O Brasil, e muitos outros países da América latina e do mundo, vivem hoje um
período de transição nutricional, ou seja, problemas relacionados à nutrição estão mudando de “esfera”, a desnutrição, por exemplo, está em tendente queda, enquanto que a obesidade vem crescendo continuamente. Tudo isso é fruto de um conjunto de fatores que influenciam no modo como as pessoas se alimentam. O modo como vivem, onde vivem, a cultura, as redes sociais, o poder aquisitivo que elas têm, esses e outros fatores têm influencia na forma como elas se alimentam. Sabemos bem que apenas saciar a fome não quer dizer que estamos nos alimentando bem. Alimentação saudável é saber, não somente escolher alimentos que possuem nutrientes necessários e importantes, mas também, saber combiná-los corretamente, de modo que todos os grupos de alimentos (Cereais, pães, tubérculos e raízes; Frutas; Hortaliças; Leguminosas; Carnes e ovos; Leites e derivados; Açúcares e doces; Óleos e gorduras) apareçam na dieta de forma equilibrada e seguindo orientações específicas em todos os períodos da vida, desde a gestação até a fase idosa. Além de tudo isso, deve-se dar mais valor aos alimentos encontrados “in natura”, ou seja, deve-se habituar a dieta à realidade que se vive, incluindo por exemplo, frutas típicas da região onde se vive. Dando assim, preferência aos alimentos naturais, e diminuindo a ingestão de alimentos processados. Em resumo, a alimentação saudável deve ser aquela que consegue suprir todas as necessidades de nutrientes do nosso corpo e deve ser adequada ao modo de vida, à realidade de cada um, tendo também, que ser segura sanitariamente, de custo acessível e saborosa. Como já foi explicado anteriormente, diversos fatores externos influenciam no modo como nos alimentamos, e isso tudo pode gerar alguns problemas (doenças). O aconselhável é que os pais, desde cedo, preocupem-se em ensinar aos filhos como ter uma alimentação saudável, pois, parte deles a influencia para os filhos. A mãe é a principal responsável pelo primeiro alimento do bebê. Hoje sabe-se o quão importante é a amamentação, pois, são comprovados os benefícios ao organismo infantil que o leite materno causa, por diversos fatores, entre eles: é completo nutricionalmente, fornece imunoglobulinas para o fortalecimento do sistema imunológico da criança e bactérias probióticas que estabelecerão uma flora intestinal saudável. Nossa responsabilidade, enquanto profissionais de saúde, é de incentivar e propiciar segurança às mães na certeza da sua capacidade de amamentar, e mais do que isso, tentar “driblar” dificuldades que possam aparecer, como a resistência por parte das mães, e desmistificar alguns “tabus” que são passados pelo povo de que dar leite à criança deixa os seios da mulher flácidos, ou que não é necessário dar o leite materno por tanto período de tempo. Sabe-se que o essencial é que até o sexto mês de vida o bebê receba apenas leite materno como alimentação, e, somente a partir dessa idade é necessário que haja uma inclusão de outros alimentos para que a dieta permaneça balanceada, mas continuando com o leite materno, se possível. Além dessa conscientização que nós, profissionais de saúde, devemos fazer para com as mães, em prol do aleitamento materno. Devemos também conscientizar toda a população em relação à boa alimentação, à alimentação saudável. Divulgando o quão importante é para o bem da saúde de cada um ter uma alimentação adequada, respeitando os limites de cada grupo de alimento, presentes na pirâmide alimentar, a fim de que essas pessoas não desenvolvam, no futuro, doenças causadas pela má nutrição, tais como hipertensão, diabetes, desnutrição, obesidade, etc. Creio que essas ações preventivas, para que alcancem êxito, devem ter como ponto principal o auxílio da população. E nós, profissionais de saúde, podemos convocar a população para o nosso lado, conscientizando-os do quanto é importante saber se alimentar. Sendo assim, cada um vai começar a tentar mudar seus hábitos alimentares e assim vai mudando e adequando os hábitos alimentares de toda a família. Sabemos o quão difícil é mudar os hábitos alimentares, mas com o tempo, cedendo aos poucos, pode ser que consigamos conscientizar a população e que eles próprios consigam espalhar entre os seus, todos os benefícios que apenas uma alimentação correta é capaz de gerar no organismo.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Ana Luísa Hora. Nutrição nos ciclos da vida. POSEAD. Brasília-DF, 2010.
KAC, Gilberto; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, Gustavo. A transição nutricional e a
epidemiologia da obesidade na América Latina. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19 (Sup.1): S4-S5, 2003.
GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências – Nosso Corpo. 4ª edição. São Paulo,