Boletim Operário
Caxias do Sul,
15 de janeiro
de 2022
O Paiz
Rio de Janeiro
1º de janeiro de 1890.
Ano VI Edição nº 1.912
Capa
Explosão e Ferimentos
Anteontem, as 2 ½ da tarde, deu-
se uma explosão na fábrica de gas
e tintas; estabelecida na ilha das
Moças, queimando-se no
desastre José Maria Camara, José
Sebastião de Oliveira e João
Gonçalves de Queiroz. O 1º foi
depois recolhido ao hospital da
Misericórdia, conforme
noticiamos, e os outros as suas
residências, depois de medicados
em uma farmácia, por ordem do
subdelegado do 2º distrito de
Santa Anna, que tomou
conhecimento do fato.
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
5 de janeiro de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.665
Página 3
Vítima de um Desastre
As 8 horas da manhã de ontem
faleceu no hospital da
Misericórdia, para onde havia
sido remetido pelo comandante
da 15ª estação policial, Francisco
Teixeira da Rocha, de
nacionalidade portuguesa, por ter
sido pisado por uma carroça, de
que era condutor, em 31 de
dezembro findo. Os doutores
Thomaz Coelho e Luiz Quadros
procederam à autópsia do
cadáver.
O Paiz
Rio de Janeiro
8 de janeiro de 1890.
Ano VI Edição nº 1.919
Página 2
No hospital da Misericórdia
faleceu ontem, as 4 horas da
manhã, de febre tifoide, o
marinheiro Christoforo Castro,
da corveta austríaca Fasana, e que
ali dera entrada a 18 do passado,
com fratura do fêmur direito e
fortes contusões, ocasionadas em
desastre a bordo.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
8 de janeiro de 1890
Edição nº 399 Ano III
Capa
Ontem, às 4 horas da madrugada,
faleceu de febre tifoide, no
hospital da Misericórdia, o
marinheiro Christofo Castro, ali
entrado em 8 do mês findo, com
fratura do fêmur direito e forte
contusões, em consequência de
um desastre a bordo da corveta
Fasana, conforme noticiamos.
Página 1
Edição nº 675
Sem Pão e sem trabalho
Chega ao nosso conhecimento
que numero superior a 32
imigrantes, procurou em dias da
ultima semana o Senhor Ministro
da Agricultura, sendo
apresentados pelo Senhor
General Franzini. Esses homens,
de diferentes nacionalidades, na
maior parte fortes e validos, estão
nesta capital sem ter que comer e
sem que encontrem trabalho.
Muitos tem família e não tem
recursos nem para si, nem para os
seus. Foram os imigrantes pedir
trabalho ou que fossem
repatriados, visto não poderem
continuar no estado de penúria
em que se acham. Eles
expuseram ao senhor Ministro
que não desejavam voltar para as
colônias nem para as fazendas,
porquanto foram iludidos ai,
trabalhando por muito tempo,
sem que lhes pagassem seus
salários ou querendo retribuir-
lhes mesquinhamente os
serviços. O Senhor Ministro
ouviu-os benignamente e
prometeu providenciar para que
lhes fosse proporcionado
trabalho nesta capital. Os
imigrantes voltaram de novo dois
ou três dia depois e em maior
numero e não podendo falar ao
ministro estiveram na repartição
de terras e colonização, onde se
ia dando ligeiro conflito devido à
maneira porque foram tratados
por empregado d’essa repartição,
mas não obtiveram até agora
providência alguma. Entretanto
urge acudir ao estado lamentável
dessa pobre gente, que não tem
onde dormir, não tem pão, nem
meios de obter trabalho. Não seja
o incidente, que citamos acima,
da repartição de colonização, um
motivo para afastar desses
infelizes a atenção do ministro.
 15 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Nós precisamos de povoar o
nosso vasto estado e para isso
temos necessidade do maior
cuidado nessas questões com
imigrantes.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
14 de janeiro de 1890
Edição nº 405 Ano III
Capa
Desastre e Morte
As 6 horas da tarde de
anteontem, chegou ao
conhecimento do comandante da
14ª estação policial, a noticia de
que se achava na Quinta do Caju,
estação da estrada de ferro do Rio
do Ouro o guarda freio da
mesma estrada Luiz Antônio da
Silva, de 20 anos de idade, de cor
pardo, com as pernas esmagada,
por lhe ter passado por cima as
rodas de uma maquina que fazia
manobra na estação do Tinguá.
O subdelegado da freguesia de
São Christovaão remeteu Silva
para o hospital da Misericórdia,
mas como falecesse em caminho,
foi o cadáver recolhido ao
necrotério, onde foi autopsiado
pelos Doutores Thomaz Coelho
e Amâncio de Carvalho.
O Paiz
Rio de Janeiro
24 de janeiro de 1890.
Ano VI Edição nº 1.935
Capa
Desastres
A máquina nº 53, manobrando às
7 horas da manhã de ontem no
rotunda de São Diogo, apanhou
o guarda João Ferreira da Silva,
que abria uma chave. O pobre
homem perdeu imediatamente a
perna esquerda, que foi
decepada, e ficou com o crânio
esmagado e informe. O influir
subdelegado do 1º distrito de
Santa Anna fez remover o corpo
para o necrotério, onde
autopsiou-o o Doutor Amâncio
de Carvalho, que declarou ter
sido causa da morte um
esgotamento nervoso. Foi aberto
inquérito para conhecer-se dos
motivos do desastre, sendo
arrecadados os bens do morto.
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
26 de janeiro de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.686
Capa
Desastre
Ao hospital da Misericórdia foi
recolhido Joaquim Lopes, por ter
ficado muito machucado,
anteontem, quanto trabalhava no
Hipódromo Nacional, em
consequência de cair-lhe em cima
uma barreira.
Página 2
Edição nº 675
O Paiz
Rio de Janeiro
27 de janeiro de 1890.
Ano VI Edição nº 1.938
Capa
Reunião Operária
Por iniciativa da redação da Voz
do Povo, reuniu-se ontem às 11
horas da manhã, a rua General
Câmara nº 219, grande número
de operários de diversas classes
trabalhadoras, com o fim de
organizar-se o partido operário
brasileiro, cujo fim primordial é
nos destinos
administrativos do país,
garantindo ao homem do
trabalho sua autonomia e
preponderância nas altas
questões político-sociológicas.
Deliberou-se convocar 2ª reunião
para domingo 9 de fevereiro, na
qual tem de ser eleitas as diversas
comissões paroquiais do partido,
a fim de promoverem o
alistamento dos operários, logo
que baixe o regulamento do
governo.
Nessa reunião serão apresentadas
as bases capitais do programa do
partido.
 15 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
5 de fevereiro de 1890
Edição nº 427 Ano III
Capa
Os empregados da estrebaria da
companhia de bonds do Jardim
Botânico, não sabemos o motivo,
mostraram ontem repugnância
em fazer ou seu serviço. O digno
gerente tratou de dar
imediatamente as providências
que o caso exigia e a espécie de
greve que começava a manifestar-
se foi prontamente extinta.
Compareceram a estação o
Doutro 3º Delegado, e um
contingente do Regimento
Policial; mas não houve
necessidade alguma da
intervenção da autoridade.
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
18 de fevereiro de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.709
Capa
Desastre
Ontem, às 11 horas da manhã,
um menor, aprendiz de
maquinista na fundição de
Antônio Rocha Passos, à travessa
de Santa Rita nº 12 a 14, ficou
com a mão esquerda decepada,
por ter sido apanhada pela
engrenagem da roda da máquina
à vapor. O inspetor Diogo
Bittencourt remeteu
imediatamente o ferido para o
Hospital da Misericórdia.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
25 de fevereiro de 1890
Edição nº 447 Ano III
Capa
Os trabalhadores das Capatazias
da Alfandega fizeram greve
ontem, pela manhã. O motivo da
greve foi a nova ordem de
principiar o trabalho às 6 horas
da manhã e terminar às 6 da
tarde. Ora, como a maior parte
desses homens são moradores
nas estações dos subúrbios, tem
necessidade de sair de casa, pelo
menos, às 4 da madrugada, para
trabalhar das 6 da manhã às 6 da
tarde e vencer 28 diários, isso
mesmo nos dias uteis. É uma
barbaridade. Antigamente a
entrada dos trabalhadores na
Alfandega era das 6 às 7 horas e
só por má interpretação de
ordens se podia fechar o portão
antes das seis. Felizmente a
comunicação que abaixo
publicamos salva de algum modo
a administração deste importante
estabelecimento público. Devido
ainda a má interpretação das
ordens do Senhor Inspetor da
Alfandega deu lugar a perda de
muitos volumes que ficaram
expostos a chuva torrencial que
caiu durante todo o dia de ontem.
Um numero considerável de
trabalhadores veio ao nosso
escritório queixar-se do
administrador que não soube
cumprir as ordens e ainda assim
desandou em impropérios contra
os pobres homens inofensivos.
Página 3
Edição nº 675
Eis a comunicação:
“Tendo sido mal compreendida
a ordem verbal desta Inspetoria
para a execução do art. 87 § 1º da
consolidação das leis, o inspetor
em comissão recomenda ao
Senhor Administrador das
capatazias que às 7 horas da
manhã deve estar terminado todo
o expediente preliminar da
chamada dos trabalhadores,
distribuição do serviço, etc. e em
movimento todos os trabalhos de
descarga, arrumação de volumes,
etc.; procedendo, portanto, o
Senhor Administrador de modo
que não seja recusado
trabalhador algum, que se
apresentar a tempo de começar
no serviço, à hora regulamentar.
O inspetor, Antônio Joaquim de
Souza Botafogo.”
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
26 de fevereiro de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.717
Página 3
Desastre
Com a perna esquerda fraturada,
deu entrada ontem no hospital da
Misericórdia o português
Francisco Manuel Ferreira, que
declarou ter sido pisado pela
carroça de que era condutor.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
28 de fevereiro de 1890
Edição nº 450 Ano III
Capa
Vieram ontem três cavalheiros a
redação do Diário do
Commercio agradecer-nos o que
escrevemos sobre os interesses
dos operários da Alfandega, que
ultimamente se declararam em
greve. Fizemos ver ao dignos
visitantes que apenas cumprimos
o nosso dever, que fizemos
sempre, mesmo através das
maiores dificuldades.
 15 de janeiro de 2022
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
5 de março de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.724
Capa
Desastre
O Chefe da Estação Central dos
Telégrafos obsequiou-nos com o
seguinte telegrama:
“Bahia, 4.
Grande sinistro. Fez explosão um
barril de pólvora, derruindo três
sobrados. Sete prédios
inutilizados; muitos feridos. O
incêndio lavra pavorosamente.”
As 12 horas da manhã.
“O incêndio propaga-se às casas
adjacentes. Foram retiradas das
ruínas 27 pessoas e 17 feridos
foram recolhidos. O governador
compareceu no local do sinistro à
1 hora e 52 minutos.”
• Foi numa loja de ferragens na
ladeira de Jaboão.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
18 de março de 1890
Edição nº 468 Ano III
Capa
Telegramas
Juiz de Fora, 17.
Os cocheiros fizeram greve por
causa de exigências da polícia.
Boletim Operário
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
27 de março de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.736
Página 2
Anteontem, às 3 horas da tarde,
achando-se os trabalhadores José
Francisco, Manuel José
Rodrigues, Antônio Soares de
Pinho e Manuel Carneiro
Guimarães, em um andaime, nas
obras do prédio do Banco do
Commercio, à rua Primeiro de
Março, caíram e ficaram
levemente contundidos. O
subdelegado da freguesia da
Candelária, comparecendo ao
local do desastre, fez medicar os
ofendidos na farmácia nº 64
daquela rua, verificando ter dado
causa o fato a pouca segurança
que oferecia o dito andaime.
Página 4
Edição nº 675
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
28 de março de 1890
Edição nº 478 Ano III
Capa
Telégrafos
Veio ontem a redação do Diário
do Commercio uma grande
comissão de empregados da
repartição geral dos telégrafos
reclamar contra novos boatos de
greve, que se tem espalhado em
consequência da convocação de
uma reunião dos mesmos
empregados, e da suspensão de
alguns chefes de serviço.
Queixam-se os reclamantes de
violências e injustiças que alegam
terem sido vitimas por parte da
atual direção, que, disseram,
pretendia força-los a um
abandono brusco do trabalho.
Que era verdade que em virtude
dos últimos atos do diretor
resolveram reunir-se em
assembleia para formular uma
mensagem ao chefe do Governo
Provisório, pedindo providências
contra esses atos que os
prejudicavam a eles e à classe;
mas que tal reunião não tinha fim
algum sedicioso, mas tão
somente a redação e assinatura de
um protesto.
Queixaram-se outrossim de que
convocação dessa assembleia deu
lugar ao novas injustiças visto
como já foram suspensos e consta
que se acham propostos para a
demissão os Senhores Carlos
Augusto de Oliveira, que consta
29 anos de serviço e Augusto
Zittlow, contador e chefe do
serviço telefônico, sendo que este
foi substituído por um chefe de
telegrafia João Hermogeneo
Pimentel.
 15 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Que, além desses dois, foi
substituído e posto em
disponibilidade o chefe da
estação central, José Luiz de
Carvalho, o qual debalde
requereu que lhe fosse declarado
o motivo dessa destituição e só
teve como despacho que era por
conveniência do serviço.
Que também consta que mais
três inspetores de linhas, que
atualmente acham-se nesta
capital, estão ameaçados de igual
suspensão.
Em nome de todo o pessoal dos
telégrafos declarou a numerosa
comissão que compreendendo
que uma greve em vez de
produzir resultado vantajoso, só
traria embaraços e prejuízos
graves para o governo, para o
comércio, para a imprensa, enfim
para o público em geral,
pretendia apenas protestar contra
as injustiças feitas aos seus colegas
suspensos por serem eles
empregados cheios de mérito e
serviços; que por esse motivo
repugnavam os empregados
reconhecer como chefes os
substitutos nomeados para os
cargos aludidos; e que finalmente
iam apresentar ao chefe de
Governo Provisório uma
mensagem em que fossem
expostas as violências e as
injustiças praticadas e as
necessárias providências, a fim de
evitar-se que todo o pessoal
composto de cerca de 500
empregados deixe coletivamente
o exercício das suas funções
demitindo-se em globo.
Disseram-nos ainda os
reclamantes que o seu
procedimento era apoiado pelos
seus colegas dos Estados, pois
que haviam recebido
comunicações de
confraternização da Vitória, do
Natal, da Fortaleza e de Porto
Seguro.
Edição nº 675
Diário de Notícias Diário de Notícias
Rio de Janeiro Rio de Janeiro
2 de abril de 1890. 7 de abril de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.742 Ano VII – Edição nº 1.747
Página 2 Página 2
Com guia do inspetor do 12º Desastre
quarteirão do 2º distrito de
Com os dedos da mão esquerda
Sant’Anna, deu anteontem
decepados, foi ontem recolhido
entrada no hospital da
ao hospital da Misericórdia,
Misericórdia, Manuel Coelho da
remetido pelo inspetor do 14
Rocha, que fora pisado pela
quarteirão do 2º distrito da
carroça que conduzia. Deu-se o
freguesia de S. José, o português
desastre na rua do Dr. João
José da Costa Cardozo. O infeliz
Ricardo.
declarou n’aquele hospital ter
Diário de Notícias sido vitima de um desastre na
pedreira da Rua Aprazível, onde
Rio de Janeiro
trabalhava.
6 de abril de 1890.
Diário de Notícias
Ano VII – Edição nº 1.746
Rio de Janeiro
Página 2
8 de abril de 1890.
Desastre
Ano VII – Edição nº 1.748
As 4 horas da tarde de ontem
Página 2
achava-se Antônio Justino
Ribeiro trabalhando em um Desastre e Morte
andaime, nas obras do prédio da
No hospital da Misericórdia
rua do Senador Pompeo n. 308,
faleceu ontem, às 4 ½ horas da
quando, perdendo o equilíbrio,
madrugada, Domingos Pereira
caiu sobre o lajedo, ficando muito
de Araújo, que para ali havia sido
machucado na cabeça e em
remetido em 19 de março findo,
outras partes do corpo. O
por ter-lhe, na ocasião em que
inspetor do 26º quarteirão do 1º
trabalhava na ponte da estação
distrito de Sant’Anna fez
marítima da Gamboa, em um
conduzir o ferido para o hospital
guindaste ali existente, caído em
da Misericórdia.
cima uns trilhos de ferro, que
ocasionaram-lhe fraturas na
perna e costelas esquerdas.
Página 5
 15 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
9 de abril de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.749
Página 2
Pisado por um bond
No bond n. 22 da Companhia
Carris Urbanos, seguia ontem
pela rua de S. Pedro, Antônio
José Alves, cocheiro da mesma
companhia, quando, na esquina
da rua da Uruguaiana,
procurando abrir a chave,
escorregou, passando-lhe por
cima da perna o referido bond,
do que resultou ficar com essa
parte do corpo fraturada, além de
outros ferimentos que recebeu.
Conduzido imediatamente para
uma farmácia próxima, foram-lhe
prestados os primeiros socorros
pelo Doutor Bilac, sendo em
seguida removido para o hospital
da Misericórdia. O cocheiro
evadiu-se, apesar de não ter
culpa. O comandante da 2ª
estação policial tomou
conhecimento do desastre.
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
11 de abril de 1890
Edição nº 492 Ano III
Capa
O Senhor Doutor Alfredo
Macedo, delegado de Polícia
tendo ciência de que alguns
trabalhadores dos estaleiros das
ruas da Saúde e do Santo Christo
haviam feito greve ontem e
pretendiam continuar hoje,
impedindo que os seus
companheiros trabalhassem,
mandou para ali uma força de
polícia para manter a ordem.
Classe Operária
Presidindo a mesa dos trabalhos
o chefe interno Joaquim
Rodrigues Pinheiro, reuniram-se
anteontem, no Liceu de Artes e
Ofícios, os chefes internos da
Federação Operária. O Senhor
Arthur Teixeira, 1º secretario, fez
à Federação e ao seu ilustre chefe
os cumprimentos de despedida,
por ter de seguir ontem para o
Estado de Sergipe, e foi
substituído naquele cargo pelo
membro Oswald de Menezes,
conceituado operário das oficinas
do Engenho de Dentro, que
entrou logo em exercício. O
profissional Arthur Teixeira foi
autorizado em sua passagem no
Estado da Bahia a desenvolver
com ou auxilio da imprensa a
primeira iniciativa da organização
federal operária, devendo
também apresentar-se ao
respectivo governador, e na
cidade de Aracaju à importante
Associação dos Artistas.
Resolveu-se convidar para a
preleção de domingo, ao meio
dia, os Senhores Cypriano
Archangelo Moreira, operário da
Marcenaria Parisiense e o
professor João Pereira Brandão,
dando-se para tese – instrução em
geral e organização federal
proletária, sendo convidado para
assisti-la o chefe da federação, o
artista Bethencourt da Silva;
estabeleceu-se para a seguinte
preleção – ensino profissional,
sendo oradores o profissional
Doutor Oliveira Menezes e um
distinto operário. Determinou-se
que o programa do chefe da
Federação, que terá de
apresentar no dia em que assumir
a direção dos trabalhos, seja
impresso para ser oferecido ao
público. Foi subscrita uma
mensagem de solicitação ao
Senhor Doutor Augusto da Silva,
diretor geral da secretaria do
Interior, sobre trabalhos
operários. A comissão
excursionista a Macacos deu
conta de seus trabalhos em tão
próspero centro industrial e da
honrosa recepção que tivera.
Página 6
Edição nº 675
Diário do Commercio
Rio de Janeiro
12 de abril de 1890
Edição nº 493 Ano III
Capa
Ao escritório do Diário do
Commercio vieram ontem
diversos operários dos estaleiros
das ruas da Saúde e de Santo
Christo dos Milagres comunicar
que o fim que tiveram eles e os
seus companheiros, constituindo-
se em greve, foi unicamente o de
mostrar aos proprietários dos
estaleiros a injustiça que eles têm
praticado no pagamento dos seus
salários. Disseram que de modo
algum pretenderam perturbar a
ordem pública e que não a
perturbaram, conforme
provavam com atestado do
subdelegado da freguesia, que
nos foi mostrado e em verdade
afirmava o protesto pacifico de
todos os operários. Mais tarde
soubemos que o Doutor Alfredo
Machado, 1º delegado de polícia,
tendo conhecimento do que
acima dissemos, mandara retirar
a força que para ali fora garantir a
ordem.
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
15 de abril de 1890.
Ano VII – Edição nº 1.755
Página 2
Desastre
No hospital da Misericórdia teve
anteontem entrada, às 10 horas
da noite, Antônio Tavares, de
naturalidade portuguesa, que
apresentava fratura de costelas e
um ferimento na região frontal.
Ali declarou esse individuo ter
sido vitima de um desastre a
bordo do vapor Montevidéu.