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Principais Autores :
www.researchautism.org
01/06/2005
Caros Educadores,
A educação é um assunto importante para todos os pais, e torna-se até mais crítica
quando a criança tem ASD. Conforme desenvolvemos o primeiro livro, “Educator’s
Guide to Autism,”, tornou-se claro que as questões enfrentadas pelas crianças com
autismo clássico na escola diferem significativamente daquelas experimentados pela
criança com a Síndrome de Asperger. Assim, decidimos separar os dois distúrbios
focalizando um livro inteiro em cada um. O livro “ Autismo, um Guia para
Educadores ” (The Educator’s Guide to Autism) foi distribuído para mais de 4.000
professores e famílias, e recebemos de volta feedbacks positivos de sua utilidade
nas salas de aula. A minha esperança é que este guia seja igualmente útil e
informativo.
A síndrome de Asperger apresenta miríades de desafios no ambiente da classe de
aula. Ela afeta o modo da criança pensar, sentir e comportar-se. Crianças com esta
desordem mostram lacunas significativas na habilidade cognitiva e social, as quais
podem gerar um impacto negativo nas relações com os colegas. Este guia designa-se
a dar aos professores e outros profissionais uma introdução da síndrome de
Asperger, algumas de suas características e diversas estratégias educativas que
podem ser usadas em classe de aula. Ele é pensado para servir como um ponto de
partida para o avanço no aprendizado; ele não tem a intenção de responder todas as
questões. Cada criança com a síndrome de Asperger é diferente; este livro ajuda a
reconhecer os desafios específicos enfrentados pela criança com a síndrome de
Asperger na sua classe, e também como preparar as aulas apropriadamente.
Somos bastante afortunados por poder trabalhar com a Dra. Brenda Myles, uma das
melhores especialistas da síndrome de Asperger, e gostaríamos de agradecer sua
equipe de estudantes graduados na Universidade de Kansas, seus colegas
profissionais e a ela mesma pelo tempo dedicado, voluntariamente, para escrever
este guia. Além da Dra. Myles e de sua equipe, também contamos com a
colaboração de Danya International para o design e layout do guia, e agradecemos a
eles por suas várias contribuições. Especiais agradecimentos vão para o pessoal do
OAR e para Sergio Visaggio, um parente voluntário, cujo insight e experiência
provou ser de inestimável valor durante a edição e revisão do guia. Eu também
gostaria de agradecer os parentes, professores, e outros que revisaram os esboços
preliminares do livro provendo feedbacks para melhorá-lo. Seus comentários
ajudaram a completar o conteúdo, tornando-o mais pessoal, prático e objetivo.
Obrigada por todo seu esforço.
Como pai de quatro crianças, duas delas com autismo, sei, de primeira mão, o
impacto que um professor pode ter na vida de seus alunos. A minha esperança é a
de que este guia os ajude a fazer uma diferença na vida de uma criança com a
síndrome de Asperger.
Sinceramente,
James M. Sack
Presidente
AGRADECIMENTOS
Conselho Científico
ÍNDICE REMISSIVO
INTRODUÇÃO.................................................. 1
HISTÓRICO ........................................................................ 5
O que é Síndrome de Asperger ?...................................................5
Com o que se parece a Síndrome de Asperger? .................................6
Quais são os desafios em classe de aula na Síndrome de Asperger ?.........7
Como a Síndrome de Asperger afeta uma criança ?............................ 8
ANEXOS ..............................................................................23
A: Anote as Necessidades Sensoriais..............................................25
B: Suporte Acadêmico e Ambiental................................................29
C: Informações para Trocar com os Parentes....................................45
D: Suportes Sociais ..................................................................51
E: IEP e Planejamento de Transição...............................................61
FONTES...............................................................................77
Fontes por tópicos....................................................................79
Fontes gerais..........................................................................81
REFERÊNCIAS ......................................................................85
INTRODUÇÃO
Como professor, você é responsável pela formação de jovens, você os prepara para
que eles tenham sucesso na vida adulta. Seus alunos podem vir de diferentes
histórias familiares e vão deixar sua classe seguindo diferentes futuros, mas agora
eles passam uma significativa parte de sua juventude com você. Depois dos pais e
dos parentes próximos, você tem a grande oportunidade e potencial para influenciar
suas vidas positivamente. Para fazer isso com sucesso, você precisa compreender e
ser capaz de ir ao encontro das necessidades dos alunos. Você já sabe que somando-
se à inteligência, paixão e entusiasmo, ensinar requer paciência, sensitividade e
criatividade. Ter uma criança com a síndrome de Asperger na sua classe representa
desafios singulares para você enquanto professor, mas também lhe dá a
oportunidade de aprender novos meios de ensinar aos jovens recursos acadêmicos e
sociais que os acompanharão por toda a vida.
A Síndrome de Asperger é um
A síndrome de Asperger foi identificada em 1940 pelo dos cinco distúrbios do espectrum
físico vienense Hans Asperger. Ele notou que quatro autista. As principais diferenças entre a
meninos, com inteligência e desenvolvimento da síndrome de Asperger e o autismo
linguagem normal, exibiam comportamentos se encontram nas áreas da linguagem e
semelhantes àqueles das crianças com autismo, tais da cognição. Crianças com a
como empobrecimento nas relações sociais, dificuldades síndrome de Asperger não tem atraso
na comunicação, e insistência na mesmice. Em 1944, no desenvolvimento da linguagem,
ele publicou uma nota descrevendo suas observações; as diferentemente das crianças com
pessoas no começo pensaram que o distúrbio era um autismo. Também, as crianças com a
tipo de autismo de alto funcionamento. Hoje já Síndrome de Asperger mostram uma
sabemos que a síndrome de Asperger é diferente do inteligência média ou acima da média.
autismo, apesar dos dois distúrbios existirem no mesmo Assim como para o autismo, não existe
espectrum e dividirem características similares. Em
1944, o termo “ Síndrome de Asperger” foi adicionado ao American Psychiatric
Association’s Diagnostic Manual of Mental Disorders, 4th Edition ( DSM-IV ) e existe
atualmente no DSM-IV Text Revision ( DSM-IV TR ) publicado em 2000.
O diagnóstico da síndrome de Asperger entre crianças está aumentando. Não está
claro se isto é devido, de fato, a mais crianças tendo a síndrome de Asperger ou se é
devido à desordem existente entre os profissionais da saúde. Estimativas sobre o
número de crianças com a síndrome de Asperger são amplamente discutidas. Por
exemplo, o DSM-IV TR relata que não existem dados de prevalência definitivos.
Outras fontes estimaram que ( as many as) tantas quanto 48 entre 10.000 crianças
podem ter a síndrome de Asperger.
Ter uma criança com a síndrome de Asperger na sua classe vai trazer um impacto no
ambiente educacional e social da aula. Crianças com a síndrome de Asperger tem
competências e incompetências acadêmicas como toda criança, mas os efeitos do
distúrbio requerem diferentes estratégias de ensino para que as competências sejam
descobertas tornando-se vantajosas, facilitando assim o sucesso do aprendizado.
Crianças com a síndrome de Asperger também enfrentam muitos obstáculos para
serem bem sucedidas nas interações sociais e para criar laços de amizade,
elementos essenciais da experiência escolar para os jovens. Como professor, você
pode ajudar a assegurar que a criança com a síndrome de Asperger esteja
plenamente integrada nas aulas e seja capaz de participar socialmente com seus
colegas nas atividades do dia a dia da vida escolar.
O coração deste documento é um plano de seis passos que você e sua equipe podem
usar para preparar a inclusão de uma criança com a síndrome de Asperger na classe.
Os seis passos são simples e altamente flexíveis – pense neles como ações contínuas
e muitas vezes coexistentes.
Além disso, o Anexo na parte de trás deste guia oferece estratégias detalhadas para
desenvolver e providenciar suportes acadêmicos, ambientais e sociais para crianças
com a síndrome de Asperger nas aulas. Para ajudar o professor, também informamos
sobre como conduzir as necessidades sensoriais da criança com a síndrome de
Asperger, como trabalhar com os pais e outros profissionais para desenvolver
Programas de Educação Individualizados ( Individualized Education Programs – IEPs )
e planejar as transições relacionadas com a escola e com a vida futura.
HISTÓRICO
A síndrome de Asperger pode ser diagnosticada quando uma pessoa exibe padrões de
comportamento repetitivos atípicos de interesses e atividades, tais como os
exemplos citados acima. Alguns desses traços são comuns à todos, mas é a presença
excessiva dessas características que torna a vida um desafio para os indivíduos com
a síndrome de Asperger. Também é importante notar que esses comportamentos são
neurologicamente fundamentados e não representam uma desobediência proposital
ou uma desconformidade. Como a síndrome de Asperger é um distúrbio neurológico,
indivíduos com o distúrbio muitas vezes tem dificuldade em controlar certos
comportamentos. É importante entender os fundamentos psicológicos subjacentes e
clínicos do distúrbio para desenvolver uma estratégia de ensino efetiva, assim como
para ajudar o indivíduo a controlar melhor esses comportamentos.
Nota : Extraído do livro Inclusive Programming for the Elementary Students With
Autism, by Sheila Wagner, M.Ed.
Socialização
Crianças com a síndrome de
Inaptidão social, um traço marcante da síndrome
Asperger querem interagir
de Asperger, é um dos maiores desafios dos alunos
socialment, mas elas não
com este distúrbio. Apesar de querer ter amigos,
aprendem olhando e fazendo
o déficit dos recursos de socialização, muitas vezes,
como as outras crianças. Muitas
isola o aluno de seus colegas. Construir e manter
vezes as interações sociais com
relacionamentos sociais e amizades pode ser
grupos pequenos e com
problemático por causa da falta de compreensão
supervisão de adultos tem mais
dos códigos sociais, da interpretação
sucesso com estas crianças.
literal daquilo que os outros dizem, e dos problemas
Explicar uma sequência de
de compreensão da linguagem. Esta falta de recursos eventos, dando até mesmo um
na socialização muitas vezes pode ser motivo de troça, exemplo de script, pode fazer
vitimização e intimidações da parte dos colegas, com que elas se saiam bem”
especialmente no ensino médio e superior onde as
diferenças sociais se tornam mais evidentes e passam Mãe de uma criança de 12 anos
a ter grande importância dentro dos grupos. As diagnosticada com a Síndrome de
dificuldades de socialização comum experimentadas Asperger.
pelos alunos com a síndrome de Asperger são
descritas abaixo :
Estilo de conversação : Indivíduos com a síndrome de Asperger, tipicamente,
exibem na interação social um estílo unilateral marcado por uma inflexão
anormal e por palavras e frases que não complementam aquelas do seu
parceiro na conversa. Ao conversar com um indivíduo com a síndrome de
Asperger a pessoa tem a impressão de estar sendo falada e não participando
de uma conversa recíproca. È comum que a informação compartilhada pelo
indivíduo com a síndrome de Asperger seja um tópico fascinante para ele,
desconsiderando os interesses ou contribuição do outros.
Rudeza : Pessoas com a síndrome de Asperger tem a tendência de falar
exatamente o que vem na mente, o que pode fazê-los parecer rudes e
insensíveis. ( Utterances ) Elocuções tais como “ estas calças te deixam
gordo” ou “ você tem mal hálito” são exemplos de como um aluno com a
síndrome de Asperger pode afirmar uma observação de maneira
extremamente honesta e indiscreta. É importante para os outros entenderem
que a criança com a Síndrome de Asperger não tem a intenção de ser maldosa
quando ele diz coisas assim.
Regras Sociais : Aos alunos com a síndrome de Asperger falta a capacidade de
ler nas entrelinhas. Muitas vezes eles aprendem os recursos sociais sem
compreender plenamente quando e como devem usá-los.
O hábito de arrotar é um comportamento aceitável para meninos quando junto de seus colegas. A
maioria dos meninos sabe que arrotar repetitivamente em público não é algo polido nem
aceitável. Max, que tem a síndrome de Asperger, observa os alunos e soltando puns alto e rindo
nos corredores durante o recreio e antes da escola. Porém, Max não entende a mudança do
contexto social. Para sua grande surpresa, ele foi punido por soltar puns altos e repetidamente
durante a aula. Ele entendera que arrotar ( etc. ) era algo socialmente aceitável.
Questões Sensoriais
O sistema proprioceptivo é o que nos faz carregar múltiplos objetos ( i.é., pacotes,
livros, instrumentos musicais )down a packed hallway possible by providing provendo informações
sobre o lugar e o movimento de uma parte do corpo. Para alguns, esses movimentos
não vem naturalmente. Problemas no sistema proprieceptor podem resultar numa
postura indevida, falta de coordenação, e fatiga crônica acompanhando a atividade
física. Alguns alunos não recebem uma acurada informação de seus corpos sobre o
quão forte ou fraco eles estão batendo ou empurrando alguém. Isto pode resultar
numa diminuição ou num aumento de força quando eles ( tagging - tocar num jogo de
baseball ) tocam num colega ou chutam uma bola.
Parte Motora
A maioria dos alunos com a síndrome de Asperger tem desafios com as habilidades
do controle motor fino, incluindo escrever. A escrita dos alunos com a síndrome de
Asperger muitas vezes é ilegível devido à muita pressão, pouco espaço, ou tamanho
das letras que podem ser tanto muito grandes como muito pequenas. Muitos alunos
com a síndrome de Asperger não gostam ou se recusam de completar tarefas que
requeiram a escrita, ou mesmo que demorem para ser completadas. Para qualquer
pessoa não familiarizada com a síndrome de Asperger ou que não saiba que a
criança tem o distúrbio, a recusa em escrever pode parecer inapropriada, um
comportamento descompromissado. No entanto, isto raramente é o caso. Escrever
pode de fato ser desconfortável e mesmo doloroso, assim como emocionalmente e
fisicamente exaustivo para a criança com a síndrome de Asperger. Para o aluno com
a síndrome de Asperger, muitas vezes é necessário separar os atos criativos de
escrever dos mecânicos, de maneira que a criatividade do aluno não seja tolhida
pelo esforço motor requerido na escrita.
Disposições que occorrem paralelamente
Seguir o plano de seis passos, detalhado abaixo, vai ajudar você a se preparar a ter
uma criança com a síndrome de Asperger em sua classe, e também preparar a escola
para dar um acolhimento. Os passos são : 1) educar a si mesmo, 2) contatar os pais,
3) preparar a classe, 4) educar os colegas e promover metas sociais, 5) colaborar na
implementação de um programa educativo, e 6) lidar com os desafios
comportamentais.
“Tempo Asperger” significa o dobro do tempo, ( half as much done ). Alunos com a
síndrome de Asperger muitas vezes necessitam de tempo adicional para completar
tarefas, reunir os materiais, e se orientarem durante as transições. Conceda esse
tempo ou modifique os requerimentos de modo que eles possam se acomodar no
tempo reservado e acompanhar os colegas. Evite apressar uma criança com a
síndrome de Asperger, já que isso, em geral, faz com que a criança
se feche. Quando o tempo contado acrescenta-se à um dia já estressante, o aluno
pode tornar-se emocionalmente oprimido e imobilizado .
Trabalhe o ambiente.
Faça um planejamento visual que inclua atividades diárias para os alunos com a
síndrome de Asperger. É essencial que as demandas do planejamento diário de
certas classes ou atividades sejam monitoradas e reestruturadas conforme
necessário. Por exemplo, o “tempo livre”, considerado divertido para os jovens
tipicamente desenvolvidos, pode ser um desafio para os alunos com a síndrome de
Asperger por causa dos níveis de barulho, acontecimentos imprevistos e problemas
de socialização. Para uma criança com a síndrome de Asperger, o tempo livre deve
ser estruturado com atividades recomendadas para reduzir o estress e a ansiedade.
Um bom planejamento estratégico é alternar atividades preferidas e não preferidas
com períodos no planejamento para descanso. É importante distinguir tempo livre
de tempo para descanso. Tempo livre refere-se a períodos durante o dia na escola
quando os alunos estão engajados em atividades não estruturadas, com diferentes
demandas sociais e pouca supervisão dos professores. A hora do lanche, o tempo
passado entre uma aula e outra e o tempo na escola antes das aulas começarem de
fato, isso tudo vai de encontro ao critério de tempo livre. Estas atividades são
estressantes para muitos alunos com a síndrome de Asperger. O tempo de descanso,
por outro lado, dá a oportunidade para a criança ou jovem com a síndrome de
Asperger de relaxar ou de se livrar das tensões. O tempo livre dos alunos pode
incluir o uso de itens sensoriais, desenho, ou ouvir música para aliviar o estress.
Durante o tempo de descanso, não são feitas demandas excessivas aos alunos.
Compartilhe a agenda
Simplifique a linguagem
Mantenha sua linguagem simples, concisa, e fale devagar, controle o ritmo. Não
espere que um aluno com a Síndrome de Asperger possa “ler nas entrelinhas”,
compreender conceitos abstratos como sarcasmo, ou saber o que você quer dizer
usando somente expressões faciais. Seja específico ao dar instruções. Assegure-se
de que a criança com a Síndrome de Asperger sabe o que fazer, como fazer, e
quando fazer. Seja claro e esclareça sempre que necessário.
Reforce a certificação.
Como os alunos com a Síndrome de Asperger não podem predizer eventos futuros,
muitas vezes ele ficam incertos sobre o que devem fazer. Reforce frequentemente a
informação e a certificação, de maneira que o aluno saiba que está se movendo na
direção certa, ou completando a tarefa de maneira correta. Use frequentes registros
para monitorar o progresso e estress do aluno.
Encontre oportunidades durante o dia para dizer aos jovens com a síndrome de
Asperger o que eles fizeram direito. Invista em elogios, realce os resultados
positivos. Seja específico ao certificar o aluno com a síndrome de Asperger para que
ele saiba porque o professor o elogia.
Uma comunicação aberta e contínua com as famílias dos alunos com a síndrome de
Asperger cria uma poderosa aliança. Esteja consciente de que algumas famílias
podem ter tido experiências negativas com outras escolas ou professores no
passado. Você terá que ajudá-las a superar isso. Se você fizer um esforço para se
comunicar com a família, falando sobre o progresso da criança e ouvindo os seus
conselhos e sugestões, eles o aceitarão como advogado de seu filho ou filha, dando-
lhe assim total suporte.
O Anexo C, na página 45, contém um questionário que você pode usar nos encontros
iniciais com as famílias. Também está incluido um papel que pode ser usado pelos
professores e pais na comunicação diária ou semanal à respeito da performance ou
progresso das crianças.
Talvez o mito mais comum sobre a criança com a síndrome de Asperger é o de que
elas não tem habilidade, motivação ou desejo de estabelecer e manter
relacionamentos significativos com os outros, incluindo amizade com os colegas.
Isto, em grande parte, não é verdade. Não há dúvidas de que as crianças com a
síndrome de Asperger tem déficits sociais que dificultam suas tentativas de fazer
amizades característicamente desenvolvidas por outras crianças. No entanto, com
uma assistência apropriada, crianças com a síndrome de Asperger podem engajar-se
com os colegas estabelecendo relacionamentos mutamente prazerosos e duradouros.
È crucial que os professores de crianças com a síndrome de Asperger acreditem nisso
e esperem que os alunos com a síndrome de Asperger façam e mantenham amizades
significativas com os adultos e com as outras crianças na classe.Recursos sociais,
comportamentos e objetivos previamente anunciados, devem ser parte do IEP e
avaliados regularmente para o progresso.
Enquanto que provocações podem ser uma ocorrência comum na experiência dos
jovens no dia a dia escolar, crianças com a síndrome de Asperger, muitas vezes, não
conseguem discriminar entre brincadeiras e provocações feitas para valer.
Educadores e pais podem ajudar a criança com a síndrome de Asperger a reconhecer
a diferença e responder apropriadamente. Uma forma mais séria de provocação é a
intimidação. É importante que os professores e os funcionários da escola saibam que
os alunos com a síndrome de Asperges são, potencialmente, alvos preferidos de
intimidação e fiquem vigilantes para qualquer sinal dessas atividades de forma a
proteger a auto estima e a segurança da criança.
Antes do encontro da equipe do IEPs, uma -Mãe de uma criança de 12 anos diagnosticada
equipe julgadora reúne informações sobre o com a Síndrome de Asperger.
aluno para fazer uma avaliação e recomendação.
O psicólogo da escola, aquele que se ocupa com
serviço social, o professor da classe, e / ou o fonoaudiólogo, são exemplos de
educadores profissionais que conduzem os julgamentos educativos. Um neurologista
pode conduzir uma avaliação médica, e um audiologista pode completar testes de
audição. O professor da classe também informa sobre o progresso acadêmico e o
comportamento do aluno em classe. Os pais contribuem informando cada
profissional através do processo. Nesse momento, uma pessoa na equipe de
avaliação coordena todas as informações e essa equipe se reúne para fazer
recomendações à equipe do IEP. A equipe do IEP, que são as pessoas da escola que
trabalham com os alunos e famílias, então se reúne para escrever o IEP baseado na
avaliação e sugestões dos membros da equipe.
O IEPs sempre inclui metas anuais, objetivos a curto prazo, e serviços de educação
especial requerido pelo aluno, assim como uma avaliação anual para ver se as metas
foram alcançadas. Metas anuais devem explicar comportamentos mesuráveis de
modo que fique claro qual progresso foi feito no final do ano. Os objetivos a curto
prazo devem conter passos cada vez mais largos e sequenciais ao encontro de cada
meta anual. Metas anuais e objetivos a curto prazo podem ser sobre
desenvolvimentos na socialização e na comunicação, ou sobre como reduzir
problemas de comportamento. O Anexo E ( pág. 61 ) traz mais informações à
respeito do IEP e do planejamento de transição para os alunos com a síndrome de
Asperger, inclusive objetivos na escrita e desenvolvimento de metas IEP
mensuráveis.
Como um professor de educação geral, você vai ser responsável por retornar para a
equipe do IPE o relatório do progresso do aluno nos encontros voltados para as
específicas metas e objetivos acadêmicos, sociais e comportamentais,
conforme delineados no IEP. Também vai responder, sugerindo novas metas de
desenvolvimento para o aluno em encontros subsequentes de reavaliações do IEP. O
calendário de um aluno - o qual pode ser melhor adptado para um aluno individual -
usado para documentar o progresso da criança em direção a metas específicas e
mensuráveis, também está incluído no Anexo E. Este recurso pode diminuir o tempo
gasto para documentar a performance do aluno de maneira abrangente.
Fase inicial
Durante o estágio inicial, os jovens com a síndrome de Asperger exibem mudanças
específicas no comportamento, que podem parecer insignificantes, tais como roer unhas,
tensionar os músculos, ou outras indicações de desconforto. Durante esse estágio, é
imperativo que um adulto intervenha sem tormar parte numa luta.
Intervenção
Intervenções efetivas durante esse estágio incluem : ( antiseptic bouncings ) retirar o aluno
da situação estressante, controlar a proximidade, apoiar através da rotina e base
familiar.Todas essas estratégias podem ser efetivas, parando o ciclo dos tantrums, raiva e
falências emocionais, e podem ajudar a criança retomar o controle com o mínimo suporte
adulto.
Raiva
Se o comportamento não for tão aparente nesse estágio inicial, o jovem pode mudar para o
estágio da raiva. Nesse ponto, a criança se desinibe e age impulsivamente,
emocionalmente, às vezes explosivamente. Esses comportamentos podem ser
externalizados ( i.e. gritando, mordendo, batendo, destruindo as coisas, ou auto injuriando-
se ) ou internalizados ( i.e. retraindo-se, negando-se ). Falências emocionais são
despropositais, e uma vez que o estágio da raiva se inicia, a maioria das vezes ele segue seu
curso.
Intervenção
A ênfase deve ser colocada na segurança da criança, do colega, e do adulto, assim como
numa proteção na escola, no lar e pertences pessoais. O importante aqui é ajudar o
indivíduo com a síndrome de Asperger voltar a ter controle e a preservar a dignidade. Os
adultos desenvolveram planos para a) obter assistência dos educadores, tais como um
professor ou diretor para os momentos de crise; b) remover o aluno da área ( tirar o aluno
de perto de seus colegas é bem menos memorável do que tirar o grupo de perto do aluno );
ou c) reforçar com uma restrição terapeutica, se necessário. Especialmente na escola
primária ou no primeiro grau, todo esforço deve ser feito para prevenir os efeitos da
falência emocional na frente dos colegas, pois esses comportamentos tendem a “definir” o
aluno na mente dos colegas anos depois.
Recuperação
Depois de uma falência emocional, muitas vezes a criança com a Síndrome de Asperger não
se lembra totalmente do que ocorreu durante o estágio da raiva. Alguns podem ficar
carrancudos, fechados, ou negar que um comportamento inadequado tenha occorrido.
Outros indivíduos ficam tão exaustos fisicamente que eles precisam dormir.
Intervenção
Durante o estágio de recuperação, muitas vezes as crianças não estão prontas para
aprender. Assim, é importante que os adultos trabalhem com eles para ajudá-los a
retomarem a rotina da qual fazem parte. Quase sempre isso acontece da melhor maneira se
o jovem é direcionado para uma tarefa de grande motivação, que pode ser facilmente
realizada, tal como uma atividade relacionada com um interesse especial. Se apropriado,
quando o aluno estiver calmo o suficiente, “ processe” o incidente com ele. Os funcionários
devem analisar o incidente para identificar se o ambiente, as expectativas, ou o
comportamento dos funcionários representaram um papel na precipitação do incidente.
Colocando Tudo Junto
Sua classe já é um lugar diferente, inclui muitos alunos com variados históricos,
talentos, dificuldades e interesses. Com o acréscimo da inclusão de alunos com a
síndrome de Asperger, os desafios associados com controlar uma classe
diversificada, no ambiente educacional de hoje, vão crescer. Assim como cada
criança com a síndrome de Asperger é diferente, cada ambiente escolar é diferente.
É bem possível que hajam constrangimentos ambientais, interpessoais, financeiros e
administrativos no caminho que podem fazer você melhorar as aproximações
sugeridas no Guia.
Apesar dos desafios, seu trabalho duro faz uma diferença nas vidas de todas as
crianças da classe. No entanto, é claro que a criança com a síndrome de Asperger
pode precisar de mais ajuda e suporte do que alguns de seus alunos tipicamente
desenvolvidos. O investimento de tempo e energia com as estratégias listadas acima
pode ter um valor dez vezes maior, não somente para a criança com a síndrome de
Asperger, mas também para todos os jovens alunos na comunidade escolar.