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COMPETÊNCIA  INFORMACIONAL:  MODELOS  E  METODOLOGIAS  
Lívia  Ferreira  de  Carvalho  
 
Apresentação  
 
Neste   capítulo,   abordaremos   os   princípios   teóricos   e   práticos   da   competência  
informacional,  sua  relação  com  a  sociedade  da  informação,  seus  objetivos,  suas  formas  
de   aplicação   e   seus   métodos   de   avaliação   e   também   daremos   exemplos   de   estudos  
realizados   na   área   educacional.   O   foco   é   demonstrar   como   o   desenvolvimento   da  
competência   está   relacionado   à   educação   e,   por   isso,   nossa   abordagem   estará  
centrada   principalmente   no   contexto   escolar,   no   qual   bibliotecários   e   professores  
devem   trabalhar   em   conjunto   para   propiciar   ao   estudante   o   desenvolvimento   de  
habilidades  que  o  levem  à  competência.  Boa  leitura!  
 
O  que  é  competência?  
 
Em   linhas   gerais,   a   competência   pode   ser   considerada   como   um   conjunto   de  
habilidades  desenvolvidas  pelo  indivíduo  que  o  permita  agir  em  contextos  e  situações  
específicos   a   partir   dos   conhecimentos   adquiridos   previamente.   Está   relacionada   à  
atitude  e  à  prática,  ou  seja,  por  mais  que  o  indivíduo  tenha  conhecimento  a  respeito  
de   algo,   ele   não   necessariamente   terá   competência,   a   menos   que   transforme   seus  
conhecimentos   em   ação.   Miranda   (2004,   p.116)   reitera   que   “o   conhecimento   existe  
somente   no   ser   humano   e   somente   pode   ser   mobilizado   pelas   pessoas.   O   mesmo  
acontece  com  a  competência”.    
Sendo   o   conhecimento   então   o   ativo   fundamental   para   o   desenvolvimento   das  
nações,   percebemos   que,   na   sociedade   atual,   para   que   as   organizações   e   as   pessoas  
consigam  se  diferenciar  ao  se  tornarem  mais  competitivas,  é  preciso  que  desenvolvam  
competências  que  possibilitem  aplicar  seus  conhecimentos.  
  Apesar   de   ser   um   conceito   oriundo   da   área   empresarial,   Gasque   (2012)  
apresenta  uma  definição  de  competência  aplicada  ao  contexto  educacional,  que  será  a  
 

base   para   apresentarmos   posteriormente   a   origem   dos   estudos   sobre   competência  


informacional.  
 
 
“O conceito de competência surge no campo empresarial e financeiro com o objetivo de
  buscar, por meio de programas de ‘capacitação de recursos humanos’, ‘reengenharia’ ou
‘qualidade total’, alternativas para melhorar a produtividade e a competitividade no trabalho
  humano, em decorrência do processo de substituição tecnológica que produz novas formas
de organização do trabalho. No âmbito educativo, a ideia de transposição dos conteúdos do
  ‘mundo do trabalho para o currículo escolar’ situa-se no cerne do conceito de competência,
com a intenção de superar a lacuna existente entre os conhecimentos propiciados pela
  escola e aqueles requeridos pelo mercado. Assim, a noção subjacente ao conceito de
  competência é a aplicação prática do conhecimento” (GASQUE, 2012, p.33).

 
 
Sociedade  da  informação  e  competência  informacional  
 
  A   competência   informacional   (information   literacy)   é   um   movimento   que  
começou   nos   países   desenvolvidos   em   meados   da   década   de   1970   e   passou   a   ser  
estudado  no  Brasil  a  partir  do  ano  2000,  em  um  trabalho  desenvolvido  por  Caregnato  
(CAMPELLO,  2003;  DUDZIAK,  2008;  VITORINO  e  PIANTOLA,  2009),  o  que  demonstra  ser  
um  tema  recente.  Porém,  apesar  do  pouco  tempo,  a  temática  tem  crescido  muito  na  
área   de   Biblioteconomia   e   Ciência   da   Informação,   bem   como   em   áreas   correlatas,  
como  Administração,  Psicologia  e  Pedagogia,  demonstrando  que  sua  importância  não  
se   restringe   a   ambientes   educacionais,   mas   a   todos   os   contextos,   afinal,   todas   as  
pessoas  necessitam  de  informação  em  seu  cotidiano.    
  Não  é  objetivo  deste  capítulo  discutir  as  questões  terminológicas  que  envolvem  
o   tema,   pois   alguns   autores   utilizam   o   termo   competência   informacional,   outros  
habilidades   informacionais,   e   há   os   que   preferem   utilizá-­‐lo   no   original   em   inglês,  
information   literacy,   pois   não   há   um   consenso   sobre   qual   termo   se   deve   adotar   no  
Brasil.  Para  os  nossos  propósitos,  daremos  preferência  ao  primeiro,  por  considerarmos  
que  possui  um  conceito  mais  abrangente.    
A   competência   informacional,   de   acordo   com   Dudziak   (2001,apud   DUDZIAK,  
2008,   p.42   p.),   pode   ser   entendida   como   “a   mobilização   de   habilidades,  
conhecimentos  e  atitudes  direcionada  ao  processo  construtivo  de  significados  a  partir  
 

da   informação,   do   conhecimento   e   do   aprendizado”.   Ou   seja,   é   um   processo   que  


depende   de   informação   e   da   forma   como   o   indivíduo   a   utilizará   na   construção   de  
sentido  em  suas  atividades  cotidianas.  
  O  conceito  de  competência  surgiu  como  uma  indicação  de  que  os  bibliotecários  
deveriam  repensar  suas  práticas  em  relação  ao  atendimento  prestado  aos  usuários  de  
biblioteca,   principalmente   na   biblioteca   escolar,   mudando   de   uma   perspectiva   de  
instrução   do   uso   dos   recursos   da   biblioteca   para   uma   forma   de   desenvolver   a  
autonomia  dos  indivíduos  em  todo  o  processo  de  busca,  avaliação  crítica  e  seleção  das  
fontes  de  informação  (CAMPELLO,  2003;  CAREGNATO,  2000).  
  A   ALA   (American   Library   Association)   aponta   que   “para   ser   competente   em  
informação,   uma   pessoa   deve   ser   capaz   de   reconhecer   quando   a   informação   é  
necessária  e  ter  a  habilidade  para  localizar,  avaliar  e  usar  efetivamente  a  informação”  
(ALA,  1989  apud  VITORINO  e  PIANTOLA,  2009,  p.134).  
Por   que   é   tão   importante   entender   a   competência   informacional   em   nossa  
sociedade  e  desenvolvê-­‐la?  A  resposta  é  simples,  a  prática,  nem  tanto.  O  que  podemos  
afirmar   é   que,   diante   de   um   volume   cada   vez   maior   de   informação   sendo  
disponibilizada   e   da   facilidade   que   a   internet   proporciona   para   acessá-­‐la,   a  
competência   informacional   seria,   então,   um   instrumento   de   empoderamento   do  
indivíduo,   possibilitando-­‐o   exercer   a   cidadania,   ampliar   seus   conhecimentos   e   se  
capacitar   para   o   mercado   de   trabalho.   Enfim,   a   competência   no   uso   da   informação  
permite  uma  análise  crítica  dos  conteúdos  aos  quais  somos  submetidos.  
Para  que  a  cidadania  possa  ser  exercida  pelos  integrantes  de  uma  sociedade,  a  
informação  é  elemento  chave,  pois  é  por  meio  dela  que  há  a  possibilidade  de  tomar  
conhecimento  de  seus  direitos  e  deveres.  
 
“A informação é um bem comum, que pode e deve atuar como fator de integração,
  democratização, igualdade, cidadania, libertação, dignidade pessoal. Não há exercício da
cidadania sem informação. Isto porque, até para cumprir seus deveres e reivindicar seus
 
direitos, sejam eles civis, políticos ou sociais o cidadão precisa conhecer e reconhecê-los
 
e isto é informação” (TARGINO, 1991, p.155).
 
 
 
 

É  fundamental  destacarmos  que  o  mero  acesso  à  informação  nada  garante,  por  


isso   a   competência   para   transformá-­‐la   em   conhecimento   que   permita   uma  
intervenção  na  realidade  é  tão  importante.    
Vitorino   e   Piantola   (2011)   corroboram   com   essa   perspectiva   quando   afirmam  
que:  
 
A   informação   é   elemento   constituinte   da   cultura   de   um   grupo,   é,   em   sua  
essência,   condição   de   permanência  e  instrumento  de  mudança.  Por  isso,  o  
acesso   à   informação   e   ao   conhecimento   é   tido   como   componente  
fundamental   para   o   exercício   da   cidadania   no   contexto   democrático.  
Assume-­‐se,   porém,   que   a   cidadania   não   se   constrói   apenas   a   partir   do  
acesso  material  à  informação,  mas  deve  compreender  também  a  capacidade  
de   interpretação   da   realidade   e   de   construção   de   significados   pelos  
indivíduos  (VITORINO;  PIANTOLA,  2011,  p.  101).  
 
Se  pensarmos  nas  sociedades  mais  democráticas  do  mundo,  perceberemos  que  
o  nível  de  instrução  de  sua  população  é  bastante  alto.  A  cidadania  apenas  é  exercida  
quando   os   indivíduos   possuem   a   consciência   de   seus   direitos   (e   consequentemente  
dispõem   de   instrumentos   para   reivindicá-­‐los)   e   de   seus   deveres.   Isso   perpassa   pela  
competência   informacional,   pois,   se   esses   cidadãos   precisarem   de   informação   para  
sanar   uma   dificuldade   ou   para   a   tomada   de   decisão,   eles   terão   meios   para   obtê-­‐las,  
uma   vez   que   serão   capacitados   para   tanto.   A   competência   informacional   exerce   um  
papel   social,   já   que   o   indivíduo   competente   em   informação   participa   ativamente   da  
construção   de   conhecimento   e   da   sociedade   (CONEGLIAN,   SANTOS,   CASARIN,   2010,   p.  
261).  
Dudziak  (2008)  propõe  uma  reflexão  a  respeito  do  assunto,  destacando  alguns  
aspectos   a   serem   observados   para   que   nossa   sociedade   alcance   um   patamar   mais  
elevado  de  desenvolvimento:  
 
Ponderemos  os  desafios  enfrentados  por  todas  as  nações,  inclusive  o  Brasil:  
a  busca  por  um  desenvolvimento  pleno;  a  necessidade  de  se  construir  uma  
sociedade   equânime   e   inclusiva;   a   priorização   do   acesso   democrático   à  
informação,   baseada   em   uma   educação   que   conduz   à   formação   de  
indivíduos  emancipados;  o  direito  à  comunicação  e  ao  exercício  integral  da  
cidadania;   a   busca   pelo   desenvolvimento   sustentável   como   fator   de  
promoção   da   qualidade   de   vida   das   populações,   o   avanço   econômico   e   a  
preservação  do  meio  ambiente  (DUDZIAK,  2008,  p.  42).  
 
 

A   sociedade   da   informação,   também   conhecida   como   sociedade   do  


conhecimento/aprendizagem,   possui   características   que   estão   diretamente  
relacionadas  ao  desenvolvimento  da  competência  informacional,  tais  como:  o  uso  das  
tecnologias  de  informação  e  comunicação,  conhecidas  como  TIC;  um  mercado  cada  vez  
mais  globalizado,  no  qual  as  pessoas  podem  estabelecer  contatos  de  qualquer  lugar  do  
mundo   através   do   rompimento   das   barreiras   geográficas   propiciado   pelas   TIC;   a  
informação   é   o   ativo   principal,   sendo   os   investimentos   nos   processos   para   torná-­‐la  
acessível   e   utilizável   cada   vez   maiores   e   a   ideia   do   aprendizado   contínuo,   alertando  
para  a  necessidade  de  estar  atualizado  para  responder  às  mudanças  sociais.  O  quadro  
abaixo  ilustra  essas  características.  
 
Quadro  1  –  Características  da  sociedade  da  informação  

CaracterísLcas  da  Sociedade  da  Informação  


Desenvolvimento  
das  tecnologias   Informação  como  
da  informação  e   fator  de   Aprendizado  
Globalização   conpnuo  
comunicação   crescimento  
(TIC)  
 
Fonte:  Elaboração  própria  (2014).  

 
Como  cada  um  desses  fatores  está  relacionado  à  competência?  Com  o  avanço  
tecnológico,   as   pessoas   precisam   desenvolver   habilidades   para   lidar   com   os   novos  
meios   de   comunicação   e   informação,   como   ter   domínio   básico   de   internet   para   que  
possam  localizar  e  recuperar  as  fontes,  por  exemplo.  Para  Fialho  (2004),  a  tecnologia  é  
o   instrumento   que   permite   lidar   com   o   problema   do   excesso   de   informações   nessa  
sociedade,  potencializando  o  acesso  às  fontes  de  informação.    
Não   há   como   desvincular   a   prática   pedagógica   do   uso   das   tecnologias,   mas   é  
preciso  entender  que  os  formatos  em  que  a  informação  e  os  conteúdos  se  apresentam  
nos  ambientes  digitais  podem  ser  atrativos  e  interessantes,  além  de  possibilitar  formas  
lúdicas  de  ensinar  e  aprender,  que  também  é  um  importante  instrumento  de  pesquisa.    
 
 

No   bojo   das   transformações   econômicas   proporcionadas   pelo   franco  


desenvolvimento  das  tecnologias  de  informação  e  comunicação  (TIC),  surge  
a   necessidade   do   desenvolvimento   de   novas   competências   que   tornem   as  
pessoas  capazes  de  lidar  com  o  construto  informação.  Tais  competências  se  
tornaram   elementos   essenciais   para   os   indivíduos   nesta   sociedade   em  
mutação,   denominada   Sociedade   da   Informação   ou   do   conhecimento  
(SANTOS;  DUARTE;  PRATA,  2008,  p.  210).  
 
Viver   em   um   mundo   globalizado   também   pressupõe   o   desenvolvimento   da  
competência   informacional.   É   preciso   dominar   outros   idiomas   (ler,   interpretar,  
compreender   e   não   apenas   falar)   para   conseguirmos   nos   comunicar   e   obter   as  
informações   de   que   necessitamos,   principalmente   na   realização   de   pesquisas   e   no  
desenvolvimento  da  ciência.  
Outra   importante   característica   dessa   sociedade   é   a   necessidade   de   se  
aperfeiçoar  e  atualizar  continuamente,  o  que  chamamos  de  aprendizado  ao  longo  da  
vida.  Segundo  Dudziak  (2011):    
 
Quando   se   considera   a   existência   de   uma   sociedade   de   aprendizagem,   a  
melhor   educação   é   aquela   que   prepara   os   aprendizes   para   o   aprendizado  
continuado  através  do  aprender  a  aprender.  A  dimensão  social  e  coletiva  de  
qualquer   processo   educacional/informacional   de   qualidade   começa   a   se  
sobressair.   Busca-­‐se   a   inserção   dos   indivíduos   na   dinâmica   da   sociedade  
atual.  Por  isso  se  fala  em  sociedade  de  aprendizagem  (  p.175).  
 
  O   aprendizado   contínuo,   apoiado   na   ideia   do   aprender   a   aprender,   está  
relacionado   tanto   ao   letramento   quanto   à   competência   informacional.   Para   que   seja  
possível  um  aprendizado  constante,  é  fundamental  que  a  educação  esteja  voltada  para  
a   autonomia   do   indivíduo,   instruindo-­‐o   à   busca   pelo   conhecimento   para   sanar   suas  
dúvidas   e   permitir   o   seu   crescimento   tanto   pessoal   quanto   profissional.   Nessa  
vertente,  a  educação  a  distância  se  transformou  em  um  instrumento  fundamental  para  
que   as   pessoas   possam   se   capacitar,   pois   a   tecnologia   permite   estudar   sem   sair   de  
casa.  
A   informação   como   ativo   fundamental   para   o   desenvolvimento   de   indivíduos   e  
nações  é  outro  aspecto  dessa  sociedade.  Seu  uso  está  diretamente  relacionado  com  a  
tomada  de  decisão,  podendo  auxiliar  no  exercício  pleno  da  cidadania.  
Diante  do  apresentado,  percebemos  que,  para  que  a  sociedade  da  informação  
se   concretize   plenamente,   depende   de   pessoas   letradas   e   competentes,   e   a   grande  
 

questão   a   ser   enfrentada   em   nosso   país   é   a   de   que   em   uma   sociedade   em   que   os  


indivíduos   têm   acesso   precário   à   educação,   como   oferecer   ferramentas   que   os  
capacitem   ao   uso   correto   da   informação?   Como   a   informação   pode   ser   usada   para  
mudar   a   sua   condição   e   trazer   autonomia   na   tomada   de   decisão   em   quaisquer  
circunstâncias?  Esse  é  o  desafio  que  nos  é  colocado  e  acreditamos  que  é  na  escola  que  
tudo  deve  começar.  
 
Todos   os   indivíduos   podem   tornar-­‐se   competentes   em   informação.   A  
competência   em   informação   é   um   pré-­‐requisito   para   a   aprendizagem  
contínua,   e   é   comum   a   todos   os   ambientes   de   aprendizagem   e   a   todos   os  
níveis   educacionais.   As   habilidades   propostas   pela   competência   em  
informação   devem   iniciar   nos   primeiros   anos   de   escola   e   se   prolongar   por  
toda   a   vida,   em   crescentes   níveis   de   autonomia,   levando   ao   aprender   a  
aprender  (CONEGLIAN;  SANTOS;  CASARIN,  2010,  p.  259).  
 
Relações  entre  educação  e  o  desenvolvimento  da  competência  informacional  
 
A   educação   é   a   ferramenta   de   que   dispomos   para   mudar   nossa   realidade   e   é  
por  meio  dela  que  a  competência  informacional  pode  ser  desenvolvida  considerando-­‐
se   o   contexto   escolar.   Seja   em   sala   de   aula,   quando   o   professor   solicita   uma   pesquisa,  
seja   na   biblioteca,   quando   o   usuário   pede   auxílio   ao   bibliotecário,   temos   a  
oportunidade  de  trabalhar  a  competência.  De  que  forma?  Apresentando  as  fontes  de  
informação   disponíveis   naquela   área   do   conhecimento,   ensinando-­‐os   a   utilizá-­‐las,  
estimulando   o   posicionamento   crítico   (buscando   sempre   verificar   a   confiabilidade   da  
fonte  e  sempre  utilizar  mais  de  uma  para  ter  parâmetros  de  comparação).    
 
O desenvolvimento
  de habilidades para o uso da informação tem um grande impacto no
desempenho do estudante, pois fortalece sua capacidade de acessar, selecionar, avaliar e
 
incorporar a informação. Essa competência vai agir ativamente no processo de
assimilação, criação e transmissão do conhecimento, elementos-chave para o crescimento
 
intelectual.
(HATSCHABACH; OLINTO, 2008, p.26).
 
Levantamento  realizado  por  Hatsbach  e  Olinto  (2008)  apontou  que  os  estudos  
sobre  o  tema  têm  sido  desenvolvidos  principalmente  no  ambiente  escolar,  o  que  pode  
ser  um  indicador  de  que  a  área  educacional  está  atenta  a  sua  importância.  
 

Para  que  a  competência  informacional  possa  ser  trabalhada  em  todos  os  níveis,  
é  necessário  que  professores  e  bibliotecários  atuem  em  conjunto,  a  fim  de  planejarem  
instrumentos   e   estratégias   que   possibilitem   ao   estudante   desenvolvê-­‐los.   Com   o  
intuito  de  que  essa  parceria  se  consolide,  é  fundamental  a  presença  da  biblioteca  no  
ambiente   escolar,   disponibilizando   materiais   informacionais   de   qualidade,   tecnologia  
para  acesso  às  fontes  de  informação  eletrônicas  e  as  demais  ferramentas  necessárias  
para  a  instrução  dos  estudantes.    
Muitos   são   os   autores   da   área   que   discutem   o   papel   do   professor   e   do  
bibliotecário  no  desenvolvimento  da  competência  informacional  dos  estudantes,  entre  
eles  Fialho  (2004),  que  destaca  que:  
 
O  papel  do  professor  em  uma  escola  inserida  na  sociedade  da  informação  é  
o  de  facilitador  em  um  processo  de  ensino-­‐aprendizagem  que  se  baseia  em  
uma   variedade   de   fontes   de   informação.   O   professor   passa   a   exercer   uma  
influência  ativa  e  propulsionadora  na  busca  da  informação  e  na  produção  de  
novos   conhecimentos,   o   que   poderá   contribuir   para   aflorar   nos   alunos   um  
espírito  investigativo  (FIALHO,  2004,  p.  84).  
 
Ou   seja,   um   professor   comprometido   com   o   desenvolvimento   crítico   de   seus  
alunos  precisa  rever  suas  metodologias  de  ensino  constantemente  para  se  adequar  às  
demandas  atuais  da  sociedade.  É  sua  função  instigar  a  pesquisa  e  a  curiosidade,  afinal,  
para  que  os  indivíduos  possam  pertencer  a  essa  sociedade  de  forma  legítima,  precisam  
estar  preparados  e  capacitados  para  usar  a  informação  efetivamente.  
Já  o  bibliotecário  possui  outro  papel;  apesar  de  não  estar  em  sala  de  aula,  deve  
fazer   parte   do   planejamento   pedagógico   da   escola,   participando   ativamente   das  
atividades   desenvolvidas,   dando     suporte   necessário   à   execução   das   tarefas.   Enquanto  
o   profissional   não   for   visto   como   fundamental   para   a   escola,   dificilmente   será  
valorizado.  Dudziak  (2011)  aborda  essa  questão:  
 
O   envolvimento   pessoal   e   social   do   bibliotecário   com   a   comunidade   em   que  
atua  também  altera  a  visão  que  as  pessoas,  os  estudantes,  administradores  
e   docentes   têm   dele   e   de   seu   trabalho.   Sua   inserção   em   movimentos  
ecológicos,   humanitários   e   culturais   dentro   do   próprio   ambiente  
educacional,   transforma-­‐o   em   cidadão   atuante   e   digno   de   admiração   e  
respeito  por  colegas  e  demais  membros  do  grupo  (p.180).  
 
 

  Diante   disso,   percebemos   que   é   importante   que   o   bibliotecário   tenha   uma  


postura  pró-­‐ativa  e  que  se  capacite  para  atuar  na  escola    com  o  desenvolvimento  de  
competências,  uma  vez  que  seus  conhecimentos  são  fundamentais  para  trabalhá-­‐las.  
Nas   diretrizes   apontadas   pela   AASL   (American   Association   of   School   Librarians),  
denominadas   Information   Power:   Guidelines   for   School   Libraries   Media   Programs,  
citadas   por   Campello   (2003,   p.   30),   aparecem   como   atribuições   do   bibliotecário   o  
papel   de   professor   −   aquele   que   participa   do   processo   de   ensino-­‐aprendizagem,  
ensinando   os   estudantes   a   pensar   criticamente   −   e   também   o   de   consultor   didático,  
inserindo   a   biblioteca   no   projeto   político   pedagógico   da   escola,   colaborando   e  
participando  ativamente  das  atividades  curriculares.  Essas  iniciativas  evidenciam  que  a  
importância  dada  à  competência  informacional  torna  as  bibliotecas  e  os  bibliotecários  
atores  fundamentais  no  processo  de  desenvolvimento  social.  
 
Para  desenvolver  a  competência  informacional,  o  aluno  precisa  aprender  a  
aprender,   desenvolver   habilidades   de   uso   e   comunicação   da   informação,  
avaliar   criticamente   a   informação   segundo   critérios   de   relevância,  
objetividade,  pertinência,  lógica  e  ética,  incorporando  as  informações  ao  seu  
sistema   de   valores   e   conhecimentos.   Essas   habilidades   informacionais  
podem   ser   desenvolvidas   nos   alunos   desde   as   séries   iniciais   do   ensino  
fundamental,   de   forma   que   elas   sejam   um   ato   contínuo   em   sua   formação  
(FIALHO,  2004,  p.  60).  
 
Campello   (2003)   acredita   que   a   inserção   do   tema   na   agenda   de   discussões   e  
trabalhos   da   área   de   biblioteconomia   possibilitou   ampliar   a   função   pedagógica   da  
biblioteca  e  do  bibliotecário,  promovendo  uma  mudança  de  paradigma.  
De   acordo   com   Santos   (2011),   o   bibliotecário   deve   assumir   uma   postura   de  
liderança,  atuando  em  conjunto  com  outros  profissionais,  sendo  pró-­‐ativo  e  buscando  
sempre  a  democratização  do  acesso  à  informação.    
É   fundamental,   então,   que   o   bibliotecário   busque   desenvolver   suas   próprias  
competências  para  que  possa  trabalhar  a  informação  de  forma  menos  técnica  e  mais  
voltada   ao   conteúdo.   Para   que   isso   se   torne   possível,   deve   se   capacitar  
constantemente  e  compreender  melhor  seu  papel  de  educador.  
 

A   UNESCO1   (Organização   das   Nações   Unidas   para   a   Educação,   a   Ciência   e   a  


Cultura)   publicou   em   2013   um   documento   intitulado   Alfabetização   Midiática   e  
Informacional:   currículo   para   formação   de   professores,   que   aponta   diretrizes   para   que  
os   professores   adquiram   competências   para   lidar   com   as   mídias   e   a   informação   na  
educação.   O   documento   evidencia   a   importância   das   mídias   e   da   informação   para   que  
os   indivíduos   possam   exercer   a   cidadania   utilizando,   para   tanto,   alguns   princípios   da  
competência  informacional.  
 
As  mídias  e  outros  provedores  de  informação,  como  bibliotecas,  arquivos  e  
internet,   são   amplamente   reconhecidos   como   ferramentas   essenciais   para  
auxiliar   os   cidadãos   a   tomarem   decisões   bem   informadas.   São   também   os  
meios   pelos   quais   as   sociedades   aprendem   sobre   elas   mesmas,   mantêm  
discursos   públicos   e   constroem   um   sentido   de   comunidade.   Os   canais   de  
mídia   e   demais   TICs   podem   ter   um   grande   impacto   sobre   a   educação  
continuada,   e,   por   isso,   os   cidadãos   precisam   de   um   conhecimento   básico  
sobre  as  funções  das  mídias  e  de  outros  provedores  de  informação  e  sobre  
como   acessá-­‐los.   O   propósito   da   alfabetização   midiática   e   informacional   é  
transmitir  esse  conhecimento  aos  usuários  (UNESCO,  2013,  p.16).  
 
  A  importância  desse  documento  diz  respeito  principalmente  ao  entendimento  
claro   de   que,   para   que   os   estudantes   possam   se   tornar   alfabetizados   em   mídias   e  
informação,   é   preciso   capacitar   primeiro   os   docentes,   para   que   estes   sirvam   de  
multiplicadores.   Por   isso   apresentamos   (aqui   está   o   problema,   é   a   Unesco   que   está  
propondo  esse  documento  e  não  eu,  da  forma  como  foi  corrigido  dá  a  ideia  de  que  nós  
é   que   estamos   apresentando   a   matriz   curricular   que   está   na   figura   abaixo)   um  
programa  para  a  formação  de  professores  com  esse  fim,  que  pode  ser  visualizado  na  
figura  a  seguir  através  de  sua  matriz  curricular.  
 
   

                                                                                                                       
1
 Documento disponível no endereço:
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002204/220418por.pdf.
 

Figura  1  –  Matriz  curricular  de  AMI  para  formação  de  professores.  

 
Fonte:  UNESCO  (2013,  p.  23).  
   
O   programa   é   bastante   completo   e,   se   for   implementado,   será   um   grande  
passo   em   nosso   país   para   o   avanço   do   movimento   em   prol   da   competência  
informacional.  
 
Como  podemos  nos  tornar  competentes  em  informação?  
 
Para  desenvolvermos  a  competência  informacional,  precisamos  ser  letrados.  A  
competência   seria   então   uma   consequência   do   letramento   informacional,   que   deve  
ser   desenvolvido   durante   todo   o   período   escolar   para   que,   ao   longo   da   vida,   o  
 

indivíduo   tenha   condições   de   tomar   decisões   baseando-­‐se   no   conhecimento   que  


adquiriu.  
 
Pessoas   competentes   em   informação   estão   familiarizadas   com   as   várias  
mídias   de   informação,   incluindo   jornais,   revistas,   televisão,   internet,   entre  
outras.   Sabem   como   o   mundo   da   informação   é   estruturado,   como   acessar  
as   redes   formais   e   informais   de   informação,   conhecem   as   estruturas   de  
comunicação  (DUDZIAK,  2010,  p.  8).  
 
Para  Vitorino  e  Piantola  (2009),  o  conceito  de  competência  vai  além  da  reunião  
de  habilidades  para  acessar  e  usar  a  informação:  
 
[...]   a   competência   informacional   seria   muito   mais   do   que   uma   reunião   de  
habilidades   para   acessar   e   empregar   adequadamente   a   informação   e  
passaria   a   funcionar   como   uma   ferramenta   essencial   na   construção   e  
manutenção  de  uma  sociedade  livre,  verdadeiramente  democrática,  em  que  
os   indivíduos   fariam   escolhas   mais   conscientes   e   seriam   capazes   de  
efetivamente  determinar  o  curso  de  suas  vidas  (VITORINO;  PIANTOLA,  2009,  
p.136?).  
 
Em   vista   dessa   concepção,   percebemos   que,   para   uma   pessoa   se   tornar  
competente   em   informação,   ela   precisará   não   apenas   desenvolver   habilidades   na  
obtenção   da   informação   de   que   necessita,   mas   principalmente   se   apoderar   delas,  
exercendo  o  seu  papel  de  cidadã,  atuando  na  sociedade  de  forma  consciente.    
 
 
Importante
 
Um indivíduo que possui competência informacional é capaz de:
 
• Posicionar-se criticamente diante das situações;
 
• Identificar fontes de informação confiáveis e relevantes para solucionar seus problemas;
 • Identificar as necessidades informacionais da comunidade da qual faz parte;
 • Interpretar a informação para gerar novos conhecimentos;

 • Manipular corretamente os meios de comunicação.


 
 
 
A  competência,  segundo  Dudziak  (2011),  é  um  ciclo  composto  de  sete  etapas,  
sendo  elas  representadas  na  figura  abaixo.    
 

 
Figura  2  –  Ciclo  da  Competência  Informacional  segundo  Dudziak.  

 
Fonte:  Dudziak  (2011,  p.176).  

 
No  primeiro  momento,  o  indivíduo  percebe  a  necessidade  de  informação  e  há,  
então,  uma  ausência  em  seu  estoque  de  conhecimento  a  respeito  daquilo  que  precisa.  
Em   seguida,   é   preciso   definir   qual   é   a   informação   que   poderá   sanar   a   sua   dúvida.   O  
terceiro   passo   diz   respeito   à   localização   das   fontes   de   informação   e   saber   onde  
encontrará   as   respostas.   O   passo   seguinte   seria     analisar   as   informações   obtidas   a  
partir  de  critérios  de  relevância  e  pertinência  e,  para  tanto,  é  preciso  ter  conhecimento  
prévio   a   respeito   desses   critérios   e   capacidade   de   interpretação.   O   quinto   passo   é   o  
uso  da  informação  efetivamente  para  a  solução  de  problemas  e  a  tomada  de  decisão.  
O   sexto   passo   está   relacionado   à   transformação   da   informação   em   conhecimento  
novo,  de  modo  que  esta  possa  ser  comunicada  em  outros  formatos.  O  sétimo  e  último  
passo  é  o    registro  da  informação  utilizada  e  seu  arquivamento  para  uso  futuro.    
  As  dificuldades  encontradas  pelos  profissionais  que  atuam  na  área  de  educação  
para   trabalhar   a   competência   informacional   dizem   respeito   principalmente   a   sua  
aplicação   prática.   Primeiro   porque   é   preciso   ter   competência   informacional   para  
capacitar   outrem   −   e   nem   sempre   os   bibliotecários   e   professores   estão   aptos   nesse  
sentido   −   e   segundo   porque,   para   que   se   desenvolva   a   competência   para   uso   da  
 

informação,   é   preciso   ser   letrado,   o   que   em   nosso   país   não   é   realidade,   pois   os  
investimentos  em  educação  e  cultura  são  escassos.    
  Outro  fator  fundamental  é  a  presença  da  biblioteca  na  escola,  que  deve  estar  
voltada  ao  atendimento  dos  estudantes  de  forma  a  possibilitar  não  apenas  o  acesso  à  
informação,  mas  também  sua  autonomia.  
 
Na   medida   em   que   novas   formas   de   acesso   surgem   promovidas   pela  
disponibilidade   da   informação   digital   em   rede,   novas   e   mais   aprimoradas  
habilidades   para   buscar,   selecionar,   sintetizar   e   utilizar   estas   informações  
são   necessárias.   As   bibliotecas   têm   tradicionalmente   oferecido   serviços   de  
educação   de   usuários   cujos   objetivos   englobam   desde   a   orientação   física  
dentro  da  biblioteca  até  a  utilização  de  fontes  e  serviços  de  informação  no  
contexto   da   pesquisa   científica.   Desta   forma   elas   devem   estar   preparadas,  
ou   pelo   menos   motivadas,   a   oferecer   serviços   de   qualidade   para   o  
desenvolvimento   das   habilidades   informacionais   necessárias   para   o   bom  
desempenho  no  ambiente  digital  em  rede  (CAREGNATO,  2000,  p.  53).  
 
O   quadro   a   seguir   traz   algumas   sugestões   de   como   se   pode   trabalhar   a  
competência  no  ambiente  escolar,  tanto  na  biblioteca  como  na  sala  de  aula.  
 
Quadro  2  –  Estratégias  para  desenvolver  a  competência  informacional  dos  estudantes.  

Na  sala  de  aula   Na  Biblioteca  


Educação  e  capacitação  dos  usuários  
Instrução  à  pesquisa  escolar   no  uso  da  biblioteca  

Apresentação  das  fontes  de  


Ensinar  o  que  é  autoria,  e  como   informação  
idenxficar  o  autor  de  uma  obra  
Instrução  ao  uso  do  catálogo  
Explicar  o  que  é  plágio    
Promoção  da  leitura  
Esxmular  o  espírito  críxco  através  de  
debates  e  análise  de  textos     Orientação  à  pesquisa  

Elaboração  de  resenhas  resumos,  e   Elaboração  de  estratégias  de  busca  e  


redações   recuperação  da  informação  

Fonte:  Elaboração  própria  com  base  nos  autores  Caregnato  (2000);  Campello  (2009);  Fialho  (2004).  

 
 

Estudos  sobre  competência  informacional  


 
  Os  estudos  sobre  competência  informacional  podem  ser  realizados  em  diversos  
ambientes,  com  usuários  de  biblioteca  de  diferentes  tipos,  nas  escolas  e  universidades,  
com   as   pessoas   em   contextos   de   busca   de   informação   no   cotidiano   e   em   ambientes  
organizacionais.   Os   objetivos   dos   estudos   são   bastante   variados,   como   veremos   nos  
exemplos  a  seguir.  
  Em   pesquisa   realizada   por   Santos   (2011),   é   possível   perceber   a   evolução   do  
número   de   estudos   realizados   no   Brasil   de   2001   até   2010,   em   formato   de   artigo   de  
periódico,  tese  ou  dissertação,  como  está  demonstrado  na  tabela  abaixo.  
 
Tabela  1  –  Quantidade  de  publicações  sobre  competência  informacional  por  categoria  e  ano.  

 
Fonte:  Santos  (2011,  p.  47).  

 
Tradicionalmente,   os   estudos   realizados   em   bibliotecas   tinham   como   objetivo  
principal   verificar   a   habilidade   dos   usuários   no   uso   das   fontes   de   informação  
(CAREGNATO,  2000;  HATSBACH  e  OLINTO,  2008).  Já  os  que  foram  e  são  realizados  no  
contexto  escolar  geralmente  têm  como  propósito  entender  como  o  estudante  lida  com  
as   fontes   de   informação   na   realização   de   pesquisas   e   como   ele   se   sente   quando   se  
envolve   em   um   processo   de   busca.   Os   estudos   realizados   no   ambiente   universitário  
 

estão  voltados  à  identificação  do  modo  como  o  estudante  busca  e  usa  a  informação  no  
contexto  acadêmico.  
  Como  o  objetivo  desse  material  é  possibilitar  um  conhecimento  relacionado  à  
aplicação  da  competência  no  ambiente  educacional,    nos  ateremos  a  utilizar  estudos  
realizados  nesse  contexto  para  exemplificar.  
  A   pesquisa   realizada   por   Fialho   (2004)   teve   como   propósito   identificar   as  
implicações  do  uso  das  fontes  de  informação  na  formação  do  pesquisador  juvenil,  bem  
como   verificar   a   atuação   do   professor   e   da   biblioteca   na   realização   da   pesquisa  
escolar.  A  autora  chega  a  algumas  conclusões  importantes:  
• A  prática  da  pesquisa  escolar  é  uma  condição  essencial  para  o  desenvolvimento  
da  competência  informacional;  
• A   articulação   entre   a   proposta   pedagógica   da   escola,   a   influência   da   família,   do  
professor,   da   biblioteca   e   dos   colegas   contribui   para   o   desenvolvimento   da  
competência  informacional.  
Em  sua  tese  de  doutorado  sobre  as  práticas  desenvolvidas  pelos  bibliotecários  
na  escola,  Campello  (2009)  define  a  pesquisa  escolar  como:  
 
Uma   estratégia   didática   que   diz   respeito   ao   bibliotecário,   por   constituir  
atividade  em  que  o  aluno  se  envolve,  ou  deveria  envolver-­‐se  efetivamente  
com  a  busca  e  uso  da  informação,  ocorrendo  em  grande  parte  no  ambiente  
da   biblioteca.   É,   portanto,   a   oportunidade   que   se   oferece   ao   bibliotecário  
para  o  desenvolvimento  de  sua  ação  educativa  (CAMPELLO,  2009,  p.  20).  
 
Em   ambas   as   pesquisas,   as   autoras   evidenciam   a   importância   do   bibliotecário  
na   escola.   A   pesquisa   de   Campello   (2009)   aponta   ainda   que   os   bibliotecários   têm  
empreendido   maior   esforço   nas   atividades   de   promoção   da   leitura   e   menos   nas   de  
instrução   à   pesquisa   escolar,   o   que   indica   que   as   práticas   para   a   consolidação   da  
competência  informacional  no  Brasil  ainda  estão  aquém  das  ações  desenvolvidas  nos  
países  desenvolvidos.    
É  fundamental  que  o  bibliotecário  se  conscientize  de  seu  papel  de  educador  e  
se  capacite  para  exercer  ações  dessa  natureza,  de  modo  a  auxiliar  no  desenvolvimento  
da  competência  informacional.  
 

Em   sua   dissertação   de   mestrado,   Santos   (2011)   trabalhou   com   os   estudantes  


do  último  período  do  curso  de  biblioteconomia  da  Universidade  Federal  de  Goiás,  com  
o  objetivo  de  identificar  a  competência  informacional  deles  baseando-­‐se  nos  padrões  
propostos  pela  ACRL.  Os  resultados  da  pesquisa  demonstraram,  em  linhas  gerais,  que  
os   estudantes   saem   da   graduação   mais   competentes   em   alguns   aspectos   do   que   em  
outros,   possuindo,   por   exemplo,   melhor   desempenho   em   relação   à   avaliação   eficiente  
da   informação   e   maior   dificuldade   na   classificação   das   fontes.   O   estudo   evidenciou  
também   que   é   possível   que   a   graduação   compense   a   defasagem   oriunda   da   escola  
pública,  mas,  para  tanto,  é  preciso  envolvimento  do  corpo  docente.  
É   importante   destacar   o   papel   do   professor   no   desenvolvimento   da  
competência   informacional,   seja   em   qualquer   nível   de   ensino   ,   pois   ele   deve   instigar   o  
espírito   crítico   dos   estudantes   e   orientá-­‐los   ao   uso   ético   da   informação,   evitando  
problemas   como   o   plágio,   prática   preocupante   e   que   vem   acontecendo  
corriqueiramente  nos  trabalhos  acadêmicos.  
 
Avaliação  da  competência  informacional  
 
  Avaliar   não   é   uma   tarefa   fácil   e   por   isso   mesmo   nem   sempre   é   realizada.   A  
avaliação  do  nível  de  competência  informacional  de  indivíduos  e  grupos  é  fundamental  
para  que  estratégias  educacionais  e  organizacionais  sejam  modificadas  e  novas  ações  
sejam   planejadas,   a   fim   de   melhorar   a   aprendizagem   e   a   geração   de   novos  
conhecimentos.    
 
A avaliação é uma atividade sistemática e contínua, integrada ao processo educativo, que
  tem como objetivo proporcionar o maior número de informação para a melhoria desse
  processo, reajustando seus objetivos, revisando projetos e programas, métodos e
  recursos. A avaliação é fundamental para a demonstração dos resultados dos programas
institucionais, do desempenho do corpo docente e da aprendizagem dos alunos(ARENAS,
  2007 apud HATSCHBACH e OLINTO, 2008).
 
 
Na   avaliação   da   competência   informacional,   as   diferenças   nos   níveis   de  
aprendizado   devem   ser   consideradas,   pois   sabemos   que   cada   indivíduo   aprende   de  
uma   forma.   Assim,   uma   avaliação   inadequada   a   respeito   da   competência  
 

informacional   seria   aquela   que   divide   os   estudantes   em   dois   grupos,   os   que   têm  
competência  e  os  que  não  têm  (CONEGLIAN,  SANTOS,  CASARIN,  2010).  
Muitos  estudos  estão  sendo  realizados  no  Brasil  para  medir  a  competência,  e,  
geralmente,  algum  padrão  é  utilizado.  O  mais  difundido  na  área  é  proposto  pela  ACRL  
(Association   of   College   and   Research   Libraries),   o   qual   estabelece   um   padrão  
denominado   “Padrões   de   Competência   Informacional   para   o   ensino   superior”  
(Information  Literacy  Competency  Standards  Higher  Education)  para  que  as  habilidades  
informacionais   de   estudantes   (principalmente   de   nível   superior)   possam   ser  
identificadas.   A   sua   estrutura   é   composta   por   cinco   padrões,   22   indicadores   de  
desempenho   e   uma   lista   de   resultados   para   avaliar   o   progresso   do   aluno   em   direção   à  
competência(SANTOS,   2011,   p.   55).   No   quadro   abaixo,   é   possível   visualizarmos   os  
padrões  e  seus  indicadores  de  desempenho.  
 
Quadro  ?  3  Padrões  de  Competência  Informacional  para  o  ensino  superior  da  ARCL  (2000  
apud  SANTOS,  2011).  

Padrão  3    -­‐Avaliar  a   Padrão  4  -­‐  Individualmente   Padrão  5  -­‐  Compreender  os  vários  
Padrão  1  -­‐  Determinar  a   Padrão  2  -­‐  Acessar  a   informação  e  crixcamente  e   ou  em  grupo  ,  uxlizar  a   temas  econômicos,  legais  e  sociais  em  
natureza  e  a  extensão  da   informação  efexva  e   torno  do  uso  da  informação,  
incorporá-­‐la  em  sua  base   informação  para  cumprir   acessando  e  uxlizando-­‐a  de  forma  
informação  necessária   eficientemente   de  conhecimentos   um  propósito  específico   éxca  e  legal  

• Definir  e  arxcular   • Selecionar  o  método   • resumir  as  ideias  principais   • aplicar  informação  nova  e   • compreender  os  muitos  
necessidades  de   invesxgaxvo  ou  o  sistema   a  serem  extraídas  da   anterior  no  planejamento     temas  éxcos,  legais  e  
informação;   de  informações  mais   informação  reunida;   e  na  criação  de  um   socioeconômicos    em  
• Idenxficar  uma  variedade   apropriado  para  acessar  a   • arxcular  e  aplicar  critérios   produto  ou  desempenho   torno    da  informação  e  da  
de  xpos  e  formatos  de   informação  necessária;   para  avaliar  tanto  a   parxcular;   tecnologia  da  informação;  
fontes    potenciais  de   • construir  e  implementar   informação  quanto  suas   • revisar  o  processo  de   • seguir  leis,  regulamentos,  
informação;   estratégias    de  pesquisa   fontes;   desenvolvimento  para  o   políxcas  insxtucionais  e  
• considerar  a  relação  custo-­‐ efexvamente  planejadas;   • sintexzar  as  principais   produto  ou  desempenho;   exquetas  relacionadas  ao  
bene{cio  na    aquisição  da   • recuperar  informação   ideias  para  construir  novos   • comunicar  o  produto  ou   acesso  e  uso  dos  recursos  
informação  necessária.   online  ou  pessoalmente   conceitos;   desempenho   informacionais;  
uxlizando  uma  variedade   • comparar  novo   eficientemente  a  outros.   • reconhecer  o  uso  das  
de  métodos;     conhecimento  com   fontes  de  informação  ao  
• refinar  a  estratégia  de   conhecimento  anterior   comunicar  o  produto  ou  o  
busca  se  necessário;   para  determinar  o  valor   desempenho.  
• extrair,  registrar  e   adicionado;  
gerenciar  a  informação  e   • determinar  se  o  novo  
suas  fontes.   conhecimento  tem  um  
impacto  sobre  o  sistema  
de  valores  do  indivíduo;  
• validar  a  informação    
através  do  discurso    com  
outros  indivíduos,  
especialistas  e  
profissionais.  

 
Fonte:  Elaboração  própria  (2014).  
 
 

Os  padrões  propostos  pela  ACRL  podem  ser  utilizados  não  apenas  para  avaliar  a  
competência   informacional   de   estudantes,   mas   também   a   dos   professores   e  
bibliotecários,   pois   assim   haverá   condições   de   identificar   se   eles   são   capacitados   a  
trabalhar  essa  ferramenta.  
   
A  prática  da  competência  informacional  
 
  Apesar   de   termos   apresentado   algumas   pesquisas   realizadas   no   contexto  
educacional   para   elucidar   de   que   forma   a   competência   informacional   pode   ser  
estudada,   é   necessário   também   indicar   algumas   fontes   de   informação   que  
efetivamente   possam   auxiliar   no   desenvolvimento   da   competência   informacional  
tanto  dos  estudantes  quanto  dos  professores  e  bibliotecários.  
  O   primeiro   exemplo   é   o   KhanAcademy,   portal   de   educação   que   tem   como  
objetivo  fornecer  educação  de  qualidade  internacional  para  todos,  em  qualquer  lugar.  
Segundo  o  site2:  “Todos  os  recursos  do  site  estão  disponíveis  para  todos.  Não  importa  
se   você   é   aluno,   professor,   aluno   a   distância,   diretor,   adulto   voltando   à   sala   de   aula  
após  20  anos  ou  um  leigo  interessado  que  procura  uma  mãozinha  em  biologia  básica.  
Os  materiais  e  recursos  da  Khan  Academy  estão  disponíveis  para  você  inteiramente  de  
graça.”    
  O   portal   está   disponível   em   vários   idiomas,   inclusive   em   português,   e   oferece    
possibilidade   a   qualquer   pessoa   de   aprender   conteúdos   de   diversas   áreas   através   de  
aulas,   ilustrações,   debates   e   tutoria   online.   É   uma   forma   de   os   professores   se  
atualizarem  e  diversificarem  a  forma  como  abordam  os  conteúdos,  a  fim  de  oferecer  
aos  estudantes  possibilidades  de  aprender  através  de  formatos  não  convencionais.  
 
Figura  3  –  Tela  inicial  do  KhanAcademy.  

                                                                                                                       
2
Informações disponíveis em: https://pt.khanacademy.org/about.
 

Fonte:  https://pt.khanacademy.org/library.  
 

Após  fazer  um  breve  cadastro  no  site,  você  seleciona  a  área  do  conhecimento  e,  em  
seguida,  o  conteúdo  que  deseja  aprender.  Na  figura  abaixo,  é  possível  visualizar  que  a  
área   escolhida   foi   matemática   e,   o   conteúdo,   introdução   ao   valor.   Neste   conteúdo,   há  
um  vídeo  explicativo.  
Figura  4  –  Seleção  do  conteúdo  que  se  quer  aprender  no  KhanAcademy.  

 
Fonte:  https://pt.khanacademy.org/math/early-­‐math/cc-­‐early-­‐math-­‐place-­‐value-­‐topic/cc-­‐early-­‐math-­‐
tens/v/place-­‐value-­‐introduction.  
 

Outra  plataforma  internacional  que  disponibiliza  cursos  online  e  gratuitos  para  


aprendizagem  a  distância  é  o  Coursera3,  que  tem  como  objetivo  promover  o  acesso  a  
uma   educação   de   qualidade   a   nível   mundial,   promovendo   melhoria   na   vida   das  
pessoas,   de   suas   famílias   e   das   comunidades   onde   vivem   através   da   educação.   Na  
Figura  5,  é  possível  visualizar  a  página  inicial  da  plataforma.  
                                                                                                                       
3
Informações disponíveis em: https://www.coursera.org/.
 

 
Figura  5  –  Página  inicial  do  Coursera.  

 
Fonte:  https://www.coursera.org/  

 
Mais  de  sete  milhões  de  pessoas  estão  cadastradas  no  site,  o  que  pode  ser  um  
indicador   da   qualidade   dos   cursos   oferecidos,   que   são   mais   de   600.   É   uma   ótima  
alternativa   para   aqueles   que   querem   estudar,   pois   os   cursos   são   a   distância.   O   que  
chama   atenção   é   a   abordagem   utilizada   pela   plataforma,   que   está   bastante  
relacionada  ao  conceito  de  competência  informacional.  
Em   relação   às   fontes   de   informação   nacionais,   o   portal   Sala4   −   Sociedade   de  
Linguística  Aplicada,  Cultura  Digital  e  Educação  −  é  uma  alternativa  para  quem  trabalha  
com  educação.  O  site  tem  como  objetivo  ajudar  na  formação  dos  docentes  dentro  da  
realidade  de  conhecimento  contemporâneo  sobre  Linguística  Aplicada,  Cultura  Digital  
e  Educação.  É  sempre  atualizada  com  as  questões  contemporâneas  que  permeia  nossa  
sociedade.  A  Figura  6  ilustra  a  página  inicial  do  portal.  
 
Figura  6  –  Página  inicial  do  portal  Sala.  

                                                                                                                       
4
Informações extraídas da página: http://www.sala.org.br/index.php/sala/missao  .  
 

 
Fonte:  http://www.sala.org.br/index.php.  

 
O   programa   My   English   Online5   é   uma   iniciativa   do   MEC   −   Ministério   da  
Educação   −   e   da   CAPES   –   Coordenação   de   Aperfeiçoamento   de   Pessoal   de   Nível  
Superior.   É   um   curso   de   inglês   gratuito   voltado   para   alunos   de   graduação   e   pós-­‐
graduação   que   atendam   a   alguns   requisitos:   estarem   matriculados   em   instituição   de  
ensino   superior   pública,   em   curso   de   graduação;   ou   terem   obtido   pelo   menos   600  
pontos  no  Exame  Nacional  do  Ensino  Médio  (ENEM)  para  estudantes  de  graduação  das  
instituições   de   ensino   superior   privadas;   ou,   ainda   serem   alunos   de   pós-­‐graduação   em  
Programa  de  Pós-­‐Graduação  recomendado  pela  CAPES.  
O   curso   tem   como   propósito   capacitar   os   estudantes   no   domínio   da   língua  
inglesa,  entendendo  que  este  é  fator  básico  para  desenvolver  pesquisas  científicas.  
 
 
Figura  7  –  Página  inicial  do  site  My  English  Online.  

                                                                                                                       
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Fonte:  http://www.myenglishonline.com.br/.  

 
  As   fontes   indicadas   aqui   devem   ser   apenas   um   ponto   de   partida   para   se  
entender  e  aplicar  a  competência  informacional  no  cotidiano  da  escola,  da  biblioteca  e  
dos   estudantes.   Acreditamos   que   a   capacitação   dos   profissionais   é   o   primeiro  
elemento   para   se   trabalhar   a   competência.   Ficam   algumas   perguntas   para   reflexão.  
Como   professor   ou   bibliotecário,   possuo   competência   informacional?   Quais  
habilidades   preciso   desenvolver?   Que   estratégias   devo   utilizar   para   estimular   o  
pensamento   crítico   dos   estudantes?   Por   onde   começar   o   desenvolvimento   dessas  
competências?    
 
 
REFERÊNCIAS  
 
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