PROPÓSITO
Compreender os principais conceitos de importantes autores herdeiros do pensamento
psicanalítico, desde sua fundação até a contemporaneidade, observando suas variações e
divergências capazes de gerar novas proposições teórico-clínicas no campo psicanalítico,
enquanto elemento fundamental para a sua futura atuação como psicólogo.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha à mão alguns dicionários de Psicanálise, tais
como:
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
Agora, se pudermos voltar no tempo, talvez consigamos entender os caminhos trilhados por
alguns dos sucessivos discípulos de Freud, na ampliação e alteração de seus conceitos,
referente ao desenvolvimento do comportamento e da psique humana.
Carl Gustav Jung foi um dos preferidos de Freud. Desde o primeiro encontro, que aconteceu
após interesse de Jung nas ideias sobre os sonhos, decorrente da leitura do texto freudiano A
Interpretação dos Sonhos (1900), o fundador da Psicanálise reconheceu Jung como aquele
que poderia ser o herdeiro oficial do Movimento Psicanalítico. No entanto, esse olhar sobre
Jung também refletia algumas preocupações e motivações políticas que se referiam às
garantias do reconhecimento da Psicanálise.
Iniciava-se a construção da Psicologia Analítica de Jung, que se tornou uma das mais
importantes teorias e linhas de psicoterapias da atualidade.
O CARÁTER DA LIBIDO
O conceito de LIBIDO para Jung encontrou-se no cerne de sua divergência com Freud. A
publicação de seu livro Metamorfoses e Símbolos da Libido (1912) apresenta sua visão,
reconhecendo a libido como a totalidade da energia psíquica, ultrapassando a concepção
puramente sexual. Não se tratava de excluir a disposição sexual da libido, mas incluí-la em
uma nova perspectiva, mais ampla, da dinâmica da psique. Essa concepção monista da libido
se contrapunha à de Freud, dualista.
PERSONALIDADE
Para Jung, personalidade e/ou psique é a dinâmica de forças que vem do interior e avança
para o exterior e vice-versa, sendo considerada como uma entidade total. Um dos processos
importantes de desenvolvimento da personalidade é a individuação. Encontramos aí uma
busca pelo singular e pela diferença em relação ao grupal. O processo de individuação é
complexo, difícil, com etapas e pressupõe conflitos para se atingir uma integração e plenitude.
Pressupõe a integração dos aspectos, consciente e inconsciente, através do
autoconhecimento e do encontro com o funcionamento arquetípico, principalmente, com os
arquétipos anima/animus, persona/sombra.
INDIVIDUAÇÃO
Significa tornar-se um ser único, incomparável, significando também que nos tornamos o
nosso próprio si mesmo. Pode ser também traduzida como “tornar-se si mesmo” ou “o
realizar-se do si mesmo” (JUNG, 1978).
Fonte: Shutterstock.com
CONSCIÊNCIA
Pode ser definida como a possibilidade de acesso a uma série de elementos psíquicos, um
fluxo contínuo que se alterna indefinidamente; presença e ausência, interior e exterior, pelo
qual teremos a possibilidade de conhecer nossa essência e de nos tornarmos cientes de nossa
personalidade. Nosso eu/ego e consciência encontram-se intimamente associados.
INCONSCIENTE INDIVIDUAL OU PESSOAL
É entendido como o extrato mais básico e aparente, próximo à superfície, ou seja, o que já foi
acessado pela consciência. Refere-se à sorte de experiências pessoais adquiridas na interação
com o mundo durante sua existência. Nesse sentido, ele é único. É nesse inconsciente que
podemos encontrar o fato gerador do conflito, o que um dia quisemos esquecer, o que foi
rejeitado/recalcado, experiências consideradas traumáticas. Tudo aquilo que foi consciente e
que da consciência foi subtraído – memórias, emoções, dores, imagens – e que, portanto, não
se tornou conciliável com meu eu, pertence ao inconsciente pessoal e gera o que chamamos
de complexos.
Estes complexos têm uma energia psíquica e podem ser acionados por situações do cotidiano.
São agrupamentos de sensações, pensamentos e afetos que, ao serem ativados, reagem de
forma vigorosa e tendem a controlar o comportamento, a personalidade. Um complexo
despertado domina pensamentos, ações e comportamentos, e pode produzir sintomas. Muitas
vezes, encontramos arquétipos associados aos complexos.
Define-se pelo herdado, inerente, pelo que há de mais primitivo e profundo na psique. É um
depósito de experiências universais, atemporal, de temas vividos em diferentes culturas e
espaços por todos os indivíduos. É, portanto, um conjunto de experiências de caráter repetitivo
que recebemos de nossos ancestrais e que moldam nossa forma de reagir e entender o
mundo, geração após geração. Iremos perceber essas imagens - registros simbólicos comuns -
em cada um dos indivíduos.
SEGUNDO O DICIONÁRIO MICHAELIS, VERSÃO ON-
LINE, ARQUÉTIPO É UM “TIPO PRIMITIVO OU IDEAL;
ORIGINAL QUE SERVE DE MODELO; MODELO, O
EXEMPLAR OU O ORIGINAL DE UMA SÉRIE
QUALQUER”.
Fonte: Shutterstock.com
SELF
Representa a integração, a totalidade da psique, o que inclui o consciente-inconsciente e os
arquétipos. Executa um trabalho de mediador e organizador das temáticas psíquicas. É o
centro da totalidade.
Fonte: Shutterstock.com
ANIMUS E ANIMA
Essas duas imagens são, para Jung, “imagens da alma”. Consideradas representações
inconscientes, imagens psíquicas do que reconhecemos nas manifestações do masculino e
feminino respectivamente. Cada ser humano possui representações de ambos os arquétipos
na sua psique, integrados em uma constituição bissexual, andrógina. De acordo com o extrato
biológico e o contexto cultural, observamos uma diferenciação maior ou um predomínio de
manifestações do masculino ou do feminino, no homem e na mulher. Interessante lembrar que,
nos relacionamentos afetivos, estas representações arquetípicas cruzadas estarão presentes
na construção do ideal de parceria para cada um dos envolvidos. Observe a importância deste
aspecto nas psicoterapias de casal.
Fonte: Lauren Raine/Wikimedia commons/CC 3.0.
Fonte: Shutterstock.com
PERSONA E SOMBRA
São dois arquétipos que não se confrontam, mas são polos facilmente observáveis nas
relações do dia a dia. Persona é um conceito que apresenta interfaces do eu com a cultura.
Mais precisamente, uma negociação do eu/ego com as exigências da cultura no cumprimento
de papéis sociais, sejam eles familiares, pessoais e/ou sociais. É comum ser descrito como “a
máscara social”, já que revela um sentido de adaptação ao esperado socialmente. Portanto,
persona é o que encenamos socialmente, como nos mostramos nos diferentes espaços que
frequentamos por meio dos diferentes papéis sociais – filho, aluno, professor, profissional.
Pertencer ao grupo social, se inter-relacionar, ser aceito, acarreta, muitas vezes, submissão ao
desejado socialmente. Essa perspectiva indica a direção do próximo conceito. Sombra é um
conceito que se refere a conteúdos inconscientes, nosso lado obscuro, recusado por nós – o
abominável, logo, temido. Organiza-se durante todo o desenvolvimento do indivíduo, pelos
sucessivos “nãos” recebidos na tentativa de obtenção de aprovação social e pessoal. Trata-se
de um aglomerado de frustrações, atitudes, afetos e concepções que reconhecemos como
inaceitáveis e que encaramos como um “limbo” da psique, na esperança de mantê-los
afastados, inclusive, de nós mesmos. A sombra nos revela a existência de um outro dentro de
nós, ameaçando-nos de dentro, arriscando a perda do amor e lugar ocupados na sociedade.
Contudo, quanto mais nos ocupamos em deixá-la fora de cena, por meio de diferentes
mecanismos de defesa, em busca de uma imagem idealizada, mais a sombra crescerá e mais
ameaçará nossa existência. A integração entre o que realmente somos e o que podemos
atender ao outro é o caminho da individuação e da saúde mental.
Fonte: Shutterstock.com
GRANDE MÃE
Desde o nascimento, construímos internamente essa imagem primordial a partir das vivências
e relações travadas com essa que nos gerou e com todos que se aproximam, a partir desta
perspectiva energética. A grande mãe pode ser caracterizada como aquela que dá a vida, nutre
e cuida. Vários são os traços essenciais definidos por Jung deste arquétipo. Seus atributos são
o maternal: simplesmente, a mágica autoridade do feminino; a sabedoria e a elevação
espiritual além da razão; o bondoso, o que cuida, o que sustenta, o que proporciona as
condições de crescimento, fertilidade e alimento; o lugar da transformação mágica, do
renascimento; o instinto e o impulso favoráveis; o secreto, o oculto, o obscuro, o abissal, o
mundo dos mortos, o devorador, sedutor e venenoso, o apavorante e fatal (JUNG, 2002).
Fonte: Shutterstock.com
POSITIVO
A vida e a proteção
Fonte: Shutterstock.com
NEGATIVO
O engolfamento e a alienação.
Através de Jung, podemos perceber que aquela que protege e acolhe pode também apresentar
seu lado castrador e aprisionante. Vida e morte!
Com o amadurecimento, esta imagem arquetípica será a base da forma como vivemos nossa
autoestima, nosso autocuidado, nossa capacidade de amar e cuidar do outro.
Fonte: Shutterstock.com
HERÓI
Tem como representação a imagem daquele que está disposto a lutar, defender e proteger o
outro e o mundo. Disponibiliza-se a desafios, enfrentamentos e missões que concedem sentido
à sua vida. De acordo com as experiências familiares e sociais, positivas ou negativas relativas
a esse panorama, o indivíduo poderá apresentar potencial e capacidade plena de conquistar
mudanças e buscar seus objetivos, ou encontraremos comportamentos negativos de
insegurança, evitações e paralisações diante de desafios.
TIPOS PSICOLÓGICOS
Fonte: Shutterstock.com
EXTROVERTIDO
O tipo extrovertido tem sua ênfase no objetivado, no exterior, que assume vital importância. A
sua força determinante encontra-se no exterior, mais do que, no subjetivo, mais do que na sua
própria ótica. Para Jung, este tipo pensa, sente e atua diretamente em acordo com as relações
objetivas e suas premissas.
Fonte: Shutterstock.com
INTROVERTIDO
O tipo introvertido direciona sua atenção para seu mundo interno, sua subjetividade,
priorizando seus pensamentos e sentimentos, seus processos internos. Apesar de examinar o
exterior, ocupando-se das impressões que o objeto lhe causou, sua referência máxima
encontra-se nas suas disposições subjetivas.
A partir destes tipos gerais, Jung formulou oito tipos ditos especiais, mais singulares, devido
às tentativas de adaptação a partir de seu funcionamento psicológico essencial.
A ATITUDE RELIGIOSA
Um outro ponto bastante importante da Psicologia Analítica refere-se ao pensamento sobre a
religiosidade, que não está atrelada à participação em algum tipo de religião. Desde sempre,
Jung encontrava-se conectado a este tema, pois era filho de um pastor protestante.
Jung aborda que todos os seres humanos possuem uma atitude religiosa que é fundamental
para o desenvolvimento da personalidade.
Fonte: Shutterstock.com
RESPOSTA
Poderíamos vislumbrar no horizonte a ideia de um arquétipo?
Fonte: Shutterstock.com
O sonho é um indicador, uma mensagem a quem sonha. Falar em sonhos é estabelecer uma
conexão com o mundo inconsciente. Segundo Jung, encontramos nos sonhos toda uma
simbologia bastante individual, espontânea e sem disfarces ou defesas, uma expressão clara
do inconsciente pessoal e coletivo. A interpretação dos sonhos ocupa um lugar fundamental na
terapia junguiana.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
E) Os tipos psicológicos revelam a relação que o indivíduo trava com o mundo externo e
interno.
GABARITO
O inconsciente coletivo define-se pelo material herdado e mais primitivo, nunca tendo passado
pelo consciente e, portanto, por experiências no mundo externo.
MÓDULO 2
Seus estudos e proposições encontravam respaldos em sua clínica, caracterizada por um olhar
bastante humano. Seu interesse teórico-clínico abarcava temas e atendimento relacionados a
grupos marginalizados pela sociedade, tais como pobres, prostitutas e homossexuais, além de
casos como psicose, transtornos limítrofes e outros considerados de difícil acesso ou de maior
complexidade.
Vale mencionar que suas ideias ainda ficaram veladas por um longo período, mesmo
admiradas por Freud e com toda sua participação e criatividade em diferentes aspectos teórico-
clínicos. Somente após sua morte seus escritos passaram a ser mais amplamente propagados.
Atualmente, Ferenczi é bastante estudado e sua obra é profundamente explorada, sua
influência é percebida em toda a prática analítica contemporânea.
PRINCIPAIS CONCEITOS
Apresentaremos agora alguns dos principais conceitos de Ferenczi: interação mente-corpo,
mecanismo de introjeção, transferência, trauma, empatia e técnica ativa.
Entretanto, Ferenczi, já em 1926, em sua obra Neuroses de Órgão e seu Tratamento, nomeia
como neurose de órgão a ideia de influência direta do psiquismo, via erotização sobre o corpo.
O que ele propõe, apoiado em algumas ideias freudianas, é que uma região do corpo poderia
assumir um papel sexual, tornando-se uma zona erógena e comprometendo sua função
original. A conclusão é que esta condição acontece devido a alterações psíquicas da
sexualidade. Todo seu empenho em discutir esta relação mente-corpo foi fundamental para as
pesquisas da Medicina no campo da Psicossomática.
ATENÇÃO
Ferenczi fala de introjeção de um modo distinto da teoria kleiniana. Para ele, introjeção
constitui-se em um movimento de dentro para fora, em um lançamento da energia e captura de
objetos.
A NOÇÃO DO TRAUMÁTICO
Fonte: Shutterstock.com
A criança vivencia o mundo do brincar, do jogo e do faz de conta fantasioso, enquanto o adulto
já se encontra marcado pela sexualidade genital adulta e pelo recalque sexual. No encontro
dos dois, não há como a criança não ser mal interpretada, já que as linguagens e compreensão
são diferentes. Ferenczi reconhece a existência de um trauma nesta relação e o entende
também como organizador e estruturante da psique infantil. Submeter-se às regras do mundo
adulto, que vão desde higiene a rotinas estabelecidas, traz sofrimento à criança, que precisa se
submeter. No entanto, o adulto pode invadir a criança, ou profanar seu psiquismo, respondendo
às suas demandas de uma forma passional, sedutora e abusadora, levando-a a experiência de
um evento sexual abusivo, em uma relação de poder, ou a experiência de um abandono, sem
que a criança consiga oferecer algum tipo de resistência. Este pode ser considerado um
trauma desestruturante.
Ferenczi fala de dois tempos do trauma. O primeiro é o choque pela invasão vivida, onde a
criança atônita busca alguém que possa ampará-la e ajudá-la a dar sentido ao vivido. O adulto
envolvido (e o ambiente adulto ao redor), ao não reconhecer ou ignorar o choque, na
insistência de enxergar como fantasia infantil ou de silenciar diante do fato, coloca a criança
diante de um desmentido. Este deslegitima sua alegação e seu sofrimento. Sensações de
desamparo e vazio passarão a ser vividos por esta criança, a partir daí, totalmente silenciada,
submetida ao que o outro lhe impõe. Diante de tal situação, o que vemos ocorrer é um trauma
patogênico e, posteriormente, a clivagem do ego, para tornar o fato traumático, apartado da
memória, sem possibilidade de entendimento. O trabalho analítico tentará alcançar as marcas
deixadas por eventos deste tipo, reorganizando conexões e novos ciclos.
CLIVAGEM DO EGO
MANEJO DA TRANSFERÊNCIA
Importante retornar ao artigo de 1909, onde Ferenczi estabelece uma relação entre os dois
conceitos de introjeção e transferência. Na relação terapêutica, o analista serviria como
conexão para os despertados impulsos e afetos infantis anteriormente introjetados –
transferência. Esta só será possível a partir da introjeção, em um redirecionamento da
pulsão. Será a partir desse fenômeno que o analista trabalhará, tentando alcançar a cura na
identificação dos aspectos infantis relacionados.
PULSÃO
Conceito limite entre o psíquico e o somático, como representante psíquico dos estímulos
que provêm do interior do corpo e alcançam a psique, como medida da exigência de
trabalho imposta ao psíquico em consequência de sua relação com o corpo. Fonte: Netto
e Cardoso, 2012.
Fonte: Shutterstock.com
TRANSFERÊNCIA NEGATIVA
TRANSFERÊNCIA POSITIVA
Em toda sessão analítica, podemos evidenciar um fluxo de afetos em todas as direções que
poderão se prestar ao fazer analítico.
ATENÇÃO
Precisamos lembrar que Ferenczi se dedicava a atender pacientes reconhecidos como mais
difíceis e que, devido a isto, com aspectos regressivos que demandavam mais cuidado ainda.
Alterações da posição do analista foram pensadas e suas ideias nos trouxeram a necessidade
da flexibilização da técnica, através do sentir com e do tato psicológico.
Essas alterações parecem ter sido pensadas a partir das necessidades de seus pacientes.
Cada vez mais, o aspecto relacional do encontro analítico era visto como importante e, de
acordo com o paciente, mudanças técnicas eram implementadas e aceitas com o objetivo de
melhor alcançar processos inconscientes e ajudar os pacientes.
C) Dinâmica do desmentido.
GABARITO
1. A falta da atenção dos pais, por exemplo, para feridas no corpo de uma criança ou
para uma situação de bullying, entendida como drama, ou quando os pais tratam com
indiferença, frieza ou sem importância um acontecimento que afetou muito a criança,
podemos dizer, em acordo com Ferenczi, que estamos diante de:
MÓDULO 3
SAIBA MAIS
Cabe destacar que seu encontro com a Psicanálise aconteceu após algumas leituras de textos
freudianos e kleinianos que o encantaram e determinaram sua disponibilidade para ser
analisado e iniciar sua formação analítica em 1927.
Winnicott não pode ser considerado nem seguidor nem dissidente da Psicanálise. Tornou-se
parte de um grupo inglês chamado Independente, que se afastava da concepção de pulsão e
estrutura edipiana, priorizando a ideia de relações objetais. Winnicott, bem como seu grupo,
não entendia o complexo edipiano como o centro dos distúrbios psicopatológicos. Alguns
autores costumam dizer que sua obra foi uma redescrição, uma reformulação de vários
conceitos propondo uma visão particular e original do psiquismo.
Uma das suas principais contribuições foi pensar as relações da díade mãe-bebê, o papel do
cuidado materno deste bebê, como essencial ao desenvolvimento mental e emocional humano.
Outro aspecto relevante foi o lugar destinado ao ambiente como facilitador ou complicador do
desenvolvimento saudável, podendo originar patologias e adoecimento. Winnicott entendia que
todo ser humano traz consigo, desde seu nascimento, possibilidades de amadurecimento e
integração. Entretanto, só atingirá seus objetivos a partir do investimento pleno da figura
materna sobre ele.
Fonte: Shutterstock.com
Winnicott sempre se preocupou com a saúde psíquica das pessoas e considerava importante
partilhar suas ideias sobre a importância da relação mãe-bebê em seus primórdios. Além de
escrever compulsivamente, participou de vários programas de rádio, conferências, sempre com
o objetivo de informar e disseminar os conhecimentos e colaborar na construção de uma
família e sociedade mais saudáveis.
CONCEITOS BÁSICOS DA TEORIA DE
WINNICOTT
Prosseguiremos agora trabalhando alguns dos conceitos mais importantes da teoria
winnicottiana. São eles: maternagem; preocupação materna primária; mãe suficientemente
boa; estágios de amadurecimento; objeto transicional; verdadeiro e falso self.
Uma das falas mais famosas e enfaticamente repetidas por Winicott e presentes na obra Da
Pediatria à Psicanálise é:
(WINICOTT, 2000).
Reflete-se, portanto, sua ideia de que a existência do bebê se encontra atrelada aos
investimentos amorosos da mãe. Para que o bebê possa existir física e psicologicamente, faz-
se necessário que alguém exerça a função materna. Segundo o autor, a mãe seria a mais
capacitada para tal.
Ser mãe é se oferecer, com toda a disponibilidade do seu ser, para cuidar de modo empático,
participando enquanto unidade com seu bebê, e colaborando para o seu crescimento. Será a
partir desta sensação de unidade, com características simbióticas, que ela será capaz de se
colocar no lugar dele, identificando-se, e perceber quais são as suas necessidades, dia após
dia. Reconhecerá as sutilezas de suas solicitações, as necessidades mais singulares em uma
posição ativa de satisfação e acolhimento, sejam estas necessidades de colo, acalanto,
atenção, alimentação, toque, entre outras.
Percebam a importância deste vínculo! Disponibiliza-se, torna-se unidade com seu bebê, troca
carícias e cuidados, percebe e atende suas faltas, reflete o que experimenta dele
empaticamente, colabora na sensação de sua existência e na conexão com suas sensações
corporais e representações psíquicas de si-mesmo, integrando-as. Nos primeiros meses, esta
interação é estruturante do psiquismo. É o momento do eu sou.
FUNÇÕES DA MATERNAGEM E
DESENVOLVIMENTO DO SELF
Dentro deste contexto, Winnicott apresenta sua ideia de uma mãe suficientemente boa.
Aquela capaz de, por meio de sua sintonia, identificar e atender às necessidades do bebê na
medida em que fluam e a partir do ponto de vista dele. O bebê, inicialmente, não se reconhece
e não reconhece essa mãe. Gradativamente, nesta relação tão delicada, através de contatos
corporais e de todos os sentidos (cheiros, olhares, mamadas, contornos do corpo), ele passará
a se integrar, perceber a si mesmo, reconhecê-la e a conhecer o ambiente no qual está
inserido. Neste caminho, irá se diferenciar da mãe e alcançar o reconhecimento do seu eu.
Durante este processo de maternagem efetuado, podemos distinguir, basicamente, três
funções: holding, handling e apresentação dos objetos. A essas três funções, podemos juntar,
respectivamente, as tarefas de integração do eu, personalização e relação com objetos e com
o mundo.
Fonte: Shutterstock.com
A ilusão de ser responsável pela criação dos objetos e do mundo se torna presente. É claro
que, com sucessivas falhas (empáticas) da mãe e do mundo, o bebê passará a perceber que
existe algo para além dele e que tem vida própria – e se desilude. A desilusão é fundamental,
pois dará a esse bebê a percepção de que suas satisfações poderão acontecer, mas não na
imediatez do seu desejo. Aqui, estamos diante da aprendizagem primária das relações entre o
princípio do prazer e da realidade, dois modos de funcionamento descritos por Freud.
Fonte: Shutterstock.com
Todas estas funções estão acontecendo nos primeiros momentos da maturação do bebê.
Podemos dizer que falhas graves nestes processos podem ser geradoras de patologia.
Encontraremos algumas etapas descritas deste processo de amadurecimento:
Fonte: Shutterstock.com
DEPENDÊNCIA ABSOLUTA
Fonte: Shutterstock.com
DEPENDÊNCIA RELATIVA
Fonte: Shutterstock.com
RUMO À INDEPENDÊNCIA
E se a mãe não constrói essa capacidade de se preocupar, de ser empática e falha na sua
função de cuidado e proteção? Um recém-nascido encontra-se ainda não integrado, fragilizado
e impotente diante do mundo. Apesar de possuir uma tendência ao crescimento, precisa de um
outro que o ajude a se organizar internamente.
A falha materna é passível de ocorrer. Nesse sentido, a ideia de um falso self aparecerá ao
lado de um self verdadeiro, ligados e se alternando. Esta perspectiva é facilmente
exemplificada no mundo adulto e nas diversas demandas de adaptação social pelas quais
passamos.
Uma falha grave da adaptação ativa por parte da mãe poderia levar a um quadro patológico.
No início da vida, o trauma vivido pelos sucessivos ataques ao eu rudimentar levaria a uma
prevalência do falso self e um encobrimento do verdadeiro self. Aparentemente, é um
mecanismo defensivo para salvaguardar o próprio self verdadeiro para posterior aparecimento.
Vale ressaltar que Winnicott não esqueceu a importância da figura paterna no percurso de
amadurecimento do bebê. Principalmente no início desta relação, o pai precisa dar apoio e
condições para que esta mãe cumpra sua função. Será necessário proteger esta díade,
oferecendo segurança e impedindo qualquer tipo de invasão ou violência à dupla.
BORDERLINE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
A mãe suficientemente boa cumpre suas funções possibilitando a integração do bebê e sendo
capaz de, empaticamente, responder às necessidades do seu bebê, possibilitando que ele
experimente seu self.
MÓDULO 4
Somente após iniciar sua análise pessoal, em 1932, teve contato com a Psicanálise, com os
psicanalistas e com a IPA (Associação Internacional de Psicanálise - 1910). Este contato
ocorreu em um momento em que o Movimento Psicanalítico já havia alcançado um longo
percurso (década de 20). Várias discussões já vinham sendo travadas, desde as questões
teóricas e práticas até a importância do ensino da Psicanálise e da formação do analista.
Freud encontrava-se empenhado em discutir, junto aos seus discípulos e instituições, sobre os
requisitos mínimos, importantes para a formação do analista – análise pessoal, ensino
teórico e supervisão clínica. A análise pessoal deveria ser feita com um analista didata.
Estava definido o tripé da formação analítica que orientaria toda a comunidade psicanalítica.
No entanto, no decorrer do tempo, este modelo foi se tornando mais rígido e autoritário, com
maiores exigências e controle excessivo.
Durante seu processo analítico, Lacan iniciou (1934) sua participação na Sociedade
Psicanalítica de Paris (SPP), da qual se tornou membro em 1938. Sua formação aconteceu
dentro do modelo tradicional. Havia terminado sua tese de doutorado sobre a paranoia em
1932, obtendo grande repercussão pelas suas ideias.
Desde sua filiação à SSP, trabalhava seriamente, tanto na produção de novos textos,
divulgando e discutindo a Psicanálise, como também no ensino e formação dos futuros
analistas. Por outro lado, desde que integrou o quadro da SSP, passou a apontar uma série de
divergências quanto à rigidez das Instituições Psicanalíticas e sua forma de condução do
processo formativo de um analista.
Em 1953, rompeu com a SSP e abraçou uma nova escola, a Sociedade Francesa de
Psicanálise, fundada por dissidência de diferentes psicanalistas.
Em 1964, Lacan, após romper com a IPA (Associação Internacional de Psicanálise) e com
todos os regulamentos institucionais, criou um modelo de transmissão e formação analítica
com a fundação da Escola Francesa de Psicanálise.
SEGUIDOR OU DISSIDENTE?
O que realmente importa é sua contribuição, um tanto original, de imenso valor e que possui
um lugar primordial na Psicanálise contemporânea.
Selecionamos um conjunto de novas ideias lacanianas que levarão você a uma introdução à
obra. Das ideias originais, nos encontraremos com: o estágio do espelho; o entendimento do
inconsciente estruturado como linguagem; e as categorias conceituais real, simbólico e
imaginário. Quanto aos aspectos técnicos e clínicos: sujeito suposto saber; desejo do
psicanalista; tempo variável de sessão; corte de sessão com o tempo lógico.
Esse período fundamental do desenvolvimento mental infantil tem sua ocorrência entre 6 e 18
meses, aproximadamente.
Conforme apontado acima, o conceito surgiu em uma conferência em 1936 e passou por
alguns desdobramentos até 1949. A elaboração inicial baseou-se, principalmente, nas
descrições feitas por Wallon sobre o comportamento infantil diante da percepção de sua
própria imagem no espelho. Diferentemente da direção investigada por Wallon, Lacan ocupou-
se do percurso que a criança irá fazer, a partir da relação de identificação estabelecida com a
imagem e o significado deste aspecto na estruturação de seu eu. A partir de seu
reconhecimento na imagem do espelho, e do prazer e contentamento esboçados através da
identificação de seu corpo em integração com seu eu, encontramos o início da formação de
uma identidade.
O bebê, logo quando do seu nascimento, não possui a experiência de um corpo em unidade,
mas um amontoado de partes, sem reconhecer um mundo externo. Posteriormente, já é capaz
de se perceber ao olhar para o espelho; o reflexo lhe oferece uma imagem do corpo para que
ele, integrando-se, viva como sendo seu eu. Uma imagem que “fala” dele, um reflexo do eu.
Reparem que a experiência de um corpo integrado, um eu, é apreendida a partir de uma
imagem refletida.
SAIBA MAIS
O outro não diz respeito somente à imagem do espelho, pode ser entendido também como o
olhar da mãe, a fala da mãe, etc.
Lacan nos leva a pensar em uma alienação do eu ao olhar do outro que me constitui. Durante
o crescimento e amadurecimento do bebê, o outro (mãe, pai, etc.) representa seu bebê ao lhe
falar sobre o seu sentir, sobre como ele é e o que perceber, inserindo-o em um discurso
projetado por este adulto-outro.
Um conjunto de sentidos lhe é atribuído e, imaturo e desamparado, cede a esse outro.
Percebemos a fazedura de um sujeito a partir do olhar e da fala do outro. Esse outro é o
próprio espelho. Prosseguirão assim bebê e mãe, formando uma dupla inseparável e,
essencialmente, o bebê estará amalgamado e colado a essa mãe. Se este bebê é o que a mãe
interpreta e projeta, ele é o próprio desejo desta mãe.
Um longo caminho ainda será trilhado por esse bebê, que precisará se separar dessa mãe (ou
de um outro que cumpra tal função) em busca de seu próprio desejo, desalienando-se,
tornando-se sujeito desejante, como diria Lacan.
Fonte: Shutterstock.com
A apresentação desses conceitos de forma separada tem fins puramente didáticos, pois os três
funcionam absolutamente interligados e articulados. Um trânsito intenso ocorre entre estas três
categorias.
Fonte: Shutterstock.com
A associação direta deste registro imaginário com o eu/ego foi claramente indicada acima
pela descrição das relações de projeção, de identificação e reconhecimento do outro sobre
mim. A forma como eu entendo o mundo encontra-se associada ao imaginário. Ele pode ser
entendido como aquilo que eu interpreto sobre o outro e sobre o mundo, como se o eu tivesse
total conhecimento desse outro, como se fossemos um só, não percebendo a existência de
possíveis diferenças – projeção e identificação.
Lacan faz uma associação direta do simbólico com a linguagem, como a possibilidade de
organização de tudo que ocorre com o sujeito, em particular, e com o mundo. Falar no registro
do simbólico é acessar o que é da ordem da representação, ou seja, representa, mas não é.
Existe uma coisa colocada no lugar de outra. Vamos novamente a um exemplo: quando, em
um sonho, relato meu encontro com um amigo, mas a fisionomia que aparece é de minha tia,
podemos perguntar qual sentido faz isso para aquele que sonha. Na verdade, o sistema
simbólico não tem uma significação por si mesmo, mas pelas relações que apresenta com o
conjunto.
O SIMBÓLICO NÃO É LINEAR, ELE É MÚLTIPLO!
E O REAL?
Antes de mais nada, cabe dizer que o real de Lacan não tem correlação com o que chamamos
de realidade, ou aquilo que experienciamos e no senso comum assim chamamos. Roudinesco
(1988) o trata como uma realidade fenomênica que é imanente à representação e impossível
de simbolizar.
O real é aquilo que não tem unidade, é o imprevisível, tudo aquilo que não tem lugar. A
impossibilidade de simbolização é a marca do real. Ele não se encaixa no simbólico e nem no
imaginário; é o impensável, o impossível de representar, o traumático, o que não consegue ser
dito, o típico “sem palavras” e que, de repente, se impõe. Atravessando o ser em um momento
de angústia, aparece e não se faz choro, grito ou fala. É o inexpressivo, uma angústia que
paralisa, sem sentido. Aquelas situações que costumamos traduzir como “não tenho palavras
para dizer”, “não consigo dar um sentido”, “nem parece real”, aproximam-se do que Lacan
denomina de real.
REGISTROS SIMBÓLICO, IMAGINÁRIO E
REAL
Em 1953, Lacan faz uma proposta bastante diferenciada de Freud em relação ao que entende
por inconsciente. Essa ideia foi baseada nas proposições de Lévi-Strauss e outros, tais como
Saussure, com seu estruturalismo, que enfatizava a função simbólica como reguladora de
todos os fatos e relações sociais. Claro que a linguagem, o discurso, sempre foi importante
para Freud, - basta lembrar que a psicanálise tinha como método a talking cure, cura pela fala.
Também basta recorrer a alguns textos famosos, tais como Psicopatologia da vida cotidiana
(1966) e A Interpretação dos sonhos (1900) para entender a multiplicidade de sentidos de
uma única palavra, ou imagem, ou lembrança.
Lacan entendia que através da regra fundamental da associação livre seria possível se deparar
com as manifestações do inconsciente e perceber as substituições sucessivas.
Quanto tempo vai demorar para ficar bom? Quanto tempo vai durar o tratamento?
Questões com uma única resposta – associe livremente. Durante esse associar, o analisando
vai se encontrando com suas questões e com a dureza desse caminhar, sem tempo
previamente determinado. Cada um é cada um e o analista sabe disso. Portanto, não existe
uma única jornada, existem jornadas singulares.
O tempo lógico é descrito por Lacan como um recurso no trabalho com o discurso do
analisando, já que é preciso estar atento ao funcionar do inconsciente. O tempo da análise é o
tempo do inconsciente. A Psicanálise trabalha com a fala do paciente, mais precisamente, com
o desenrolar desta fala. Ou seja, como o sujeito encadeia suas palavras, como organiza sua
história contada, como ordena os fatos relatados, ou como o sujeito desenrola a cadeia de
significantes e as infinitas possibilidades de sentido.
O analista precisa escutar esta cadeia, esta organização, qual lógica está se evidenciando e
será capaz de intervir, interrompendo e sinalizando um significante repleto de novos caminhos,
muito adiante de um sentido convencional e social. Para realizar tal façanha, será necessário
se desligar do tempo cronológico, das historinhas contadas e, em atenção flutuante, encontrar
o que precisa ser entendido e associado.
Fonte: Shutterstock.com
O tempo lógico que pode ser associado à intervenção que interrompe a sessão revela uma
escuta do analista de algo que, possivelmente, o analisando não escutou. Será que ele escutou
o que disse? Afinal, o que está sendo dito?
ATENÇÃO
Interromper (o corte) a sessão sob os auspícios da escuta do tempo lógico, produz uma tarefa,
um “dever de casa”. Quando se interrompe a sessão, incita-se ao sujeito a ir trabalhar para
além da sessão analítica. Aliás, já sabemos que o inconsciente não para e o trabalho psíquico
está sempre a acontecer em todos os cantos do mundo pessoal e particular.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Complexo fraterno
B) Estádio do espelho
C) Metáfora paterna
D) Complexo do desmame
E) Dialética fálica
2. A QUESTÃO DO TEMPO SEMPRE FOI TEMA DE DISCUSSÃO ENTRE
FILÓSOFOS. NOS ENSINAMENTOS DA PSICANÁLISE E,
ESPECIALMENTE, EM LACAN, ESTE CONCEITO ASSUME IMPORTÂNCIA
PARA O TRATAMENTO. DE ACORDO COM ESTA PERSPECTIVA,
ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA:
C) Lacan entende o tempo lógico como aquilo que coloca o consciente em jogo.
GABARITO
2. A questão do tempo sempre foi tema de discussão entre filósofos. Nos ensinamentos
da Psicanálise e, especialmente, em Lacan, este conceito assume importância para o
tratamento. De acordo com esta perspectiva, assinale a afirmativa correta:
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percorremos um pouco da história do Movimento Psicanalítico a partir de alguns importantes
autores da Psicanálise, tais como Jung, Ferenczi, Winnicott e Lacan. Conhecemos os
principais conceitos que aprofundaram ou se distanciaram daqueles criados pelo pai da
Psicanálise - Freud - e assim, conseguimos perceber os seguidores e dissidentes. Através da
apresentação de seus conceitos, indicamos os caminhos teórico-clínicos tomados pela
Psicanálise até a contemporaneidade.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
FERENCZI, S. A técnica psicanalítica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
FERENCZI, S. As neuroses de órgão e seu tratamento. São Paulo: WMF Martins Fontes,
2012.
FERENCZI, S. Elasticidade da técnica psicanalítica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
LACAN, J. O Seminário - Livro 1: Os Escritos Técnicos de Freud. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 1983.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia:
Freud, Jung e o Homem dos Lobos: percalços da psicanálise aplicada, publicado por
Paulo Endo, na Revista Ágora em 2001, e saiba mais sobre as concepções de Jung e
Freud.
CONTEUDISTA
Teresinha Maria Nicolini da Fonseca Anciães
CURRÍCULO LATTES