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Tema 1.

1 - A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO OU FOGO DE PROMETEU

Inteligência - Humana e Artificial

A inteligência é, geralmente, entendida como um conjunto de competências


que os seres humanos possuem, as quais se revelam fundamentais ao longo
da sua existência, pois garantem-lhes a sua sobrevivência e adaptação ao
meio.

Neste sentido, a inteligência pode definir-se como a «aptidão para


compreender as relações que existem entre os
elementos de uma situação e para a eles se
adaptar, a fim de realizar os próprios objetivos».

A inteligência é um dos atributos do homem mais


valorizados socialmente; daí que as definições
que os indivíduos, em geral, dão de inteligência
sejam mais abrangentes do que as dos
especialistas, associando à inteligência a
criatividade, a personalidade, o carácter, a motivação, as emoções, etc.

Outra abordagem importante para a compreensão do conceito de inteligência é


a que se baseia numa avaliação da inteligência presumivelmente objetiva -
através de testes. Assim, nesta forma mais restrita de estudar a inteligência,
esta é medida através de testes psicométricos, designados por testes de
Quociente de Inteligência (Ql).

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Pode-se considerar que existem diversos tipos de inteligência:

_ A inteligência abstrata ou concetual, ou seja, a


capacidade para utilizar material verbal e
simbólico;
_ A inteligência prática, relacionada com a
manipulação de objetos;
_ A inteligência social, ou seja, a capacidade de
relacionamento social.

Mas não só as formas de inteligência são diferentes, também os níveis de


inteligência não são idênticos em todos os homens. Na origem dessa
diferenciação poderão estar fatores de ordem hereditária, mas principalmente
fatores sociais, associados às suas trajetórias pessoais ou aos meios
socioculturais donde provêm.

Mas será o homem o único ser


inteligente?

Se considerarmos todas as formas de inteligência, de facto os homens são os


únicos seres inteligentes, pois a inteligência animal não assume a forma
abstrata ou concetual. Contudo, a inteligência animal contempla a resolução de
problemas.

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Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) é em simultâneo:

_ Uma ciência que procura conhecer a


inteligência, recorrendo às capacidades de
processamento de símbolos da computação com
o objetivo de encontrar métodos genéricos para
automatizar atividades percetivas, cognitivas e
manipulativas;
_ Um ramo da engenharia que procura construir
instrumentos para apoiar a inteligência humana.

O seu grande objetivo é promover uma revolução tecnológica, ou seja,


automatizar as faculdades mentais por via da sua implementação em
computadores.

Para atingir esses objetivos, a IA procura perceber


o modo como os seres humanos pensam, de modo
a conseguir modelizar esse pensamento em
processos computacionais. Ora, é este aspeto que
distingue a IA dos outros campos de saber: coloca
a ênfase na elaboração de teorias e modelos da
inteligência como programas de computador.

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Esta área de pesquisa é muito recente, teve o seu início após a Segunda
Guerra Mundial, em 1956, com pioneiros como Allen Newell e Herbert Simon,
que fundaram o primeiro laboratório de inteligência artificial na Universidade de
Carnegie Mellon, e McCarty e Marvin Minsky, que fundaram o laboratório do
MIT em 1959.

Instituto de Tecnologia de
Massachusetts

Universidade Carnegie
Mellon

Atualmente, das principais áreas de estudos da IA destacam-se as seguintes:

_ Resolução de problemas (métodos de procura e jogos);


_ Representação de conhecimento e raciocínio (bases de conhecimento, lógica
e inferência, restrições, incerteza e métodos de decisão);
_ Planeamento de ações (distribuição e organização);
_ Aprendizagem (indução, redes neuronais e algoritmos genéticos);
_ Comunicação (linguagem natural, escrita e falada);
_ Perceção e ação (robótica).

Apesar de se afirmar que os sistemas IA, «sem pretender imitar os humanos


ou animais», podem inspirar-se neles, «são os que pensam e agem de forma
racional e se modelam e implementam em termos computacionais.
Computador, redes, robôs, e hardware informático especializado permitem
executar os algoritmos, perceções e ações necessárias.»

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Continuam a ter pertinência algumas questões que se colocaram e colocam
desde os primeiros anos de IA:

_ Será que os computadores são realmente capazes de

aprender?

_ Será que as máquinas são inteligentes e capazes de


raciocinar?

IA em Portugal

Os primeiros passos da IA em Portugal são dados em 1973 com Hélder


Coelho, Luís Moniz Pereira e Fernando Pereira no LNEC (Laboratório Nacional
de Engenharia Civil).

Em junho do ano seguinte, é


criada uma Divisão de
Informática no LNEC, orientada
para projetos de investigação e
desenvolvimento nas ciências
da computação.

Em anexo à proposta de criação desta nova área de investigação no LNEC


estava a proposta de criação de um grupo de aplicações de I.A. (G.A.I.A.), o
qual só seria formalmente criado em 1988.

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Hoje em dia, I.A. em Portugal conta com diversos núcleos de investigação nas
principais Universidades portuguesas e com programas em termos de mercado
europeu, estando organizada em torno:

_ APPIA - Associação Portuguesa Para a Inteligência Artificial


(http://www.appia.pt/);

_ LIACC - Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores da


Universidade do Porto (http://www.ncc.up.pt/liacc/index.html), que suporta o
Mestrado em Inteligência Artificial e Computação
(http://www.liacc.up.pt/mestrados/);

_ CENTRIA - Centro de Inteligência Artificial da Universidade Nova de Lisboa


(http: //centria.f ct.unl.pt/).

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