Ações do Departamento de Psiquiatria no contexto do agravamento da pandemia

por COVID-19 no HC/UNICAMP

Ao lado das gravíssimas consequências para a área da saúde, com ênfase nas
elevadas taxas de morbimortalidade e prejuízos sócio econômicos - particularmente para
os segmentos mais vulneráveis da população - a pandemia por COVID-19 tem afetado
intensamente a saúde mental. Entre os principais impactos destacam-se os relacionados
aos novos quadros surgidos no contexto do isolamento, adoecimento e luto;
agravamento da transtornos mentais preexistentes, particularmente os de maior
gravidade, em função de dificuldades nas estratégias de enfrentamento e redução no
acesso a tratamento e rede de apoio e sofrimento em subgrupos populacionais
específicos, notadamente crianças e adolescentes afastados do convívio escolar e em
muitos casos submetidos a piora nas relações familiares; aumento nas taxas de violência
intrafamiliar; elevação no consumo de substâncias psicoativas, particularmente o álcool;
além do estresse nos profissionais da saúde, seja por estarem na linha de frente do
cuidado COVID, seja por se perceberem impossibilitados de cuidar adequadamente de
seus pacientes frente a escassez de recursos humanos e materiais que precisaram ser
dirigidos à pandemia.
Este cenário tem demandado deste Departamento inúmeras adaptações para
fazer frente às demandas de ensino e assistência, e, mantendo este espírito colaborativo,
propomos:
- Fechamento das agendas para recebimento de casos novos ambulatoriais;
- Espaçamento do tempo de retorno dos casos em seguimento de acordo com a
gravidade;
- Incremento do teleatendimento;
- Organização da liberação de receitas para pacientes compensados;
- Manutenção do atendimento na UER, com empenho para reduzir o tempo de
permanência dos pacientes;
- Manutenção das atividades da Enfermaria de Psiquiatria, com esforço para giro
de leito mais rápido, contribuindo com menor tempo de permanência de casos na UER e
retirada de pacientes graves de situação de vulnerabilidade física e mental;
- Manutenção das atividades de interconsulta psiquiátrica, que tem apresentado
aumento em sua demanda, notadamente para avaliação de pacientes nas unidades
COVID;
- Manutenção do seguimento de casos pós COVID com demanda psiquiátrica;
- Manutenção das atividades de apoio emocional a profissionais na linha de
frente do cuidado COVID (GAPS).

Esperamos com isso contribuir com a melhora do cenário em nosso ambiente

hospitalar, reduzindo a circulação de pacientes ambulatoriais, mantendo o tratamento de
casos em seguimento e auxiliando no cuidado a saúde mental de forma ampliada.

Cordialmente,