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CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTANO

UNIPAULISTANA
Curso de Psicologia

DESENVOLVIMENTO ATÍPICO
REDAÇÃO SOBRE O FILME:
O GAROTO SELVAGEM
“L'ENFANT SAUVAGE”

PATRÍCIA SOARES CARLETTI


RA 20710035

Campus Madre Cabrini – São Paulo


2020
Filme: O garoto selvagem

Um filme documentário que marca o registro de 1798, foi encontrado num


bosque do interior da França, na região de Aveyron, um garoto de uns 11, 12
anos, que aparentemente nunca havia tido contato com a civilização, não
falava uma palavra, parecia surdo, era arisco, ligeiro e bem esperto, andava
usando as mãos como patas dianteiras. Foi levado para uma instituição para
garotos surdos-mudos, deu-se muito mal lá sofrendo ataques de outros
garotos, sendo chacoteado por outros e até mesmo usado como forma de
atração o que lhe causava certa agitação.

Um dos cientistas da instituição, Jean Itard, teve um olhar diferenciado ao


entrar em contato como garoto e tomou para si a tarefa de cuidar do menino:
levou-o para sua casa, nos arredores de Paris, e, com o auxílio dedicado e
amoroso de sua governanta, Madame Guérin, cuidou de tentar ensinar ao
menino (cujo comportamento de quase animal), noções de como se comportar,
como entender as palavras, como reconhecer as coisas, como lidar com as
memórias, como compreender um sistema de valores morais.

O dr. Jean Itard ia registrando no papel toda a sua experiência com o garoto, a
quem deu o nome de Victor. O filme é um relato que parece propositadamente
seco, objetivo, estilo um documentário sobre uma experiência científica. Ajuda
bastante a criar esse clima a filmagem toda em preto-e-branco dando ainda
mais a idéia de um estudo do comportamento.

Outro grande destaque do filme, além da fotografia em preto e branco que


torna a obra ainda mais real, é a extraordinária atuação do garoto Victor - Jean-
Pierre Cargol no papel principal. É impressionante, é difícil de acreditar que
esse menino estivesse atuando. Ele parece mesmo um pequeno animal, um
macaco, movendo-se com uma rapidez impressionante como se tivesse
realmente quatro patas – e é de babar como ele vai passando por todas as
mudanças ao longo dos meses de convívio com o médico e sua governanta. A
forma como ele vai aprendendo a se comportar, a pedir o que deseja e
necessita de um jeito muito peculiar desenvolvido por ele juntamente com seus
tutores. Uma experiência que impressiona a leigos, estudantes, cientistas, pais,
educadores.

O filme traz ainda uma reflexão sobre o que faz da humanidade um ser


humanizado pois, não nos tornamos humanos por nós mesmos, precisamos de
outros seres humanos para que possamos desenvolver nossa humanidade.
Com o caso relatado no filme, podemos concluir que o ser humano não perde
sua dignidade essencial em virtude das situações penosas e humilhantes a que
foi exposto. A dignidade na vida, é fruto de atos humanos, que podem ser
ensinados e portanto, aprendidos. O que o Dr. Jean Itard e a Madame Guérin
fazem, é ensinar com paciência e coragem um ser se tornar humano e digno. O
garoto desperta os instintos de cuidados e eles acabam como que se tornando
uma família.

Compreender a essência humana e sua relação com a natureza, bem como o


papel do afeto, do cuidado e da educação no desenvolvimento do homem, é de
suma importância.

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