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Índice
Apresentação................................................................................................................3
Objetivos de Aprendizagem...........................................................................................3
2.1.1. Solanáceas......................................................................................................6
2.1.2. Leguminosas....................................................................................................8
2.1.3. Saladas..........................................................................................................10
2.1.4. Couves..........................................................................................................13
2.1.5. Bolbos...........................................................................................................14
2.1.7. Raízes...........................................................................................................18
2.3. Cogumelos.......................................................................................................22
2.5. Mel...................................................................................................................24
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
2.10. Enchidos.........................................................................................................28
4.1. Gastronomia.....................................................................................................35
4.2. Enoturismo.......................................................................................................35
4.3. Folclore............................................................................................................36
4.4. Artesanato........................................................................................................37
4.5. Cinegética........................................................................................................37
4.6. Pesca...............................................................................................................38
Bibliografia.................................................................................................................45
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Apresentação
O potencial económico e turístico dos produtos endógenos ainda está muito longe de estar
esgotado, importando valorizar todo um conjunto de produtos de origem rural.
Interessa, pois, que o Técnico de Turismo Ambiental e Rural os conheça, saiba como e
onde se produzem e adquira técnicas capazes de os valorizar e promover.
Este módulo deve ser essencialmente prático, permitindo ao aluno participar nos
processos de produção de alguns produtos endógenos na sua região.
Objetivos de Aprendizagem
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Os produtos agrícolas para consumo em fresco são aqueles cuja produção se destina a
chegar diretamente ao consumidor sem processamento ou transformação,
independentemente de poderem constituir, eles próprios, a matéria-prima para outros
produtos transformados
Aqui se incluem os produtos hortícolas, os frutos, a carne e o leite, bem como outras
produções em menor escala como por exemplo os cogumelos, o mel e as plantas
medicinais e condimentares.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
2.1.1. Solanáceas
A Família das Solanáceas possui cerca de 90 géneros e mais de 2600 espécies. Muitas
destas espécies são de interesse económico, seja como culturas industriais, culturas
medicinais, culturas ornamentais e especialmente como culturas hortícolas, entre as quais
existem várias de importância significativa como a batata, a beringela, o pimento e o
tomate.
BATATA
Solanum tuberosum L.
Clima
A batata requer um clima fresco. As temperaturas mais favoráveis situam-se entre os 16 a
25ºC. Tem paragem de crescimento abaixo dos 10ºC e, acima dos 30ºC com forte
intensidade luminosa, não se processa a formação dos tubérculos.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Solo
Adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura arenofranca a franca,
ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), pH entre 5,5 e 6,5 e com uma condutividade
elétrica 0,6 a 1,0 dS/m determinada no extrato aquoso proporção 1:2 (solo/água).
Plantação
Na plantação da cultura da batata para indústria é, por norma, efetuada em duas épocas
distintas.
A primeira decorre desde finais de Janeiro (em parcelas mais altas, soalheiras e abrigadas,
tendo em vista a obtenção de produções muito precoces, a partir do início de Maio) a
finais de Março (nas restantes parcelas, tendo em vista a colheita a partir de finais de
Maio, princípios de Junho).
Colheita
A colheita deve ser efetuada na época própria de cada variedade devido à influência que
pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos de colheita. Recomenda-
se que a colheita seja realizada de modo a minimizar a ocorrência de danos mecânicos, os
quais podem danificar completamente o produto final.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
podridões e pragas.
Armazenar a batata na ausência de luz e baixar a temperatura 1ºC por dia até alcançar a
temperatura adequada (4–8ºC para batata de consumo em fresco) e manter a humidade
relativa entre 85-90%.
Na cultura da batata para indústria, recomenda-se que seja colhida mecanicamente. Para
o efeito, recomenda-se que as acolhedoras estejam bem afinadas, através de
manutenções adequadas, para que a realização desta operação decorra nas melhores
condições.
2.1.2. Leguminosas
A Família das Fabáceas (ervilha, fava, feijão verde), também considerada como sinónimo
de Leguminosas, é uma das mais numerosas entre as famílias das plantas superiores,
agrupando distintos tipos de espécies como árvores, arbustos e plantas herbáceas, de
extensa distribuição mundial.
Muitas delas têm grande importância económica na alimentação humana, sendo ricas em
proteínas e hidratos de carbono. Também são importantes como culturas forrageiras,
florestais, ornamentais, medicinais e industriais.
ERVILHA
Pisum Sativum L.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Clima
A ervilha prefere zonas de clima temperado e fresco. De todas as espécies hortícolas, é
aquela que germina a temperaturas mais baixas. Com paragem de crescimento aos 5-7ºC,
a temperatura ótima de desenvolvimento situa-se entre os 16 e os 20ºC, com humidade
relativa de 60 a 70%. Em climas frios e húmidos pode ocorrer queda de órgãos florais,
ocasionando quebra de produção.
Solo
A ervilha adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura arenosa a
franca-arenosa, ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,5 e
condutividade elétrica inferior a 1 dS/m determinada no extrato aquoso, proporção 1:2
(solo/água).
Plantação
No caso da ervilha para consumo em fresco, consoante a variedade, recomenda-se que a
sementeira seja realizada em Novembro e em Fevereiro-Março; da ervilha para indústria,
recomenda-se que a sementeira seja realizada de meados de Dezembro a meados de
Fevereiro.
Colheita
A colheita de ervilha para consumo em fresco deve ser efetuada na época própria de cada
variedade, devido à influência que pode exercer na qualidade e poder de conservação dos
produtos de colheita. As vagens devem estar inteiras, sãs, com aspeto fresco, túrgidas,
sem humidade exterior, e sem cheiros estranhos.
A colheita de ervilha para produção de vagens deve ser feita cerca de 65 dias após a
sementeira, quando as ervilhas ainda não estão maduras. Para a produção de grão seco,
a colheita realiza-se 110 a 130 dias após a sementeira.
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2.1.3. Saladas
A Família das Asteráceas (do grego Aster = astro ou estrela) inclui sete espécies de
interesse hortícola, agrupadas em cinco géneros, embora apenas se considere a alface
que, em algumas regiões do País é a cultura hortícolas de maior valor comercial.
ALFACE
Medicago sativa L.
Clima
Consoante as variedades, a alface é uma planta que se pode cultivar durante todo o ano
em estufa e ao ar livre. Embora tolere baixa luminosidade, necessita, para um
desenvolvimento adequado, mais de 10 horas de luz, bem como temperaturas diurnas
entre os 15 e 20ºC e noturnas entre os 8 e 12ºC.
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Solo
Os solos devem ter textura franco-arenosa, serem ricos em matéria orgânica (entre 2 a
4%), com 40 a 50 cm de profundidade, com pH entre 6,5 e 7,5 e condutividade elétrica
inferior a 0,4 dS/m determinada no extrato aquoso, proporção 1:2 (solo/água).
Plantação
A plantação pode realizar-se durante todo o ano, em estufa, ocorrendo,
preferencialmente, de Setembro a Abril ou de Outubro a Dezembro (plantações de
Outono/Inverno) e ao ar livre de Março a Julho (plantações de Primavera/Verão), com
duração do ciclo cultural dependendo da variedade escolhida.
Colheita
O momento da colheita, que pode ter lugar durante todo o ano, é determinante para a
obtenção de um produto de qualidade. As variedades de Primavera/Verão, de produção
ao ar livre, podem ser colhidas após 60 a 75 dias após a sementeira e as variedades de
Outono-Inverno, de produção em estufa, após 90 a 120 dias.
As alfaces devem estar inteiras, sãs, com aspeto fresco, limpas, sem folhas sujas, não
espigadas, túrgidas, sem humidade e sem cheiros estranhos.
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2.1.4. Couves
A Família das Brassicáceas (agriões, couves, mizuna, mostarda, nabo, rabanete, rúcula),
também designadas por Crucíferas, compreende mais de 300 géneros, destacando-se os
géneros Brassica e Raphanus como os mais difundidos e utilizados.
COUVE
Brassica Oleracea L.
Clima
As temperaturas ótimas de crescimento das couves situam-se entre os 15 e 20ºC, sendo
as temperaturas mínima e máxima extremas de 2 e 32ºC. As couves estão bem
adaptadas a climas húmidos. Flutuações bruscas de temperatura ou temperaturas acima
dos 20ºC afetam a compacidade, tamanho e uniformidade das inflorescências das
couves-flor e brócolos.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Solo
As couves são plantas que se adaptam a quase todos os tipos de solo, mas preferem, de
um modo geral, os franco a franco-arenosos. Os solos mais arenosos são considerados
os melhores para as variedades precoces e, os mais compactos, para as variedades
tardias.
Os solos devem ter bom poder de retenção de água e boa drenagem, serem ricos em
matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 5,5 e 7,0 e condutividade elétrica inferior
a 0,4 dS/m determinada no extrato aquoso, proporção 1:2 (solo/água).
Plantação
Com possibilidade de adaptação a todas as épocas do ano, podem considerar-se, de um
modo geral, as plantações de Primavera/Verão e as de Outono/ Inverno.
Colheita
A colheita deve ser efetuada na época própria de cada variedade devido à influência que
pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos de colheita. As plantas
devem estar inteiras, sãs, com aspeto fresco, túrgidas, sem humidade exterior e sem
cheiros estranhos.
2.1.5. Bolbos
A Família das Aliáceas, também considerada como sinónimo de Liliáceas, é uma família
numerosa de plantas monocotiledóneas, a maioria das quais são herbáceas. Nesta família
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
incluem-se quase 500 géneros distintos, de distribuição cosmopolita, tais como o alho, a
cebola, o alho-francês e o alho-porro.
Antigamente classificava-se dentro das Liliáceas as espécies do género Allium [alho, alho-
francês (alho-porro), cebola etc.], mas atualmente, estas consideram-se incluídas numa
família separada - a das Aliáceas, enquanto que o espargo e só o género Asparagus
passou a constituir a família das Asparagáceas.
ALHO
Allium sativum L.
Clima
O alho é uma planta bastante rústica no que diz respeito ao clima preferindo, no entanto,
zonas temperadas e frescas. Com dias curtos e temperaturas baixas, as folhas crescem
normalmente em detrimento da formação dos bolbos. Com paragem de crescimento aos
5ºC, a temperatura ótima de desenvolvimento dos bolbos situa-se nos 20ºC, com
humidade relativa do ar elevada.
Solo
O alho prefere solos de textura arenosa ou franco-arenosa, ricos em matéria orgânica
(entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,0 e condutividade elétrica inferior a 0,4 dS/m
determinada no extrato aquoso, proporção 1:2 (solo/água).Apresenta uma tolerância
moderada à acidez.
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Plantação
Antes da plantação dos bolbilhos ou “dentes”, o armazenamento a temperaturas entre 0 a
5ºC durante cerca de 40 dias, favorece a precocidade da emergência para a formação do
bolbo. A plantação deve ser feita, o mais rapidamente possível, após a separação dos
bolbilhos, dada a sua elevada sensibilidade à desidratação.
Colheita
A colheita deve ser efetuada na época própria de cada variedade, devido à influência que
pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos de colheita.
Recomenda-se que, após a colheita, os bolbos fiquem a secar no campo, durante 3-4 dias,
protegidos do escaldão por restos de folhagem.
A Família das Cucurbitáceas, compreende, para além do género Cucurbita com cinco
espécies (quatro anuais e uma vivaz), os géneros de plantas anuais Citrullus e Cucumis.
Do género Cucurbita, as espécies com mais expressão no país são: a abóbora ou abóbora-
menina (Cucurbita máxima) e a aboborinha ou curgete (Cucurbita pepo), do género
Citrullus a melancia (Citrullus lanatus) e do género Cucumis, o melão (Cucumis melo) e o
pepino (Cucumis sativus).
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MELANCIA
Citrullus lanatus L.
Clima
Planta sensível às geadas e com resistência média a condições de sequeiro, tem paragem
de crescimento aos 11 a 13ºC. Bastante exigente em luminosidade, a temperatura ótima
de desenvolvimento situa-se entre os 23 a 28ºC, com uma humidade relativa de 60 a
80%.
Solo
A melancia adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura franca a
franca-arenosa, ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,5 e uma
condutividade elétrica 0,4 a 0,6 dS/m determinada no extrato aquoso, proporção 1:2
(solo/água). Apresenta-se medianamente tolerante à salinidade.
Plantação
A plantação inicia-se em meados de Março até fins de Maio e deve ser efetuada quando a
planta tem 2 folhas definitivas.
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Quando a cultura se realiza no cedo, é conveniente utilizar uma manta térmica para evitar
problemas inerentes à ocorrência de geadas e de grandes amplitudes térmicas.
Colheita
A colheita deve ser efetuada na época própria de cada variedade, devido à influência que
pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos de colheita.
Consoante a variedade, a colheita deve ser feita manualmente, e efetua-se entre 80 a 105
dias após a sementeira, quando os frutos se apresentarem com o desenvolvimento pleno
característico da variedade. O pedúnculo é cortado com uma faca a cerca de 5 cm do
fruto.
2.1.7. Raízes
A Família das Apiáceas (aipo, cenoura, coentros, pastinaca, salsa) tem como principal
característica determinante da família, o de ser constituída por plantas aromáticas, com
um odor e sabor de anis, um tanto variável entre as espécies, mas muito típico.
CENOURA
Daucus carota L.
Clima
Planta de dias longos, a cenoura desenvolve-se bem em todos os climas de preferência
com pequenas oscilações de temperatura. As temperaturas ótimas de desenvolvimento
situam-se entre os 15 a 18ºC, com paragem de crescimento aos 6ºC. Com temperaturas
entre os 10 a 15ºC ou acima dos 21ºC, a cenoura apresenta uma coloração pálida e com
temperaturas baixas e fraca humidade a cenoura fica mais alongada.
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Solo
A cenoura adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os de textura arenosa ou
franco-arenosa, ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com Ph entre 6,0 e 7,0 e
condutividade elétrica inferior a 0,4 dS/m determinada no extrato aquoso proporção 1:2
(solo/água).
Plantação
A cenoura é semeada no local definitivo e os camalhões deverão ter 0,20 a 0,25 m de
altura e 1,10 a 1,20 m de largura, em 4 a 8 linhas, com um compasso de 0,10 a 0,15 na
linha. A sementeira direta pode ser feita de Fevereiro a Setembro, utilizando-se
semeadores em linha ou em faixa e a densidade de sementeira deve estar de acordo com
a variedade, podendo ser de 120 a 250 sementes/m2.
Colheita
A colheita deve ser efetuada na época própria de cada variedade devido à influência que
pode exercer na qualidade e poder de conservação dos produtos de colheita. As raízes
devem estar inteiras, sãs, com aspeto fresco, sem cheiros estranhos.
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MORANGOS
Fragaria vesca L.
Clima
O morangueiro é uma planta que se adapta a uma grande variedade de climas, mas a
temperatura ótima de crescimento é de 23 ºC.
Os seus órgãos vegetativos são muito resistentes às geadas mas, pelo contrário, as flores
são muito sensíveis, sendo destruídas a temperaturas inferiores a 0 ºC.
Solo
O morangueiro adapta-se a quase todos os tipos de solo, mas prefere os franco-arenosos,
os argiloarenosos, os franco-argilosos e os franco-argiloarenosos, bem drenados, mas com
humidade e ricos em matéria orgânica.
Prefere, igualmente, os solos ligeiramente ácidos, com valores de pH situados entre 6,0 a
6,5, devendo evitar-se os solos muito argilosos e os solos salinos.
Plantação
O morangueiro pode ser plantado em diferentes épocas do ano, dependendo da
variedade, do clima, do local e do sistema de produção. A plantação é manual e realizada
ao nível da coroa.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Colheita
A colheita do morango deve ser escalonada e os frutos devem ser colhidos num estado de
maturação adequado, de modo a satisfazer as exigências de qualidade comercial.
A colheita deve ser feita com o maior cuidado, de forma a evitar lesões nos frutos que
reduzem a sua qualidade e favoreçam as infeções. Deve ser feita durante as horas mais
frescas, tentando evitar, tanto quanto possível, as horas de calor mais intenso.
Estes devem apresentar-se frescos, inteiros, sem golpes, munidos de cálice, sãos, isentos
de matérias estranhas, livres de humidade, de odor e de sabores estranhos. O seu
acondicionamento deve assegurar uma proteção conveniente do produto.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Embora a sua aplicação seja muito vasta, e vá desde condimento alimentar, aplicação
medicinal, cosmética, perfumes, extratos, loções, óleos, tintas, etc.
Desta forma, importa conhecer as plantas aromáticas existentes na região, assim como os
usos e costumes a elas associados por parte da população local, de modo a preservar-se
esta sabedoria popular.
Por outro lado o cultivo das plantas aromáticas e medicinais poderá ser no futuro uma
alternativa para as zonas rurais podendo, através de uma estratégia integrada, conduzir à
obtenção de receitas para esses meios.
2.3. Cogumelos
Os cogumelos são um excelente alimento que nos últimos anos tem vindo a ganhar
apreciadores. Cada região, de acordo com as suas características naturais possui
determinadas espécies. Este recurso micológico determina uma especialização culinária de
qualidade que constitui um importante produto turístico.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Em Portugal, existe uma tradição de recolha de cogumelos silvestres, que difere entre
cada região, que passa de geração em geração, e que se destina, quase exclusivamente, a
um consumo próprio.
Existem diversas formas de conservar a fruta em açúcar para que se possa apreciá-la em
qualquer altura. Feitos com frutas frescas ou secas, inteiras ou em pedaços, cozidas em
calda de água e açúcar e aromatizada com especiarias ou mesmo bebidas alcoólicas, estes
doces são sempre apetecíveis.
2.5. Mel
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açucarada, obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudados sacarificas que as abelhas
melíferas produzem
Utilizado como adoçante, este produto sempre foi reconhecido pelas suas propriedades
terapêuticas, devido às suas características digestivas, analgésicas, anti-inflamatórias,
antimicrobianas e antissépticas. As características nutricionais e os benefícios medicinais
do mel são muitos e diversos.
Para além do mel, na produção apícola, o produtor poderá rentabilizar outros produtos
como a cera, utilizada nas indústrias de cosméticos, medicamentos e velas, a própolis e a
geleia real, nas indústrias de cosméticos e fármacos.
A produção de cereais de pão (milho, trigo, centeio) constitui durante séculos a base da
estrutura agrária portuguesa, empregando a maioria da população e construindo a
diversidade das paisagens rurais, que em termos de parlamento e estrutura das
explorações, quer à implementação de construções de apoio (moinhos, eiras, espigueiros).
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Hoje em dia, os modos tradicionais de fazer o pão surgem num contexto de maior
preocupação com a qualidade alimentar, bem como com a descoberta do mundo rural e
dos seus valores de identidade, contribuindo para consolidar a imagem de determinados
territórios, consoante o tipo de pão dominante.
Não apenas como produto final mas também enquanto matéria-prima de um grande
número de iguarias gastronómicas, o pão ressurge sob a mão das novas tendências
culinárias, em que chefes de renome procuram reinventar novas técnicas com raízes
locais, unindo o uso do pão cm outras iguarias como o azeite, o vinho, ou os enchidos.
O Azeite é muito apreciado desde a antiguidade pelo seu valor gastronómico, pelas suas
características químicas, biológicas e organolépticas, mas também porque as suas
propriedades preventivas e terapêuticas fazem dele uma gordura absolutamente
insubstituível.
A produção do azeite em moldes tradicionais, endógenas das regiões mais periféricas (em
particular o Douro e o Alentejo), de climas extremos, feitas em lagares tradicionais,
envolveu ao longo de gerações um conjunto de rituais e técnicas de grande significado
para as identidades locais.
Utilizado desde tempos imemoriais como ingrediente culinário, o Azeite foi “redescoberto”,
tendo-se convertido num dos pilares da cozinha moderna e saudável.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Dentro dos Azeites que se encontram no mercado podem, ainda, encontrar-se os ”Azeites
com Denominação de Origem Protegida” (DOP), os “Azeites da Agricultura Biológica” e os
“Azeites Elementares ou Monovarietais”.
O azeite tem origem das variedades tradicionais portuguesas de azeitona como a Galega,
a Verdeal, a Cordovil, a Cobrançosa, a Lentisca, a Verdeal Transmontana e a Madural, que
estão na base da sua tipicidade e dos seus "gostos" genuínos.
De facto, a vinha marca fortemente muita da nossa paisagem rural e não de uma forma
monótona e uniforme, sendo todas as suas práticas e imaginário associados fortemente
vinculadas aos meios de subsistência locais.
Durante séculos, o vinho foi o mais importante produto do comércio externo de Portugal e
criador de riqueza para as diferentes regiões, pelo que, desde cedo, a sua produção e
comercialização foi regulamentada.
Atualmente, é inegável o seu peso para a economia nacional, pelo que se espera a
introdução de novas técnicas de marketing e promoção, para fazer face a uma
concorrência que hoje surge à escala global, bem como uma aposta na sofisticação das
marcas, dos processos produtivos e da certificação de qualidade.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Depois de muitos séculos de evolução, é indiscutível que o queijo se tornou num produto
de consumo de eleição, com cada vez mais apreciadores espalhados pelos quatro cantos
do mundo.
Dos vários tipos de queijo existentes, fabricados com leite de ovelha, vaca, cabra ou de
mistura, a consistência da pasta, o paladar e o grau de gordura, variam de região para
região, de acordo com o microclima e outros fatores geográficos, conferindo-lhes
características físicas e organoléticas únicas, que lhe dão especificidade.
Fazer queijo é uma arte, que surge à mesa como importante elemento da gastronomia da
região e que revela a perícia das mãos que lhe dão forma.
Foram numeradas cerca de 400 espécies de queijo em todo o Mundo e através dos
séculos: cada variedade adquiriu, a pouco e pouco, reputação própria e completam
agradavelmente qualquer refeição.
2.10. Enchidos
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Nos últimos anos esta indústria tem vindo a apresentar um apreciável incremento,
expresso no elevado número de estabelecimentos fabris instalados e na variedade de
produtos existentes.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
O sector dos vinhos foi o que mais contribuiu para a divulgação das designações junto do
público consumidor. Desde há vários anos que vem sendo desenvolvido um profundo
trabalho, visando a melhoria da qualidade dos vinhos em Portugal. Os bons resultados
apresentam-se de forma consistente, fazendo deste sector um dos mais promissores no
âmbito dos produtos agrícolas.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Desde a sua origem até à atualidade, esses produtos apenas sofreram uma evolução em
termos de:
Escala de produção;
Imposição de normas de qualidade;
Controlo da produção.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
O que define os produtos tradicionais dos outros produtos é o processo de fabricação, que
também deve respeitar uma legislação específica. Respeitando a produção ancestral, estes
“protegidos” têm toda a sua produção controlada.
Um processo rígido e essencial para garantir o bom nome dos produtos tradicionais
portugueses.
O uso das menções DOP, IGP, ETG, etc., mais não é do que o reconhecimento destes
saberes adquiridos ao longo dos séculos.
Um produto com Denominação de Origem Protegida não recebe um prémio, nem um selo
de garantia. Vê, sim, reconhecido oficialmente, o seu estatuto de “sabor tradicional
português”.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
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Carne de caprino
Carne de ovino
Carne de suíno
Queijos
Outros produtos à base de leite
Mel
Azeite
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Exemplo de rótulo
Por se tratar de um sistema cuja criação está suportada por uma legalidade institucional,
quer a nível nacional quer a nível da UE, as marcas de certificação encontram-se,
obrigatoriamente, registadas e são objeto de publicação no Diário da República.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
4.1. Gastronomia
4.2. Enoturismo
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Produções com qualidade e políticas de marketing bem orientadas, talvez sejam alguns
dos ingredientes essenciais ao desenvolvimento futuro desta atividade, eventualmente
aliados a outras complementares, como a do enoturismo.
Uma atividade que, quando bem planeada e orientada com profissionalismo, ao associar,
por exemplo, passeios, visitas, provas e compra de vinhos a serviços paralelos, tais como
a hotelaria e restauração, e a par de vinhas e instalações bem cuidadas, permitirá aos
visitantes, melhor conhecer as regiões, a atividade das suas gentes e as suas
manifestações culturais, o comércio e artesanato, desenvolvendo e gerando riqueza nas
regiões.
4.3. Folclore
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
4.4. Artesanato
As unidades produtivas existentes são hoje os redutos de uma ancestralidade milenar que
compete a todos nós preservar, encarando o histórico como um exercício de recriação e
reinvenção, atualizando-o à linguagem contemporânea.
O artesanato merece, assim, especial atenção, uma vez que transmite um modo de saber,
arte e criatividade, na medida em que utiliza métodos ancestrais na criação e reprodução
de peças, transportando-nos a um tempo longínquo que deve ser recordado e preservado,
mantendo desta forma a identidade de um povo.
Com efeito, é necessário que cada região saiba retirar o melhor partido dos seus recursos
naturais, históricos e culturais, captando assim a máxima atenção do visitante,
proporcionando-lhe o maior contacto possível com as tradições e culturas locais, pois,
cada vez mais, o turista procura experiências enriquecedoras.
4.5. Cinegética
Para tal, utiliza serviços logísticos e turísticos para facilitar a prática destes desportos, num
contexto de conservação e sustentabilidade da vida silvestre
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
4.6. Pesca
De acordo com os objetivos com que é praticada a pesca, esta pode ser desportiva, se
tiver objetivos desportivos, recreativos ou de lazer, ou profissional quando tiver objetivos
comerciais.
A pesca desportiva tem tido um grande incremento nos últimos anos, associado ao cada
vez maior interesse pelas atividades de ar livre e à aproximação ao meio rural,
evidenciando esta evolução que o sector está em franca expansão, sendo neste momento
uma atividade praticada por cerca de 2% da população portuguesa.
Desde sempre a pesca foi uma atividade do Homem, dando identidade a muitas
populações. Pelo prazer de estar com a Natureza, o pescador desportivo criou diversas
técnicas, que utiliza de uma forma competitiva ou para simples lazer.
A pesca lúdica define-se como sendo a captura de espécies marinhas vegetais e animais,
sem fins comerciais, que pode ser exercida de terra firme, ou de uma embarcação
registada no recreio (não profissional) ou na atividade marítimo turística.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Para além da pesca propriamente dita, há ainda a considerar, num âmbito alargado de
pesca lúdica, a atividade de apanha (lúdica), recolha manual (sem qualquer tipo de
instrumentos), de espécies marinhas vegetais e animais, sem fins comerciais.
De uma forma geral, as rotas de vinho têm por objetivo estimular o potencial turístico de
cada uma das regiões em causa. Cada rota integra um conjunto de locais organizados em
rede e devidamente sinalizados que, de uma forma ou de outra, possam suscitar o
interesse por parte do turista.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Na medida em que refletem o ciclo agrícola, ano após ano, as feiras associavam-se a
determinados acontecimentos do calendário festivo, de cariz religioso e profano. Destaque
para as romarias, que reuniam milhares de fiéis, nas quais o elemento gastronómico era
parte central.
Nas últimas décadas surgiram por todo o país estruturas museológicas, articulando a
preocupação em recuperar as práticas e saberes tradicionais, contribuindo para incorporar
os processos da memória na construção (permanente e em mudança) de uma identidade
coletiva fundada no presente e orientada para o futuro.
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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Hoje, os museus não se inscrevem num esforço de reificar o passado, antes afirmam um
espaço e dinâmicas que contribuem para o presente e para o futuro e nesse sentido,
participam amplamente na reflexão sobre o desenvolvimento rural.
Por isso se torna tão importante dar-lhes vida (bem como a outros elementos do
património rural, tais como pelourinhos, espigueiros, fontes tradicionais, caminhos),
recuperando-os e restituindo-lhes a sua dignidade através da promoção da sua
reutilização, mesmo que, eventualmente, em moldes diferentes daqueles para os quais,
em tempos foram criados.
A distribuição tradicional
Perante a proliferação asfixiante das grandes superfícies, a distribuição tradicional teve de
se reorganizar para dar resposta à rápida evolução de todo o sistema de distribuição.
Há, contudo, que fazer uma avaliação adequada das condições desses pontos de venda,
para que o valor acrescentado daqueles produtos não se perca por fatores exteriores ao
próprio produto.
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A grande distribuição
A grande distribuição representa uma rede de canais de comercialização em evolução
constante e cujas políticas de marketing, a dimensão e, por conseguinte, os volumes
próprios de cada ponto de venda, bem como a organização interna e o sistema de gestão
das compras, apresentam especificidades:
Grandes grupos gestores de HIPERMERCADOS – que operam à escala nacional e
internacional e dentro dos quais o papel e o poder das centrais de compras está a
aumentar;
Locais de importância média – supermercados rurais – que possuem uma certa
margem de decisão em matéria de compras e que se orientam praticamente
sempre para uma política de caracterização e de identificação com o território;
Pequenas marcas que operam à escala regional.
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Para além das vantagens referidas, as grandes superfícies de vendas, pelo facto de serem
visitadas por grandes fluxos de clientes, representam um papel de extrema importância
para a divulgação de produtos, mesmo para os que provêm de pequenos produtores.
As feiras temáticas
As inúmeras feiras regionais, que, um pouco por todo o País, se realizam anualmente,
constituem um importante veículo, no sentido de promover o encontro dos Produtos
Tradicionais com grandes massas de público consumidor que, facilmente, são atraídas por
esses eventos.
Esses são também espaços com significativo potencial para divulgar produtos a nível de
empresas, que fazem parte das cadeias de distribuição desses produtos.
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As iniciativas dos produtores para incentivar e apoiar esta política da imagem têm,
naturalmente, um papel extremamente importante.
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Bibliografia
AA VV., Produtos Locais, Jornal Pessoas e Lugares, nº 11, Rede Portuguesa LEADER +,
2003
AA VV., Turismo nos territórios rurais, Jornal Pessoas e Lugares, nº 13, Rede Portuguesa
LEADER +, 2003
Rodrigues, Gomes, Castelo Branco, Lara, Novos produtos de valor acrescentado , SPI –
Sociedade portuguesa de Inovação, 2005
Webgrafia
Agroportal
http://www.agroportal.pt
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