ORGANIZADORES
Vanderli Fava de Oliveira
Vagner Cavenaghi
Francisco Soares Másculo
ISBN: 978-85-88478-39-8
CDU: 658.5
Prefácio_________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11
Apresentação__________________________________________________________________________________________________________________________________ 13
Capítulo 1:
Centralidade e fronteiras da empresa e as novas formas de atuação e
configuração da Engenharia de Produção ____________________________________________________________________________________________ 15
Julio Cesar Donadone, Mauro Zilbovicius, Alessandra Rachid, Ana Valeria Carneiro Dias,
Cláudia Fabiana Gohr, Luciano Costa Santos, Martin Mundo Neto, Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas,
Paulo Castro Caamaño & Roberto Grün
7. Discussões finais______________________________________________________________________________________________________________________ 66
8. Referências bibliográficas________________________________________________________________________________________________________ 73
Capítulo 2:
Gestão estratégica da inovação - Em busca do “como fazer” ____________________________________________________________________ 87
Mario Sergio Salerno, Adriano Proença, André Martins de Carvalho, André Ribeiro de Oliveira,
Ângela de Moura Ferreira Danilevicz, Débora Oliveira da Silva, Guilherme Luis Roehe Vaccaro,
Heitor Mansur Caulliraux, Ivan de Pellegrin, José Antonio Valle Antunes Júnior,
Leonardo Augusto de Vasconcelos Gomes, Luiz Henrique Pantaleão, Márcia Elisa S. Echeveste,
Marta Araújo Tavares Ferreira, Paulo Augusto Cauchick Miguel, Rafael Gomes Clemente,
Rodrigo Pinto Leis, Sandro Márcio da Silva & Tomoe D. Hamanaka Gusberti
1. Introdução_______________________________________________________________________________________________________________________________ 89
6 Sumário
Capítulo 3:
Gestão do ciclo de vida de produtos inovadores e sustentáveis _______________________________________________________________ 137
Henrique Rozenfeld, Fernando Antônio Forcellini, Aguinaldo dos Santos, Aldo Roberto Ometto,
Ângela M.F. Danilevicz, Camila Costa Dutra, Diego de Castro Fettermann, Fernanda Hansch Beuren,
Istefani Carísio de Paula, Jucelia S. Giacomini Silva, Marcelo Gitirana Gomes Ferreira,
Marisa Padovani, Marly Carvalho, Paulo Augusto Cauchick Miguel, Sabrina Rodrigues Sousa &
Yovana Maria Barrera Saavedra.
1. Introdução_____________________________________________________________________________________________________________________________ 139
Sumário 7
Capítulo 4:
Novas tendências em Gestão e Engenharia da qualidade: produtos e serviços _ __________________________________________ 241
Marly Monteiro de Carvalho, Edson Pacheco Paladini, Cláudia Fabiana Gohr, Istefani Carísio de Paula,
Jeniffer de Nadae, João Batista Turrioni, Karla Faccio, Luciano Costa Santos, Márcia Elisa Echeveste,
Otávio José de Oliveira, Paulo Augusto Cauchick Miguel, Paulo Fernando Périco & Roberto Antonio Martins.
1. Introdução_____________________________________________________________________________________________________________________________ 243
8 Sumário
Capítulo 5:
Estratégia e inovação em empresas de TI ___________________________________________________________________________________________ 293
Renato de Oliveira Moraes, Lia de Mendonça Porto, Claudia Aparecida Mattos,
Claudio Luis Cruz de Oliveira, Fernando José Barbin Laurindo, Juliana Veiga Mendes,
Regina Meyer Branski & Susana Salomão
1. Introdução_____________________________________________________________________________________________________________________________ 295
Sumário 9
PREFÁCIO
É com muito prazer que elaboro este prefácio para o 3º volume da série de livros intitulada
“Tópicos emergentes e desafios metodológicos em Engenharia de Produção: Casos,
Experiências e Proposições”. Esta é mais uma iniciativa de sucesso da Associação Brasileira
de Engenharia de Produção – ABEPRO para disseminar conhecimento para a sociedade.
Este 3º volume traz importantes contribuições acadêmicas e científicas feitas por professores
e pesquisadores renomados provenientes de inúmeras instituições do Brasil.
As contribuições estão organizadas em torno de cinco temas relevantes e atuais para a
Engenharia de Produção. Cada tema está agrupado em um capítulo. Um aspecto interessante
do livro é que estes capítulos foram elaborados por inúmeros professores e pesquisadores
com visões e opiniões provenientes de diferentes experiências, o que por um lado dificultou a
elaboração de um texto comum, mas por outro enriqueceu o resultado do trabalho trazendo
uma visão ampla do tema combinando diferentes perspectivas. Questões teóricas e práticas
envolvendo diversos setores industriais são abordadas e discutidas à luz destes temas,
trazendo, assim, a difusão de conceitos acadêmicos e de práticas organizacionais.
O primeiro tema incorpora a questão contemporânea da centralidade e fronteiras da
empresa, analisando as formas de gestão organizacional e da produção, seus fatores-chave e
suas formas de atuação, as quais se alteram com a internacionalização da propriedade, com a
lógica financeira e sua conexão com a governança corporativa, e as novas formas de atuação
e configuração da Engenharia de Produção. Este tema contribuiu com o entendimento do
processo de internacionalização dessas indústrias, as formas de atuação que a acompanham
e o relacionamento com as demais organizações e unidades das empresas.
O segundo tema está relacionado à gestão estratégica da inovação, buscando aperfeiçoar
o conhecimento e os métodos existentes sobre a organização e a gestão da cadeia de valor
da inovação. Três planos são considerados. O primeiro plano focaliza a questão de uma
“teoria da gestão da inovação”, definindo a identidade e sentido das soluções de gestão, no
contexto da firma, no que se refere à inovação. O segundo plano possui um viés mais prático
incorporando discussões sobre os frameworks adequados para representação dos sistemas
empresariais de gestão da inovação, enfatizando a “arquitetura” associada à combinação
das diversas soluções de gestão da inovação presentes na empresa. O terceiro plano se refere
11
às abordagens, práticas e ferramentas de gestão estratégica da inovação utilizadas pelas
empresas.
O terceiro tema apresenta e analisa diversas questões relevantes relacionadas à integração
da inovação e da sustentabilidade por meio da gestão do ciclo de vida de produtos para
acompanhá-los desde a geração da ideia até sua retirada do mercado e seu destino final. O
tema analisa esta gestão a partir da visão de processos.
O quarto tema lida com desafios de pesquisa na área de Gestão e Engenharia da Qualidade
e busca traçar temas matriciais de pesquisa que integrem a área de Gestão da Qualidade
e a área de Engenharia da Qualidade; levantar temas emergentes nessa área de pesquisa
que sejam de relevância nacional e internacional; determinar a contribuição esperada de
pesquisadores nacionais em temas emergentes; e propor uma agenda futura de projetos
nessa área de relevância no contexto nacional.
O quinto e último capítulo está relacionado à discussão e análise do tema estratégia e
inovação sob uma perspectiva da estratégia organizacional nas empresas. Três casos são
apresentados. O primeiro analisa as fases de integração externa entre operadores e os demais
agentes da rede logística possibilitados pela TI. O segundo tem seu foco no relacionamento
existente entre o conhecimento do consumidor gerado pelos dados na Internet e a vantagem
competitiva. O terceiro é uma análise da adoção dos sistemas ERPs, cujo foco é uma reflexão
sobre a importância da evolução do papel dos sistemas de gestão como capacitadores para a
inovação dos processos em organizações de pequeno e médio porte.
O presente livro oferece um material rico e apropriado para a comunidade de Engenharia
de Produção. A sua leitura é fácil e agradável sendo recomendada não apenas para
professores, estudantes e profissionais desta comunidade, mas também para todos aqueles
interessados em conhecer e desenvolver de forma competitiva o sistema produtivo nacional
e suas interfaces com a sociedade.
12 Prefácio
APRESENTAÇÃO
Este é o 3º volume da atual série de livros Tópicos emergentes e desafios metodológicos em en-
genharia de produção: casos, experiências e proposições, produzidos a partir das Sessões Dirigidas
(SDs) que ocorrem durante o ENEGEP (Encontro Nacional de Engenharia de Produção). Os
dois volumes anteriores foram produzidos nos ENEGEPs de 2007 (Foz do Iguaçu) e 2008 (Rio
de Janeiro) e este foi desenvolvido no XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção –
ENEGEP 2009, ocorrido em Salvador – BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
As SDs são organizadas com o objetivo de dar oportunidade a grupos de pesquisadores de
diferentes instituições que trabalham em temas de interesse comum para discutirem, debate-
rem, trocarem ideias e experiências acadêmicas e científicas de uma forma mais estruturada
e aprofundada do que em outras sessões do evento.
Cada SD dá origem a um capítulo do livro e são escolhidas entre propostas submetidas ao
evento por um coordenador e um relator de instituições distintas. Após escolhidas as SDs abrem
inscrições de trabalhos, dentre os quais são escolhidos até seis para apresentação e composição
das mesmas. Esta nova modalidade de Sessão teve excelente aceitação, o que pode ser atestado,
entre outros, pelo grande número de artigos recebidos.
A Sessão Dirigida não se inicia nem termina no período de realização do evento. Os coor-
denadores e relatores das SDs iniciam a interação e discussão com os autores dos trabalhos
selecionados, pelo menos 30 dias antes do evento, com vistas à organização das mesmas. Esta
interação continua após a realização do Enegep quando são consolidados os trabalhos e in-
corporadas as discussões ocorridas durante as apresentações dos trabalhos, com o objetivo de
composição final do capítulo do livro.
No seu conjunto, os capítulos constituem-se em importante material produzido por autores
de diferentes instituições, que foram significativamente enriquecidos pelas discussões com gru-
pos afins em cada Sessão. Com isso, este livro representa não só a visão de seus coordenadores,
mas também os resultados dos debates das ideias e das conclusões que os autores dos demais
trabalhos levaram a cabo nas discussão ocorridas em suas respectivas SDs.
O processo de construção dos capítulos deste livro a partir das ideias iniciais dos renomados
pesquisadores que são os seus autores, passando pela discussão dessas ideias em um evento
da envergadura do ENEGEP, faz com que as ideias, as reflexões e as proposições constantes
13
desta obra sejam significativamente consistentes e sedimentadas. Além disso, a temática geral
do livro aliado à diversidade de abordagens implementadas pelos diferentes autores faz desta
uma importante obra colocada à disposição de professores, estudantes, profissionais e demais
interessados.
Vanderli Fava de Oliveira
Vagner Cavenaghi
Francisco Soares Másculo
Coordenadores das Sessões Dirigidas
14 A presentação
CAPÍTULO 1
Centralidade e fronteiras
da empresa e as novas formas
de atuação e configuração da
Engenharia de Produção
1 Estes temas vêm sendo tratados em projeto do NESEFI-UFSCar em andamento na FAPESP, o qual inspi-
ra a proposta do trabalho.
• Estratégias de diversificação destruidoras de valor corporativo, mas redutoras de riscos da direção executiva.
• Conflitos de interesse: preços de transferência abaixo dos de mercado para empresas de que são acionistas.
• Nepotismo e outras formas de proteção conflitantes com os interesses corporativos.
• Acesso assimétrico a informações.
• Resistência a avaliações estruturadas de desempenho da direção executiva.
• Gestão de resultados com foco em prazos curtos.
• Anulação do poder de influência dos conselhos de administração e outros colegiados internos.
• Descompromisso com a perpetuação da empresa.
Ações dos Acionistas
Berle e Means (1957) apud Ferreira (2005, p. 33) constataram em uma de suas pesquisas
que as empresas do século XIX eram geralmente dirigidas por seus proprietários, tendo
seu campo de ação limitado ao patrimônio pessoal dos indivíduos no controle. Entretanto,
a partir do século XX, devido ao acelerado crescimento industrial, a gestão das empresas
À medida que penetramos na realidade da vida econômica atual, descobrimos que é inteiramente
improvável que a eficiência econômica possa resultar do livre jogo dos interesses individuais.
(KOHLER, 1982).
A governança corporativa tem fundamentos sólidos, definidos a partir de princípios éticos apli-
cados na condução dos negócios. [...] E sua sustentação já se estabeleceu não só pelos princípios
e razões que se encontram em suas origens, mas também pelos institutos legais e marcos regu-
latórios que envolvem os processo de gestão e que, cada vez mais, aperfeiçoam-se com base nos
valores que regem a boa governança. (ANDRADE e ROSSETTI, 2005, p. 20).
[Fonte: Elaborado pelo autor: Demonstrativos de Investimentos e Relatórios Anuais (PREVI, 2003-2006)]
[Fonte: Elaborado pelo autor: Demonstrativos de Investimentos e Relatórios Anuais (PREVI, 2003-2006)]
• Carteira de clientes;
• Experiências da empresa;
• Experiência da PREVI com a empresa.
Dados financeiros dos ativos administrados pela empresa, explicitando:
Quantitativos
Para Jesus (2004, p. 47) a PREVI deu os primeiros passos rumo às práticas de governança
corporativa ainda no início da década de 1990 com a decisão de participar dos leilões de pri-
vatização e assim, alterar profundamente as características de sua carteira de investimentos.
Ainda que à época o conceito de governança corporativa fosse pouco conhecido no Brasil
e a PREVI não tivesse a clara intenção de adotá-la em suas atividades, a primeira boa prática
de governança pôde ser percebida quando definiu premissas básicas para os novos investi-
mentos, decidindo aplicar seus recursos somente em empresas que apresentassem: a) Fluxos
futuros de dividendo positivos; b) Financiassem seus investimentos com geração interna
de recursos; c) Atuassem em mercados consolidados e com canais de exportação abertos e
Nos últimos anos, com a intensificação das disputas sobre fontes de energia alternativas
ao petróleo, a indústria de cana-de-açúcar brasileira tem ocupado posição de destaque.
Em 2007, ela figurou entre aquelas que mais atraíram novos investimentos, justificados
pela expectativa da crescente demanda por energias alternativas. A indústria passou a ser
designada como sucroenergética e as suas vantagens em relação a outras fontes de energia
estariam sustentadas pela maior eficiência energética e pela pretensão ao posto de energia
sustentável. O crescimento da indústria de cana-de-açúcar estaria, fundamentalmente, re-
lacionado à aposta na ampliação do mercado etanol, seja como aditivo à gasolina, seja como
biocombustível ou ainda como matéria-prima para indústria alcoolquímica, ampliando a sua
capacidade de substituir o petróleo. Por outro lado, a promoção do etanol como bioenergia
sustentável tem tencionado com o histórico de ações de representantes desta indústria. Este
movimento tem feito com que grupos industriais e investidores institucionais, nacionais e
internacionais, organizações de representação de interesses dos participantes desta indústria
e o estado articulem-se para que um número cada vez maior de empresas atenda à legislação
trabalhista e ambiental, mas também se apresente como empresa socialmente responsável e
ambientalmente sustentável, para melhorar a imagem negativa da indústria junto à sociedade.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), principal organização de representa-
ção das indústrias da região Centro-Sul, tem como missão “consolidar o etanol como uma
commodity global no setor de combustíveis” e “auxiliar as empresas associadas a se tornar
modelos de sustentabilidade socioambiental” (www.unica.com.br).
A indústria de cana-de-açúcar está entre as mais antigas do Brasil e, historicamente, es-
teve sob controle de famílias da elite agrária brasileira. No seu processo de industrialização,
destaca-se, nos anos 30, a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), marcando o
início de um longo período de intervenção estatal. No início dos anos 70, motivado pela crise
do petróleo, o governo brasileiro institui o programa do álcool combustível, PROALCOOL.
Operacionalizado pelo IAA, o PROALCOOL consolidou o álcool combustível como aditivo
à gasolina e como seu potencial substituto. Até o final dos anos 90, a indústria contou com o
estado como seu principal promotor e financiador e as unidades produtivas permaneceram
sob o controle de famílias tradicionais. Segundo Belik (1998), as mudanças na indústria
sucroalcooleira durante a década de 1990 estiveram ligadas às alianças estratégias firmadas
com as indústrias de alimentos e de bebidas, ao lançamento de novos produtos como o açúcar
líquido invertido, matéria prima para indústria de refrigerantes e a ampliação de produtos
destinados ao varejo (marcas próprias de açúcar; açúcar orgânico; açúcar ligth etc.). As
empresas sucroalcooleiras além de desenvolver mecanismos coletivos para controlar os
Volberda e Lewin (2003) classificaram as teorias de escolha e seleção dentro de três níveis
de análise que podem ser utilizados em estudos que levam em consideração a teoria coe-
volucionista na análise das mudanças estratégicas: (i) nível da firma, que relaciona a firma
às suas capacidades e estratégias para a adaptação e consequente sobrevivência; (ii) nível
intermediário, que relaciona a firma ao ambiente institucional; e, (iii) teorias que relacionam
a firma ao macroambiente. Assim, a teoria coevolucionista integra a questão da adaptação
das organizações, a sua dinâmica competitiva e a dinâmica do sistema institucional no qual
as firmas e as indústrias se encontram (LEWIN; LONG; CARROLL, 1999).
Lewin e Volberda (1999), Lewin, Long e Carroll (1999) e McKelvey (1999), afirmam que,
embora a teoria da coevolução esteja em franca expansão, seus efeitos estão longe de serem
compreendidos. Dessa maneira, os autores sugerem que se conheçam as propriedades da
coevolução, de forma que possam ser observadas as correlações e complementaridades com
diferentes perspectivas teóricas. Essas propriedades são importantes quando se deseja estudar
as organizações por meio da teoria da coevolução:
• Multinível: os efeitos ambientais sobre as organizações podem ocorrer em múltiplos
níveis, dentro das firmas e entre as firmas, caracterizando a microcoevolução e a ma-
crocoevolução, respectivamente.
• Causalidades multidirecionais: as firmas evoluem e coevoluem umas em relação às
outras e também com um ambiente organizacional mutante.
Figura 1.2. Modelo genérico para uma análise de mudanças pela coevolução
[Fonte: Elaborado pelos autores]
Pode-se observar no modelo genérico representado pela Figura 1.2 que as áreas sombre-
adas da figura representam a interface entre os ambientes, sendo que as linhas tracejadas
refletem a influência do ambiente externo (macro e setorial) sobre as estratégias emergentes
e a influência da intenção dos gerentes sobre as estratégias deliberadas. Já as linhas cheias
representam a influência que as estratégias deliberadas e as estratégias emergentes têm sobre
as estratégias realizadas pelas firmas. As linhas pontilhadas, por sua vez, representam os
efeitos coevolucionistas que atuam sobre a organização e seus ambientes e vice-versa. De um
modo geral, os efeitos representados pelas linhas pontilhadas dizem respeito às propriedades
da teoria coevolucionista apresentadas no Quadro 1.3.
As setas bidirecionais das linhas pontilhadas representam a noção de reciprocidade entre
os diferentes níveis de análise do processo de mudança. A clássica ideia evolucionista de que
a organização deve estar sempre se ajustando ao “meio” para garantir sua sobrevivência con-
tinua sendo válida desde que também seja considerada a ideia de que o ambiente é formado
de organizações que são capazes de modificá-lo à medida que evoluem.
A unidade de análise da pesquisa de campo é a Eletrosul Centrais Elétricas S.A., uma
empresa estatal do grupo Eletrobrás, que atua na Região Sul e no estado de Mato Grosso do
Sul. A escolha da empresa se deu por alguns motivos, tais como: (i) foi a primeira empresa
a ser cindida no país, depois da implantação do novo modelo do SEB; e, (ii) é uma empresa
relativamente antiga, o que possibilita o estudo e a análise de vários aspectos relacionados
à mudança estratégica.
negócios de despacho de carga; despacho de carga e das empresas; criação: planejamento pelo Estado.
do setor monopólios naturais. sistema interligado MAE, ONS, ANEEL;
de transmissão. problemas no modelo.
realizadas
Multinível
a) 1990 a 1992: a implementação do Programa Qualidade refletiu positivamente sobre o SEB
e contribuiu para os planos governamentais (macrocoevolução); a implementação de 95%
do Plano de Gestão possibilitou à empresa tornar-se eficiente (microcoevolução).
b) 1993 a 1994: a consolidação de parcerias e a conclusão de obras contribuíram para o de-
sempenho do setor, para a ideologia e para os objetivos políticos (macrocoevolução); essas
ações permitiram à firma melhorar o seu desempenho (microcoevolução).
c) 1995 a 2002: a inclusão da empresa no PND e a expansão do sistema de transmissão refleti-
ram positivamente sobre o SEB e sobre o macroambiente (macrocoevolução); esses eventos
possibilitaram a mudança para uma “empresa estatal exclusivamente de transmissão”
(microcoevolução).
d) 2003 a 2004: a expansão dos investimentos teve impacto positivo sobre o SEB e sobre
o macroambiente, contribuindo para a consecução dos objetivos políticos e setoriais
(macrocoevolução); os investimentos realizados permitiram à empresa melhorar o seu
desempenho e aumentar a sua participação no mercado (microcoevolução).
Causalidades multidirecionais
a) 1990 a 1992: a coevolução ocorreu entre a Eletrosul e seus ambientes, possibilitando a
“redução de custos” como consequência de questões externas e internas.
b) 1993 a 1994: mudanças nos contextos exerceram influência sobre as estratégias, caracte-
rizando a coevolução entre a firma e seus ambientes.
c) 1995 a 2002: entrada de novas tecnologias. A Eletrosul se adaptou, coevoluindo em relação
ao contexto externo que estava passando por transformações.
d) 2003 a 2004: a ideologia política e o novo modelo levaram a firma o retorno à geração,
caracterizando a coevolução da firma em relação a um ambiente organizacional mutante.
Não linearidade
a) 1990 a 1992: a redução de custos desencadeou mudanças em outras variáveis do contexto.
b) 1993 a 1994: a mudança no desempenho da firma proporcionou transformações em vari-
áveis dos contextos externo e interno.
c) 1995 a 2002: a cisão gerou mudanças em seu desempenho, na dinâmica competitiva do
setor e também sobre a ideologia e objetivos do governo.
d) 2003 a 2004: a exclusão do PND proporcionou à empresa retornar às atividades de geração,
rando impactos sobre os objetivos setoriais e macroambientais.
História de dependência
a) 1990 a 1992: a busca por um novo modelo para o SEB e a ideologia de redução da partici-
pação do Estado caracterizaram a trajetória e a história de dependência.
b) 1993 a 1994: a edição do Decreto 913, da Lei 8.631 e a política de privatização caracteriza-
ram o processo como histórico-dependente.
c) 1995 a 2002: a adaptação da firma foi um processo histórico-dependente, pois ela atuou
em um ambiente institucionalizado, o que resultou na sua inclusão no PND e consequente
cisão.
d) 2003 a 2004: o comportamento da firma foi influenciado pelo seu passado e por atuar em
um ambiente institucionalizado. A empresa não teve poder de interferir em sua saída do
PND.
Tabela 1.3. Emprego nos setores secundário e terciário (Brasil, 1994 a 2004, milhões)
Setor \ Ano 1994 2000 Variação 2004 Variação
Indústria de transformação 7,0 6,7 - 3,0% 8,6 26,7%
Serviços 9,1 22,0 141,3% 28,4 29,2%
Deve-se lembrar que, apesar de sempre receberem maior atenção, as grandes empresas
sempre tiveram menor importância na geração de empregos se comparadas às pequenas e
médias empresas. O que ocorre com a terceirização é uma mudança na qualidade do em-
prego e não apenas com a terceirização. Para as atividades que permanecem na estrutura, as
empresas buscam alternativas para ajustar o tamanho da força de trabalho, sua remuneração
e o número de horas trabalhadas.
Tanto a terceirização quanto estas outras formas de ajuste da força de trabalho enquadram-
se no conceito de flexibilidade numérica do trabalho tratada por Atkinson (1994), Hirata
(1998) e Smith (1997) e representam alternativas ao emprego por prazo indeterminado em
tempo integral, ainda considerado o padrão,
Na Europa, Japão e EUA, tem crescido muito o trabalho em tempo parcial (Fligstein e
Shin, 2003; Hirata e Kergoat, 2007; Kalleberg, 2000). No Brasil, alguns serviços contratam
em tempo parcial e fazem uso das horas extra quando há aumento na demanda. Na indústria
de transformação, no entanto, esse ajuste tem ocorrido de outras formas, como:
• o contrato temporário, de três meses, que pode ser prorrogado mais uma vez, pelo
mesmo período;
• o contrato por tempo determinado, de no máximo dois anos e que também só pode ser
prorrogado mais uma vez;
• a remuneração variável, atrelando uma parcela do salário ao cumprimento de metas ou
ao desempenho da empresa, como nos programas de participação nos lucros e resultados;
• as tradicionais horas extra, que implicam no pagamento de um valor adicional de 50%;
• a compensação anual de horas, conhecida aqui no Brasil de banco de horas, que permite
a redução ou extensão da jornada sem o pagamento das horas extras.
Essas iniciativas são acompanhadas por mudanças na legislação trabalhista, ainda que
O objetivo deste texto é levantar algumas questões a respeito das (novas) formas de or-
ganização do trabalho em empresas contemporâneas, especificamente, suas configurações
e seus impactos para os trabalhadores, no contexto de um ambiente de financeirização, não
obstante a crise financeira que eclodiu no segundo semestre de 2008. O artigo pretende
continuar a discussão que apresentamos no Encontro Nacional de Engenharia de Produção
em 2006 (DIAS e ZILBOVICIUS, 2006). Naquele texto, o conceito de “financeirização da
produção”, àquela altura pouco difundido fora do circuito das Ciências Econômicas e So-
ciais, foi apresentado, e foram discutidos alguns possíveis impactos da financeirização para
a organização do trabalho das empresas.
A hipótese por nós defendida era de que a financeirização, tendo como uma de suas ca-
racterísticas a valorização da liquidez e da flexibilidade, poderia favorecer a introdução de
formas organizacionais também mais “fluidas”, flexíveis, tais como as estruturas em rede e o
trabalho em grupos semiautônomos. Passados alguns anos a partir desta hipótese, e depois
da crise financeira de 2008, gostaríamos de renovar a sua pertinência e indagar, com maior
profundidade, acerca das consequências da adoção dessas novas formas de organização para
os trabalhadores, considerado esse contexto.
Com base em pesquisa bibliográfica, pretendemos problematizar a questão da autonomia
e da flexibilidade no trabalho, mostrando que, no contexto contemporâneo, a autonomia e a
flexibilidade podem conduzir a “injunções paradoxais”, ou seja, normativas ou imperativos
paradoxais, impostos aos trabalhadores (GAULEJAC, 2005).
6.2.2. Segundo paradoxo: estratégias apoiadas em competência versus resultados em curto prazo
O imperativo num ambiente financeirizado é o de “gerar valor ao acionista”. Como colo-
cado anteriormente, firmas que seguem estratégias de diferenciação podem adotar formas
ARAÚJO, Ângela M. C., GITAHY, Leda; RACHID, Alessandra; CUNHA, Adriana M. Glo-
balização, estratégias gerenciais e respostas operárias: um estudo comparativo da indústria de
linha branca. Relatório de pesquisa para o CNPq, 2006.
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O presente texto busca sintetizar os resultados da Sessão Dirigida 02, Gestão Estratégica da
Inovação, do ENEGEP 2009. Ele tem sua concepção geral alinhada às recomendações oriundas
da Coordenação do Encontro, no sentido de oferecer não uma mera adição das contribuições
então aportadas pelos autores dos textos, mas sim uma apresentação estruturada dos pontos
por eles levantados e das contribuições dos demais participantes da sessão1.
Basicamente, a SD se propôs a aperfeiçoar o conhecimento e os métodos existentes sobre
a organização e a gestão da cadeia de valor da inovação. No caso, tratada de forma ampla,
não restrita ao desenvolvimento de produtos (que é um dos elos da cadeia), nem restrita ao
interior da empresa (dadas as práticas de gestão no contexto de open innovation, de codesign
etc.). A SD voltava-se, portanto, para contribuições e proposição de modelos e práticas de
gestão de inovação mais poderosos, explicativos, preditivos ou normativos, que abordassem
as diversas contingências em que está imerso o processo de inovação nas empresas.
Este foco de atenção ao “como” instituir e conduzir os processos de inovação nas empresas
atraiu, e isto é significativo, contribuições em diferentes níveis de abstração na abordagem
à questão. Este texto foi organizado de forma a registrar tais contribuições, justamente, ao
longo de tais “níveis”. Mesmo reconhecendo diversas possibilidades de segmentação, a bem
da simplicidade as diversas abordagens foram encaixadas em três planos.
Em um primeiro plano, mais abstrato e teórico, apresentações e debates se centraram na
questão de uma “teoria da gestão da inovação”. O ponto central aqui está na definição da
identidade e sentido das soluções de gestão, no contexto da firma, no que se refere à inovação.
O conceito chave durante os debates foi o de “capacitações”, e, no âmbito destas, a discussão
que deságua no conceito de “capacitações dinâmicas” (TEECE et al., 1997). A saber, a pro-
posição, oriunda da matriz teórica da economia evolucionária (NELSON e WINTER, 1982),
de que determinadas habilidades das organizações se voltam para a promoção de seu futuro,
promovendo mudanças em seus produtos, processos, soluções organizacionais, posições
competitivas, e mesmo em seus modelos de negócio.
O papel e o alcance de tais “capacitações”, e as implicações e desdobramentos da pers-
pectiva evolucionária para compreensão de aspectos da gestão da inovação nas empresas,
foram questões aportadas ao debate pelo texto de Tomoe D. Hamanaka Gusberti, Márcia
Elisa S. Echeveste e Ângela de Moura Ferreira Danilevicz, “Como Avaliar o Processo de
1 Embora a redação final seja responsabilidade do Coordenador e do Relator da SD, este texto se apoia em
resumos enviados pela maioria dos autores de seus respectivos textos. Este capítulo é, portanto, sem dúvida,
para além de sua gênese coletiva por autores, expositores, debatedores e audiência da SD, uma obra coletiva.
A sua apresentação final, entretanto, foi estruturada e ajustada pelos seus dois autores.
Os temas abordados nesta SD indicaram haver uma diversidade de ambientes nos quais
ocorre a inovação, ou o desenvolvimento da tecnologia e conversão desta em produtos, pro-
cessos e serviços comercialmente viáveis. Os ambientes compreendem, pelo menos: rede de
empresas (LEIS et al., 2009), agendas empresariais de pesquisa (CARVALHO, FERREIRA e
SILVA, 2009), spin-offs acadêmicos (GOMES, 2009) e empresas low-tech (LIMA, MELLO
e MARX, 2009).
Os trabalhos apresentados evidenciam que inovar para competir é uma opção que não
se restringe aos sistemas corporativos de pesquisa e desenvolvimento. Novas empresas de
base tecnológica conseguem inovar, apesar de muitas vezes não apresentarem um processo
estruturado de desenvolvimento de tecnologia/produto (GOMES, 2009). Novas empresas
de base tecnológica contribuem, mesmo sem um processo de desenvolvimento estruturado,
para a concepção e/ou difusão de novas tecnologias (CHESBROUGH e ROSENBLOON,
2002; IANSITI, 1995; DANEELS, 2004; SALERNO e PROENÇA, 2009, texto da proposta
desta SD). E mesmo com baixo nível de maturidade tecnológica, empresas inovam (LIMA,
MELLO e MARX, 2009, texto desta SD).
No âmbito das grandes empresas, a busca por fontes de inovação, tecnologia e conheci-
mento tecnológico é um imperativo para competição. Surgem novas formas de ‘organizar
para inovar’ que vão além da empresa em si, compreendendo desde parceria entre empresas
e parceria com instituições de pesquisa, até a contratação de empresas especializadas em ser-
viços tecnológicos, entre outros. As fronteiras tradicionais do que seja “a empresa inovadora”
passam a ser questionáveis. Em contextos tão diversos, como abordar e avaliar o processo de
conversão de tecnologia em produtos, processos e serviços na cadeia de valor da inovação?
Em trabalhos acadêmicos e profissionais relacionados ao tema, identificam-se, tipicamente,
diversas práticas de gestão e operação no âmbito das cadeias de valor da inovação. No entanto,
observa-se a carência do amadurecimento de uma perspectiva de cunho teórico que abranja,
organize e guie essas discussões apreendendo a sua unidade conceitual subjacente. Qual
teoria poderia guiar a área de Gestão estratégica da inovação/Gestão do processo de desen-
volvimento de produto/Gestão do processo de desenvolvimento da tecnologia e áreas afins?
Gusberti, Echeveste, Danilevicz (2009), em sua contribuição para esta SD, observam que
esta busca já se encontra na literatura. Por exemplo, no clássico de Burgelman, Christensen e
Wheelwright (2004). Ou, como levantado durante os debates na SD, nos trabalhos seminais
de Schumpeter (1942) e Penrose (1959). Em seu trabalho, entretanto, Gusberti, Echeveste
e Danilevicz concentraram-se objetivamente no foco microeconômico, na organização
estrutural das empresas. Sua proposição foi pela adoção de uma visão baseada em uma
“abordagem evolucionária”.
Esta sessão do capítulo aborda o segundo plano de discussão da SD: a proposição de estru-
turas conceituais amplas que permitam a compreensão das partes e lógica de funcionamento
dos Sistemas de Gestão da Inovação de toda a firma. Se no plano anterior a discussão se dava
no âmbito teórico – contemplando o sentido mais geral da Inovação nas empresas – aqui o
debate se deu no âmbito da arquitetura da “solução geral” da função Inovação na empresa.
A primeira das propostas apresentadas foi, justamente, no sentido de estabelecer e detalhar
o conceito de “Sistema Corporativo de Inovação” (SCI). Isto é, uma proposta de arquitetura
conceitual (framework) da função Inovação para toda a corporação (no sentido que Peter
Drucker deu ao termo, e que hoje é sinônimo de empresa multinegócio).
Leis, Antunes Jr., Pellegrin, Pantaleão, Vaccaro e Silva (2009) trouxeram para a SD sua
proposta de SCI. Para eles, os aspectos conceituais do SCI partem da definição de ‘plataforma
de negócios’ e ‘arquitetura competitiva’.
Meyer e Lehnerd apud Miller e Morris (1998) definem “plataforma de negócio” como
um conjunto de subsistemas e interfaces que compõem uma estrutura comum, a partir da
qual um negócio pode ser desenvolvido de forma eficaz. A ideia de arquitetura competitiva,
por sua vez, está associada à combinação de termos e conceitos específicos, que permitem
organizar e administrar a complexidade, identificando padrões e descrevendo a evolução de
um sistema (MILLER e MORRIS, 1998).
A plataforma de negócios do SCI é composta por três arquiteturas:
(1) arquitetura econômica, relacionada às formas de investimentos e captação de recursos
para executar a inovação;arquitetura de mercado, referindo-se às relações a serem
estabelecidas junto aos fornecedores e ao mercado consumidor para a geração da
inovação; e
(2) arquitetura organizacional, sendo o conjunto de estruturas e relações internas entre
indivíduos e equipes.
De outro prisma, o desenho da plataforma de negócios do SCI contempla o fomento à
inovação nos cinco aspectos definidos por Schumpeter (1942). Além disso, considerando que
em qualquer tipo de inovação, radical ou incremental, o desenvolvimento de capacitações
organizacionais é um elemento essencial a ser considerado, os aspectos constituintes do SCI
no nível da arquitetura organizacional foram estruturados em seis categorias:
(i) a linhamento estratégico;
(ii) gestão do conhecimento (cultura organizacional embasada no conhecimento);
(iii) estrutura organizacional;
(iv) rede de relações externas;
(v) processos, práticas e métodos; e
Capacidade
Inovadora
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt, (2001), o processo de inovação é um processo chave para
o negócio da empresa, associado com a renovação e a evolução do negócio, renovando o
que a empresa oferece e como ela cria esta oferta. Para tanto, cada empresa pode adaptar o
processo de inovação às suas especificidades de modo a integrá-lo à sua forma de construir
conhecimento e suas capacidades internas, por exemplo: grandes empresas podem ter seus
próprios laboratórios de P&D ou contratar pesquisa de terceiros; pequenas empresas prio-
rizam o desenvolvimento rápido de soluções a partir do empirismo e da experiência prática
na solução dos problemas do dia a dia.
Para estudar estes diferentes encaminhamentos à questão, Lima, Mello e Marx adotam
o conceito da cadeia de valor da inovação, sugerido por Hansen e Birknshaw (2007). Para
eles, este assume uma visão mais ampla e integrada do processo de inovação na empresa,
não restrito ao processo de desenvolvimento de produto, considerando a inovação dentro
de uma lógica de “cadeia” envolvendo três distintos e interligados elos: a geração de ideias
(interna aos departamentos/unidades, entre os departamentos/unidades e entre diferentes
instituições), conversão (seleção – triagem e financiamento; desenvolvimento) e difusão dos
conceitos desenvolvidos (cf. Figura 2.2).
Segundo esta lógica, ao longo da cadeia de valor da inovação pode haver uma ou mais
atividades em que uma empresa tem excelência, seus elos mais fortes da empresa; inversa-
mente, pode haver uma ou mais atividades em que a empresa tem dificuldades, os seus elos
Conformada uma estrutura conceitual de partida, Lima, Mello e Marx estudaram uma
empresa brasileira inovadora em produto que atua no setor de embalagens metálicas. É uma
empresa tipicamente low tech.
A Empresa Y Embalagens Metálicas (nome fictício) é uma empresa de capital nacional que
emprega aproximadamente 900 funcionários. É reconhecida pelo mercado como inovadora e
uma exceção no setor, dominado por empresas dependentes de seus fornecedores para inovar.
Para a empresa, inovação é questão de sobrevivência no mercado: nos últimos anos, as
embalagens metálicas estão sendo substituídas por outros materiais, como os plásticos, por
exemplo. A estratégia da empresa é obter vantagens competitivas em relação a seus concor-
rentes atuais e potenciais através da diferenciação de seus produtos e da redução de seus
custos. Como resultado desta estratégia, ela possui 32 patentes depositadas, no Brasil e no
exterior, sendo que 12 delas foram desenvolvidas nos últimos três anos.
Para a empresa, esse desempenho é resultado do desenvolvimento de uma forte cultura
interna voltada para a inovação. Desde os anos 80, quando a empresa enfrentou uma grave
crise econômica, a constante inovação em práticas gerenciais passou a ser considerada como
crítica para a empresa.
Um exemplo disto pode ser visto em sua forma bastante peculiar de gestão de pessoas.
Há um compromisso da administração com a estabilidade no emprego de seus empregados
(ou “inventores”, como são tratados pela empresa). Outra preocupação da administração é
Este modelo reflete a forma de como as inovações são geradas e são desenvolvidas pela
empresa, considerando não só as ideias geradas pelos funcionários e clientes, mas também
o relacionamento com entes externos, como institutos de pesquisa, fornecedores e órgãos
de fomento.
Aqui são abordadas práticas específicas de gestão da inovação. Ou seja, um plano mais
micro e instrumental do que os anteriores, igualmente relevante para o sistema de gestão
da inovação na empresa.
Leonardo Augusto de Vasconcelos Gomes discutiu technology roadmapping (TRM),
técnica gráfica de apoio ao planejamento, como meio auxiliar no planejamento inicial de
spin-offs acadêmicos. Estes podem ser definidos como ventures em transição, criadas no
intuito de viabilizar a transferência formal ou informal de tecnologias e de conhecimentos
gerados em instituições de ciência e tecnologia (universidades, centros de pesquisa etc.),
através do lançamento de produtos e serviços no mercado (HEIRMAN e CLARYSSE, 2007;
SHANE, 2004; ROBERTS, 1991). Esse tipo de empreendimento vem despertando a atenção
das comunidades acadêmica e política nos últimos anos, pela possibilidade de geração de
riqueza a partir de resultados de pesquisas (MUSTAR et al., 2006).
A incerteza é aspecto inerente de spin-offs, de forma mais contundente do que nas demais
empresas, posto que há incertezas quanto à tecnologia, sua transformação em produto e
sobre a viabilidade do negócio. Isso numa empresa (ou protoempresa) que, por natureza,
apresenta poucos recursos internos, que se dividem entre o desenvolvimento da tecnologia,
do produto, do negócio e do planejamento em si, que deve ser simultaneamente desses três
aspectos. Leonardo Gomes introduz as questões de incerteza, tipificando-as a partir do tra-
balho de Sommer e Loch (2004), que consideram incertezas imprevisíveis, o que seria típico
de spin-offs acadêmicos desde seu ponto de vista.
A partir de dois estudos de caso e pesquisa-ação, Gomes propõe uma abordagem de tech-
nology roadmapping mais adequada para o contexto de tipo de firma, que nasce para explorar
uma tecnologia acadêmica radical. A Figura 2.4 mostra a proposta da abordagem dinâmica,
que pode ter ampla aplicação prática. Ela compreende três partes essenciais: planejamento
do modelo de negócios sob incerteza; technology roadmapping; e plano de negócios.
Já Paulo Augusto Cauchick Miguel tomou por caso uma organização que está entre os dez
maiores grupos privados nacionais, com um faturamento anual que corresponde a quase 20%
do faturamento total da indústria petroquímica no Brasil. Diversas unidades de negócios fazem
parte da empresa, que é controlada por um grande grupo nacional, com acionistas impor-
tantes da área petroquímica e de previdência. A corporação tem uma forte atuação tecnoló-
gica, conduzindo atividades de P&D com um investimento de aproximadamente 1% do seu
Nº 66 28 26 33 32 49 55 83 312
Média 183 138 172 235 230 215 226 288 233
Valor 1.656 2.865 3.243 2.780 2.743 3.064 2.217 4.186 22.745
alternativa
Projeto
Nº 44 88 88 88 66 77 55 10 56
Média 414 358 405 347 457 437 443 418 406
Valor 317 1,917 1.988 2,669 2.142 1.861 4.338 6.320 21.552
ambiental
Projeto
Nº 33 10 12 14 14 99 15 21 98
Média 105 191 165 190 153 206 289 300 219
Valor 3.076 8.659 9.723 13.210 12.265 15.469 18.986 35.848 117.227
TOTAL
Nº 13 46 46 55 52 65 75 114 466
Média 236 188 211 240 235 237 314 331 251
(b) Os que são construídos a partir de uma visão processual da área de P&D
A partir da ideia original de Quinn (1960), Brown e Svenson (1988) introduziram o
conceito de P&D como um sistema, onde o desempenho deveria ser medido sob di-
ferentes atributos (qualidade, quantidade e custos) em diferentes etapas do processo
(entradas, processamento, saídas e resultados).
Este conceito implicitamente reconhece a área de P&D como um processo e, con-
sequentemente, parte do pressuposto que este processo é identificável e modelável.
Entenda-se o processo de P&D como atividades que envolvem: pesquisa, desenvolvi-
mento, testes e divulgação desses resultados. As entradas necessárias para este processo
são pessoas (enquanto detentoras de conhecimentos específicos e úteis para o processo
de P&D), ideias, equipamentos, financiamentos, informações etc.
Os autores fazem uma classificação interessante ao diferenciarem as saídas dos resulta-
dos. Entenda-se por saídas as patentes geradas das pesquisas, produtos novos, processos
e métodos, publicações. Tais saídas não fazem importância sem que haja um “subsis-
tema receptor” dessas saídas. Por exemplo, um novo produto não tem importância,
se ele não for aceito no mercado a que foi destinado. Idem para uma patente de algo
não importante para este mercado. Ou mesmo um novo processo produtivo, se não
houver redução de custos e/ou melhoria da qualidade do produto final.
(d) Os que são construídos a partir de uma visão multidimensional do tipo Balanced
Scorecard
Kerssens-vanDrongelen e Cooke (1997) propõem uma estrutura de Balanced Score-
card adaptada para a função de P&D. Os autores fazem uma importante revisão dos
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Figura 3.2a. Principais processos de negócio envolvidos na gestão do ciclo de vida de produtos
Destaca-se ainda que existem diversas visões e dimensões que podem ser tratadas na gestão
do ciclo de vida de produtos inovadores e sustentáveis, tais como: organizacional, estratégica,
de processos de métodos de ferramentas, e outras. Para essa sessão dirigida fizemos o recorte
da visão de processos.
E seguida passamos uma visão bem resumida das contribuições dentro deste contexto.
Deve-se visualizar na Figura 3.2b o número da contribuição e sua localização dentro da visão
geral da gestão do ciclo de vida de produtos inovadores sustentáveis.
3.1. Introdução
De modo crescente, projetos são reconhecidos como elementos frequentes e relevantes do
trabalho de quase toda organização (RAD e LEVIN, 2006). Os projetos são definidos por
Kerzner (2002) como um empreendimento com objetivo identificável, que consome recursos
e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade. Um projeto pode ser considerado como
uma atividade multifuncional, pois o papel do gerente de projetos tem-se tornado mais o
de integrador do que um especialista técnico. Segundo o Project Management Institute –
PMI (2004) a gestão de projetos é “a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas
e técnicas em atividades do empreendimento, a fim de satisfazer ou exceder as necessidades
e expectativas dos interessados e envolvidos no empreendimento”.
Aspecto relevante da gestão de projetos é a gestão do portfólio de projetos. Quando se diz
que existe uma preocupação em gerenciar o negócio por meio de projetos, significa que é
necessário identificar os projetos que efetivamente contribuam para alavancar o negócio. A
identificação, seleção e gerenciamento dos projetos pertencem à prática denominada gestão
de portfólio. Entende-se por projetos bem sucedidos aqueles que transcorram dentro dos
limites de prazo, custo, qualidade estimados, envolvendo relações harmônicas e atingindo
os objetivos gerenciais e dos stakeholders (GASNIER, 2001).
Em busca da eficiência e eficácia no gerenciamento de projetos, é necessário que a gestão
do portfólio garanta o alinhamento estratégico e que cada projeto contribua para o alcance
dos objetivos organizacionais, que deve constituir uma premissa de qualquer projeto. Esta
prática compreende modelos, procedimentos, processos que, conceitualmente, visam otimi-
zar um conjunto de projetos de forma sistêmica (PMI, 2004; DYE e PENNYPACKER, 2000).
Embora a literatura relacionada à gestão de portfólio recomende macroetapas e ferramen-
tas que podem ser utilizadas na gestão do portfólio de projetos, observa-se que, na prática,
algumas das etapas são realizadas com maior ou menor formalismo. Enquanto nas etapas
de identificação e priorização existem ferramentas consagradas, como gráfico de bolhas e
matrizes de priorização, o balanceamento do portfólio de projetos frequentemente é realizado
de forma intuitiva ou menos formal. A maior ou menor facilidade para adotar as ferramentas
e práticas, também é função do nível de maturidade da organização e da cultura no emprego
de ferramentas (RAJEGOPAL et al., 2007).
O número de portfólios nas organizações depende dos objetivos de mercado destas, or-
ganizações menos competitivas podem se limitar a um único portfólio, já as organizações
maiores podem precisar utilizar múltiplos portfólios. Diferentes portfólios podem ser ne-
Gestão de Portfólio
A gestão de portfólio de projetos pode ser definida como “a arte e a ciência de aplicar um
conjunto de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas ao conjunto de projetos
de uma organização, como forma de atender ou exceder as necessidades e expectativas da
direção na gestão estratégica dos investimentos da empresa”. Para isto, é necessário manter
um nível adequado de equilíbrio em relação aos critérios táticos e estratégicos usados nas
políticas de prioridades dos projetos (JAEGER NETO e BOCOLI, 2007).
Um portfólio é uma coleção de projetos, programas e outras atividades que são agrupados
para facilitar o gerenciamento efetivo destes empreendimentos, visando atender os objetivos
estratégicos de negócios da organização. Os projetos ou programas em um portfólio não ne-
cessariamente devem ser interdependentes ou estarem diretamente relacionados. Os recursos
e suporte necessários aos itens de um portfólio podem ser atribuídos de acordo com os riscos/
rendimentos envolvidos, linhas de negócios específicas ou alguns grupos gerais de projetos,
tais como projetos de infraestrutura ou processos internos de melhoria. As organizações
controlam seu portfólio de acordo com objetivos específicos (PMI, 2006).
As organizações menores podem se limitar a um único portfólio. Já as organizações maiores
podem precisar utilizar múltiplos portfólios, normalmente criados ao longo das linhas de
unidades organizacionais principais (por exemplo, divisões, grupos ou unidades empresa-
riais). Algumas organizações podem ter portfólios separados para projetos estratégicos e
operacionais, uma vez que a seleção e critérios de avaliação destes projetos tendem a ser dife-
rentes. Neste caso, organizações precisam agrupar cuidadosamente os esforços estratégicos e
operacionais (por exemplo, melhoria de processo, manutenção de equipamento e substituição
etc.), de forma que cada portfólio tenha coerência no seu propósito. Portfólios diferentes
também podem ser destinados aos projetos e programas da linha de produção (PMI, 2003).
A gestão de portfólio é o gerenciamento centralizado de um ou mais portfólio; incluindo
a identificação, priorização, avaliação, gerenciamento e controle de projetos, programas e
outras atividades da organização, para alcançar objetivos estratégicos específicos do negócio.
O planejamento estratégico da organização e os recursos disponíveis guiam os investimentos
em projetos e programas (PMI, 2003).
Um objetivo da gestão de portfólio é maximizar o valor dos itens do portfólio, por meio
da avaliação detalhada de projetos e de programas candidatos à inclusão no portfólio e da
A fase inicial do processo proposto pelo PMI (2006) envolve a identificação dos projetos
através de uma lista com informações suficientes dos novos projetos e projetos em andamen-
to. A fase seguinte de categorização tem como objetivo agrupar os projetos do portfólio em
grupos preestabelecidos. Posteriormente é feita a avaliação dos projetos, reunindo informa-
ções qualitativas e quantitativas dos projetos. Na continuidade do processo, os projetos são
selecionados em uma lista reduzida baseada nas recomendações do processo de avaliação e
nos critérios de seleção da organização. Na priorização os projetos são ordenar com base os
critérios preestabelecidos. Na fase de balanceamento do portfólio o objetivo é desenvolver
um conjunto de projetos, harmônico e balanceado, que coletivamente, dadas as restrições de
recursos e investimentos, fornecerão o maior potencial de contribuição para o alcance dos
objetivos estratégicos da organização. A autorização faz a comunicação formal das decisões
do balanceamento do portfólio, e formaliza as alocações dos recursos financeiros e humanos
requeridos para cada projeto. Na penúltima fase de revisão e relato do portfólio são obtidos
e relatados os resultados de desempenho e reavaliados a atualidade e valor do portfólio para
o atendimento dos objetivos estratégicos. Por fim são feitas as mudanças estratégicas.
Técnicas e ferramentas
Há muitas técnicas, não necessariamente convergentes, que podem ser usadas para esti-
mar, avaliar e escolher portfólios de projetos. Muitas destas técnicas não são amplamente
utilizadas, porque são muito complexas e requerem muitos dados de entrada, proveem um
tratamento inadequado de risco e incerteza, não reconhecem inter-relações e critérios rela-
cionados, podem também ser difíceis de entender e utilizar, ou podem não ser utilizadas na
forma de um processo organizado (ARCHER e GHASEMZADEH, 1999).
Para avaliar cada projeto, no intuito de formar o portfólio, Carvalho e Rabechini Jr. (2006)
consideram os conceitos aderência estratégica e efetividade. Ainda segundo esses autores,
a partir de uma lista obtida dos projetos potenciais, faz-se necessário realizar a priorização
destes, a fim de garantir que os projetos não alinhados com os objetivos da organização não
sejam desenvolvidos, evitando o gasto indevido de recursos (CARVALHO e RABECHINI JR.,
2006). Segundo Moraes Filho e Weinberg (2000), as técnicas predominantemente utilizadas
para a seleção e priorização de projetos enquadram-se nas categorias qualitativas (informação
menos acurada e foco de análise mais amplo), semiquantitativas e quantitativas (informação
mais acurada e foco de análise mais estreito).
Gibson (1981) apresenta uma classificação que parte das técnicas puramente intuitivas às
altamente quantitativas e analíticas, organizada em cinco etapas:
a. Ordenamento: comparação dos projetos aos pares de forma intuitiva;
b. Pontuação (scoring): utiliza um conjunto de critérios explícitos com ou sem ponderação.
Os projetos são classificados segundo o total de pontos obtidos somando-se as notas
em todos os critérios.
c. Análise de risco: uso de índices de probabilidade para a apuração do risco (técnico,
comercial e econômico) do projeto em relação ao quociente benefício/ custo.
d. Pontuação por índices econômicos: utiliza-se de índices como TIR (Taxa Interna de
Retorno), VPL (Valor Presente Líquido), VPLU (Valor Presente Unitário), Payback
(tempo de retorno do investimento), Relação custo-benefício etc.
e. Métodos formais de otimização: utiliza rotinas de programação linear ou similares
para selecionar a alternativa de projeto que maximiza uma função de lucro a partir de
modelagem dos impactos de cada projeto.
Cooper et al. (1999) estudaram o processo de gestão do portfólio de projetos e sua im-
plementação em diferentes empresas e encontraram uma gama variada de métodos, como
4.1. Introdução
No presente trabalho, objetivando estabelecer uma visão integrada entre a gestão de
ciclo de vida de produtos (PLM) e as dimensões da sustentabilidade sob a ótica do design
buscou-se efetuar uma análise crítica dos conceitos e princípios relativos à sustentabilidade
utilizados nessas abordagens. O design como é comumente conhecido é fruto da Revolução
Industrial e, sob vários pontos de vista, é um dos fatores centrais no estímulo aos altos ní-
veis de consumo de recursos naturais observados na sociedade atual. A Bauhaus, primeira
escola de design do mundo, foi criada em 1919 para atender as necessidades práticas da nova
produção industrial (MARGOLIN, 2005). O primeiro conceito de design presumia como
resultado [...] um produto industrial passível de produção em série [...] para a [...] satisfação
de determinadas necessidades de um indivíduo ou grupo” (LÖBACH, 2001 p. 16-17), através
do binômio forma-função.
Com o tempo a própria inovação nos produtos sofreu uma evolução, passando do esforço
do tipo incremental – melhoramento do produto através do redesign – para intervenções mais
radicais – o design de novos produtos ambientalmente compatíveis já a partir de sua concei-
tuação inicial. Para Vezzoli (2007a), só então foi contemplado a complexidade do projeto de
produtos de baixo impacto ambiental e aquilo que se deve entender por “requisitos ambientais
dos produtos industriais”. Introduziu-se também, neste período, o conceito do ciclo de vida
dos produtos e recontextualizou-se, em respeito à dimensão ambiental, o conceito de função,
chamando-a de unidade funcional que é “a quantidade mensurável de uma função capaz de
satisfazer a uma necessidade”. Como um passo natural aos esforços anteriores, mais recen-
temente a atenção do design voltou-se para o desenvolvimento de sistemas produto+serviço
(ou serviço+produto) de maneira a reduzir o conteúdo material por unidade de satisfação.
Segundo a UNEP (2002) “Sistemas Produto-Serviço (PSS) podem ser definidos como o re-
sultado de uma estratégia de inovação, redirecionando o foco de negócios do design e venda
de produtos físicos, para a venda de sistemas de produtos e serviços que são conjuntamente
capazes de atender integralmente demandas específicas dos clientes”.
Santos (2009) faz referência aos cinco níveis fundamentais de interferência no projeto:
Nível 1 – melhoria ambiental dos fluxos de produção e consumo: neste nível, os esforços
são orientados para a melhoria do desempenho ambiental dos fluxos de processos (materiais
e/ou informação) e de operações (pessoas e/ou máquinas), com ênfase na seleção adequada
de materiais e energia;
Nível 2 – redesign ambiental do produto: esta estratégia significa a mera readequação am-
biental de um produto existente. Esta perspectiva tem sido a dominante no Brasil e até mesmo
confundida como o significado maior do design sustentável. Caracteriza-se principalmente
pela substituição de materiais não-renováveis por materiais renováveis, podendo incluir me-
lhorias no produto de maneira a resultar na maior eficiência do consumo de matéria-prima
e energia ao longo de toda a cadeia produtiva e de todo o ciclo de vida do produto, incluindo
a facilitação da reciclagem e o reuso de componentes. Não há a exigência de mudanças reais
nos estilos de vida e consumo, mas apenas a sensibilização do usuário para a escolha de
produtos ambientalmente responsáveis;
Nível 4 – projeto de sistemas produto + serviço: este nível busca desmaterializar todo ou
parte do consumo, mediante a satisfação do usuário via serviços associados ao produto. O
projeto de novas soluções para o produto-serviço que substitua as atuais soluções centradas no
bem físico e não no resultado final, implica uma reestruturação técnico-produtiva de forma
a atender uma determinada unidade de satisfação. Isto pode gerar ganhos socioambientais
mais significativos do que as estratégias apresentadas anteriormente;
Estes níveis não configuram um caminho sequencial na busca por soluções sustentáveis
e também não definem precisamente as fronteiras entre uma e outra dimensão. Contudo, é
possível inferir que a contribuição ambiental/social e o grau de complexidade para imple-
mentação seguem de forma linear os níveis apresentados.
5.1. Introdução
Os primeiros sinais de preocupação com o meio ambiente foram registrados em 1972, na
Conferência de Estocolmo, na Suécia (KATES; PARRIS; LEISEROWITZ, 2005). A sustenta-
bilidade é um conceito sistêmico relacionado ao equilíbrio dos aspectos econômicos, sociais
e ambientais. O desenvolvimento sustentável foi definido, em 1987, pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidas
(ONU), como o atendimento às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade
das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades (WORLD COMISSION
ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT – WCED, 1987). Em 2002, a Cúpula Mundial
sobre o Desenvolvimento Sustentável avançou na definição, estabelecendo três pilares para
o desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental (KATES; PARRIS; LEISERO-
WITZ, 2005), conhecido como triple bottom line.
A divulgação global deste conceito fez aumentar a pressão exercida pela opinião pública
em geral e por legislações cada vez mais restritivas sobre o setor empresarial, forçando as
empresas a buscarem formas de minimizar os impactos socioambientais adversos de suas
operações, ou mesmo, de realizar ações que apresentem, neste âmbito, resultados positivos.
Abordagens legais relacionadas à Política Integrada ao Produto visam à integração de
práticas sustentáveis e aplicação de estratégias de fim de vida, como, por exemplo, a Res-
ponsabilidade Estendida do Produtor (EPR), apresentada por Milanez e Buhrs (2009) como
uma das alternativas que permitem aumentar o comprometimento dos fabricantes com o
ciclo de vida de seus produtos, especialmente na etapa de pós-consumo. Diversos países da
União Europeia e o Japão já possuem legislações em vigor formalizando a EPR, conceito que
pode ser definido como uma estratégia de proteção ambiental que persegue a diminuição
dos danos ocasionados pelos impactos ambientais dos produtos (LINDHQVIST, 2000), mas
que oferece também benefícios econômicos e sociais.
Bakshi e Fiksel (2003) destacam que para responder a tais exigências é preciso que as
empresas repensem seus produtos e processos: como são desenhados, construídos, operados
e avaliados. Estes mesmos autores definem produtos e processos sustentáveis como aqueles
onde o consumo de recursos e a geração de resíduos se apresentam em níveis aceitáveis,
oferecendo uma satisfação positiva para as futuras gerações e agregando valor econômico
aos negócios da empresa.
O Programa Ambiental das Nações Unidas destaca três estratégias que visam o desenvol-
vimento sustentável de produtos (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME
5.2. Metodologia
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho é baseada na revisão bibliográ-
fica sistemática, uma ferramenta empregada por pesquisadores para conseguir realizar um mape-
amento e uma síntese do tema específico da pesquisa (BIOLCHINI et al., 2005). É constituída de
cinco passos: (1) formulação do problema, (2) coleta de dados, (3) avaliação dos dados, (4) análise e
interpretação dos dados e (5) conclusões. A revisão sistemática auxiliou no levantamento do estado
da arte da remanufatura e sistema produto-serviço, assim como dos benefícios proporcionados
por elas e das principais barreiras para sua implementação, como pode ser verificado a seguir.
Os fabricantes se tornam mais responsáveis por seus produtos quando os ciclos materiais são fechados.
Meio Ambiente Os fabricantes são encorajados a receber de volta seus produtos e promover sua atualização e renova-
ção para disponibilizá-los novamente para uso.
A formulação de políticas que visem à promoção de padrões de consumo e estilos de vida sustentáveis
pode ser facilitada, já que os SPSs têm o potencial de oferecer uma nova forma de compreender e
influenciar as relações entre os diversos atores da cadeia e visualizar redes de produto que podem
possibilitar o desenvolvimento de políticas mais eficientes.
As empresas encontram maiores oportunidades para inovação e desenvolvimento de novos merca-
dos, aumento da eficiência de funcionamento, maior interação com o cliente, melhoria da identidade
Economia
corporativa e melhor retorno sobre as necessidades/preferências do cliente, o que faz aumentar seus
ganhos financeiros.
Por meio de SPSs, os consumidores podem facilmente obter informações sobre as características am-
bientais dos produtos e como eles podem contribuir para minimizar os impactos ambientais, principal-
mente na fase de uso/consumo do bem envolvido.
5.4. Remanufatura
O processo de remanufatura visa à restauração de produtos à condição de novos, oferecen-
do a mesma qualidade e garantia de um produto novo (GRAY; CHARTER, 2006; HAUSER,
LUND, 2003; JACOBSSON, 2000; STEINHILPER, 1998), ou seja, equivalente às fornecidas
pelo Fabricante Original do Equipamento (Original Equipment Manufacture – OEM) (IJO-
MAH et al., 2007). Sundin (2004) complementa afirmando que o sucesso da remanufatura
depende da coleta do produto (core), parte indispensável para o processo.
Segundo Hauser e Lund (2003) e Seliger et al. (2009), os setores que mais realizam a rema-
nufatura são: automobilístico, espacial, robótica, de autopeças, de equipamentos de comuni-
cação, impressão e cartuchos, de eletroeletrônicos, de equipamentos médicos, entre outros.
Área da
Benefícios
sustentabilidade
Meio Ambiente O prolongamento do tempo de vida útil dos produtos e suas partes acarreta na diminuição do volume de
resíduos sólidos gerados, o que, consequentemente, reduz a necessidade de áreas para a disposição final.
A preservação ambiental, por uma menor pressão do consumo de recursos naturais, se reflete na me-
lhoria da qualidade de vida das pessoas.
O valor agregado aos materiais durante o design e o processo de manufatura é preservado, ajudando a
promover o aumento da eficiência do processo (maiores resultados com menores recursos).
Economia
Novas estratégias de negócio podem consolidar os clientes, com soluções a custos menores e com
garantia e qualidade iguais a de um produto novo, e permitir a entrada em novos mercados e a dispo-
nibilização do produto em países onde os clientes têm menos recursos para adquirir produtos novos.
Hauser e Lund (2003) afirmam que a indústria de remanufatura nos Estados Unidos gera
um número maior de empregos quando comparada com outras indústrias, como é o caso
da indústria de aço. Os mesmos autores mencionam, ainda, que a remanufatura, quando
comparada com o processo de reciclagem, contribui mais para a redução dos custos relativos
a materiais, energia, instalações e equipamentos, uma vez que a reciclagem só recupera o
valor econômico na parte de materiais.
Contudo, a remanufatura de um produto deve ser previamente avaliada para que se obtenha
a maior parte de seus benefícios potenciais, como é o caso do giroscópio apresentado por
Ijomah et al. (2009), produto esse projetado inicialmente para remanufatura, mas que, após
a adoção de novas tecnologias, teve seu desempenho ambiental otimizado, mesmo sendo
utilizado em um único ciclo de vida.
6.1. Introdução
O aprofundamento da integração econômica, social e cultural, a maior facilidade que os
meios de transporte oferecem e os mecanismos de comunicação mais simples e rápidos são
algumas das características da globalização. Paralelamente, observa-se a homogeneização
dos centros urbanos, a expansão das corporações para regiões fora dos centros geopolíticos
e, ainda, a disponibilidade de novas tecnologias de informática e comunicação. A urgência
imposta pelos novos cenários deixa as empresas pouco confortáveis. Para manter o posicio-
namento de mercado, é necessário que as empresas assumam comportamentos diferenciados.
O mercado demanda que ações inovadoras sejam implementadas com o intuito de permitir
os desenvolvimentos social, econômico e ambiental sustentáveis, aliados ao emprego das
novas tecnologias (BIZZOTTO, 2003).
O cenário dinâmico exige das organizações velocidade, flexibilidade e inovação. Sem
dispor de longo prazo para isto, urge solucionar problemas com rapidez. Segundo Lipman-
Blumen e Leavitt (2001), considerando as tendências atuais, o processo de inovação passou
a ter um peso maior nas estratégias das organizações. Por outro lado, para alcançar sucesso
com a implantação de inovações, as empresas precisam se livrar da armadilha competitiva e
imitativa. Forçosamente, as organizações devem ir além das melhorias incrementais, estabe-
lecendo formas substancialmente diferentes de conduzir seus processos de desenvolvimento
de produtos e serviços (KIM e MAUBORGNE, 1999).
A relação entre o desenvolvimento econômico e a difusão da ciência e tecnologia é um
processo complexo, que envolve muitos componentes. Sirilli (1998) considera que, na prática,
não existe nenhum modelo explícito capaz de determinar as relações causais entre ciência,
tecnologia, economia e sociedade, sendo que apenas são realizadas referências implícitas ou
parciais que relacionem os modelos teóricos de atividades inovadoras e a economia. Contudo,
Sirilli (1998) não considera a inexistência de um modelo um obstáculo que impossibilite o
estudo do tema em profundidade. Pelo contrário, estimula a geração desse esforço, pois,
mesmo frente às limitações, podem-se obter resultados relevantes, favorecendo investigadores,
comunidade científica, tomadores de decisões e a própria sociedade.
Porter (1999) afirma que o desempenho de qualquer empresa em um determinado ramo
de atividade pode ser desdobrado em duas parcelas: a primeira atribuída ao desempenho
médio dos concorrentes do setor; e a segunda decorrente do desempenho relativo da empresa
no setor, seja acima ou abaixo da média. Desta forma é possível cada empresa identificar
seu lugar no mercado, desde que reconheça seus concorrentes e seus potenciais, e também
atuar no sentido de buscar seu diferencial sobre estes. A utilização da inovação para capturar
Com base nas premissas do trabalho, deu-se início ao levantamento do estado da arte sobre
os modelos de inovação publicados. A partir do referencial, foram determinados os fatores
importantes para o processo de inovação. A lista de fatores foi consolidada, organizada em
subgrupos, possibilitando a construção de um instrumento para a realização de diagnóstico
do potencial de inovação nas empresas, o qual foi testado em duas empresas.
6.3. Inovação
Esta seção tem como objetivo apresentar, sucintamente, modelos de gestão da inovação
identificando fatores-chave propulsores do processo de inovação. Dentre estes modelos
podem ser citados: o Modelo linear de Bush (1945); o Modelo chain linked de Kline (1985);
o Modelo de cinco gerações de Rothwell (1994); Modelo da tripla-hélice de Etzkowitz e Ley-
desdorff (2000); e Modelo Creative Factory de Galanakis (2006). A seguir, são levantadas
características e variáveis relacionadas ao processo de inovação, com base em autores como
Porter (1990), Teece (1996), Tang (1998) e Lozares et al. (2007).
Primeira geração: technology push – teve início em 1950, estendendo-se até meados de 1960, após
a segunda guerra mundial, quando a economia de mercado passava por um forte crescimento
econômico devido à rápida expansão industrial, novas indústrias com novas oportunidades
tecnológicas. Considerado um modelo simples e linear, estabelece que o processo de inovação
começa por uma descoberta, por uma ideia. Parte normalmente de um indivíduo com cria-
tividade e imaginação, com conhecimento capaz de concretizar suas ideias e transformá-las
em invenções. Depois, esta invenção deve passar por uma investigação científica e de desen-
volvimento, para tomar ciência se o produto está apto para ser fabricado de modo eficaz e se
é economicamente viável, para ser aceito pelo mercado.
Segunda geração: market-pull ou need-pull – desenvolveu-se durante a segunda metade da década
de 1960, época em que os níveis de prosperidade continuavam a crescer. Contudo, em muitos
países o número de empregados trabalhando na manufatura permaneceu estático, ou cresceu
com uma taxa bastante reduzida, enquanto que, a produtividade da manufatura aumentou
consideravelmente. Trata-se também de um processo linear sequencial simples, que enfa-
tizava o mercado, considerado como fonte de ideias que orientavam o P&D, cujo papel era
reativo ao mercado. Este modelo sugere que o estímulo às inovações vem das necessidades
da sociedade ou de parte do mercado. Neste caso, as necessidades são percebidas pelo ges-
tor, ou investigadas e avaliadas em sua essência para saber até onde podem ser supridas por
melhorias nos produtos existentes, ou se necessitam de novos produtos para satisfazê-las.
Em seguida, fazendo uso de tecnologia apropriada, desenvolve-se determinado processo de
inovação para o mercado já assegurado e receptivo, possuindo uma necessidade concreta.
Terceira geração: coupling model – estendeu-se do fim da década de 1970 até meados da década
de 1980. Resultado de duas grandes crises do petróleo, o período foi marcado por elevadas
taxas de inflação, acompanhadas pela saturação da demanda. As empresas precisaram optar
por estratégias de consolidação e de racionalização, fazendo uso do benefício de experiên-
cias, conduzindo a uma orientação estratégica de controle e redução de custos. Trata-se de
um processo sequencial, mas, com retroalimentação de conhecimento, poderia ser tanto
push-pull quanto pull-push. Havendo certa sincronia entre o P&D e o mercado, ênfase na
integração sobre a interface P&D/mercado. Nesta fase, a importância do entendimento da
O teste do instrumento de diagnóstico revelou que o mesmo é fácil de aplicar e útil para
revelar os aspectos a serem aperfeiçoados no processo de inovação. Observando os resultados
da aplicação do instrumento, os gerentes de ambas as empresas foram taxativos em afirmar
que os pontos fracos identificados são os principais problemas de suas empresas, mas que os
mesmos ainda não haviam sido verbalizados.
7.1. Introdução
No cenário nacional, a indústria química e petroquímica tem grande importância socioeco-
nômica, estando presente em diversos segmentos produtivos estratégicos, fornecendo insumos
essenciais para viabilizar a competitividade de outras indústrias e servindo ao consumidor
final. O setor apresenta um papel fundamental na viabilização do desenvolvimento social
do país, através de seu impacto em agronegócios, saneamento básico, habitação e produção
de medicamentos, podendo contribuir com programas governamentais em curso. O peso
econômico do setor químico / petroquímico é expressivo, respondendo por 13% do PIB da
indústria de transformação, 15% de impostos e taxas dos setores produtivos e gerando 310
mil empregos diretos (OLIVEIRA et al., 2005).
Do ponto de vista acadêmico, a literatura é extensa nos temas inovação em P&D e Tec-
nologia da Informação, classificação de projetos, definições de tipos de inovação, gestão
de projetos, porém existem poucas publicações sobre gestão de inovação em projetos de
engenharia no Brasil, o que torna o presente estudo de interesse, podendo contribuir para
o conhecimento neste tema.
Este presente trabalho está estruturado em cinco seções. A seção 2 traz uma síntese da
revisão de literatura que suportou a pesquisa. A abordagem metodológica da pesquisa é
explanada na seção 3. Na seção 4 são apresentados os resultados do estudo. Finalmente, a
seção 5 traz as conclusões e recomendações.
7.3. Metodologia
Com o objetivo de melhor identificar os fatores críticos no gerenciamento de projetos
de inovação, no que se tange às competências no âmbito da organização, aspectos táticos
e estratégicos, optou-se pela abordagem do estudo de caso. Propõe-se o uso deste método,
pois, segundo Yin (1994), ele investiga um fenômeno contemporâneo dentro do contexto da
vida real, estuda situações onde as fronteiras entre o fenômeno e seu contexto não são claras
e usa múltiplas fontes de informação, o que torna o estudo de caso adequado para aplicação
no estudo em questão.
Como estratégia para a execução deste estudo, primeiramente realizou-se um trabalho
de revisão bibliográfica sobre os conceitos de inovação em projetos, gerenciamento de pro-
jetos, cenário da indústria petroquímica nacional e ferramentas para sua implementação
dos projetos de inovação.
Numa segunda etapa do trabalho de pesquisa, foi realizado um levantamento de informa-
ções dentro da organização escolhida como unidade de análise sobre os projetos realizados
no período de 2006 a 2008, selecionados com base no impacto estratégico da organização
7.5. Conclusões
Este trabalho apresentou uma análise da forma de gerenciamento de projetos de inovação
de uma empresa nacional do setor químico e petroquímico, através do estudo de 15 projetos
de inovação executados pela empresa no período de 2006 a 2008. Como resultado do estudo,
não foi observada a existência de uma metodologia de gestão da inovação consolidada na
empresa, sendo o processo de gestão dos projetos de inovação dependente do coordenador
escolhido e sua experiência.
Conforme os critérios encontrados em Tidd et al. (2005) a organização estudada pode ser
classificada como inovadora, tendo em seu portfólio projetos de diferentes tipos de inovação,
seja de produto, processo e tecnologia.
Foi observado um gap entre literatura e os processos de gestão dos projetos de inovação
da empresa ALFA no que tange aos temas gerenciamento da mudança, gestão de TI e gestão
do aprendizado e crescimento, ou capital humano, conforme proposto por Heller (2000) e
Kaplan (2003).
Não foi possível observar relação entre a aplicação de metodologia de gestão de projetos e
atendimento a prazo e orçamento. Entretanto, há indícios de que a inexistência de processos
de gestão da mudança, TI e capital humano contribuem negativamente para que ocorram
atrasos nos projetos e estouro no valor dos investimentos devido à mudança de escopo e
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• Traçar temas matriciais de pesquisa que integrem a área de gestão da qualidade e a área
de engenharia da qualidade;
• Levantar temas emergentes nessa área de pesquisa que sejam de relevância nacional e
internacional;
• Determinar a contribuição esperada de pesquisadores nacionais em temas emergentes; e
• Propor uma agenda futura de projetos nessa área de relevância no contexto nacional.
Além dos docentes, também deve ser mencionada a participação de alunos de pós-gra-
duação bolsistas do projeto.
Pelo desenvolvimento da sessão, observou-se tratar-se de um tema de interesse para a
comunidade de Engenharia de Produção em âmbito nacional. Pode-se mesmo afirmar que
as discussões ocorridas na sessão dirigida foram bastante profícuas para a área.
Novas tendências em Gestão e Engenharia da Qualidade: Coord.: Marly Monteiro de Carvalho Poli- USP
Produtos e Serviços Relator: Edson Pacheco Paladini UFSC
Perspectivas sobre a gestão da qualidade em servi- Santos, Luciano Costa UFGD
1
ços: uma agenda de pesquisa Gohr, Cláudia Fabiana UFGD
Programas e Ferramentas da Qualidade: estudos de Nadae, Jeniffer de UNESP Bauru
2 casos múltiplos em empresas com certificação ISO
9001 Oliveira, Otávio José de UNESP Bauru
Uma abordagem de gestão de requisitos com contro- Echeveste, Márcia Elisa Soares PDP – UFRGS
6 le de parâmetros críticos no Processo de Desenvolvi-
mento de Produtos Faccio, Karla PDP – UFRGS
Observa-se que, tanto pela natureza das ferramentas consideradas quanto pelas aplica-
ções feitas, este trabalho se insere tanto nos temas que compõem a Gestão da Qualidade
quanto naqueles que se inserem na Engenharia da Qualidade Trata-se, assim, de uma pro-
posta que se situa na interface entre estas duas subáreas do projeto de Qualidade, servindo
de canal de ligação entre elas.
Por fim, o sexto trabalho que compôs a Sessão Dirigida sobre novas tendências em Qualidade
apresenta uma abordagem de gestão de requisitos com controle de parâmetros críticos no Pro-
cesso de Desenvolvimento de Produtos, situando-se mais na área de Engenharia da Qualidade
O foco do trabalho é a identificação e análise dos requisitos provenientes de diferentes
stakeholders no Processo de Desenvolvimento de Produtos. A partir desta análise, o desafio
passa a ser o de gerenciar os parâmetros críticos durante o desenvolvimento de produto. O
trabalho utiliza a gestão de parâmetros críticos (CPM) como o método para converter as
necessidades do mercado em especificações críticas para a funcionalidade do produto.
Os autores observam que a gestão de parâmetros críticos e a gestão de requisitos não
estão sendo tratadas de forma uniforme e coesa, mas, ao contrário, observa-se não existir
um modelo que combine os métodos propostos de forma integrada. Esta fragmentação de-
termina perda de informações e sobreposição de fases. A proposta aqui apresentada parte
do pressuposto que a gestão dos requisitos origina-se na estratégia da empresa, envolvendo
até a conceituação do produto. Uma vez detalhados, os requisitos transformam-se em parâ-
metros, denominando-se aqueles que são mais os significativos como “parâmetros críticos”.
Deste modo, o objetivo desse sexto artigo é propor um método descritivo que reorganize
a gestão de requisitos e a gestão de parâmetros críticos em um modelo único vinculado a
um modelo referencial do Processo de Desenvolvimento de Produtos, evidenciando as prin-
cipais ferramentas sugeridas pela literatura estudada.
Como resultado obteve-se um método descritivo que representa as etapas de ambos os
modelos – a gestão de requisitos e os parâmetros críticos – unificadas e integradas às fases
Quadro 4.5. Principais características da implantação ISO 9001 nas empresas estudadas
EMPRESA 2
Fotografias de todos os processos padronizando-os Melhoria na cultura organizacional
Procedimentos descritos passo a passo Aumento nos resultados financeiros
Conhecimento de todas as etapas
Redução de perdas
dos processos produtivos
Segurança quanto à repetibilidade
Melhoria no atendimento à satisfação do cliente
das características do produto
EMPRESA 3
EMPRESA 4
Melhoria na relação com fornecedores Redução de custos
Eficiência no alcance de resultados desejados Relações comerciais facilitadas
Melhoria na liderança e comunicação Redução no consumo de energia
Maior envolvimento das Pessoas Criação de uma cultura voltada para a Qualidade
PRINCIPAIS DIFICULDADES DA IMPLANTAÇÃO ISO 9001
Resistência à mudança Resistência à mudança
EMPRESA 1
EMPRESA 2
EMPRESA 4
As instruções de trabalho não são muito claras a todos Falha de comunicação entre os funcionários
Uma excelente sugestão de melhoria
—
em um setor não é reaplicada aos demais
8.2.4. Conclusão
As empresas foram unânimes em afirmar que os programas e ferramentas da qualidade
são utilizados para manter a melhoria contínua da qualidade nos processos e com isso, as
dificuldades e falhas são minimizadas, pois é possível verificar e antecipar os problemas fu-
turos e resolver o quanto antes. A escolha dos programas e ferramentas acontece de acordo
com a necessidade identificada pela organização e com a análise das empresas é possível
identificar que o programa da qualidade mais utilizado é o 5 S, e as ferramentas são de ca-
ráter matemático/estatístico, o Diagrama de Ishikawa e o Gráfico de Pareto.
8.3.1. Introdução
Quando se fala em certificação ISO 9001, muitos pensam em empresas de manufatura,
pois existe uma grande quantidade de empresas ligada a este setor que possuem este certi-
ficado. Entretanto esta certificação tem também uma grande presença em empresas ligadas
ao setor de serviços como bancos, consultorias, transportes etc.
O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto, positivo ou negativo, da certificação ISO
9001 em empresas do setor de serviços na região de Campinas-SP. As empresas que partici-
parão dessa pesquisa estão cadastradas no Comitê Brasileiro da Qualidade, a ABNT/CB25.
Na Figura 4.1, pode ser observado que a quantidade de empresas que se certificaram
na norma ISO 9001 cresceu significativamente de um ano para o outro a taxas considerá-
veis. Um fator a ser destacado nesta figura, é a ausência do Brasil entre os paises que mais
possuem empresas certificadas na norma, uma vez que China e Índia, países emergentes e
concorrentes do Brasil, figuram em primeiro e quinto respectivamente
8.3.4. Conclusão
Este trabalho procurou identificar as características presentes na implantação da ISO
9001, características do setor de serviços e apresentar a região do estudo a ser realizado e
também o instrumento que será utilizado na pesquisa.
Nesta breve explanação podemos perceber que a certificação ISO 9001 vem crescendo
ano a ano devido a uma percepção das empresas de que o cenário atual exige o máximo de
qualidade por parte delas e empresas que hesitarem em obter tal certificação, ficarão pro-
pensas a uma possível interrupção de suas atividades.
Existem também barreiras a serem superadas. A criação de um ambiente que motive as
pessoas a se empenharem neste projeto é fundamental. A alta direção precisa primeira-
As Bases do PNQ
O PNQ é concedido em reconhecimento a empresas que, após avaliação de suas práticas
de gestão, destaquem-se como referenciais de excelência. A avaliação baseia-se em critérios
e itens definidos pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituição sem fins lucrati-
vos com sede em São Paulo. Os critérios são: “Liderança”, “Estratégias e Planos”, “Clientes”,
“Sociedade”, “Informação e Conhecimento”, “Pessoas”, “Processos” e “Resultados”. Cada
um tem um certo número de itens, podendo chegar até seis para o Critério 8 (“Resultados”).
A ideia é que uma organização estabeleça. As empresas candidatas fornecem dados e infor-
mações sobre o desempenho de seus processos e seus resultados, por meio de um relatório
de gestão, demonstrando as práticas organizacionais que atendem os critérios e itens.
O critério Sociedade aborda a responsabilidade e atuação socioambiental voltada para o
desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento social (FNQ, 2008). O critério é subdi-
vidido em dois itens: responsabilidade socioambiental e desenvolvimento social. O item de
responsabilidade socioambiental considera a implementação de processos gerenciais que
contribuem diretamente para a geração de produtos, processos e instalações seguros aos
usuários, à população e ao meio ambiente, promovendo o desenvolvimento sustentável. Por
sua vez, o item de desenvolvimento social considera a implementação de processos geren-
ciais que contribuem diretamente para estimular o desenvolvimento social e promover uma
imagem favorável da organização perante as comunidades vizinhas e a sociedade.
Notas: 1grande empresa: > 500 funcionários; média empresa: entre 100 e 500 funcionários; pequena empresa: < 100
funcionários; 2Água e Esgoto
A partir da identificação das ferramentas foi realizada uma análise das informações de
entrada e saída de cada uma delas, verificado qual seria a melhor combinação entre estas
ferramentas. Verificou-se que as ferramentas de Pesquisa Qualitativa e Quantitativa, QFD,
Matriz Morfológica, Matriz de Pugh e FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) poderiam
ser combinadas ao longo das fases do PDP.
Na fase do Projeto Informacional, a pesquisa qualitativa proporciona a identificação dos
requisitos do cliente. Desta forma, as informações geradas pela pesquisa qualitativa (requi-
sitos do cliente) servem de entrada para a definição das questões da pesquisa quantitativa
a partir da qual serão identificados os requisitos do produto. Os itens de qualidade deman-
dada (requisitos do produto) identificados na pesquisa quantitativa, são utilizados como
informações de entrada para a o QFD (Matriz de planejamento do produto). Com a matriz
do QFD serão identificadas e hierarquizadas as especificações meta do produto. No Projeto
Conceitual as especificações meta do produto são as informações de entrada. A ferramenta
Matriz Morfológica permite aos projetistas gerarem alternativas de solução e concepções
para o produto. Nesta fase, recomenda-se a integração com a Matriz de Pugh, ferramenta
indicada para seleção das alternativas de concepções para o produto. Ela proporciona que
a melhor concepção do produto seja escolhida. No Projeto Detalhado, a matriz das etapas
do processo do QFD (Matriz de desdobramento dos componentes) foi utilizada para iden-
tificar e priorizar as partes do produto, cujo conceito foi escolhido, a serem desenvolvidas.
A partir das partes com especificações definidas e priorizadas para o desenvolvimento foi
utilizada a ferramenta de QFD (Matriz do planejamento do processo) para, ao final deste,
com a priorização das etapas do processo do produto ser possível à definição dos planos de
processo e fabricação com as especificações dos sistemas e subsistemas, desenhos finais com
tolerâncias e estrutura do produto (BOM – Bill of Material). Ao final do projeto detalhado
a ferramenta FMEA é utilizada para homologação do Produto e o Processo, este identifica
8.6.1. Resultados
O método descritivo elaborado (Figura 4.1) representa as fases do desdobramento dos re-
quisitos em parâmetros críticos integradas às etapas do PDP, e suportadas por ferramentas.
O método elaborado é composto por dez fases, que surgiram da combinação das fases pro-
postas na literatura consultada concernente à gestão de requisitos e à gestão de parâmetros
críticos dos autores Creveling et al. (2003), Young (2003) e Marx (2009). As fases conside-
radas são: (i) Mapear o cenário. Nessa fase deve-se entender o contexto tecnológico e social
externo à organização, bem como a cadeia produtiva. Esses elementos ajudam a descrever
o ciclo de vida do produto e a identificar as oportunidades de mercado; (ii) Identificar os
stakeholders. Através do mapeamento da cadeia produtiva definem-se os stakeholders, os
quais são todos os envolvidos com o projeto em desenvolvimento, e serão fonte dos requi-
sitos; (iii) Ouvir a voz do cliente (V.O.C), ou seja, realiza-se o levantamento das demandas
dos stakeholders; (iv) Converter a V.O.C em requisitos dos clientes, isto é, faz-se a tradução
das demandas dos stakeholders em requisitos dos clientes; (v) Analisar os conflitos entre
os requisitos dos clientes para verificar a existência de conflitos entre os requisitos para
possível solução ou negociação; (vi) Obter os requisitos do produto através da conversão
dos requisitos dos clientes em requisitos do produto; (vii) Identificar as funções que aten-
dem aos requisitos do produto, identificando as alternativas de soluções para cada função
e definindo o conceito do produto; (viii) Desdobrar os requisitos do produto em requisitos
do Sistema, Subsistemas e Componentes (SSCs); (ix) Identificar os parâmetros funcionais
críticos do produto. (x) Determinar as especificações críticas para a função do produto.
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Estratégia e inovação
em empresas de TI
Em função dos objetivos desta SD e das características dos casos apresentados, este item
aborda alguns elementos ligados ao papel estratégico da TI nas organizações dando destaque
às formas em que TI pode se tornar um elemento viablizador das iniciativas de inovação
de processos nas organizações. Assim os parágrafos seguintes se referem à (i) estratégia
corporativa, (ii) a integração das tecnologias, (iii) a gestão do conhecimento, (iv) logística
integrada e redes de valor, (v) tecnologias de informação na logística integrada, (vi) sistemas
integrados de gestão (Enterprise Resource Planning – ERP), e (vii) o papel da tecnologia da
informação nas organizações.
Incentivos
Empregados Consumidores Consumidores
para
Planejamento das
Planeja, sincroniza e programa atividades e desenvolve um plano de ação dinâmico. Ajusta os
Necessidades
planos e programas para se adequar às alterações
de Distribuição (DPR)
Abrange uma ampla categoria de aplicativos e tecnologias que organizam as informações e aplicam
Business Intelligence (BI)
técnicas estatísticas para gerar conhecimento e apoiar a tomada de decisões.
Aplicativos Externos
Apoiam a gestão do relacionamento da empresa com seus parceiros, com o objetivo de eliminar
Supply Chain
duplicação de esforços, reduzir estoques e o ciclo do pedido. Permitem a coordenação das
Management (SCM)
atividades de compra, produção, estoques e remessa dos produtos. .
Customer Relationship Apoiam a gestão do relacionamento da empresa com seus clientes. Integram os processos de
Management (CRM) vendas, marketing e serviços e consolidam a informação para fornecer uma visão única dos clientes.
Supplier Relationship
Apoiam a gestão do relacionamento da empresa com seus fornecedores.
Management (SRM)
Permite que os fornecedores controlem os estoques dos clientes, possibilitando a remessa de
Estoque Administrado
materiais e produtos na quantidade e tempo adequados. Gera automaticamente pedido quando o
pelo Fornecedor (VMI)
estoque atinge um determinado nível.
Os dados acima incluem todos os locais de acesso (residencial, trabalho, escolas, cyber
cafés etc.), pessoas com 16 anos ou mais. (Internet Advertising Bureau Brasil)
A partir da revisão bibliográfica foram selecionados os constructos da teoria que foram
explorados no estudo de caso (Figura 5.4). A contribuição para estratégia competitiva parte
de duas linhas de pensamento distintas, a escola de posicionamento de Porter (1996) e as
competências essenciais. A primeira defende um posicionamento estratégico único para que
a empresa tenha vantagem sobre os competidores de sua indústria e possa obter um potencial
de lucro maior do que a média (PORTER, 1979). Essa linha pode ser complementada pela
contribuição da inteligência competitiva (Tarapanoff, 2004) que monitora os passos
dos concorrentes e do mercado para facilitar a elaboração dessas estratégias. A segunda
destaca a importância das competências da empresa que devem ser mapeadas e aplicadas a
diferentes mercados para que sejam utilizadas em todo potencial (PRAHALAD, 1990). O
CKM (GIBBERT, 2002) agrega os conhecimentos gerados pelo consumidor permitindo que
suas competências sejam utilizadas na construção de vantagem competitiva. Dados gerados
pelos consumidores na Internet (LIMA et al., 2005; WEB ANALYTICS ASSOCIATION,
2008) podem ser aproveitados em ambas as linhas de pensamento, ora através dos depoi-
mentos gerados pelos consumidores, ora mostrando as interações desses consumidores com
a presença online da concorrência.
Uma vez estabelecidos os constructos, foram elaboradas as seguintes questões que foram
investigadas:
• Dados provenientes da Internet como rastreamento da navegação (WEB ANALYTICS
ASSOCIANTION, 2009) e buzz monitor (LIMA et al., 2005) podem ser transformados
em informações valiosas para os negócios (STAREC, GOMES e CHAVES, 2005);
• Como os conceitos de CKM (GIBBERT et al., 2002) e inteligência competitiva podem
ser ampliados a partir das informações geradas pelos consumidores na Internet;
• Como esses conceitos ampliados podem gerar vantagem competitiva para as empresas
(GIBBERT et al., 2002).
O ambiente selecionado para análise das questões é uma empresa da indústria alimen-
tícia. Os critérios utilizados para seleção da empresa foram: (i) adequação: essa indústria
apresenta um alto índice de lançamento de produtos, sendo a pesquisa & desenvolvimento
e o conhecimento gerado pelos seus consumidores são fatores críticos de sucesso; (ii) rele-
vância: a empresa é uma das líderes de mercado e mantém uma presença online relevante
com cerca de 200 mil visitantes únicos por mês, contando com a participação ativa de seus
consumidores em mídias sociais disponíveis na Internet; (iii) ambiente propício: o histórico
das interações online é bastante extenso e há interesse dos executivos pelo conhecimento
gerado pelos consumidores na Internet, gerando um ambiente valioso para os fenômenos
que se pretende explorar; (iv) acesso às informações.
Figura 5.5. Mapeamento do conhecimento gerado pelo consumidor do Produto B (Tamanho das fontes indicam total de
depoimentos dos consumidores)
Fabricantes de
Outros operadores lo-
produtos a base
gísticos, armadores, cia.
de carne, pães,
aéreas, agentes de carga,
hortifrutigranjeiros,
Fornecedores despachantes aduaneiros, Transportadoras Transportadoras
batatas fritas,
transportadoras, arma-
leite e derivados,
zéns, Receita Federal e
refrigerantes, e
Banco Central.
outros.
Parceiros Operador logístico “A” Rede fast-food Transportadoras -
Os quatro operadores estudados possibilitaram uma visão ampla já que atendem diferen-
tes setores, apresentam diferentes características, e desenvolvem diferentes atividades com
diferentes posicionamentos estratégicos.
O Quadro 5.3 mapeia os agentes das redes logísticas: os operadores estabelecem os elos
entre os clientes, fornecedores, prestadores de serviço etc.
• Quanto aos clientes, OL2 possui um único cliente sendo, portanto, bastante especia-
lizada. OL3 opera em poucos setores. Os outros dois operadores, OL1 e OL4, são mais
diversificados atendendo clientes de vários segmentos.
• Quanto aos fornecedores, OL1 utiliza os serviços dos armadores, companhias aéreas,
transportadoras, armazéns e, eventualmente, outros operadores logísticos. OL2 não
tem fornecedores próprios. Seu trabalho é estabelecer a ligação entre os diversos for-
necedores da rede fast-food e os pontos de venda. Os fornecedores de OL3 e OL4 são as
empresas transportadoras.
• Finalmente, quanto aos parceiros, OL1 mantém forte vínculo com um grande operador
logístico com atuação global “A”, OL2 com seu cliente, a rede fast-food, OL3 com as
empresas de transporte. OL4 não mantém parcerias.
Após o levantamento das tecnologias adotadas, foram investigados, em cada operador, três
elementos: (i) fases da integração entre o operador logístico e os agentes, (ii) coordenação
dos fluxos de materiais, produtos e informação e o agente coordenador, e (iii) existência de
Plena com
rede fast-food Identifi-
Plena com Plena com
Plena com e com as lojas. cados três
clientes e clientes e
Integração parceiro “A” e Parcial com níveis de
A TI está na transpor- transpor-
com clientes fornecedores, integração
base da ges- tadoras tadoras
mas evoluindo externa:
Analisar tão integrada para plena
o papel plena,
da logística
da TI para parcial e
Operador
estabele- Coordenação OL2 Cliente Cliente inexistente.
Logístico “A”
cimento
Operador Transpor-
das redes Parcerias Rede fast-food -
Logístico “A” tadoras
de valor
A gestão
Colaboração Ocorre em seg- Identi-
integrada
e compar- mentos. Caso Ocorre em Ocorre em ficados
da logística Ocorre em
tilhamento mais próximo segmen- segmen- segmentos
está na base segmentos
total de de rede de tos tos de rede de
das redes de
informações valor. valor
valor
Foram observadas três fases na integração externa: plena, parcial e inexistente. Na fase plena
ocorre compartilhamento total de informações entre os agentes, na parcial somente um dos
agentes acessa e atualiza as informações no banco de dados do outro agente e, finalmente,
na inexistente, não há troca de informação por meio eletrônico.
OL1 está plenamente integrado ao seu parceiro, operador logístico “A” e aos seus clientes.
Mantém integração parcial com os armadores e com a Receita Federal, uma vez que somente
o operador acessa o banco de dados destes agentes. A coordenação da rede cabe ao parceiro
“A” ou aos clientes. - OL2, além de executar a coordenação da rede, está plenamente integra-
do a seu único cliente (a rede fast-food) e clientes do cliente (as lojas de rede). No momento
vem buscando a integração ampliar a integração com os fornecedores de seu cliente. A co-
dificação de material, regulamentação e preços são estabelecidas pela rede fast-food. - OL3
está plenamente integrado às transportadoras e tem capacidade para manter integração
Assim, a rede logística de OL2, por suas particularidades, é a que mais se aproxima de uma
rede de valor. Os agentes operam de forma colaborativa e estão interligados digitalmente. Nos
demais operadores – OL1, OL3, OL4 – embora a integração plena esteja limitada a alguns
agentes, os segmentos onde ocorre podem ser caracterizados como rede de valor.
Nestes segmentos de rede, os fluxos e estoques são administrados como um processo,
ocorrendo a sincronização das diversas atividades operacionais e agregando valor para todos
os agentes envolvidos. É o caso de OL1, seus clientes e o parceiro “A”; OL3, seus clientes e as
transportadoras; e OL4, seus clientes e as transportadoras.
Finalmente, cabe dizer, a evolução das tecnologias contribui para a inovação na logística.
A inovação vem do emprego da TI para integração e coordenação dos processos logísticos,
constituindo redes de valor.
A partir daí, montou-se a amostra com dez empresas, que permitiu analisar diferentes
setores industriais, como pode ser observado no Quadro 5.6. As empresas analisadas pos-
suíam faturamento anual entre R$ 8 e 40 milhões de reais, podendo, portanto, ser consi-
deradas PMEs, segundo o critério adotado. A coleta das informações ocorreu por meio de
entrevistas semiestruturadas, realizadas com o auxílio de um roteiro. Em todas as empresas
estudadas, a entrevista foi realizada com o profissional da área de informática. Em geral,
como são PMEs, esse profissional é, muitas vezes, o responsável pela área tecnológica da
empresa, possui um cargo de gerência e durante a implantação do sistema integrado era o
gerente do projeto responsável. A análise dessas informações permitiu tecer as considerações
sintetizadas nos parágrafos a seguir sobre experiências empresariais na adoção de sistemas
integrados em PMEs.
Agradecimentos
À Capes pelo financiamento da rede de pesquisa e a Fapemig pelo apoio à participação
no XXIX Enegep.
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