logo
→ A, com domínio B e imagem A tal que: y = f-1(x) = loga⁡ x
f-1 (f(a)) = a para a ∈ A e f (f-1(b)) = b para b ∈ B ou seja: A função logarítmica é inversa da função exponencial. Seu
x = f-1(y) ⇔ y = f (x) gráfico é simétrico do gráfico da função exponencial em rela-
ção à reta y = x, situação verificada a partir do gráfico abaixo.
Representação em diagramas
Representando a inversa em diagramas temos

1017
Matemática

5. (Efomm – 2018) Seja f: * →  uma função tal que f(1)


Exercícios = 2 e f xy = − f ( − y ) , 6x, y ∈ *.
( )
x
1. (Espcex (Aman) – 2018) O conjunto solução da inequa- 1
ção 2sen2x – cos x – 1 ≥ 0, no intervalo ]0, 2π] é Então, o valor de f   será
2
A)  2π , 4 π  .
3 3 
  A) 5 C) 3 E) 1
B) 4 D) 2
B)  π , 5π  .
3 6  6. (Espcex (Aman) – 2018) Na figura estão representados
 
os gráficos das funções reais f (quadrática) e g (modu-
C)  π , 5π  . lar) definidas em . Todas as raízes das funções f e g
3 3  também estão representadas na figura.
 

D)  π , 2π  ∪  4 π , 5π  .
3 3   3 3 
   

E)  π , 5π  ∪  7 π , 10π  .
6 6   6 6 
   

2. (Espcex (Aman) – 2018) Considere o triângulo com


ângulos internos x, 45º e 120º. O valor de tg2(x) é igual a
A) 3 – 2.
B) 4 3 – 7.
C) 7 – 4 3 .
D) 2 – 3 .
E) 2 – 4 3 .
f (x )
Sendo h ( x ) = assinale a alternativa que apre-
3. (Espcex (Aman) – 2018) Sendo M = arctg(X), N = arctg g (x )
 1  e P = tg(M – N), o valor de 30P para X = 15 é
  senta os intervalos onde h assume valores negativos.
 x 224
A) . A) ]–3, –1] ∪ ]6, 8]
30
B) ]– ∞,–3[ ∪ ]–1, 6[ ∪ ]8, + ∞ [
B) 45 .
6 C) ]– ∞, 2[ ∪ [4, + ∞ [
C) 45. D) ]– ∞, –3[ ∪ [–1, 2[ ∪ [7, + ∞ [
D) 224. E) ]–3, –1] ∪ [2, 4[ ∪ ]6, 8]
E) 225.
7. (Efomm – 2018) Uma aluna do 3º ano da EFOMM, res-
4. (Espcex (Aman) – 2018) A curva do gráfico abaixo ponsável pelas vendas dos produtos da SAMM (Socie-
representa a função y = log4 x dade Acadêmica da Marinha Mercante), percebeu que,
com a venda de uma caneca a R$ 9,00, em média 300
pessoas compravam, quando colocadas as canecas à
venda em um grande evento. Para cada redução de
R$ 1,00 no preço da caneca, a venda aumentava em
100 unidades. Assim, o preço da caneca, para que a
receita seja máxima, será de
A) R$ 8,00.
B) R$ 7,00.
C) R$ 6,00.
D) R$ 5,00.
E) R$ 4,00.
senx + a 2 + a
8. (Efomm – 2017) Dado f(x) = x + a, f ( g ( x ) ) =
a+1
A área do retângulo ABCD é π 2
A) 12. e g  =
4
  8
B) 6.
Determine o valor de
C) 3.
A) a = 0 D) a = 3
D) 6 log 4 3 .
2 B) a = 1 E) a = 4
E) log4 6. C) a = 2

1018
Funções

1+ x 13. (ESPCEX - 2014) Um fabricante de poltronas pode


9. (Efomm – 2017) Sobre a função f ( x ) = 2 , analise produzir cada peça ao custo de R$ 300,00. Se cada
as afirmativas: x
uma for vendida por x reais, este fabricante venderá
I. f(x) é contínua em todo x ∈  por mês (600 – x) unidades, em que .
II. lim f ( x ) = lim f ( x ) Assinale a alternativa que representa o número de
x →−∞ x →+∞
unidades vendidas mensalmente que corresponde ao
III. lim f ( x ) = +∞ lucro máximo.
x →0
A) 150.
Então, pode-se dizer que B) 250.
A) todas as afirmativas são verdadeiras. C) 350.
B) todas as afirmativas são falsas. D) 450.
C) somente as afirmativas I e II são verdadeiras. E) 550.
D) somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
14. (ESPCEX - 2014) Considere a função bijetora
E) somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
f:[1, +∞ ) → ( –∞, 3],
10. (ESPCEX - 2015) Considere as funções reais f e g, tais definida por f(x) = –x2 + 2x + 2 e seja (a, b) o ponto de
que f(x) = x + 4 e f(g(x)) = x2 – 5, onde g(x) é não intersecção de f com sua inversa. O valor numérico da
negativa para todo x real. Assinale a alternativa cujo expressão a + b é
conjunto contém todos os possíveis valores de x, que
A) 2.
satisfazem os dados do enunciado.
B) 4.
A)
C) 6.
B) D) 8.
E) 10.
C)
15. (ESPCEX-2014) A soma de todas as soluções da
equação
D)
2 cos3(x) – cos2(x) – 2 cos(x) + 1 = 0, que estão contidas
no intervalo [0, 2p], é igual a
E)
A) 2p .
11. (ESPCEX - 2015) Considerando a função real definida B) 3p .
por , o valor de f(0)+f(4) é C) 4p .
D) 5p .
A) –8 E) 6p .
B) 0
16. (ESPCEX-2012) Um jogo pedagógico foi desenvolvido
C) 1 com as seguintes regras:
D) 2
– Os alunos iniciam a primeira rodada com 256 pontos;
E) 4
– Faz-se uma pergunta a um aluno. Se acertar, ele
12. (ESPCEX - 2015) Um portal de igreja tem a forma de ganha a metade dos pontos que tem. Se errar, perde
um arco de parábola, conforme figura abaixo. A medida metade dos pontos que tem;
da sua base AB é 4m e da sua altura é 5m. Um vitral – Ao final de 8 rodadas, cada aluno subtrai dos pontos
foi colocado 3,2m acima da base. Qual a medida CD que tem os 256 iniciais, para ver se “lucrou” ou “ficou
da base, em metros? devendo”.
O desempenho de um aluno que, ao final dessas oito
rodadas, ficou devendo 13 pontos foi de
A) 6 acertos e 2 erros.
B) 5 acertos e 3 erros.
C) 4 acertos e 4 erros.
D) 3 acertos e 5 erros.
E) 2 acertos e 6 erros.

Gabarito
1. C 5. B 9. E 13. D
2. C 6. B 10. E 14. B
A) 1,44 C) 2,40 E) 3,10 3. D 7. C 11. D 15. D
B) 1,80 D) 3,00 4. B 8. D 12. C 16. B

1019
Capítulo 13
Matrizes

Matrizes (título) número de linhas é igual ao número de colunas. Neste caso,


Dados dois números naturais m e n e não nulos, chamamos dizemos que a matriz é de ordem n.
de matriz m por n (indicado por m x n) toda tabela M formada Exemplos:
por números reais distribuídos em m linhas e n coluna.
2 3 –1 
30 -3 17  é uma matriz do tipo 2 x 3
 

2 –5 
1 é uma matriz do tipo 2 x 2
 3 
 2 7  Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Temos dois con-
juntos de elementos relevantes para o estudo de matrizes:
As matrizes costumam ser representadas por letras maiús- Diagonal principal de uma matriz quadrada é o conjunto
culas e seus elementos por letras minúsculas, acompanhadas de elementos dessa matriz, tais que i = j.
de dois índices que indicam, respectivamente, a linha e a Diagonal secundária de uma matriz quadrada é o conjun-
coluna ocupada pelo elemento. to de elementos dessa matriz, tais que i + j = n + 1.
Utilizamos a notação Am x n para indicar uma matriz A com
Exemplo:
m linhas e n colunas. Uma matriz A do tipo m x n é repre-
sentada por: Considere a matriz A3 = . Para esta matriz
teremos:
A) O subscrito 3 indica a ordem da matriz;
B) A diagonal principal é a diagonal formada pelos
elementos 2, 4 e 7;
C) A diagonal secundária é a diagonal formada pelos
elementos -1, 4 e -2;
ou A = (aij)mx n onde i representa a linha e j a coluna que
D) a11 = 2 é elemento da diagonal principal, pois i = j =
o elemento ocupa, com 1≤ i ≤ m e 1≤ j ≤ n. Nesse sentido,
1;
por exemplo, a35 é o elemento da terceira linha com o da
quinta coluna. E) a31 = –2 é elemento da diagonal secundária, pois i
+ j = n + 1 = 3 + 1.
Exemplo: Matriz nula: É toda matriz em que todos os elementos
Seja a matriz A = [aij]2x2, onde aij = 2i + j. são nulos.
a a  Matriz diagonal: É toda matriz quadrada onde só os ele-
Genericamente, temos: A=  11 12  mentos da diagonal principal são diferentes de zero.
 a 21 a 22 
Pela regra de formação dos elementos dessa matriz, Exemplos:
temos:
aij = 2i + j A) A2 =
a11 = 2(1) + 1= 3
a21 = 2(2) + 1= 5
a12 = 2(1) + 2 = 4
B) B3 =
a22 = 2(2) + 2 = 6

3 4 Matriz identidade: É toda matriz quadrada onde todos os


A=  
5 6 elementos que não estão na diagonal principal são nulos e
os da diagonal principal são iguais a 1.
Algumas matrizes possuem nomenclatura especial:
Notação: In onde n indica a ordem da matriz identidade.
Matriz linha: É toda matriz do tipo 1 x n, isto é, com uma
única linha. Exemplos:
Matriz coluna: É toda matriz do tipo n x 1, isto é, com A) I2 =
uma única coluna.
Matriz quadrada: É toda matriz do tipo n x n, isto é, o

1020
Matrizes

Exemplos:
B) I3 =
A)

Matriz transposta: Chamamos de matriz transposta de B)


uma matriz A a matriz que é obtida a partir de A, trocando-se
ordenadamente suas linhas por colunas ou suas colunas por
Subtração de Matrizes
linhas. Esta matriz é simbolizada por AT
Dadas as matrizes A = [aij]m x n e B = [bij]m x n, chamamos de
Exemplo: diferença entre as matrizes A e B a soma de A com a matriz
oposta de B. Ressaltamos que, assim como na adição, A +
Se A = então AT = (-B) existe se, e somente se, A e B são do mesmo tipo (m x n).

=
Se a matriz A é do tipo m x n, AT é do tipo n x m. A primeira
linha de A corresponde à primeira coluna de AT e a segunda
linha de A corresponde à segunda coluna de AT.
Matriz simétrica: Uma matriz quadrada de ordem n é Multiplicação de matrizes por um número
simétrica quando A = AT. já se A = – AT, dizemos que a matriz Dadas as matrizes A = [aij]m x n e B = [bij]m x n, do mesmo
A é anti-simétrica. tipo m x n e um número k, diz-se que B é o produto de k por
Matriz oposta: Chamamos de matriz oposta de uma matriz A se, e somente, B for obtida multiplicando-se pó k todos os
A a matriz que é obtida a partir de A, trocando-se o sinal de elementos de A.
todas os seus elementos. B = k.A ⇔ bij = k.aij

Operações com matrizes Exemplo:

Igualdade de matrizes Se A = ,k = 2 e B = k.A, então, B = 2. ,

Duas matrizes, A e B, do mesmo tipo m x n, são iguais


B=
se, todos os elementos que ocupam a mesma posição são
idênticos.
Propriedades
Exemplo: Sejam A e B matrizes do mesmo tipo m x n, e k e s, es-
calares,
3
Se A = B= e A = B, então c = 5 e b = 1) k.(A + B) = k.A + k.B;
7
2) (k + s).A = k.A + s.A;
Adição de matrizes
3) k.(s.A) = (k.s).A;
Dadas as matrizes A= [aij]m x n e B = [bij]m x n, chamamos de
soma das matrizes A e B a matriz C = [cij]m x n, tal que cij = aij 4)) (k.A)T = k.AT
+ bij, para todo 1 ≤ i ≤ m e todo 1≤ j ≤ n. A adição matricial Multiplicação entre matrizes
existe se, e somente se, A e B são do mesmo tipo (m x n).
O produto de uma matriz por outra não pode ser determi-
Propriedades: nado através do produto dos seus respectivos elementos. A
Sejam A, B e C matrizes do mesmo tipo (m x n), na adição multiplicação de matrizes não é realizada de forma análoga
matricial valem as seguintes propriedades: à multiplicação de números reais.
1) Associativa: O produto das matrizes A = [aij]m x p e B = [bij]p x n, é a matriz
C = [cij]m x n, onde cada elemento cij é obtido através da soma
dos produtos dos elementos correspondentes da i-ésima linha
(A + B) + C = A + (B + C)
da matriz A pelos elementos da j-ésima coluna da matriz B.
Em decorrência da definição de produto matricial, a matriz
2) Comutativa produto A.B existe apenas se o número de colunas da primei-
ra matriz (matriz A) é igual ao número de linhas da segunda
A+B=B+A matriz (matriz B).
Am x p . Bp x n = Cm x n
3) Elemento Neutro
Note que a matriz produto Cm x n terá o número de linhas (m)
A+O=O+A=A
do primeiro fator e o número de colunas (n) do segundo fator.
onde O é a matriz nula m x n. Exemplos:
4) Elemento Oposto A) Se A3 x 2 e B2 x 5 → (A.B)3 x 5
B) Se A4 x 2 e B3 x 2 → ∃ produto
A + (-A) = (-A) + A = O
C) Se A4 x 2 e B2 x 1 → (A.B)4 x 1

1021
Matemática

Propriedades:
Para a multiplicação de matrizes, uma vez que ela seja possível, são válidas as seguintes propriedades:

1) Associativa:

(A.B).C = A.(B.C)

2) Distributiva em relação à adição:

a) A.(B+C) = A.B + A.C


b) (A+B).C = A.C + B.C

3) Elemento Neutro:

A.I_n =I_n.A = A

onde In é a matriz identidade de ordem n.

No produto matricial não valem as seguintes propriedades:


1) Comutativa, pois, em geral, A.B ≠ B.A
2) Sendo A uma matriz nula, A.B = 0m x n não implica, necessariamente, que A = 0m x n ou B = 0m x n.

Exemplos:

Seja A3 x 2 = e B2 x 3 = , determine:

A) A.B
A) B.A

Solução:

A) A.B = =

B) B.A = =

Verificamos que A.B B.A

Matriz inversa
Dada uma matriz quadrada A de ordem n, se existir uma matriz A’, de mesma ordem, tal que A.A’= A’.A = In, então A’ é
matriz inversa de A.
Assim, se A.A’= A’.A = In, isto implica que A’ é a matriz inversa de A, e é indicada por A-1).

Exemplos:

A) A inversa de B =

B . B-1 =

B-1 . B =

1022
Matrizes

5 3 A) x = 18, y = 14, z = 11 / SOL


B) Sendo a matriz A =   , obtenham se existir, a B) x = 12, y = 5, z = 11 / MEL
inversa de A 3 2
C) x = 12, y = 1, z = 20 / MAU
D) x = 11, y = 20, z = 1 / LUA
E) x = 20, y = 21, z = 1 / UVA

3. (Efomm – 2017) Determine uma matriz invertível P que


5 0 
s a t i s f a ç a a e q u a ç ã o P −1 ⋅ A =
0 −2  , s e n d o
 

 1 −2 
A= 
3 3 
 5 10 
3 9 
A) P =  
2 − 2
 3 9 

2 10 
B) P = 6 −15 
 

1 2 10 
C) P =  
Exercícios 10 3 −3 
 2 2
1. (EsPCEx (Aman) – 2018) Uma matriz quadrada A, de  − 9 − 3
D) P =  
ordem 3, é definida por  − 10 5 
 9 3 
 i − j, se i > j
aij = 
( −1) , se i ≤ j
i+j
1 
5 1 
E) P =  
Então det(A–1) é igual a 3 − 3
1  5 2 
A) 4. D) .
4
B) 1.
E) 1 . 4. (EsPCEx – 2014) Seja x um número real, I a matriz
C) 0.
2 identidade de ordem 2 e A a matriz quadrada de ordem
2, cujos elementos são definidos por ai j = i – j.
2. (Efomm – 2018) Para descrever um código que permite Sobre a equação em x definida por
transformar uma palavra P de três letras em um vetor det(A – xI) = x + det A é correto afirmar que
w ∈ 3, inicialmente, escolhe-se uma matriz 3 × 3. Por 1
A) as raízes são 0 e .
exemplo, a nossa “matriz código” será: 2
B) todo x real satisfaz a equação.
2 2 0 
C) apresenta apenas raízes inteiras.
A = 3 3 1
 1 0 1 D) uma raiz é nula e a outra negativa.
E) apresenta apenas raízes negativas.
A partir da correspondência:
5. (EsPCEx – 2012) Considere as matrizes e
A → 1 / B → 2 / C → 3 /D → 4 / E → 5 /
F → 6 / G → 7 / H → 8 / I → 9 / j → 10/
L → 11 / M → 12 / N → 13 / O → 14 / P → 15 / Se x e y são valores para os quais B é a transposta da
Q → 16 / R → 17 / S → 18 / T → 19 / U → 20 / Inversa da matriz A, então o valor de x + y é
V → 21 / X → 22 / Z → 23 A) –1
a palavra P é transformada em vetor v do  . Em se-
3 B) –2
guida, o código da palavra P é obtido pela operação C) –3
w = Av. Por exemplo, a palavra MAR corresponde ao
D) –4
vetor (12, 1, 17) = v, a qual é codificada com w = Av =
(26, 56, 29). E) –5

Usando o processo acima para decodificar w = (64, Gabarito


107, 29), teremos
1. D 2. A 3. E 4. C 5. C

1023
Capítulo 12

Geometria Espacial
Geometria Espacial é a área da matemática que se encar-
rega do estudo das figuras geométricas no espaço, ou seja, as
figuras que possuem mais de duas dimensões.
Essas figuras recebem o nome de sólidos geométricos ou
figuras geométricas espaciais e são objetos sólidos do espaço
tridimensional. As mais conhecidas são os poliedros (tais como
os prismas: cubo e paralelepípedo, e as pirâmides) e os corpos
redondos (como o cilindro, o cone e a esfera).
Sendo assim, vamos começar nossos estudos pelos polie-
dros, citando os principais poliedros de nosso dia-a-dia e suas
relações, e, então, veremos os principais corpos redondos que
aparece em nosso dia-a-dia.

POLIEDROS
Os Poliedros são figuras geométricas espaciais fechadas
limitadas por quatro ou mais polígonos, pertencentes a planos
diferentes e que têm dois a dois somente uma aresta (lado) Cada polígono é denominado face do poliedro. Os lados dos
em comum. polígonos são as arestas do poliedro e os vértices dos polígonos
são os vértices do poliedro.
Exemplos:
Faces: As faces do poliedro acima são os triângulos ABC,
Exemplos simples de poliedros em nosso dia-a-dia pode ACD, ADE, ABE, FBC, FCD, FDE e FBE.
ser a caixinha do chocolate Toblerone (que é um exemplo de
Arestas: São os segmentos de retas AB , AC , AD , AE ,
prisma), as pirâmides do Egito (que é um exemplo de Pirâmide
de base quadrangular), um cubo mágico (que é um exemplo BC , CD , DE , EB , FB , FC , FD e FE .
de cubo), entre muitos outros. Vértices: São os pontos A, B, C, D, E e F.

Classificação
Um poliedro é chamado convexo se o plano que contém
qualquer um dos seus polígonos deixa os demais polígonos
no mesmo semiespaço.
já um poliedro não convexo é aquele que possui pelo menos
uma face em que o plano que a contém divide o poliedro em
duas partes, uma para cada semiespaço.

POLIEDROS CONVEXOS
Elementos
Soma dos ângulos das faces
A soma dos ângulos de todas as faces de um poliedro
convexo é
S = (V – 2) · 360º
em que V é o número de vértices.

1024
Geometria Espacial

Relação de Euler Poliedros de Platão não precisam ter as arestas congruentes.

Para todo poliedro convexo, vale a relação:


V–A+F=2
em que V é o número de vértices, A é o número de arestas
e F é o número de faces.

Nomenclatura
Os poliedros convexos possuem nomes especiais, de acordo PRISMA
com o número de faces, os mais importantes são:
Os Prismas são poliedros convexos que têm duas faces
Nome Nº de faces
paralelas e congruentes (chamadas bases) e as demais faces
Tetraedro 4 em forma de paralelogramos (chamadas faces laterais).
Pentaedro 5
Os prismas são construídos tomando-se dois polígonos con-
Hexaedro 6 gruentes situados em planos paralelos e unindo-se os pontos
Heptaedro 7 desses polígonos através de segmentos paralelos. Observe:
Octaedro 8
Decaedro 10
Dodecaedro 12
Icosaedro 20

Poliedro de Platão
Um poliedro é chamado poliedro de Platão se satisfaz as
três seguintes condições:
• Vale a Relação de Euler (v – A + F = 2), isto é, é convexo;
• Todas as faces têm o mesmo número de arestas, e
Na figura anterior, temos um prisma cujas bases são os pen-
• De todos os vértices, parte o mesmo número de arestas. tágonos congruentes ABCDE e FGHIj. Os paralelogramos que
Existem somente cinco classes de poliedros de Platão. unem as duas bases do prisma são denominados faces laterais.

Elementos
No prisma anterior, temos:
Vértices: São os pontos A, B, C, D, E, F, G, H, I e J.
Arestas: São os segmentos de retas AB , AE , AF , BC ,
BG , CH , CH , DE , DI , EJ , FG , GH , HI , IJ e FJ .
Faces Laterais: São os paralelogramos ABGF, AEjF, BCHG,
CDIH e DEjI.
Bases: São as faces pentagonais ABCDE e FGHIJ.
Altura: A altura de um prisma é a distância h entre os planos
que contém as bases.

Poliedro Regular
Na Geometria Plana, dizemos que um polígono é regular
quando todos os seus lados são congruentes, assim como
todos os seus ângulos.
Sendo assim, de maneira semelhante, um poliedro convexo
se diz regular se:
• Suas faces são regiões poligonais regulares, todas com o
mesmo número de lados, e
Nomenclatura
• Se em todo vértice do poliedro converge o mesmo número
de arestas. Os nomes dos prismas são dados de acordo com o polígono
da base. Assim, um prisma cujo polígono da base é um triângulo
Em outras palavras, um poliedro é regular quando for um
é chamado de triangular, se a base for um quadrilátero, ele será
Poliedro de Platão e tiver todas as arestas congruentes.
chamado de quadrangular, se for um pentágono, será chamado
Sendo assim, todo poliedro regular é poliedro de Platão, de pentagonal etc.
mas nem todo poliedro de Platão é poliedro regular, pois os

1025
Matemática

Classificação logramos que constituem as faces.


Área lateral (A): É a soma das áreas de todas as faces
Um prisma será classificado em reto ou obliquo de acordo
laterais, isto é, de todos os paralelogramos que formam as
com o ângulo que suas arestas laterais formam com o plano
faces laterais de um prisma.
das bases. Assim:
Em um prisma teremos:
Reto A = n × AF
Quando as arestas laterais são perpendiculares aos planos Em que n é igual ao número de lados do polígono da base.
das bases, isto é, o ângulo formado vale 90º, o prisma é classi-
Área da base (AB): É a área de um dos polígonos das bases.
ficado como reto. Neste caso, as faces laterais são retângulos
congruentes. Área Total (AT): É a soma da área lateral com as áreas das
bases.
AT = Al + 2 · AB

Exemplo:
Dado um prisma hexagonal regular de aresta da base  e
aresta lateral h, calcule sua área superficial:

Note que, num prisma reto, as arestas laterais têm a mesma


medida da altura do prisma.

Oblíquo
No caso de as arestas laterais serem inclinadas em relação Resolução:
aos planos das bases, isto é, o ângulo formado é diferente de Primeiramente, vamos planificar esse prisma para enten-
90º e de 180º, o prisma é classificado como oblíquo. dermos melhor as expressões dadas para o cálculo da área:

Regular
Um prisma será regular quando for reto e sua base for um Observe que a superfícies do prisma hexagonal regular é
polígono regular. igual a soma das áreas de 6 retângulos de lados  e h com a
área de dois hexágonos regulares, exatamente igual a expres-
são apresenta:
2
AF = l · h Al = 6 · AF l 3
AB =
4

AT = Al + 2 · AB ⇒ AT = n ·AF + 2· AB ⇒

AT = 6 $ ^ l $ h h + 2 $ c 6 $ m & A T = 6l + 31 2
2
l 3
3 &
4
A T = 3l ^ 2h + 1 3h

Áreas Volume
Em um prisma, distinguimos dois tipos de superfícies: as O volume de um prisma é o produto da área da base pela
faces e as bases. medida da altura.

Sendo assim, para calcular a área de toda a superfície de um V = AB · h


prisma é necessário calcularmos todas essas áreas e somá-las:
Área de uma face lateral (AF): É a área de um dos parale-

1026
Geometria Espacial

Paralelepípedo Reto-Retângulo, Re-


Fica a Dica
tângulo ou ortoedro
Podemos dizer também, que o volume de um prisma
Quando, além de o paralelepípedo ser reto (possui arestas
pode ser calculado pelo produto da área da secção reta
perpendiculares aos planos da base), ele também tiver como
pela medida da aresta:
base um retângulo, chamamos tal paralelepípedo de reto-
V = ASeção · a -retângulo, ortoedro ou paralelepípedo retângulo.

No caso do paralelepípedo retângulo anterior, considere a a


medida do comprimento, b a medida da largura e h a medida
da altura, assim temos:
PARALELEPÍPEDOS
Todo prisma cujas bases são paralelogramos recebe o nome
de paralelepípedo.
Sendo assim, sua superfície total é a soma das áreas de
seis paralelogramos e seu volume é igual ao produto da área
da base (paralelogramo da base) pela altura.
Além disso, podemos ter também:
Área Total: Será calculada pela expressão:
Paralelepípedo oblíquo AS = 2 · (a · b + a · h + b · h)
Quando as arestas laterais são inclinadas em relação aos
Volume: Será calculado pela expressão:
planos das bases.
V=a·b·h

Diagonal (d):

Paralelepípedo reto
2 2 2
Quando as arestas laterais são perpendiculares aos planos d= a +b +h
das bases.

CUBO
Cubo é um paralelepípedo retângulo com todas as arestas
congruentes.

Nos casos de paralelepípedos retos, podemos ter também:

Dessa forma, as seis faces são quadrados. Portanto:

Área
A área será igual a soma das áreas de 6 quadrados:
AT = 6 · a2
Em que a é a medida da aresta do cubo.

1027
Matemática

Volume Na pirâmide anterior, temos:


Vértice da pirâmide: É o ponto V.
Será igual ao produto das três dimensões: comprimento,
largura e altura, ou seja, igual ao produto da área da base Arestas laterais: São os segmentos de retas AV, BV ,
pela altura:
CV , DV e EV .
V = a · a · a = a3
Arestas da base: São os segmentos de retas AB, BC ,
CD , DE e EA .
DIAGONAIS
Faces Laterais: São os triângulos ABV, BCV, CDV, DEV
e AEV.
Diagonal da Base (dB)
Base: É o pentágono ABCDE.
Altura: A altura de uma pirâmide é a distância h entre seu
vértice e o plano da base.

A diagonal do cubo será igual a hipotenusa do triângulo re-


tângulo cujos catetos são a altura do cubo e a diagonal da base:

dc = a 3
Nomenclatura
PIRÂMIDES Os nomes das pirâmides, assim como nos prismas, são
Pirâmide é todo poliedro convexo construído ligando, através dados de acordo com o polígono da base. Assim, uma pirâmide
de segmentos de retas, os vértices de um polígono qualquer cujo polígono da base é um triângulo é chamado de triangular,
(chamado de base da pirâmide), contido em um plano, a um se a base for um quadrilátero, ele será chamado de quadran-
mesmo ponto (chamado de vértice da pirâmide) situado fora gular, se for um pentágono, será chamado de pentagonal, etc.
do plano desse polígono.
Observe:
Pirâmide Reta e Regular
Uma pirâmide é classificada como reta, quando a projeção
ortogonal do vértice sobre o plano da base coincide com o
centro do polígono da base.
E uma pirâmide será classificada como regular, quando
ela for reta e sua base for um polígono regular.
Em uma pirâmide regular, as arestas laterais são congruen-
tes e as faces laterais são triângulos isósceles congruentes.
Damos o nome de apótema de uma pirâmide regular, e
representamos por g, à altura (relativa ao lado da base) de
uma face lateral.

Na figura, temos uma pirâmide de base pentagonal (pen-


tágono ABCDE) e vértice V. Observe que, com exceção da
base, as demais faces são triângulos formados por um lado
da base e pelo vértice da pirâmide. Essas faces laterais são
sempre triângulos.

Elementos

TETRAEDRO – PIRÂMIDE TRIÂN-


GULAR
Toda pirâmide triangular recebe o nome de Tetraedro.

1028
Geometria Espacial

O tetraedro regular, é aquele que possui as seis arestas


congruentes entre si e, consequentemente, possui como faces
triângulos equiláteros.
Portanto, no tetraedro regular todas as faces e todas as
arestas são congruentes.

Áreas
No caso das pirâmides, sua superfície se divide em área
lateral e área da base.

Área Lateral h l a l
2
h
2
= = K e B = 2 = 2 = k2
H L AB L H
A área lateral de qualquer pirâmide é igual a soma das áreas
de todas as faces laterais.
Além disso, se Vn é o volume da pirâmide nova e VO é o
Como em uma pirâmide regular as faces laterais são triân- volume da pirâmide original, temos:
gulos isósceles congruentes, para calcularmos sua área lateral, 3 3
Vn l h 3
encontramos a área de uma das faces laterais e multiplicamos = 3 = 3 =k
VO L H
pelo número de faces laterais.

A = n · AF
Volume do tronco de pirâmide

Volume
O volume de qualquer pirâmide pode ser calculado pela
terça parte do produto da área da base pela medida da altura.
AB $ h
V=
3

TRONCO DE PIRÂMIDE
Quando seccionamos uma pirâmide por um plano paralelo
à base, separamos essa pirâmide em dois sólidos.
O sólido que contém o vértice é uma nova pirâmide e o
sólido que contém a base da pirâmide é denominado tronco
de pirâmide de bases paralelas. O volume de qualquer tronco de pirâmide pode ser calculado
pela seguinte expressão:

^ AB + AB $ aB + aB h
h
V Tronco =
3

CILINDROS
Considere dois círculos de mesmo raio, situados em dois
planos paralelos, e uma reta s que intercepta os círculos em
seus centros. Chamamos de cilindro circular a reunião dos
segmentos paralelos à reta s que unem os dois círculos.
Neste tronco de pirâmide de bases paralelas, destacam-se:
• as arestas laterais e a altura da pirâmide estão divididas
na mesma razão, logo são proporcionais;
• a nova pirâmide e a pirâmide original possuem bases
semelhantes e, consequentemente, o polígono da base
menor e o polígono da base maior do tronco de cone
também são semelhantes;
• As faces laterais do tronco de pirâmide são trapézios;
• A distância entre as bases do tronco de pirâmide chama-
-se altura do tronco;
De acordo com todo o exposta anteriormente, observa-se
que há uma relação de semelhança de figuras entre os novos
sólidos e o sólido original:

1029
Matemática

Um exemplo de cilindro encontrado no dia-a-dia é a lata de


achocolatado:

Note que, em um cilindro reto, a medida da geratriz é igual


a medida da altura.
Elementos Além disso, o cilindro circular reto também é chamado de
cilindro de revolução, pois pode ser gerado pela rotação de um
retângulo em torno de um eixo que contém um dos seus lados.

No cilindro anterior podemos identificar: Seção meridiana


Bases: São os círculos congruentes de centros O1 e O2 e A seção meridiana de um cilindro reto é a interseção do
raio R situados em planos paralelos. cilindro com um plano que contém a reta O1O2 determinada
Eixo: É a reta determinada pelos centros das bases. pelos centros das bases. A secção meridiana de um cilindro
Geratrizes: São os segmentos paralelos ao eixo com extre- reto é um retângulo de lados h e 2R.
midades nas circunferências das bases.
Altura: É a distância h entre os planos das bases.

Classificação
De maneira semelhante aos casos anteriores, um cilindro
pode ser classificado como oblíquo ou reto, de acordo com
a posição relativa entre as geratrizes e os planos das bases.

Oblíquo
Quando as geratrizes do cilindro são inclinadas em relação
Cilindro Equilátero
aos planos das bases, o cilindro é classificado como oblíquo. Cilindro equilátero é aquele cuja seção meridiana é um
quadrado, ou seja, a geratriz e a altura têm medidas iguais ao
dobro da medida do raio da base do cilindro.

Reto Áreas
Quando as geratrizes do cilindro são perpendiculares aos Ao planificarmos a superfície de um cilindro obtemos dois
planos das bases, o cilindro é classificado como reto. círculos, correspondentes às bases, e um retângulo, corres-
pondente à área lateral do cilindro.
1030
Geometria Espacial

Elementos

Portanto:

Área Lateral (A)


A área lateral de um cilindro é igual à área de um retângulo
de dimensões 2πR (comprimento da circunferência) e h.
No cone anterior, temos:
A = 2πR · h
Vértice do cone: É o ponto V.
Base: É o círculo de centro O e raio R.
Área da Base (AB)
Eixo: É a reta que contém o vértice e o centro da base (VO).
A área da base de um cilindro é igual a duas vezes a área
Geratrizes: São os segmentos com uma extremidade em
de um círculo de raio R:
V e a outra na circunferência da base.
AB = 2 · πR2
Altura: É a distância h entre o vértice do cone e o plano
da base.
Área Total
Sendo assim, a área superficial total de um cilindro corres- Classificação
ponde à soma da área lateral com a área da base: De maneira semelhante aos casos anteriores, um cone pode
AT = A + AB = 2πRh + 2πR ⇒2 ser classificado como oblíquo ou reto, de acordo com a posição
relativa entre o eixo do cone e o plano da base.
AT = 2πR(h + R)
Oblíquo
Quando o eixo do cone é inclinado em relação ao plano da
Volume base, isto é, obliquo a ele, o cone é classificado como oblíquo.
Assim como acontece com o prisma, o volume de qualquer
cilindro pode ser calculado pela expressão:
V = AB · h
Logo:
V = πR2h

CONES
Considere um círculo de centro O e raio R situado em um
plano e um ponto V fora desse plano. Chamamos de cone cir-
cular o conjunto de segmentos de retas com uma extremidade
no círculo e outra no ponto V.
Reto
Observe:
Quando o eixo do cone é perpendicular ao plano da base,
o cone é classificado como reto.

1031
Matemática

Além disso, o cone circular reto também é chamado de cone


de revolução, pois pode ser gerado pela rotação de um triângulo
retângulo em torno de um eixo que contém um de seus catetos.

Portanto:

Área Lateral (A)


A área lateral de um cone é igual à área de um setor circular
de ângulo q e raio g (geratriz do cone):
A = πRg

g2 = h2 + R2
Área da Base (AB)
Seção meridiana A área da base de um cone é igual à área de um círculo
de raio R:
A seção meridiana de um cone reto é a interseção do cone
com um plano que contém o seu eixo. A secção meridiana de AB = πR2
um cilindro reto é um triângulo isósceles.
Área Total
Sendo assim, a área superficial total de um cone correspon-
de à soma da área lateral com a área da base:
AT = A + AB = πRg + πR2 ⇒
AT = πR(g + R)

Volume
De maneira similar à pirâmide, o volume de qualquer cone
pode ser calculado pela expressão:
Cone Equilátero 1
V= $ AB $ h
Cone equilátero é aquele cuja seção meridiana é um triân- 3
gulo equilátero, ou seja, a geratriz possui medida igual a duas
vezes o raio. 2
rR h
V=
3

TRONCO DE CONE
Quando seccionamos um cone por um plano paralelo à
base, separamos esse cone em dois sólidos.
O sólido que contém o vértice é um novo cone e o sólido
que contém a base do cone primitivo é denominado tronco
de cone.
g = 2R h=R 3

Áreas
Ao planificarmos a superfície de um cone obtemos um
círculo, correspondente à base do cone, e um setor circular,
correspondente à área lateral do cone.

O novo cone e o cone primitivo têm bases semelhantes, e


os elementos lineares homólogos (raios das bases, geratrizes,
alturas, etc.) são proporcionais. Assim, dizemos que eles são
semelhantes.

1032
Geometria Espacial

Dizemos que a esfera é um sólido de revolução gerado pela


rotação de um semicírculo em torno de um eixo que contém
seu diâmetro.

2 = ` j
2
h r aB rr r 2
2
= =k e = =k
H R AB rR R

Além disso, se Vn é o volume do novo cone e VO é o volume


do cone original, temos:
1
Vn $ aB $ h aB h
3 2 3
= = $ = k $k = k
VO 1 AB H
$ AB $ H
3

Volume do tronco de cone


Área
A área (A) ou superfície de uma esfera de centro O e raio
R é o conjunto de pontos do espaço cuja distância ao ponto O
é igual ao raio R, a qual pode ser calculada pela expressão:

A = 4πR2

Volume
O volume V de uma esfera de raio R pode ser calculado
pela expressão:

3
4rR
V=
3

O volume de qualquer tronco de cone pode ser calculado SEÇÃO PLANA


pela seguinte expressão:
Toda seção plana de uma esfera é um círculo.
V Tronco =
rh
^ R 2 + Rr + r 2 h
3

ESFERA
Dado um ponto O e um segmento de medida R, chamamos
de esfera de centro O e raio R o conjunto de pontos do espaço
cuja distância ao centro O é menor ou igual ao raio R.

R2 = r2 + d2

Sendo R o raio da esfera, d a distância do plano secante ao


centro e r o raio da seção.
Este círculo será máximo, isto é, o maior círculo formado por
um plano secante à esfera, é aquele formado por um plano que
passa pelo centro da esfera.

FUSO ESFÉRICO
Um exemplo muito fácil de esfera é uma bola de futebol. É a região da superfície da esfera compreendida entre duas
semicircunferências com extremidades nos polos (pontos
opostos) da esfera.

1033
Matemática

Podemos dizer também que o fuso esférico é uma parte da


superfície esférica que se obtém ao girar uma semicircunfe-
rência de um ângulo α (0º < α < 360º) em torno de seu eixo:
Exercícios
1. (EsPCEx (Aman) – 2018) O valor da altura de um cilin-
fuso esférico dro reto de raio R, cujo volume é a soma dos volumes
dos sólidos 1 e 2 é

A α B

O ângulo α e o raio R da esfera caracterizam o fuso.

Área do fuso
A área do fuso esférico pode ser obtida por uma regra de A) 13 a . C) 5 a . E) 17 a .
três simples: 12 4 12

360º _______________ 4πR2 B) 7 a . D) 4 a .


6 3
α _______________ AFuso
2. (Espcex (Aman) – 2018) Considere dois planos α e β
CUNHA ESFÉRICA perpendiculares e três retas distintas r, s e t tais que r
É a região da esfera compreendida entre dois semicírculos f α, s f β e t = α ∩ β.
que contêm o seu diâmetro. Sobre essas retas e os planos é correto afirmar que
Em outras palavras, é a parte da esfera que se obtém ao A) as retas r e s somente definirão um plano se forem
girar um semicírculo em torno de seu eixo de um ângulo α (0º concorrentes com t em um único ponto.
< α < 360º) B) as retas r e s podem definir um plano paralelo à
reta t.
C) as retas r e s são necessariamente concorrentes.
D) se r e s forem paralelas, então elas definem um
plano perpendicular a α e β.
E) o plano definido por r e t é necessariamente pa-
ralelo a s.

3. (Efomm – 2017) Um cubo de lado 2a possui uma esfera


circunscrita nele. Qual é a probabilidade de, ao ser
sorteado um ponto interno da esfera, esse ponto ser
A cunha fica determinada pelo raio da esfera e pela medida
interno ao cubo?
do ângulo α.
A) π C) π 3 E) 1
Um exemplo de cunha esférica um pedaço de melancia ou 6 2
6
um gomo de laranja:
B) 2 3 D) 2 π
3π 6 3

4. (Efomm – 2017) Um paralelepípedo formado  pelos


vetores u = ( a, a, a ) , v = ( 2a, 2a, 3a ) e w = ( 2a, a, a )
com a ∈  tem volume igual a 8. Determine o valor de a.
A) 1 C) 3 D) 3
B) 2 2 E) 5
Volume da cunha 2
O volume da cunha pode ser obtido por uma regra de três
simples: 5. (Efomm – 2017) O volume da pirâmide delimitada pelos
planos coordenados e pelo plano π: 5x – 2y + 4z = 20 é:
3
360º _______________ 4rR A) 20/3 u.v. C) 100/3 u.v. E) 200 u.v.
3
α _______________ VCunha
B) 50/3 u.v. D) 100 u.v.

3 Gabarito
a 4rR
V Cunha = 360º
$ 3 1. E 2. B 3. B 4. B 5. C

1034
Capítulo 14
Determinantes

Determinante é uma função matricial que associa a uma Menor complementar


matriz quadrada um número real.
O menor complementar do elemento aij de uma matriz A
Esta função permite saber se a matriz tem ou não inversa,
é obtido calculando-se det(A) eliminando-se de A a linha i e
pois as que não têm são precisamente aquelas cujo deter-
a coluna j (Dij ).
minante é igual a 0
Exemplo:
Representação: |A| ou det(A) é determinante da matriz A. cálculo do complementar do elemento a21 da matriz A.

Propriedades
• | I | = 1;
• |A| = | AT |;
1
−1
• Se A possui inversa: A = A Cofator
• |A . B| = |A| . |B|;
Cada elemento da matriz possui o seu cofator. O cofator
• |K . A| = kn . |A|, sendo k uma constante e n a ordem de A; de aij é o número Aij dado por: Aij = (–1)i+j . Dij
• Se a matriz A possui uma linha ou uma coluna com
todos os elementos nulos, então |A| = 0. Exemplo:
Se |A| = 0, A é uma denominada matriz singular. Uma matriz Qual o cofator A21 de A?
é singular quando ela não admite inversa.

Cálculo do determinante
Para matriz 2x2:
Teorema de Laplace
O det(A) é igual à soma dos produtos obtidos multipli-
cando os elementos de qualquer linha ou coluna pelos seus
Para matriz quadrada 3x3 - Regra de Sarrus: respectivos cofatores.

Exemplo:
Calcule o determinante de A pelo teorema de Laplace.

Escolhendo a linha 1, temos: 4. A11 + 5. A12 – 3. A13 + 0. A14


O cálculo do determinante é dado por suas diagonais.

Exemplo:

Seja A = , então

det(A) = 4 . 41 + 5 . (-7) + (-3) . (-27) = 164 - 35 + 81 = 210


det(A) = (40+24+30) – (30+30+32) = 94 – 92 = 2

1035
Matemática

Para calcular o determinante de uma matriz por Laplace 4. (UERJ - 2017) Observe a matriz:
seguimos os seguintes passos:
1) Selecione uma linha ou coluna, de preferência
aquela que contenha maior quantidade de elementos iguais
a zero, pois isso tornará o cálculo mais simples.
2) Some os produtos dos elementos da linha ou da
Para que o determinante dessa matriz seja nulo, o maior
coluna selecionada pelos seus respectivos cofatores Aij.
valor real de t deve ser igual a:
A) 1
Exercícios B) 2
C) 3
1. (Efomm – 2017) Calcule o determinante da matriz A
de ordem n: D) 4

1 1 1 11 K 1  5. (IFSC-2017) A respeito de matrizes e determinantes,


  analise as afirmações a seguir e marque no cartão
1 3 1 11 K 1 
1  resposta a soma daquela(s) que é(são) CORRETA(S).
1 5 11 K 1
  01. Dadas as matrizes A e B e o produto A.B, então
A = 1 1 1 71 K 1 
1  det(A) det(B) = det(A B).
1 1 19 K 1
  02. Seja uma matriz C, quadrada de ordem 3, de tal
M M M MM O 1 
  forma que det(C) = 5. Se multiplicarmos todos os
1 1 1 11 K 2n − 1
elementos de C por 2, o determinante da nova matriz
n −1
será 10.
A) det ( A ) = ∏ 2n
n =1 04. O determinante da matriz abaixo vale 16.
n
(A )
B) det= ∏ 2n − 1
n =1
n −1
C) det ( A ) = ∏ 2
n

n =1
n
D) det ( A ) = ∏ 2n −1
n =1

E) det(A) = 1
08. Para toda matriz quadrada de ordem m, é válida
2. (Mackenzie - 2018) a afirmação de que det(A) = det(At), sendo At a
O valor do determinante é transposta da matriz A.
16. Toda matriz quadrada de ordem m admite inversa.
32. Para que o sistema linear abaixo admita solução
única, é necessário que k = –6.
A) 0
B) 1
C) –1
D) 3
E) 1 Gabarito
3
1. A
3. (FAMEMA – 2018)Considere as matrizes A = (aij)2x3, com 2. C
3. B
aij = 2i – j, e , sendo m um nú-
4. A
mero real. Sabendo que C = A B, então det C é igual a 5. 12
A) 0.
B) –12.
C) –8.
D) 6.
E) –4.

1036
Capítulo 15
Sistemas lineares
Um sistema de equações lineares é um conjunto finito de Passo 1:
equações lineares aplicadas num mesmo conjunto, também
finito, com m variáveis e n.

Exemplo: →
3x + 2y - z = 1
D=1+6+2+3–1+4
2x - 2y + 4z = -2
D = 15.
1
-x + y - z = 0
2 Passo 2: agora devemos substituir os temos indepen-
dentes na primeira coluna da matriz A, formando assim uma
Solução
segunda matriz que será representada por Ax.
x = 1

 y = −2
z = −2

O valores que acompanham as incógnitas são os coeficien-


tes e a parte à direita da igualdade os termos independentes.
Calcularmos o seu determinante representado por Dx.

Classificação de sistemas lineares


São classificados de acordo com o número de soluções:

• SPD – Sistema Possível e Determinado – possui


uma única solução. Dx = 8 + 4 + 3 + 2 – 8 + 6
• SPI – Sistema Possível e Indeterminado – possui Dx = 15
infinitas soluções.
• SI – Sistema Impossível – não possui solução. • Repetir o passo 2 todas as colunas.
Substituímos os termos independentes na segunda coluna
Como resolver sistemas lineares? da matriz incompleta.

Regra de Cramer
Utilizada na resolução de sistemas SPD (sistemas possí-
veis e determinados).

Passo 1: Calcular o determinante principal (D) da matriz


incompleta A
Dy = -3 + 24 + 4 – 9 – 2 + 16
Passo 2: Calcular o determinante sencudário (Dx).
Dy = 30
Passo 3: obtemos as soluções para o sistema pela fórmula
Dx O mesmo para terceira coluna da matriz incompleta.
x=
D

Exemplo:
x + 2 y + z =8

Resolva o sistema linear 2 x − y + z =
3
3 x + y − z =
2

Dz = – 2 + 18 + 16 + 24 – 3 – 8

Dz = 45

1037
Matemática

Passo 3: Finalmente, a linha 3 será a referência:

Calcular as incógnitas:
Dx 15
x
= = = 1
D 15

Dy 30
y
= = = 2
D 15 Chegamos à uma matriz de coeficientes na forma diagonal,
colocando na forma de identidade, teremos:
Dz 45
z
= = = 3
D 15
Portanto, a solução desse sistema será S = {(1, 2, 3)}.

Tipos de sistemas pelo cálculo do


determinantes: Agora reescrevemos o sistema de equações:
D ≠ 0 → Sistema Possível Determinado
 1x1 + 0 x 2 + 0 x 3 =3
D= 0 → Sistema Possível Indeterminado ou Sistema Impossível 
0
 1x + 1x 2 + 0 x 3 −2
=
0 x + 0 x +1x = 4
 1
Método de Gauss-Jordan 2 3

Para resolver um sistema linear podemos transformar as Retirando os zeros, temos a solução do sistema:
linhas da matriz aumentada composta dos coeficientes e
termos independentes de maneira a deixá-la na forma es- x1 = 3

calonada ou reduzida. Nesta forma fica mais simples para x 2 = −2
resolver o sistema. x = 4
 3
Exemplo:

2 x1 + 8 x 2 + 3 x 3 = 2
Exercícios

 x1 + 3 x 2 + 2 x 3 = 5 1. (Mackenzie – 2018) Se x e y são números reais não
 2 x + 7 x + 4x = 8 x
 1 2 3 nulos tais que xy = = x – y, então o valor de x + y
é igual a y
Mudando para matriz aumentada (A:b)
3
A) −
2

B) − 1
2

C) 0
Efetuaremos operações nas linhas 2 e 3 a linha 1 não
1
será alterada. A linha 1 será a referência para alteramos a D)
linha 2 e linha 3: 2
3
operação nova matriz E)
2

2. (Unicamp – 2017/1ª Fase) Sejam a e b números reais.


Considere, então, os dois sistemas lineares abaixo, nas
variáveis x, y e z:

x − y a,
= =x + y 2,
 e 
Agora a linha 2 será a referência: z − y 1,
= = y + z b.
Sabendo que esses dois sistemas possuem uma so-
lução em comum, podemos afirmar corretamente que
A) a – b = 0.
B) a + b = 1.
C) a – b = 2.
D) a + b = 3.

1038
Sistemas lineares

3. (ESPCEX –2015)
x + y + az =1

Para que o sistema linear x + 2y + z =2 , em que a e b são reais, seja possível e indeterminado, o valor de a+b é igual a
2x + 5y − 3z =b
A) 10 
B) 11
C) 12
D) 13
E) 14

4. (Efomm – 2017) Dado o sistema linear abaixo, analise as seguintes afirmativas:

3 4 −6   x   −3 
0 16 b  ⋅  y  =  
    a
 1 −4 2   z   3 

I. Se b≠ –12 o sistema linear terá uma única solução.


II. Se a = b = –12 o sistema linear terá infinitas soluções.
III. Se b = –12 o sistema será impossível.
A) Todas as afirmativas são corretas.
B) Todas as afirmativas são incorretas.
C) Somente as afirmativas I e III são corretas.
D) Somente as afirmativas I e II são corretas.
E) Somente as afirmativas II e III são corretas.

5. (Efomm – 2017) Na Escola de Marinha Mercante, há alunos de ambos os sexos (130 mulheres e 370 homens), divididos
entre os Cursos Básico, de Máquinas e de Náutica. Sabe-se que do total de 130 alunos do Curso de Máquinas, 20 são
mulheres. O Curso de Náutica tem 270 alunos no total e o Curso Básico tem o mesmo número de homens e mulheres.
Quantas mulheres há no Curso de Náutica?
A) 50
B) 55
C) 60
D) 65
E) 70

Gabarito
1. A
2. D
3. B
4. D
5. C

1039
Capítulo 16

Progressões e Análise Combinatória


Classificação de uma P.A.
PROGRESSÕES
Uma progressão aritmética pode ser classificada em: cres-
Para que possamos entender o que são progressões, é antes cente, decrescente ou constante, dependendo do valor da sua
necessário definirmos sequências numéricas. razão (r).
Qualquer grupo ou conjunto numérico que estão dispostos
• Crescente: Uma P.A. será crescente quando sua razão for
em uma ordem definida é considerado uma sequência numérica. maior que zero (positiva), pois, desta forma, os sucessores
Em nosso cotidiano poderíamos citar a numeração das casas, sempre serão maiores que seus antecessores.
a organização dos dias do ano em um calendário, a ordem
dos nomes em uma lista de presença da escola, entre outros. Exemplo:
Dito isso, definimos progressões como sendo: (5, 8, 11, 14, 17) é uma P.A. crescente, pois r = 3.
• Decrescente: Uma P.A. será decrescente quando sua
Sequências numéricas que obedecem a uma regra ou razão for menor que zero (negativa), pois, desta forma,
lei de formação, tal que seus termos são obtidos a partir de os sucessores sempre serão menores que seus ante-
uma expressão, que relaciona o termo com sua posição. cessores.
Exemplo:
Em outras palavras, uma progressão é uma função cujo do- (21, 16, 11) é uma P.A. decrescente, pois r = –5.
mínio representa a posição do termo na sequência e a imagem
• Constante: Uma P.A. será constante quando sua razão
representa o valor do termo. Sendo assim, a regra de formação for igual à zero (r =0), desta forma, todos os termos são
da progressão equivale à lei dessa função. iguais.
Exemplos:
Exemplo:
• (1, 4, 7, 10, 13, ...) é uma progressão infinita que pode (5, 5, 5, 5, 5) é uma P.A. constante, pois r = 0.
ser expressa pela lei an = 3n − 2, em que an é o enésimo
termo da progressão e imagem da função e {n ∈  / n ≥ 1}
Termo geral da P.A.
é o domínio da função.
Pela definição, temos que:
• (1, 3, 9, 27, 81) é uma progressão que pode ser expressa
pela lei an = 3n-1, em que é o enésimo termo da progressão a1 = a1
e imagem da função e {n ∈  1 ≤ n ≤ 5} = {1,2,3,4,5} é a2 = a1 + r
o domínio da função.
a3 = a2 + r = (a1 + r) + r = a1 + 2r
Dentro dessa lógica, em nosso cotidiano temos dois tipos
frequentes de progressões: a progressão aritmética, que se a4 = a3 + r = (a1 + 2r) + r = a1 + 3r
baseia na adição, e a progressão geométrica, que se baseia a5 = a4 + r = (a1 + 3r) + r = a1 + 4r
na multiplicação.

PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A.) an = a1 + (n – 1)r


Portanto, a expressão do termo geral de uma P.A. é:
Definimos progressão aritmética (P.A.) como sendo toda
sequência na qual cada termo, a partir do segundo, é obtido an = a1 + (n – 1)r
somando-se ao termo anterior uma constante r, denominada
Em que a1 é o primeiro termo da P.A., n é o número de termos,
razão da P.A..
r a razão e an o enésimo termo.
an+1 → an+1
A partir dessa expressão somos capazes de calcular qual-
Outras literaturas definem P.A. como sendo toda sequência quer termo de uma P.A.
de números reais cuja diferença entre um termo e seu ante-
cedente, a partir do segundo, é uma constante, denominada Exemplo I:
razão da P.A. Determine o 20º termo da seguinte P.A.:
r = a2 − a1 = a3 − a2 = ... = an+1 − an (2, 4, 6, 8, 10, ...)
Exemplos: Resolução:
• (1, 3, 5, 7, 9) é uma P.A. finita de 5 termos, cuja razão é 2. Primeiramente, vamos identificar o primeiro termo e a razão
9–7=7–5=5–3=3–1=2 desta P.A.:

• (12, 7, 2, –3, –8, ...) é uma P.A. infinita de razão –5. – 8 a1 = 2e r = 4 – 2 = 2 .


– (–3) = – 3 – 2 = 2 – 7 = 7 – 12 = –5
Agora, a partir da expressão do termo geral, temos:
• (2, 2, 2, 2, 2, ...) é uma P.A. infinita de razão 0. 2 – 2 = 0
1040
Progressões e Análise Combinatória

an = a1 + (n – 1)r ⇒ a20 = 2 + (20 – 1)2 ⇒


a20 = 2 + 19.2 ⇒ a20 = 2 + 38 ⇒ a20 = 40

Exemplo II:
(PUC-RS). As quantias, em reais, de cinco pessoas, estão
em progressão aritmética. Se a segunda e a quinta possuem, II. A soma de dois termos equidistantes dos extremos
respectivamente, R$ 250,00 e R$ 400,00, a primeira possui de uma P.A. finita é igual à soma dos extremos. Em
A) R$ 200,00. outras palavras:
B) R$ 180,00. (a1, a2, a3,...an–2, an–1, an)
C) R$ 150,00.
D) R$ 120,00
E) R$ 100,00. a2 + an–1 = a3 + an–2 = ... = a1 + an
Resolução: Exemplo I:
Pelo enunciado, temos que a2 = 250 e a5 = 400. Assim: Dada a P.A. (7, 11, 15, 19, 23, 27), temos:
a 1 = a1+ (2-1) r = 250 11 + 23 = 15 + 19 = 7 + 27 = 34
( ' a 1 + r = 250 2
a 5 = a 1 + (5-1) r= 400 & a 1 + 4r = 400 Termos Termos Extremos
Equidistantes Equidistantes

Resolvendo o sistema, temos: Exemplo II:


' a 1 + r = 250 & 3r = 150r = 50 Dada a P.A. (3, 6, 9, 12, 15, 18, 21), temos:
a 1 + 4r = 400
6 + 18 = 9 + 15 = 3 + 21 = 24
r = 50 Termos Termos Extremos

a1 + r = 250 ⇒ a1 + 50 = 250 ⇒ a1 = 200 Equidistantes Equidistantes

Resposta: Alternativa A. III. Em uma P.A. com número impar de termos, o termo
central é igual à média aritmética dos extremos.
Interpolação Aritmética Exemplo:
Interpolar ou inserir k meios aritméticos entre dois números Na P.A. (1, 8, 15, 22, 29, 36, 43), sabemos que o termo central
a1 e an , significa obter uma progressão aritmética de k + 2 é o 22, pela propriedade I, anterior, temos:
termos, cujos extremos são a1 e an . a5 + a6 29 + 15 44
aCentral = a4 = = = = 22
Exemplo: 2 2 2

Interpolar 6 meios aritméticos entre 6 e 41. Observe que, em um P.A. com número ímpar de termos, o
Resolução: antecessor e o sucessor do termo central são equidistantes
dos extremos, logo:
O exercício pede que façamos a seguinte P.A. de 6 + 2 = 8
termos: (6, a2, a3, a4, a5, a6, a7, 41). Assim: a5 + a6 a7 + a1 43 + 1 44
a4 = = = = = 22
2 2 2 2
Portanto:
a2 = a1 + r ⇒ a2 = 6 + 5 ⇒ a2 = 11 Portanto:
a3 = a2 + r ⇒ a3 = 11 + 5 ⇒ a3 = 16 an + a1
aCentral =
2
a4 = a3 + r ⇒ a4 = 16 + 5 ⇒ a4 = 21
a5 = a4 + r ⇒ a5 = 21 + 5 ⇒ a5 + 26 Soma dos termos de uma P.A. (Sn)
a6 = a5 + r ⇒ a6 = 26 + 5 ⇒ a7 = 36 Dado uma P.A. qualquer (a1, a2, a3,..., an–1, an, ...) , podemos
a7 = a6 + r ⇒ a7 = 31 + 5 ⇒ a7 = 36 calcular a soma de seus n primeiros termos, denominada por
Sn, através da seguinte expressão:
P.A. = (6,11,16,21,26,31,36,41)
(a1 + an ) n
Propriedades da P.A. Sn =
2
Dentre as propriedades de uma P.A. qualquer, de n termos
e razão r, vamos destacar duas: Demonstração:
I. Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é Sejam (a1, a2, a3, ..., an–2, an–1, an) os n primeiros termos de
igual à média aritmética entre o anterior (antecessor) uma P.A. qualquer e Sn a soma dessas n termos. Assim, temos:
e o posterior (sucessor). Em outras palavras: Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an–2 + an–1 + an
ak = a k + 1 + a k - 1 k > 2 Escrevendo Sn em ordem inversa, temos:
2
Exemplo: Sn = an + an–1 + an–2 + ... + a3 + a2 + a1

Na P.A. (2, 5, 8, 11, ...), verificamos que: Somando as duas expressões, obtemos:
2 · Sn = ( a1 + an) + (a2 + an–1) + ... + (an–1 + a2) + (an + a1)
Sabemos que, pela propriedade II, vista anteriormente, a
soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma

1041
Matemática

dos extremos, logo, podemos substituir • (5, 5, 5, 5, 5, ...) é uma P.G. infinita de razão 1.
(a2 + an–1), (a3 + an–2), (a4 + an–3) ... por (a1 + an). O que nos dá:

2 $ Sn = ^ a1 + an h + ^ a1 + an h + f + ^ a1 + an h
5
( q= =1
14444444444444444n4vezes
2444444444444444443 5
^ a 1 + a n hn
Sn = • (7, –14, 28, –56, 112) é uma P.G. finita de 5 termos cuja
2
razão –2.
Exemplo:
(PUC-Campinas). Um pai resolve depositar todos os 112 56 28 14
q= = = = = 2
meses uma certa quantia na caderneta de poupança de 56 28 14 7
sua filha. Pretende começar com R$ 5,00 e aumentar R$
5,00 por mês, ou seja, depositar R$ 10,00 no segundo
mês, R$ 15,00 no terceiro mês, e assim por diante. Após
Classificação de uma P.G.
efetuar o décimo quinto depósito, a quantia total deposi- Uma progressão geométrica pode ser classificada em: cres-
tada por ele será de cente, decrescente, constante ou oscilante, dependendo do
A) R$ 150,00. valor da sua razão (q) e de seu primeiro termo ( a1).
B) R$ 250,00. • Crescente: Uma P.G. será crescente quando:
C) R$ 400,00. q > 1 e seus termos são positivos
D) R$ 520,00. ou
E) R$ 600,00. 0 < q < 1 e seus termos são negativos
Resolução: Exemplos:
Observe que as quantias que o pai resolveu depositar for- (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...) é uma P.G. infinita e crescente, pois q
mam uma P.A. de razão 5: (5,10,15, ...). Sendo assim, para calcu- = 2 e seus termos são positivos.
larmos a quantia total após o 15º depósito, podemos fazer uso
(–162, –54, –18, –6, –2) é uma P.G. finita crescente, pois
da expressão da soma dos termos de uma P.A., no entanto,
1
antes precisamos calcular qual é o valor depositado no 15º mês: q= e seus termos são negativos.
3
an = a1 + (n – 1)r ⇒ a15 = 5 + (15 – 1)5 ⇒ a15 = 75
• Decrescente: Uma P.G. será decrescente quando:
Portanto: q > 1 e seus termos são negativos

(a1 + an ) n (5 + 75 )15 ou
Sn = S15 = S15 = R$ 600,00
2 2 0 < q < 1 e seus termos são positivos
Exemplos:
Resposta: Alternativa E.
(–5, –25, –125, –625, ...) é uma P.G. infinita e decrescente,
pois q = 5 e seus termos são negativos.
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (P.G.) (48, 24, 12, 6, 3) é uma P.G. finita e decrescente, pois q =
1
2
Definimos progressão geométrica (P.G.) como sendo toda e seus termos são positivos.
sequência na qual cada termo, a partir do segundo, é obtido
• Constante: Uma P.G. será constante quando sua razão
multiplicando o termo anterior por uma constante q, denominada for igual à um (q = 1.
razão da P.G..
Exemplo:
an+1 = an · q
(3, 3, 3, 3, 3) é uma P.G. constante, pois q = 1.
Outras literaturas definem P.G. como sendo toda sequência
de números reais cujo quociente entre um termo e seu antece- • Oscilante: Uma P.G. é oscilante quando q < 0.
dente, a partir do segundo, é constante. Exemplo:
a 2 a3 a (3, –12, 48, –192, 768) é uma P.G. fintia e constante, pois
q= = = ... = n q = –4.
a1 a2 an 1
Termo geral da P.G.
Exemplos:
Pela definição, temos que:
• (1, 3, 9, 27, 81) é uma P.G. finita de 5 termos cuja razão a1 = a1
é 3.
a2 = a1 · q
81 27 9 3
q= = = = =3 a3 = a2 · q = (a1 · q) · q = a1 · q2
27 9 3 1
a4 = a3 · q = (a1 · q2) · q = a1 · q3
1 a5 = a4 · q = (a1 · q3) · q = a1 · q4
• (64, 32, 16, 8, 4, 2, ...) é uma P.G. infinita de razão .
2

2 4 8 16 32 1 an = a1 · qn-1
q= = = = = =
4 8 16 32 64 2 Portanto, a expressão do termo geral de uma P.G. é:

1042
Progressões e Análise Combinatória

an = a1 · qn-1 ak = ak + 1 ak 1 ak 2 = ak + 1 ak 1 ,k>2
Em que a1 é o primeiro termo da P.G., n é o número de
Exemplo:
termos, q a razão e an o enésimo termo.
Na P.G. (1, 5, 25, 125, ...), verificamos que:
A partir dessa expressão somos capazes de calcular qual-
quer termo de uma P.G.. a2 = a3 + a1 5 = 1 25 5 = 25 Ok

Exemplo I: a3 2 = a 4 + a 2 252 = 5 125 625 = 625 Ok


Determine o 11º termo da seguinte P.G.:
II. O produto de dois termos equidistantes dos extremos
(1, 2, 4, 8, ...)
de uma P.G. finita é igual ao produto dos extremos.
Resolução: Em outras palavras:
Primeiramente, vamos identificar o primeiro termo e a razão (a1, a2, a3,...an–2, an–1, an)
2
desta P.G.: a1 = 1e q = =2 .
1

an = a1 qn 1
a11 = 1 211 1 = 210 a11 = 1.024 a2 · an–1 = a3 · an–2 = ... = a1 · an

Agora, a partir da expressão do termo geral, temos: Exemplo:


Exemplo II: Dada a P.G. (1, 3, 9, 27, 81, 243), temos:

(UFOP-MG). O primeiro termo de uma progressão geomé- 9 · 27 = 3 · 81 = 1 · 243 = 243


Termos Termos Extremos
trica vale e o segundo termo vale 2. O vigésimo termo vale Equidistantes Equidistantes

A)258 B)255 C) 141 D) 67


4 2
Soma dos termos de uma P.G. finita (Sn)
Resolução: Dado uma P.G. qualquer (a1, a2, a3, ..., an–1, an, ...), podemos
Pelo enunciados, temos: calcular a soma de seus n primeiros termos, denominada por
1 2 Sn, através da seguinte expressão:
a1 = e q= =8
4 1
4 a1 (1 qn )
Portanto: Sn =
1 q
1 20 1 ( 3 )19 257 Demonstração:
an = a1 qn 1
a20 = 8 1
= 2 = 2
4 22 2
Sejam (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an) os n primeiros termos de
a20 = 255 uma P.G. qualquer e Sn a soma dessas n termos. Assim, temos:
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-1 + an ⇒
Resposta: Alternativa B.
Sn = a1 + a1 · q + a1 · q2 + ... + a1 · qn–2 + a1 ·qn–1 (I)
Interpolação Geométrica Multiplicando toda a expressão (I) por q, temos:
Interpolar ou inserir k meios geométricos entre dois números q · Sn = a1 · q + a1 · q2 + a1 · q3 + a1(II)
e , significa obter uma progressão geométrica de k + 2 termos, Fazendo (I) – (II), temos:
cujos extremos são a1 e an.
Sn = a1 + a1 q + a1 q2 + ... + a1 qn 2
+ a1 qn 1

Exemplo:
q Sn = a1 q + a1 q2 + a1 q3 + ... + a1 qn 1 + a1 qn
Insira 4 meios geométricos entre 2 e 486, nesta ordem. ____________________________________________

Resolução: Sn – q · Sn = a1 – a1 · qn
O exercício pede que façamos a seguinte P.G. de 4 + 2 = 6 Manipulando a expressão anterior:
termos: (2, a2, a3, a4, a5, 486). Assim:
Sn – q · Sn = a1 – a1 · qn ⇒ Sn (1 – q) = a1 (1 – qn) ⇒
486
an = a1 q 486 = 2 q q = q = 243 a1 (1 qn )
n 1 6 1 5 5

2 Sn =
1 q
Exemplo I:
Portanto:
Atualmente a idade dos 4 filhos de Arlindo formam uma
a2 = a1 · q ⇒ a2 = 2 · 3 ⇒ a2 = 6
P.G. de razão 3. Sabendo-se que o mais novo acabou de
a3 = a2 · q ⇒ a3 = 6 ·3 ⇒ a3 = 18 completar 1 ano, qual a soma das idades dos 4 irmãos?
a4 = a3 · q ⇒ a4 = 18 · 3 ⇒ a4 = 54 A) 19. C) 40. E) 120.
a5 = a4 · q ⇒ a5 = 54 · 3 ⇒ a5 = 162 B) 22. D) 81
P.G. (2, 6, 18, 54, 162, 486) Resolução:

Propriedades da P.G. Pelo enunciado, temos a seguinte P.G. 1, a2, a3, a4), cuja
razão é igua a 3.
I. Qualquer termo de uma P.G., a partir do segundo,
Sendo assim, para calcularmos a soma de seus termos, basta
é igual à média geométrica entre o antecessor e o
sucessor. Em outras palavras: fazermos uso da expressão da soma de uma P.G. finita. Assim:

1043
Matemática

a1 (1 qn ) 1(1 3 4 ) 1 81 80 S =
a1
S =
294
=
294
=
294
= 294
7
Sn = S4 = = = = 40 1
1 q 1 3 2 4 1 q 1 7 1 6 6
7 7 7
Resposta: Alternativa C.

Exemplo II: Exemplo II:


(FIA). Em uma progressão geométrica, tem-se e . A soma 5 10 20
Sendo x = + + + .... , calcule o valor de x.
dos oito primeiros termos é: 6 18 54

A) –1.700 B) –850 C) 850 D) 1.700 E) 750 Resolução:


Resolução: Observe que o valor de x é igual à soma infinita dos termos
Pela definição, temos: 5
da P.G. cujo primeiro termos vale e a razão vale
an = a1 · qn–1 ⇒ a3 = a1 · q3-1 ⇒ 40 = a1 q2 6
an = a1 · qn–1 ⇒ a6 = a1 · q6–1⇒ –320 = a1 · q5 10
Isolando na primeira equação e substituindo na segunda, 18 = 10 6 = 2
temos: 5 18 5 3
6
40
a1 = Sendo assim, podemos calcular o valor de x através da ex-
q2
40 5 320
320 = a1 q 320 = q q3 = pressão da soma dos termos de uma P.G. infinita:
5

q2 40
q3 = 8 q= 2 5 5
a1 6 5 3 5
x=S = x= x= 6 = x=
Logo: 1 q 2 1 6 1 2
1
3 3
40 q= 2
40 40
a1 = 2 a1 = = a1 = 10
q ( 2)2 4
Produto dos termos de uma P.G. finita (Pn)
Sabendo-se disso, podemos agora calcular o valor da soma Dado uma P.G. qualquer (a1, a2, a3, ..., an–1, an, ...), podemos
dos 8 primeiros termos: calcular o produto de seus n primeiros termos, denominado por
Pn, através das seguintes expressões:
a1 (1 qn ) 10 1 ( 2 )
8

Sn = S8 =
1 q 1 ( 2) n(n 1)

(a1 an )
n
ou Pn = a1 q
n
10 (1 256 ) 2.550 Pn = 2

S8 = = S8 = 850
3 3
Demonstração:
Resposta: Alternativa B.
1ª expressão:
Soma dos termos de uma P.G. infinita (S∞) Sejam (a1, a2, a3, ..., an–2, an–1, an) os n primeiros termos de
Calcular a soma dos termos de uma P.G. infinita só é possível uma P.G. qualquer e Pn o produto desses n termos. Assim, temos:
caso sua razão seja maior que –1 e menor que 1 (–1 < q < 1). Pn = a1 · a2 · a3 · ... · an–2 · an–1 · an
Isso porque, caso contrário, essa soma infinita não converge,
isto é, seu valor seria +∞ (se q ≤ 1 e termos positivos) ou –∞ Escrevendo Pn em ordem inversa, temos:
(se q ≤ 1 e termos negativos). Pn = an · an–1 · an–2 · ... · an–2 ·an–1 · an
Sendo assim, nos casos em que é possível calcular essa Multiplicando as duas expressões anteriores, temos:
soma infinita, como q é um número entre –1 e 1, à medida que
Pn2 = (a1 · an) · (a2 · an–1) · ...· (an–1 ·a2) · (an · a1)
n se aproxima do infinito, o valor de qn fica próximo de zero.
Pela propriedade II das P.G., sabemos que o produto de
Portanto, à medida que n tende ao infinito, temos:
dois termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos
a1 (1 qn ) n= a1 (1 0 )
Sn = S = extremos, logo:
1 q 1 q
a1 Pn2 = (a1 an ) (a2 an ) ... (an a2 ) (an a1 )
S = 14243
1 1
14243
1 q a1 an a1 an

a1 Pn2 = ( a1 an ) (a1 an ) ... (a1 an ) (an a1 )


S = 14444444244444443
1 q n vezes

Pn2 = (a1 an ) (a1 an )


n n
Pn =
Exemplo I:
Calcule a soma infinita dos termos da seguinte P.G. (–294,
–42, –6, ...). 2ª expressão:
Resolução: Sejam (a1, a2, a3, ... an–2, an–1, an) os n primeiros termos de uma
Primeiramente, vamos identificar o primeiro termo e a razão P.G. qualquer e Pn o produto desses n termos. Assim, temos:
desta P.G.: Pn = s1,· a2 · a3 · ..., an–2 · an–1 · an ⇒
6 1
a1 = – 294e qq = = Pn = a1 · (a1 ·q) · (a1 · q2) ·...·(a1 ·qn–2) · (a1 · qn–1) ⇒
42 7
Desta forma, já podemos calcular o valor da soma dos infini- Observe que o expoente da razão é a soma de uma P.A.
tos termos desta P.G. através da expressão vista anteriormente: finita de razão 1, primeiro termo igual a 1 e n – 1 termos. Sendo
assim, seu valor é:

1044
Progressões e Análise Combinatória

n(a1 + an ) cada combinação de camisa e calça, há duas opções de sapato.


SPAfinita =
2 Observe:
(n 1) 1 + (n 1) (n 1) n Sapato 1
Sn = =
1
2 2 Calça 1
Sapato 2
Camisa 1
Substituindo esse valor na expressão do produto dos n
Sapato 1
termos de uma P.G., temos: Calça 2
n(n 1)
Sapato 2
Pn = a 1
n
q 2
Sapato 1
Calça 1
Exemplo: Sapato 2
(UFPE). Supondo-se que numa progressão geométrica Camisa 2
o 1º termo é 1 e o 6º termo é 32, assinalar a alternativa Sapato 1
Calça 2
que corresponde ao produto dos 6 primeiros termos dessa Sapato 2
progressão.
Sapato 1
A) 4.096 C) 5.120 E) 10.000 Calça 1
B) 1.024 D) 32.768 Sapato 2
Camisa 3
Resolução: Sapato 1
Calça 2
Pela definição, sabemos que Sapato 2
an = a1 · qn=1 ⇒ a6 = a1 · q6−1 ⇒ 32 = 1· q5 ⇒
Logo, são 12 os diferentes modos que este homem pode
q5 = 32 ⇒ q = 5
3 ⇒q=2 se vestir.
Logo, utilizando a expressão do produto dos termos de um Analisando este problema, intuitivamente verificamos que
P.G., temos: o número de maneira que este homem pode se vestir, pode
n(n 1) 6 ( 6 1) ser calculado multiplicando o número de opções de cada
Pn = a1n q 2
P6 = 16 2 2
P6 = 215 vestimenta:
3 · 2 · 2 = 12
P6 = 32.768 Camisas Calças Sapatos
Resposta: alternativa D.
De forma geral, o princípio fundamental da contagem nos diz
que sempre devemos multiplicar os números de opções entre
ANÁLISE COMBINATÓRIA as escolhas que podemos fazer. Em outras palavras:
A Análise Combinatória é a parte da Matemática e da lógica
responsável pela análise das possibilidades e das combinações. Se um determinado evento pode ocorrer de x manei-
Em outras palavras, ela se preocupa em contar as possibilida- ras, e um outro evento pode ocorrer de y maneiras (inde-
des e suas combinações. pendentemente do resultado do primeiro evento), então os
dois juntos podem ocorrer de x.y maneiras.
Exemplos:
• Quantos são os números dois algarismos que podemos
formar com os dígitos de 1 a 3? E, se houvesse mais eventos sucessivos e independentes,
o número de diferentes maneiras destes ocorrerem seriam
• Se um homem possui três camisas, duas calças e dois pares multiplicadas pelo valor anterior.
de sapatos, de quantos modos diferentes ele pode se vestir?
• Quantas são as placas de carros que podem ser formadas Exemplo I:
com 3 letras e 4 algarismos? Quantos números de três algarismos podem ser formados
Em alguns casos, como o primeiro exemplo, poderíamos utilizando elementos do conjunto {1, 2, 3}?
até enumerar todas as possibilidades; no entanto, há casos em Resolução:
que a enumeração se torna muito trabalhosa, como no terceiro
Observe que temos três posições a serem preenchidas
exemplo, uma vez que existe grande número de possibilidades.
(centena, dezena e unidade) e, para cada posição, há três
Para esses casos mais complicados, podemos utilizar algu- possibilidades que representam os três dígitos {1, 2, 3}. Por-
mas técnicas de contagem, como o princípio fundamental da tanto, pelo Princípio Fundamental da Contagem (PFC), temos:
contagem, permutação, arranjos, combinação, entre outros.
3 · 3 · 3 = 27 possibilidades
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CON- Podem ser formados 27 números de três algarismos com
TAGEM (PFC) esses 3 dígitos.

Vamos analisar o segundo exemplo do início da matéria: Exemplo II:


Se um homem possui três camisas, duas calças e dois pares Ao lançarmos uma moeda e um dado, quantas são as pos-
de sapatos, de quantos modos diferentes ele pode se vestir? síveis combinações de resultados?
Inicialmente vamos escolher a camisa. Há três possibilida- Resolução:
des. Para cada uma delas, independentemente de qual escolhe- Para a moeda temos dois resultados possíveis (cara ou
mos, teremos sempre duas opções de calças. Além disso, para

1045
Matemática

coroa), enquanto para o dado temos seis (1, 2, 3, 4, 5 ou 6), Observe que há 10 elementos à disposição e que cada grupo
sendo assim, pelo PFC, temos: formado possui 3 elementos. Dizemos, portanto, que cada grupo é
um arranjo simples de 10 elementos tomados (ou agrupados) 3 a 3.
Moeda Dado
Além disso, através de manipulações matemáticas, podemos
2 · 6 = 12 possibilidades
reescrever a expressão que calcula esse arranjo da seguinte
Existem 12 combinações possíveis de resultados ao lançar maneira:
uma moeda e um dado. 1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar
10 9 8 = 10 9 8
Exemplo III:
Rodrigo possui 3 blusas, 2 bermudas, 4 tênis e 2 meias 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 10! 10!
10 9 8 = = =
diferentes. De quantas maneiras ele poderá se vestir? 7 6 5 4 3 2 1 7! (10 3)!
Resolução: O que nos leva a expressão geral para o cálculo de arranjos
Pelo PFC, temos: simples:

Blusa Bermuda Tenis Meia O número de possíveis arranjos simples de n elementos


3 · 2 . 4 · 2 = 48 possibilidades
distintos, agrupados p a p, com p ≤ n, denominado de , pode
Rodrigo pode se vestir de 48 maneiras diferentes. se calculado por:dois juntos podem ocorrer de x.y maneiras.

Fica a Dica A n, p =
n!
(n p)!
Antes de continuarmos a explicar as técnicas de con-
tagem, precisamos definir uma ferramenta muito útil para Exemplo I:
a resolução desses problemas, o Fatorial. (UFJF-MG). Temos sete cores distintas e queremos pintar
O fatorial é uma ferramenta matemática capaz de determi- um painel com quatro listras, cada listra de uma cor dife-
nar o produto dos antecessores de um número maior que 1. rente. O número de maneiras com que isso pode ser feito é
A) 35. B) 840. C) 2.401. D) 16.384.
Exemplo: Resolução:
1! = 1 Pelo PFC temos:
2! = 2 · 1 = 2 1º Listra 2º Listra 3º Listra 4º Listra
3! = 3 · 2 · 1 = 6 7 6 5 4
4! = · 3 · 2 · 1 = 24 Logo:
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 7 · 6 · 5 · 4 = 840
Ou então, podemos utilizar diretamente a expressão de
E assim, sucessivamente.
arranjo simples, temos:
Alem disso, por definição, o fatorial de zero é igual a 1: .
n! 7! 7!
An, p = A 7, 4 = =
ARRANJO SIMPLES (n p)! (7 4)! 3!

Nos exemplos anteriores, combinação de roupas, possíveis 7 6 5 4 3 2 1


A 7, 4 = = 7 6 5 4 = 840
resultados do lançamento de um dado e de uma moeda etc.; 3 2 1
observe que a ordem de quem escolhemos primeiro, se é a Resposta: Alternativa B.
blusa ou o bermuda, não é importante, pois um resultado ber-
muda 1 e blusa 2 é igual ao resultado blusa 2 e bermuda 1. No Exemplo II:
entanto, há casos que essa ordem e a natureza dos elementos Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar
modificam nosso resultado, vejamos um exemplo: com os dígitos de 1 a 9?
Em um campeonato com 10 participantes, qual o número Resolução:
total de possibilidades para os três primeiros colocados? Este exemplo se resume a um arranjo simples de 9 elemen-
Observe que, neste exemplo, se Paulo, Rodrigo e Fabrício tos tomados 3 a 3, logo:
forem os três primeiros colocados, a ordem de suas coloção é n! 9! 9!
An, p = A 9, 3 = =
extremamente importante, pois, o agrupamento {Paulo, Rodrigo, (n p)! (9 3)! 6!
Fabrício} como {1º, 2º, 3º} colocação, difere do agrupamento,
{Fabrício, Paulo, Rodrigo}. Além disso, observe que não é 9 8 7 6 5 4 3 2 1
A 9, 3 = = 9 8 7 = 504
possível haver repetição. 6 5 4 3 2 1
Chamamos os casos como este de arranjos simples.
Para resolvê-lo fazemos uso do PFC, lembrando que, es-
colhida uma posição, como não podemos repetir, a próxima PERMUTAÇÃO
posição terá uma opção a menos, assim: A permutação pode ser classificada como simples, com
1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar repetição ou circular.
10 9 8 = 10 9 8 = 720
Permutação Simples
Portanto, há 720 possibilidades de escolhermos os 3 pri- Podemos considerar a permutação simples como um caso
meiros lugares. particular de arranjo, em que a quantidade de elementos à

1046
Progressões e Análise Combinatória

disposição é igual ao número de elementos do agrupamento e, juntos pode ser calculado por uma permutação 4 elementos,
portanto, cada agrupamento se diferencia somente pela ordem. multiplicado por 2!, que é a permutação das posições dos dois
Sendo assim, teríamos: homens:
H H M M M
n! n = p n! n!
An, p = An, n = Pn = =
(n p)! (n n)! 0! P2 · P4 = 2! · 4! = 48
Portanto, temos 120 – 48 = 72 filas diferentes possíveis.
Pn = n!
Resposta: Alternativa B.
Em outras palavras, considere o conjunto X = {x1, x2, x3, x4, ..., xn}
com n elementos distintos. Vamos formar grupos com n ele- Fica a Dica
mentos distintos, de modo que a ordem dos elementos dentro de
cada um desses grupos seja importante. Assim, pelo PFC, temos: ANAGRAMAS
Posição 1 Posição 2 Posição 3 ... Posição n Um anagrama nada mais é que uma permutação cujos
n n 1 n 2 ... 1 = n! elementos são letras.

Logo, o número de agrupamentos distintos, indicado por


Pn1 , é n!. Exemplo I:
Os anagramas da palavra SOL são:
Exemplo I:
SOL, SLO, OLS, OSL, LOS e LSO.
Cinco amigos, Pedro, Luísa, João, Carlos e Rita, vão ao
cinema, sentando-se em lugares consecutivos na mesma Exemplo II:
fila. O número de maneiras em que os cinco podem ficar Quantos são os anagramas da palavra ORDEM?
dispostos é igual a
Resolução:
A) 5. B) 20. C) 24. D) 64 E) 120.
Observe que, como não há repetição de nenhuma letra,
Resolução: estamos tratando de uma permutação simples, pois todos os
Observe que este problema se resume em uma permutação elementos são distintos. Assim, o problema se resume em uma
de 5 elementos, logo: permutação de 5 elementos:
Pn = n! ⇒ P5 = 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 Pn = n! ⇒ P5 = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
Resposta: Alternativa E. Portanto, a palavra ORDEM possui 120 anagramas (incluindo
ORDEM).
Exemplo II:
UFJF-MG – Podemos ordenar as pessoas que estão Permutação com repetição
numa certa fila de 24 maneiras diferentes. Então, nessa
fila estão Quando o conjunto de elementos que temos à disposição
possui elementos repetidos, como são os casos de muitos
A) 4 pessoas. D) 12 pessoas.
anagramas, por exemplo, a palavra MATEMÁTICA (possui 3
B) 5 pessoas. E) 24 pessoas.
letras A, 2 letras M e 2 letras T); nos deparamos com permu-
C) 6 pessoas. tação com repetição.
Resolução: Nesses casos, para calcularmos o número de distintos agru-
O enunciado nos diz que uma certa permutação de n ele- pamentos podemos calcular o número total de permutações
mentos é igual a 24, logo: simples e posteriormente retirarmos os agrupamentos repetidos.
Pn = n! ⇒ 24 = n! ⇒ n = 4 Vejamos um exemplo:

Resposta: Alternativa A. Quais são os anagramas da palavra CASAL?


O problema se resume em distribuir as 5 letras em 5 posi-
Exemplo III:
ções. Vamos fazer isso por partes:
(Mackenzie-SP). O número de filas diferentes que podem
ser formadas com 2 homens e 3 mulheres, de modo que • Vamos começar distribuindo as letras repetidas. A dis-
tribuição das letras A (duas letras A) pode ser feita de
os homens não fiquem juntos, é
A 5, 2
A) 96. modos. Observe que dividimos o resultado por 2!,
2!
B) 72. porque as permutações das duas letras A são idênticas.
C) 48.
• Após definirmos as posições das duas letras A, restam 2
D) 84. posições para distribuirmos as letras C, S e L, as quais
E) 120. podem ser distribuídas de 3! Modos.
Resolução: Assim, o número de anagramas da palavra CASAL é dado
por:
Para resolver esse exercício, vamos calcular primeiramente
todos os possíveis agrupamentos, que equivale a permutação 5!
das 5 pessoas e, posteriormente, retirarmos os agrupamentos A 5, 2 (5 2)! 5! 5!
3! = 3! = 3! = = 60
em que temos homens juntos. Assim: 2! 2! 3! 2! 2!
P5 = 5! = 120
De maneira geral, para calcularmos o número de agrupa-
E o número de agrupamentos em que os homens estão

1047
Matemática

mentos de uma permutação com repetição, devemos calcular a Permutação Circular


permutação da quantidade de elementos e dividir pelo produto
das permutações das repetições. Em outras palavras: Chamamos de permutações circulares as permutações de
elementos dispostos em torno de um círculo, como por exemplo,
n! a permutação de 5 pessoas em torno de uma mesa.
Pna, b, c ..., k =
a! b! c! ... k! Quando tratamos esse tipo de permutação como se fosse
uma permutação simples, observamos que algumas variações
são, na verdade, idênticas, no entanto estão rotacionadas.
Em que a, b, c, ..., k indicam o número de repetições de
cada elemento do conjunto. Portanto, ao calcularmos tais permutações, é necessário reti-
rarmos as permutações que são idênticas. Vejamos o exemplo:
Exemplo I:
De quantas maneiras 3 crianças podem dar as mãos para
Quais são os anagramas da palavra MATEMÁTICA? brincar de roda?
Resolução: Vamos chamar as crianças de A, B e C. Se tratássemos
Na palavra matemática, temos 10 letras em que a letra A esse problema como uma permutação simples, teríamos as
repete 3 vezes, a M, 2 vezes e a T 2 vezes. Assim: seguintes configurações:

n! 10!
Pna, b, c ..., k = P103, 2, 2 =
a! b! c! ... k! 3! 2! 2!

Exemplo II:
(UERj). Uma rede é formada de triângulos equiláteros
congruentes, conforme a representação a seguir.

E, ao fazer isso, pensaríamos que o problema está resolvido.


No entanto, observe que as três configurações da primeira linha
são idênticas, estão apenas rotacionadas, e o mesmo ocorre
com as três configurações que estão na segunda linha. Apenas
as configurações de linhas diferentes são distintas.
Desta forma, concluímos que existem apenas:

P3 3!
= = 2 maneiras distintas
3 3
Uma formiga se desloca do ponto A ao ponto B sobre os
lados dos triângulos, percorrendo X caminhos distintos, De maneira geral, podemos considerar que, ao permutar
cujos comprimentos totais são todos iguais a d. circularmente n objetos distintos, cada uma das n! permutações
Sabendo que d corresponde ao menor valor possível para gera n configurações idênticas, que devem ser retiradas do
os comprimentos desses caminhos, X equivale a total. Fazemos isso dividindo n! por n.
A) 20. B) 15. C) 12. D) 10. Assim, o número de permutação circular de n objetos distin-
tos, indicada por PCn, é dado pela expressão:
Resolução:
Vamos chamar de H cada lado horizontal do triângulo da n!
figura e de D cada lado em diagonal do triângulo. PCn = PCn = (n 1)!
n
Observe que o menor caminho que leva a formiga do ponto A
ao ponto B, andando sobre os lados desses triângulos, é igual
a um percurso total de quatro lados na horizontal e dois lados Exemplo I:
na diagonal, ou seja, 4H e 2D. (UFOP-MG). De quantas maneiras diferentes, oito crian-
Sendo assim, o número de diferentes caminhos será a ças podem ser dispostas ao redor de um círculo em uma
quantidade de sequências distintas que podemos fazer com brincadeira de roda?
HHHHDD. Resumindo, portanto, o problema em um problema A) 8! B) 7! C) 8 D) 7 E) 16
de anagrama com repetição.
Resolução:
Assim, utilizando a expressão do calculo de permutação com
Este exemplo nada mais é que um problema de permutação
repetição, sabendo que temos 6 posições com 4 e 2 retições,
circular de 8 pessoas. Logo:
temos:
PCn = (n − 1)! ⇒ PC8 = (8 − 1)! ⇒ PC8 = 7!
6! 6 5
P6 4, 2 = = P6 4, 2 = 15 Resposta: Alternativa B.
4! 2! 2
Resposta: Alternativa B.
Exemplo II:

1048
Progressões e Análise Combinatória

Uma família é composta por seis pessoas: o pai, a mãe e


n!
quatro filhos. Em um restaurante, essa família vai ocupar uma Cn, p =
p! (n p )!
mesa redonda. Em quantas disposições diferentes essas pes-
soas podem se sentar em torno da mesa de modo que o pai e Exemplo I:
a mãe fiquem juntos? Uma comissão de quatro homens e três mulheres deve ser
Resolução: escolhida dentre seis homens e cinco mulheres. De quan-
tos modos diferentes pode-se escolher esta comissão?
Para resolver esse problema, vamos considerar os pais
como uma única pessoa. Assim o problema se reduz a uma A) 25 C) 150 E) 210
permutação circular de 5 pessoas: B) 120 D) 280
Resolução:
Podemos tratar esse problema como o produto de dois casos
de combinação: a comissão de 4 homens e a comissão de 3
mulheres. Assim:
Homens:
6! 6!
C6, 4 = = = 15 comissões
4! ( 6 4 )! 4! 2!

PCn = (n − 1)! ⇒ PC5 = (5 − 1)! ⇒ PC5 = 24 Mulheres:


Como o pai e mãe podem estar lada a lado de duas maneiras 5! 5!
(P2 = 2! = 2, Pai–Mãe ou Mãe–Pai), devemos multiplicar o valor C5, 3 = = = 10 comissões
3! (5 3 )! 3! 2!
encontrado por 2. Assim, a resposta é:
2 · 24 = 48 maneiras. Pelo PFC, multiplicamos tais resultados.
Comissõespossíveis = CHomens · CMulheres ⇒
COMBINAÇÃO SIMPLES Comissõespossíveis = 15 · 10 = 150 comissões
Combinação simples são agrupamentos de elementos Resposta: Alternativa C.
distintos que diferem entre si somente pela natureza dos seus
Exemplo II:
elementos. Nesses casos a ordem dos elementos não é impor-
tante. Vejamos um exemplo: (UFMG – 2006). A partir de um grupo de oito pessoas, quer-
-se formar uma comissão constituída de quatro integrantes.
De quantas maneiras diferentes podemos formar uma comis-
Nesse grupo, incluem-se Gustavo e Danilo, que, sabe-se,
são de 3 pessoas a partir de um grupo de 7 pessoas?
não se relacionam um com o outro. Portanto, para evitar
Seja {Edineide, Fabrício, johnny, Marlene, Paulo, Pedro, problemas, decidiu-se que esses dois, juntos, não deveriam
Rodrigo} o grupo das 7 pessoas. Observe que, as comissões participar da comissão a ser formada. Nessas condições, de
{johnny, Paulo, Rodrigo} e {Paulo, johnny, Rodrigo} são idênti- quantas maneiras distintas pode-se formar essa comissão?
cas, pois a mudança da ordem dos nomes não determina uma
A) 70 B) 35 C) 45 D) 55
nova comissão. No entanto, as comissões {Edineide, Paulo,
Rodrigo} e {Marlene, Fabrício, Pedro} são diferentes, pois seus Resolução:
integrantes são diferentes. Neste exemplo, para calcularmos o número de comissões
Sendo assim, observamos que, para cada uma das diferentes possíveis de 4 pessoas dentre as 8, em que a única restrição é
comissões formadas, temos 3! sequências, obtidas pela mudança que Gustavo e Danilo não participem juntos, podemos calcular
todas as possíveis combinações e subtrair deste valor apenas
da ordem dos seus elementos (permutações simples), as quais
as combinações em que Gustavo e Danilo estejam juntos na
não devemos contabilizar por se referirem à mesma comissão.
comissão. Assim:
Portanto, para calcularmos quantas são as distintas co-
Total de comissões possíveis:
missões possíveis, podemos calcular o arranjo de 7 pessoas
agrupadas 3 a 3 (A7·3) , onde a ordem é importante, e, então, 8! 8!
C8, 4 = = = 70
retirarmos as permutações dos três elementos, dividindo o 4! (8 4 )! 4! 4!
resultado obtido por 3!, obtendo, assim, a combinação simples
Comissões com Gustavo e Danilo:
de 7 elementos, tomados 3 a 3, representada por C7·3 ou C37: :
Neste caso, como Gustavo e Danilo já fazem parte da co-
7! missão, basta calcularmos as possíveis escolhas dois outros
A 7, 3 (7 3)! 7! dois integrantes dentre os 6 que sobraram:
C7, 3 = = = = 35 comissões
3! 3! 3! 4!
6! 6!
C6, 2 = = = 15
2! ( 6 2 )! 2! 4!
Podemos, então, generalizar da seguinte maneira:
Dado um conjunto com n elementos, chamamos de combi-
Logo, podemos formar 70 – 15 = 55 comissões.
nações simples de n elementos, tomados p a p (com p ≤ n), os
agrupamentos com p elementos distintos nos quais a ordem Resposta: Alternativa D.
dos elementos não é importante; e calculamos sua quantidade
Exemplo III:
através da expressão:
(UFjF-MG). Um programa de TV organizou um concurso
e, na sua fase final, promoveu o confronto entre os fina-
listas, de modo que cada um deles se confrontava com

1049
Matemática

cada um dos outros uma única vez. Se foram gravados E) 1.008


28 confrontos, é CORRETO afirmar que o número de
finalistas foi 2. (Espcex (Aman) – 2018) Duas instituições financeiras
A) 2 D) 8 fornecem senhas para seus clientes, construídas se-
gundo os seguintes métodos:
B) 4 E) 14
C) 7 1ª instituição: 5 caracteres distintos formados por ele-
mentos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6,7, 8, 9};
Resolução:
2ª instituição: 6 caracteres distintos formados por duas
Seja n o número de finalistas. Cada confronto equivale a um
letras, dentre as vogais, na primeira e segunda posi-
grupo de 2 finalistas. Portanto, o total de confrontos é igual ao
ções da senha, seguidas por 4 algarismos dentre os
total de grupos de 2 finalistas obtidos a partir das n finalistas,
elementos do conjunto {3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}.
ou seja, Cn·2 . Assim:
Para comparar a eficiência entre os métodos de cons-
n! n (n 1) (n 2 )! trução das senhas, medindo sua maior ou menor vul-
Cn, 2 = = 28 = 28
2! (n 2 )! 2! (n 2 )! nerabilidade, foi definida a grandeza “força da senha”,
de forma que, quanto mais senhas puderem ser criadas
n (n 1) n2 n pelo método, mais “forte” será a senha.
= 28 = 28 n2 n 56 = 0
2! 2 Com base nessas informações, pode-se dizer que,
em relação à 2ª instituição, a senha da 1ª instituição é
( 1) ± ( 1)2 4 1 ( 56) 1 ± 225 A) 10% mais fraca.
n= =
2 1 2 B) 10% mais forte.
C) De mesma força.
n = 8 ou n = − 7
D) 20% mais fraca.
Como não é possível ter um número negativo de finalista,
E) 20% mais forte.
podemos afirmar que o número de finalistas foi 8.
Resposta: Alternativa D. 3. (Efomm – 2017) Quantos anagramas é possível formar
com a palavra CARAVELAS, não havendo duas vogais
Exemplo IV:
consecutivas e nem duas consoantes consecutivas?
(UFV-MG – 2008). Uma equipe de futebol de salão de
A) 24 D) 1.920
cinco membros é formada escolhendo-se os jogadores
de um grupo V, com 7 jogadores, e de um grupo W, com B) 120 E) 3.840
6 jogadores. O número de equipes diferentes que é pos- C) 480
sível formar de modo que entre seus membros haja, no
mínimo, um jogador do grupo W é 4. (EsPCEx – 2015) Da análise combinatória, pode-se
afirmar que
A) 1.266. C) 1.246.
B) 1.356. D) 1.376. A) o número de múltiplos inteiros e positivos de 11,
formados por três algarismos, é igual a 80.
Resolução:
B) a quantidade de números ímpares de quatro alga-
Neste caso, podemos calcular o total de equipes que podem
rismos distintos que podemos formar com os dígitos
ser formadas com os 13 jogadores (7 de V e 6 de W) e subtrair
2, 3, 4, 5 e 6 é igual a 24.
deste valor as equipes formadas apenas com jogadores do
grupo V. Com isso, garantimos a presença de pelo menos um C) o número de anagramas da palavra ESPCEX que
jogador do grupo W. Assim, temos: têm as vogais juntas é igual a 60.

13! 7!
D) no cinema, um casal vai sentar-se em uma fileira
C13, 5 C7, 5 = com dez cadeiras, todas vazias. O número de ma-
5! (13 5 )! 5! (7 5 )!
neiras que poderão sentar-se em duas cadeiras
Resposta: Alternativa A. vizinhas é igual a 90.
E) a quantidade de funções injetoras definidas em A =
Exercícios {1, 3, 5} com valores em B = {2, 4, 6, 8} é igual a 24.

1. (Efomm – 2018) Um decorador contemporâneo vai usar 5. (ESPCEX/2014) Permutam-se de todas as formas
quatro “objetos” perfilados lado a lado como decoração de possíveis os algarismos 1, 3, 5, 7, 9 e, escrevem-se os
um ambiente. Ele dispõe de 4 copos transparentes azuis, números assim formados em ordem crescente. A soma
4 copos transparentes vermelhos, duas bolas amarelas e de todos os números assim formados é igual a
3 bolas verdes. Cada “objeto” da decoração pode ser um A) 1 000 000. D) 6 666 000.
copo vazio ou com uma bola dentro. Considerando que a
B) 1 111 100. E) 6 666 600.
cor altera a opção do “objeto”, quantas maneiras distintas
há de perfilar esses quatro “objetos”, levando-se em conta C) 6 000 000.
que a posição em que ele se encontra altera a decoração?
A) 1.296 C) 1.152
Gabarito
B) 1.248 D) 1.136 1. D 2. A 3. C 4. E 5. E

1050
Capítulo 17

Geometria Analítica
PLANO CARTESIANO
Como já foi apresentado no capítulo de Funções, o Plano
Cartesiano foi criado pelo matemático e filósofo francês René
Descartes.
Ele é composto de duas retas perpendiculares entre si e
orientadas: uma horizontal e outra vertical. Damos o nome de
eixo x ou eixo das abscissas à reta horizontal e, à reta vertical,
denominamos eixo y ou eixo das ordenadas. Propriedade II
A orientação positiva das retas é representa por uma seta.
Todo ponto P(a, b) do 2º quadrante tem abscissa negativa
A representação de pontos neste plano é feita através de (a < 0) e ordenada positiva (b > 0).
pares ordenados, onde o primeiro número se refere à abs-
cissa e o segundo à ordenada. Em um par ordenado a ordem P (a, b) ∈ 2º Q ⇒ a < 0 e b > 0
dos números é relevante.
Assim: P(–4, 3) ∈ 2º Q
Ao ponto localizado no cruzamento de ambos os eixos damos
o nome de origem do sistema de coordenadas cartesianas,
representado por O (0, 0).

Propriedade III
Todo ponto P(a, b) do 3º quadrante tem abscissa negativa
(a < 0) e ordenada negativa (b < 0).
já sabemos também que os eixos x e y dividem o plano
cartesiano em quatro regiões ou quadrantes Q, que são nu- P (a, b) ∈ 3º Q ⇒ a < 0 e b < 0
merados, como na figura a seguir:
Assim: P(–4,–2) ∈ 3º Q

Propriedade IV
Todo ponto P(a, b) do 4º quadrante tem abscissa positiva
PROPRIEDADES
(a > 0) e ordenada negativa (b < 0).
Propriedade I P (a, b) ∈ 4º Q ⇒ a > 0 e b < 0
Todo ponto P(a, b) do 1º quadrante tem abscissa positiva Assim: P(3, –2) ∈ 4º Q
(a > 0) e ordenada positiva (b > 0).
P (a, b) ∈ 1º Q ⇒ a > 0 e b > 0

Assim: P(5, 3) ∈ 1º Q

1051
Matemática

Propriedade V
Todo ponto do eixo das abscissas tem ordenada nula.

P (a, b) ∈ Ox ⇒ b = 0

Assim: P(5, 0) ∈ Ox

Observe que o triangulo abc formado é retângulo em c,


portanto, aplicando o teorema de pitágoras, temos:
Propriedade VI
Todo ponto do eixo das ordenadas tem abscissa nula. d= ^ Dx h2 + ^ Dy h2 (

P (a, b) ∈ Oy ⇒ a = 0 d= ^ x B - x A h2 + ^ y B - y A h2
Assim: P(0, 2) ∈ Oy
PONTO MÉDIO
Dado um segmento de reta AB qualquer, em que A(xA, yA)
e B(xB, yB), podemos determinar o ponto médio M(x, y) desse
segmento através da expressão:

M ^ x, y h = M a k
xA + xB yA + yB
,
2 2

Demonstração
DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS Para encontrar a expressão anterior, deve-se observar a
Dados dois pontos quaisquer A(xA, yA) e B(xB, yB), perten- representação dos pontos A, B e M no plano cartesiano:
centes ao plano cartesiano, a distância entre eles, indicada
por d(A, B), é a medida do segmento de reta de extremidades
em A e em B:

Aplicando o Teorema de Tales nos segmentos formados


anteriormente, temos:
AM xM - xA yM - yA
= e AM =
MB xB - xM MB yB - yM
Para se determinar a distância d(A, B), faz-se uso da ex-
Como os segmentos AM e MB possuem a mesma medida,
pressão:
já que o ponto M é o ponto médio do segmento AB , temos:
d ^ A, B h = ^ Dx h2 + ^ Dy h2 = ^ x B - x A h2 + ^ y B - y A h2 AM xM - xA 1 xM - xA
MB
=
xB - xM
& 1
=
xB - xM
& xM - xA = xB - xM &
xA + xB
Demonstração 2x M = x A + x B & xM = 2
Para encontrarmos a expressão anterior, observe a repre-
AM yM - yA 1 yM - yA
sentação dos pontos A e B no plano cartesiano: = & = & yM - yA = yB - yM &
MB yB - yM 1 yB - yM

yA + yB
2y M = y A + y B & yM = 2

1052
Geometria Analítica

RETAS COEFICIENTE ANGULAR DE UMA


RETA
INCLINAÇÃO DE UMA RETA Seja r uma reta de inclinação α em relação ao eixo x, não
Considere, no plano cartesiano, uma reta r concorrente com perpendicular ao eixo x (a � 90º).
o eixo x em um ponto P. O coeficiente angular (ou declividade) da reta r é o número
A inclinação da reta r é a medida do ângulo α formado entre real m que expressa a tangente trigonométrica de sua inclinação
r e o eixo Ox, sendo esse ângulo medido a partir do eixo x no a. Em outras palavras:
sentido anti-horário.
m = tg α

Vamos, agora, observar todos os casos possíveis de valores


de m, lembrando que os valores possíveis de α são 0º ≤ α < 180º.
• α = 0º
m = tg α ⇒ m = tg 0º ⇒ m = 0

• 0º < α < 90º


Para α entre 0º e 90º, temos que tg α > 0, logo:
tg α > 0 ⇒ m > 0

Fica a Dica Exemplo:


Quando a reta r é paralela ao eixo x (horizontal), define-
-se como inclinação de r o ângulo de medida zero, isto é,
α = 0°.

3
a = 30º & m = tg30º & m =
3
Nos outros casos temos:
• 90º < α < 180º
• α agudo (0º < α < 90°) Para α entre 90º e 180º, temos que tg a < 0, logo:
tg α < 0 ⇒ m < 0

Exemplo:

• α reto (α = 90°)

α = 135º ⇒ m = tg 135º ⇒ m = -1

• α = 90º
Para α igual a 90º, sabemos que não existe tg α, isto é, ela
não é definida; logo, neste caso, dizemos que não há declividade.
• α obtuso (90º < α < 180°) Não Existe m.

Determinando o coeficiente angular de


uma reta a partir de dois de seus pontos
Dada uma reta r qualquer e dois pontos distintos pertencen-
tes a ela, A(xA, yA) e B(xB, yB) , podemos calcular o coeficiente
angular de r pela expressão:

Dy yB - yA
m= &m=
Dx xB - xA

1053
Matemática

Demonstração: Dy y - y0
m= &m= &
Dx x - x0
Observe a representação no plano cartesiano da reta r:

y – y0 = m(x – x0)

Esta é a equação fundamental da reta que passa pelo ponto


A(x0, y0) e tem coeficiente angular m.

Fica a Dica
• Se a reta for paralela ao eixo x, m será = 0 e a equação
da reta será dada por y = y0.

No triângulo retângulo ABC formado, reto em C, temos:


Dy yB - yA m = tga yB - yA
tga =
Dx
=
xB - xA
(m= xB - xA

Exemplo:
Determine a declividade ou o coeficiente angular da reta que • Se a reta for paralela ao eixo y, logo, perpendicular
passa pelos pontos: ao eixo x, temos que m não existe e todos os pontos
A) A(3, 2) e B(–3, –1). possuem a mesma abscissa. Logo a equação da reta
B) P(2, –3) e Q(–4, 3). será dada por x = x0.
C) D(3, 2) e F(3, –2).
Resolução:
Aplicando a expressão aprendida anteriormente, temos:
A) A(3, 2) e B(–3, –1).
yB - yA -1 - 2 -3 1
m=
xB - xA
&m= -3 - 3
=
-6
=
2

B) P(2, –3) e Q(–4, 3).

3 - ^ -3 h
Exemplo:
yB - yA 6
m= & m= = = -1 Determine a equação da reta que passa pelo ponto
xB - xA -4 - 2 -6
A(–1, 4) e tem coeficiente angular igual a 2.
C) D(3, 2) e F(3, –2). Resolução:
-2 - 2 -4 Aplicando a expressão aprendida anteriormente, temos:
m= = & Não existe & a = 90º
3-3 0 y – y0 = m (x – x0) ⇒ y – 4 = 2 [x – (–1)]⇒
y – 4 = 2(x + 1) ⇒ y – 4 = 2x + 2 ⇒ y = 2x + 6
EQUAÇÃO DA RETA
Aprendemos, no capítulo de Introdução à Geometria Plana,
que dois pontos distintos determinam uma única reta que pas- Fica a Dica
sa por eles. Agora, veremos também que um ponto A(x0, y0) e Observe que é possível encontrar a equação funda-
uma declividade (ou coeficiente angular) m, determinam uma mental de uma reta mesmo sem o valor de sua declividade
única reta. Observe: (coeficiente angular), mas para isso, é necessário que
conheçamos dois de seus pontos.
Isso porque, conhecidos dois de seus pontos, somos
capazes de calcular sua declividade e, consequentemente,
sua equação.
Exemplo:
Determine a equação da reta que passa pelos pontos
A(–1, –2) e B(5, 2).
Resolução:
Primeiramente, vamos calcular o coeficiente angular da
reta determinada por A(–1, –2) e B(5, 2):
2 - ^ -2 h
Dado uma reta r de coeficiente angular m, um ponto A(x0,
yB - yA 4 2
y0) pertencente a essa reta e um ponto P(x, y) genérico dessa
5 - ^ -1 h
m= &m= = =
reta, sua equação será: xB - xA 6 3

1054
Geometria Analítica

Exemplos:
Agora, utilizando o ponto A(–1, –2), e aplicando a 2x - 4
expressão aprendida anteriormente, temos: A equação geral das retas y = 2x+ 6 e y = 3 , encon-
tradas anteriormente, são:
y - y 0 = m ^ x - x 0 h & y - ^ -2 h = 6 x - ^ -1 h@ &
2
3 y = 2x + 6 ⇒ 2x – y + 6 = 0
2x - 4
y+2 =
2
^ h
x + 1 & 3y + 6 = 2x + 2 & 3y = 2x - 4 & y=
3
⇒ 3y = 2x – 4 ⇒ 2x – 3y – 4 = 0
3
2x - 4
y=
3 Dado dois pontos pertencentes à reta:
Dados dois pontos distintos, A(xA, yA) e B(xB, yB), pertencentes
FORMAS DA EQUAÇÃO DA RETA a uma reta, temos que:
Equação Reduzida yB - yA
m=
xB - xA
Sabemos que a equação da reta que passa por um ponto
A(x0, y0) com declividade m, é dada por: Além disso, a equação fundamental dessa reta será:
y – y0 = m (x – x0)
y - yA = m^ x - xA h & y - yA = ^ x - xA h &
yB - yA
xB - xA
Se o ponto A escolhido for o ponto de intercessão da reta
com o eixo y, A(0, n); pela equação anterior, temos, então, o (y – yA)(xB – xA) = (yB – yA)(x – xA) ⇒
que chamamos de Equação Reduzida: yxB – yxA – yAxB + yAxA = yBx – yBxA – yAx + yAxA ⇒
y – n = m(x – 0) ⇒ y = mx + n yAx – yBx + yxB – yxA – yAxB + yBxA = 0 ⇒
(yA – yB)x + (xB – xA)y + yBxA – yAxB = 0
O número real n, que é a ordenada do ponto em que a reta
intercepta o eixo y, é chamado de coeficiente linear da reta: Neste caso:
y = mx + n a = yA – yB
Coeficiente b = xB – xA
Linear c = yBxA – yAxB
Coeficiente
Logo:
Angular
(yA – yB)x + (xB – xA)y + yBxA – yAxB = 0
Essa forma de representar a equação de uma reta é espe-
cialmente importante por fornecer diretamente o coeficiente ax + by + c = 0
angular m e a ordenada n do ponto onde esta reta intercepta
o eixo y. Além disso, ela expressa claramente a coordenada y Exemplo:
em função da coordenada x. Determine a equação geral da reta que passa pelos pontos:
A) A(5, 0) e B(–1, –4).
OBSERVAÇÃO:
B) P(–1, 8) e Q(–5, –1).
As retas de inclinação igual a 90° não possuem equação
reduzida. C) D(3, 3) e F(1, –5).
Resolução:
Fica a Dica Observe que podemos resolver este exercício de diferentes
maneiras. Vamos resolver a letra A calculando primeiramente a
Note que a forma reduzida da equação de uma reta
equação reduzida e depois a transformando na equação geral;
nada mais é que uma função do 1º grau.
já as letras B e C, vamos calcular diretamente sua equação
Isso porque, como já foi estudado em Funções (capí- geral:
tulo 07), o gráfico de uma função do 1º grau é uma reta.
A) A(5, 0) e B(–1, –4).
Portanto, se olharmos a recíproca, temos que a equação
de uma reta, nada mais é que uma função do 1º grau. Neste caso, vamos primeiramente calcular o valor do coe-
ficiente angular:
yB - yA -4 - 0 -4 2
Equação Geral m= &m= = =
xB - xA -1 - 5 -6 3
Além da forma reduzida, temos também o que chamamos
de forma geral da equação da reta. Assim, temos:
Toda reta do plano cartesiano pode ser escrita na forma:
y - y0 = m^ x - x0 h & y - 0 =
2
^x - 5h &
ax + by + c = 0 3

Em que a, b e c são constantes, com a ≠ 0 ou b ≠ 0. 2x - 10


y=
Sendo assim, podemos ter dois casos: 3

Dado a equação fundamental ou a equação Portanto, sua equação geral é:


reduzida: 2x - 10
y= & 3y = 2x - 10 & 2x - 3y - 10
Se já tivermos a equação fundamental de uma reta, basta 3
manipulá-la de forma que todos os termos estejam em um
mesmo lado da igualdade.

1055
Matemática

B) P(–1, 8) e Q(–5, –1).


Neste caso, vamos calcular diretamente a equação geral:
(yP – yQ)x + (xQ – xP)y + yQxP – yPxQ = 0 ⇒
[8 – (–1)]x + [–5 –(–1)]y + (–1)(–1) –8(–5) = 0⇒
9x – 4y + 1 + 40 = 0 ⇒ 9x – 4y + 41 = 0

C) D(3, 3) e F(1, –5).


Novamente, vamos calcular diretamente a equação geral:
(yD – yF)x + (xF – xD)y + yFxD – yDxF = 0 ⇒
[3 – (–5)]x + (1 – 3)y + (–5) · 3 – 3 ⋅ 1 = 0 ⇒ tg αr = tg αs ⇒ mr = ms
8x – 2y – 15 – 3 = 0 ⇒ 8x – 2y – 18 = 0 ⇒
Logo, os coeficientes angulares das retas r e s são iguais.
4x – y – 9 = 0

Equação Segmentária Duas retas distintas e não verticais r e s são paralelas


se, e somente se, seus coeficientes angulares são iguais
Considere uma reta r que intercepta o eixo x no ponto A(a,
(mr = ms).
0) e o eixo y no ponto B(0, b), com a ≠ 0 e b ≠ 0.
Temos que seu coeficiente angular vale:

m=
yB - yA
&m=
b-0
=-
b CONCORRENTES
xB - xA 0-a a
Dadas duas retas r e s, distintas e não verticais, de inclina-
E, utilizando a expressão da equação fundamental, temos: ções αr e αs, respectivamente, temos:

y - yA = m ^ x - xA h & y - 0 = - ^x - ah &
b Se αr � αs, então as retas r e s são concorrentes:
a

b^ x - a h
y=- & bx + ay = ab
a

Dividindo toda a equação por ab, teremos, então:


bx ay ab x y
+ = & + =1
ab ab ab a b

A este resultado damos o nome de equação segmentada


da equação da reta r.
Então:
x y
+ =1 tg αr � tg αs ⇒ mr � ms
a b
Logo, os coeficientes angulares das retas r e s são diferentes.
Fica a Dica
Duas retas distintas e não verticais r e s são concor-
Se uma reta é paralela a um dos eixos ou passa pela
rentes se, e somente se, seus coeficientes angulares são
origem, então sua equação não pode ser escrita na forma
diferentes (mr � ms).
segmentária.

POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS Interseção de duas retas


Nos casos de concorrência, observe que as retas se intercep-
RETAS NO PLANO tam em um ponto (na figura anterior, ponto P); como esse ponto
já aprendemos no Capítulo 09 que duas retas r e s contidas pertence às duas retas, suas coordenadas devem satisfazer
em um mesmo plano podem ser paralelas (nenhum ponto em simultaneamente às equações dessas duas retas.
comum e distância constante), concorrentes (apenas um ponto Logo, para determinar as coordenadas deste ponto, basta
em comum) ou perpendiculares (caso especial de concorrentes resolver o sistema formado pelas equações das duas retas.
– formam 90º entre si). Exemplo:
Veremos, agora, qual a consequência de duas retas serem Determine as coordenadas do ponto de interseção das retas
paralelas, concorrentes ou perpendiculares do ponto de vista 3x + 2y – 7 = 0 e x – 2y – 9 = 0.
das equações destas retas.
Resolução:
PARALELAS Como as coordenadas do ponto de interseção devem satis-
fazer às duas equações, temos:
Dadas duas retas r e s, distintas e não verticais, de inclina-
'
ções αr e αs, respectivamente, temos: 3x + 2y - 7 = 0
Se αr = αs , então, as retas r e s são paralelas: x - 2y - 9 = 0

1056
Geometria Analítica

Somando as duas equações, temos: Portanto, dadas duas retas r e s, temos:

'
3x + 2y - 7 = 0
1
+ x - 2y - 9 = 0 & 4x = 16 & x = 4 Se, r ⊥ s então m s = - m
r
4x + 0y - 16 = 0

Assim, substituindo o valor encontrado para x, na segunda Em outras palavras:


equação, temos:
Se, r ⊥ s então ms · mr= –1.
5
x - 2y - 9 = 0 & 4 - 2y - 9 = 0 & y = -
2 Exemplo:
Portanto, as coordenadas do ponto de interseção são 4 e Determine a equação da mediatriz do segmento cujas ex-
- , ou seja, ` 4, - j .
5 5 tremidades são os pontos A(3, 2) e B(–2, –4).
2 2
Resolução:
Sabe-se que a mediatriz de um segmento é a reta perpendi-
Fica a Dica cular a esse segmento em seu ponto médio. Observe:

Uma maneira pratica de verificarmos a posição relativa


de duas retas através de suas equações gerais, é compa-
rando as razões de seus termos:
Dadas duas retas r e s, não verticais, de equações:
(r) arx + bry + cr = 0
(s) asx + bsy + cs = 0
Temos:
• Se a r = b r = c r , então, temos duas retas coincidentes.
as bs cs
a b c
• Se a r = b r ! c r , então, temos duas retas paralelas.
s s s

a b
• Se a r ! b r , então, temos duas retas concorrentes.
s s

PERPENDICULARES
Na figura, o ponto M é o ponto de interseção da mediatriz
Dadas duas retas r e s, distintas e não verticais, de inclina- com o segmento AB .
ções αr e αs, respectivamente, temos:
Apenas com as informações dadas, não é possível calcular
Se αs = αr + 90º, então as retas r e s são perpendiculares, diretamente o coeficiente angular da reta mediatriz, portanto,
observe: devemos calcular primeiro o coeficiente da reta suporte do
segmento AB e então usamos a relação dos coeficientes
angulares de retas perpendiculares, assim:
yB - yA -4 - 2 -6 6
m= & m AB = = =
xB - xA -2 - 3 -5 5
Logo:
1 1 5
m Mediatriz = -
m AB
& m Mediatriz = - 6
& m Mediatriz = - 6
5
Agora, basta encontrarmos as coordenadas do ponto M
e, então, utilizando a expressão da equação fundamental da
reta, determinamos a equação desta mediatriz. Assim, tendo
M como ponto médio:

Ma k & M` 3 - 2 , 2 - 4 j &
Observe que as é ângulo externo do triângulo ABP, logo: x A + x B yA + yB
,
αs = αr + 90º ⇒ tg αs = tg(αr + 90º) ⇒ 2 2 2 2

M` , - 1j
sen ^ a r + 90º h 1
cos ^ a r + 90º h
tga s = &
2
sena r $ cos90º 0 + sen90º 1 $ cosa r Assim:
tga s = &
y - ^ -1 h = - `x - 1 j & 6y + 6 = -5x +
cosa r $ cos90º 0 - sena r $ sen90º 1 5 5
&
cosa r 6 2 2
tga s = - & tga s = -cotga & 12y + 12 = –10x + 5 ⇒ 10x + 12y + 7 = 0
sena r
1 1
tga s = - & ms = - Portanto, a equação da mediatriz do segmento AB é 10x
tga r mr
+ 12y + 7 = 0.

1057
Matemática

Portanto, elevando ambos os lados ao quadrado, temos a


DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA
equação reduzida da circunferência, de centro (a, b) e raio r:
A distância de um ponto A a uma reta r é a distância AB
(medida do segmento AB ), em que B é a projeção ortogonal (x – a)2 + (y – b)2 = r2
de A sobre a reta r.

Fica a Dica
• No caso particular de o centro da circunferência estar
na origem do plano cartesiano, ou seja, a = b = 0, a
equação da circunferência de raio r é:
x2 + y2 = r2
• Como o raio representa uma distância entre dois pontos,
vale ressaltar que seu valor jamais pode ser negativo,
muito menos seu quadrado.
r > 0 SEMPRE

No plano cartesiano, a distância d de um ponto P(xP, yP)


qualquer a uma reta r de equação ax + by + c = 0, é dada pela EQUAÇÃO NORMAL DA CIRCUNFE-
expressão: RÊNCIA
Anteriormente, vimos a equação reduzida da circunfe-
ax P + by P + c
d= rência:
2 2
a +b (x – a)2 + (y – b)2 = r2
Desenvolvendo-a, obtemos o que chamamos de equação
Exemplo:
normal ou geral da circunferência:
Dado um triângulo de vértices A(1, 2), B(–3, –1) e C(2, –5),
x2 – 2ax + a2 + y2 – 2by + b2 = r2 ⇒
determine a medida da altura relativa ao lado BC .
Resolução: x2 + y2 – 2ax – 2by + a2 + b2 – r2 = 0
Observe que a medida da altura pedida é igual a distância
Exemplo:
do ponto A à reta suporte de BC . Logo, basta encontrarmos
a equação suporte de BC e, então, calcularmos a distancia Determine o raio e o centro da circunferência que possui
de A à BC . Assim: como equação 2x2 + 2y2 – 8x + 12y – 6 = 0.
Equação suporte de BC : Resolução:
(yC – yB)x + (xB – xC)y + yBxC – yCxB = 0 ⇒ Observe que a equação dada é do tipo normal ou geral,
(–5 + 1)x + (–3–2)y + (–1)2 – (–5)(–3) = 0 ⇒ portanto, possui o seguinte aspecto:
–4x – 5y – 17 = 0 ⇒ 4x + 5y + 17 = 0 x2 + y2 – 2ax – 2by + a2 + b2 – r2 = 0
Cálculo da medida da altura: Existem pelo menos duas formas que podemos resolver
tal exercício: comparando os coeficientes dos termos da
ax P + by P + c 4 $ 1 + 5 $ 2 + 17 31 31 41 equação dada com os termos da equação normal ou geral,
d= 2 2
&d= 2 2
= =
41 ou o que chamamos de completando os quadrados, método
a +b 4 +5 41
cujo objetivo é obter os quadrados perfeitos (x – a)2 e (y – b)2
Portanto, a medida da altura relativa ao lado BC é 31 41 a partir das informações apresentadas na equação geral.
41 Vejamos os dois métodos:

EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA Comparando os coeficiente:


Primeiramente, como o coeficiente de x2 na equação nor-
Já sabemos que uma circunferência com centro C(a, b) e
mal é 1 e na equação dada é 2, vamos dividir toda a equação
raio r é o conjunto de todos os pontos P(x, y) do plano cuja
dada por 2, assim:
distância ao centro C é constante e igual a r.
2 2 2 2 2

W W
Sendo assim, podemos dizer que: x + y -2ax -2by + a + b - r = 0
ABBBBBBBBC
d ^ P, C h = ^ x - a h2 + ^ y - b h2 =r
2 2
K K K
x + y -4x +6y -3 = 0

Observe que os coeficiente de x2 e y2 em ambas as equa-


ções são iguais, como esperávamos; agora basta igualarmos
os outros coeficiente, assim:
2a = 4 ⇒ a =2
–2b = 6 ⇒ b = –3

( 2 2 + ^ -3 h2 - r 2 = -3 &
2 2 2 a=2
a + b - r = -3
b = -3

1058
Geometria Analítica

4 + 9 – r2 = –3 ⇒ r2 = 16 ⇒ r = 4
Logo, temos que a equação reduzida da circunferência
dada é:
(x – 2)2 + (y + 3)2 = 42

Portanto, o centro desta circunferência é o porto (a, b) = (2,


–3) e seu raio vale 4.
Completando os quadrados:
Primeiramente, assim como no caso anterior, vamos dividir
toda a equação por 2 para que o coeficiente de x2 e y2 sejam
iguais a 1 (é importante destacar que se isso não for possível, a
equação dada não será a equação de uma circunferência), assim:
x2 + y2 – 4x + 6y – 3 = 0
Agora, deve-se agrupar na equação normal dada, os termos
em x e os termos em y, isolando no outro lado da igualdade
o termo independente. É importante deixar um espaço para
completar os quadrados:
x2 – 4x + ___ + y2 + 6y + ___ =3 + ___ + ___
Vamos, agora, somar termos a ambos os lados da equação,
de maneira que os termos em x e em y se tornem, cada um,
quadrados perfeitos.
Assim, observe que, para “x2 – 2 ⋅ 2 ⋅ x + ___” se tornar um
quadrado perfeito deve-se somar 22 e, para “y2 + 2 ⋅ 3 ⋅ y + ___”
se tornar um quadrado perfeito, deve-se somar 32, logo:
2 2 2 2 2 2
x - 4x + 2 + y + 6y + 3 = 3 + 2 + 3 &
14444^ 424444
h2
43 14444^424444
h
43 2
x-2 y+3

(x – 2)2 + (y + 3)2 = 3 + 4 + 9 ⇒ (x – 2)2 + (y + 3)2 = 16 ⇒


(x – 2)2 + (y + 3)2 = 42
Portanto, o centro desta circunferência é o ponto (a, b) = (2,
–3) e seu raio vale 4.

Cônicas
As cônicas são figuras geométricas formadas pela interseção
de um plano com um cone duplo de revolução. Existem essen-
cialmente três tipos de cônicas: parábola, elipse e hipérbole.

De forma análoga à construção geométrica anterior, caso


a elipse possua o eixo maior paralelo ao eixo y, sua equação
será dada por

Elipse de centro C = (x0,y0) com focos


F1 e F2
Dados dois pontos F1 e F2, chamados de focos, que pertencem
a um único plano β, e o comprimento do segmento F1F2 = 2c.
O conjunto de todos os pontos P, cuja soma da distância entre P Hipérbole de centro C = (x0,y0) com
e F1 com a distância entre P e F2 é igual a uma constante 2a, é focos F1 e F2
chamado de elipse. (2a > 2c). Geometricamente temos:
Dado dois pontos distintos F1 e F2 num plano β, sendo 2a
um número real menor que a distância entre F1 e F2, chamamos
de hipérbole o conjunto dos pontos P do plano β tais que o

1059
Matemática

módulo da diferença das distâncias desses pontos a F1 e F2


seja sempre igual a 2a. Geometricamente temos:

• Foco: o ponto F
• Diretriz: a reta r
• Eixo de simetria: reta s, perpendicular a r, que passa
pelo foco
• Vértice: ponto V, intersecção da parábola com o
eixo de simetria
• Parâmetro da parábola: a distância p entre o foco e
a diretriz, p = FD
ou

Excentricidade
A partir da excentricidade podemos elaborar uma definição
unificada das cônicas: Denomina-se cônica o lugar geomé-
trico dos pontos de um plano cuja razão entre as distâncias
a um ponto fixo F e a uma reta fixa "d" é igual a uma cons-
tante não negativa “e”. O ponto fixo F é chamado de foco, a
reta fixa d de diretriz e a razão constante ”e” de excentricida-
c
de da cônica, sendo e = .
a

A partir da construção geométrica utilizada para definir as


cônicas podemos perceber que:

De forma análoga à construção geométrica anterior, caso a


hipérbole possua o eixo maior paralelo ao eixo y, sua equação • Para a elipse: c < a logo e < 1.
será dada por • Para a hipérbole: c > a logo e > 1 .
Vejamos alguns exemplos
A) Determine os focos da cônica
Solução
Esta equação representa uma elipse de centro (3,2) e eixo
maior paralelo ao eixo x.
Parábola a=5
Dados uma reta r e um ponto F fora dela, é o lugar geo- b=3
métrico plano dos pontos que equidistam de r e F.

1060
Geometria Analítica

a^2= b^2+c^2 9x² – 36x + 36 – 36 + 25y² + 50y + 25 – 25 − 164 = 0


5^2= 3^2+c^2 (3x – 6)² + (5y + 5)² – 225 = 0
c= 4 (3x – 6)² + (5y + 5)² = 225
F_1= (x_0-c,y_0 )=(3-4 ,2)=(-1 ,2) 9.(x – 2)² + 25.(y + 1)² = 225
F_2= (x_0+c,y_0 )=(3+4 ,2)=(7 ,2) Dividindo ambos os lados por 225

B) Determinar os elementos e a equação da hipérbole


de focos (-3, 0) e (3, 0), sabendo que o semieixo
menor real da hipérbole vale 4.
Solução Temos uma elipse de centro (2, -1), com a = 5 e b = 3.
Observe que os focos estão localizados sobre o eixo y, o Eixo maior = 2a = 10
esboço de nossa hipérbole será: Eixo menor = 2b = 6

Posições relativas entre uma reta e uma


circunferência ou uma elipse
Sendo γ uma circunferência ou uma elipse e r uma reta,
contidas em mesmo plano, temos:
• A reta r é exterior a γ se, e somente se, r ∩ γ = ∅
• A reta r é tangente a γ elipse se, e somente se, r ∩
γ = {P}, sendo P um ponto
• A reta r é secante a γ se, e somente se r ∩ γ = {P1 , P2 }
Para identificar as situações anteriores podemos resolver
o sistema formado pela equação da reta e pela equação de
γ. Este sistema resulta em equações do segundo grau. Uma
forma prática para determinar a quantidade de pontos de
interseção entre a reta r e γ é dada pelo número de solu-
ções do sistema formado pelas equações de r e γ, resolvido
• O valor a = 2 foi retirado da informação que o semieixo substituindo-se uma variável previamente isolada na equação
real vale 4. de r na equação de γ. Com isso, se:
• O valor c = 3 foi retirado das coordenadas dos focos, a • Δ > 0 : r é secante a γ;
distância entre eles vale 6. • Δ = 0 : r é tangente a γ;
• O centro tem como coordenadas (0, 0). • Δ < 0 : r é exterior a γ.
• Por Pitágoras calculamos o valor de b:
Posições relativas entre um ponto e
b² = c² – a²
uma elipse
b² = 3² – 2² Sejam ε uma elipse de focos F1 e F2, cujo eixo maior mede
2a, e P um ponto do ponto do plano de ε.
b² = 9 – 4
b² = 5
• P ∈ elipse ε se e somente se PF1 + PF2 = 2a
b = √5
• P é interior à elipse ε se e somente se PF1 + PF2 < 2a
• P é exterior à elipse ε e somente se PF1 + PF2 > 2a
• Equação da hipérbole:
Posições relativas em relação à hipér-
bole
Uma reta r contida no mesmo plano de uma hipérbole ϕ
pode interceptar ϕ ou não. Verificamos a posição relativa de
uma reta em relação a uma hipérbole de forma análoga ao
estudo da posição de uma reta em relação a uma elipse.
Sobre a posição relativa de um ponto P (x, y) em relação
a ϕ, o ponto pode pertencer ou não à hipérbole.
C) A curva 9x² + 25y² − 36x + 50y − 164 = 0 representa Se para P é verificada a lei de ,
uma circunferência, uma elipse ou uma hipérbole?
então o P∈ ϕ. Caso contrário, P∉ϕ.
Para identificar qual é a curva vamos completar os qua-
drados e comparar com as fórmulas padrão.
9x² + 25y² − 36x + 50y − 164 = 0

1061
Matemática

Exercícios
1. (Espcex (Aman) – 2018) Uma elipse tem centro na
origem e vértices em (2ª, 0) e (0, a), com a > 0. A área
do quadrado inscrito nessa elipse é
2
A) 16a .
5
2
B) 4a
.
5
2
C) 12a .
5
2
D) 8a .
5
2
E) 20a
.
5

2. (Espcex (Aman) – 2018) Uma circunferência tem


centro no eixo das abscissas, passa pelo ponto (4, 4)
e não intercepta o eixo das coordenadas. Se a área do
círculo definido por essa circunferência é 17π a abscissa
de seu centro é
A) 3.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 7.

3. (Efomm – 2018) A projeção ortogonal de A sobre a reta


BC, sabendo-se que A = (3, 7), B = (1, 1) e C = (9, 6),
terá as coordenadas da projeção
A) x = 468/85; y = 321/89.
B) x = 478/87; y = 319/87.
C) x = 487/84; y = 321/87.
D) x = 457/89; y = 319/89.
E) x = 472/89; y = 295/89.

4. (Efomm – 2018) A forma de uma montanha pode ser


descrita pela equação y = –x2 + 17x – 66 (6 ≤ x ≤ 11).
Considere um atirador munido de um rifle de alta pre-
cisão, localizado no ponto (2, 0). A partir de que ponto,
na montanha, um indefeso coelho estará 100% seguro?
A) (8, 9).
B) (8, 6).
C) (7, 9).
D) (7, 5).
E) (7, 4).

5. (Efomm – 2017) Sejam as circunferências c1:x2 + y2 – 16 = 0


e c2:(x – 2)2 + (y + 2)2 = 4. Considere A e B os pontos
de intersecção dessas circunferências. Determine a
distância entre A e B
A) 2 7
B) 14
C) 2 14
D) 7
E) 7
2

Gabarito
1. A 2. C 3. D 4. B 5. B

1062
Capítulo 18
Números complexos

O conjunto do números complexos engloba números que Para expoentes maiores podemos dividí-lo por 4 detendo
não têm representação no conjunto dos reais (R). uma potência com expoente entre 0 e 3.

Exemplos: Exemplos:
92 4
A) i92 → 92 23 → i0 = 1
0

45 4
B) i-45 → 44 11 → i1 = i
1

No conjunto ⊄ valem as seguintes propriedades

Propriedades da adição
A) −3 ∈ ⊄ D)
3
−8 ∈ 
• Associativa.
B)
4
−5 ∈ ⊄ E)
4
2∈ 
• Comutativa.
C) −9 ∈ ⊄ F)
5
−3 ∈  • Elemento neutro
• Elemento simétrico.
Representação Geométrica

No Plano cartesiano um ponto P(x,y) = P(a,b) tem o repre- Propriedades da multiplicação


sentante a no eixo x e b no eixo y. Todo número complexo
• Associativa.
representa um vetor de origem no ponto (0,0) e extremidade
no ponto P(a,b). • Comutativa.

A seguir temos a representação algébrica do número • Elemento neutro


complexo z = a + b i ; z ∈ ⊄. • Elemento inverso.

Operações na forma algébrica


Adição
Dado dois números complexos quaisquer z1 = a + bi e z2
= c + di, ao adicionarmos teremos:
z1 + z2
(a + bi) + (c + di)
a + bi + c + di
a + c + bi + di
Unidade imaginária a + c + (b + d)i
Chamamos de unidade imaginária i, o número complexo (a + c) + (b + d)i
(0,1), na forma algébrica z = 0 + i, que representa o valor −1 . Portanto, z1 + z2 = (a + c) + (b + d)i.
i =1
2
Analogicamente para a subtração temos:
i3 = i2 * i = (–1)* i = –i z1 – z2 = (a – c) + (b – d)i
i4 = i2 * i2 = (–1) * (–1) = 1
i5 = i4 * i = 1 * i = i Multiplicação
i6 = i5 * i = i * i = i2 = –1 Dado dois números complexos quaisquer z1 = a + bi e z2
i = i * i = (–1) * i = – i
7 6 = c + di, ao multiplicarmos teremos:

i8 = i4 * i4 = 1 * 1 = 1 z1 . z2

i9 = i8 * i = 1 * i = i (a + bi) x (c + di)

i10 = (i2)5 = (–1)5 = –1 ac + adi + bci + bdi2

1063
Matemática

ac + adi + bci + bd (-1) Sendo P a hipotenusa do triângulo retângulo denominado


ac + adi + bci – bd como módulo do complexo z.
ac – bd + adi + bci Assim temos que um número complexo pode ser repre-
sentado nas formas cartesiana, algébrica e trigonométrica.
(ac – bd) + (ad + bc)i
Portanto, z1 x z2 = (ac + bd) + (ad + bc)i. Exemplos:
A) Represente o complexo z = 1 + i na forma trigométrica
Exemplo:
Temos que

A) (2 + 3i) + (6 + 4i) = (2 + 6) + (3+4)i = 8+7i


p= ( −1)2 + 12 =2
B) (6 + 5i) – (2 + 3i) = (6 – 2) + (5 – 3)i = 4 + 2i
C) z = 2 – 4i x w = –3 + 8i a
cosθ ==
1 2
=
p 2 2
z . w = (2 – 4i) . (– 3 + 8i)
b 1 2
z . w = 26 + 28i senθ == =
p 2 2
π
Conjugado (Divisão por complexo) θ=
4
Para efetuar a divisão por um número complexo, é neces- z = p. (cosθ + i. senθ) =
π + i.sen π )
2 . (cos
sário aplicar a ideia de conjugado z . 4 4
Se Z = a + bi seu conjugado é z = a – bi =, altera-se o B) Represente o complexo z = 3 (cos 5π + i.sen 5π )
sinal da parte imaginária. 6 6
na forma algébrica
Exemplo:
Temos que p = 3 e
2+i
5π 5.180
5 − 3i θ= = = 150°
6 6
(2 + i) (5 + 3 i) 10 + 6i + 5i + 3i 2 10 + 11i − 3 7 + 11i 7 11
. = = = = + i
5 − 3i (5 + 3i) 25 − 9i 2 25 − ( −9) 34 34 34

Observação
Para efetuar operações com potências e raízes utilizamos
a forma trigonométrica.

Forma trigonométrica
Seja z = a + bi, temos a seguinte representação no plano
Pela figura observamos que
Argand-Gauss.
3
cos 150o = –cos30o =
2
1
sen 150o = sen30o =
2
5π 5π 3
z= 3 . (cos + i.sen )= 3 . (– + i. 1 )
6 6 2 2
–3 + i
z=
2
Operações na forma trigonométrica
sendo z1 = p1 (cosθ1 + i.senθ1) e z2 = p2(cosθ2 + i.senθ2)
Pelas relações métricas e trigonométricas no triangulo
retângulo sabemos que: as operações de soma, subtração, multiplicação, divisão,
potencial e radiação podem ser obtidas pelas leis:
a
cos θ = → a = p.cosθ • z1 ± z2 = (p1.cosθ1 + p2 cosθ2) ± i. (senθ1 + senθ2)
p
• z1z2 = p1p2 [cos(θ1 + θ2) + i. sen(θ1 + θ2)]
a
cos θ = → b = p.senθ • zn = p1n [cos(nθ1) + i. sen(nθ1)]
p
• z p .[cos(θ +n2k π ) + i.sen(θ +n2k π )] com p ∈  e κ
= n
1
n
1
1 1 n
1 ∈ .
p= a2 + b 2
Então o complexo Z pode ser representado por: Exemplos:
z = p. (cos θ + i sen θ) A) D a d o s z 1 = 5 ( c o s 3 0 º + i ⋅ s e n 3 0 º ) e
z2 = 3(cos45º + i ⋅ sen45º) calcule z1 ⋅ z2

1064
Matemática

4
4. (Espcex (Aman) – 2018) Seja a igualdade a − =
b  π π
i  cos + isen  , onde i é a unidade imaginária. Se a e b são nú-
3 5  6 6 
a
meros reais, então o quociente é igual a
b
A) 3
.
5
B) 3 3 .
5
C) − 3 3 .
5
D) − 3 .
5
E) 15 3
.
4
F)

5. (Efomm – 2017) Analise as afirmações que se seguem.


I. Se x, y, z são números reais positivos, então x + y + z ≥ 3 x ⋅ y ⋅ z
3
II. Se z é um número
n
complexo de módulo unitário que satisfaz a condição z2n ≠ –1, sendo n um número inteiro positi-
vo, então z é um número real.
1 + z 2n
III. Se A4, 3 representa a matriz dos coeficientes de um sistema linear com quatro equações e três incógnitas, esse sistema
será possível e determinado sempre que o posto desta matriz A for menor ou igual a 3.
Então, pode-se dizer que
A) todas as afirmativas são verdadeiras.
B) todas as afirmativas são falsas.
C) somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
D) somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
E) somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

Gabarito
1. B
2. A
3. A
4. A
5. C

1066
Capítulo 02
Polinômios

Polinômio é uma expresão da forma anxn + an–1xn–1 + ... + Operações com polinômios
a2x2 + a1x + a0 (com n ≥ 1 e an ≠ 0). Onde, os coeficientes
an, an–1, an–2, ... , a2, a1, a0 são números reais associados à Adição
variável x.
O procedimento utilizado na adição e subtração de polinô-
Exemplo: mios envolve técnicas de redução de termos semelhantes, jogo
de sinal, operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes.
p(x) = 3x3 – 2x2 + 5x + 1
Os coeficientes são: a3 = 3, a2 = –2, a1 = 5 e a0 = 1 Exemplos:
Se an ≠ 0 e n ∈ N, dizemos que o polinômio tem grau n. A) (3x3 + 2x2 + x + 1) + (x3 + 4x2 – 15x – 1)
3x3 + 2x2 + x + 1 + x3 + 4x2 – 15x – 1
Exemplos:
(3 + 1)x3 + (2 + 4)x2 + (1 – 15)x + 1 – 1
p(x)= 2x + 7 → grau 1 4x3 + 6x2 – 14x
p(x)= 3x – 2x – 1 → grau 2
2
Ao eliminar os parênteses, o sinal + na frente dos parên-
p(x) = 5x³ + 2x² – 4x + 81 → grau 3 teses indica que devemos “manter” o sinal do número interno
p(x) = 10x4 – 3x³ – x – 10 → grau 4 aos parênteses.
p(x) = 4x5 + 5x2 + x – 1 → grau 5 B) (3x3 + 2x2 + x + 1) – (x3 + 4x2 – 15x – 1)
3x3 + 2x2 + x + 1 – x3 + 4x2 – 15x – 1
Polinômio identicamente nulo 3x3 – x3 + 2x2 – 4x2 + x + 15x + 1 + 1
Considerando os coeficientes, um polinômio chamamos- (3 – 1)x3 + (2 – 4)x2 + (1 + 15)x + 1 + 1
-o de identicamente nulo quando P(x) = 0 para todo x ∈ , 2x3 – 2x2 + 16x + 2
ou seja, an, an–1, ..., a2, a1 e a0 são nulos, e daí temos que o
Ao eliminar os parênteses, o sinal + na frente dos parên-
único polinômio nulo, ou polinômio identicamente nulo, é do
teses indica que devemos “mudar” o sinal do número interno
tipo 0xn + 0xn–1 + … + 0x2 + 0x + 0
aos parênteses.

Valor numérico Multiplicação


O valor numérico de um polinômio P(x), para x = a, é o A multiplicação de polinômios ocorre com a aplicação da
resultado que se obtém substituindo "x" por "a" e efetuando as propriedade distributiva.
operações indicadas pela expressão que define o polinômio,
A)
e indica-se por P(a).

Exemplo:
Se P(x) = x3 + 2x2 – x – 1, o valor de P(x) para x = 2 é:
P(2) = 23 + 2.22 – 2 – 1 = 8 + 8 – 2 – 1 = 13
Portanto, 13 é o valor numérico de P(x), para x = 2.

Igualdade de polinômios
Dois polinômios P(x) e Q(x), são iguais ou idênticos se B)
eles possuírem os mesmos coeficientes.

Exemplo:
Determine os valores de a, b e c para que os polinomios
P(x) = 2x3 + x2 – 4x + 1 e Q(x) = ax3 + x2 + bx + c sejam iguais.
Solução
Para que P(x) = Q(x), eles precisam ter os mesmos coe-
ficientes.
Divisão
Assim a = 2, b = 4 e c = 1.
Dados dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não-nulo,
dividir P(x) por D(x), significa encontrar dois polinômios Q(x)
e R(x) que satisfaçam as seguintes condições:

1067
Matemática

1ª) P(x) = D(x)Q(x) + R(x) onde P(x) é chamado de dividendo, D(x) de divisor, Q(x) de quociente e R(x) de resto.

2ª) O grau de R(x) não pode ser igual ou maior que o grau de D(x).
A)

B)

Teorema do resto
O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio ax + b é igual ao valor numérico desse polinômio para ,

ou seja, .

Decorre diretamente deste teorema que: quando x é a raiz do polinômio, .

Exemplo:
Encontre o resto da divisão de P(x) por D(x), sendo P(x) = 2x3 – 3x2 + 5x + 2 e D(x) = 3x + 3

Pelo teorema do resto, o resto da divisão de P(x) por D(x) = ax + b será igual a

P(–1)= 2.–13 – 3.–12 + 5.–1 + 2 = –2 – 3 – 5 + 2 = –8

Teorema de D’Alembert
Este teorema diz que o resto da divisão de um polinômio P(x) por x – a é P(a). Representa uma consequência direta do
teorema do resto.
Considerando que a divisão de P(x) por x – a resulta um quociente Q(x) e um resto R(x), temos:
P(x) = (x – a) Q(x) + R

1068
Números complexos

Fazendo x = a, Para que P(x) seja divisível por (x + 1)(x – 4), ele
P(a) = (a – a)Q(a) + R = 0.Q(a) + R =R deve ser divisível por (x + 1) e por (x – 4)
R = P(a) Se P(x) é divisível por x + 1, temos:
p(–1) = 0 ⇒ (–1)3 + a(–1)2 + b(–1) + 20 = 0
Exemplo:
⇒ –1 + a – b + 20 = 0
A) Verifique se P(x) = x4 – 2x3 + x – 2 é divisível por
D(x) = x – 2 a – b = –19

P(2) = 2 – 2 x (2) + 2 – 2 = 16 – 16 + 2 – 2 = 0
4 3 Se p(x) é divisível por x – 4, temos:

Logo, P(x) é divisível por D(x). p(4) = 0 ⇒ (4)3 + a(4)2 + b(4) + 20 = 0


⇒ 64 + 16a + 4b + 20 = 0
B) Calcule o resto da divisão de 2x – x + 5x – 3 por
3 2 4a + b = –21
h(x) = x – 4. Então temos:
De acordo com o teorema D’Alembert:
P(4) = 2(4)3 – (4)2 + 5(4) – 3 = 128 – 16 + 20 – 3 = 129
Logo, o resto da divisão é 129. Resolvendo o sistema, obtemos a = -8 e b = 11.

C) Determine o valor de a de modo que o polinômio Dispositivo prático de Briot-Ruffini


P(x) = 2x3 + 5x2 – ax + 2 seja divisível por D(x) = x – 2.
Utilizado para fazer a divisão de polinômios P(x) por outro
Se P(x) é divisível por D(x), o resto da divisão é 0.
polinômio D(x), onde, é fundamental que o polinômio D(x) seja
Então pelo teorema D’Alembert, temos:
da forma x + u ou x – u. Através desse dispositivo, podemos
P(2) = 0 identificar facilmente o quociente e o resto da divisão.
2(2)3 + 5(2)2 – a(2) = 0 Para utilizar o método, devemos fazer:
16 + 20 – 2a + 2 = 0 Passo 1: Escrever uma tabela como o valores dispostos
2a = 38 conforme figura a seguir:
a = 19
Logo, a = 19.

Teorema das divisões sucessivas


Se P(x) é divisível por (x – a) e o quociente dessa divisão
é divisível por (x – b), temos:
Passo 2: Encontrar u: u é a raiz de D(x) e a1, a2, …. an – 1
são os coeficientes e an o termo independente de P(x).
Passo 3: Reescrever o primeiro coeficiente (a1) na linha
de baixo.
Passo 4: Multiplicar a1 por u e somar com o segundo
coeficiente(a2).
Podemos reescrever os polinômios da seguinte forma:
Passo 5: O resultado do Passo 4 será deve ser colocado
abaixo de a2, conforme figura.
então:
Repetir os passos 2 à 5 até acabarem os coeficientes.

Exemplos:
Portanto, P(x) é divisível por (x – a)(x – b).
Encontre o quociente e resto da divisão de P(x) por D(x):
Exemplos P(x) = 5x3 – 2x2 + 3x – 1
A) P(x) = x – 6x + 11x – 6 é divisível por x – 1,
3 2
D(x) = x – 2
com quociente Q1(x) = x² −5x + 6 divisível por x
– 2 e resto x – 3. Desta forma, podemos escrever Passo 1: raiz de D(x) → x = 2
P(x) = (x – 1)(x – 2)(x – 3) Passo 2:
Verificando:
(x – 1)(x – 2)(x – 3)= (x2 – 3x + 2)(x – 3)
Passo 3:
= x3 – 3x2 – 3x2 + 9x + 2x – 6
= x3 – 6x2 + 11x – 6

Passos 4 e 5:
B) Vamos determinar os valores de a e b para que o
polinômio P(x) = x3 + ax2 + bx + 20 seja divisível
por (x + 1)(x – 4).

1069
Matemática

Repetindo... 5. (ESPCEX – 2015) Sendo R a maior das raízes da


11x + 6
equação , então o valor de 2R-2 é
x −4
A) 2
B) 4
C) 6
D) 8
Como resultado temos a linha 5, 8, 19 e 37 que gera o E) 10
polinômio resultante da divisão de 5x3 – 2x2 + 3x – 1 por x – 2
que é 5x2 + 8x + 19 e resto 37. Gabarito
Encontre o quociente e resto da divisão de P(x) por D(x): 1. D
P(x) = 3x4 + 5x3 – 11x2 + 2x – 3 2. A
D(x) = x + 3 3. E
4. C
5. E

Resultado: Q(x) = 3x3 – 4x2 + x – 1, e R(x) = 0

Exercícios
1. (Espcex (Aman) – 2018) Determine o valor numérico do
polinômio p(x) = x4 + 4x3 + 6x2 + 4x + 2017 para x = 89.
A) 53 213 009.
B) 57 138 236.
C) 61 342 008.
D) 65 612 016.
E) 67 302 100.

2. (ESPCEX – 2015) Considere os polinômios


p(x) = x80 + 3x79 – x2 – x – 1 e b(x) = x2 + 2x – 3. Sendo
 1
r(x) o resto da divisão de p(x) por b(x), o valor de  
é igual a 2

5
A) 0 C) 1 E)
2
1 D) 2
B)
2

3. (ESPCEX – 2015) Considere o polinômio p(x) = x6 –


2x5 + 2x4 – 4x3 + x2 – 2x. Sobre as raízes de p(x) = 0,
podemos afirmar que
A) quatro raízes são reais distintas.
B) quatro raízes são reais, sendo duas iguais.
C) apenas uma raiz é real.
D) apenas duas raízes são reais e iguais.
E) apenas duas raízes são reais distintas.

4. (ESPCEX – 2015)
3!(x − 1)! 182(x − 2)! − x !
A solução da equação = é
um número natural 4(x − 3)! 2(x − 2)!

A) maior que nove.


B) ímpar.
C) cubo perfeito.
D) divisível por cinco.
E) múltiplo de três.

1070
Matemática

numérico da função no ponto. “Não haverá problemas com o domínio da função”.

• O limite de frações algébricas deve ser calculado observando-se o domínio da função (o denominador da fração não pode
ser nulo). Devemos verificar se é possível simplificar a fração, “eliminando” o termo que “anula” o denominador.

x 2 − 6x + 9 (x − 3)2
lim = lim = lim x −=
3 0
x →3 x −3 x → 3 (x − 3) x →3

3x 2 − x − 2 (x − 1)(3x + 2) 3x + 2 5
lim = lim = lim =
x → 1 2x 2 − x − 1 x → 1 (x − 1)(2x + 1) x → x 2x + 1 3

• O limite de frações que contenham em seus termos adições ou subtrações raiz quadrada pode ser calculado multiplicando-
-se o numerador e o denominador da função pelo “conjugado” do termo que contém a raiz.

lim
2x − x + 1
= lim
( 2x − x + 1)
.
( 2x + x + 1)
= lim
(x − 1)
= =
1 2
x →1 x −1 x →1 x −1 ( 2x + x + 1)x → 1 (x − 1) 2x + x + 1) 2 2 4

• Limite de frações que contenham raiz com índice diferente de 2.

Obs: para a solução do exercício foi necessário conhecer a identidade


3
(a3 – b3 = (a – b) (a2 + ab + b2) associando-a como possibilidade de eliminação do radical do termo 3
3x − 5 − 13

Limites no infinito
1
Considere a função f(x)= . O Gráfico desta função encontra-se representado a seguir.
x

Verifique que

1
lim = 0 Quando x tende para o infinito positivo o valor da função tende para zero
x →∞ x
1
lim = 0 Quando x tende para o infinito negativo o valor da função tende para zero
x →−∞ x

1
lim = ∞ Quando x tende para zero pela direita o valor da função tende para o infinito positivo
x → 0+ x

1
lim = −∞ Quando x tende para zero pela esquerda o valor da função tende para o infinito negativo
x → 0− x

Observe que não existe o limite para x=0, pois os limites laterais são diferentes.

1072
Limite de uma função

Situações como a anterior representam o estudo de limites no infinito. Vejamos alguns exemplos:
Caso 1: Limites que vão para o infinito

cos x 1
A) xlim
→ 0− x2
= lim cosx 2 = +∞
x →0 x

senx 2 senx 2 1
B) lim 4
= lim = +∞
x → 0− x x → 0 x2 x2

C) lim x3 − 1 1 1 2
= lim (x + x + 1 = −∞
x → 1− x − 2x + 1 x →1 x − 1 x 2
2

Observe que x3 − 1 (x − 1)(x 2 + x + 1)


2
=
x − 2x + 1 (x − 1)2

Caso 2: limites quando x tende para o infinito


A estratégia para calcular limites no infinito de uma função racional consiste em colocar em considerar apenas o termo
com a mais alta potência de x no denominador e numerador. Afinal, este será o termo que decisivo para o valor para o qual
a função tende.

x5 + x4 + 1 1 x5 1
A) lim Pois tende para quando x tende para ∞
x →+∞ 2x 5 + x + 1 2 2x 5 2
x 3 + 3x − 1 x3
B) lim = + ∞ Pois tende para + ∞ quando x tende para ∞
x →+∞ 2x 2 + x + 1 2x 2

x 3 + 3x 2 + 1 x3
C) lim = + ∞ Pois tende para + ∞ quando x tende para -∞
x →−∞ 1 − 2x 2 −2x 2

Limites fundamentais
O primeiro passo ao resolver exercícios de limites é sempre
Exemplos:
aplicarmos o limite direto, contudo, muitas vezes chegamos
a uma indeterminação. A) lim x 0
= , é uma indeterminação.
x →0 senx 0
No estudo dos limites uma indeterminação indica uma
x 1 1 x
situação em que não se pode concluir uma resposta para lim
= lim = = 1 logo lim = 1
x → 0 senx x → 0 senx senx x → 0 senx
o limite. Constituem-se como situação de indeterminação: lim
x x →0 x
0  ±∞ 
 ;  ; (0).( ± ∞ ); (∞ – ∞ ); (0 ); (∞ ); (1∞ )
0  ±∞ 
sen 4x 0 sen 4x sen y
Sempre que, ao resolvemos um limite, chegarmos a um B) lim = → lim 4. 4. lim
= 4.1 =
= 4
x →0 x 0 x →∞ 4x y →0 y
desses casos buscaremos algumas alternativas para mani-
sen x
pular a expressão e superar a indeterminação. tgx 0 tgx sen x 1
C) lim = → lim lim
= cos x =
lim . =
Os limites fundamentais, descritos a seguir, auxiliam no x →0 x 0 x →0 x x →0 x x → 0 cos x x

processo de retirada da indeterminação. 4 4


4x
 x
  x

D) lim  1 + 1  = lim  1 + 1   =  lim  1 + 1   = e 4
sen(x ) x →+∞
 x x →+∞
 x 
x →+∞ x      
A) lim =1
x →0 x −12
 3
4x
 3 
4( −3t )
 1
−12t
  1 
t

x E) xlim  1−  = lim  1 −  = lim  1 +  = lim  1 +   e −12


 1 →−∞
 x t →∞
 −3t  t →+∞
 t 
t →∞
 t  
B) xlim  1+  =e
→±∞
 3 

ax − 1
C) lim = 1na
x →0 xx

1073
Matemática

Exercícios 5. (Esc. Naval – 2015) No limite


1. (Efomm – 2018) Os valores de A, sabendo-se que a fun-
o valor de a pode ser determinado para que tal limite
ção abaixo é contínua para todos os valores de x, será
exista. Nesse caso, o valor do limite é
A 2 x − A, x ≥ 3
f (x ) = 
 4, x<3 A)
1
A) 1 ou −
2 B)
B) 1 ou –2
C) 2 ou 4 C)
D) 2 ou 3
4 D)
4
E) –1 ou
3
E) 0

2. (Efomm – 2017) Para que a função seja Gabarito


 5x3 − 10x2
 ,x ≠ 2 1. E
f (x ) =  x −2 contínua, para todo valor de
 k, x = 2 2. C
3. B
x, qual será o valor de k? 4. B
A) 2 5. D
B) 10
C) 20
D) 40
E) 50

3. (Esc. Naval – 2017) Sejam g e f funções reais,


determine a área da região limitada pelo eixo

y, por e pela assíntota de

e assinale a opção correta.

A)

B)

C) 7

D)

E) 9

4. (Efomm – 2016) O valor de é:


A) 1

B)

C)

D)

E) 2

1074
Capítulo 21

Derivadas
A derivada de uma função f(x) em relação à variável x é Derivada da adi-
definida como a taxa de variação de f(x) à medida que x varia. ( f( x ) ± g( x ))' =f '( x ) ± g'( x )
ção/subtração:
No ponto x = x0 a derivada é dada por
Derivada do
f( x 0 + ∆x ) − f( x 0 ) ( f( x=)g( x ))' f '( x ) g(x) + f(x)g'( x )
f '( x o ) = lim produto:
x →0 ∆x
Derivada do '
 f( x )  f '(x) g(x) − f(x) g'(x)
A derivada da função f(x) pode ser representada por uma quociente:   =
das seguintes formas:  g( x )  g2( x )
df dy
y’ = f’(x) = = Derivada da
dx dx função composta
f(g(x))' = f'(g(x)).g'(x)
Na sequência apresentamos as regras básicas para a ob- (Regra da
tenção direta da derivada de uma função. cadeia):
Função f(x) Derivada f’(x) Derivada da 1
( f −1 ( y ))' =
f(x) = c (C)' = 0,C constante função inversa: f '( x )
f(x) = xn (xn)' = nxn-1
1 Exemplos:
( n x )' =
f(x) = n
x n −1
n⋅ (x)
n
Obtenha as derivadas das funções:
f(x) = e x
(e )' = e
x x A) y = x5 ⇒ y’ = 5 x5-1 = 5x4
f(x) = ax (ax)' = (ln(a))ax B) y = 2x4 ⇒ y’ = 2 4x4-1 = 8x3
1 x 2
1 1
f(x) = ln(x) (ln(x))' = C) y=− ⇒y = − x3 ⇒ y = − .3 x 2 = −x 2
x 3 3 3
1 1 1
f(x) = loga x (loga(x))' = D) y == x −1 ⇒ y ' = −1x −1−1 =
−x −2 =− 2
x(ln( a)) x x
f(x) = sen(x) (sen(x))' = cos(x) 1 2
E) y =2 = x −2 ⇒ y ' = −2 x −3 =− 3
f(x) = cos(x) (cos(x))' = -sen(x) x x
f(x) = tg(x) (tg(x))' = sec2 (x) 1
F) y = 5 x ⇒ y' =
f(x) = sec(x) (sec(x))' = sec(x) tg(x) 55 x4
f(x) = cot(x) (cotg(x))' = -cossec2 (x) 8 2
G) 8 4 x ⇒ y=' =
f(x) = cossec(x) (cossec(x))' = - cotg(x) cossec(x) 4
4 x 3 4
x3
1
f(x) = arcsen x (arcsen x)' = H) y = 3x2 + 5x + 4 ⇒ y’ = (3x2 + 5x + 4)’
1−x2 y’ = (3x2)’+ (5x)’ + (4)’ = 6x + 5 + 0 = 6x + 5
1
f(x) = arccos x (arccos x)' = − I) y = 3x2 - 5x ⇒ y’ = (3x2 - 5x)’
1−x2
y’ = (3x2)’- (5x)’ = 6x – 5
1
f(x) = arctg x (arctg x)' =
1+ x2 M) y = (2x - 3) ⋅ (x2 + 5)

1 y' = (2x - 3) ⋅ (x2 + 5) + (2x - 3) ⋅ (x2 + 5)


f(x) = arccotg x (arccotg x)' = −
1+ x2 y' = 2 ⋅ (x2 + 5) + (2x - 3) ⋅ 2x

1 y' = 2x2 + 10 + 4x2 - 6x


f(x) = arcsec x (arcsec x)' = y' = 6x2 - 6x + 10
x x 2 −1
1 (1)' ⋅ x −1 ⋅ (x)' 0 −1 1
1 N) y =⇒ y ' = =2 = − 2
f(x) = arccossec x (arccossec x)' = − x x2 x x
x x 2 −1
O) 1+ x2 (1 + x 2 )'(1 − x ) − (1 + x 2 )(1 − x)'
Vejamos também algumas propriedades de limites que irão y
= ⇒ y=
'
1−x (1 − x ) 2
facilitar o entendimento dos cálculos realizados para a obten-
2 x(1 − x ) − (1 + x 2 )( −1) 2 x − 2 x 2 +1 + x 2 1 + 2 x − x 2
ção da derivada de funções formadas pela adição, subtração,  
= y' = =
(1 − x ) 2 (1 − x ) 2 (1 − x ) 2
produto e quociente de outras funções.

1075
Derivadas

3 2 Solução:
⇒ A(x) = 225x − x 1 3
4 f( x ) = x − 2 x 2 + 3 x +1
Note que A(x) é uma função do 2º grau com concavidade 3
voltado para baixo, assim, seu ponto de máximo pode ser f '( x ) = x 2 − 4x + 3
determinado tanto pela fórmula: f ''( x=
) 2x − 4
b f '( x ) = 0 ⇒ x 2 − 4x + 3 = 0
Vx = −
2a
As raizes de f’(x) são
Como por meio da derivada.
A'(x) = 0 x = 1

3  x = 3
⇒ 225 - 2  x
4  Verificando o sinal da derivada segunda em x = 1 e x = 3
⇒ x = 150
temos:
Ou seja, a maior área cercada possível é de A(150) =
f''(1) = 2.1 -4 = -2 < 0
16.875m2.
f''(3) = 2.3 -4 = 2 > 0
Exemplo 2:
De acordo com o teorema anterior em x = 1 teremos um
Ache a área do maior retângulo tendo dois vértices no eixo x e máximo relativo e em x = 3 teremos um mínimo relativo. Logo
dois outros vértices sobre a parábola y = 9 - x2 acima do eixo x. podemos dizer que x = 1 é abscissa de ponto máximo e x = 3 é
Solução: abscissa de ponto mínimo.
A situação é representada com a imagem a seguir:
Regra de L’Hospital
Podemos também utilizar a derivada de funções para o
cálculo do limite de uma função escrita como o quociente de
outras funções. Esta aplicação é conhecida como regra de
L’Hospital.
A área do retângulo é dada por Sejam f e g funções diferenciáveis em um intervalo aberto
A(x,y) = 2xy com x ∈ (0, 3) e y ∈ (0, 9) I, exceto possivelmente, em um ponto a ∈ I. Suponha que
Como os vértices estão sob a parábola y = 9 - x2 então g'(x) ≠ 0 para todo x ≠ a em I.
f '( x ) f( x ) f '( x )
( i ) Se lim
= f( x ) lim
= g( x ) 0 e lim= L, então lim
= lim = L.
A(x,y) = 2x(9 - x2) x →a x →a x →a g'( x ) x →a g( x ) x →a g'( x )

⇒ A(x) = 18x - 2x3 ( ii ) Se lim f( x ) = lim g( x ) = ±∞ e lim


f '( x )
= L, então lim
f( x )
= lim
f '( x )
= L.
x →a x →a x →a g'( x ) x →a g( x ) x →a g'( x )

Cujo máximo ocorre para x = 3.


Observação: Esta regra também é válida para limites
A'(x) = 0
laterais e no infinito (x → ∞).
⇒ 18 - 6x2 = 0
Exemplos:
⇒x= ± 3 .
sen( x ) cos( x )
Como x é uma medida não pode ser negativo, logo a = 1
= lim
A) lim
solução ocorre para x = 3 . Assim, a maior área possível
x →0 x x →0 1
é de 12 3 m2. a x −1 a x1na
= 1na
= lim
B) lim
A'( 3 ) = 18 3 - 2( 3 )3 x →0 x x →0 1
= 3 (18 - 2 ⋅ 3)
e x −1 ex ex ex
= 12 3 C) lim 3
= lim 2
= lim = lim = +∞
x →+∞ x + 4x x →+∞ 3 x + 4 x →+∞ 6 x x →+∞ 6

Máximos e mínimos relativos


Teorema Exercícios
Se f(x) é uma função derivável em um intervalo ]a, b[ tal
1. (Efomm – 2018) Seja C ={a1, a2, a3, ..., an} com a1 ≥ a2
que f’(x0) = 0, então:
≥ a3 ≥ ... ≥ an, o conjunto das n raízes da equação:
* Se f” (x0) > 0, então x0 é abscissa de ponto de mínimo
relativo 1 d 5
⋅ ( x3 − 4 ) + =−4 ( x + 1) + 4x
( x − 2)
−1
3 dx
* Se f” (x0) < 0, então x0 é abscissa de ponto de máximo
relativo
Determine o valor de a1n + a2n + a3n + ... + ann.
Exemplo: A) –5
Determine os pontos de máximo e mínimo relativo, se B) 7
existir, da função
C) 25
1 3 D) 36
f( x ) = x − 2 x 2 + 3 x +1
3 E) 37

1077
Matemática

2. (Efomm – 2018) A equação da reta tangente ao gráfico 1 no ponto  1  será


f (x ) =  5, 
x  5

A) 25y + x – 10 = 0.
B) 10y – x + 7 = 0.
C) 7y + 2x – 2 = 0.
D) 10y + x – 10 = 0.
E) 5y + x – 10 = 0.

3. (Efomm – 2017) A equação da reta tangente ao gráfico da função f(x) = 5senx no ponto x = 0 é:
A) y = (n5) x+1
B) y = (–n5) x–1
C) y = 5x + 1
D) y = x + 1
E) y = –x + 1

4. (Esc. Naval – 2017) Seja f(x) = x + n(x), x > 0. Sabendo que f admite função inversa g, calcule g''(1) e assinale a opção
correta.

A)

B)

C)

D)

E)

5. (Esc. Naval – 2017) Sejam A, B, C, D e X pontos do . Considere o tetraedro ABCD e a função real f, dada por

. Sabendo que o número real m é o valor para que pertença ao plano BCD,

calcule f'(-m) e assinale a opção correta.

A)

B)

C)

D)

E)

Gabarito
1. E
2. A
3. A
4. D
5. C

1078
Capítulo 22

Integrais
Dada uma função, como por exemplo, a função f(x) = 3x2,
ao derivarmos f(x) obtemos f’(x) = 6x. Se f’(x) = 6x, podemos
afirmar que f(x)= 3x2, pois .O
processo que determina a função original (Primitiva) a partir
de sua derivada e recebe o nome de antiderivação, sendo que
F(x) representa a antiderivada de f(x).
Observe que, se F(x) é uma antiderivada de f(x), então F(x)+
C também o é, onde C é uma Constante de Integração.

Exemplo:
Além das fórmulas anteriores, como consequência das
são antiderivadas de 4x , a derivada de
3 propriedades conhecidas para as derivadas, temos que para
cada uma delas é 4x3. as funções f(x) e g(x) vale:

O processo de antiderivação, também chamado de Integra-


ção, fornece uma família de funções que se diferenciam por
uma constante. O símbolo (Integral Indefinida), indica
uma família de antiderivadas de f(x), ou seja:

sendo:
• C uma constante arbitrária, Exemplos:
• o símbolo de integral A)
• dx o diferencial
• f(x) o integrando B)
A diferenciação é o inverso da
integração. C)
A integração é o inverso da dife-
renciação.
D)
Exemplos:
Obtenha a integral E)
A)
B)
F)

C)
Podemos verificar se o resultado está correto derivando-o
Conhecer algumas integrais imediatas facilita a obtenção
para obter o integrando.
da antiderivada de funções:
sendo k uma constante Método da mudança de variável
para integração
Nem sempre a simples identificação das funções permite
fazer a substituição mentalmente muitas vezes é necessário
realizar a substituição de variável:
Se u = g(x),
escrevemos du = g’(x) dx a
Resolvemos a integral obtida

∫ f(g(x )).g '(x )dx


= ∫ f(u)=
du F(u) + C

Retornamos com a sentença que foi substituída

1079
Matemática

Exemplos:
I)
Calcular

Fazendo x2 + 1 = u, temos du = 2x dx

Áreas e Integral Definida


pois , com n ≠ - 1 Podemos determinar a área de regiões simples como po-
lígonos e círculos usando fórmulas geométricas conhecidas.
Para as regiões que não possuem uma forma geométrica
B) . padrão, podemos utilizar o conceito de Integral Definida
para obter a área da região delimitada pelo gráfico de f(x),
pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b:

 a = Limite inferior de integração


, com 
C)  b = Limite superior de integração

Geometricamente, a área sob a curva corresponde ao


valor da integral calculada em um intervalo.

D)

substituição de variável

E)

Propriedades das Integrais


Definidas
; k : cte
F)

; a<c<b

G)

Exemplos:

A)

H)
B)

1080
Integrais

Caso 3 - Área da figura plana limitada pelos gráficos de


C) f(x) e g(x), pelas retas x = a, x = b, sendo f(x) e g(x) contínuas
em [a,b] e f(x) ≥ g(x), 6x ∈ [a,b].

D)

E)

Exemplo:
Cálculo de áreas usando integrais A) Qual a área da região limitada pelas curvas y = x² – 1
e y = x + 1.
Caso 1: Área limitada por f(x), x = a, x = b e o eixo x, sendo
f(x) contínua e f(x) ≥ 0, 6x ∈ [a,b]

As curvas interceptam-
-se nos pontos de
abscissa -1 e 2.

Exemplo:
No intervalo [-1,2], x + 1 ≥ x² - 1. Logo,
Calcule a área sob a curva y = x2, no intervalo [2,3].

B) Encontre a área da figura plana delimitada pelas retas


1
y = 2x, y = 3 - x e y = x
2

Caso 2: Área limitada por f(x), x = a, x = b e o eixo x, sendo


f(x) é contínua e f(x) ≤ 0, 6x ∈ [a,b].
Numericamente, o resultado será negativo, então tome o

módulo da integral

Para se encontrar as coordenadas do ponto P devemos


ter 2x = 3 - x, ou seja x = 1 e assim, y = 2.
Exemplo: Para se encontrar as coordenadas do ponto Q devemos
1
Obtenha a área limitada pela curva y = x2 - 4x, o eixo x, e ter x = 3 - x, ou seja x = 2 e assim, y = 1.
2
as retas x = 1 e x = 3.

1081
Matemática

4. (Espm – 2017) Sendo n um número natural e k um


Exercícios número real, define-se como derivada da função po-
linomial y = k⋅xn, a função y' = n⋅k⋅xn-1. Por exemplo,
1. (Efomm – 2018) A área de uma figura plana é dada pelo
b a derivada da função y = 2x3 é a função y' = 6x2. O
cálculo da integral A = ∫a g ( x ) − h ( x )d ( x ) onde g(x) é a processo inverso é o que se denomina integral. Então,
função que limita a figura superiormente, h(x) limita a
podemos dizer que uma integral da função y' = 6x2 é
figura inferiormente e os valores a, b ∈  representam
a função y = 2x3.
o início e o fim da figura em relação ao eixo x do plano
cartesiano. Com isso, determine a área hachurada De acordo com o exposto, na integral da função y' =
abaixo, definida superiormente por uma parábola e 10x4, a soma dos números n e k será igual a:
inferiormente por uma reta. A) 8
B) 5
C) 6
D) 7
E) 9

5. (Efomm – 2017) Seja g(x) = 4 -cosx e f'(x) = 4x - e2x.


Sabendo-se que f(0) = g(0), determine f(x).
A) f(x) = 3 - 2x

B)

C)
D) f(x) = e2x - x2 + 2
E) f(x) = e2x + senx - 3

Gabarito
1. B 2. A 3. B 4. D 5. B
A) 42,7
B) 4913
162
C) 27
D) 21
E) 46π
7

2. (Efomm – 2017) Calcule a integral indefinida

∫ tgx ⋅ (1 + ( senx ⋅ sec x ) )dx


2

2
A) sec x + c
2
B) tgx . secx + 2x + c
C) cosx + 2 senx – secx + c
D) 2 cos x − sen2x + c
3
2
E) cos x
+c
2

3. (Efomm 2017) Seja g(x) = 4 – cosx e f’(x) = 4x – e2x.


Sabendo-se que f(0) = g(0), determine f(x).
A) f(x) = 3 – 2x
1 2x 7
B) f(x ) =2x 2 − e +
2 2
2
C) f(x ) = e −2x − 6x −
3
D) f(x) = e2x – x2 + 2
E) f(x) = e2x + senx – 3

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