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IDENTIFICAÇÃO
2. FICHA TÉCNICA
2. APRESENTAÇÃO
A dança para os afro-descendentes tem uma função religiosa e profana, através do canto e da dança
coletiva, os negros mantiveram sua cultura, união e identidade, de expressões esteticamente ricas e
complexas.
Um dos aspectos mais importantes a ser notado na dança afro-brasileira é que ela é uníssona,
coletiva, portanto (afuxé, rodas de samba, capoeira, escolas de samba, candomblé, etc.). Isto é
uma herança dos quilombos onde a dança/canto tinha a função de unir para formar força, melodias
eram adaptadas para se adequarem a situações adversas e camufladoras, em códigos rítmicos e
estratégia de guerra; o canto coletivo tinha o efeito de fazer com que todos entendessem as mesmas
coisas a partir de uma idéia.
A importância da dança afro é tão grande, que a mesma adquire status nas comunidades,
integrando-se à vida e as atividades diárias, músicas cantantes, instrumentais e dançantes são,
geralmente, inseparáveis do trabalho do afro-descendentes.
Danças, cânticos e ritmos de influência afro-brasileira (expressões urbanas dos grandes centros),
que estão em constantes transformações, diluições e re-transformações através da “indústria
cultural”, interna e externa; internas são: o axé music, forrós, maracatus, trios elétricos de Recife,
etc.
As expressões de influência afro externas, são: o reggae, break, funk e mais uma infinidade de
títulos no idioma inglês que nomeiam os chamados sons das gangues dos agrupamentos afro norte
americanos. Tudo isso é muito importante, porque significa para os afro-descendentes do mundo
inteiro a reflexão em torno das suas origens africanas.
O afuxé tem origem semelhante á do maracatu, com base africana, com traços sagrados, seria o
sagrado participando do profano no carnaval, porque o afuxé é uma obrigação religiosa que os
membros dos candomblés, principalmente os de origem jejos-nagôs, terão que cumprir, cuja saída
no período momístico será feita “nem que seja por perto do terreiro”.
Trajes de cetins e arminhos em profusão, negras de penachos empunhando arco e flecha, de mistura
com as filhinhas de santos na sua indumentária, típicas saias rodadas e brancas, blusas rendadas,
panos de costa, turbantes, colares e contas. Conduzem cinco símbolos sagrados: o estandarte
vermelho onde recebem as espórtulas (notas em cruzeiros) que ali vão sendo pregadas com
alfinetes; Babalotim (boneca negra nagô com um colar de contas brancas, muito bem vistas). Esta
boneca é importante para o afoxé.
O grupo Afro Bèré, Associação Cultural Casa do Rei, o Ile Axé, Adjebowaba (Casa de Orixá),
Instituições de movimentos sócio-culturais com repercussão em divulgar e desenvolver as culturas
afro-brasileiras, gerando novos comportamentos e formas próprias de expressão.
3.OBJETIVOS
A iniciativa em fundar um bloco de afoxé trazendo uma proposta estética inédita em Fortaleza, com
roupa cabelos e com ritmo inovador, responsável pelo advento de uma nova musicalidade das
nações africanas, para levar as ruas durante o carnaval com temas da historia do Brasil e do povo
negro.
4. JUSTIFICATIVA
Vemos que ao longo da história do nosso país sobressaiu um evidente descaso para com a melhoria
de vida e inclusão social do segmento afro descendente. Essa negligência encontrou eco na
propalada democracia racial, no discurso de “aprofundado grau de miscigenação” de nosso povo de
modo a não ser salutar os estudos das desigualdades raciais. Consequentemente tivemos a não
efetivação de medidas econômicas e sociais de combate à exclusão social dos afro-descendentes,
numa situação complicada de tolhimento do processo de mobilidade social.
O presente projeto da “Afuxé Epa Hei”, têm a proposta de um trabalho sócio-educativo a ser
desenvolvido pelos Grupos Afro Bérè e Casa do Rei na cidade de Fortaleza. Vale ressaltar que
contará com uma equipe técnica formada em produção de dança, no período de 4(Quatro) meses.
Acrescido a este trabalho sócio-educativo, a formação profissional em dança servirá como parte
significativa no que garante a complementaridade nas apresentações de espetáculos artísticos
culturais. Este trabalho tem como objetivo preservar as raízes africanas, para promover a dignidade
sociocultural dos afro-descendentes.
Os resultados destas técnicas serão apresentados em seminários, feiras, exposições, shows, etc.
Esses eventos são para socializar e divulgar as raízes da cultura afro-brasileira, não só no Estado,
mas a nível nacional e internacional.
Técnicas essas que tem como finalidade gerar renda nas áreas das artes, educação, turismo e lazer.
O trabalho vem no sentido de captar a potencialidade dos afro-descendentes.
O Grupo Afro Bérè foi criado em 22 de fevereiro de 2000, em homenagem às mulheres que
defenderam com dignidade e coragem a liberdade no Quilombo de Palmares. O Afro Bérè entende a
premente urgência de transformar a realidade de injustiça social em que se encontra, hoje, o povo
brasileiro, o povo pobre, índio, e negro.
Afro Bérè significa em Ioruba “Título de dignidade entre as mulheres”.
O Afro Bérè, como um grupo étnico, cultural, político social, tem como finalidade preservar as
raízes culturais e educativas, promovendo a valorização, dignidade e auto-estima da mulher que se
identifica com a comunidade afro, preparando-a para enfrentar o complexo problema de uma
sociedade multirracial.
Entende-se como um grupo de mulheres que trabalha para o reencontro de uma nova mulher, sem
medo e com a percepção de seu corpo, como meio de expressão, elo de amor entre os sons e os
movimentos do universo afro, facilitando a reapropriação dos símbolos culturais construtores da
identidade e, restabelecendo assim, o compromisso da negritude com o prazer de existir e ser feliz.
Esse trabalho de construção e resgate acontece através da estética, da música, dos rituais, da dança,
consciência e expressão corporal e principalmente com o conhecimento da história que a classe
dominante ocultou e tentou sepultar.
Desde fevereiro de 2000, quando recebeu a denominação jurídica, iniciou com ênfase na
divulgação da cultura afro brasileira, e vem produzindo trabalhos artísticos que se apresentaram
para Fundação Palmares no SESC de Iparana em Fortaleza, Universidade Federal, UECE, Teatro
José de Alencar, no Centro Cultural Dragão do Mar e Banco do Nordeste, com o show “Beleza
Negra, Ritmos de uma Cultura”, projeto aprovado pela Lei Jereissati, e apoio da COELCE, que vem
se acontecendo até hoje.
A Associação de Cultura Afro-Brasileira Casa do Rei foi fundada no ano 2000 por professores
da rede pública e privada do estado do Ceará preocupados com a situação sócio–econômica de seus
alunos situados na maioria no bairro Bom Sucesso e adjacências. O referido bairro conta com cerca
de 37 mil habitantes e tem sido considerado uma transição entre o Centro de Fortaleza e o bairro
Conjunto Ceará e com uma grande áreas considerada de risco nas extremidades do bairro cortado
por um rio chamado Maranguapinho, que exige atenção por parte do poder publico.
No trabalho da oficina procura-se fazer uma aproximação da dinâmica natural dos movimentos, na
expectativa de conscientizar a respeito do próprio corpo. Colocando-se em sintonia com estudos de
dança afro-contemporânea onde qualquer movimento é valorizado.
Procura-se, nos exercícios, acordar a musculatura adormecida para que seja utilizada de forma
expressiva, a critério do dançarino.
7.1-ETAPAS DE TRABALHO
Seleção de pessoal
Dinâmica de Grupo
-Utilização do Espaço
-Jogos de Observação
-Concentração
Coreografia:
-Expressão corporal
-Ritmos
-Criatividade e desinibição
-Estudo e Pesquisa de Estilo Coreográficos
-Pesquisa e construção de frases corporais
9. RECURSOS HUMANOS: