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CODÍGO P H IL IP P IIO
ou
0RDENAÇ0ES E LEIS
DO
R E I N O OE P O R T U G A L
H E C O P IL A D A S PO R MANDADO D’E L -R E Y D. P H I L I P P E I.
DECIMA-QUARTA EDIÇÃO.
SEGUNDO A PRIMEIRA DE UiOJ, E A NONA DE COIMBRA DE mi.
ÀDD1CION ADA COM DIVERbAb NUT AS PHILULOGICAS, HISTÓRICAS E EXEGETICAS, t.M QUE SE IN DIE AO
CADA PAR AG RA rilO SUA FONTE, CONFORME OS TRABALHOS DE MONSENHOR JOAQUIM JOSÉ
POR
ADVOGADO NESTA L O M E .
'O --
R IO D E J A N E IR O
1870
%
jp M U P W g p —aaww s ^ BjP y ^ ' V ” ” '" ^
AO LEITOR.
R n z ã o d r a in e lir n .
■
vi
Já no sentido de dotar o Pai& de uni Codigo C iv il ussignalou-se um
dos nossos mais distinctos Mestres do nosso Direito, que oceupou a pasta da
Justiça, provocando com o Dec. n. 2318— de 22 de Dezembro de 1858 o
estudo e organisação de um tal trabalho, que soube confiar a uma das
eminências da Jurisprudência P atria.
O projeclo, por ella elaborado já foi sujeito ao exame de uma douta
Commissão, cujos estudos forão interrompidos por causas que o publico
conhece. He de presum ir que o Governo, tanto como a Nação, empe
nhado em levar ao fim tão elevado commeltimenlo faça recomeça-los.
O que nos legou o antigo regimen com este nome não passa em geral
das Ords. dos livs. 3o e 4“ com o subsidio do Direito Romano, e as Leis e
ados do Governo que se forão seguindo á reclamo das circiimsiancias no
espaço de 267 annos, atravez de revoluções políticas e sociaes, que em
tão largo prazo tem succedido.
Compulsar uma tal Legislação, que deve ser por todos conhecida, lie
de colossal dilíiculdade ainda para os que se dedicão áo seu estudo. Ife
indispensável m uita tenacidade, e hercúleo alento para consegui-lo. Lm
Governo desvelado e patriótico, à frente da Sociedade que dirige, deve es
forçar-se p o r m inorar, senão extinguir este mal.
Diz-se de Caligula, um dos tyrannos mais insensatos e engenhosos da
antiga Roma, que para evitar que os Cidadãos conhecessem as Leis, orde
nava que as respectivas laboas fossem penduradas no ponto o mais alto.
Leis confusas e numerosas por oolleccionar, ou im p rim ir, e ainda em
Collccções diliiceis de possuir e de consultar, satisfazem com mais elflcacia
o ideal daquelie monstro.
Portanto, no estado em que presentemente se acha nossa Legislação
Civil, attentos os embaraços com que se luta para se levar á bom term o,
e em tempo curto o Codigo que desejamos; pareceu-nos que, como
remedio provisorio, não seria mal recebida pelos cultores de nossa
Jurisprudência uma edição das nossas Ordenações, isenta de erros, e acom
panhada em resumo e inlegrafm ente da Legislação subsequente que alte
rou, declarou ou alargou o circulo das suas disposições.
Consultamos com esse proposito.todas as edições das Ordenações desde
a prim eira de 1603 até a ultim a de 1865, demorando-nos no estudo das
principaes a Vicentina de 1747, e a de Coimbra de 1824, organisada pelo
Dr. José Corrêa de Azevedo Morato, Lente substituto de Leis da mesma
Universidade, o mais distinclo revisor daquelie Codigo. Na compilação da
Legislação extravagante recorremos as melhores Collecções, ainda que
despendemos algum tempo com as outras, tendo só por alvo— acertar.
Para to rn a r menos afanoso o labor da consulta e exame do respective
texto, fizemos o empenho que nossas forças perm ittião, lendo sempre em
m ira a juventude que cursa nas Faculdades de Direito, e que aliás dispõe
em seu tirocínio de tão lim itado tempo.
Assim, alem das fontes próximas que se encontrará no fim de cada
paragrapho, acharão os estudiosos, nos lugares competentes, notas phi-
lologicas, históricas e exegeticas; e, como commentario, por extenso ou
em resumo, o que expenderão os nossos Juristas discursando sobre cada
um, segundo o que nos pareceu mais adaptado, e conveniente à in te lli-
gencia daquelles para quem nos disposemos trabalhar. Nessas notas se
se achão concisa mas claramente enunciadas todas as obras, com indicação
do tomo e pagina, dos Jurisconsultos antigos ou modernos que com o as
sumpto mais ou menos se occuparão.
%
V II
Eis a razão desla publicação; e parece que só por si nos justificará aos
olhos dos Juízes maís competentes e severos.
Mas dir-se-ha, se o Direito Civil das Ordenações está encerrado nos
livros 3o e 4o, e em alguns titulos dos livros I o e 2o, que utilidade haverá
na publicação de disposições revogadas, e em desuso ?
A esta objecção respondemos, que uma obra truncada perde grande
parte do seu merecimento ; accrescendo que as Leis obsoletas, em desuso,
ou revogadas conservão ainda o valor historico, servindo muitas vezes
o seu conhecimento para a intelligencia ainda das Leis que se achão em
vigor, contendo algumas m ui sã doutrina,e excellentes princípios de D ireilo,
’Ateis de saber.
Não he portanto um estudo de simples erudição e de ornato, tem sua
importância como o do Direito Romano, e das Leis estranhas ao nosso Paiz,
sobre tudo em relação ao mesmo Codigo Philippino tão difíicil de compre-
hensão em muitos dos seus paragraphos.
II. .
■« re™-
-oucia he „
momento em que a Iribu de Israel ia c o n s titu i^ lM de Deos’ dados no
pn.r n dlZie r que a c°dificação de uma tal i p m c i 'r™ ; e nin&uem ou-
c a das luzes e da sciencia do Direito " g s açao s,§uificasse a decaden-
As Leis de Minos, de Lycureo p V i » «nl„
beis dos Povos da raça Hellenica não const;?,,°~ ’ ÍJUe erao c°dificaçôes das
(,es*a r aça, depois Ião illuslre na historia da h?™ma- ?P?cha de decadência
Depois que Roma fez a ronm s il ui? , humanidade.
epoz-se a frente dos povosTathms parle da fta lia - consolidou-;,
n d a T n f etSlaS sob o seu re g im e n T i’ n Gp?cha azada Para
! ! i i -esti ari8eJr0 as L m chamadas d a ^ h T r ) quando mandou com-
PF & a t , ° a''í' e“ ' i e coslumes « r e m e s " *’ qm im Poz a « »
I M a ç i o ? s e 7 d ™ e a,,SOde<i“ d™ “ - p r „ gre8s„ , de conso.
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Cldadao Romano foi conferido á t S d o s í s h a b & S ? Ll| ulot 0 Privilegio de
He mesmo nessa épocha ciue rompei lia b llanles do Império,
chamada da Jurisprudência Ro n S ? m í ’7 a embreve a idade de ouro
pon.os. Gaios ou Gaios Pani S r. que florescerao os Julianos p0m
„ 0 «asi todos e s c r e v i C ? d P S E T * Paulos- e Modestinos ’
Echcto perpetuo, sobre t udo ( lj>iar?o P‘ UdenCia era rela?ao ao famoso o
p a s *
heno ou Diocleciano • a qual fo l ? P, ad° res desde Adriano até G<d-
geniano a,é a épocha
I m •M k
IK
a»
XI
esta obra, distribuída em 50 livros e 422 lilu lo s, por que abraçava toda
a Jurisprudência Romana; e Digesto por que as leis erão ahi classificadas ou
dispostas com m ethodo.
Este predicado com razão lh ’o contesta Isambert na sua H istoria de Jus
tiniano, não lhe reconhecendo nem ordem, nem methodo ; dizendo que as
decisões ali compiladas, ora isoladas, ora approximadas, formão um chãos
de disposições, que ha dez séculos são o tormento dos Jurisconsultos de
todos os paizes.
São as Pandectas vasta compilação de leis anteriores, e decisões de Juris
consultos [Responsa Prudentum ), que posleriormente fez esquecidas as fontes
da Legislação Romana, taes como as Leis das Doze Taboas, o Edicto de
P retor, e os trabalhos de Papiniano, Ulpiano, Paulo, e outros.
A obra das Institutos, modelada pelas que escreveu Gaio ou Caio, no
interesse do ensino do Direito, foi confiada á Triboniano,Theophilo e Doro-
theo. Elias tornarao-se o compendio do estudo do Direito nas Academias
Romanas, e o forao depois nas Universidades e Escolas de Direito da meia
idade, e ainda nos tempos modernos.
No anno de 534 fez-se huma nova edição do Codigo, a unica que chegou
até nossos d ia s ; porquanto Justiniano, tendo até então promulgado perlo
de duzentas leis, exigio que fossem inscriptas e incorporadas no Codigo,
nos lugares convenientes.
No Codigo assim reformado, forão as matérias divididas em doze livros,
e 166 titulos, comprehendendo as Constituições ou leis de 56 Imperadores,
desde Adriano.
A promulgação deste Codigo fez-se com a maior solemnidade possível;
publicando-se em todas as Igrejas do Império, e remellendo-se a cada Ma
gistrado hum exemplar.
As leis posteriores á este acto, promulgadas em todo o tempo que
durou aindao reinadode Justiniano (27 annos), forão colligidas sob o titulo
de Novellas ou Authenticas, em numero de 168, e vierão a constituir o
Direito novo [Jus novissim um ).
Foi este o ultim o Codigo Romano, e de todos o mais importante, e
mais celebrado.
Savigny, na sua H istoria do D ireito Romano, na meia idade, emitte sobre
o Corpus J u ris a seguinte opinião que com partilham os:
« Se se compara com as instituições barbaras as compilações d e J u s li-
niano, não nos podemos guardar de certo sentimento de adm iração; toda
via, consideradas em si mesmas, inerecerião ainda nossa estima e nosso
reconhecimento.
« Sem duvida a força creadôra foi recusada ao século de Justiniano ; os
Jurisconsultos que trabalhavãosob suas ordens, deverão ainda procurar as
fontes em huma litteratura culta, estranha à de seu proprio Paiz
[o Oriente).
« No meio de tantas circumstancias desfavoráveis, sua escolha foi tão
feliz e tão habil, que depois de 1300 annos, apezar das lacunas da historia,
suas compilações representão quasi por si só o espirito do Direito Romano
inteiro, que nenhum século livre de prevenção poded’ora avante re p e llir a
influencia deste excellente e profundo desenvolvimento do Direito.
« D ir se-ha que essa escolha fôra o effeilo do acaso, e não do saber e da
intelligencia ? Por unica resposta remetto os Contradictores aos Codigos que
nos deixarão os Gôdos e Rorguinhões.
« Não se póde sem contradizer a historia, objectar que o Codigo Jusli-
X ll
XV
s ttU K " h r - * 6»
C h a n ^ r r M ò r , 6 h a v ^ d o oce^Pa^-0 ap - ^ ^ h a n l ^ d e 6 Evor;c e ^ ^Meslre
? » » d e “ 5 e reinado, eonro fò ra M e s lr e ft» * » . quo
6* teil li
thoridade e uso q u e ja lin h a
e: c° n J i
como a traducçao que do• Codigc o ^
^ Partida, mandou fazer o
dito acima, pela maior
mesmo Senhor Rey D. Dimz, senão, como
parle formado do mesmo Direito. »
Emais adiante accrescenta: i embra natural-
« Posta, por tanto ja a ^ x'^ ® -^ i:\ u^ r0'^ o e propondo-se augmenlar
mente, que o Senhor Rey D. Din q «nrinuecer a nossa .Lingua;
a nossa Legislação, ainda pela maior parle do Direito
aos costumes da H « -
p - - 1— e anies
i
XIX
IV.
« r & £ X ^ £ ^ 2 alguns c o n d ã o , e « * » « * »
riue iá havião forão preparos para a orgamsaçao ào Codigo denominado A f
instancia,_m am e o! íTeffeito 0 i „ -
“ eí l e fortuna no reinado do neto de D
João fr e n d o Regente do Reino de D. Pedro, Duque de Coimbia, em 1 u 6
° U \ 4o b r a f T c Z S
como se vê no liv . 1 S * em Tue^
assim como nao se sabe quaes não^erá destituída de fundamento
p0r D ^Jo ão Mendes, depoisda
a p r u . T P oãò das Regras em 1404, podendo-se calcular que nessa primeira
m° , ^ ^ s S e n Í t o de quarenta annos pouco mais ou menos,ou de
compdaçao gas P i 427, as penúltimas convocadas
vinte a contar d a £ i f e m l S S por quanto foi plir esses tempos (1422),
P° r ? ; K m a V r a n d e re fo r m a em Portugal, a substituição da era de Cesar
f
Jelade ChriSo e uma reforma podia ler despertado ou animado ou t u de
5EEW * » - 7 n
j
inteira.
XXI
Este Codigo nao foi impresso senão em 1792, durando como lei apenas
o espaço de 6a a 70 annos, quando foi promulgado o Codigo Manoelino
iornou-se por tanto um documento pouco conhecido no Paiz, e intei-
ramenle ignorado no resto da Europa.
esj a ^ircumstancia se pode em parte a ttrib u ir o que diz Benlham no
cap. d l da sua obra Vista geral de um Corpo completo de Legislação
quando assegura que o Codigo mais antigo da Europa era o Dinamarquez
de 1683, seguindo-se o Sueco de 1734, o Frederico ou Prussiano de 1751
e íinalmente o Sardo de 1770. ’
Estas indicações mostrão a ignorância em que estava Benlham, e E
Dumont, o edictor de suas obras, acerca da prioridade dos Codigos Euro
pa0?’ visto como, antes da publicação do Dinamarquez, jã em Portugal se
havia promulgado trez Codigos completos,e um incompleto lo Sebastianico)
de 1466 a 1603. 1
A circumstancia de ser ou não completo, favorece ainda os Codigos
Portuguezes, que o são tanto quanto o perm iltião as luzes da epocha em
que forão organisados, e o Philippino muito mais que o Dinamarquez, em
vista da succinla apreciação que de suis matérias fez Bentham.
He certo que nenhum dos Codigos Portuguezes contém.a legislação fun
damental do Estado, por que não a teve de principio, além da Bulla-;¥am-
festis probatum do Papa ' lexandre Uí, publicada em 23 de Maio de 1179;
confirmando em D. Alfonso Henriques o titulo de Rev de Portugal.
A Legislação oriunda das pretendidas Cortes de Lamêgo,he apocrypha; e
sendo fabricada depois do Codigo Alfonsino, não podia ser então codificada,
lvegia até então o Direito Consuetudinario de accordo com o Canonico, que
era seguido e praticado em outros Estados da Peninsula.
Mas nos Codigos Portuguezes encoulra-se a Legislação administrativa,
iscai, civil, commercial, crim inal, m ilitar, florestal, e até a m unicipal;
bem como a das relações entre a Igreja e o Estado.
Pela confusão que havia do administrativo com o judicial, não eslavão
descriminadas as funcções dos empregados, mas nem por isso deixavão de
estar definidas.
Faltão em todos, formulários dos contractos, de disposições de bens, e
dos differentos processos; mas existem disposições descrevendo as diversas
fôrmas por onde podia-se, com alguma segurança, redigir laes actos.
O Codigo Alfonsino, como Codigo completo, dispondo sobre quasi
todas as matérias da administração de hum Estado, foi evidenlemente o
primeiro que se publicou na Europa, e assignala huma epoclia importante.
Neste Codigo restringio-so a Legislação Feudal, e Consuetudinaria;
revogou-se a Lei chamada da Avocnga, de que já acima demos huma idéa,
e deu-se ganho de causa á Legislação do Corpus Juris, que foi equiparada
á Canónica, que aliás só podia prevalecer nas matérias em que houvesse
peccado.
Esta Codificação he o ponto em que a Legislação Feudal leve de parar
pela onda das novas ideas, e reformas que empreliendia a Realeza para
firm ar o seu completo predomínio.
Não erão decorridos ainda sessenta annos, e reinando D. Manoel,
assentou-se, mais no interesse da Realeza, do que no das outras in stitu i
ções^ reformar-se a Legislação existente a pretexto de melhor codifica-la.
Não heexpjicavel a causa desta nova codificação em tão limitado espaço
de tempo, senão no ardor dos Juristas em fazer predominar na Legislação
a Jurisprudência do Corpus Juris, e no empenho do Poder Real em forla-
X X II
T ,6r7
■ultm, “ “/ f
k quem se altribue a patennílatle
\ares cie Louzaaa Maeliado, pe * h o s. sen(io ainda notasel queCa-
^ ^ í e ^ S Í fa ^o s pn,o
S nas Côrtes da
1 ^ 0 e!^ T .n h o
de 1789 e de 31 de Janeiro de 1790, forão aquellas Leis designadas como
á im ita r Na ^ dí ® , ° u í Ç' 1 8
dos livs. I o e 5", como se moslra nos tits . 447, 420 e 424 § 27 do
de K m r ô t e M S « *» P * < *» “ ic í A s ’ la n l° Ci” “
jjz s t j: M s J i r » * - «*» -
0 Le8islldor parco’
,0d<
aOs nossos J urisconsultos!'SmunWos' dos subsídios das antiguidades,
p íecureos da Critica, animarão-se a in terpretar por si mesmos os f e -
L libertarão-se do im pério da Glosa, cujos erros e puerilidades
V.
jnento com esle in tu ito , não obstante tudo quanto os Trez Estados nas
Cortes de 1641 neste sentido reclamarão.
A Lei de 29 de Janeiro de 1643 a pretexto do estado de guerra em
que se achava o paiz, adiou o trabalho da organisação do novo Codigo,
determinando o Rey de certa sciencia, Poder Real e absoluto revalidar,
confirm ar, promulgar, e de novo ordenar e mandar que as Ordenações de
1603 se observa'ssem, como até então se havia feito.
Era o Irium pho do partido absolutista apoiado em um fundamento
especioso, mas á prim eira vista mui acceitavel.
O Poder Real, que se achava tão bem fortificado naquelle Codigo, p ra ti
caria um erro palmar se deixasse de mão semelhante Legislação ; expondo
o Paiz e o predomínio da Realesa aos azares da Revolução, e ás elucu
brações fluctuantes do patriotism o, que deveria ser somente aproveitado no
que havia de frucluoso aos interesses da Dynastia.
Parece que aos conselhos do Romanisla u ltra Thomé Pinheiro da
Veiga, se deve esta medida. He este o famoso Procurador da Corôa, tão
festejado pelos Regalislas, discípulo e m ui aproveitado successor de
Jorge de Cabêdoede Gabriel Pereira de Castro.
Se nesta epocha um novo Codigo se organisasse, já alguma rasão terião
os Censores do Codigo P hilippino se na lição do Direito Romano fosse pre
ferida a Escóla fía rlh o lin a á C ujaciana; mas, forçoso he dize-lo, ainda
no meado do decimo sétimo século, a Glosa sentia-se com vigor, não só
em Portugal como em outros pontos da Europa.
De então por diante sua importância declinou, deixando o campo á sua
rival. Mas foi esse o tempo em que o Direito Romano gozou de tão elevada
protecção como na meia idade, emqueaCodificaçãoJustinianease apresen
tava aos olhos das populações como o maior monumento de civilisação. Em
torno delia se grupavão lódas as litte ra ta ra s : a historia, as linguas a n ti
gas, a c ritica ,'a philosophia, etc. E foi o elevado conhecimento destas
disciplinas na epocha de Cajás, que habililou-o a fazer a grande revolução
na intelligencia dos textos do Direito Romano e na elegante exposição da
d o u trin a ; estudo que tomou avantajado interesse com a polemica á que
derão origem as innovações do grande Jurisconsulto Francez.
Passada a effervescencia do patriotism o, mortos os coriphêos da Re
volução, nunca mais se tratou d i reforma do Codigo Philippino, idéa que
a medida provísoria de 1643 sepultara.
O Poder Real absoluto alçando cada vez mais a fronte, deslumbrado
com os exemplos dos Estados conter, aneos de que era typo a França de
Luiz X IV, não conhecêo mais óbices á sua vontade,
D. João V illu d io e pôz termo á convocação das Cortes, lançando im
postos sem ouvi-las. E 1). José I, ou antes o seu potente Ministro,
desconheceu-as, desconsiderou-as~e proscreveu-as; reconhecendo em si
a alta e independente Soberania, que recebia immediatamente de fíeos afim
de tra n s m itli-la ao seu Ministro para bem usufrui-la, pois neste regimen o
Rey reina, e os Ministros ou validos gooernão e adm inistrão.
No reinado de D. João V o perfume de liberdade dos Juristas, que acima
notamos, desapparece ; o servilismo mais vulgar occupa as posições; e se
transparece alguma liberdade em escrever lie nas lutas contra a Santa Sé,
qvie a Realeza affaga e auxilia com mais ou menos empenho, segundo per-
m itte o estado de suas relações com Roma. Dando esse desafogo aos espí
rito s , a Realeza suppunha ter em suas mãos os odres de Eólo; mas só con-
XXXII
'
XXXVI
VI.
Conelusão.
I.e iK ig ln ç ilo e R e p e r t o r io t t
L e ftiftln c ito e R e p e r t ó r io s
9
XL
Or D. 6
X L!!
leção,a fim de que o tomo 6o e seguintes servissem de
Nabuco»
S S if lll
continuação á de # . .
Ilo je são mui raros os primeiros cinco tomos.
XIlll
çòes, Leis extravagantes, Decretos Reaes, e Francisco S ilv e ira d a M o tta , R acharei em
Assentos da Relação, que se tetn expedido e D ire ito . Paris, 1 8 6 5 . 1 v o l. e m 8 o grande.
feito desde a nova com pilação das O rd ena
Ue um lim itado Repertório de Legislação, que não
ções; e com muitas notas de casospracticos deixa de ter utilidade.
e A restos, q u : deixarão apontados nas suas
Ordenações alguns grandes M in istro s deste 40. — Synopsis chronologica de subsídios
R e in o L isb oa, 1749 e 1 7 5 4 .2 v o l.e m folio. ainda os mats raros para a historia e es
7a Edição. tudo critico da Legislação Portugueza :
mandada p u b licar pela A cadem ia R eal das
Foi Jeronyino da Silva Pereira, o editor e reforma
dor desta Edição como se vô no finalMo torno 2o; p0r que Sciencias de Lisbòa, e ordenada p o r José
fez nesta obra uma completa transformação, sobre tudo Anastacio de F ig u eired o , ctc. L isb òa, 1799.
aproveitando as excedentes notas praticasdos Dezs. do 2 vols. em 8°.
Paço— Diogo Marchão Thomudp, Manoel Lopes de O li
veira, Lopo Tavares de A ra újo , Manoel da Cunha Esta obra he muito interessante para o estude da
Sardinha, Thomé Pinheiro da Veiga, e o u tro s ; como Legislação Portugueza , anterior aos Codigos , peia
mui bem diz o E ditor na sua advertência do tomo p ri contém o transumpto de Leis desde o anno de 111:5
meiro. até 1603.
Com quanto possuamos esta edição,e a consultássemos João Pedro Ribeiro Fez no anno de 1829 importantes
não lie e lla a que seguimos nas notas á este Codigo, addilamenlose retoques á esta obra, qne convém con
mas a oitava edição, publicada em Coimbra em 1795, sultar.
na imprensa da Universidade sob o tilu lo —Repertório ,
— índice Chronologico remissivo da
das Ordenaçõese Leis doReino dePortugal, em 4 vol. 41.
Publicou-se pofteriorniento outra edição em 1837, Legislação Portugueza, posterior d publica
também em Coimbra, que será a nona, ção do Codigo Philippino,com um appendicv
e talvez a ultim a
deste trabalho.
Mello Freire na suaHistoriadoDireitoCiotl Português até 1 8 2 0 : coordenado pelo D ezem bargador
Repertório, João P e d ro R ib e ir o . Lisboa , de 1805 á
§ 100 scholio, trata muito mal ao editor deste
chamando-o não Jurisconsulto, mas Leyuleio. Asse
1830. 6 v o l. e m 8 .°
gura que suas melhores notas forão extrahidas das edi
ções de Manoel Mendes de Castro, sendo as de sua la Esta obra que devia acompanhar a precedente [Aò/*
vra inferiores, ccrebrinase confusas.E aponta exemplos nopsisChronologica) por sera sua continuação, não deixa
em que são contrarias ao espirito e palavra do Le de ter utilidade"; podendo prestar maior se fosse ela
gislador. borada com outro methodo, menos confusamente.
Coelho da Rocha no seu Ensaio sobre a Historiado — Remissão das Leis nominaes, Decre
Governoe Legislação dePortugal acompanha no § 253 42.
infine o ju izo de Mello Freire. tos, Avisos, e mais disposições, que se pro
mulgarão nos reinados de D. José l,e co
Apesar dos seus defeitos tem sido esta obra de grande
utilidade aos que cultivão o nosso D ire'to.
meço de D. M anai: com as Ordenações
37. —Reperlurio Geral on índice alphabe-revogadas, reform adas, lim itad as, a m p lia
lico das Leis extravagantes do Ileino de Por das, declaradas, e reco m m end ad as, e da
tugal, publicadas depois das Ordenações, mesma form a as L eis extravagantes, coin
comprehendendo lambem algumas anteriores todos cs Assentos da Caza da Supplicaçào:
que se achão em observância : ordenado pelo p o r Jo séR o berto M o n teiro de Campos Coe
D esem bargador M an o el Fernandes l h o m a z . lho e Souza. Lisboa, 1 7 7 8 . 1 v o l. em 8 ° .
C o im b ra,na im prensa da U n iv e rs id a d e ,1843. Esta obra lie feita em ordem alphabctica, e não deixa
2 v o l. em q u a rto . 2 a Edição. de ter algum merecimento.
A prim eira edição deste importante auxilia r do D i
4 3 . —Mappa chronologico das Leite mais
reito Pátrio, anterior á independencia do Brazil, sahio
á luz em 1815 e 1819. disposições do Direito Porluguez publica
38. —RepertorioGeral ou índice alphabt- das desde 1603 até 1817, p o r M an o el B o r
ges C arn eiro . Lisboa, 1818. 1 v o l. em 8°.
tico das Leis do império do Brazil, publica Era um aperfeiçoamento do índice de João Pedro
das desde o começo do anno de 1808 até o Ribeiro.
presente em seguimento ao Repertório Geral
do. Dezembargador Manoel Fernandes Tho- 44. — Resumo chronologico das Leis mais
maz : com prehendendo todos os A lv a rá s , uleis no Fôro e uso da vida civil, contendo
A p ostillas, Assentos, A visos,C artas de L e i, Leis até 1660. P elo m esm o. Lisb oa, 18 2 0.
Cartas R égias, Condições, Convenções, D e 3 vol. em 8".
cretos, E d itaes,E statu to s, Instruceòes, Leis,
O brigações,O fficios, O rdens, Portarias, P ro
ÍS.—Extra-cto das Leis,Avisos,Provisões,
visões,"Regim entos, R egulam entos, Reso
Assentos e Editaes publicados nas Cârtes de
luções e Tratados : ordenado p o r F rancisco
Lisboa e Rio de Janeiro, desde a epocha da
M a ria de Souza F u rtad o de M endonça, D o u
partida de El-Rey nosso Senhor paru a
to r em sciencias ju ríd ic a s e sociaes, e
Brazil em 1807, até Julho de 18 1 6. Pelo
mesmo. Lisbòa, 1816. 1 v o l. em 8 o.
Len te substituto às Cadeiras da Academ ia
de S . P a u lo . R io de Janeiro , n a liv r a v r ia 46. — Âppendice ao Exlracto das Leis,
U n iversal de E . e H . Laen nn ert, 1847 a Avisos, etc. publicados desde 1 8 0 7 até Ju-
1860. 4 v o l. em q u a rto . llw de 1816. Lisb òa, 1816. 1 v o l. em 8 °.
He sem duvida um trabalho de muito merecimento, 47. — Additamento geral das Leis, Reso
mas ainda deficiente. Precisa de nova revisão e de me
lhor methodo.
luções, Avisos, etc., desde 1603 ate O pre
Este Repertório supplautou todos os que liavião. sente. Id e m . Lisbòa, 1817. 1 v o l. em 8 ".
39. —Apontamentos Jurídicos,por Ignacio 4 8 . —Segundoadditamento gemidas Leis,
XL1V
Resoluções, e tc desde
1 603 ate 18 1 7. Id e m . n h o r celebrou em 12 de J un ho do anno de
17 0 7. L isb òa, 1719 e C o im b ra 1 7 2 0 . 1 v o l.
Lisb òa, 1817. 1 vol. em 8 o.
49. — Resumo chronologico de vanos ar emNafolio .
Província de S. Paulo fez-se outra edição,impr3Esa
tigos da Legislação Palria, que para sup- com nitidez no anno de 1853, sendo editor o Conego Dr.
plemenlo da Synopsis, e índices c hron olo - Ildefonso Xavier Ferreira,Lente de Theologia Dogmatica.
gicos, do E x tra c to , seu A p pen dice, e A d - O Conego Joaquim Cajueiro de Carnpoa publicou na
aitam entos geraes das L eis, etc ., offerees Bahia em 1847 um resumo dessas Constituições sob o t i
tulo : Doutrina da Constituição Synodal do Arcebispado
aos estudiosos da Jurisprudência e His da Bahia, redusidaáum TratadodeMoralcasuístico;out-
toria Portuguesa, A n to n io Joaquim de G ou recido ao fallecido Arcebispo, Marquez do Santa Cruz.
Nesta obra limita-se o author a resnm ir o que nas
veia P in to , etc. Lisb oa, 1 8 1 8 .1 v o l. e m 8 ». Constituições se acha em vigor, supprimmdo o restante.
Atem destas obras existem os additamentoa que fez
56. — Copilação em índice alphabetico das
Primeiras
Joaquim José Caetano Pereira e Souza nas
LinhasdoProcesso Criminal do Civil
e . disposições das Leis Civis Brasileiras que re
5 0 . — Compilação systematicadas Leis ex gem materia Canónica pelo p ad re D r . A n to
travagantes de Portugal ojferecida ao Prín n io da R o ch a V ia n a , L en te de D ire ito Ca
cipe Regente nosso Senhor, pelo D r . V ic e n - nónico do S em inário A rch iep isco p al, P arro -
cho collado e D ezem bargador da R elação
te José F e rre ira Cardoso da Costa. Lisboa
M etro p o litan a. B ahia, 1867. 1 vol. em 8o.
1806. 1 v o l. em q u a rto .
Está compilação que promettia o celebre Juriscon
5 7 ._Regimento das Mercês, e Direitos
sulto Cardoso, ficou sómente no 1 vol. que traz syste- relativos: pelo D e z. José P au lo de F ig u e irò a
matisada a Legislação M ilita r até a epocha da ímpres- Nabuco de A r a u jo . R io de J a n e iro , 18 2 6. 1
Virissimo Antonio Ferreira da Costa continuou sob vo l em 8o.
o utra forma este trabalbo, publicando em 1816 a (,oI- festa obra foi publicada em anonymo.
leceãosystematica das Leis Militares de Portugal,
dedi
5ft—Digesto Brasileiro, ou extraio e com-
cada ao Principe Regente, e por ordem deste publi
cada. Lisboa, 4 vol. em 8°. . mentarios das Ordenações e leis posteriores
He obra que, como a precedente, tem hoje pouca u ti- até o presente: terceira edição c o rrig id a , m e
lh o rad a e harm onisada com a Legislação até
‘ Sí.—Repertório da Legislação Militar
o p resente,por L u iz d a S ilv a A lves d e A za m -
aclualmente em vigor no Exercito e Arma- buja S uzano. R io de Ja n e iro , 1866. 2 v o l.
da do Império do Brazil; com pilad o p o r
R aym u n d o José da C unha M atto s . R io de em 8 o.
No catalogo das obras de Jurisprudência de Laemmert
Janeiro , 1 840 . 3 v o l. em 8o. lê-se o seguinte sobre esta obra: ,.
Este trabalho hoje lie mui deficiente, necessitava ser « Esta primorosa compilação contem todas as leis e dis
reorganisado e revisto. . . . . . , posições dos livros 1, 3 e 4 das Ordenações que ainda se
O filho do author o Conselheiro Libamo Augusto da achão em vigor no B ra z il; e justamente todas as leis pos-
Cunha Mattos, continuou esta obra no opusculo— Rrcee teriormonte promulgadas, que do alguma sorte ps ez-
Índicealphabetic ia LegislaçãoBrasileira, cujo connect- plicão ou amplião . <
mento mais interessaaos Empregados da Repartição da 59 .—Direito CivilEeclesiástico Brasileiro
Guerra, comprshendendo as disposições impressas desde e tc .e tc .(o b ra do a u th o r).R io d e J a n e iro ,1866
1837 ate 1860. Rio de Janeiro, 1864. 1 vol. em 8°.
32.—Esboço de um Diccionario Juri- 1 » tom . em 8o. d iv id id o em tre z p a r te s .E d i
co, theoreticô e pratico, remissivo ás Leis tor B . L . G a m ie r.
compiladas e extravagantes : p o r Joaq uim 6 0 .— Regimentos do Santo Officio da In
José Caetano P e re ira e S o u z a .L is b o a , 18 2 7. quisição dos Reinos de Portugal; tanto o de22
2 v o l. em folio. de Outubro de 16 4 0, como o do I o de Se
Este trabalho sahio posthumo,por diligencias do filho
tembro de 1770 impresso em L isb òa, na
do author. Hoje he mui deficiente. ofíicina de M ig u el M an escal. 2 v o l. em 8 .°
53, — Diccionario Juridico-Commercial, Regimentos
Estes dous não se encontrão nas Collec-
Narration daperseguição
Cões, mas achão-se na Obra—
p o r José F e r re ir a Borges. L isb òa, 1 8 3 9 . 1 de HyppolytoJosephdaCosta Pereira Furtado de Men
v o l. em 8 o. . . ... donça, natural da Colonia do Sacramento, no Rio da
He trabalho superior ao precedente, ainda no methodo Prata, preso e processado e Lisbòa pelo pretenso c r i
e coordenação das matérias. ... , me de Fra-M acon, ou Pedreiro livre. Londres, 1811.
54. - 0 Sacrosanto eEcuménico Concilioae 2 v o l. em 8o.
64. —-Repertório alphabetico das Leis do dos Senadores, e Deputados que nella to
Brazil promulgadas desde 1829 até o fim marão parte, pelo Bacharel Á n to m o M a
do anno de 18 4 0, emcontinuação do Reper noel Fernandes J u n io r. N ic th e ro y , e R io
tório geral de Manoel Fernandes Thomaz, de Janeiro , 1849 a 1 8 5 1 . 4 v o l. em folio.
e ao índice alphabetic do Bacharel Alberto
An lonio de Moraes Carvalho. P o r **** 6 6 .—índice de matérias ds quaes tem ap-
A dvogado B ra z ile iro . R io de J a n e iro ,1842. plicação aLegislação Patria concernente aos
1 v o l. em folio. annos 1851, 1852, e 18 5 3, coordenado pelo
D r . João Joaquim da S ilv a . B ahia, 1 8 5 9 . 1
65. —índice chronologic, explicativo e
remissivo, da Legislação Brazileira desde v o l. em 8 o.
1822 até 1 844 precedido cada anuo, além Existem differentes pequenos Repertórios dos Codigos
do reinado, que à elle presidio dos nomes Crim inal, do Processo, Commercial, da Constituição e
outras Leis, os quaes com os precedentes forão sup-
dos Ministros que dirigirão as respectivas planlados pelos dous grandes Repertórios de Fernanae
Repartições, e cada Legislatura dos nomes Thomaz e de Furtado.
dicção dos Corregedores das Comarcas, por 3 5 .—Primeiro Ensaio sobrea hislorialil-
José A n to n io de S á. teraria de Portugal, desde a sua mais remoía
Está publicada no to. 7 das M emórias deLitteratura. oriqem até o presente tempo, seguido de
3 4 .— M e m ó r ia : sobre a Camara Cerrada,
differenles opusculos, que servem para sua
maior illustração, e offerecido aos amado
pelo D r . L e v y M a ria Jo rd ã o .
Esta M emóriase acha na collecção denominada His res da Litteratura Portugueza em todas as
toria eMemóriasi/aAcademia Real de Seiencias, to . 2 Nações; por F rancis' o F re ire de C a rv a lh o .
da noya Serie, parte 2. Lisb òa, 18 4 5. l v o l . em 8 o.
TRATADISTAS E PRAXISTAS
dicção dos Corregedores das Comarcas, por 3 5 . —Primeiro Ensaio sobrea historia lit-
José A n to n io de Sã. teraria de Portugal, desde a sua mais remota
Está publicada no to. 7 das Memórias deLitteratura. origem até o presente tempo, seguido de
3 4 .— M e m ó r ia : sobre a Camara Cerrada,
differentes opusculos, que servem para sua
maior illustração, e offerecido aos amado
p elo D r . L e v y M aria J o rd ã o .
Esta M emóriase acha na collecçao denominada His res da Litteratura Portugueza em todas as
toria eMemóriasdaAcademia Real de Sciencias, to . 2 Nações; por F ran cis' o F re ire de C a rv a lh o .
da nova Serie, parte 2. Lisb òa, 18 4 5. 1 v o l. em 8 o.
TRATADISTAS E PRAXISTAS
'X
XLV1
2 2 . — M em ó ria : sobre as fontes do Codi-
tes epochas da n otsa Jurisprudencia:princi go Philippino, p o r Joâo P ed ro R ib e iro .
p a l mte nos trez seculos p n metros d a M o -
narchia Portugueza; p ° r Francisco F re Esta interessante Memória encontra-se no to. 4 da
collecção— M emóriasde Litteratura, assim comó as se-
de M e llo , Licenciado em D ir e ito , pelai U m
guintes deste laborioso e sabio Jurisconsulto.
versidade de C oim bra, em 1786. L on dies,
1816, e Lisbôa, 1 8 2 2 . 1 v o l. em 8. 23. __________M e m ó r ia : sobre as Behetrias, Hon
Era sobrinho de Paschoal José de Mello Freire ; e ras, Coutos, e sua differença. (no t o . 2 ).
quem organUou o índice de suas obras, melhorando as
edições respectivaí-. 24. — M e m ó r ia : sobre o Direito de Cor
A edição de Lisboa lie preferível á de Lomdres^por reição usado nos antigos tempos, e nos mo
ser mats correcta e annotaaa çelo autor. nedido
foi feita por José Liberato Freire de Carvalho, a pedido dernos, e qual seja a sua naturesa. ( Id e m ) .
do autor.
2 5 . — M em ó ria sobre o p ro g ra m m a : Qual
IQ.—DemetrioModerno ou oBibliographo seja a epocha da introducção do Direilo das
Jurídico Portuguez; o qual em uma breve Decretaes em Portugal, e o influxo que o
dissertação histórica e critica propoe, e da mesmo teve na Legislação Portugueza.
uma clara edistinctaidéa de todas as precio
(n o to . 6 ).
sas relíquias,eauthenticos monument-santi-
qos e modernos da Legislação Portugueza, 26. sobre os inconvenientes
— M e m ó ria :
etc. Lisb ôa, 1 7 8 1 . I v o l . cm 8 .» e vantagens dos Prazos, com relação á
O autor desta obra, Antonio Barnabé de E n c a n o , agricultura de Portugal, ( n o to . 7 ).
uue se não annuncia no msto delia, assigna-se na de
T a to r ia Innocencio no Dire. Bill, dis que o seu nome 2 7 . — M em ó ria : sobre a economia de
era Antonio Barnabé de Elescano Barreto e A ra Dao, Juizes deprimeira instanciam nosso Reino
Bacharel formado em D ireito.
desde o governo dos Reijs de Leão.
He trabalho de fraco merecimento.
da Jurisprudência Natural desde a sua origemate os Esta Memória encontra-se no to. 5 das Disserta
■ Também escreveu c publicou em t i l l uma Historia
XLVI1
TRATADISTAS E PRAXISTAS
V
XLVII1
edição em 1637 com addicçõe* de sua lavra, que o
derão destas Erratas
uma edição, com algumas breves
Demetrio Modernotrata com severidade.
notas; como disem na respectiva Prefaeçao.
Entretanto Ionocencio no Dire. BiH. Par“ V " i ' 1 2 . — Pliwbo ou Febog (B e lc h io r
nar-se á opinião de que esta u lte rio r edição foi obra do
Dr. Joaquim Ignacio de Freitas. ou M e lc h io r).Decisiones Senatus Regni
De Palromtibus Ecelesianm Re9ios Co' Lusitanice. Lisbòa, 1616 e 1 6 2 5 . 2 v o l.
ronce Regni Lusitaniw. L isb o a, 1 6 0 3 .1 vo l. em folio.
O Dez. José dos Santos Palma publicou em 1713
em folio. uma edição com alguns additam entos.
Praticarum observationum, seu Decisio-
num Supremi Lusitanice Senatus. Lisb oa, 13. — Barbosa (M an o el). Remissiones
16 0 4. 2 v o l. em folio. Doctorum ad contractus, ultimas volunla-
tes et delicta speclantes in libris lV et V
7 . —Gonçalves ( R u y .......... da G rà). Constitutionum Regiarum Lusitanice. L isb òa
Privilégios e’ prerogativas que o genero 1 6 1 8 . 1 v o l. em folio.
feminino tem por Direito Commum, Or ' Remissiones Doctorum Ofliciis publicis,ju
denações do Reino, mat's que o genero mas risdictions et ordine judiciário inearum-
culino. Lisbòa, 1657. 1 v o l. em 8°. dem lib. í, I I et 1TI, cum concordantiis
Houve outra edição em 1185 do mesmo formato.
utriusque Juris, legem Partitarum, Ordi-
namenti, ac novai Recopilationis Hispano-
Tratado sobre a expedição dos perdões rum. Àccessere casligationes et additamenta
que concedem os Reys ae Portugal. Lisb òa, ad Remissiones prmdictas lib. I V el V . L is
1 5 . . . 1 vo l. em 4°. b ò a , 1620. 1 v o l. em folio.
SÉCULO X V I I . O Dr. Agostinho Barbosa, filho do autor, que de
pois foi Bispo deUghento, em Nápoles, accrescentou
nessa épocha diversas — Castigationes et additamenta,
,
8 . —Pereira (G a b rie l........ de C astro). que se achão no fim das edições posteriores.
Decisiones Supremi eminentissimique Sena Em 1730 o D r. Manoel M oreira de Souza fez-lhe dif-
ferentes annotações com a concordância da3 Ordena
tus Portugallia}. Lisbòa, 1 6 2 1.1 vo l. em /'oito. ções em vigor com as Manoelinas, recopilando as que
De Manu Regia Tractatus, in quo expli- pendião de Concordatas, com os privilégios dos Gapel-
cantur omnes Leges Regiae Regni Lusitanice, lães-móres.
Em 1732 o D r. Francisco Xavier dos Santos da Fon
in quibus Regi cognoscendi de materiis Ec- seca fez-lhe na ultim a edição outros additamentos.
çlesiasticis potestas tribuitur. L is b ò a , 1622. Manoel Barbosa foi o prim eiro annotador das Orde
nações que levou á cabo a empreza, e, não obstante os
2 v o l. cm folio. elogios que lhe fez Gabriel Pereira de Castro, a obra
Esta obra está no índice Komano. era e ainda he mui deficiente.
Monomachia sobre as Concordias que fize- 1 4 .— C o s t a (João M artin s d a ) . Tratado
rão os Reys com os Prelados de Portugal, da forma dos Libellos e allegações judicia
nas duvidas de Jurisdicção, Ecclesiastica e rias; do Processo do Juizo secular e Eccle-
temporal. Lisbòa, 1 7 3 8 . 1 v o l. em folio. siaslico, e dos contractos com suas glossas,
Publicou-se pela primeira vez no reinado de D.João V, reformado de novo com addicções e annota
mas distribuirão-se poucos exemplares: os curiosos
podem iô-la no nosso D ireito Civil Ecclesiastico Brasi ções copiosas ás Ordenações do Reino, Leis
leiro, to. 1 primeira parte. de Castella, e modernas, e outras formas de
Libellos, petições, allegaçõesjudiciarias com
9 . — C a s t r o (M anoel Mendes d e). Pra a conferencia das Ordenações antigas e
tica Lusitana omnibus utroque Foro ver- modernas, e Processo do Tribunal do Santo
sanlibus, utilíssima et necessária. Lisbòa, Officio, Legacia e Revistas. L is b ò a , 1608.
1 6 1 9 . 2 v o l. em folio. 1 v o l. em folio.
Foi a primeira e mais importante obra de Praxe Fo Esta obra teve muitas edições, sendo a ultim a de
rense que se publicou em Portugal, após a promulgação 1824, em Coimbra, na imprensa da Universidade. O
das Ordenações Philippinas. Mello Freire elogia-a na editor he João Antonio dos Ri-ys, R eitor de V erim .
sua Hist. Jur. Civ. Lus. Esta não he mencionada por Innocencio no Dice. Bill.
No século 18 Feliciano da Cunha França fez-lhe d if- O seu formato he em 8<>.
ferentesaddições. O Jurisconsulto J. I I . Corrôa Telles deu á esta obra
Mendes de Castro he também autor do primeiro Re em 1841 outra organisação.
pertório das mesmas Ordenações de que já demos no
ticia á pag. 42 n. 35. Domus Supplicalionis Curice Lusitania;
10.
Stylique
—Cardoso (A n t o n io ...do A m aral).
supremi Senatusconsulta. L is b ò a ,
1608 e 1 6 2 2 . 1 v o l. em folio.
Samma, seu Praxis Judicum et Aivocalo-
rum à sacris Canonibus deducta, et ipsismel additou Houve em 1745 segunda edição desta obra, á que se
outra do Dez. Leonel de Parada Tavares, in
confirmata. Lisbòa, 1610. 2 v o l. cm folio. titulada—Pratica, sive modusproccdendi inDelegatio-
Esta Praxe foi organisada em fórma de Diccionario. nibus crijninalibus, vulgo— Alçadas.
1 1 .— R e y n o « o ( M i g u e l d e). Observatio 1 5 .— Ilaeedo (A n to n io de Souza de).
n s pratica; inquibua multa, quce in contro Decisiones Supremi Senatus Justitice Lusi-
vertiam in forensibus Judichsadducantur, tanioe et Supremi Concilii Fisci. Lisb òa,
fetid stylo pertractanlur. Lisbòa, 1625. 1 1 6 6 0 .1 v o l. em folio.
v o l. em folio. Lusitania Liberata. L on dres, 1 6 4 3 .1 vol.
Lourenço de S i Souto-maior dou desta obra uma em folio.
XtlX
Perfectus doctor in quacumque scientia, 2 2 —P o r t u g a l (D om ingos A n tu n e s ).
maximein Jure Canonico et Civili sum- Tractatus de Donationibus Regiis, Jurium,
rnorum auctorumcircinis, lineis, coloribus. et bonorum Regia Coronas. Lisboa, 1 6 8 3 .
et penicillis /ig u ra ftts . Londres, 1 6 5 3 .1 v o l. 3 v o l. em folio.
em folio.
Sobre o antigo D ire ito Publico de Portugal he
Foi este Jurisconsulto not dos principaes Ministros do mui importante obra. E concorre vantajosamente
infeliz D . Affonso V I, e que com elle foi supplantado. com as de Macedo e Velasco de Gouvêa.
40. — B e n » F e r r e i r a ( A g o s t i n h o d e).
46. — B r e m e n (A n to n io Cortes). Uni
Summa da Instituía com remissões ao Di verso Jurídico, ou Jurisprudência univer
reito, de que se deduz as Ordenações com sal Canónica e Cesarea regulada pelas dis
que se conforma, e doutrinas praticas. L is - posições de ambos os Direitos Commum,
íiôa, 17 3 9. 4 v o l. em 8 .°
e Pátrio, etc. Lisbôa, 1749. 1 vo l. em
Esta obra teve depois em 17Í6 outra edição em folio.
2 vols. em folio, mais correcta e addicionada pelo
author. Nao he obra de grande merecimento, e hem orea-
O Demetrio Moderno , em geral, tão áspero e parcial nisada.
nos seus juizos, he neste caso favoravel, elogiando a
traducção.
47. —P a iv a e P o n a (A n to n io de).
Orphanologia Pratica, em que se descreve
4 1 . — S o l a n o (M anoel A lv a re s ...........
do V a lle ) . Commentariaad Fodinarum re tudo o que respeita aos inventários, parti
gimen, in quibus, quoo de fodinis necessária, lhas e mais dependencias depupillos. L is
alque utilia stint ai controversas foren bôa, 1 7 1 3 . 1 v o l. em 8 .»
ses, decidendas plane discutiuntur, mul- Depois da obra de Carvalho o pequeno mérito deste
trabalho acabou. Todavia no século passado teve duas
taque alia obiter explananlur, proutElen- edições,umaem 1759,com annotações deManoel Antonio
chus materiarum, enrumque Gnomologta Monteiro^ de Campos, e outra em 1761 pelo filho do au
indicant. Lisbôa, 1739. 1 v o l. em folio. thor José de Bar ros Paiva MoraesPona.
Sua linguagem he reputada classica.
Cogilationes juridical, atque Forenses,
m quibus multa, quw in ulroque Foro con
troversa quotidie versari possunt, miro or- 4 8 . — V a n g u e r v e ( A n to n io .............
dine absoluta apparent. Lisboa, 1739. 1 C abral). ProUca Judicial muito util e ne
v o l. em folio. cessária para os que principiào os officios de
Sobro outros trabalhos deste Jurisconsulto, vide
julgar e advogar,e para lodos que sollicitão
supra os ns. 35 e 36. causas em um e outro Fôro. Lisbôa, 1712
e 1 7 2 7 .1 v o l. em folio.
42. — F ra n ç a (F elician o da C u nh a). Esta obra dividida em sete partes, obteve apezar
Additiones site annotaliones ad Emma- de sua inferioridade, seis edições sendo a ultima de
1843.
nuelis Mendes de Castro Praticam Lusi- Mello Freire eolloca esta obra na mesma posição que
tanam. Lisb ôa, 1755. 2 v o l. em folio, a de Gomes,
Esta obra pouco melhorou o trabalho de Mendes de
Castro.
49. — C a m p o s (M an oel A n to n io d e ....
Tractado pratico
Coelho da Costa F ranco ).
_ 4 3 . — F e r r e i r a (M anoel L o p es ). Pra jurídico, civil e criminal, dividido em
tica criminal expendida na forma dapraxe trez parles. Lisbôa, 1763 e 17 6 8. 2 v o l. em
observada neste nosso Reino de Portugal, folio.
e illustrada com muitas Ordenações, Leis lie trabalho mal organisado, por falta de methodo
extravagantes, Regimentos e Doutores. L is - e digestão das matérias.
bòa, 17 3 0. 4 v o l. em folio.
Esta obra, apezar de ser sem methodo, e mui con 50. - S i l v a P e r e i r a (Jeronym o da).
fusa, obteve outra edição em 1767 no Porto, segundo V id esupra os arts. 11 e 3 6 á pags. 4 0 e 42.
Dice. Bibl
affirm a Innocencio no .
Asprimeiras linhas doProcesso Criminal,de Pereira
Souza, a inutilisarão. 51. — L e i t ã o ( M a t h e u s H o m em ). DeJure
Lusitano in tres Tractatus. I — de Gra-
4 4 .— G o m e s (A lex a n d re C aetano}.— vaminibus: I I —de Securitatibus: I I I . — da
Manual Pratico Judicial, Civil e Criminal, Inquisitionibus. C oim bra, 1 6 4 5 . 1 vol. em
em que se descrevem os meios de processar folio.
L1I
7 2 .— C a r d o s o d a C o s t a (V icente
A 6 c 7 Ív í í ‘í 8 l , , m » ( J o s é .... Alvares J o s e F e rre ira ). V id esupra n . 3 2 ã pag. 46.
da S ilv a ). V id e supra
n. 14 à pag. 45 .
J1 /8l9 ,er1 vnl? Juni
o l. em 8 " .
EfnPhyl™t‘CÍ. C oim bra,
A,®9 ' ~ ~ (A n to n io Barnabè Analyse das theses de Direito Emphiteu-
1 « iji,“SP* 4ra«io1' ™* hco, que se defenderão na Universidade de
Coimbra, etc. C o im b ra, 1816. 1 v o l. em
70.—M e llo F r e i r e (Paschoal José
, • v R eys)- Hislorim Juris Civilis
Memória sobre a avaliação dos bens de
Lusitani. hber stngularis. Lisbôa, 1788 1 Prazo. L isb ôa, 1802. 1 v o l. em 4».
vol. em 4.° Quf \ e o Çodigo Civil ? Lisbôa, 1 8 2 2, e
R io de J a n e iro , 18 2 8. I v o l. em 4o.
O que he singular nesta H istoria, he que boa narle Explicação da arvore que representa o
das apreemçoesde Mello Freire sâó bebidas no Com Loaigo Civil Portuguez, etc. Lisbôa, 1822.
Triom o na Deduc^° Chronologic, e no Demc 1 v o l. em 4°.
Institulionum Juris Criminalis Lusitani. Memória Juridica sobre a applicacáo do
hber stngularis. L isb oa, 1719 1 vol disposto nas Ordenações do liv. 2 tit. 35 8 19
em 4 . " ' aos bens vagos, quando S. M. delles faz
merce antes de serem na Coroa incorpora
do « « > 0 as Instituições de dos, real ou verbalmente. Lisbôa, 1820 1
n» fTni f ara o ™ai)dada8 adopt»r como C ompendio vo l. em 4 °.
Seiro dèTsò"ai e d e J 01m.bra P°r Alvará de 1G de Ja-
n tn 0rT e 1^®°» mu,t°depois de sua morte. Observações sobre a inUlligencia das Or
cõ s deVl ire
çoesdeD h Í0rCriminal
ireiio A 'ljert0, d,e Sousa « » •»
dosannosde em8"
1844e a» Prelcc-
45 naquella
denações do livro V, em que se lê— m orte,
Universidade, adaptou-as ao Compendio de Mello Freire. — m orte n atu ral para sem pre, m orra p n r
eilo , e m o rra p o r isso. Lisbôa, 1801. 1 v o l.
Institulionum Juris Civilis Lusitani. em 4 °. de 17 paginas.
cum pubhch tum privaíi. Lisboa, 1789 â Não conhecemos este opusculo que menciona In n o -
1 7 9 4 .4 v o l. em 8». cencio no Dice. Bibl.
no a rt. respectivo.
Esta obra contem quatro livros assim distribuídos:
de Jure Publico: II—de Jure perscnarum III—de
:
Memonasobre Licitações. Lisboa, 1804.
JureRcrum; IV—deobligalionibus et actiunibus. Não podemos examinar esto trabalho do auctor, que
lid o 1d im 1- nas diffci'entes edições que até hoje tem o Catalogo do G abinete Portuguez enumera.
lido formão um corpo de 3, 5 e 6 volumes.
10 Ir e ir e publicou outras obras, e deixou iropor- 73 — R i b e i r o (João P edro). V id e su
marnua';r l Pt?9’ c“ j ° s títulos pode-se ver no nosso pra ns. 2 2 á 2 7 á pags. 46.
Au^,l'iarJurídico a pag. 781 c seguintes.
Este Jurisconsulto he oprincipe da sua classe entre ^ 7 4 . — F r e i t a s (Joaquim Ignacio de).
os rortuguezes, maxime os do seu século, não obstante V id e supra ns. 4 , 2 0 e 21 á pags. 3 9 e 41.
as opimoes que professara em Religião e em Polilica.
o presente suas opiniões são recebidas com extremo 7S-— F i í» ie ir e d o ( J o s é A n a s t a c io d e ; .
respeito.
V id e supra ns. 18 à 21 â pags. 4 6 .
,i„I^!í <Sbra ^ 1 ue nl?s referimos podem-se lér os juízos 7 6 . — M o r a t o (José Corrêa de A ze v e
de ditierentes escriptoresá seu respeito.
Useu sobrinho Francisco Freire de Mello deu em do). V id e supra
n. 14 á p ag s .40.
ISO. e cm 1816 duas edições das obras supra menciona 77. - V l l l a n o v B P o r t u g a l (T h o -
das, acompanhadas de um índice alphabetico, edoElen-
ebo dos respectivoa titulos, capítulos eSS; alem de uma maz A n to n io de). V id e supra ns. 29 e 3 0 á
laboa de concordância das Ordenações Philippinas, Ma- pags. 4 6 .
noelinas, e AfFonsinas, e do elogio do author, por Fran-
C1Sí? ?,e 5 0r-la GarCSo Stockier, traduzido em Latim . 78. — !D e l g a d o (A n to n io .. . .da S ilva).
M ello fr e ir e he o ultim o Jurisconsulto que adoptou a
V id e supra ns. 25 e 2 6 â pag. 41.
ele^ncia ma n°8 SeUS escnptos’ e 0 fez com «ununa
79. — P e r e i r a e S o u s a (Joaquim Jo
Pronunciando-se emjmas obras como extremado Janse-
nista e (rallicano, forão postas no Index Romano
por sé Caetano). Primeiras Linhas sobre o
Civil de 7 de Janeiro de 1836 as InstituiçõesdeDireito Processo Criminal. Lisbôa 1785. 1 vol
em 8 o.
Seguindo estas Instituições
publicarão-se duas im
Mello Freire, que he tão parco em elogios, nãoduvidou
portantes obras. No Brazil o l) r . Lourenço Trig o de
JLoureiro. Em Portugal o D r. Antonio Ribeiro de Liz tecêl-os no prologo do seu DireitoCriminalá Pereba
Teixeira. e Souza; cuja obra antecede á de Mello Freire de irvz
annos.
Manoel de Almeida e Souza publicou em 1818 Notas O antigo D ireito C rim inal Portuguez he nas suas ri
criticas aos trez primeiros livros destas Instituições do cas notas copiosamente desenvolvido: e mostra que na-
DireitoCivil-, como se verá no artigo respcctivo ao mes quella epocha estava este Jurisconsulto mui senhor d a
mo Jurisconsulto. sciencia Criminal da Europa culta .
Estas mesmas Instituições forão traduzidas no Brazil Alem de um importante índice alphabetico, juntou o
pelos Bacharéis Francisco Pereira Freire, Manoe! Cor author o Repertono chronologico de toda a Legislação
rêa Lima, e José Nicolau Regueira Costa. Portuguesa sobre materiaCriminal desde o auno 1 i ::í
LJV
até 1818, e outro ín d ice alphabetico dos Regimentos phyteutico dos bens da Corôa, de Corpora
promulgados pelos Reys de Portugal.
A melhor edição desia obra he a quarta do 183 1, or-
ções, e de outros Senhorios singulares.
ganisada por seu filho o D r. Francisco Joaquim Pereira Lisbòa. 18 2 5. 1 vol. em 8 o.
e Souza. Lisboa, 1802. 1 vol. em8o.
8 4 . — R iu n e s F r a n k lin (F ia n c is -
Classes de Crimes. Lisboa, 1802. 1 v o l, eo).Memória para servir de indice dos
em 8 o. Foraes das terras do Reino de Portugal,
Pode-se considerar esta obra, como appendice da pre
eseus dominios. L isb o a, 1 8 2 5 . 1 vol.
cedente. A melhor edição lie de 1839. em 4o.
8 9 - — P e n i * (José Ig n a c io da R o
Instituições de Direito Cambial Portu-
ch a ). Elementos de Pratica ou breves en
yue- com referencia ds Leis, Ordenações e
saios sobre a praxe do Foro Portuguez, costumes das principaes praças da Europa
escriptosno anno lectivode 1807 para 1808.’ i Vo™em 8 “Í,0 S Fambio. Londres, 1825.
L isb ôa, 1 8 1 6 . 1 v o l. em S».
Commentarios sobre a Legislação Portu
0 trabalho que deixou 1'eniz sobre o nosso Processo
Civil he incomplete ; mas o pouco que possuímos revela
gueza acerca ie Avarias. Londres, 1825
1 v o l. em 8 o.
o talento e sciencia daquelle Jurisconsulto.
Deve-se a publicação desta e da seguinte obra aos Commentarios sobre a Legislação Portu-
cuidados de seu irmão Vicente Ignacio da Gosta Peniz. gueza acerca e Seguros marítimos. Lisbôa,
Breve historia critica m qual se mostra 184-1,1 vo l. em 8 S.
como e quando os fíeys de Portugal adqui Allegação Juridico-Commercial sobre a
rirão a prerogaliva de nomearem Bispos clausula—livre de Avaria no contracto de
de seus Reinos. L is b ô a , 1813. 1 vol. em 8n. risco; na causa e d favor de Manoel José
Este trabalho saliio impresso no Jornal de Coimbra de Oliveira contra Isidoro de Almeida e
n. !3 . tdnos; publicado p o r um amigo do Corn-
m e m o . Lisbôa, 1828. 1 v o l. em 8 o.
9 0 . — S i l v a L i s b ô a (José da). Prin
Vide supra o n. S3 á pag. u.
cípios de Direito Mercantil e Leis da Ma i J t e^ Aeuaf isconmho Commerculista he o au-
rinha, para uso da mocidade Portugueza, tor do Codigo do Commercio Portuguez.
dedicada ao Commercio; divididos em
oito Tratados elementares, contendo ares- 9 2 .— C a r v a lh o (José P ereira de). Pri
pectiva Legislação Palria, e indicando as meiras Linhas sobre o Processo orphanolo-
fontes originaes dos Regulamentos maríti gico. Lisbôa, 1 8 1 6 . 2 a edição. 1 v o l. em 8".
mos dasprincipaes praças de Europa, e tc. Ignoramos a data da prim eira edição. Possuímos a
Lisbôa, 1801 a 1818. 2 vol. em folio. terceira de 1833 pelo autor ainda organisáda, e a
sexta corrigida, melhorada e augmeutada com a L e
Depois dos irmãos Azeredos Cóutinhos lie Silva Lis- gislação orphanologica do Brazil, pelo D r. José Afaria
boa, o prim eiro Brazileiro, que se assignala no cultivo rrcderico de Souza Pinto, publicada em 18S1
da Jurisprudência: e, na especialidade á que se dedi- ■Estas Primeiras Linhas , diz o mesmo Doutor Ião cêdo
,sò teve por predecessor á Pedro de Smtarem , co roubado as letras, são de classica repulação nos T ri-
nhecido na Jurisprudência por Pedro Sanierna , sendo bunaes, e entre os Jurisconsultos do Brazil e de Portugal
sua obra a prim eira que se publicou em Portuguez. constituindo uma obra prima no sou genero, e riva-
M uito deve o Brazil á este grande cidadão, que mor lisantlo com as Primeiras Linhas sobreoProcesso Civil
:—ViscondedeCayrú.
reu titu la r por Pereira e Souza.»
Sobre o merecimento de sua obra, e sua importân
cia e actualidade limitamo-nos a c ila r o que diz Inno-
cencio no Dice. Bibl . no art. que lhe respeita, e naui co
n 93- ~ ® o r «'es C a r n e ir o (M an oel).
piamos: LHmto Civil de Portugal contendo trez li
* S® nas primeiras cinco partes da obra (diz um bom vros : I —das pessoas: I I —das cousas: I I I
entendedor) pouco haveria ainda agora que accrescen- —das obrigações e acções. Lisbôa, 1828 e
tar, nao assim nas ultimas trez, em queascircumstancias 1848. 4 vo l. em 8 °.
variando notavelmente de então para ca, tôem tornado
antiquadas certas ópinjões do author, que elle abando Os trez primeiros volumes desta obra, que infeliz-
naria de certo, se em tempos mais recentes houvesse mente nao foi terminada, se publicarão entre 1826 e
de rever o seu trabalho. 1828 . O 4o volume sahio a luz posthunio, em 1847
«Nota-se-lhe também o silencio absoluto que guardou graças ao zelo de Emygdio da Costa, da Associaçãodos
na matéria de quebras e bancas*ôtas. Advogados de Lisbôa.
« Entretanto, e a apesar dessas faltas e defeitos, a Desta obra houve outra edição em i858, em 4 tomos
obra he um deposito de todos os princípios e noções de em 8.U
JJ ire ito 'le rc a n til, princípios noções que conservão na . Borges Carneiro he um dos mais proeminentes J u
actualidade o mesmo interesse que lográra na epochada risconsultos Portuguezzes deste século.
sua publicação ; e será sempre necessária para consulta supra
Vide os ns. 43 á 48 á pag. 43.
e estudos de todos os que procurão interessar-se na Ju
risprudência Commercial. i 9 4 .— C o r r ê a T elleg i (José H o m e m ).
k He um monumento txtraordinario de erudição Ju
rídica e philantropica, que inscrevfio o nome do author
Theoria da interpretação das Leis, e ensaios
no livro de ouro destinado á im m ortalidade» sobre a natureza do Censo consignativo.
Lisbôa, 1815. 1 v o l. e rn 8 °.
Regras da Praça ou bases do Regula Contemplamos este trabalho no nosso Auxiliar Ju
mento Commercial conforme aos novos rídico, dando delle uma nova edição.
CodigoS' de Commercio de França e Hespa- Doutrina das Acções, accomodada ao F ó -
nha, e á Legislação palria, etc!, pelo V is ro de Portugal. Lisb ôa, 1 8 4 5 . 1 v o l. em 8 °.
conde de C ayiU (José da Silva Lisboa).
Esta obra teve em Portugal trez edições, e no Brazil
Rio de J a n e iro , 1832. 1 v o l. em 8 .» não menos de trez, com dilíerentes additamentos.
LV1
O autor foi outr'ora Advogado nesta Cnrle, e publi ..J ?111 f e,1'llaml,llco houve outra edição em 1848 ac-
cou também em 184 í- um índice alphabetico das Leis do Uvro'seffundo0!»-a ®umas notas- Mas esta não passou do
,, ** ern continuação ao Repertório ijeral de Manoel o segundo. Iguoru-se quem seja o autor dessas notas.
í r n "Flrtadõ.03’ h0je i“toiranlento osfl‘"--cido pelo
113.—C °rs *è a L i m a (Manoel). Ins
Vida supra n. G3 á pag. Í.Í. tituições do Direito C iv il Lu sitan o , tanto
publico como p a rtic u la r, por Paschoal
106.—S o u z a P in « o (José Maria Fre Jose de M ello F reire, traduzidas do Latim
derico de). Prim eiras Linhas sobre o Pro- pelo estudante do 4» anno da Academia do’
ÇÇ? C ivil B ra z ile iro . Rio de Janeiro, Ulincla, etc. Pernambuco, 1839.1 vol .em 8.°
18o5. 5 vol. em 8.°
Esta tratluççao he continuação da precedente; e co-
O autor, distinoto Advogado como ora, publicou t í t 5°^ ° 1V' ^ *'*' 8 S 1 L acaba no fim do liv . 40
alem deste trabalho, que be importante, duas edições
la obra de Jose Pereira de Carvalho sobro o Processo O tradnctor omittio no seu trabalho os tits. 9 e 10
Urphanologico, e também duas da Doutrina das Accõcs que Iralao dos Morgados e Capellas, por entender nuò
de Corrêa Telles. eraouiuteis em consequência da publicação da Lei de
b de Outubro de 183o, que appresson a morte daquel-
Eserevfo também um Curso de Direito Cambial Brasi las instituições. H
leiro, segundo o actual Codigo Commercial, de que não
damos roais detalhada noticia por ser materia estranha
*i este trabalho. 1 1 4 . —R e g u e i r a C o s ta (José N i-
coláu). Instituições de D ireito C ivil L u si
tano, tanto publico como p a rtic u la r, por
107.—S o a r e s (Caetano Alberto). Me-
Paschoal José de Mello F reire, traduzidas
m o n a sobre o casamento como contracto
ao L a tim pelo Bacharel Form ado etc
c iv il, formação, e estabilidade e direitos
Pernambuco, 1839. 1 vol. em8.°
da fa m ília . Rio de Janeiro, 1848. 1 vol.
em 8o, grande. He continuação da precedente a presente traducção.
Começa no t i t s d o liv . 4o e vai até o fim das lu«-
O autor, que era Ecclesiastico, fez no nosso Fôro fugúez63 J<i D lre ,toC ,vil do famoso Jurisconsulto Por-
lig u ra proeminente. Infelizmente pouco M o ao prelo.
108—E s t e v e s t le C a r v a l h o (Vi 1 1 5 . —T r i g o d e L o u r e i r o (L o u -
cente Antonio). Observações históricas e renço). Instituições de D ire ito C iv il B ra -
critica s sobre a nossa Legislação a g raria zileiro exlrahidas das Instituições de D irei
chamada com mu m mente das Sesmarias. to C ivil Lusitano do exim io Jurisconsulto
Lisboa, 1815.1 vol. em 8.“ Portuguez Paschoal José de Mello F reire
na parte compatível com as instituições da
Progressos da Emphyteuse, e sua in~ nossa Cidade , e augmentadas nos lugares
OltD, 8
LVlIl
competentes com a substancia das Leis Bra mais perfeito, claro e importante de todas
sileiras. Pernam buco, 1 8 5 1 . 2 v o l. em 8 .° as atlribuições que estão a cargo destas au
Esta obra, sem duvida de reconhecida utilidade, e
toridades,‘etc. etc. R io de J a n e iro , 1 8 5 9 .
que muito honra o autor, já obteve maia duas edições 2 v o l. em 8 o.
em 1857 e em 1861; mas o autor fazendo-lhe grandes Canhenho dos Depositários Públicos, ou
melhoramentos, alterou o titu lo , limitando-o^ tão so
mente—as Instituições de D ireito Civil Brazileiro.
Collecção dos Alvarás,Leis, Avisos, e Regu
Elementos da theuria e pratica do Pro lamentos destes
publicados d cerca das obrigações
funccionarios. V ic to r ia , 1 8 6 2 . 1 v o l.
cesso. P ernam bu co , 1850. 1 v o l. em 8 .° em 16 (ópusculo).
116 — M a i a (José A n to n io da S ilv a ). Regimento das Custas Judiciarias: edição
Apontamentos de Legislação, para uso dos correcta com todos os A viso s, L e is e O r
Procuradores da Corôa e Fazenda Na dens que tem explicado a m a te ria até o
cional. R io de Janeiro, 1 8 5 0 . 1 v o l. presente (Agosto de 18 6 2). R io de J a n e iro ,
em 12. 1 8 6 2 . l v o l . em 8 o (opusculo).
Memória da origem, progressos e deca Novíssimo Manual dos Tabelliães ou Col
dência do quinto do ouro na Provinda lecção dos actos, atlribuições diversas destes
de Minas-Geraes. R io de J a n e iro , 1 8 2 7 . 1 Funccionarios, contendo a collecção das
v o l. em 8 . “ minutas de contractos e instrumentos os
O autor que foi pur longos annos Procurador da mais usuaes, das cautelas m ais precisas nos
Corôa no B razil publicou outros trabalhos sobre Le
gislação moderna financeira que, por não interessarem
Contractos, testamentos,etc. R io de J a n e iro ,
it esta obra, deixamos de aqui contemplar. 18 6 4. 1 v o l. em 8 o.
He para sentir que am Jurisconsulto como Reboa de Castro Tavares). Instituições de Direito
ras, possuindo tão hello talento, o tantos dotes ju ríd i Publico, Ecclesiasiico, precedidas de uma
cos se limitasse á rica amostra que possuímos, introduccão, em que se explicão os funda
13-2. —S ilv a R. » mios (Jo a q u im José
mentos da Revelação Chrislã, etc. Recife,
Curso de Direito hypothecano 1856. 2 vol. em 8 \
P e re ira da).
Brazileiro ou compilação de tudo oquemais mesma
, Esta obra não passou (la introducção, 0 nem essa
fui concluída. A morte do author, parece, que
convém saber sobre tão importante matéria, privou o Paiz de trabalho de não vu lg a r merecimento.
etc. etc. R io d e Ja n e iro , 1866. i vo l. em 8 o. lnnocencío confunde este escriptor com o author do
Apontamentos jurídicos sobre Contractos. Compendio de D ireito Ecclesiasiico, irmão deste, o D r.
Joronytno Y ille la de Castro Tavares.
R io de Janeiro, 1868. 1 vo l. em 8 °.
Regulamento do imposto do bello e de 138. —G » *n » L o l» o (O v id io da). índice
sua arrecadação, mandado executar pelo De alphabetic das Leis, Decretos e a visos rela
creto cie 26 de"Dezembro de 1860, etc. R io de tivos á incompatibilidade na acnimulaçào
Janeiro, 1 8 6 4 . 1 v o l. em 1 6 . dos cargos e empregos públicos. Maranhão,
0 author,um dos mats fecundos e intelligentes escnp- 1862. 1 vol. cm 12.
lores jurídicos de nossa epoelia, tem publicado outros Me trabalho curioso ede utilidade.
trabalhos, que não comportão no nosso quadro, e por
isso não os contemplamos aqui. 139. — Moura (Antonio Ribeiro de).
A elle também sc deve a ultima edição da Doutrina
Manual do edificante, do proprietário e do
das Acções dc Corrôa Tclles, revista, melhorada orga-
nisada conforme a ultim a Legislação Brazileira ate 1865. inquilino, ou novo Tratado dos direitos
e.obrigações sobre a edificação de cazas c
1 3 3 . — P e s ' e i r a O l i v e i r a (L u iz da acerca do arrendamento ou aluguel das
S ilv a ). Privilégios da Nobreza c Fidalguia mesmas, conforme o Direito Romano, Pátrio
de Portugal. L is b ô a ,1 8 0 6 .1 v o l. em 8 o. e uso das Nações, seguido da exposição das
acções judiciaes que compelem ao edificante,
134. — B e i j a (João R ern ard o d e ) . Tract,a-
ao proprietário, e ao inquilino. Rio de Ja
do Jurídico de Pravos, escripto segundo a
Legislação vigente á morte de El-Rey D. neiro, 1858. lv o l.e m 8 °.
João IV, e tc .,p u b lic a d o por J . R . dc F a ria 140. —R a i i i a l l t o (Joaquim Ignacio).
G uim arães. P o rto , 1849. 1 v o l. em 8 o. Pratica Civil cCommercial. Rio deJaneiro,
grande. ( opusculo). 1861. 1 vol. em 8o. grande.
Tratado Jurídico de Vínculos, escripto 0 rlistincto Professor publicou nova edição desta obra
segundo a Legislação vigente no dia cm que ! em 1868, sob o titu lo de PraxeBrazileira, consideravel
El-Rey D. João VI deixou de ser compa mente augmentada mas Ião somente om relação a parte
nheiro dos Portuguezes, indo morar na Civil. Em materia de Pratica Civil lie o trabalho de rnais
náu ingleza Windsor-Castle, em 1834. vulto que tom escripto Jurisconsultos Brasileiros.
L is b ô a , 18 5 4. 1 v o l. e m 8 o. grande. ( opus Também deu áluz os E lementos doProcessoCriminal,
que não tem o alcance das precedentes.
culo).
Tratado jurídico das pessoas honradas, 141. —S e a lir a (AntonioLuiz de). A pro
escripto segundo a Legislação vigente á priedade Philosophic^ do Direito : para ser
morte de El-Rey D. João VI. Lisbôa, vir deintroducção ao Commentariosobre as
1 8 5 7 . 1 v o l, em 8 o. Leis dos Foraes. Coimbra, 1850.1 vol. em
135. — M o n t e (D . M anoel d o . . . . R o 8o.
grande.
Elementos dc Direito
drigues de A ra u jo ). Esto Jurisconsulto lie o author do Codigo Cioil Por
tuguês, liojo em observância em P o rtu g a l: 11aseco nesta
Ecclesiasiico publico e particular,em relação Còrteem 17%, e lie hoje titu la r : — Visconde dc Seabra.
á disciplina geral da Igreja, com applicação Em defesa do sou Codigo publicou ainda o seguinte ;
aos usos da Igreja do Brazil. R io de Ja Novíssima Apostilla em resposta á dia
n e ir o , 1857 . 3 v o l. em 8 o. tribe do Sr. Augusto Teixeira de Freitas,
Trabalho de elevado merecimento em que o author contra o projecto do Codigo Civil Porluguez.
patenteia,aléin do outros dotes, melliodo e muita clare- Lisboa, 1862. 1 vol. em8o.
sa na exposição da doutrina.
lnfelizmente a sagrada Congregação do Index Ro 142. —R e n r i q u e s í-iece® (Antonio
mano condemnou-o no anno de 186'),mas com a benévola
form ula —Doneecorrigatur. Luiz de Sousa). Manual de Orphanologia
Nós esperamos que o Episcopado Brazileiro faça pratica. Coimbra, 1850. 1 vol. em 8o.
expurgar as obras desta luminosa intelligenciacios erros
Este escriptor também ali publicou um Manual Histó
de doutrina, que nellas existem.
rico do Direito Romano, dividido emtrezparles ; obra
mais estimada que a precedente. Não a conhecemos.
136. — 1T a v a r e s (M a n o e l.................. da
S ilv a ).Manual Ecclesiasiico ou collecção 143. —C o r o a íá (José Prospero Jeho
de formulas para qualquer pessoa eedesias- vah da Silva). O Vademecum Forense. Rio
tica ou secular poder regular-se nos nego de Janeiro, 1866. 1 vol. em 8o.
cias que tiver a tratar no fôro, gracioso nu Mc um FormulárioCivil, que não deixa de ter u tili
livre, e contencioso dalqreja. S. L u iz , 1860. dade.
1 v o l . em 8 o. 144. —L e y v a (Antonio Joaquim Fer
Ile obra em que author mostra qpurado estudo e co reira d’Eça e). Memórias theoricas e pra
nhecimento da materia.
ticas do Direito Orphanologico. Porto, 1846.
137 — J o i H i u i n i V ile lln ( ............ 1 vol. em8o.
1X1
145. - f u m a r a L e n i (Luiz Francis Publicou outra edição em 1862, maís correcta e ac-
JORNAES E REVISTAS.
COMPILADORES :
PEDHO B A R B O SA
PAULO AFFONSO
JO R G E D E G ABÈDO
DAMIÃO DE AGUIAR
REVISORES :
MELCHIOR DO AMARAL
JORGE DE C A B Ê D O
DIOGO D A FONSECA
D A M IÃ O D E A G U IA R
HENRIQUE DE SOUZA
d e z e m b a r g a d o r f .s d o paço.
LX
145 —Camara Leal (L u iz F ra n c is Publicou outra edição em 1862, maia correcta e ac-
co d a ). Apontamentos sobre suspeiçôes e crescentacla.
Alem desta obra deu ao prélo em 1869 trabalho maia
recusações no Judiciário e administrati importante intitula d o : — Processo administrativo no
vo, e sobre o impedimento por suspeição no ThesouroNacional, etc. 1 vol. em 8°.
serviço simultâneo dos funcionarias paren 152. — Carvalho Moreira ( F r a n
tes ou semelha’ les. R io de Janeiro, 18 6 3. cisco Ignacio d e). Da Revisão geral e codifi
1 \ o l . em 8 o. cação das Leis civis e doprocesso no Brazil.
(m em ó ria). R io dc Janeiro , 1846. 1 v o l.
1 4 6 .— Perdigão MalSieiro (A gos
em 8 . {opusculo).
tin h o M arq u e s ).Commcnlario d Lei n.463
O seu author lie hoje um titu la r—o liarão doPenedo.
— de2 deSctembro sobre asuccessdo Publicou
d c l8 4 7 ainda outra M emóriaem 18-5-8 intitulada : Do
dos filhos naturae e sua filiação.
s R io de SupremoTribunal deJustiça, suacomposição, organisaçào,
J a n e iro , 18-37. 1 v o l. cm 8 o. ecompetência.
Manual do Procurador dos Feitos da Fa 153. — Anonyino. Pecúlio do Pro
zenda Nacional nos Juízos de primeira Ins curador de Segunda instancia, ou collecçãu
tancia. R io de Janeiro , 1 8 5 9 . 1 v o l. em contendo a Lei dacreaçào do Supremo Tri
8°. g ran d e. bunal de Justiça e os Regulamentos das Re
A Escravidão no Brazil. Ensaio historico lações; Tribunaes do Commercio, Dizima,
juridico-social. R io de Janeiro, 1 8 5 9 . 1 Ferias, publicadas, addiccionadas de notas
vol. em 8o. indicativas das Leis, Decrelose Avizos publi
Todos estas importantes M onographim eihibem ta cados até 1866, que lhessão relativos, por u m
lento, applicação, c grande somroa do conhecimentos. B acharel. B ahia, 1 8 6 7 .1 v o l. em 8 o (opusculo).
Os cnltores da Jurisprudência 1’atria ainda m uito es-
perãoda penna do illustrado Jurisconsulto. 154. —Barro» (José M a u ríc io F ern a n
147. — Vilellw Tavares (Jeronym o
des P ereira d e ......... ). Apontamentos de Di
. . . . de C astro ........ ). Compendio de Direito reito Financeiro Brasileiro,
R io de Janeiro,
18 5 5. 1 v o l. em 8 ".
Eeclesiástico. R ecife, 1853. 1 v o l. em 8 o.
Quando as obras sobre Finanças não são puramente
O author foi muito cedo arrebatado pela morte à Ju tac?,ese prendem por alguma face ao D ireito Civil,
risprudência Patria, c á que especialmente cultivava. contemplamos nesta Bibliographia. Este interessante
trabalho acha-se neste caso.
1 4 8 . — Campas (Joaquim José d e ....... da
Beflexões
Costa d eM e d e iro s e A lb u q u e rq u e ). 155. - P a r a n a g u á (João Lustosa da
sobre o ensino e estudo de Direito, seguidas C u n h a ............. ). Reforma fíypothecaria.
d’algumas regras sobre o modo de sustentar Projectos e pareceres mandados coliigir pelo
theses em act-ns públicospor Ihipin, traduzi Conselheiro ... então Ministro da Justiça.
das, annotadas, e acompanhadas de outros R io de Jan eiro , 1860. 1 vol. em 8o. grande.
artigos sobre o mesmo assumpto. R ecife, 156. — Silva Costa (José d a). Estudo
1 8 6 8 . 1 v o l. e m 8 o. ( opusculo).
historico sobre asatisfação do damno causa
He trabalho interessante, cm quoo author mostra es do pelo delicto. R io de Janeiro, 1 8 6 7 . 1 vo l.
tudo, meditação e conhecimento do ensino do Direito
entre nós. em 8 o.
A these defendida pelo autor he de D ireito Crim inal:
149. - C a m a r g o (Joaquim Augusto mas,prendendo-se por uma de suas faces ao Direito Civil,
entendemos dever contemplar aqui esta curiosa e inte
Apontamentos sobre a marcha dos Pro
d e ). ressante Memória.
cessos summarissimos e executivos. R io de
J a n e iro , 1 8 6 4 . 1 vo l em 8 o. 157 . — S e i v a s (R om ualdo A n tu n io de).
Ensaio de um tratado regular e pratico sobre
ISO — A q u i n o (O leg arto H erculano <>divorcio segundo o Direito Synodal, Ca
|e ..........e C astro). Pratica das Correições ou nónico, e Civil Brasileiro, contendo o For
lommentario ao Regula• ento de 2 de Ou- mulário das acçõesrespectiyas e notas pro
ubro de 1 8 5 1 ; comprehendendo as Leis, veitosas ao assumpto, B ahia, 1 8 6 7 . 1 vol.
Decretos, decisões, consultas do Conselho em 8o g ran d e.
le Estado, julgamentos dos Tribunaes an llc um trabalho de utilidade, c cuja falta se sentia.
teriores, Avisos, Ordens, inslrucções c Par
arias que até hoje, sc lent expedido, expli- 158. — Anoiiymo. Apanhamento de
'ando, ampliando ou alterando cts dispo Decisões sobre questões da liberdade, publi
sições relativas aos aclos e attnbmções cadas em diversos periódicos Forenses da,
iivis e crimimes dos Juízes de Direito. R io Curte, feito pelo Bacharel J . P . J . da S. C.
la n e iro , 1 8 6 2 . 1 v o l. em 8o. B ahia, 1 8 6 7 . 1 v o l. 8 o (.opusculo).
Importante monographia jurídica, que bem demonstra O trabalho hc dividido em questões, não excedendo o
i cultivada intelligenria do author, e os estudos que numero a26. He curioso, e tem utilidade.
,em feito na sciencia do D ireito. ,
Nenhum Juiz de Direito pode dispensar este Manual.
159. —Veiga (D id tm o A gapito d a). Ma
nual das custas do Processo, contendo o Re
151 — A r a i s J o e S i l v a (L u iz F e rre i
Roteiro dos Collectores, di gimento
ra de ............. ).
ção
de 3 de Março de 1855, c a Legisla
relativa, etc. R io de Janeiro e P a rts ,
vidido cm trez parles, etc. R io de Janeiro,
1868. 1 v o l. em 12 .
1 8 5 3 .1 v o l. em 8.
L X ll
tema: distribuirão a materia alphabeticamente, meio
NOVAS PUBLICAÇÕES. proprio de fa cilita r a consulta.
Um dedicon-se ao estudo das decisões do Governo ;
outro ao das dos Tribunaes. Ambos mostrarão laborioso
160. — Motta (José d a . . . de A zevedo
estudo e inlelligencia; e suas elucubrações são um va
C o rrêa ),Relatorio geral e synthetico dos lioso auxiliar para os cultores do D ireito Pátrio.
A visos do Ministério da Justiça, explican 1 6 2 . — Laíayette ( ............... R odrigues
do disposições de Direito Civil, Commercial, P e re ira ). Direitos de Familia. R io de Ja
Criminal e Orphanologieo desde a glorio n e iro , 1869. 1 vol. em 8 o g rand e, etc.
sa epocha da Independência até o presente. Estamos em presença de uma notável Monogra-
R io de Janeiro e Paris, 1869. 2 vo l. em 8 o. phia. He o melhor trabalho que, de alguns annos á esta
parte, tem publicado Jurisconsultos Brazileiros.^
161. — DIafra (M anoel da S ilv a ). Juris Rcune-se aqui lucidez na exposição das questões, cs-
prudência dos Tribunaes compilada dos ac- t.ylo correcto, methodo, e sobre tudo senso ju ríd ic o ; do
tes raros na exhibição e desenvolvimento destas maté
cordãos dos Tribunaes superiores publicados rias, de ordinário áridas.
desde 1841. R io de Janeiro e P a riz , 1869. Deve-se entretanto lamentar que um talento tão v i
3 v o l. em 8 o. goroso pareça afastar-se das doutrinas da Ig re ja , em
assumpto de casamentos, e aliás tratando dos Direitosda
Nestas duas obras os autores seguirão o mesmo sys- Familia.
JORNAES E REVISTAS.
COMPILADORES :
PEDRO BA R B O SA
PAULO AFFONSO
JO R G E D E C A BÊD O
DAM IÃO DE AGUIAR
REVISORES :
MELCHIOR DO AMARAL
JORGE D E G A B ÊD O
DIOGO DA FONSECA
D A M IÃ O D E A G U IA R
HENRIQUE DE SOUZA
DEZEMBAROADORF.S DO PAÇO.
O rdenará a cm e llia n te n ie n tc (oProfmor) as suas Lições pela m esm a o r
dem e serie dos L iv ro s e T itu lo s da s o b re d ita C o m p il a ç ã o p im l ip p in a ;
rSsrkoT
S i U n i v e r s i d a d e déra no prec.den.e
d°
S. V ic e n te de F ó r a ; sendo a t , a cjue
em Lisbôa p o r Manoel Lopes F e r ie i a , e
p
m sa!i.K»i
tn.fuiio ■a 5 a,
f o ffic in a
a que por mandado ao S r .
P a tria rc h a l da M usica, no
»«í V n ^ i ^ T E r p l u S Í ! . » ! . í ç " . , , ™ » ! . » . im p r im i, p o r ~ n -
que a 2a Cabediana mais copiosa (andão quasi pelo mesmo), não abrangêrão
o grande numero de erros, que coarão na impressão, sobre os do m a-
nuscripto original, que certo havia de te r não poucos, como transumpto
que era em grande parte de Leis Extravagantes e Regimentos, não só das
Ordenações Manuelinas, que são as que constituem o mór fundo das ditas
P hilippinas.
A estas fontes próximas, pois, sempre que suspeitámos erro, nos soc-
corremos, guiados a cada passo pelo utilíssimo Índice, que delias nos
deu hum illu stre e affeiçoado cultor de nosso Direito ; e á vista delias
os descobrimos e emendamos, sem perdermos jamais daquella os justos
lim ites da critica discreta, cuja alçada fizemos por não exceder ousados,
como já em parle o tinhão feito e indicado em alguns lugares os Editores
Vicentinos e outros escriptores nossos, cujo exemplo e indicação se
guimos e aproveitamos discretos.
Restituímos, portanto, á sua integridade original o texto da I a edição,
emendado sómente contra a fé delia o que a toda a luz da critica era erro
typographic»}, falta, ou salto de palavra, ou palavras, além de muitos
outros torpes erros de temerárias, pretensas emendas de linguagem mal
entendida, e peior substituída contra o theor daquelle texto, genio e syn-
taxe de nossa Lingua, cujo estudo, como tão necessário ao Jurista, he la r
gamente inculcado e recommendado nos Estatutos dos Cursos Jurídicos,
liv. 2° tit. 3° cap. 3° § 44 e seguintes.
Fôra largo processo re fe rir individualm enle os erros J.ypographicos de
escriptura e pontuação, que á cada passo se emendarão, restituindo e
conformando pela m ór parte aquella com o original, e rectiíicando esta,
segundo o contexto, e sentido o requeria.
Destes erros, portanto, e emendas, por quão frequentes são, apenas
damos conta em nossa E rra ta de hum ou outro mais notável e transcen
dente a todas as edições Vicentinas e Conimbricenses que tivemos sempre
à vista, e nunca deixámos de consultar, não menos que suas fontes,
antes de toda e qualquer emenda que fizemos (4).
Emquanto, porem à falta, ou salto de palavra, ou palavras,, e as indis
cretas emendas de linguagem mal entendida, assentáramos .de dar, como
com eífeito damos, individual conta de todas ellas em nossos Relatórios,
para que em todo o tempo conste quaes erão e como se emendarão; e a
nós se atlribua e im pute o erro da temeraria e im pertinente emenda, se
porventura, nelle incorrermos, repondo-se em futura edição o antigo texto.
Sobre cujas emendas, emquanto ás faltas, ou saltos, ainda que m d ivi-
dualmente referidas nos ditos Relalorios, cumpre ^reunir aqui algumas das
mais notáveis, e dizer em seu abono e justificação o que as pode salvat
da nota de arrojadas e arbitrarias, pois cerlamente o não forão, como
feitas sobre o texto original e suas fontes, seguindo o exemplo do illustre 1
O/fictaes
(1) T aessão, entre outros m u itos indicados nos R e l a t ó r io s , por Officios,
valos
e v ic e -v e rs a ; Juízes
p o r — v a lia s ; vender
p o r — Juízos; causas
p o r — reven der;
p o r — cousas, e vice-versa; fretes Comarcas
por — fe it o s ; apropriedado
p o r — Cameras;
borregados
p o r — a p ro p ria d o ; Corcelhos e terras
p o r — barreg ueiro s; p o r— Concelhos
de te rra s ; emcadadous lugares inquirições, devassas
p o r - e m cada h um dos lugares;
p o r — inquirições — devassas ; julgado fructos noros e rendas
p o r — Julg ado r; por —
Procurador á lide
fru cto s, novos e re n d a s ; andai
em vez d e — p o r C urador á l i d e ; por
— m a n d a r; procedeo desvariados
p o r — precedeo ; da regalia
p o r — desvairados; por
lhe pagarem a mór valia
— de re c a ta ria : valiosa E em
p o r '— lh Jo pagarem a m ór v a lia ; .
tal Açor terço
caso p o r — v a lio s a : E m tal caso; accusador e accusado-
p o r - A ç ò r te rç ó ;
res p o r — accusado e accusados; com os Juizts p o r— como os Juizes, etc.
PREFAÇÃO
txx
Magistrado em sua E rra ta , com o dos Editores V rn n th m nas
edições, em que de volta com muitas indiscretas, impertinentes emend ^
se S ã o algumas com muito acerto e descrição contra a fe da edição
uu'm “ ??rioí v é t «;
co m o a folha,etc. segando se a c lia n a f0" ^ sal °
paragraphic que t e o 57 í a t f > « k <‘a J m l w de * / de Ju,“ ° •
1582 : e assim-o emendámos. , „ psraoou no
Outra falta inda mais notável, como de pa avias lie a ^ e escapou
s io do til. 6 aonde depois da oração: e os despacham emRelaçaod
salto desl’outra • e assim despacham em Relação,como se le na fonte,que
S T i í d o tU V n a O r d . Man. ; e assim orepozem os: como igualmente
temos mie se deve repôr aquell’outra falta, não menos notável, que .
» “ 6™ i r d a mesmaP p ila m , como no lugar a o le c e ta te e de o n l,-
nario acontece em copiai e composiçoes typographius, facd Lua no à ,
do tit. 5, aonde logo no principio do segundo ponodo, ^ j
se o Julgador, de que se a parte ar,grava for tal, etc., se d e u .o u tro i&ua
salto de oração inteira, pois se deve er como em sua íon e, que he ^
mesma Ord. Man. (5, 58, 3) : E se o Julgador, deque se a pa> te a m a v a ,
ou o caso, de que se aggrava, fô r tal, etc. ; e assim o deixamos indicado
nas Emendas por fazer do Relalorlo liv. I o. .
conforme a esla mesma ( l, n . pr.) se inteirou no principio do tit. U
do mesmo liv . a ultim a clausula, cuja minguada hçao lie : ass m pat a as
contraditas, ou provas em vez de— e assim para a s 011
reprovas ds provas. He outra falta mui notável e transcendente, como as
de mais, a todas edições V ic m tim s e Coninbncenses a que passou no
s 40 do tit. 88 do mesmo liv ., aonde no periodo segundo se le : o Pt ove-
dor dos Orphãos em vez de —o Provedor com o Ju iz dos Orphãos ; como
vem na propria fonte deste paragraplio, que he a Lei 22 das Cortes dc
1538, relatada por Duarte Nanes de Leão (1, 19, 2,11) aonde lambem
Dor erro se le ; o Provedor do J u iz dos Orphãos, contta a fe da edição
original das ditas Cortes, impressa em Lisboa por Germão Galharde em
1539, folio, de que possuimps hum exemplar, a cuja vista hzemos a emenda
do dito erro, indigitada pelas ultimas palavras do mesmo § 40, í b i : /Vo
qual termo assignarâo o Provedor e Juízes, etc. .
Este mesmo erro da edição original de Leão se acha com outios muitos
na nova de Coimbra de 1796, aonde se deve emendar e lêr, como na
quella citada fonte se lê : a qual certamente nao vio o author da In tro
duced o ao Novo Codigo, que aventando e indicando a falta, athrma
(pag. 201) que se deve lêr, como em Leão : o Provedor do J m z dos
(11 Taes são, entre outras, as de Officios por — O flieiaes; d’ante elles p o r — diante
demandar p o r - m a n d a r ; ontro tanto por - outros ta n to s ; e quanto ao paga
e lle s •
mento dos feitos por - e quanto aos feitos ( 1 ,2 , 1 7 ); por dous mercadores em vez de -
p o r mercadores ( 1 ,1 0 , 1 1 ,); pessoa alguma p or - p e s s ò a (l, 68 , 3 0 ); e sem custas, ou
custas do pvocesso somente por — e sem custas do processo sómente ( L f L o*)» se~
nhorios p o r — senhores; (2 , 5 5 , p r . ) ; molhe poderá p o r - l h e poderá ; petições geraes
p o r — partições geraes; ao dar das roças p o r— ao das roças; e defesas em alguns casos,
porém p o r — e defesas em alguns casos, p o rém ; de qualquer qualidade por' — de qua
lidade (5, 3 , p r.); superiores por — priores (5, 31 ); criadores p o r — criados (6 ,1 1 5 , 1 1 9 ) ;
accusado p o r — aecusador ( 3 ,1 1 7 , 2 2 ); oppoentes p o r — appoentes (3,84, 1 2 ); Desem
bargadores dos aggravos p o r — Desembargadores do a g g ra v o ,etc .
PREFAÇÃO LXXÍ
Orphãos, cuja lição diz falsaraenle ser a dita Lei 22 das Cortes de
1538. ' , . , ,
E bastem estes lugares, individualm ente apontados e declarados,
em quanto ao liv. I o, em cujo largo e copioso Relatorio se acharáõ outros
muitos, pelo mesmo teor emendados e suppridos; e dejxando os do
liv . 2° por menos notáveis, demos somente conta e razao de alguns,
que mais o são, nos Livros seguintes. _ „ .
No 3o, além da evidente falta de palavras que escaparao no & 5 do
lit. 63, aonde a concurrencia da palavra Tutor fez dar o salto de hnma
oração inteira, pois em vez da lição : sem lhes ser dado Tutor, no caso
que o tivessem, se deve ler, como emendamos, e se acha na fonte (Ora.
Man. 3, 49, 5) : sem lhes ser dado Tutor, ou sem ser citado seu Tutor,
no caso que o tivessem; he mui notável a emenda, que contra a fé do
do texto original e sua fonte fOrd. da Nova Ordem d o Juizo, de 18 de No
vembro de 1577 § 2) ousamos fazer, ainda que sobre mui reflexo exame,
no principio do tit. 88, aonde pela a ffirm a tiv a : se dará o feito a
seu Procurador, damos a negativa : não se dará o feito a seu P ro-
ouvador •
Temos este pretenso Philippismo por gratuito e mal imposto, sem
embargo do que sobre este lugar escrevera o sobredito autor da In tro -
ducção ao novo Codigo, Cap. 3 § 8, seguido pelo das Prel^ d e
D ireito P á trio , já citado, Part. 1“ tit. 1 § 12 nota [q), e por forçosa e
necessária a negativa «ão, que cerlamente escapou ao copiar ou im pri
m ir como o contexto e construcção da phrase o esta indicando, sem
p o r’conseguinle haver a pretensa contradicção e implicância deste lugai
com o do § 11 do tit. antecedente.
Confirmaremos nosso juizo e emenda com exemplos p a ra lle ls do
mesmo Codigo Philippino, em cuja edição original coara mais de huma
vez aquella negativa, cuia falta escapara não so na prim eira E rrata, mas
afnda\nesmo na segunda ao laborioso Magistrado, que zeloso a ordenara,
desejando (são suas quasi formaes palavras) não 'T i^ n n ev
(se possivel fosse) em obra, na qual muitos annos por mandado de u -H e y
(1) E n tre as m u itas, que em endám os, e de que não damos conta em nossa E r r a t a ,
são as seguintes: acostumado p o r— costumado; a fo ra p o r— fóra; amostrar p o r—
m ostrar; antre arrecear
p o r— entre; p o r— recear; atéli, aléqui p o r— até a lli, até
aqui; carrego, encarrego p o r— cargo, encargo; desdo por — desde, hi p o r — ah i;
menagem requere
p o r— homenagem; p o r— requer; são p o r— sou; summa p o r—
somma; trédor Viso-Rey
por— traido r; por— V ic e -R e y , etc.
prefacao LXXIH
OíD. 10
ORDE NAÇÕE S PHI LI PPI NA3
EXPLICAÇÃO
• DAS ORDENAÇÕES
T IT U L O I M .- lív . 1 t. I pr.
ção, em que pareça que se deve proceder sempre na R elação stô h u m sacco de dous
sum m ariam ente, o R eged or fará aju n ta r emrep artim en to s. E em h u m delles fará m e t-
Mesa grande seis Desem bargadores; e vista te r as petições despachadas, e em o utro as
a qualidade do caso, e p ro va , e todo bem que o não f o r e m : de m odo q u e , quando se
considerado, se parecer que se deve nelle acabar a Relação em cada h u m d ia, fiquem
proceder su m m ariam ente, se procederá. todas as petições recolhidas no d ito sacco.
P o rém (1), sendo o reo C avalleiro, ou d’ah i E as despacíiadas tira rá o P o rte iro , e nâo
p ara cim a, e condenado em m orte n a tu ra l, as darà da sua mão âs p artes, mas as le v ará
nâo se fará nelle execução, sem n o l-o faze a cada hum a audiência dos aggravos, p ara
o Desem bargador, que a fiz e r, as m andar
re m saber.
en treg ar ás p arte s , ou á seus procuradores.
C. R. de 6 de Julho de 1579.
Apost. de 21 de Junho de 1576. E não stanuo presentes, as to rn e o P o r
teiro a re c o lh e r e m e tte r n o d ito sacco,
17. E p ara os Desem bargadores dos A g -
donde as tir o u , p ara as le v a r à outra au
gravos despacharem todos os feito s, que
d iên cia seguinte com as m ais, que forem
p e r bem do seu R egim ento hão de despa
despachadas.
char em R elação, o R eg ed o r ordenará hum a
mesa âs terças fe ir a s , quintas e sabba-
M .-liv . 1 1 1S 49.
dos (2), p ara n ella despacharem os taes fe i 20. Ite m o R egedor terá cuidado de faze r
tos : e n a d ita mesa os Desembargadores não despachar nos derradeiros dias antes do
se occuparão em o u tra cousa nos taes dias. spaço todos os fe ito s , que stiverem em
R elação, que p e r petição ju n ta aos autos
M .-liv . i t . 1 § 17.
S .-p . 1 t. 51. 3 §3. se mandassem a ella v i r : em m odo, que
n en h u m delles fique no spaço das feria s
is. It e m mandamos que n en hu m Desem
bargador tom e petição algum a, em que se p o r despachar.
re q u e ira m andar i r os autos á R e la ç ã o ; e a M .-liv . 1 1 .1 S48.
p arte , que a q u ize r d ar, aggravando-se p e r 81. E no mesmo fim de cada anno m an
tal petição dos Corregedores da C o rte, e dará faze r h u m ro l a cada h u m dos S c ri-
Julgadores da Cidade de Lisb oa, ou dos lu vães de todos os fe ito s , que na Casa da
gares d en tro de cinco legoas d ella , a dê ao Supplicacão no ta l anno se despacharam
R eged or, ou aos P o rte iro s da R elação, para finalm en te, e de quantos lh e ficaram p o r
ue lh a dèm na m esa, e elle a veja com os
S
desembargadores dos A ggravos. E os ditos
P o rte iro s , quando taes petições lhes forem
despachar, p ara pelo d ito r o l sabermos os
feito s, que cada h u m Desem bargador des-
achou, e os que ficam p o r despachar, e
dadas, as tom em , e com d ilig encia as ap-
presentem ao R eg ed o r, sem p o r isso leva
E íes m andarm os d ar despacho no anno
seguinte.
rem cousa alguma. E as petições, que se M .-liv . 1 1. l S 45.
despacharem ( 3) , p e r que m andem le v a r os
22. E bem a s s i, antes que e n trem as
autos à R elação, que fo rem sem sinal do
f e r ia s , elegerá h u m D e sem b arg ad o r, que
R eged or, havemos p o r b e m , que não va
no tem po delias v e ja os fe ito s , e carton os
lh a m , n em se faça obra algum a pelo tal
dos Scrivâes do C r im e , e faça execu tar
desem bargo: e o s c riv ã o , que as a ju n ta r ao
todas as penas e condenações de d i
fe it o , seja suspenso do O fficio p er seis
n h e iro (1 ), que naquelle anno se aplica
mezes. E posto que o R eged or seja em
ra m p ara as despesas da R elação , ou para
o p in iã o , que os autos nâo ven h am à R e
outras obras pias (2).
lação, se os Desem bargadores dos A g g ra-
vo*s forem em m ais vozes que ven h am , porá L. de 18 de Novembro cie 1577 § 53.
seu sinal na d ita p etição. E s e no m an dar (4) 23.
E quando fallecer algu m Desm barga-
aju n tar estas petições h o u v e r desvairo entre
d o r, que tiv e r Officio n a d ita Casa, o R e
os Desembargadores, de m an eira que tres, gedor n o l-o fará logo s a b e r, p ara Nós
ou m ais votem , todos assinarão no des p roverm os n a p ro pried ade , ou se rv in tia ,
pacho. como fo r mais nosso serviço. E em quanto
M . - liv . 1 1 . 1 S 47. não p roverm os, m andam os, q ue sendo vago
o O fficio de C hanceller, o s irv a o Desem
19. E p ara o R eg ed o r m e lh o r ordem ter
bargador dos A ggravos m ais antigo . E sendo
no despacho das p etiç õ e s , o rdenará que
o de algum dos Corregedores do C rim e da
C orte (3), o u do C iv e l, o s irv a o com pa-
(1) Monsenhor Gordo sustenta em sua obra que o
final deste paragrapho fo i extrahido do A l. de 6 de
Julho de 1569, segundo a Apost. de 21 de Junho (1) O Ass. de 23 de A| rosto de 1719 providenciou
sobre o modo de arrecat [ação dessas penas, e mais
de 1576. propinas do Tribunal.
(2) A Carta do Governo de 17 de Março de 1634 dava
providencias sobre o modo de acudir-se ao serviço re- (2) A arrecadação das penas e condemnações com
commendado neste paragrapho, sem prejuízo de outros destino aos captivos foi regulada pelo D. de 16 de
extraordinários ou fóra dos dias aqui designados. Maio de 1640.
(3) Sobre a substituição no impedimento dos Corre-
(3) Sobre o dia da apresentação dos autos em Rela
ção, e respectiva suspensão, consulte-se os Ass. de 25 gedores consulte-se os Ass., de 11 de Janeiro de 1628,
10 de Julho de 1653s 6 de Julho de 1655, e 5 de Julho
de Agosto de 1701, e de 18 de Novembro de 1719.
(4) Vide Gabedo Dec. p. 2 A r. 92. de 1674.
TIT13LÔ 1 s
n h e iro , e o mesmo será, fallecendo algum e outras não. P o ré m nos Officios de M e i
dos Juizes de nossos feitos. E sendo vago rin h o s , A lc a id e s , e seus Scrivâes poderá
o O flicio de algum dos Desembargadores p ro v e r as pessoas, que lh e p a re c e r, que
dos A ggravos, ou dos O uvidores do C rim e, m e lh o r podem s e rv ir, não passando o dito
se d istrib u irão de novo os feitos pelos tem po de dous mezes.
outros. E nos m ais O fficios, que se ser Ref. de 27 de Julho de 1582 g 10.
ve m p e r Desembargadores, o R egedor en-
26. E poderá d ar os Officios dos S o lici
com m endará a se rv in tia a outros Desem
tadores, Cam inheiros e Pregoeiros da Casa
bargadores da Casa, que Officios não
da Supplicaçâo às pessoas, que para ello
ten h am , até Nós proverm os. lh e parecerem pertencentes, e lhes passará
Ref. de 27 de Julho de 1582 § 6. suas cartas.
24. E sendo algum D esem bargador, que M . - liv . 1 1 .1 §37.
O fficio te n h a , absente, ou im p e d id o , de S. - p . 1 1. 29 1.1 pr. e § 5.
m a n e ira que não possa s e rv ir, ou desem 27. E se algum Desembargador, ou Offi
b argar os feitos, que a elle p erten cem , ou cial tiv e r alguma tal necessidade, p o r que
os que lhes stiverem com m ettid os; o Rege lhe convenha d e ix a r de s ervir na Relação
d o r p o rá o utro em seu lu g ar, que os des algum tem po, o R egedor lh e poderá dar
em bargue, segundo pertencia fa z e r ao tal lugar e licença (1) p er alguns dias, com
Desem bargador absente, ou im p ed id o , de tanto que não passem de vin te em partes,
m a n e ira que p o r fa lta dos ditos Desem bar ou ju n tam en te p e r todo o anno. E havendo
gadores p rincip aes os feitos não sejam re causa para lh e serem dados mais que os
tardados. E tanto que cessar o d ito im pe ditos v in te dias, será p er nossa special P ro
d im e n to , ou absencia, o Desem bargador visão (2). E quanto â licença, que póde dar
reco lh erá seus feitos no p on to e stado, em aos Scrivâes da Corte, guardará o que he
que os achar, sem ficar algum feito áquelle, Dos Scrivâes
conteúdo no T itu lo ( 2 4 ) :
a quem o d ito O flicio fo r com m ettido. E dante os Desembargadores do Paço.
fazendo o Regedor commissão, seja sempre M . - liv . I t . 1 § 38.
á pessoa, que ten h a letras e partes para Ref. de 27 de Julho de 1582 § 7.
bem s e rv ir o ta l cargo, que assi lh e fò r 28. A s audiências dos aggravos e appel-
c o m m e ttid o ; p o rém não fará a ta l com - lações, e Juizo da C hancellaria se farão ás
missâo á D esem bargador, que O flicio outro terças feiras, q uintas e sabbados de cada
ten h a n a Casa ( i ) . E vind o algum a das semana. E as do Juizo dos feitos da Coroa
partes com embargos â alguma sentença in - e Fazenda, e O uvidores do C rim e, se farão
te rlo c u to ria , ou d efin itiv a , dada p e r aquelle, ás segundas, quartas e sextas. E quando
a quem o d ito O flicio fo i com m ettido, elle arecesse ao R egedor, que as audiências se
conhecerá dos taes embargos (2), se na casa
s tiv e r ; e não stando n ella , então conhecerá
S eviam faze r em outros dias (3), p o r taes
necessidades, ou casos, que sobreviessem,
defies o J u iz p ro p rie tá rio do O flicio . o rd en al-o -h a, como fò r m ais nosso serviço,
M —liv . 1 1. 1 § 30. e bom despacho dos feitos e das partes, em
Ref. de 27 de Julho de 1582 § 6. m an eira que os feitos se não retardem ,
25. E quando algum O flicio de S crivão, antes sejam com mais brevidade despacha
E n q u e re a o r, D is trib u id o r, C o ntador, M e i dos, porque este he o mais p rin c ip a l res
rin h o , A lc a id e , o u o utro sem elhante da p eito , que se deve ter.
Casa da S upplicaçâo, se não s e rv ir, polo
M .—liv . 1 t. 1 §§ 16, 17 e 18.
p ro p rie tá rio ser m o rto , absente, o u im pe
d id o , o R egedor não p ro verá pessoa alguma 29. O R egedor se in fo rm ará cada m ez, se
d a s e rv in tia dos taes O fficio s; e stando Nós as audiências da Casa são bem feitas, e se
n a cidade de L isboa (onde temos ordenado os Scrivâes de cada hum a audiência vão
que a Casa sempre resida), n o l-o fa rá saber, continuadam ente p rim e iro que o Desem
p ara N ós proverm os a quem houverm os bargador, e se tom am os termos nas au
p o r bem . É não stando Nós na d ita cidade, diências, e os screvem logo nellas em seus
poderá o R eged or p ro v e r na se rv in tia dos liv ro s e cadernos, que para isso terão. E
ditos O fficios p er tem po de dous mezes só- assi, se o M e irin h o das cadêas vai ás au
m ente ( 3 ) , os quaes acabados, os não refor diências, como he o b rig a d o ; ou quando
m ará : e as pessoas, a que assi p ro ve r, he occupado, se m anda lá os hom ens, que
serão das que já tem semelhantes Officios, são ordenados. E achando que os Desem -
bargíulores, que fazem as audiências (1), T itu lo (2 4 ): Dos Scrivães danie os Desem
não olham p o r isso, os amoestc que o fa bargadores do Paço e dos Aggravos.
çam c u m p rir, castigando os que achar n e- M .-liV. 1 1. 1 § 42, Ct. 20
gliçentes, como fo r d ir e ito ; do que m anda- S .-p . 11. 281. 1 §9, e t. 29 1. 1 § 5.
inos ao R egedor, que ten h a m u ito cuidado, 32. E tira rá cada anno devassa dos A d v o
porque de os Scrivães o não fazerem assi, gados, que são negligentes e faltam nas
se retardam os despachos dos feitos. A u diências, e dos que retard am os feitos (1),
M .-liv. 1 1. 1 S 21. e dos .1uizes, que não dão â execução a O r
30. E o R eged or com os Corregedores do denação, que m anda, que os Advogados
Crim e e seus S c r iv ã e s ,c o m os Desem bar sejam condenados em dez cruzados, não
gadores, que lh e parecer, vis ita rá as ca dando os feitos nos term os, qne lhes fo r
dêas (2) hum a vez ao menos em cada m ez, m andado. E assi tira rá devassa de todos
na d errad eira sexta fe ira , ou sabbado delle, os m ais Officiaes da Casa, p a ra so saber
fazendo audiência geral aos presos, e tra como cada h um cum pre com sua obrigação.
b alhando, quanto fò r possivel, p o r se des L. de 1C do Setembro de 158G § 6.
pacharem as suas causas com justiça e b re 33. T ra b a lh a rá de saber, como o M e ir i
vidade (3), p rin c ip a lm e n te dos que fo rem nho da C o rte, e o das cadêas servem seus
presos p o r casos leves. E a p rim e ira cousa, Officios, e se nelles satisfazem com as cou
de que se in fo rm arã o , será, se se correo sas, que são o b rig a d o s , e se trazem os
a fo lh a , conform e ao que se d irá no L iv ro hom ens, que lhes são ordenados, c se são
q u in to , T itu lo (12 5 ): Como se correrá a taes, como cum pre p ara as cousas da ju s
folha: castigando os que acharem culpados. tiça. E achando que o M e irin h o da Corte
Ref. (te 27 de Julho do 1582 § 57. fa*z o que não deve em seu O fficio, amoes-
31. E p ro verá sobre os Scrivães da Casa ta l-o -h a ; o sendo suas culpas taes, p o r
da S u p p licação , se fazem íielm ente seus ue se deva p ro ced er contra e lle , m an-
O fficios, e se são diligentes no serviço alo-ha faze r, segundo ellas m erecerem . E
d elle s , ou de m á resposta ás partes, ou se achar que os hom ens, que tem , não são
scandalosos, ou lhes levam de suas scrip - os que devem , e do que não h o u v e r boa
turas mais do que lhes he ordenado. E inform ação, m an dar-lh os-ba d esp edir, e to
bem assi dos D istrib u id o res e So licitado m a r outros, que hem s ir v a m .. E quanto ao
res da Justiça, se cum prem com as obriga M e irin h o das cadêas, se achar que faz o
ções de seus Officios, tira n d o em cada h um que não deve, e fò r com prendido em erros,
ânno sobre isso devassa delles (4). E assi p o r que lho pareça razão suspendel-o do
poderá tira r as testemunhas, que lh e bem O fficio, pod el-o-h á fa ze r, e m andará p ro
parecer, quando algum a parte se lh e quei ceder contra e lle , como lh e parecer ju s
x a r de algum Scrivão. E o que achar que tiça, e n o l-o fará s a b e r, para pro verm o s,
fazem m al, fa rá em endar, em m odo que como fo r nosso serviço. E acerca dos ho
elles satisfaçam com o que devem . E mens guardará o que ° d ito h e nos do M e i
achando alguns com prendidos em erros, rin h o da Corte.
p o r que m ereçam castigo nas pessoas ou M. - liv . i t . l § 41.
nos Officios, rem etterá as culpas ao Juiz 34. Ite m , p ro verá m u ito a m iú do sobre
da Ch-ancellaria. E podel-os-ha suspender, o C arcereiro da C o rte , sabendo se serve
quando pela devassa, ou in q u iriç ão lhes bem seu O ffic io , ou faz n elle o que não
achar tal culp a, p o r que com razão o deva deve, m andando tir a r sobre isto devassa:
fazer. E tan to que fo rem suspensos, nol-o e trabalh ará que p o r descuido, ou negli
fará saber, p ara mandarmos proceder con gencia não possa faze r o q ue não deve.
tra elles p ela m an eira, que nos parecer, E poderá castigar o Pregoeiro da Corte,
não tolhendo porém ao C hanceller da Casa se não fize r seu O fficio, como he obrigado.
e ao Juiz da C hancellaria poderem entender
M .-liv . l t . 1§43, e t . 25S3.
nos ditos Scrivães, segundo em os R e g i
mentos de seus Officios he declarado. E 35. E p ara que os feitos crim es se des
assi mais conhecerá o R egedor com os pachem mais m teiram en te, o R eged or de
Desembargadores, que lh e bem parecer, da clarará p e r sua le tra os nomes dos O u v i
culpa do Julgador, ou S crivão , em cuja d o res , que hão de conhecer delles. Os
mão se perderem os feito s, como se d irá no quaes o D is trib u id o r d is trib u irá cm nu
m ero igu al ( 2 ) , sem fazer o u tra algum a
(1) Vide o Ass. de l i de Novembro de 1127. declaração.
(2) No § 7 do A l. de 31 de Março tie 1742 se re- L. de 18 de Novembro de 1577 § 54.
commenda que se faça nas cadêas repetidas visitas á
bem da repressão dos delictos.
(3) O D. de 25 de Janeiro de 1668, o A l. de 18 de
Maio de 1734, o Ass, de 4 de Dezembro de 1637 re - (1) Esta medida foi também reproduzida no § 3 do
commendão a brevidade dos despachos e julgamento A l. de 31 de Março de 1742.
dos presos, tomando-se providencias á respeito da es- (2) O A l. de 22 de Novembro de 1613 providenciava
cripturação das prisões. sobre a distribuição dos feitos, exigindo que em tres
(4) Essa devassa foi de novo recommendada ao Re dias da semana fosse o Distribuidor á Relação para
gedor em D. de 14 de Julho de 1654. desempenho do encargo cm presença do Chanceller.
TÍTULO I 7
36. E quando algum a p arte p er inform a v e r á , não stando a Casa, onde N ós sti-
ção se aggravar de algum Official da Jus verm os. O que tudo de novo lh e torna
tiç a , e no aggravo apo ntar cousa, que o mos a encom m endar e m andar,
in fa m e , o R egedor em Relação com acordo
M .-liv . 1 1. 1 § 44.
dos Desembargadores conheca deite. E se
acharem que a in fa m ia não *he verd adeira, 40. Ite m ao R egedor pertence m andar
a farão em endar ao que a poz, p er p risão, fazer os pagamentos (i) aos Desembarga
e p er pena c o rp o ra l, ou p e c u n iá ria , ou dores aos quartéis, p er ro l per elle assi
p e r reprehensão de p a la v ra , segundo a qua nado. E no m antim ento delfes se não fará
lid ad e do caso e das pessoas.' E achando embargo (2) a req uerim ento de credor al
q ue o O fficial fo i infam ado com ra z ã o , o gum , senão p er mandado do R e g e d o r; e
R eged or o deve re p reh en d er publicam ente o thesoureiro, que o h o u ve r de pagar, não
p erante os outros Officiaes da R e la ç ão ; e guardará algum outro embargo feito no
se m erecer m ó r pena que reprehensão, d ito m a n tim e n to ; o qual lh e não m andará
com acordo dos Desembargadores lh e faça o Regedor embargar p o r d ivid a alguma,
todo em endar, e castigar com a pena, que senão quando achar que o Desembargador
v ire m que m e re c e , conform e a qualidade fez em seu Officio cousa, p o r que lhe
d a culpa. deva ser embargado.
M .-liv . i t . 1 § 14. M .-liv . 1 1.1 § 34.
37. A o R egedor pertence p ro ve r e con
41. E p er seus A lv a rá s m andará pagar (3)
servar os stilos (1) e bons costumes acerca
ao Scrivão de nossos feitos, Carcereiros,
d a ordem dos feito s, que sempre se cos
Guardas da cadêa, M in is tro s da Justiça,
tu m ara m e g uardaram n a d ita Casa. E
P o rte iro s , Cam inheiros da Relação, Cor
não consentirá que Desem bargador algum
red o r das folhas, S o licitad o r da Justiça, e
e n tr e , nem stê n a Relação com spada,
quaesquer outros Officiaes da C asa, que
p u n h a l, adaga, ou o u tra q ualqu er arm a.
tive re m m a n tim e n to , ou ordenado. E
M .-liv . 11. l S 19. quando m andar pagar aos Cam inheiros,
38. E bem assi lh e pertence p ro cu rar Corredores das folhas, e S o lic ita d o r, o fará
h o n ra e mercê aos Desembargadores e ou com certidão do P ro m o to r da Justiça, de
tros Officiaes da Justiça da Casa (2), sobre como tem servido como d e v e m , o sem
ue tem o R eg im en to , e fazer-lhes guar- ella não. E bem assi m andará pagar do
a r seus p riv ilég io s . d in h e iro das despesas da Relação ao Ca-
pellào delia. P o rém a n en hu m Desembar
M .-liv . i t . 1 § 15.
gador, nem Official m andará pagar o tempo,
39. E se alguns Senhores de terras, ou ue não s e n d o , salvo stando doente na
pessoas, que tem jurisdições, usarem de o rte, ou indo p er nossa licença, ou sua
m ais ju ris d iç ã o , que a que pelas doações das
fó ra (4).
d itas terras lhes he dada., o Regedor lh o não
consinta, e proceda con tra elles, como p er M .-liv . 1 1. 1 §§ 7. 34 e 35.
Ref. de 27 de Julho de 1582 § 55.
d ire ito deve fa z e r. E olhe p o r isto, como
p o r cousa mais p rin c ip a l, e as mais vezes 42. I t e m , m andará pagar das despesas
q u e lh e fô r possivel, p ara se p ro v e r, como da Relação ás testem unhas, que p o r bem
f ò r nosso serviço. E sendo as pessoas, que de justiça forem mandadas v ir á Corto teste
isto fizerem , dé q ualidade que nol-o deva m u n h ar. A s quaes nunca mandarão v ir
fa z e r saber, o d ir á a N ó s, ou nol-o scre- p ara se pagarem das despesas da R ela-
ção (1), senão p e r m andado do R egedor, , fam a, que disso h aja, cham ará o D esem
que o m andará com acordo da Mesa grande, | bargador, ou O ffic ia l, que nos ditos de
ou quando fo rem cinco Desembargadores feitos, ou em cada h u m delles fò r c o m -
Juizes da causa, sobre que as m andam p re h e n d id o , ou in fam ad o , e apartadam ente
v ir , todos conformes, como se d irá no T i o amoeste que se emende (1 ), e considere
Dos Ouvidores do Crime da Casa
tu lo (11 ): como p o r respeito do O fficio, que de Nós
da Supplicação. tem , he h on rado e stim ado e n tre os b o n s,
e recebe de N ó s m ercê, e com outras m ais
M . - liv . l t . 1 § 20.
palavras de am oestação, que segundo a
43. E ordenará h um R ecebedor, que tequalidade da pessoa ê do caso lh e p arecer.
n h a carrego de receber o d in h e iro , que se É não se em endando p ela p rim e ira v e z ,
app licar ás despesas da R e la ç ã o , e h um d ir-lh o -h a a segunda em presença de ou
Scrivão da sua receita e despesa, e p er tros Officiaes de sem elhante O fficio, p ara
A lv a rá s p e r clle assinado se farão as des que a vergonha o o brig ue a em endar-se.
pesas d e lle , e se levarão em conta ao E quando d ah i em d ian te se não achar
R ecebedor (2). E as contas das despesas em endado, e co n tin u ar em seu m áo cos
to m ará e lle , ou quem elle o rd en ar. E man tu m e , o R eged or n o l-o fará s a b e r, p ara
dará fazer a quitação da conta, e com sua Nós com seu conselho lh e darmos o cas
vista será assinada p e r N ós. tigo, que p o r sua culpa m erecer. P o ré m ,
M . - liv . 1 1.1 §36. sendo o R eg ed o r info rm ad o p er certa in
form ação, ou p e r fam a p u b lic a , que o D es
4-t. E mandamos que n a R elação haja
em b arg ado r, o u O fficial recebeo algum a
h u m liv r o assinado e num erado p e r hum
dadiva, ou fez algum e rro em seu O fficio ,
D esem b arg ad or, que o R egedor o rd en ar,
^nol-o fará saber logo, sem lh e faze r amoes-
que o mesmo R eged or terá fechado de sua
tação, para, sabida a verd ad e, lh e darmos
m ã o ; no qual todos os Tabelliães e S c ri-
a pena, que p o r tão graves casos m erecer.
vães das Cidades, V illa s , Concelhos e L u
E os que ach ar, que v iv e m b em , e fazem
gares do districto da Casa da Supplicação,
seus Officios como d e v e m , lo u v a l-o s -h a
quando tira re m as Cartas de seus Officios,
entre os o utro s, e n o l-o fará saber, para
farão os sinaes p ú b lic o s , de que houve
receber de Nós a h o n ra , fav o r e m ercê,
rem de u s a r, e n u m term o de sua le tra ,
que m erecer, p ara que a h o n ra e m ercê,
p ara na R elação, quando c u m p rir a bem
que os taes de Nós receberem , e o castigo,
íle ju s tiç a , se" poderem v e r e cotejar os
que dermos aos que taes não fo rem , p o r
ditos sinaes c le tra (3). E outro ta l liv ro
suas culpas, seja a outros exem p lo , para
haverá na Casa do P o rto , para os Tabelliães
se guardarem de mãos costumes, e v iv e re m
e Scrivães dos Lugares e Concelhos do seu
como devem .
d istricto.
M . - liv . 1 1 .1 § 8 .
L. de 18 do Novembro de 1577 § 19.
46. N o d errad eiro d ia de A gosto em cada
45. E n tre as cousas princip aes do Officioh u m anno m an dará fix a r n a p o rta da R e
de Regedor h e , com cuidado e vig ilâ n c ia lação A lv a rá , p e r que n o tifiq u e aos D es
saber como os Desembargadores e Officiaes, embargadores , que h e concedido spaço
que p ara adm inistração da justiça são de pelos dous mezes seguintes, e que ao te r
putados, v iv em e usam de seus (jfficios (4), ceiro d ia de N o vem bro venh am c o n tin u a r
convém a saber, se são negligentes e re seus Officios á d ita Casa na cidade de
missos em seus despachos, ou se são scan- Lisboa, onde reside. E m andará aos S c ri
dalosos às partes, ou se h a nelles outros vães e outros Officiaes d elia , que ao d ito
defeitos taes, p o r que seus Officios não term o sejam presentes. E naquelle tem po
sejam s e rv id o s , como o devam ser. E do spaço levan tará as residências aos q ue
quando assim o achar p e r inform ação, ou andarem p e r carta de se g u ro , ou sobre
alvará de fiança. E os que andarem presos
(1) A providencia deste paragrapho, aliás de summa sobre suas tíom enagens, ficarão na d ita
importância, foi reforçada com a declaração do Ass. cidade. E assi a h u n s , como a o u tro s,
de 22 de Dezembro de 1644. m andará, que pareçam n a R elação ao d ito
(2) O Ass. de 28 de Setembro de 1751 declarava que
as condemnações para despezas, pagas pelos Réos, term o.
não serião restitui das pelo rcspectivo Thesoureiro, ainda M .-liv . 11.1 §39.
que se reformassem as sentenças. Ref. de 27 de Julho de 1582 pr.
Consulte-se ainda sobre as despezas e propinas da
Casa da Supplicação, a C. R. de 14 de Dezembro de 47. E quando p o r algum caso m an darm o s,
1815, e R. de 9 dc A b ril de 1821.
(3) As Camaras Municipaes devem te r um livro que a Casa da Supplicação se m ude da c i-
onde os Tabelliães lancem os seus signaes públicos.—
Port, de 9 de Setembro de 1829.
Vido O rd. do liv . 1 t. 90 § 1, e 97 § 5. Corrêa (1) A C. R. de 8 de Junho de t622 providenciou
Tellcs —Manual do Tabellião Cap. 1 p r. pag. 8. acerca da suspeição dos Desembargadores, e do modo
(4) Por A v. de 27 de Julho de 1820 exigia-se do de proceder com elles por parte do Regedor. Consul
Regedor annualmente informações particulares dos te-se também os D. de 14 de Fevereiro de 1648, 29 de
Ministros e Officiaes da Casa da Supplicação. Maio de 1654, e 16 de Junho de 1669 sobre as preemi
Vide também a Port, de 24 de Julho, e A v. de 2 nência» do Regedor; e bem assim a C. R. de 7 de
de Outubro de 1829. Junho de 1605.
TITULO II 9
dade de Lisboa para alguma outra parte (1),acolhimento às partes, para que os que
mandará aposentar os Officiaes da Casa com elle tiverem que negociar, sem alguma
per hum Scrivão, que irá diante fazer o difficuldade o possam faze r: e de tal en
aposento, como o faz o nosso Aposenta- tendimento e memória, que saiba conhecer
dor. E se alguma pessoa se aggravar delle, os erros e faltas das scripturas, que per
o Regedor conhecerá do aggravo. elle hão de passar, e que- se lembre, que
M . - liv . 1 1. X ss 51 e 52. não sejam contrarias humas a ou tra s; e
de tão bons costumes e auctoridade, que
43. E quando o Regedor fò r absente,
seja merecedor do lugar, cm que per Nós
ficará em seu lugar o Chanceller da Casa.
lie posto.
E não stando ahi o Chanceller, o Regedor
E deve amar a Nós e a nosso Stado,
deixará em seu lugar o Desembargador
de maneira que possa e saiba servir o dito
dos Aggravos, que fò r mais antigo (2), ou
Oíficio, corno he obrigado, e como cumpre
nol-o fará saber, para provermos nisso,
a nosso serviço, e a bem de nossos \as-
como fò r nosso serviço.
sallos c povo.
M . - liv . i t . 1 §53.
M .- liv . 1 1. 2 p r.
1. E tanto que o dito Officio fò r pro
T IT U L O I I
v id o , antes de o s e rv ir, nem delle em
cousa alguma usar, o Presidente da Mesa
Do Chanceller M ór (3).
do despacho dos Desembargadores do Paço
lhe tomará juramento na dita Mesa diante
O Officio de Chanceller M ór he do grande
os Desembargadores; e em ausência do
confiança, e de que m uita parte da Justiça
Presidente lhe tomará o juramento o Des
pende.
embargador mais antigo da dita Mesa.
P or tanto devemos para elle escolher
pessoa, que seja de boa linhagem e de bom M .- liv . 1 1 .2 § 2 .
entendimento, virtuoso, letrado e de bom 1 3
2 2 . Ao Chanceller M ór pertence ver com
boa diligencia todas as cousas, que per
qualquer maneira per Nós, ou pelos Des
(1) A Casa da Supplicação desde o reinado dos P hi
lippes nunca mais mudou-se de Lisboa até a sua ex- embargadores do Paço, Vedores da Fa
tincção em 1826, mas com a vinda da Fam ilia Real zenda, Desembargadores delia, Provedor
em 1808 para o Brasil creou-se outro Tribunal da M ór das obras e terças, Anadeis Móres
mesma natureza e designação, a que ficárão subordi
nadas as causas que se julgavão na antiga Relação do dos Espingardeiros e JSésteiros, Monteiro
Rio de Janeiro. M ór, Physico M ór, Cirurgião M ór forem
Este novo T ribunal foi creado por A I. de 10 de passadas e assinadas, ou per quaosquer
Maio de 1808, soffrendo diversas, mas pouco im por
tantes modificações, até sua extíncção em 1833. Os mem outros OíTiciaes da Corto, cujos despachos
bros daquella Relação passárão a servir como Desem houverem de passar pela Chancellaria, t i
bargadores da Casa da Supplicação do B rasil, sendo rando as cartas e sentenças, que forem
por esta substituída a mesma Relação do Rio de Ja
neiro, que foi cxtincta.
passadas na Casa da Supplicação, e pelos
Yide D. de 29 de Julho de 1808, A v. de 30 do Desembargadores della. E vendo o Chan
mesmo mez e anno, A I. de 6 de Maio de 1809, e de celler M ór pela decisão da carta ou sen
13 de Maio dc 1813.
(2) O Ass. de 20 de Julho de 1606 providenciou
tença , que na do sellar, que vai expres
ácerca da substituição do Regedor na ausência do samente contra as Ordenações, ou D ireito,
Chanceller da Casa da Supplicação. sendo o erro expresso na dita carta, ou
Depois da creação da nova Casa da Supplicação do
Brasil tomárão-se differentes providencias sobre taes
sentença, per onde conste scr nenhuma,
substituições o impedimentos. não a ° sellará, mas ponha-lhe sua glosa,
Vide Av. dc 17 -de A b ril de 1823, Port, de 28 de quando as cartas, ou sentenças forem as
Fevereiro de 1825 e A v. de 3 de Janeiro de 1831.
(3) Este cargo fo i abolido, e suas obrigações, menos
sinadas pelos ditos Officiaes. E stando a
as glosas, são exercidas pelo Supremo Tribunal de Corte fóra da cidade de Lisboa, o Chan
Justiça, em vista da L . de 22 de Setembro de 1828 celler M ór passará as cartas e sentenças
a rt. 2 § 9. dos feitos e causas, que o Corregedor "da
E ra um dos primeiros empregos da antiga Monar
chic Portugucza. Corte despachar, postocrue a Corte stê
Pelo D. de 19 de Novembro de 1766 não tinha dentro das cinco legoas donde a Casa da
substituto necessário; nas vagas occupava o lugar o Supplicação stá. E indo o Corregedor do
Desembargador mais antigo.— D. de 6 de Novembro
de 1794. lu g a r, donde stivermos, á Casa da Sup
Com a mudança da Córte Portugucza para o Brasil plicação despachar algum feito, passará a
em 1808 fo i creado um Chanccller-mór privativo por cartaj ou sentença pelo Chanceller da Casa.
A l. de 22 de A b ril do mesmo anno § 9, servindo nos
seus impedimentos o mais antigo Desembargador da S .-p . i t . 11 .1 § § 2 e 3 l . 2.
Casa da Supplicação. —A l. de 10 de Maio de 1808 § 8.
Pela L . de 4 de Dezembro de 1830 a Chancellaria-mór 3. E quando o Chanceller M ó r tive r
foi também abolida, e transferindo-se para a Secretaria dúvida a haver de passar pela Chancellaria
de Estado dos negocios da Justiça o grande e o pe algumas Provisões assinadas per Nós de
queno 8ello (art. 5), passou o respectivo M inistro a
servir de .ChaneeUer-mór, ou como diz aquella L e i, cousas despachadas pelos Desembargadores
Chanceller do Im pério. do Paço, ou per outros Officiaes da Corte,
As outras attribuições ficárão a cargo das diflercn- as praticará com os Desembargadores do
tes Secretarias de Estado, e as receitas de certos im
postos cobradas pelo Thesouro Nacional. Paço, para com elles ver se passarão. E
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
10
M .- liv . 11. 2 s 4.
assentando, que não devem passar, as S. - p . l t . 1 1 .1SS4C12.
romperá logo , pondo nas costas delias*
como foram rotas, por se determinar, que 5. O Chanceller M ó r mandará aos Scri-
não haviam de passar. E quando lhes vães, que façam as Cartas e sentenças
parecer, que devem passar com alguma bem scriptas, e po r sua mingua não sejam
declaração, ou limitação, põr-se-ha o des glosadas, nem as partes p o r isso detidas.
pacho conforme ao que assentarem, e disso E sendo alguma glosada de modo, que se
se fará Provisão para se assinar per INos. deva fazer outra de n o v o , se o erro tô r
E quando o Chancellor M ór tive r dúvida p o r culpa do Scrivão, o Chanceller M or
em haver de passar pela Chancellana al lhe fará logo tornar â parte o dinheiro,
gumas Provisões feitas em nosso nome, ou fazer-lhe outra de graça. E se fò r por
e assinadas pelos ditos Desembargadores culpa dos Desembargadores, que a pas
do Paço, ou outros Officiaes da Corte, de saram, elles pagarão ao Scrivâo, e o Chan
cousas, que elles podem assinar, praticará celler M ó r determinará p o r cuja culpa se
as taes dúvidas com os ditos Desembar glosou.
gadores, e se cumprirá o que elles deter M .-liv . 1 1.2§ 5.
minarem, assi acerca de haverem de passar s. - p . 1 1 .1 1 .1 S 5.
pela Chancellaria, ou não, como em se c. Tanto que as Cartas forem vistas pelo
fazerem em outra fórma com alguma li Chanceller M ó r, e achar que nellas nao
m itação, ou declaração. E para se isto ha dúvida, para deixarem de passar, pora
assi c u m p rir, irá em cada semana hum nellas seu sinal costumado, segundo os
dia á Mesa do despacho dos ditos Desem sellos forem , e as mandará sellar perante
bargadores do Paço com as dúvidas; e si ao Porteiro da Chancellaria , e metter
quando assi fò r , não se tratarã .0 outros cm um sacco, que o dito Porteiro cerrará
negocios, até sc tomar determinação nellas. e sellará, e o levará direitamente á Casa
No despacho das quaes serão todos os da Chancellaria sem detença alguma^para
Desembargadores, que se acharem na Mesa se darem às partes perante o Recebedor
com o dito Chanceller M ó r, e não será e Scrivâo delia.
presente nenhum Scrivâo da Camera, salvo M . - liv . 1 t . 2 § c .
sendo chamado. E sendo as glosas, ou S. - p . 1 1. 11. 1 § 6.
dúvidas postas ás Cartas, ou Provisões, 7 . O Chanceller M ór conhecerá de todas
que passarem os Vedores da Fazenda, as suspeicões (1), que forem postas aos
ou outros Officiaes delias, parecendo aos Desembargadores do Paço, Védores da Fa
ditos Desembargadores do Paço, que deve zenda, e Desembargadores delia, e a t°uos
ser ouvido o Procurador de nossa Fa os mais Officiaes acima nomeados (z). F,
zenda, lhe mandarão recado, para se achar commetterà os feitos, em que houver os
presente o dia, em que o Chanceller M ór ditos Desembargadores e Oíiiciaes p o r sus
as levar â Mesa dos ditos Desembargado- peitos, ou se elles lançarem, depois de ser
res do Paço. a suspeicâo procedida per e lle ; e fará as
S .- p . 1 1. 11. 3. commissões à outros Juízes, que lhe hem
Al. de 22 de Dezembro de 11354. parecer: salvo nas suspeicões, que julgar,
Ref. de 27 de Julho de 1582 pr. dos Védores da Fazenda, porque depois
Al. de 8 de Maio de 1580.
de julgados por suspeitos, não commetterà
4. Achando o Chanceller M ór algumas os feitos a outrem em seu lugar, mas as
Cartas ou Provisões de graça, contra nos partes neste caso, ou lançando-se cada hum
sos d ireito s, ou contra o p o vo , ou Cle dos ditos Officiaes por suspeito, antes
re zia , ou outra alguma pessoa, que lhe da suspeição procedida, nol-o requererão,
tolha, ou faça perder seu direito, não as para nomearmos outro O fficial, que do
assinará, nem mandará sellar, até que fatie negocio conheça.
conmosco. E as Cartas, em que dermos S .-p. 1 1.11.1 §7 e t . 3 1. 3.
alguma cousa do nosso, não as sellará,
8. E poderá ju lga r as suspeicões postas
sem prim eiro serem registradas na Fa
a cada huma das pessoas acima ditas,
zenda pelo Scrivão, que para isso fò r
postoque lhe seja suspeito, não se tratando
ordenado, e as Nós desembargarmos pela
nas suspeicões da h o n ra , ou interesse
emmenta, sendo taes, que pela dita em-
menta devam passar. E as Cartas, que
per ella passarem, não as assinará, até ver (1) O A l. de 16 de Agosto de 1644 declarava que o
a dita emmenta, a qual o Scrivão da Chan Chanceller-mór era competente para conhecer das
cellaria lhe mandará mostrar. E o mesmo suapeições intentadas ao Commissario geral da Bulia
da Cruzada, quando procedesse na cobrança do seu ren
fará nas Cartas, que passarem per quaes- dimento ; bem como lhe competia conhecer das que
quer Officiaes, que houverem de i r á em crão postas aos Desembargadores do Conselho U ltra
menta. E as Cartas, que passarem pelos m arino.—Ass. de I I de Dezembro de 1674.
(2) Também conhecia o Chanceller-mór das suspei-
Desembargadores do Paço, que houverem ções postas ao Regedor da Supplioação, Presidente e
de levar nosso passe, as não passará, sem Governador da Casa do Porto, por virtude da C. l i
ve r o dito nosso passe. de 13 de Fevereiro de 1606.
TITULO II 1Í
considerável da tal pessoa recusada: e que se déve pagar (1) da Chancellaria de
tratando-se de qualquer das ditas cousas, quaesquer Cartas, ou Alvarás, que per
não conhecerá da suspeição, e será dado ella passarem, com os Desembargadores,
outrem em seu lugar. E havendo dúvida, que Nós para isso ordenarmos, sem ap-
se se trata de alguma das ditas cousas, a pellaçâo, nem aggravo. E todos os outros
pessoa, a que fò r posta a suspeição, ao casos”, de que o conhecimento lhe per
tempo de aepôr a ella poderá allegar as tence, despachará per si só. E cada huma
causas, por que o dito Chanceller M ór não das partes, que delle se sentir aggravada,
deve conhecer della, com as quaes a sus poderá aggravar per petição á Mesa dos
peição irá logo aos Desembargadores do Desembargadores do Paço.
Faço, que determ inarão, se deve conhe M . - liv . 1 t. 2 S§ 27 e 34, e t. 13 § 3.
cer delia, ou não. E entretanto não irá S. - p . 1 1. 1 1. 1 § 10.
com a suspeição por diante. 12. O Chanceller M ór dará juramento a
Ass. de 12 de Dezembro de 1572. todos Officiaés e pessoas abaixo declara
das, quando Nós os provermos novamente
9. Ao Chanceller M ó r pertence saber, de (M eios, e passarem suas Cartas pela
se alguns Scrivães, ou Tabelliães da Corte, Chancellaria : convém a saber, ao Condes
ou do lugar, onde ella stiver, levam mais tabre , Regedor da Casa da Supplicação,
de suas scrip turas, ou buscas, que o con Governador da Casa do P o rto , Vedores
teúdo em seus Regimentos e nossas Or da Fazenda, Scrivão da Puridade, A lm i
denações, e lhes fará tornar o que mais rantes, Marichal, Capitães dos lugares de
levaram. E se por isso merecerem outra A frica e das Ilhas, e a todos os Officiaés
mais pena, os remetterá ao Corregedor do Móres de nossa Casa e do Reino, Fron
Crime da Corte, que conhecerá disso, e os teiros M óres, Desembargadores da Casa
despachará em Relação. E isto se não en da Supplicação e do Porto, e aos Corre
tenderá nos Officiaés das Casas da Suppli gedores das” Comarcas, Ouvidores, Prove
cação, ou do Porto, postoque a Corte stê dores e Juizes de fóra. E quanto he ao
no” lugar, onde cada numa das ditas Casas Regedor e Governador, e Vedores da Fa
ha de re s id ir, porque então o conheci zenda, e Desembargadores, e Corregedores
mento pertence aos Chancereis das ditas das Comarcas, Ouvidores c Provedores, e
Casas. Juizes de fóra, dará o juramento na fôrma
S.-p. 1 t. 1 1. 1 § 8. conteúda no liv ro dos juramentos da Casa
da Supplicação. E ao Condestabre, e a
10. Item o Chanceller M ór ha de pu bli
todos os outros Officiaés acima nomeados
car (1) as Leis e Ordenações feitas per Nós,
dará juramento, que bem e fielmente sir
as quaes publicará per si mesmo na Chan- vam seus Officios, segundo per seus Re
cellaria da Corte no dia da dada das Cartas,
gimentos lhes he ordenado, e guardem
e mandará o traslado delias sob seu sinal inteiramente nosso serviço, e direito e ju s
e nosso sello aos Corregedores das Co
tiça ás partes.
marcas. E tanto que qualquer L e i, ou
Ordenação fò r publicada na Chancellaria, M .- liV . l t . 2 § 37, e t. 1 § 6.
S. - p . 1 t. 1 1. 1 § 13.
e passarem tres mezes depois da publica
13. E assi dará o dito Chanceller M ór
ção, mandamos, que logo haja effc.to e v i
gor, e se guarde em tudo, postoquè não seja juramento a todos os que Nós fizermos.de
publicada nas Comarcas, nem em outra nosso Conselho, o qual lhes será dado ao
alguma parte, aindaque nas ditas Leis e tempo, que tirarem suas Cartas da Chan
Ordenações se diga, que mandamos, que cellaria, os quaes jurarão em esta fó rm a :
se publiquem nas Comarcas; po r quanto Que bem e fielmente nos darão seu con
as ditas palavras são postas para se me selho, quando per Nós lhes fò r requerido.
lh o r saberem, mas não para ser necessário, E que inteiramente guardarão nossos se
e deixarem de ter força, como são publica gredos sem os descobrirem em tempo al
das na nossa Chancellaria, passados os ditos gum, senão quando lhes fò r mandado per
N ós, ou elles forem publicados. E assi
tres mezes. Porém em nossa Corte have
qualquer cousa de nosso serviço, que toque
rão effeito e v ig o r, como passârem oito
a nossa pessoa e stado, elles nol-o farão
dias depois da publicação.
saber o mais prestes que podérem.
M .-liy. 1 1. 2 § 9. M .-liv . l t . 2§37.
S .-p . i t . 1 1.1 §9. s. -p. 1 t. 1 1.1 § 13.
11. O Chanceller M ór determinará quaes-
quer dúvidas, que sobrevierem sobre o (1) Vide os Regimentos da Chancellaria do 10 de
Janeiro de 1S89, e dos Novos Direitos de 11 do A b ril
de 1661, e Ais. do 18 de Fevereiro de 1683, de
23 de Setembro de 1653, de 20 de Outubro de 1665,
(1) O que dispõe o Legislador neste paragrapho
passou para as diflerentes Secretarias de Estado, eia c de 8 de Maio de 1745.
Consulte-se mais acerca da materia deste paragra
vista do a rt. 2 do D. de 3 de Dezembro de 1830. pho os Ds. de 19 de Novembro de 1661, 3 de Agosto
Pelo D. de 23 de Junho de 1833 na Chancellaria do
de 1678, 3 de Dezembro de 1721 e 8 de Junho de
Im p é rio transitão as Resoluções da Assembléa Geral
1725, e bsm assim o Ass. de 30 de Março de 1666 .
Legislativa, como quaesquer Leis.
Ord . 8
12 PRIMEIRO I.IVRO DAS ORDENAÇÕES
14. E quando a cada h uma das ditasquaesqner bens de raiz atè a dita quantia,
pessoas aer o juram ento, porá nas costas e mais não, com condição que os ditmbens
da Carta sua fé per seu sinal, como lhes não sejam em nossos*lieguengos, nem em
deo o dito juramenta. E a Carta, que terras Jugadeiras, nem bens, ^que a Nós
passar, sem levar a dita fê, será nenhuma, sejam obrigados fazer algmn fóro, ou tri
o não se cum prirá, e ficará a Nós prover buto. E que os nossos Contadores e A lm o
do tal Officio, como. fò r nossa mercê. xarifes façam registrar a dita Carta de
licença nós livros dos proprios. E ás
M .-liv. 1 t. 2§ 38. compras, que p o r vigor delia se fizerem,
s. -p . 1 1.11.1 § ia sejam presentes os ditos Alm oxarifes. As
ir.. E os Corregedores, Ouvidores, Pro quaes Cartas farão registrar no dito liv ro ,
vedores e Juizes de fó ra , que servirem em maneira que em todo tempo se possa
seus Officios, antes de lhes ser dado o. dito saber, como as taes compras não passaram
juramento, serão obrigados às partes a toda da dita quantia per Nós outorgada. E
a perda e dano, que p o r isso se lhes causar, sendo caso, que sem as ditas clausulas
l i todo per elles feito será nenhum, e de passem, havemos por bem que sejam ne
nenhum vigor, como de não Juizes, nem nhumas e de nenhum vigor.
Officiaes, postoque nossas Cartas tenham. S .- p . 1 (. 1 1. 1 § 19.
M.-liv., H . I § 6. 20. E não passará pela Chancellaria Carta
alguma de p rivile g io de Bésteiro, passada
16.
E não passará Cartas, ou Alvarás al pelo Anadel M ó r, em que se contenha,
guns, que não levarem postas as pagas do que não pague Jugada de pão. E quando
que os Scrivâes, que as fizeram, levaram lhe fò r ter á mão a tal Carta, fará tira r
de feitio delias. a dita clausula.
s .- p . 1 1 .1 1.1 S u - s . - p. i t . t l . i s 20.
17.
E quando a nossa Corte não stiver 21 . P o r se evitarem alguns inconvenien
na cidade de Lisboa, onde a Casa da Sup- tes de o Chanceller M ór passar pela Chan
plicacão reside, mandará o Chanceller M or cellaria as sentenças, que em alguns casos
contar os feitos dos presos pobres, que der, e Cartas, que per si passar, nos casos,
na Corte se tratarem, e cum prirá em tudo em que o póde fazer, ou nos feitos, ern
0 que se contém na Ordenação T itu lo (24) : que fò r autor, ou reo, mandamos que o
1)os Serivãcs dante os Desembargadores do Desembargador do. Paço mais antigo no
Paco, no § (4 3 ): E quanto ao pagamento O llicio passe as ditas Cartas e sentenças.
dos feitos.' E sendo o Contador das custas E tendo o d ito Desembargador do Paço
suspeito, ou impedido, que não possa fazer alguma duvida,, ou glosa, as determinará
a dita conta, ou depois de feita a dita na Mesa, como acima fica dito que o ha
conta, as partes allegarcm erros sobre ella, de fazer o Chanceller M ór (1).
o Corregedor da Corte, que comnosco an S .- p . 1 1. 11. 4 p r.
da r, commctterá as taes contas a huma
pessoa, que bem e sem suspeita as possa 22. E quando o Chancellor M ór fò r im
fazer. E no caso dos erros, o dito Cor pedido, ou tiv e r necessidade de se absentar
regedor conhecerá delles, e os determinará, da Corte, nol-o fará saber, para nomearmos
como lho bem parecer. E quando alguma quem po r elle sirva, em quanto durar seu
parte se aggravar de sua determinação, impedimento, ou absencia.
Nós proveremos quem disso haja de co
S .-p . i t . 11.1 s ii-
nhecer.
S .-p . 1 1. 11.. 1 §§ 15 e 16. T IT U L O I I I
is. Poderá o Chanceller M ó r mandar ci
tar em todo caso, que a seu Officio per Dos Desembargadores do Paço (2).
tencer, até cinco legoas, onde a Corte
s tiv e r, per seu A lv a rá , ou Porteiro. E Aos nossos Desembargadores do Paço
nos casos, em que p o r bem de seu Officio
póde mandar citar alguma pessoa, poderá
(1) Esta attribuíção do Chaneeller-Mór passou para
dar licença á parte, ou â qualquer outra o M inistro mais antigo do Supremo T ribunal dc Jus
pessoa em seu nom e, para poder citar tiça, em vista do § 9 2a parte do a rt. 2 da Lei de 22
perante huma testemunha ao menos. de Setembro de 1828.
(2) O Tribunal ou Mesa do Desembargo do Paço
S .- p . 1 1 .11.1 §S 1“ e 18. era em Portugal o de maior graduação e auctoridade.
Ao Rey D. João I I devia-se a sua creação, e foi
19. E não sellará as Cartas, que perquem lhe deu o seu prim eiro Regimento.
Era o Rey quem o presidia até a epocha dc D. Se
Nós forem assinadas, em que dermos l i bastião, quando começou a ter presidente.
cença -a algumas Igrejas, ou Ordens, para E ra mn Tribunal de. graça e de justiça, e reunia
comprarem hens de raiz até certa quantia, muitas funeções, hoje disseminadas por outros T rib u -
naes e auetoridades subalternas, depois da sua extinc-
sem nas ditas Cartas ser posta clausula, ção por Lei de 22 dc Setembro dc 1828.
que lhes damos licença, que possam comprar Com a vinda da Fam ilia Real Portugueza para o
TITULO I I I 13
quaes fa râ c u m p rir e guardar, e lhes fará soa em seu nom e, p ara p o d er c ita r perante
to rn a r o que m ais le v ara m ; e se p o r isso hum a testem unha ao menos ( 1).
m erecerem o utra m ais pena ( 1), os rem etterâ S . - p . 1 1. 2 1 .1 § 12.
ao Ju iz da C h an cellan a (2). P o rém , stando
12. E poderá m andar c ita r (2) em todo o
Nós em Lisboa, onde a Casa re s id e , co
caso, que a seu O lficio p erte n c e r, até cinco
n h ecerá sómente do que toca aos Scrivães
legoas donde a Casa s tiv e r , p e r seu A l
da d ita Casa, para lhes fazer to rn a r o que
v a rá , ou P o rte iro .
m ais levaram , e m ais não. P o rq u e quando
Nós stiverm os na d ita cidade, o Chancel S . - p . 1 1. 21. 1 § 13.
le r M ó r p ro verá sobre os Oíliciaes d elia , 13. It e m , o C h an celler despachará em
como em seu T itu lo 2 se contém . Relação com os Desem bargadores, que lh e
o R egedor ord en ar (3), as suspeiçòes, de que
S . - p . 1 1. 21. 1 § 5.
p o r bem de seu R egim ento lhe p erten cer
7. Ite m , desem bargará em Relação quaes- o conhecim ento. E quando algu m a pesssoa
q uer dúvidas, que sobrevierem sobre o que se aggravar de algum desem bargo, que o
se deve pagar de C h an cellaria (3) de quaes- d ito C hanceller p e r si só d e r, e elle s tiv e r
q uer Cartas, que p e r ella passarem, segundo na M esa ao tem po , que se h o u v e r de des
Do Scrivão da
he declarado no T itu lo 20 : p a c h a r, se apartará para o u tra p a r te , em
Chancellaria da Casa da Supplicação. quanto se derem as vozes sobre o d ito
aggravo.
S . - p . i t . 21 .1 §7.
S.— p. l t . 21. 1 § 15, e 1. 3.
8. I t e m , stará ao exame dos P ro cu ra
14. E não passará as Cartas testem unhá
dores (4), que h o u verem de e n tra r na Casa da
veis, que se derem de alguns autos, e assi
S upplicação, e lhes passará suas certidões
as Cartas, que se fizerem p ara tira re m in
de como fo ram ex a m in a d o s , e se achou
quirições p e r artigos, sem ire m concerta
serem aptos. E os Desembargadores do
das pelo Scrivão (4), que as fez, com o utro
Paço p e r ella lhes m andarão fazer suas
S crivão , que assinará ao p é da tal C arta,
C artas, e as a ssin arão , e serão selladas
como a concertou.
pelo C hanceller M ó r .
S— p. l t . 21. 1§ 16.
S . - p . l t . 2 1. 1 § 9.
15. E as sentenças, que d e r, e as Cartas,
9. E não passará Cartas algu m as, sem que p er si passar, e as em que fô r auto r,
levarem postas as pagas do que os Scri ou r é o , as passará e assinará o Desem
vães, que as fiz e ra m , levaram do feitio bargador dos Aggravos da d ita Casa mais
delias (3). antigo no O íficio. E as glosas, que o dito
S . - p . 1 t. 2 1. 1 § lo. D esem bargador p o ze r, ou dúvidas, que t i
v e r ás ditas sentenças, ou Cartas, despa
10. Ite m , m andará contar os feitos dos
chará (5) com os mesmos Desem bargadores,
presos pobres (6) da d ita Casa da S u p p lica-
com que o C hanceller as h o u ve ra de des
cão, e c u m p rirá em tudo a Ordenação deste
p achar.
Dos Scrivães dante
L iv ro no T itu lo 2 4 :
os Desembargadores do Paço, no § 43 : S.— p. 1 t. 11. 4 pr., e a d il. t. 2 pag. 7GG.
E quanto ao pagamento dos feitos. io. E quando o R egedor fò r absente, o
C hanceller ficará cm seu lugar.
S . - p . 1 t. 21. 1§ 11.
S . - p . 1 1.21 .1 § 14.
11. E nos casos, em que pôde m andar
17. E sendo o C hanceller im p e d id o , ou
■ citar p e r bem de seu O lficio , poderá dar
tendo necessidade de se absentar da Casa,
licença â p arte, ou á qualquer o u tra pes- 1
d eixará o Sello (6 ) a hum dos Desem barga
dores dos Aggravos (7), com parecer do R e
(1) Vide o art. 7 §§ 6 e 8 do D. de 3 de Janeiro gedor. E fallecendo o C h an c e ller, o R e
de 1833, que contém 0 Regulamento das Relações do
gedor n o l-o fará saber, para p roverm os
Império, que dá essas attribuições do Chanceller ao
na p ro pried ade, ou se rv in tia . E em quanto
Presidente das mesmas Relações.
(2) Hoje o Juiz competente he o de D ireito de qual
quer das varas criminaes.
(3) Vide o a rt. 7 § 4 do Regulamento das Relações,
e (1) Esta disposição eslá hoje sem uso.
Ord. deste liv. t. 20 p r. c t. 36 § 7. Vide a Ord. deste liv . t. 2 § 18, e liv . 3 t. 1.
Pelo Ass. de 13 de A b ril de 1618 o Chanceller po (2) Vide O rd. deste liv . t. 2 § 18, e liv . 3 t. 1 § 1, e
dia conhecer ainda daquellas duvidas que respeitavão 0RegimentodasRelações a rt. 7 § 7.
aos salarios e direitos da Chancellaria que se lhe (3) O Ass. de 21 de Maio de 1616 determinava que,
devião. Mas sendo serventuário, por ausência e legal sendo suspeito o Regedor, o Chanceller, para despa
nomeação do proprietário, exercitando toda a ju ris - cho das suspeições, devia pedir adjuntos ao Desem
dicção da Chancellaria, não podia substituir o officio bargador dos Aggravos mais antigo.
de Regedor, se não fosse o rnais antigo Desembarga (í) Vide Ord. deste liv . t. 24 § 10.
dor dos Aggravos.— Ass. de 29 de Julho de 1673. i5) Vide Cabedo — p. 1 Dec. 44.
(4) Vide L . de 22 de Setembro de 1828 a rt. 2 § 7, e (6) Vide D. de 4 de Dezembro de 1830 a rt. 4.
Regulamento das Relações art. 7 § 5. Os embargos á antiga Chaneeliaria-mór são hoje
(5) Vide Ord. deste liv . t. 2 § 6, e t. 36 § 6. apresentados á autoridade, cujos actos se houverem
(6) Esta disposição não vigora hoje. de embargar.
Vide a Ord. deste liv . t. 24 §§ 43 e 44, e t. Õ6 § 2. (7) Vide nota 3 ao § 7 desta Ordenação.
TITULO V 17
16. E os Desem bargadores, que Nós marão conhecim ento, segundo he conteúdo
aposentarmos ou escusarmos de i r á R e no terceiro L iv r o , no T itu lo 84 : Dos
lação, indo a e lla , não terão v o to , nem aggravos das sentenças definitivas: e isto
poderão ser em despacho a lg u m , salvo se não entenderá nós aggravos e app el-
tendo para isso especial Provisão nossa. lações, que saírem dante os Oíficiaes, q u e
conhecem dos feitos d a F azen d a da U n i
S , - p . 1 1. 5 1. 16.
versidade de Coimbra entre ella e os re
17. E porque os hospedes, que vão pou cebedores de suas rendas e seus fiadores
sar com os Desembargadores, lhes im pe e abonadores, e quaesquer outras pessoas:
dem o despacha dos fe ito s , m andam os, porque estes hão de v ir direitam en te ao
que nenhum Desembargador agazalhe hos Juizo de nossa Fazenda, com o se d irá n o
pede em sua casa ( 1) , salvo se fo r seu ascen T itu lo 10 : Dos Juízes de nossos feitos
dente, ou descendente, ou irm ão seu, ou da Fazenda. E a m an eira, que terão no
de sua m u lh e r ou criados seus, ou amos ; despacho dos ditos A g g rav o s , he a se
e fazendo o con trario , Nós lh o estranha guinte.
rem os, e daremos a p e n a , que nos bem
L. tie 27 de Julho de 1582.
parecer. E o Regedor nos d irá , quando S.— p. 5 t. 1 1. 5.
os Desembargadores assi o não cum prem . L , de 26 de Novem bro de 1582 S t.
Não tolhemos p o ré m , que os Desembar
1. Sendo o feito sentenceado pelos Ju l
gadores pousem (2) huns com os outros,
gadores acima declarados, ou p er o utro ,
porque se não podem estorvar em seu des
de que se possa aggravar p ara a Casa da
pacho.
Supplicação, se dous Desembargadores dos
M .-1ÍV . 6 t. 56 § 9-, Aggravos se acordarem com a sentença
dada pelos sobreditos, e a confirm arem ,
T IT U L O V I logo esse feito p er esses dous assi con
cordantes seja findo e d e te rm in a d a , e se-
Dos Desembargadores dos Aggravos e Ap- ponha a sentença. E se os ditos dous
pellaçãcs da Casa da Supplicação (3). Desembargadores” se acordarem ambos cm
revogar a tal sentença ( 1) , v á o feito a o utro
Aos Desembargadores dos Aggravos da Desem bargador dos Aggravos p o r te rc e iro ;
Casa da Supplicação pertence conhecer e se acordar com os d o u s , porão sen
igualmente p er distribuição dos feitos, que tença conforme a seu a c o rd o ; e . se este
p er aggravo a elles vierem da Relação da terceiro fo r differente dos dous, vá o feito
Casa do P o rto , de casos eiveis, qué pas a q u a rta ; e se concordar com as p ri
sarem de q uantia de cem m il reis em bens m eiros dous a re v o g a r, ponha-se- a sen
m oveis, e de oitenta em bens de raiz (4). E tença p e r elles t r e s ; e se o quarto con-
tomarão outrosi conhecim ento dos aggra corãar com o te rc e iro , ou fo r em o utra
vos, que saírem do Ju iz das auçòes novas differente ten ç ã o , vá a q u in t o ; e se o
da d ita Casa do P o rto , passando das ditas q u in to concordar com algum a das duas
quantias. E conhecerão dos Aggravos dos tenções, ou a re v o g a r, ou a. confirm ar,
Corregedores da nossa Corte (5), e do Juiz ponha-se sentença, segundo o que pelos
da ín d ia e M in a , e dos Corregedores da ditos tres fo r concordado. E se fo r em
cidade de Lisboa, Juiz dos A lem ães, Con outra tenção differente , em m aneira que
servadores das Universidades de Coim bra não sejam conformes tres em hum a ten
e E v o ra , nos casos, que não couberem ção, corra os mais do- A g g ravo , se os h i
em suas alçadas. Dos quaes Aggravos to- fiou v e r , até se acordarem tres em hum a
ten ção, como fica dito. E tanto que os
ditos tres forem acordados em hum a ten
(1) Vide Cartas d’ El-Rcy do 22 de Fevereiro de ç ã o , logo se ponha sentença, ou a con
1616 o de 6 de Outubro de 1633, determinando que os f ir m a r , ou a revogar. E sendo visto o
Desembargadores não respondão a cartas de preten
dentes. feito p er todos os dós A g g ra v o s , e não
(2) A Carta d’El-Rey de 16 de Dezembro de 1620 concordando os que assi são necessários
recommenda a observância da L. de 9 de Novembro do para se p ô r a sentença, e não h o u ver
1612, que veda aos Desembargadores visitarem outras
pessoas que não sejão de sua classe. mais Desembargadores dos A ggravos, assi
(3) Vide sobre estes Desembargadores o a rt. 22 da p o r algum ser suspeito, como p o r o utra
DisposiçãoProvisória, e o t. 4 do Reg. de 7 de Março qualquer m a n e ira , o d errad eiro deites o
de 1609, da Relação e Casa do Brasil, e do Reg. de
13 de Maio de 18.13., da Relação do Maranhão. p orá em mesa perante o R eged or, o qual
Quanto á precedencias, emolumentos e antiguidades verá se póde concordar os ditos Desem
destes Desembargadores, consulte-se os Ass. ae 21 de bargadores, q ue suas tenções tem postas,
Janeiro de 1631, 20 de Julho de 1632, 5. de Julho de
1710, 17 de Junho e 8 de Julho de 1747. para se p ò r sentença; e não os podendo
Além dos commentaries de Barbosa e de Pegas c o n co rd ar, chamará à d ita mesa os mais
sobre esta O rd ., consulte-se Costa deStylisann. 5.
(4) O D. de 26 dc Junho de 1696 augmentou a al
çada destes Desembargadores e mais Ministros do
Reino, alterando portanto, esta Ordenação. (1) O Ass. de 17 de Março de 1718 explica, esta,
(5) O Ass. de 27 de Fevereiro de 1635 confirmou e Ord. e a concilia cora os §§ 13 e 14 deste titulo..
corroborou esta disposição-. Vide — Pegas, Com. á esta O rd.
TITULO VI 21
Desembargadores, que lh e bem parecer, e Ordenações pertençam a outros Julgado
tomadas as vozes aos ditos Desembarga res. E como forem dous concordes (1) a
dores dos A g g ravo s, que já tem visto o con firm ar, ou revogar, porão o desembargo
fe ito , e postas tenções com os m ais, que segundo suas tenções. E se forem diffe-
na mesa stiverem , o determ inarão segundo rentes, irá a terceiro , ou quarto, e dahi
fo rem as mais vozes, e assi se porá a p o r diante até serem dous concordes. E
sentença. quando os aggravos forem do Ju iz receber
M.— liv . 1 1. 4 pr. e § 1. appellacão à parte con traria, q uer de sen
tença d e fin itiv a , q uer de in terlo cu to ria,
2. E em caso que os prim eiros dous
tomarão os ditos Desembargadores conhe
Desembargadores sejam diíferentes em suas
cimento do tal instrum ento, ou Carta tes-
tenções, e h um fo r em con firm ar as sen
tem unhavel, e não outro algum Julgador.
ten ças, e o utro em re v o g a r, será o feito
E no caso que alguns instrum entos forem
dado a terceiro . E acordando-se com o
tirados dante alguns Desembargadores, que
que fo r em c o n firm a r, p o rá logo a sen
a algumas partes mandarmos com alçada,
tença confõrm e ao acordo de ambos. E
postoque Presidente le v e m , não tornarão
se ô terceiro se acordar com o que he em
conhecimento dos taes aggravos, mas virão
re v o g a r, ou fo r em o u tra nova tenção,
a Nós direitam ente.
então ir á á q u arto , e se terá a fô rm a , que
dissemos no paragrapho precedente. M . - liv . t t. 4 § 5, e t. 59 § 24.
conhecim ento dos instrum entos de aggravo ] o feito de despachar fin a lm e n te , assi se
c Gartas testem unháveis de casos eiveis, ! p o rá o desembargo, e to rn ará o feito ao
tju e v ierem de todos os sobreditos, e que I Desem bargador, que o p rim eiram ente v io ,
não couberem em suas alçadas. para que ponha nelle sua tenção final.
P o ré m se a d ita dilig encia e interlo cuto
L. rte 27 de Julho de 1582 §S 2, 3 e 7.
L. de 2Gde N ovem bro de 1582 § 6. ria não fo r pedida p er algum a das partes,
S . - p . 2 t. 1 1. 5. mas o Desembargador a m o ver de seu Of
ficio, e fo r acordado pelos outros que he
. 13. N o despacho das appellações terão eseusada, far-se-ha assento disso, assinado
a m aneira seguinte. Nas que "forem até no feito pelos Desem bargadores, que na
q u a n tia de dez m il reis afora as custas, d ita in terlo cu to ria forem , para depois não
como fo rem dous conform es a confirm ar, v ir em duvida aos outros Desembargado
ou a revo gar, porão sentença; e não sendo res, que o feito houverem de v e r, se se
c o n fó rm e s , irá o feito a te rc e iro , e aos devia fazer a d ita diligencia. E sem pu
mais que c u m p rir. E passando a q uantia blicação da dita determinação e assento,
de dez m il reis até dezaseis m il reis nos ficará logo o feito com elle, para p ô r sua
bens de ra iz , e v in te nos bens m oveis, se tenção fin a l, sem se fazer a d ita diligen
porá a sentença, tanto que fo rem dous cia. E esta mesma m aneira se terá, pos-
confórm es em c o n firm ar, ou tres em revo toque o p rim e iro tivesse posto sua tenção
gar (1). E os dias de apparecer (2) despacha f in a l, se o segundo, ou terceiro fo r em
rão em mesa, e sendo dous confórm es, se parecer de in te rlo c u to ria : porque o que
porá a sentença; e no con form ar dos votos de tal parecer f o r , levará o feito á R e
das appellações e dos instrum entos de lação, para se ver p er elle, e pelos outros
aggravo, ou" Cartas testem unháveis, e con p rim e iro s , que tenção final tiverem posta,
denação de custas, se terá a o rd e m , que se se podem concordar; e se n ã o , com
acima stá d ito nas tenções dos feitos de outros Desembargadores dos A ggravos; e
aggravo. não os havendo, ou sendo suspeitos, p er
Al, de 31 de O utubro de 1587. outros, que o Regedor o rd en ar, e sempre
se terá a m aneira, que no p rim eiro Des
H . Nos fe ito s , que vie re m p e r aggravo em bargador he d ito . E isto mesmo se
aos D esem bargadores, sendo o p rim e iro , guardará nas sentenças, que vem p er ag
a que fo r d is trib u id o , em p arecer, que o gravo da Relação do P o rto , em que não
feito não stá em term os para se despachar receberam alguns artigos de embargos, ou
finalm en te, mas que he necessário fazer- de nova razão, ou negaram licença á parte
se algum a d ilig en cia, para a qual se deva para os poder f a z e r ; se o p rim e iro Des
p ô r algum a in te rlo c u to ria , não dará o feito em bargador, a que o feito fo r d istrib u id o ,
a outro D esem b arg ad o r; mas lev a-lo -h a á ou o segundo, fo r em recebim ento dos
Relação, e com o utro Desem bargador dos ditos artigos, o porá em mesa, e não porá
A g g rav o s , se a d ita in te rlo c u to ria não tenção.
tiv e r respeito a re v o g a r, ou se o tiv e r,
S .- p . i t . 51 .3 pr.
com dous Desembargadores dos Aggravos,
quaesquer que, na mesa se acharem , vejam 15. E quando algum dos ditos Desem
o feito , e d eterm in em a d ita in terlo cu to bargadores, a que fo r distrib uid a alguma
ria , como lhes parecer ju stiça. E concor appellação, e passar da q uantia de dez
dando n ella , se p on ha o desembargo, como m il reis afora as custas, fo r de parecer,
fo r acordado. E não concordando os outros que se haja de fazer alguma diligencia, a
Desembargadores na in te rlo c u to ria , da m a le v ará â Relação, e a p o rá em mesa com
n eira que era tenção do p rim e iro Ju iz, se dous Desembargadores dos Aggravos, ora
p onha o desem bargo, segundo pelos mais a in terlo cu to ria leve tenção a revogar, ou
fo r acordado, sendo sempre dous confór a confirm ar a sentença. E sendo todos
mes n a in te rlo c u to ria , que não tiv e r res tres confórm es, se porá o desembargo
p eito a re v o g a r, e n a que o t iv e r , serão como fo r acordado. E não concordando,
tres confórm es (3). E sendo os outros Des se porá com tantos, até que haja tres con-
embargadores em parecer que se não deve fórm es, guardando em todo o mais a or
de p ò r in te rlo c u to r ia ,. mas q ue se deve 1 3 dem e form a, que he dada acima nos feitos
2
dos. aggravos. E nos feitos, que não pas
sarem de dez m il reis, o Desembargador,
que fo r cm parecer da in te rlo c u to ria , a
(1) Os Ass. de S de Julho de 1003 e 17 de Março de
1718 resolvem duvidas acerca desta disposição. p o rá com o u tro : e sendo ambos confór
(2) Vide Ord. deste liv . t. 27 § 3 e t. 92 § 7, e mes, porão o desembargo, e não o sendo,
infme,
liv . 3 t. 68 §§ 2 c G, e t. 70 § 3 e g 4.
o p o rá com te rc e iro , para que sejam dous
Costade Stylis aim. 5 n. 34 declara que estes dias
não tinhão lugar nas causas crlminaes. confórmes.
(3) Para confirmação da sentença que vinha por ag
gravo ordinário á Relação erão sufficientes dous votos lo. E tanto que o feito fo r concluso,
conformes, sendo indispensáveis tres para recebimento depois de o Desembargador o te r visto ,
de embargos, dirigidos á revogar a mesma sentença.
screverâ sua tenção em hum papel apar-
Ass. de 20 de Dezembro de 1783.
Ord. 11
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
eas, ou revo gan do , declararão as causas, mandamos que lb e seja re m e ttid o , ora
p o r que se assi m ovem ( 1). seja accusado p re s o , ora so lto , postoque
S . - p . l t . 5 1. 3. a o u tra parte o não consinta. Porém
quando ambas as partes consentirem , que
22. E quando m andarem em endar alguns o feito se trate perante os Juizes do d ito
artigos, não declararão as cousas, em que
lu g a r, conhecerão delle.
se hão de e m e n d a r, p o rq u e não devem
ensin ar ás p a rte s , nem a seus P ro cu ra M . - liv . 1 1 .5 § 1.
dores, como hão de fo rm a r seus artigos. 2. E se o lai delinquente q u ize r to m ar
S . - p . 1 1 .5 1. 1. Carta de seguro, a poderá tom ar perante
o Corregedor da Corfe. E querenuo-a to
m ar perante os Juizes do lu g a r , onde o
T IT U L O Y I I
crim e (stando ahi a Corte) fo r com m ettido,
o Corregedor lh e dará com clausula, que
Dos Corregedores da Corte dos feitos
se a p arte antes o q u ize r accusar perante
crimes (2). elle C o rreg edo r, que o venha accusar a
certo te m p o , que lh e n a d ita Carta será
Á o s Corregedores da Corte do Crim e assinado. E se p arte alguma não accusar
pertence o conhecim ento p er nova aução, tal d elin q u en te, o u -p o r a não h a v e r, ou
de todos os malefícios com mettidos no não q uerer accusar, e fo r tal caso, em
lu g a r , onde Nós s tiv e rm o s, e de red or que h aja lug ar a Ju stiça, querem os, que
cinco legoas (3 ): com tal declaração, que se se não liv re , senão perante o Corregedor
h um Cortezão com m etter algum m aleíicio da Corte.
no lu g a r, onde a nossa Corte s tiv e r, con
M . - liv . 1 1 .6 § s.
tra o utro C ortezão, ou contra algum mo Ass. ile 13 ile Novem bro de 1579.
ra d o r no mesmo lu g a r, e a cinco legoas
3. E se e s te , que o crim e com m etter
de re d o r, ou contra algum de fó ra do dito
no lu g a r , onde assi stiver a C o rte , não
lu g ar, e este Cortezão fo r accusado p o r o
fo r C ortezão, q uer seja m orador no lugar
taí crim e perante o C orregedor, onde quer
do m alefício, q uer em outra p arte, poderá
irue a Corte então stê, que elle não possa
ser accusado na C o rte , ou no lugar do
d ec lin ar seu ju iz o , e p e d ir que o rem ettam
m aleíicio, como o accusador antes q u ize r,
aos Juizes do lu g a r , onde o delicto fo r
q uer o tal accusador seja Cortezão, quer
com m ettido.
m o rad or no lu g a r, onde a Corte stiver,
M.— liv. 1 1. 5 p r. ou fóra d elle, em q ualqu er o u tra parte.
i. E se a p a r te , ou Justiça o q u ize r
M . - liv . 1 t.. 5 S 3-
accusar perante os Juizes do lu g a r, onde
o delicto fo r com m ettido, o elle req u erer 4. E se o tal delinquente q u izer-to m ar
que o rem ettam ao C orregedor da Corte ( i) , Carta de seguro, e o olfendido fo r mo
rad o r no lug ar do m alefício , ou em seu
term o , d ê-lha o Corregedor p ara os Juizes
(1) Vide O ld . do liv . 3 t. 66 § 7. do d ito lu g ar do m alefício com a sobredita
(2) Nestas Ordenações encontramos quatro emprega clausula, que se o ante q u iz e r accusar pe
dos com o titu lo dc Corregedor; os da Còrtc dos feitos
rante elle C orregedor, que o venh a accu
crimes e eiveis, t. 7 e 8 5 os cia Casa do Porto, t. 38 e
39; os da cidade (te Lisboa, t. 4 9; o os da Comarca, sar a certo tem po, que lhe na Carta seja
t. 58. Equivalião ao antigo Pretor Romano. assin ado ; se o olfendido f o r m o rad or fóra
Os primeiros, em numero duplo, funccionavão na
Casa da Supplicação, t. 5 p r . ; os segundos na Casa do lu g a r, onde fo r feito o m alefício, e o
do Porto, t. 35 § 3, e em todas as Relações havia d elinquente q u iz e r Carta de segu ro , dè-
empregados em idênticas c-ircu instancias. A cidade Ih a o Corregedor p ara si. E se depois que
de Lisboa, por privilegio especial, tinha dons Corre
gedores, um para o crime, o utra para o eivei, por perante elle o. offendido v ie r â citação,
quanto só por si constituía uma Comarca. disser que antes q uer accusar o d elin
0 Corregedor era o prim eiro Magistrado jra Co quente no lug ar do m alefício, remetta-os
marca, superior aos Juizes que nclia existião, com
exténsa jurisdicção, tanto, no crim e, como no. eivei..
l á , assinando certo tem p o , a que lá pa
0 Juiz de D ireita, creado pela Constituição, t. 6 , reçam . E se não h o u v e r p arte , queremos,
art. 153, o substituio em grande parte de suas a ttn - que o tal delinquente possa ser accusado
buições: a Disposição Provisória a r t . i&supprim io-os.
Quanto á origem dos Corregedores e numero de
perante as Justiças do lugar, onde o crim e
suas attribuições, vide Pegas á O rd. do liv . 1 t. 58 fo r com m ettido, ou perante os Corregedo
p r., Mello Fre ire — Inst. Juris Cioilis Lusitanv liv . 2 res da C orte, como elle antes quizer.
§ 41 nota, J. A . de Sá— Memóriasobre a origemdos.
Corregedores no t. 7 das Mem.da Litt. Port. pag. 297, iv i.- liv .it. 5 §4.
e Almeida e Souza — Fascículo, t . 2 Diss. 1 § 38 coror. Ass. ile 13 de Novem bro ile 1579.
Consulte-se o D. de 16 de Janeiro de 1678, e Ass.
de 16 de Maio de 1642, 6 de Julho de 1655 (òw), 12 5. P o rém não tolhem os, que em todos
de Fevereiro de 1664 e 1726, 22 dc Novembro de os casos sobreditos os ditos Corregedores
1749 e 9 de Março de 1.7.58, sobre assentos, prece com parecer do R egedor em R e la ç ão , e
dências, fórmulas dos mandados dos Corregedores, etc.
(3) Vide Ass. de 18 de Agosto de 1703;.. acordo dos Desembargadores, que elle or
(4 ) 0 Ass. já citado na nota precedente estabelecia denar, possam m andar v ir á Corte os ditos
os casos em qtie essa avocação era perm ittida ex-o/pcio feitos, quando entenderem , que p o r algum
ou a requerimento de parto.
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
26
b o m re s p e ito , e b em da Justiça se deve
Como serão presos os malfeitores.
Os quaes
A lv a rá s não assin arão , até lhes as partes
assi fa z e r, ora os delinquentes sejam p ie -
m ostrarem os traslados das querelas, scrip -
sos, ora soltos, m andando isso mesmo v ir
tas e assinadas pelo S c rivã o , que as t i v e r ;
as pessoas dos accusados ã Corte soltos, ou
e nos ditos A lv a rá s se fará m enção, como
presos ( 1) , como lhes bem e razão parecer.
as partes querelosas levam os ditos tras
M.-liv. l t . 5 §5. lados. P o ré m , se elles tiv e re m info rm ação ,
6. E bem assi, se alguns Procuradores, que os m alfeitores são taes pessoas, ou
o u Scrivães, que p ro cu ram e servem em acostadas a ta e s , que razoadam ente os
nossa Corte e Casa da Supplicação pe Juizes dos ditos lugares não possam delles
ran te os nossos Officiaes d a Justiça, e os fazer cum prim en to de ju s tiç a , com m ettel-
nossos m oradores, que de N ós hão m o ra os-hão aos Corregedores das Comarcas,
d ia, ou m an tim ento no tem po , em que o que façam delles d ire ito , em modo que a
vencem : e bem assi todos os outros, que justiça não pereça. E esta mesma m an eira
com cada h u m dos sobreditos eon tin ua- terão” nos m a le lic io s , de que lhes forem
dam ente v iv e re m , e com elles andarem em requeridas Cartas de seguro.
nossa Corte e Casa da Supplicação, com - M . - liv . 1 t. 5 § 7, e liV. 2 t. 20 § 8.
m etterem q ualqu er m alefício fóra da C orte,
o. E sendo as partes ambas m oradores
poderão ser accusados p erante os ditos
nas Comarcas assinadas â Casa do P o rto (1),
Corregedores, não os querendo antes ac-
não poderão q uerelar d ian te dos Corre
cusar as partes nos lu g a re s , onde corn-
gedores da C orte, nem elles lhes receberão
m etteram os malefícios. E não havendo
querelas, salvo quando pela qualidade das
partes, que os accusem, poderão ser ac
causas, ou das pessoas Nós o com m etter-
cusados perante as Justiças do lug ar, onde
mos a cada h u m delles em p a rtic u la r. P o
os m alelicios com m etteram , ou perante os
rém se algum m orador das ditas Comarcas
Corregedores da C o rte , como elles antes
com m etter algum delicto nas Comarcas do
■quizerem. d istricto da Casa da Supplicação, poderá
7. Ite m , m andarão p re n d e r, e tra ze r a a parte oífendida q u e re la r diante dos Cor
cadêa da Corte todos a q u e lles , de que regedores da C o rte , c elles tom arão co
lhes fo r querelado de m alefícios com m et-
n hecim ento das ditas culpas, e as deter
lidos na Corte, e cinco legoas de re d o r,
m inarão como fo r ju stiça.
sendo as querelas taes, p o r que devam
ser presos, com tanto que sejam p rim e iro L. de 7 de Junho de 1583 § 4.
certificados, que na C o rte, ou dentro das io. Ite m , darão Cartas do seguro (2) em
cinco legoas foram com mettidos os taes caso de m orte de hom em (3), com m ettido nos
malefícios, e conhecerão delles no m odo, lugares do d istricto da casa da Supplicação,
que em cima dissemos. e o u tro algum Julg ado r as não passará,
e irão dirigidas para elles mesmos. E
M . - l i v . 1 1 . 5 § o.
das m ortes acontecidas na ín d ia passarão
8. E assi mesmo (2) m andarão p ren d er e Cartas de seguro d irig id as para Juizes
trazer á cadêa da Corte os de que lhes fo r com petentes, p erante os quaes se os ditos
querelado, ou forem culpados em casos de seguros liv ra rã o . E aos moradores das
traição, heresia, a le ive , moeda fa ls a , so Ilh a s , e stantes em e lla s , darão Cartas
d om ia, tira d a de presos da cadêa, aindaque de seguro em todos os casos com m etti
na Corte não hajam com m ettido os taes dos n e lla s , postoque sejam de m o r te , e
m alefícios, sendo commettidos no d istricto
da Casa da Supplicação. E destes casos
(1) V ide Carta d’El-R ey de 9 de Novembro dc
não darão C arta de seguro, senão os Cor 1623, explicando esta Ordenação.
regedores da C orte, as quaes passarão d i Consultc-se também os DD. de 15 de Outubro de
rigidas para si mesmos. E nos outros 1646 e de 2 de A b ril de 1664 com a consulta da Sup
plicação do lo do mesmo mez e anno.
m alefícios fóra da Corte, de que lhes fo r (2) A Carta de Seguro, que entre nós cessou com
dada querela, ou elles tive re m culpas o b ri o Codigo do Processo Crim inal, era uma especialidade
gatórias, para deverem ser presos, m an da Legislação Portugueza antiga, e era cousa mui d i
versa da Fiança, que usamos, ou do Sulvo-Conducto,
darão que o sejam , e se despachem nas
outr'ora praticado em certas nações.
terras e lugares, onde se disser haverem E ra essa carta uma promessa jud icia l, pela qual o
com m ettido os m alefício s; os quaes m an réo, sob certas condições, deixava de ser preso até
finalisar o processo. Havia a Carta de Seguro nega
darão p re n d e r p e r seus A lv a rá s , como
tiva e confessativa: a p rim eira quando o réo negava
direm os no L iv r o q u in to , no T itu lo 1 1 9 : o facto de que era arguido, e a segunda quando con
fessava-o allegando legitim a defesa. Em certos crimes
não era concedida.
E ra, emfim, um recurso que tinha sua utilidade, e
(1) Pelo A l. dc 18 de Janeiro de 1624 não podiao 09
não houve discrição em extingui-lo de todo entre nós.
Governadores ou Ministros Ultramarinos mandar para
(3) Y ide sobre a limitação destas cartas e duvidas
o Reino, por culpas que lhes houvessem formado, reos
occorridas quanto á execução deste paragrapho o Ass.
presos, sem prévia participação ao Rey. ,
de 9 de Agosto de 1639, Ais. de 20 de A b ril de 1671,
(2) Vide Carta d'El-Rey de 5 de Setembro de 1626,
determinando as obrigações dos Ministros inferiores 19 de Fevereiro de 1674 e 10 de Janeiro de 1692, e
DD. de 3 de Outubro de 1672, dc 25 de Janeiro de
em relação ás ordens dadas pelos Corregedores do
1679 e 19 de Maio d# 1695.
Crime.
Titulo víi 2?
irã o dirigid as para os Juizes das d ita s ' os instrum entos e Cartas testemunháveis
Ilh a s , onde os delictos fo rem com m ettidos. sobre feitos c rim es, que vierem p er ag-
M .-liv . 1 1. 5 § 8 . gravo dos lugares e Comarcas da jurisdição
S .- p . 1 t. 6 1. 3. da Casa da Supplicação. E quaesquer ou
L. do 26 de Novembro de 1582 § 1. tros feitos crim es, que dante outros quaes
'S.— p. 2 t. 11.18 7.
q u er Juizes â Corte vierem p er remissão
11. D arão assi mesmo Cartas de seguronos casos, em que p er bem de nossas
de resistência, ou offensa, que se diga ser Ordenações se póde fazer a tal rem issão ;
fe ita contra algum O fficial da Justiça; e os quaés desembargarão em Relação com
o u tro algum Julgador as não passará em os D esem bargadores, que pelo Regedor
nossos R e in o s , salvo o Corregedor do forem em cada hum dia ordenados, con
C rim e da Casa do P o rto no seu districto, form e ao que fica dito no T itu lo 1 : Do
e irã o dirigidas para elles mesmos. Nas Regedor. E no despacho dos ditos feitos
uaes Cartas se p o rá clausula, que se o terão a o rd e m , que he dada aos O u v i
ito O fficial da Justiça antes q u ize r ac- dores do Crim e da d ita Casa. E as in -
cusar o d elin qu ente no lu g a r , onde fo r terlocutorias dos ditos feitos e processos,
fe ito o m a le fíc io , que o possa fazer. E ue perante elles se tratarem , poderão os
não querendo o d ito O fficial accusar, ou orregedores p er si sós p ô r. E quando
accusando na te rra , desistir da accusação, as assi sós p o ze re m , poderá cada huma
m andam os, que o feito seja rem ettido aos das partes aggravar para a Relação per
ditos Corregedores da C o rte , para nelle petição. E as contrariedades, ou defesas
procederem , e o d eterm inarem em Relação, de íeitos crim es despacharão sempre em
como fo r d ire ito . Relação, conform e ao que se d irá no L ivro
M .-liV . 1 1. 5 § !), e liv . 5 t. 3(i§ 12. q u in to , T itu lo 1 2 4 : Da ordem do Juizo
L. de 26 de Novembro de 1582 8 1. nos feilos crimes.
12. E de todos os outros m alefícios com M . - liv . i t . 5 812.
m ettidos fó ra da C o rte , nas Comarcas e S . - p . 3 1. 11.11.
lugares da jurisdicção da Casa da S u p p li- is. It e m , conhecerão de quaesquer ag-
cação, darão assi mesmo Cartas de seguro, gravos ( 1), que a elles p er petição vie re m ,
dirigid as para os Juizes dos lugares, onde de feilos crim es, dante quaesquer Julga
se disserem os m alefícios serem com m et d o res , que do casos crim es conhecerem
t id o s : com tanto que não sejam dos m a no lu g a r, onde a Corte stiver, e até cinco
lefícios acima d ito s, de que as Cartas de legoas ao red o r (tirando aquelles, que, per
seguro lião de passar para si mesmos, special p riv ile g io , tiverem de não respon
nem dos com m ettidos pelos m oradores das derem p er petição aos ditos C orregedores);
Ilh a s , nos lugares deste R e in o , dos cpiaes os quaes p er si sós poderão m andar, que
havem os p or b e m ,, que d irija m as Cartas respondam , e desembargarão os ditos ag-
p ara si, e conheçam dos ditos casos. gravos em Relação. E isto não sendo ag-
M. - liv . 11. 5 s to. gravos, que sàiatn dos Julgadores da ci
S.— p. 2 t. 1 1 .1 87. dade de Lisboa, porque destes pertence o
13. E não darão Cartas de seguro nos conhecim ento aos Desembargadores dos
erros dos Officios aos T a b e lliâ e s , porque Aggravos.
d a r as taes Cartas pertence ao Ju iz da
M . - liv . 1 1.5 8 13.
C h a n c e lla ria : salvo quando a Corte stiver Ref. de 27 de Julho de 1582 8 13.
apartada da Casa da S upplicação, porque
17. E se algum m alfeitor de grave feito
então o Corregedor, que na Corte andar,
vier perante cada hum dos ditos Correge
d ará as ditas Cartas de seguro aos Officiaes
dores, do que elles hajam tal informação
da C o rte, e do lu g a r, onde ella stiver, e
per evidentes indícios, per que lhes pa
cinco léguas ao re d o r, daquelles erros, de
reça, que deve logo ser mettido a tor
ue o conhecim ento p erten cera ao Juiz
m ento, e quo sendo spaçado, se poderá
a C h an cellaria, se a Casa stivera no lu g ar
aperceber o dilo preso cm tal maneira,
da C o rte : o qual Corregedor conhecerá
que depois a verdade não poderia ser tão
dos feitos dos ditos Ofliciaes com os J u l
bem sabida: cin tal caso, se o quizer
gadores, que Nós ordenarm os.
m etier a tormento, falle prim eiro com o
S .- p . 11. 31.1 8 s, e p. 3 1. 3 1.2. Regedor, e com alguns Desembargadores,
w. E q ualqu er pessoa, que tiv e r desque o dito Regedor para isso fará apartar
em bargo para C arta de s e g u ro , poderá logo, e com acordo dos sobreditos o po
and ar com elle seguro tres dias, como d i derá fazer, e de outra maneira nao.
rem os no L iv r o q u in to , no T itu lo 129: M . - liv . 1 t. 5§ 14.
Das Carias de, seguro.
M .-liV . 1 1. 5 § 11.
m o Ass. do 1» de A b ril de 1621 declarava one o»
15. Ite m , os ditos Corregedores desemaenravos interpostos do Juizo do Civel de _ Lisboa
bargarão todos os feitos c processos c ri sobre crimes incidentes em causas eiveis cstavaocom-
m es, que perante cllcs se tratarem , e assi prchendidos nesta disposição.
Oed . 12
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
28
is. Ite m , tom arão conhecim ento, e des
terras stêm (1) seus Ouvidores (2). P o rq u e
onde os ditos Corregedores stão, que p rm -
pacharão p e r si sós p e r aução n o va na
cipalm ente representani nossa pessoa, nao
C o rte , e a cinco legoas ao re d o r, as penas
póde o u tra algum a Justiça faze r correição,,
ele sangue, assi de ferid as, como de m ortes
nem conhecer dos feitos (3), que aos ditos
de hom ens, e penas de arm as, e das armas
p e rd id a s , e de excom m ungados, q ue p er Corregedores pertencem .
23. O u tro s i, mandamos aos ditos C orre
nossos M eirin h o s forem p reso s: e de todas
gedores, que em todas as C artas, que pas
as outras penas, que p e r nossas O rdena
sarem , para se h averem de fa ze r algumas
ções, ou mandados forem postas p o r al
execuções, ou diligencias,, seja posto term o
guns casos, em que não seja posta outra
razoado aos Corregedores das Comarcas,
pena de degredo, ou c o rp o ra l, sómente a
p ecu niária. E das outras penas pecuniárias, O u v id o re s , ou J u iz e s , que as ditas exe
cuções, ou diligencias h ou verem de faze r,
que com pena de d eg re d o , ou corporal
que as façam no dito te rm o , e as enviem
fo rem postas, conhecerão em R elação. E
pelos C am in heiros, que lhes as Cartas p re -
das que p e r si sós hão de conhecer, não
sentarem , sob alguma razoada p e n a , que
farão longos processos. E do que sobre
lhes p e r elles Corregedores seja posta, se
isso d eterm inarem , poderão as partes ag-
gundo a qualidade do n e g o c io , ou caso.
gravar p er petição á Relação para os Des
embargadores cios A g g ra v o s .^ E o que per
A. qual pena será para os ditos C am in hei
ros, se a elles dem and arem ; e não a de
d ie s fo r acordado em R e la ç ão , serão os
mandando e lle s , seja para q uem a dem an
ditos Corregedores obrigados c u m p rir e
dar. Â s quaes Justiças m an dam os, que
m an dar d ar á execução.
cum pram em tudo o que pelos ditos Cor
M . - liv . 1 1. 5 § 15. regedores lhes fo r m a n d a d o , dentro n o
19. I t e m , passarão as C artas, p e r que term o, que lhes fo r assinado, sob as penas
damos os Officios de M e irin h o s das cadôas postas pelos ditos Corregedores.
da Corte (1) e dos M e irin h o s das Comarcas M . - liv . 1 1. 5 § 19.
e C arcereiros, quo Nós dermos. 24. I t e m , os ditos Corregedores farão
M . - liv . 1 1.5 § 10. duas audiências publicas em cada sem ana,
20. Ite m , darão Cartas do segurança R eal ás terças e sextas-feiras â tarde. E as não
na fó rm a , que direm os no L iv ro q uin to , com metterão a pessoa a lg u m a ; e ten d o
T itu lo 1 2 8 : Das seguranças lteaes. im p e d im e n to , o farão saber ao. R e g e d o r
para p ro v e r nisso.
M . - liv . 1 1. 5 § 17.
M . - l i v . l t . 5 §20.
21. Ite m , enquererâo nos lugares, onde Ref. de 27 de Ju llio de 1582 § 9.
Nós stiverm os, e onde a Casa da S u p p li- L . de 10 de Setembro de 1'586 § t.
cação som Nós s tiv e r, sobre todos os O ffi- 25. T ira rã o p er si as devassas das m o r
ciáes da Justiça, p e r os C apítulos, e na te s , ou fe rim e n to s , que acontecerem no
fó rm a contenda no T itu lo 6 5 : Dos Juizes lug ar, onde Nós stiverm os, ou a Casa da
Ordinário s. E se já sobre elles as in q u i S u p p licaçào , acudindo a isso com m u ita
rições forem tiradas naquelle anno pelos d ilig e n c ia , a qualquer h ora que o caso
Corregedores das Comarcas, ou Juizes, pro acontecer. E farão todas as diligencias para
vejam as ditas in q u iriç õ e s ; e achando que os culpados serem presos, tom ando in fo r
não foram tiradas como deveram (2), tirem mação pelos feridos e pelos parentes dos
outras, e procedam contra os culpados em m ortos, e donde procederam os casos, e
m an eira, que hajam castigo de seus erros se sabem, ou presum em quem são os cul
e culpas. E assi devassarão cada seis Ine pados, perguntando todas as testem unhas,
zes sobre os Carcereiros e Guardas da que tive re m p er inform ação, que do caso
Cadêa da Corte, se vendem p ã o , v in h o ,
ou o u tra cousa algum a aos presos p er si,
ou p e r o utrem . È procederão contra os (t) À edição Yicentina de 1747 dí»— estejão.
(2) Os Juizes dos Senhores de terras, outr'ora Se
culpados á execução das penas conteúdas
nhores Feudaes, e depois Donatários da Corôa, não
no T itu lo 3 3 : Do Carcereiro da Corte. podião nomear em seus domínios Corregedores, direito
da Suprema Soberania, mas Ouvidores que tinhão uma.
M . - l iv . 1 1. 5 § 18.
jurisdicção mais lim itada. Como as terras do Brasil
S— p . 4 t. 2 1 1 .7 .
pertenciao á Ordem de Christo, por isso o Rey não
nomeava Corregedores, mas Ouvidores, que tinhão, por.
22. I t e m , farão, correição nos lugares, faculdade Régia, a prerogativa de Corregedores.
onde Nós stiverm o s, e o utra algum a Jus Pegas, no commentary á Ord. deste liv . t. 6 n. 6,
tiça não fa rá , postoque o lu g a r, onde Nós exprime-se, á respeito dos Ouvidores, desta sorte:
stiverm os, seja da R a in h a , ou de q u a lq u e r «Nos plerumque dicimus vel qui' à. Rege,
auditores
veis (1), afó ra as custas. E das intevlocu- D ire ito s R eaes, porque tocando a elles,
. to rias , ou mandados, que nos ditos feitos pertence o conhecim ento ao Juiz dos nos
p o zerem , poderão aggravar p er petição á sos feitos;. -
R elação nos casos, que dissemos no T i S.— p. 1 1. 7 !. 9.
tu lo 6 : Dos Desembargadores dos A ggravos,
8. E p er aucão nova conhecerão dos fei
e direm os no L iv ro 3 T itu lo 2 0 : Da or
dem do Jwizo. E nos outros casos pode tos dos moraefores das Ilh a s , que forem
rão aggravar no auto do processo. demandados na Corte, ou na Casa da Spp-
plicação, p o r serem achados n ella, posto-
M . - l i r . 1 1. G S2, e 1 .1 S 22.
Al. de 31 de Outubro de 1587. que os contractos sejam feitos nas Ilhas.
E assi quando forem demandados em al
3. Ite m , tom arão conhecim ento de todos
guns lugares do R eino p o r contractos, que
os feitos eiveis, p er nova aução, dos P re
nelles tenham feitos, ou p er razão de cou
lados isentos, que nestes Reinos não tem sas situadas nos ditos lugares do R e in o ;
S u p e rio r Ecclesiastico, que de seus feitos porque tanto que forem citados perante
possa co n h e c e r, como se contém no se quaesquer Juizes, logo devem ser rem et-
gundo L iv r o , no T itu lo p rim e iro . tidos aos ditos Corregedores da Corte na
M .- liv . 1 1. 6 § 3. Casa da S u p p licação ; os quaes conhecerão
d efies, e os determ inarão finalm ente pela
4. D arão cartas para serem citadas quaes-
o rd em , que despacham, os outros feitos.
q u e r pessoas, que tiverem ju ris d iç ã o , ou
lugares de senhorio, quando os autores os S . - p . 2 t . 1 1 .1 § 6 .
q u iz e re m perante elles d em an d ar, não o. O utrosi conhecerão de quaesqúer ag-
.sendo .cousas, que pertençam ao Juizo dos gravos, que a elles vierem de feitos eiveis
nossos F eitos da Coroa, òu Fazenda. p er petição dante os Julgadores no lugar,
M.— liv . 1 1. 6 § 4. onde stiver à Casa da Supplicação, e ao
re d o r até cinco legoas (não sendo dante
5. Conhecerão de todos os feitos eiveis, os Julgadores da cidade de L is b o a ); e do
que p er nosso special mandado vierem á que elles nos ditos aggravos mandarem,
C orte p er remissão, antes da sentença de poderão as partes aggravar para os Des
fin itiv a , dante quaesquer Julgadores, e nos embargadores dos Aggravos. E dos ag
casos, em, que p o r nossas Ordenações ex gravos dos ditos feitos eiveis, que vierem
pressam ente lhes dermos lu g a r, que os p er ins tru m e n to s , ou Cartas testemunhá
ditos Julgadores os rem etiam . v e is , de qualquer lu g a r, postoque seja
dentro das cinco legoas, conhecerão os
M . - l iv . it.es 5.
Desembargadores dos Aggravos, e não os
c. E tom arão conhecim ento dos feitos Corregedores.
eiveis das viuvas e orfàos, e pessoas m i
M .- liv . 1 t. G § 10.
seráveis (2), e de outras pessoas, que tem se Ref. de 27 de Julho de 1582 § 13.
m elh ante p riv ile g io , se os escolherem p o r
J u iz e s ; p o r quanto tem p riv ileg io de pe io. E mandamos aos ditos Corregedores,
ra n te elles dem andarem , ou se defenderem , I que em todas as C artas, que passarem,
q uand o em seu Juizó quizerem litig a r. E para se h averem de fazer algumas execu
dos feitos das mais pessoas conteúdas no ções, ou diligencias, as passem na fôrm a
L iv r o terceiro , T itu lo q u in to e seis e doze, e com as clausulas, que dissemos no T i
tu lo 7 : Dos Corregedores da Corte dos
com o ah i h e declarado.
feitos crimes, no paragrapho 2 3 : Outrosi
M . - l iv . l t . 6 §7. mandamos.
7. E darão Cartas para os Desembarga M . - l iv . 1 t. 6 § 11.
dores da Casa da Supplicação trazerem seus
contendores perante elles, donde q uer que T IT U L O I X
fo re m m oradores, aindaque seja sobre que
re re m dem andar algumas pessoas, p o r lhes Dos Juizes dos feitos del Bei da Coroa (*1).
ire m co n tra seus p riv ilég io s , ou sobre os
encoutos (3) em casos, que não toquem a0 3 Aos Juizes dos nossos feitos da Coroa
pertence conhecer em Relação p er aução
charão em Relação (1) pela m an eira, que Sisas dos encabeeamentos ( 1 ) , nem assi
dissemos no T itu lo 9 : Dos Juizes dos feitos mesmo dos que se tira re m sobre a ordem e
da Coroa, os feitos e instrum entos de ag reeadação delias. P orque o conhecim ento
g ra v o , que pertencem a nossa Fazenda. dos taes instrum entos e despacho delles
É naquelles, em que o nosso P rocu rad or pertence aos Védores da F azen d a (2 ): pos-
d a F azen da fo r p a r te , se não porá sen toque as partes se queiram p e r p rivilég io s,
ten ça, salvo havendo tres votos conformes que digam te r, isentar na d ita repartição
e m * h u m parecer. E havendo variedade de pagar Sisa em todo.
nos votos, se darão tantos Juizes, de que
S . - p . 5 t. 1 1. 1 §§ 1 O 2.
a m ó r p arte seja ao menos de tres votos
conform es. E na d ita sentença assinarão 2. E conhecerão dos feitos, que se tra
tam bém os D esem bargadores, que forem tarem entre algumas pessoas sobre Offi
de voto co n tra rio . E nos feitos entre par cios, de que forem passadas Cartas, assina
tes se p o rá s en ten ça, como forem dous das p er Nós (3), ou pelos Védores de nossa
votos confórm es. E não porão differença F a z e n d a , e os despacharão em Relação,
algum a nos sinaes, p e r que se possa sa da m an eira que despacham os mais feitos,
b e r, que foram de co n trario parecer em de que o conhecim ento lhes pertence, e
p a rte , ou em todo. E tendo os ditos Jui h averá delles vista o P ro cu rad o r dos nossos
zes para .despachar alguns feitos do nego feitos da Fazenda.
cio dos Contos ( 2 ) , os despacharão p r i
S . - p . 5,t. 11. 1 § 4 .
m e iro , que outros alguns.
3. E sendo necessário p ara despacho
S.— p. 5 t. 1 1. 1 §§ 1,2 D 3. dos ditos feitos fazerem-se algumas’ d ili
gencias nos*Contos do R e in o e Casa, e
l. E despacharão assi mesmo (3) os feitos
nas Casas da ín d ia , M in a e A rm azéns, e
da F a z e n d a , assi do negocio do R e in o ,
na A lfândega da cidade de Lisboa, e em
como da I n d i a , A fric a e C o n to s, e assi
quaesquer outras casas, onde se rccadein
os feitos da F a z e n d a , que se tratarem
nossos D ire ito s na d ita cidade, ou dar al
entre p a rte s , eiveis e c rim e s , e in s tru
guns papeis, ou certidões dos liv ro s delias,
m entos de aggravo, para o despacho dos
ou responderem os Officiaes dos Contos
quaes o R egedor lhes ordenará hum a, ou
e das ditas Casas algumas cousas, perten
duas mesas, com os Desem bargadores, que
centes ao despacho dos ditos feito s, e
lh e parecer serem necessários, segundo _a
que nelles se mandem fazer c aju n tar, assi
qualidade dos negocios e fe ito s , que t i
p er despacho, posto p er acordam em R e
verem p ara despachar. E ao d'espacho dos
la ç ã o , como p o r mandado cm audiência
feitos,' em que o nosso P ro cu rad o r da F a
pelos ditos Juizes sómente : passarão para
zenda fo r p arte, starà sempre presente ( i ) .
isso P re c a tó rio s , dirigidos ao Contador
M as não tom arão conhecim ento dos ins
M o r e P ro v e d o res , e mais Officiaes Su
trum entos de aggravo, que se tira re m dos
p eriores das ditas Casas, na fô rm a , em
Officiaes e L an ç a d o re s , que repartem as*2 3
que os Corregedores da Corte os passam
para os ditos Provedores e Officiaes Su
p eriores. E a mesma ordem terão nos P re
Mas as Relações conhecem (los aggravos o appcllações catórios , que passarem para o P rovedor
nas causas que respeitão ao Thesouro Nacional, com
assistência do Procurador da Coroa s Soberania, das V a lia s e Contador das Jugadas, L e z í
que he também da Fazenda Nacional. Era a antiga rias (4) e Paúes. E sendo passados na dita
pratica. fô rm a , os cum prirão os ditos Officiaes in
Vide Reg. de 30 de Janeiro de 1833 art. 00, L . de te ira m e n te , como p er nossas Ordenações
20 de Dezembro do 1830 a rt. 17, A t. de li de Junho de
1 83 4 , e D. de 23 de Junho do mesmo anno. são obrigados.
Como Juizes da C orda, não podião accumular o
cargo de Conservadores de Nações estrangeiras.— P. S . - p . 5 1. 11. IS 5.
da 7 de A b ril de 1728.
Consulte-se sobre estes funccionarios: Cabcdn p. 2 a. E havendo-se de aju n tar alguns tras
dec. de Stytís
118 ; Costa, ann. 11 ; Gouvêa Pinto, lados de Regim entos, P rovisões, ou outras
Manual deAppellações Re
p. 4 cap. 19; e Furtado, no quaesquer cousas,’ que sliverem registra
pertório Geral, Juiz dos feitos da Coroa.
artigo —
das nos livro s da Fazenda, que se hajam
(3) O D. de 29 de Fevereiro de 10-4-4 exigia qun os
leitos que se despachassem no Conselho da Fazenda
de d ar delles, feitos pelos Porteiros delia,
(ho.je extincto) se processassem perante os Juizes dos o J u iz do feito passara P recato no na fôrm a
feitos delia. acostumada, dirigido aos V édores da F a -
(2)Contos, referia-sc ao E rário ou Thesouro Nacio
nal, que então se chamava Casados Contos.
(3) A edição de 1824 usa sempre da locução — isso
mesmo — , de preferencia á do texto que se lê na V i- (1) Encabeçamcnto, i. c., lançamento do imposto (la
centina de 1747.
S l(oj Funccionarios que têm hoje <t seu equivalente nos
(4) Vide sobre esta O rd. e necessidade do comparo- Inspectores (las Thesourarias, diminuídas algumas at-
cimento do Procurador da Fazenda no julgamento dos
feitos que á mesma interessavão as Carias d El-Rey iribuições. , _ , , , '
de 23 de A b ril do 1614, 16 de Dezembro do 1615, e
()3 Vide A l. de 26 de Outubro de 160<.
(4) Lczirias, diz-se, a terra marginal situada ao longo
DD. de 16 de Junho de 1059, 5 dc Maio de 1663 o 26
de Janeiro de 1686, c A l. dc 28 de Março de 1617. dos rios, sujeita ás alagações.
Ord. H
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
36
a quantia de sessenta m il réis (1), sendo a p -
zenda, para mandarem dar os ditos tras
lados, por quanto dos livro s da nossa Fa pellado pelas partes condenadas, ou pelo
zenda não se deve dar traslado algum sem Procurador dos feitos da dita Alfandega;
ao qual mandamos que sempre appelle p o r
mandado dos Vedores delia.
parte de nossa Fazenda nos ditos feitos,
S . - p . 5 1. 11. 1 § 6. não sendo as partes condenadas em tudo
5. Item, os ditos Juizes tomarão conhe o que contra ellas p e d ir, para o que os
cimento per simplices petições dos aggravos Scrivães dos ditos feitos lhe notiiicarão
que as partes disserem (1), que lhes fazem as sentenças. E não passando a quantia
os Olíiciaes, de que os ditos Juizes podem de sessenta m il réis, não entrando nisso
conhecer per appellação, ou aggravo. E a pena do dobro ou tresdobro, terá alçada
isto sómente, aggravando-se do despacho, o dito Provedor e Ófficiaes sem appellação
que alguns Ófficiaes pozerem em alguns e aggravo. E quanto á pena crim e, em
fe ito s, ou sobre o que mandarem nas que as partes encorrem (2) por os ditos des
caminhados, ou por outros delictos, que
audiências.
sobre cousas e direitos da dita Alfandega
S . - p . 5 t. 11. 1 § 7 . se commetterein, não tomará o Provedor
<5. E não conhecerão das petições, em e Ófficiaes conhecimento ; mas logo remet-
que as partes se aggravarem- dos Alm o terão os taes feitos aos Juizes da Fazenda,
xarifes, ou outros alguns Ófficiaes os obri para elles os despacharem em Relação (3).
garem a pagar direitos de cousas, que não
S .- p . 5 1. 11.1 § 12.
devem, ou mais daquelles, que devem, ou
de lhes não guardarem acerca disso os 10. E os ditos feito s, de que assi po
privilégios, que tiverem, ou lhes não fa dem conhecer per appellação e aggravo,
zerem pagamento (2) de suas tenças, ou d i por passarem de sessenta m il réis, pode
nheiro, que de nossa Fazenda hão de ha rão ser avocados pelos ditos Juizes em
ver, ou tratando-se nas ditas petições da quaesquer termos, em que stiverem, pa
jurisdição de alguns feitos da Fazenda: recendo-lhes que ha justas causas para isso.
por quanto o conhecimento e despacho das E não passando da quantia de sessenta
taes petições pertence ao Tribunal do Con m il réis, não poderão ser avocados pelos
selho da Fazenda. E o mesmo será nas ditos Juizes antes da sentença, nem depois
appellaçòes e instrumentos de aggravo, delta.
que se tirarem sobre os ditos casos. S . - p . 5 t. 1 1. 1 S 13.
S . - p . 5 1 . 11. 1 $8. 11. E para se saber, se a valia dos des
Al. de 23 de Junho de 1571.7
9
8
caminhados chega à quantia dos sessenta
7 . E havendo por bem que alguns feitos m il réis sem a pena do dobro e tresdobro,
do dito Juizo se despachem perante Nós, fará o Provedor da Alfandega fazer ava
serà presente ao despacho delles o Y é d o r liação delles p o r dous mercadores sem
da Fazenda, que servir. suspeita, hum, em que se elle para isso
S . - p . 5 t. 1 1 .1 § 10.
louvará, e outro, em que se louvarão as
partes; aos quaes o Provedor dará ju ra
8. E assi tomarão conhecimento de to mento dos Santos Evangelhos, e pelo dito
dos os feitos, em que o Procurador de juramento farão a dita avaliação, de que
nossa Fazenda (3) se oppozer, ou assistir, e se fará termo nos autos, assinado per elles,
lhes serão rem ettidos, tanto que o dito para se saber se cabe na alçada do P ro
Procurador se oppozer, ou assistir, sem vedor e Ófficiaes, ou se se póde appellar
mais Juiz algum tomar delles conheci de sua determinação, como atraz he decla
mento, assi em lodos os Juizos da Corte, rado. E não concordando os dous louva
como de todos nossos Reinos e Senhorios. dos, se louvarão em terceiro, que o de
S . - p . 5 1. 11.1 § 11.
termine. E o que os ditos dous louvados
assentarem, isso se cum prirá àcerca da dita
9. Item , conhecerão das appellaçòes e avaliação.
aggravos, que saírem dante o Provedor e S . - p . 5 t . 11. 1 § 14.
Ófficiaes da Alfandega de Lisboa, sobre
descaminhados das mercadorias e cousas, 12. Item , conhecerão de todos os feitos
que à dita Alfandega pertencem, passando de injurias feitas, ou ditas aos Rendeiros
de nossas rendas, ou Ófficiaes delias, sobre
a recadação de nossas rendas, ou sobre
(!) Vide D. de 4 de Junho de 1685. seus Officios, per aução nova na Corte e1 3
2
(2) O A l. de 31 de Outubro de 1602, que transcreve
Cabedo no fim de suas Erratas,
explica esta O rd., en
tendendo-se, como nota o autor da Synopsis Chronolo-
gica,que esse Alvará se achava em vigor por virtude (1) Esta taia foi elevada ao triplo por Al. de 16 de
Setembro de 1814.
da L . de 29 de Janeiro de 1643.
A edição Yicentina usa da expressão— fasempaga
- (2) A edição Yicentina diz — incorrerem.
gamentos — em lugar de — faserem. (3) Yide Cartas d’El-Rey — de 23 de Abril de 1614,
e 16 de Dezembro de 1615.
(3) Vide D. de 20 de Junho de 1685.
TITULO X I 37
Casa da Supplicação, ou fó ra d elia cinco causas sobre a renovação dos prazos dos
legoas ao re d o r, q u er sejam autores, quer ditos A rm azéns (1), ou arrecadação d osfóros
re o s : e p e r a p p ellação , quando vierem d elles; porque tratando-se da propriedade
dante algum C o n ta d o r, o u A lm o x a rife . dos ditos prazos e validade dos titu los
P o ré m tratando-se os feitos sobre os ditos delles, ou commissos, ou sobre se h aver
casos ante os Julgadores o rd in á rio s , as de tom ar posse p er nossa p arte, p o r se
appellaçòes, que delles s a íre m , irão aos re m as vidas acabadas, em taes casos p er
O uvidores dos feitos c rim e s , e não aos tence o conhecim ento ao Ju iz dos nossos
Juizes de nossos feitos. feitos da Coroa.
bargos, que nos ditos feitos e suspeiçòes competente para conhecer, se a jurisdição
forem postos, sejam nullos (1). pertence a nossas Justiças. E o mesmo
será, quando alguma pessoa se aggravar
L. ile 26 de N ovem bro de 1582 § 8. dos Juizes Ecclesiasticos, e fo r leigo, ou
S . - p . 1 t. 9 1. 4.
L. lie 5 cie Dezembro cie 1588. a causa de tal qualidade, que pertença ás
nossas Justiças o conhecimento delia, pos
3 . E podcr-se-há oppor e assistir em toque as partes sejam pessoas Ecclesiasti-
quaesqucr feitos e causas, que se tratarem cas, porque cm taes temos a nossa ju
na Casa da Supplicação per razão de al risdição fundada em D ireito. E por assi
guns Juizes Ecclesiasticos, ou Apostolicos ser, pôde o Juiz dos nossos feitos mandar
quererem im pedir com excomrnunhões e n o tilica r aos Juizes Ecclesiasticos, que res
censuras o effeito e execução de nossos pondam (1) a razão, que tem para tomar
mandados, e sentenças dadas em nossas conhecimento dos taes casos, por assi ser
,Relações. E requererá sobre isso todo o confórme a D ireito, e sempre se praticar
que cum prir. E assi sobre se haverem de e usar nestes Reinos.
guardar c dar á execução as nossas Or
denações, que faliam nos que impetram M.— liv . 1 1 .11 § 4.
P. ile 18 de Março de 1578 § 11.
em ítoma Benefícios de nossos Vassal-
los (2) e naturaes destes Reinos, e aceitam 6. E quando os Juizes Ecclesiasticos
procurações e requerem contra dies. O não quizerem desistir de tomarem nossa
que poderá fazer, postoque as partes ve jurisdição, os Juizes de nossos feitos darão
xadas contra a fôrma das ditas Ordenações Cartas áquelles, contra quem os ditos J u i
não requeiram, ou não possam ácerca disso zes Ecclesiasticos procederem, nas quaes
requerer sua justiça. lhes encornmcndarão (2), que não procedam
contra d ie s , e nellas declararão, que a
S.— p. 1 t. 9 1. 2.
jurisdição pertence a Nós. E mandarão
4.E dará ordem, com que se façam as ás nossas Justiças, que não guardem seus
diligencias, que so mandarem fazer, e in mandados, como de Juizes incompetentes,
quirições, que se houverem de tira r per e que não os e vite m , nein prendam per
Cartas (.']) dos Juizes dos nossos feitos, como suas censuras, nem levem dellcs penas de
nellas for conteúdo. excominungados, nem guardem, nem exe
5 . Informar-se-há se se tratam alguns cutem suas sentenças. E quando os Pre
feitos perante os Prelados, ou seus Vigá lados, ou Juizes Ecclesiasticos, som em
rios, ou outros Juizes Ecclesiasticos,_que bargo das ditas Cartas, não quizerem deixar
sejam contra nossos Direitos c jurisdição, de proceder contra os leigos, ou não de
para os defender por nossa parte, assi por sistirem dos procedimentos, que tiverem
nossas Ordenações e artigos acordados (4) feitos contra elles: Nós, como Rei e Se
e approvados pelos Reis, que ante Nós fo nh or, os chamaremos (3) per Cartas per Nós
ra m , como per Direito commum e per assinadas, stando elles fóra da Corte, e
qualquer outro modo ju ríd ico . E se v ir donde stà o Desembargo do Paço; o stando
que usurpam nossa ju risdição , ou algum onde a Corto s tiv e r, per recado nosso,
Direito nosso, poderá requerer sobre isso para nos darem razão de como tomam
ao Juiz dos nossos feitos, o qual he Juiz nossa jurisdição, e para sobre isso serem
ouvidos perante os nossos Desembargado
res do Paço com o Juiz e Procurador dos
(1) Na edição Vicentina de 1747 ha ainda o seguinte nossos feitos (4), os quaes fallarão c dispu
additamento de conformidade com a la edição das Or
denações, mas que Cabedo nos suas Erratas entendeu
tarão sobre o caso; e não querendo o
dever supprimir, declarando que esse additamento fôra Juiz Ecclesiastico reconhecer, que a tal
escripto por inadvertência, visto como fazia parle do p r i .jurisdição pertence a Nós, se guardará o
meiro Regimento da Casa do Porto, revogado por «ma
Provisão de 24 dc Outubro de 1598- E neste sentido,
diz o mesmo Cabedo, já se havia emendado no t. 9 § 16
e t. 40 deste livro , dando-se antinomia com essas O r (1) Vide DD. de 16 de Dezembro de 1675 e de 7 de
denações, se o resto deste paragrapho não fosse sup- Maio de 1699, e Ass. de 30 de Março de 1694.
prim ido. (2) Vide a riota precedente, e O liva — de foro Ec-
Eis o additamento: clcsicBp. 1 q. 24.
« E o mesmo será nos feitos, que vierem por ag- (3) Vide nota (4) á Ord. do § 12 do t. 9 deste liv ro ,
gravo do Juizo da Coroa da Casa do Porto ao Juízo e bem assim os atts. 48 e 83 da segunda Concordata
dos Aggravos da Casa da Supplicação. E razoará em do Rey D. João I , e arts. 10, 11 e 12 da de D. Sebas
os ditos feitos, mandando-se-lhe dar vista por desem tião a pag. í 48, 164 e 210 da nossa Compilação do
bargo da Relação. E posto que ellc razôe nos tacs DireitoCivil Ecclesiastico.
feitos se despacharáõ no Juizo dos Aggravos. » Consulte-se também Borges Carneiro — Direito Civil
Não ha lei autorísando esta suppressão nas edições tomo 1 pag. 263.
de 1824 e de 1850. (4) V id e L . de 22 de Setembro de 1828 a rt. 2 § 6,
(2) Vide A l. de 17 de Novembro de 1617. Os Procu A v. de 24 de Outubro de 1833, DD. de 2 de Janeiro
radores da Corôa podião requerer contra os im petran de 1838 a rt. 12, e n . 1911— de 28 de Março de 1857
tes de Benefícios dos Ordinários, sendo da apresenta a rt. 10. i
ção dos Priores. Pelo a rt. 3 deste Decreto só o Conselho de Estado
(3) Vide Ord. deste liv . t. 9 § 18, t. 13 § 5 e t. 24 he competente para conhecer dos Recursos á Coroa.
§ 29, e liv. 2 t. 53 § 10. Consulte-se sobretudo Maya — Apontamentos de Le
(4) Refere-sc ás Concordias Concordatas
ou com os gislaçãopara uso dos Procuradores da CorôaeFazenda
Prelados de Portugal. Nacional p. 1 §§ 2, 3 e 4.
TITULO X III 41
tira r per Cartas dos Juizes da Fazenda, outro Julgador as não passará, postoque
como nellas fo r conteúdo. sejam os Corregedores do Crime da Corte (1).
As quaes Cartas de seguro irão dirigidas
6. Item , o Procurador da nossa Fazenda
para os Juizes dos lugares, onde se disser
não levará salario algum á custa das partes, serem os ditos erros commettidos, para
a que assistir, ou ajudar, po r conservação
perante elles se liv ra re m ; os quaes darão
de nosso direito, ou por quem razoar per appellação e aggravo para o dito Juiz da
despacho da Relação. Chancellaria nos casos, em que se deve
S . - p . 1 1 . 91. 3. da r: e nos casos commettidos dentro das
cinco legoas passará as Cartas dirigidas
TIT U LO X IV para si mesmo, para perante elle se l i
vrarem. E per este modo poderá conhe
Do Juiz da Chancellaria da Casa cer per auçào nova dos sobreditos casos
na cidade de Lisboa, onde a Casa da Sup
da Supplicação (1). plicação stá, e cinco legoas ao red or; e
fóra "das cinco legoas conhecerá per ap
A o Desembargador, que servir de Juiz pellação e aggravo nos casos commettidos
da Chancellaria, pertence passar as Carlas no districto da Casa da Supplicação. E
das execuções das dizimas das sentenças (2), todos os feitos e instrum entos, assi de
que se derem na Casa da Supplicação. E auçào nova, como de appellação e aggravo,
conhecerá dos feito s, que sobre cilas se despachará em Relação: e isto, postoque
ordenarem, e os desembargará em Re os taes feitos sejam de Moedeiros, ou de
lação. pessoas, que tenham privilegio de Moe
S .-p. it.3 1.1Sl- deiros, por ser o Juízo da Chancellaria
lim itado, e nenhum outro Julgador poder
1. Item , dará Cartas de seguro aos Ta- conhecer de erros de Scrivães, senão elle,
belliães e Scrivães, e aos outros Officiaes, nem o p rivile g io dos Moedeiros se esten
de cujos Officios temos ordenado, que^ os
der aos taes Officiaes.
Desembargadores do Paço passem as Car
tas, quando as ditas pessoas as quizerem S . - p . 1 1 .31. I S 2, e I. 4, c p. 3 t. 3 1.2.
tomar, de erros, ou falsidades, que se diga 2 . E conhecerá dos aggravos, que vie
terem commettido em seus Officios, ou nos rem dos Contadores das custas e dos
casos, que aos ditos Officios tocarem, e salarios dos Procuradores, Scrivães, Ta-
belliâcs, Porteiros e Enquercdores. E
quando os Procuradores, Scrivães, e En
(1) Este cargo foi supprimido por virtude do art. IB quercdores da Casa da Supplicação quize
da Disposição Provisória, e art. i do Reg. de 3 de Ja
rem demandar por seus salarios algumas
neiro dc 1833. _ , _
As funcções deste Juiz nas antigas Relações da 13a- partes de fóra da Corte, o Juiz da Chan
hia, Rio de Janeiro e Maranhão erão desempenhadas cellaria as poderá mandar citar, po r quanto
pelos respectivos Chancellercs.— Reg. de 12 de Setem
bro de 11352 § 23 e seguintes, de 13 de Outubro de
as ditas pessoas podem trazer seus con
1751 a rt. 38, e de 13 de Maio de 1812 t. 3. tendores á Corte sobre os ditos salarios
Vide Cartas d’ El-Rey — de 20 de Setembro de 1624, e scripturas.
e 22 do mesmo mcz de 1G28, e A l. de 2 de Junho de
Í625. Por este A l. cessou em Portugal a existência de S. — p. lt . 3 1 . 1 § § 3 e 10.
um Juiz dos peccados públicos, cujas funcçõcs des
empenhava o Juiz da Chancellaria. 3 . Item , conhecerá de todas as suspei-
Consulte-se Costa, de Stylis aim. 13; Cabedo, p. 1 cõcs, que forem postas aos Corregedores,
Dec. 16 e 17; e Gouvéa Pinto, Manual de Appcllaçõcs
Ouvidores, Juizes, Justiças e Officiaes da
p. 4 cap. 20.
(2) Vide Ais. de 13 de Novembro de 1626 e de 23 de cidade de Lisboa, e ao Juiz dos Alemães:
Fevereiro de 164-4. as quaes despachará em Relação corn os
A dizima da Chancellaria era um imposto lançado
aos litigantes, e cobrado pelo Fisco contra os que fa-
Desembargadores, que o Regedor para isso
zião má demanda. lie invenção romana, admittida lhe ordenar. E sendo o dito Juiz da
por nossa Legislação desde longa data. Consistia na Chancellaria suspeito ao Official, a que se
decima parte do valor da cousa demandada e custa?,
mas hoje está reduzida a 2 o/0 do valor demandado, intenta a suspeição, se guardará o que fica
em virtude da L. n. 99 — de 31 de Outubro de 1835 dito no T itu lo 4 : Do Chancellor da Casa
art. 9 § 2, e L . n. 70 — de 22 de Outubro de 1836, da Supplicação, no paragrapho 5 : E sendo
a rt. 14* § 21, que são logo pagos por quem tive r in
teresse no adiantamento da causa, na mesma oocasião o Chancellor. Mas não conhecerá das sus-
em que se tem de pagar o sello dos autos (Reg. peicòes, postas aos Officiaes de fóra da
d . 150 — de 3 de A b ril de 1842 art. 2) se a divida não cidade de Lisboa, postoque sejam dos lu
exceder de 1:000,0000, averbando-se o imposto para
ser atinai pago pc:o vencido, excedendo aquella somma.
gares, que estão dentro das cinco legoas.
Vide Ord. deste liv . 1. 20 § 3, t. 31 § 2, c t. 58 § 23. Nem conhecerá das suspeiçòes dos Offi
Consulte-se sobre esta pena e imposto Pegas, Com. ciaes do lu ga r, cm que a Casa da Sup-
t. 3 pags. 406 c 468, onde vem compilada a respcctiva
legislação, maximc o Regimento da Dizima — de 10 de
Janeiro de 1589 ; Pereira e Souza, Diccionario Jurídico,
a rtig o — D i z i m a Pereira de líarros, Apontamentos (1) A attribuição de processar os Tabclliães e Es
de Direito Financeiro Brasileiro pag. 237; e M . A. crivães e outros funccionarios não privilegiados per
Galvão — Dizima da Chancellaria— Reflexões sobre a tence ao Juiz dc D ireito da Comarca. L . n. 261 — de
historia e legislação desse imposto. l 3 de Dezembro de 1841 a rt. 25 § 1.
-T^'- ■ 'g-v
TITULO XV 43
plicação stiver, quando po r algum caso se Contadores c Alm oxarifes, e outros Offi
mudar da dita cidade ; porque entào co ciaes da dita Fazenda, não tomará delias
nhecerão as Justiças ordinárias, conforme conhecimento, por quanto pertencem aos
a nossas Ordenaçòes. Juizes da Fazenda.
S.— p. i t. 2 1. 3, e t. 3 1. 3. Ass. de 31 de Agosto dc 1584.
Ass. dc 10 de Julho de 1561.
Ass. de 17 de Julho de 1571.
T IT U L O X V
4. Ite m , quando algum Contador das
custas fo r suspeito, ou por algum impe Do Promotor da Justiça da Casa
dimento não podêr fazer a conta, ou de da Supplicação (1).
pois de fe ita , as partes allegarem erros
sobre ella, commetterá a tal conta a huma
Ao Desembargador da Casa da Suppli
pessoa, que bem e sem suspeita a possa
cação, que servir de Promotor da Justiça,
fazer. E no que tocar aos erros da dita
pertence requerer todas as cousas ^ que
conta, elle conhecerá delles, e determinará
tocam á Justiça (2), com cuidado e diligen
per si só o que lhe bem parecer, postoque
cia, em tal maneira que por sua culpa e
seja entre pessoas dos Mestrados (1). E o
negligencia não pereça. E a seu Olficio
Chaneeller dos Mestrados se não entre-
pertence form ar libellos contra os seguros,
metterá nos ditos casos de erros de cus
ou presos, que por parte da Justiça hão
tas, quando as sentenças forem dadas per
de ser accusados na Casa da Supplicação
outros Julgadores, c não pelo mesmo Clian-
per acordo da Relação (3). E levará de cada
celler. E do que o dito Juiz da Chan-
fibello cem ré is ; c onde houver querela
cellaria determinar per si só, assi neste
perfeita, ou ,quando o seguro confessar o
caso, como nos outros todos, em que lhe
malefício na Carta de seguro, em cada hum
não he ordenado, que despache em ltela-
dos ditos casos o faça per mandado dos
ção, poderão as partes aggravar (2) per pe
Corregedores da Corte dos feitos crimes,
tição para a ltolaçào, sem por isso paga ou de qualquer outro Desembargador, que
rem dinheiro do ággravo (3). do feito conhecer. O qual libello fará no
S. - p . 1 1. 31.1 §7, e 1.2. caso da querela o mais breve que podér,
conforme a ella. Porém nos casos, onde
5. E não conhecerá de culpas e errosnão houver querela, nem confissão da
de Scrivães (4) e Officiaes culpados em autos parte, porá sua tenção na devassa, pare
de residência, por quanto o despacho dos cendo-lhe, que per ella se não deve pro
ditos autos, que vem per residência, per ceder, para com elle dito Promotor se ver
tence aos Desembargadores, a quem o Nós em Relação, se deve ser accusado, preso,
commettermos, e não ao ju iz da Chan- ou absoluto. E assi fará nos ditos feitos
cellaria. quaesquer outros artigos e diligencias, que
s.-p. it.3 1.1 §6. forem necessárias por bem da Justiça. Po
rém não razoará os ditos feitos em final,
c. E em todo o caso, que a seu Officio salvo em algum feito de importância, sen
pertencer (5), poderá mandar citar fóra da do-lhe mandado per acordo da Relação.
cidade de Lisboa, onde a Casa da S uppli-
caçâo stã, e cinco legoas ao redor. E assi M .-liv. i t . 12 pr. e§3. (I)*3
poderá dar licença á parte, ou a qualquer
pessoa em seu nome, para poder citar
dentro da cidade perante huma testemu ( I) O cargo de Promotor da Justiça da antiga Gasa
nha ao menos, parecendo-lhe ser neces da Supplicação anda hoje annexo ao de Procurador da
Corôa, cm vista do Reg. de 3 de Janeiro de 1833
sário ; e a tal citação será valiosa. arts. I, 16, 18 e 20, fado que aliás já se tinha dado
na antiga Relação do Rio de Janeiro.
S . - p . 1 t. 3 1.1 § s 8 e E>. Além das a ttr ib u te s consignadas nesta Ord. e re
produzidas no D. de 13 de Maio de 1809, compete ao
7. E assi tomará conhecimento das ap- mesmo Promotor as que constão do art. 25 da D- de
pellaçòes, que vierem á Casa da Supplica- 18 de Setembro de 1828, art. 20 do D. de 30 de De
zembro de 1830, e art. 37 do Codigo Criminal, que
câo sobre erros de Scrivães da Fazenda forSo colleccionadas por May a—Apontamentos,
etc.,
ãc todo o R e in o , vindo as taes appolla-
ções dante os Corregedores, Ouvidores e P’ OunnU> á Legislação antiga «ubsequente á esta Ord.,
e concernente a este cargo, vide A l. de 31 de Março
Juizes O rd in á rio s: mas vindo dante os de 1742 8 o, o D. do I o de Março de 1758.
Consulte-se auida o D. de 5 do Maio de 1814, A l.
de 4 de Junho dc 1823, D. de 5 de Junho do mesmo
anno, e Avs. do I» de Agosto e 6 de Dezembro
(t) R efirc-se aos Mestrados da3 Ordens do Christo,
Santiago e Aviz. . y jílç — Costa,deStylis, ann. 14, e Pegai — Com. t. 3
(2) Vide Ass. do 23 de Fevereiro de 103».
(3) Vide Ord. do liv. 3 t. 84 § 1, c Pegas Com.
t. 3
rtan- 411 e t. 14 additiones pag. 15.
r ( 2 ) Vide Carta d E l - R e y - l e 27 de Julho de 162,,
pag. 410. e t. 14 pag. 15. encarregando o Promotor da Justiça de denunciar dos
Vh) Os DD. de 24 de Julho de 1114 e de o0 de naturaes do Reino de Portugal que commetlessem c ri
Agosto dc 1134 mandavão devassar duas vezes no
mes no Brasil. .
anno dos Escrivães, Alcaides, Meirinhos, etc. (3 ) Vide Am. de 12 do Fevereiro de 1604.
(5) A edição Vicentina diz— pertence. O r d . 16
(4 PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
TITULO XVI
tenção {!), e assios mais Desembargadores, ditas Casas servirem, porque isso pertence
que pelo Regedor lhe forem dados. E ao Provedor e Irmãos.
tanto que tres. forem conformes nas ten
ções, porão a sentença conforme a ellas, s . -p . 1 1. u 1 . 1 § 6.
e se cumprirá e dará á execução, sem mais 4. E se ao Provedor e Irmãos parecer,
appellação, nem aggravo de q"ualquer quan que he necessário entender algum Letrado
tia, ou valia que seja. E o dito Juiz (2) em alguma cousa, que tocar ao governo
screverâ a sentença, postoque seja ven e administração do Hospital e Misericór
cido ; e quando se tirar do processo, irá dia, o dito Desembargador o fará per sua
per elle assinada. commissão, como seu Ouvidor, e despa
S. - p . 11. U 1. 1 § 1. chará as ditas cousas com o parecer do
L . de 27 de J u lh o de 1582 § 8. Provedor e de tres Irmãos da mesa ao
menos, de maneira que sejam cinco no
1. E quanto ás outras interlocutorias e despacho; e do que pela maior parte delles
mandados, de que se não póde aggravar for determinado, não haverá appellação,
per petição, ou instrumento, as despa nem aggravo.
chará per si só, e as partes poderão delias
aggravar no auto do processo. E quando S . - p . 1 1. H 1.1 § 7 .
o feito stiver concluso em final, os Des 5. E dos feitos, que tocam ás Capellas
embargadores, antes de pôrem final sen da cidade de Lisboa e seu Termo, não
tença, proverão em Relação sobre os ag- tomará conhecimento, nem entenderá nas
gravos do auto do processo, que as partes contas e cousas, que ás ditas Capellas
requererem, que se despache. E depois pertençam, nem em encarregos de Mor
de cumpridos os despachos, que se poze- gados, "porque isso pertence ao Provedor
rem sobre os ditos aggravos, despacharão das Capellas e Residuos da mesma cidade.
os ditos feitos finalmente na maneira so
bredita. S . - p . 1 1 .141.1 § 8.
Ê se algum tom ar p e r força alguns còes fo re m postas aos que com pram para
m antim entos ou bestas nós lugares e Co revender (1). E quando o A lm otacé M ó r v ir
marcas, onde stiverm os, pagará as penas, que os dito s m an tim en to s são poucos,
que direm os no segundo L iv r o , no T i mande-os re p a rtir.
tu lo 5 0 : . Que os Senhores de terras, M . - l i v . 1 1 . 15 § 63.
nem oittras pessoas não tomem mantimen
tos: a das ditas penas serão q u in hen tos 11. A o A lm o ta cé M o r pertence m andar
réis: (se a tanto chegarem as penas), ame nos lugares, onde a Corto s tiv e r, c u m p rir
tade pa ra as despesas da A lm o ta ça ria , e a as posturas feitas sobre ca n o s , fontes,
o u tra para o M e irin h o da Corte. E o chafarizes, poços e ste rq u e ira s : e m andar
que mais fo r de qu in h e n to s réis nas ditas p e n h o ra r os jílm o ta c é s , que achar n e g li
penas, será applicado para as partes, ou gentes, cada h u m por, trezentos réis (2) pol
lugares a h i d ito s. eada vez, a qual pena será ametade para
as despesas da A lm o ta ça ria , e a o u tra para
M l- liv . 1 1 .15 §62.
S. — p. 1 1. 35 1. 1. o M e irin h o . E não achando sobre isso
posturas, elle com os O fficiacs desse lugar
9. Havemos p o r hem , que todos os que
em Camera façam postura, e ponham as
de alem de cin co legoas do lu g a r, onde
penas, que lhes bem p a re ce r, as quaes
Nós stiverm o s, tro u xe re m m antim entos á
logo fará apregoar e c u m p rir.
Corte, não paguem mais que meia Sisa (1),
com tan to que não sejam moradores den M.— liv . 1 t. 15 § 65.
tro das ditas cin co legoas. Porém se os s.-p. 1 t. 35 1. 1.
que m orarem d e n tro das cinco legoas, fo 12 . E bem assi m andará pregoar, tan to
rem pelos m antim entos além das cinco que a algum lu g a r chegarm os, que te
legoas p e r co n stra n g im e n to , pagarão só- nham os vísin h o s as praças e ruas lim pas,
m ente a meia Sisa, com tan to que os não e que ninguém lance sugidade (3) alguma
tragam dos term os dos lugares, onde v i nos dito s lugares, sob a pena, que lh e bem
v e re m , postoque os term os sejam além parecer, não passando de q u in hen tos réis,
das cinco legoas. E vendel-os-hào em lu e mais serem obrigados a pagar o que
gar apartado nos lu g a re s, onde bem se custar a a lim p a r a d ita sugidade.
póde fazer, em m aneira que se não m is
turem com os da v i l l a : os quaes venderão M . - l i v . l t . 15 §66.
pelo m iu do ás pessoas, quo os houverem 13. O u tro si ao A lm otacé M ó r pertence
m is te r, e não a Regatães, nem a ontras m andar a lim p a r e refazer os cam inhos,
pessoas para re v e n d e r; e se os venderem calçadas e pontes nos lu g a re s, onde s ti
cm grosso, paguem toda a Sisa. E isto, verm os, e de re d o r até cinco legoas, cons
que dizemos do pagar da m eia Sisa, não trangendo para isso os Officiaes dos Con
se entend erá , quando Nós stiverm os na
celhos.
cidade de Lisboa.
M . - l i v . 1 t. 15 § 67.
M . - liv. 1 t. 15 §§ 63 e 64.
14.
E para o A lm o ta cé M ó r c u m p rir in
io. E defendemos aos das v illa s e luga
teiram ente o que pertence a seu O fficio,
res, onde stiverm os, e assi aos Regatães,
mandamos ao M e irin h o de nossa Corte, e
que não com prem para revender cousa
aos Corregedores das Comarcas, O uvidores
alguma dos d ito s m antim entos. E os que
dos M estrados, e a todos os Juizes e Jus
o co n tra rio fiz e re m , percam o que assi
tiç a s , Alcaides e M e irin h o s das cidades,
com prarem , ametade para quem os accu-
v illa s c lugares de nossos R e in o s , que
sar, e a ou tra para a piedade (2). E isto
cum pram seus mandados acerca do que
alem das penas, que p e r nossas Ordena-
pertence a seu O ffic io , como e pela ma
n e ira que cum prem os mandados dos Cor
regedores da Corte. E da condenação das
(1) Esto imposto foi introduzido cm Castella pelo penas não haja delle appellaçao, nem ag-
Rey D. Sancho em 1283, segundo affirma Pereira e
Souza no D iccionario Jurídico, passando d’ahi para gravo até qu an tia de m il réis.
Portugal. He uma porcentagom que o Fisco cobra
das compras e vendas. M . - l i v . 1 1. 15 § 68.
D. All'opso l í fo i o Introductor do imposto, e D. A f-
fpnsó V o. qne regulou a cobrança por meio de um is. M andam os, que todas as penas de
llegimentò — de 27 de Setembro de 1476, que D. Se d in h e iro , que elle pozer nas cousas, que
bastião reforfiloii. São os celebres Artigos de Sisas, a seu O fficio pertencem , ametade seja para
em grande parte em vigor.
Foi a principio um trib uto temporário, com destino o M e irin h o de nossa Corte, e a o u tra para
ás despezas da guerra. as despesas da A lm o ta ça ria . E para isto
Sisa Sisa
A palavra ou vem do latim meidere, cortar,
separar, etc. Em outros Paizes diz-se — o imposto da
áccisa excise.
ou No Brasil só foi admittido depois do
D. de 3 de junho de 1809.
Além de Pereira e Souza— 1)LecionariaJurídico, a r- (1) Vide Orrl. do liv. 3 U. 76 e 77.
figoSisa, consulte-se Berros — Apartamentos do Di (2) Estas multas forão elevadas ao trip lo pelo A l.
reito Financeiro Brasileiro, pag. 207. de 10 de Setembro de 1814.
(3) Falta de limpeza, immundtcias.
(?) Vide nota (2) itò'§ 6.
TITULO X V III 49
que d ito he, lhe damos ju risd içã o e alçada 25. Ite m , valendo a noventa ré is , vem
atê a d ita quantia de m il réis. a cada pão do d ito peso a cinco réis e
m eio e um oitavo de real. _
lil.— liV. 1 t. 15 § 69.
26 . Ite m , valendo a cem ré is , vem a
S . - p . 1 t. 35 1. 1.
cada pão a seis réis c hum quarto de real.
16 . O d ito A lm otacê M ó r não pôde fazer 27 . Ite m , valendo a cento e v in te réis.,
co rre içã o das cousas (-1) sobreditas, que a vem a cada pão do d ito peso a sete réis
seu O ííicio pertencem, senão no lu ga r, onde e m e io : c este respeito se terá soldo â
Nós stiverm o s, ou nossa Corte, e até cinco liv r a (1), valendo o trig o a móres preços.
íegoas de red or.
M .- liv . 1 1. 15 §70. Padrões da Corte.
17. E terá h u m P o rte iro , para faze r as 28 . E mandamos, que todas as medidas,
cousas, que lhe m a n d a r, no que a seu pesos, varas e covados sejam tamanhos,
O ffic io p e rte n ce r, o qual haverá m a n ti como os da cidade de L is b o a ,.e não se
m ento e v é s tia ria , assi como o hão os ja m m a io re s, nem m en ore s: e o A lm o -
P o rte iro s dante os Corregedores da Corte. tacé M ó r trará comsigo os Padrões de
todos os pesos e m edidas, os quaes se
M . - liv . 1 1 .15 § 71.
farão á custa de nossa C h ancellaria, e
da h i se pagará hum a besta para os le v a r;
Peso do Pão das Padeiras. e em cada hum anno duas vezes, huma
em Janeiro, e o u tra em Ju lh o , no lu ga r,
is. E mandará âs Padeiras que dêm pão onde stiverm os, fará a ffila r (2) e igualar
em abastança, segundo a ordenança, que áquolles, que p o r necessidade de seus Offi
lh e p e r eliê será dada. E não o fazendo cios hão de ter pesos, ou medidas, per que
ellas assi, paguem as penas, em que achar com pram o vendem , assi da Corte, como
que caíram , as quaes serão para as des- do d ito lu ga r. E qu alque r que fo r com-
esas da A Ím o ta ç a ria , ou obras publicas pre lie n d id o p e r duas testemunhas, ou per
o mesmo lu ga r, ou para o M e irin h o , se sua confissão, com m edida ou peso não
p rim e iro as com prehender. E sendo achado marcado e não concertado e concordante
pelos Alm otacés do lu g a r, sejam para o com o Padrão, ou postoque seja ju sto e
C oncelho. concertado com o Padrão, se marcado não
fo r, pacue duzentos e oitenta réis, e mais
M .-liV . 1 t. 15 § 6.
S . - p . l t . 35 1. 1. seja preso e p u n id o conform e a nossas
Ordenações c D ire ito , segundo a falsidade,
19. Cada alqueire de t r ig o , depois de ou m alicia, em que fo r achado. Porém no
fe ito em pão, tem de peso os pães para caso em que fo r achado o d ito peso e medida
se venderem duzentas e sessenta onças, marcada, e não concordante com o Padrão,
que são dezaseis arrateis e quatro onças, se se m ostrar que fo i p o r culpa do A n i-
de dezaseis onças cada a rra te l; e con la d o r, será relevado da d ita pe na , e o
fo rm e a isto se fará avaliação e conta de A ffila d o r a pa ga rá: e levará o Alm otacê
cada pão pela m aneira seguinte (2). M ó r de affila r os pesos e medidas o que
20 . V alen do o trig o a quarenta ré is o se acostumar le va r nos lugares, onde sti
a lq u e ire , fazendo delle dezaseis pães de vermos.
h u m a-1 atei e hum a quarta de onça cada M .- liv . i t . lá §§2i e 60.
p ã o , vem a 'c a d a pão dous réis e meio. 29 . E os C arniceiros e Pescadeiras, assi
21. Ite m , valendo a cincoenta ré is , vem da Corte, como do d ito lugar, serão o b ri
a cada pão do d ito peso tres réis e hum gados a affila r os pesos cada dous mezes
o ita v o de real. huma vez.
22 . Ite m , valendo a sessenta ré is , vem M . - liv . 1 t. 15 §25.
a cada pão a tres réis e tres quartos de 30 . Se os pesos e medidas forem mar
re a l. cadas com as marcas do Concelho, ou com
23 . Ite m , valendo a setenta ré is, vem a a marca, que traz o A lm otacê M ó r, e nao
cada pão do d ito peso a quatro ré is e tres
o ita vos de real.
rn Soldo á livra, proporcionadamçnte ao principal,
24. Ite m , valendo a oitenta réis, vem a ítros dizem que esta ezpressão significa pro, ™to
cada pão do d ito peso a cinco réis. Até o fim do século x iv os Portuguezes tnerap a
ieda libra, dividida em vinte soldos. .
Vide P e g as-C o m . á esta Ord., e F r . Joaquim de
nto Agostinho — Memória sobreas moedas doRemo
ConquZToo tom. 1 das Memória, ia Lmeratura
(1) A edição Viccntina diz — causas.
(21 Sobre esta Ord., e as outras que se seguem ate o '(^Ãmlar^Àpador, antiquadas: hoje diz-se Afcnr
6 21, diz Monsenhor Gordo, çue no Codigo Aferidor, i. e „ cotejar os pesos e medidas pelos pa
1
liv . I t. 15 desde o § ate o 23 se trata do mesmo
assumpto, mas sem todas aquellas mudanças quoezi- SobrepewTe0 medidas consulte-se Almeida e Souza
gia a alteração do preço, a que subira i.trig o , na
epocha em que le faria a Compilação Philippine.
AetBcs Summarias
t. 2 Diss. 13.
§& PRIMEIRO LIVRO DAS ORDEKAÇÕES
forèm justos e concertados com os Pa- o u lugares, sejam as ditas penas para os
Rrões, :sc no almude de vinho fo r achado Concelhos, e além disto as pessoas, em
erro de Canada, pague aquelle, em cujo cujo poder as ditas medidas, ou pesos
poder fo r achado, duzentos è oitenta ré is : forem achados, sejam presos e punidos
■é po r erro de meia canada, cento e qua per D ireito segundo a falsidade, ou ma
renta r é is : e p o r erro de quartilho no lícia, em que forem achados.
alm ude, setenta ré is : e dahi para baixo M . - l iv . l t . 15§29.
'não pagará cousa alguma. S. —p. 1 t. 35 1. 1.
M.—liV. l t . 15 §§ 25 e 27. 35 .
O M eirinh o da Corte poderá trazer
Padrões de pesos e medidas, para ^ ver
31. E se na arroba fo r achado de erro
mais a m iude, se os Regatães da Corte
hum arratel , pague de pena duzentos e pesam e medem verdadeiramente: e achan
Oitenta ré is : e por erro de meio arratel
do-os em erro, leve-lhes toda a pena. Po
na arroba pague cento e quarenta ré is :
rém o Almotacé M ór proveja cada mez
o dahi para baixo, soldo à liv ra (1). os Padrões do d ito M e irin h o , e outrosi
M . - liV . l t. 15 §27. se o fez he m : e se achar que o fez como
nâo deve, applique para as obras públicas
32 . E se na vara, ou covado fo r achado
as penas de quem o malfizer, e diga-o a
erro de dous dedos, pague' aquelle, em Nós para o castigarmos como merecer.
Cujo poder fo r achada, duzentos e oitenta
r é is : e po r erro de hum dedo, cento e M . - l i v . l t . 15§81.
quarenta ré is : e p o r erro de meio dedo, S. —p. 1 1. 35 1.1.
setenta réis.
Padrões dos Concelhos (1).
M . - l iv . 1 t. 15 § 23.
36. E porque os Officiaes dos Concelhos
33.Se no marco de prata fo r achado saibam quaes e quantos padrões, medidas
erro de meia Onça, pague aquelle, em cujo e pesos são obrigados ter, e isso mesmo
poder fo r achado, quinhentos e sessenta as pessoas, que per razão de seus Officios
ré is : e po r erro de quarto de onça pague são obrigados te r pesos e medidas, o de
duzentos e oitenta ré is : e por erro de claramos na maneira seguinte. Em as ci
oitava de onça pague cento e quarenta dades e villas de nossos Reinos e Senho
r é is : e por erro de meia oitava de onça rios, que forem de quatrocentos visinhos,
pague setenta ré is: e dahi para baixo a e dahi para cim a , terão os Padrões de
esse respeito. E nos pesos de ou ro, se metal seguintes, convém a saber, hum
fo r peso de cruzado, e fo r em elle achado quintal, que pesa cento e vinte oito ar
eíro de hum grão, pague aquelle, em cujo ráteis de dezaseis onças o arratel, e tem
poder fo r achado, cento e quarenta ré is : em si dezaseis peças, convém a saber, a
e po r erro de dous grãos pague duzentos maior poça, que he a caixa, com sua co
e oitenta ré is : e dahi para cim a, a esse berta do ° mesmo m etal, que pesa meio
respeito. E se fo r peso de qualquer outra quintal. Item , tem outra peça de arroba.
moeda de ouro, e fo r erro de hum grão, Ite m , outra peça de meia arroba. Item ,
pague setenta ré is: e por erro de dous outra peça de quarta, que pesa oito ar
grãos, cento e quarenta réis: e dahi para ráteis. Ite m , outra peça de oitava, que
cim a, a esse respeito: e de grão para pesa quatro arraieis. Ite m , outra peça,
baixo não deve haver pena nos pesos que pesa hum arratel. Ite m , outra peça,
de ouro. que pesa meio arratel, que he hum marco,
M . - l iv . l t . 15 §23. que são oito onças. Ite m , outra peça,
que pesa quarto de arratel, que lie meio
31 . E quanto ás outras medidas e pesosmarco, que são quatro onças, que he oi
miúdos, que aqui nâo são declarados, que tava de arratel. Ite m , outra peça, que
forem marcados e não concertados com o pesa huma onça. Item, outra, que pesa
Padrão, guarde-se ácerca disso a Postura,
meia onça. Item , ou tra , que pesa duas
o il Usança de qualquer cidade, v illa , ou
oitavas. Ite m , outra, que pesa huma oi
lugar, em que Nós stivermos: e não se tava. Ite m , duas peças de meia oitava
levem outras móres penas, do que pelas
cada huma.
ditas posturas, ou usanças se soem le v a r:
e estas penas sejam para as despesas da M .-liv . l t. 15 §30.
Almotaçaria, sendo o Almotacé M ór o que 37. E os Concelhos, que forem de du
as achou, ou para o M e irin h o , se p ri zentos visinhos até quatrocentos, terão
meiro os ditos erros achar: e sendo acha- sómente meio q u in ta l, e todos os pesos
Mos pelos Almotacés das cidades, villas, dahi para baixo acima declarados. E os
Concelhos, que forem de duzentos visi-
nh os, e dahi para baixo terão sómente gue cousa algum a; e todos comprem,
huma arroba, e todos os outros pesos de vendam, e entreguem per arratel de deza-
arroba para baixo, que ficam acima de seis onças, e â este respeito o quintal, em
clarados. E não serão obrigados a ter ue ha cento e vinte oito arrateis das ditas
pesos nenhuns de ouro. ezaseis onças, e pelos outros sobreditos
pesos. E qualquer que for achado ter os
M . - liV . l t . 1B§ 31.
ditos pesos desordenados, e não affiladós
38. Ite m , todas as cidades e villas de pelos ditos Padrões, ou com outros pesar
nossos Reinos e Senhorios, de qualquer qualquer cousa, por cada vez que nisSo
numero de visinhos que sejam, terão Pa for comprehendido, ou lhe fo r provado
drão de vara e covado, e medidas de páo (1) per verdadeira prova, seja condenado nas
de alqueire, meio alqueire, quarta de al penas, que per nossas Ordenações são
queire, e medidas de vinho, almude, meio postas aos que pesam com pesos falsos (i).
almude, Canada, meia canada, quartilho,
M . - liv . r t . 15 § 34.
meio quartilho. E medidas de azeite de
alqueire, meio alqueire e quarta de al Pesos e medidas dos particulares.
queire. E as outras medidas miúdas, se
gundo costume dos lugares. 41. E as pessoas particulares, que são
M . - l iv . l t . 15 § 32. obrigadas a ter pesos e medidas, são as
seguintes.
39. E estes Padrões de pesos e medidas
starâo em huma arca, ou almario do Con M . - l iv . 1 1. 15 § 35.
celho com duas fechaduras, a qual arca, 42. Item , os Ourivezes (2) terão huma
ou alm ario , starà na Camera, e o Pro pilha (3) de quatro marcos, convém a sa
curador do Concelho terá huma chave, e b e r, dous marcos na p ilh a , e dous nos
o Scrivão da Camera ou tra : e per esses outros pesos miúdos.
Padrões se concertarão quaesquer pesos e
medidas outras, que se derem para o dito M . - l iv . l t . 15 §36.
Concelho, ou para fóra d e lle ; e serão 43. Os Regatães da Corte, que vendem
marcados da marca do Concelho, assi pescado, terão oito arrateis, e quatro ar
estes, como outras quaesquer medidas, ou rateis, e dous arrateis, e hum arratel, e
pesos, que per elles fizerem. As quaes meio arratel, e duas quartas de arratel,
marcas aos pesos e medidas starão com os pelo Padrão da Corte. E os das cidades,
Padrões bem guardadas na dita arca, ou villas e lugares terão estes pesos affiladós
almario. E serão avisados, que os ditos pelos Padrões dos Concelhos.
Padrões não sairão fóra da dita arca, só
M . - l iv . 1 1 .15 §37.
mente para a Casa da Camera, quando
forem necessários. E não os emprestarão 44. Os Carniceiros terão arroba, e meia
a nenhuma pessoa, nem para per elles arroba, e quarto de arroba, e quatro ar
afiliarem outros fóra da Camera, nem para rateis, e dous arrateis, e hum arratel, e
per elles pesarem, sómente ne lla , como meio arratel, e duas quartas de arratel.
dito he. E por cada vez que o contrario
M . - l iv . l t . 15 §38.
fizerem, pagarão m il réis os Ofíiciaes, que
nisso forem culpados; a qual pena será 45. Os Cerieiros terão arroba, e meia
para as despesas da Ahnotaçaria, ou para arroba, e quarto de arroba, e quatro ar
o M eirinho da Corte, se prim eiro os com- rateis, e dous arrateis, e hum arratel, e
prehender na tal culpa, ou para o Con meio a rra t*!, e duas quartas de arratel,
celho, se o Procurador do Concelho o e dezaseis onças pelo miudo, que são hum
prim eiro requerer. Porém os Affiladores arratel.
terão outros pesos e medidas concordantes M . - l i v . 1 t. 15 §39.
com os sobreditos, para per elles afiliarem
ao Concelho, tirando meia arroba, c dahi 46. Os que fazem candêas de sèvo (4),
para cima, porque estes não terá o A fii- terão dous abateis, e hum arratel, e meio
Ia d o r, antes quando algum quizer affilar arratel.
meia arroba, e dahi para cima, irà affilar M . - l iv . lt.< J5 § 10.
á Camera. 47. Os Caldeireiros terão arroba, e meia
M . - l i v . 1 t. 15 §33.
S . - p . 1 t. 35 I. 1.
40. E mandamos, que pessoa alguma, de (11 Vide Orel, do liv. 5 t. 58, e R. de 9 de. Rezem-
qualquer stado e condição que seja, não bro de 1553. Almeida e Souza, Arções Summaries,
tenha outros differentes pesos, nem per t. 2 pag. 350. _ .
(2) A edição Vicentma diz — (Jurtvcs.
elles venda, com pre, receba, nem entre (3) Ghama-se pilha cedo numero de peso» enconcna-
dos uns nos outros. . , ,
(4)Sèvo, i. e ,sóbo. A edição Vicentioa usa do termo
moderno.
(t) A edição Yicentina d iz — pdo.
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
52
vezes no anno, como dito he, sob a dita
arroba, e quarto de arroba, c quatro ar
ráteis, o dous arrateis, e hum arratel, e pena.
meio arratel, e duas quartas. M . - l iv . l t. 15 §47.
M . - l iv . l t . 15 §11. 54.
E estas pessoas acima scriptas serão
obrigadas ter cadá huma os pesos acima
48 . Os que fazem bêstas (1) de aço, terão
declarados, e não os lerão dobrados. E
um peso ae quatro arrateis, dous arra
os irão affilar duas vezes no anno, como
teis, hum arra te l, meio arra te l, e duas
dito h e , pelos Padrões dos Concelhos,
quartas de arratel. onde forem moradores; e os que andam
M . - liv . l t . 15§42. em nossa Corte, pelos Padrões do Alm o-
lacé M ór. Porém os Regatães, que ven
49. Os Boticários (2) terão dous arrateis, dem pescado, e os Carniceiros serão obri
e meio arratel, duas quartas de arratel, e gados a alíilar cada dous mezes huma vez,
dezaseis onças pelo m iudo, que são arra como acima lie dito. E qualquer das ditas
te l, e oito oitavas pelo m iudo, que são pessoas, que os ditos pesos não tiv e r, ou
huma onça, para pesarem as mezinhas. tive r dobrados, ou os não alíilar no dito
M . - l iv . 1 t. 15 § 43. tempo, pague por cada vez duzentos e
oitenta réis.
50. A F ruiteiras, que vendem fru ita a
peso, terão dous arrateis, hum arratel, M . - l iv . l t . 15 §48.
meio arratel, e duas quartas de arratel. 55 . Os Tecelães de panno de lin h o terão
M .- liV . 1 t. 15 §14. meia arroba, quarto de arroba, quatro ai-
rateis, dous arrateis, hum arratel, c meio
51. Os que vendem sabão a peso, terão arratel, e duas quartas de arratel.
arratel, meio arratel, e quarto de arratel.
M . - l iv . l t . 15 §49.
M.— liV. 1 t. 15 § 45.
50. Os Tecelães de panno de lã terão
52. Os Marceiros (3) e Speeieiros (i) terão arroba, meia arroba, e quarto de arroba,
arratel, meio arratel, e duas quartas de ar quatro arrateis, dous arrateis, e hum ar
ratel, e hum arratel pelo miudo de onças ratel , e dous pesos do meio arratel cada
c oitavas. hum.
M . - l iv . 1 t. 15 §40. M .- liV . 1 t. 15 § 50.
57.
Os Tintoreiros terão huma arroba,
53. Os Moleiros e Atafoneiros (5) e Ace-
nheiros (ti) serão obrigados ler meio al- meia arroba, quarto de arroba, quatro ar
queire c maquia (7), e serão afíilaclos unas rateis, dous arrateis, hum a rra te l, dous
meios arrateis, e outro arratel, feito em
onças e oitavas.
q ae costumam vender panno de lin h o , ou Alm otacés das cidados, v illa s o lugaros,
b u rel, almafega ( 1), ou outra qualquer m er sejam para o Concelho.
cadoria, que se costuma vender p er varas,
terão varas, e as varas, ou covados serão
rÁ:' M.— liv . 1 t. 15 § 59.
S. — p. 1 1. 351. 1.
duas vezes no anno affdadas, hum a em
Janeiro e o utra em J u lh o , pelos Padrões 66. E as pessoas, que se sentirem ag-
do C oncelho, sob a d ita pena. gravadas do A lm otacé M ó r , se poílerão
aggravar p er petição a Nós, para no caso
M.— liv . 1 1 .15 § 51.
mandarmos o que' fo r justiça. E não se
aggravarão delle para T rib u n a l algum, por
ei. Os que costum am com prar, ou ven
quanto assi se costumou sempre ( 1).
d er vinhos em grosso, terão almudes e
meios alm udes. E os que venderem v i A l. do 23 de Dezembro do 1588. •
nhos a tavern ad o s, terão canadas, meias
canadas, q u a rtilh o s , e meios quartilhos. T IT U L O X I X
M.— liv . 1 t. 15 § 55.
Do Scrivão da Chancellaria do Reino (2).
62. E os que costum arem com prar e
vend er azeite em grosso, terão alq u eire, Quando proverm os do Officio de Scrivão
meio a lq u e ire , e quarta de alqu eire. E os da C hancellaria, ju ra rá antes de o servir,
que venderem pelo m iu d o , terão aquellas que bem e verdadeiram ente o servirá,
medidas pequenas, que nas cidades, villas guardando inteiram en te seu Regim ento a
e lugares, onde vend erem , se costumam ter. serviço de Deos e nosso, e bem das p ar
M.— liv . 1 1 .15 § 56. tes. E nesta fôrm a tomará p er si ju ra
mento aos que forem providos de Officios,
63. P o ré m todas as sobreditas pessoas de que na d ita Chancellaria devem ju r a r,
particulares, que p er este Regim ento são não sendo os Officios da q u a lid a d e , a
obrigadas ter pesos, se viverem fóra das que o Chanceller M ó r per seu Regimento
cidades, ou v illa s , não serão obrigadas a p er si só o haja de d a r ; o que fará nos
affilar mais que hum a vez no a n n o , no dias das dadas das Cartas, que com elle
mez de Janeiro . E não as affilando ao depois de vistas e passadas pelo Chancel
dito te m p o , inco rrerão nas sobreditas le r M ó r se hão de dar e despachar ás
penas. partes.
M.— liv . 1 1 .15 § 57. M.— liv. 1 1. 13 pr. e § 1.
6 t. E as pessoas, que não costumam 1. E tomado assi p er elle o dito ju ra
com prar e vend er p er razão de seus Offi mento aos taes Officiaes, assentará p er sua
cios, não serão constrangidas a ter pesos, mão, e sob seu sinal nas costas das Car
ou m edidas. E aquelles, que as quizerem Eu N. tomei per mim
tas dos O fficios:
ter p o r suas vontades, não serão obriga juramento a N.. e dou disso fé. E sem
dos a as affilar, nem m arcar, senão hum a isto não passará C arla de algum Officio.
só v e z, quando as h o u ve re m ; e poderão E sc não levar a fé do dito Scrivão nas
delias usar, em quanto boas e verdadeiras costas da dita C a rta , de como lhe deu
forem , depois que assi marcadas forem e juram en to da m aneira que d ito h e , não
affiladas. P o rém sendo-lhes achadas não lhe será tal Carta guardada, nem poderá
marcadas, ou não justas e verdadeiras com servir o tal Officio. E servindo-o, o po
os P a d rõ e s , inco rrerão nas penas acima derão p ed ir a Nós, como se nolle fizesse
declaradas. taes e rro s , p o r que p er bem do nossas
Ordenações o deva perder.
M — liv . 1 t. 15 S 58.
M . - l i v . 1 1. 13 S3. *2
65. E as sobreditas penas serão a p p li-
cadas p ara as despesas da A lm o taçaria, ou
para algum a o bra p u b lica, a que Nós as (J) Vide Pegas no respectivo Commentario, e no
t. 14 additamenta n. 3 ; Gouvôa Pinto, Manual de Ap-
applicarm os, sendo o A lm otacé M ó r o que pellaçõcs 4a p. cap. -10; e Almeida e Souza, Segundas
os erros a c h a r, ou para o M e irin h o da Linhas t. 2 pags. 212 e 213 arts. 1 e 2.
Corte, se elle os achar p rim e iro . E isto (2) A L . de 4 de Dezembro de 1830 abolindo a
Chancellaria-mór do Reino, e posteriormente do Im pé
se entenderá, onde a Corte stiver, e não rio, sendo annexado o respectivo cargo ao Ministério da
cm o u tra p arte . E sendo achadas pelos Justiça, também abolio o Officio de Escrivão da mesma
Repartição. No transito das Cartas de Lei, Patentes e
outros documentos que dependem dessa formalidade
sorve de Escrivão da Chancellaria o Director Geral
(1) Trapeiros,
i. c., silo os mercadores definidos nesta da Secretaria de Estado dos Negocios da Justiça.
Orrl. c que em Portugal se chamíio hoje Fanqueiros. Vide nota (3) á rubrica do t. 2 deste liv.
Presentemente Trapeiro tem outra significação; he o A legislação antiga ácerca deste Officio consta dos
seguintes actos: A\.
de 24 de Agosto de 1613, D. de
negociante de roupas velhas, e o apanhador de trapos
nas ruas. 11 de Agosto de 1809, L L . de 18 de Outubro do dito
Burel he o panno grosseiro de lã churra, pardo, ou anno e de 23 de Fevereiro de 1810, D. de 22 de A b ril
de 1816, R. de 4 de Dezembro de 1824 e de 14 de
côr do castanha; e ainda branco e preto com que se
cobrem albardas, tendo o nome especial de ahnáfega. Novembro de 182tb
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
34
vâes, que p o r elle screverem , m erecerem
2. I t e m , dará as C a rta s , como forem
p o r quaesquer erros, que nos ditos Officios
selladas, p eran te o R ecebed or, e não sem
fizerem . E desque a C arta p e r m ile , ou
elle. E ponha em ellas a paga p er sua pelos ditos Scrivães fo r registrada, a con
mão segundo fôrm a do R egim ento da
certará, e assine p e r sua mão em fim do
taxa da C hanceliaria. E como p o ze r a
registro de cada hum a Carta. E se n
paga na Carta, screverà no liv r o , p e r que
registro h ou ver alguma d uvida, ín te rlin h a ,
esse Recebedor ha de d ar conta do que respancam ento, ou b orrad u ra, resalve-a o
receber. O qual liv ro guardará b em , p o r
d ito S crivão em fim do d ito re g is tro , e
quanto afóra essa recadaçao se podem dar
assine per sua mão de m an eira, que nisso
p er elle m uitos despachos. E se elle du se não possa faze r falsidade, e se se fize r,
v id a r ou a p arte se aggravar delle, eve-a
que logo pareça. E tudo isto cu m p rirá
* o Chanceller M ó r, o qual dará. d ete rm i
assi o d ito Scrivão p r in c ip a l, sob pena
nação pela m aneira, que fica dito em seu
de privação do O fficio.
R egim ento.
M.—l i v . i t . 13 S 5.
M . - l i V . l t . 13 § 3.
6. E todas as Cartas que forem de graça,
3 E no d ar das Cartas terá esta ordem . aue p er Nós não forem assinadas, e o
A s Cartas de pergam inho ( l ) , que fo rem de forem p er nossos Officiaes, que p er bem
re g is tro , se darão p rim e iro , e depois os de seus Officios e R egim entos as taes
perdões, e assi outras em p ap el, que tam - Cartas devem passar, ponha em h um a em -
| e m forem de registro. E após os perdoes m enta ( 1 ) , e a trará a N o s , ao menos
e Cartas se darão outras quaesquer h ar duas vezes na semana. E p o n h a nessa
ta s , que forem de sello redondo epor em m enta todas as forças das Cartas, e p er
derradeiro se darao os A lvarás e I r o v i quem p assam ; e as que Nós m andarm os,
goes, sem nisso in te rv ir fa y o r de se da que passem, ou não, segundo o que Nós
rem p rim e iro huns que outros. m andarm os, assi o screverá logo na em
m enta, a qual Nós assinaremos, e o dito
s.—p. 1 1.11- 6.
Scrivão a guardará m u ito b e m ; e depois
4. Ite m , registrará todas as Cartas, que aue p er Nós fo r assinada r & lu v a iá , ou
para registrar forem , convém a saber : to m andará m ostrar ao C hanceller M ó r , para
das as que passarem com sello pendente (-), ao tempo do sellar das Cartas as concer
não sendo sentenças, Cartas de seguranças ta r com e lla , e logo se to rn a rá ao dito
R e a e s , Cartas de mercês de cousas mo S crivão.
veis. E registral-as-bâ de boa le tra cm
M.-liv. 1 t. 13§ G.
liv ro s , que para isso h a v e rá , convém a
saber: em h um liv ro registrará doaçoes, 7. E p orqu e a em m enta he a m a io r con
padrões, Officios e a fo ra m e n to s : e em ou fiança ( 2 ) , que no d ito Officio h á , se o
tro todas as C artas, que passam pelos dito" Scrivão fo r doente, ou occupado em
Desembargadores do P a ç o : e em outro outras cousas, que p er si a não p odér
p riv ilé g io s , lib e rd a d es , presentaçoes de despachar com nosco, não dará carrego a
Ia re ia s , e todas as outras de quaesquer qua n en h u m , que a traga a N ó s, salvo se io r
lidades. E terá h u m liv r o apartado, em hom em de Nós bem co n h e c id o , o p er
que registrará as Cartas, p er que fizermos nosso A lv a rá approvado. E aqu clle, que
mercê a algumas Ordens e Ig r e ja s , que comnosco despachar a d ita em m enta, dará
possam com prar bens de ra iz . Cartas d elia, e lh e p o rá as pagas.
M .-liv . i t . 1 m S i, e l i V . 2 t . 8 § 4 . M .-liv. l t . 13 §7.
5. E não consentirá, que p arte alguma
8. E quando acon tecer, que na dada
das Cartas algum a das partes não v ie r re
registre sua Carta, nem outra pessoa, mas
q u erer as suas, e ficarem p o r u a r , m an
todas as Cartas, que forem para reg istrar,
damos ao d ito S c riv ã o , que as que fica
registre-as elle, ou outros seus Scrivaes,
rem , p onha todas em hum a arca, de que
que para isso tenham nosso A lv a r á , e
elle ten h a hum a c h a v e , e o Recebedor
e que sejam juram entados. E qualquer
outra. E quando em o utro d ia h o u ver
pessoa, que sem nosso A lv a rá no dito
de dar as Cartas, que novam ente sellarem ,
Officio screver, h averá a pena de falsan o.
P o rém 0 S crivão da C hanceliaria não será então dem as o u tra s , que fic a re m ; e as
desobrigado das penas, que os ditos S c n - 12 que ficarem p o r d a r , sem pre fiqu em em
sua guarda fechadas na d ita a rc a , cm tal
m aneira, que se não possam f u r t a r , nem
fazer em ellas o utra m aldade algum a.
(1) Vide Ord. deste Ur, t. 23 § .13, e os DD. de -9
de Agosto de 1S09, de 26 de Maio de 1821, deiS3de M .-liv. lt . 13§§8e9.
Junho de 1833, e n. 5 2 6 - d e 11 de Junho de 1841
art. 15, R. de 30 de Setembro de 1831, e Reg. de 14
de A b ril de 1834 art. 5. _ , (!) A ementa das Leis e Decretos está hoje a cargo
(2) Pelas Port, de 11 de Setembro e 6 de Outubro
do Presidente do Conselho de M inistros.
de 1823 ordenou-se que, em lugar de p ta encarnada, ( 2 ) Vide nota (I) ao precedente pnragrapho.
se usasse, nos scllos pendentes, d j verde e avnarel.a.
TITULO XX 55
9. Ite m , fará todas as Cartas dos des Desembargadores, que para isso o Regedor
em bargos, que pertencem ao C hanceller lh e o rd en ar.
M ó r, e screverã os processos, que forem
ordenados perante e lle, que a seu Officio M .- liv . 1 1 .35 § 1.
S .-p . 11.2 1.1§7.
e rte n c e rem : e faça de m an eira, que seja
em d ilig ente nas cousas, que toquem a 1. E quando n a dada das Cartas algu
seu O fficio, e req ueira ao C hanceller M ó r mas ficarem p o r d ar, p o r as partes as não
p e r seus desembargos, e falle com elle, ire m req uerer, o d ito Scrivão as ponha
cada vez que c u m p rir, sobre as duvidas, em hum a arca, de que tenha hum a chave,
que tiv e r , ou quando as partes se aggra- e o Recebedor o utra, p e r m aneira que se
varem das p ag as, como acim a d ito he, não possam f u r ta r , nem fazer em ellas
outra m aldade. A s quaes dará na outra
M . - liv . 1 1. 13 §§ 10 e l i .
dada seguinte, com as que se depois sel-
10. E na recadação das dizim as (1) das la re m , e darão as Cartas, que ficarem de
sentenças, que se derem na Corte pelos hum a dada p ara outra.
O fficiaés, que n e lla a n d a re m , quando a M .-liv . 1 t. 35 § 2.
Corte s tiv e r fó ra da cidade de Lisboa,
onde a Casa da Supplicação reside, terá 2. Ite m , deve ser d ilig en te, e bem man
a m an eira, que se contém no R egim ento dado nas cousas, que a seu Officio per
do Scrivão da C hancellaria da dita Casa. tencem, e req ueira ao C hanceller, e falle
com elle cada vez que c u m p rir, sobre as
M . - liv . 1 t. 13 § 12. d ú v id a s , que tiv e r em seu O ffic io , ou
11. M andam os ao S crivão da Chancella quando se as partes aggravarem das pagas,
r i a , que p onha nas costas das Cartas e como dito he.
A lv a rá s , que p e r ella passarem , com o M.—1ÍV. 1 t. 35 § 3.
sinal da paga, os dias do m ez e anno, em
que fo rem despachados pela C hancellaria. 3. E para o d ito Scrivão saber como
se hão de arrecadar as dizim as (1) das sen
M .-liV . 1 t. 18 S3. tenças, além do que na taxa (2) da Chancel
la ria lie conteúdo, e assi para a todos ser
T IT U L O X X n o to rio , ordenamos que as dizim as, v in
te n a s , ou quarentenas de todas as sen
Do Scrivão da Chancellaria da Casa tenças se arrecadem p e r esta m aneira. Se
da Supplicação (2). a sentença condenatoria não passar de
q u a n tia de trin ta m il r é is , o vencedor
pague logo ao tira r da sentença da Chan
O Scrivão da C h an cellaria da Casa da cellaria toda a d izim a , que neíla m o n tar,
Supplicação dará as C a rta s , como fo rem salvo se logo ah i m o strar e fizer certo,
selladas, perante o R ecebedor, e não sem como o condenado não tem b e n s , nem
elle, e p o rá em ellas a paga p er sua m ão, fa z e n d a , p er que se possa h aver o que
e screverá no liv ro da re c e ita ; e se h o u ve r lh e he julg ado , e mais a d izim a, se a pa
diivida entre elle e a p arte sobre a paga (3) gasse pelo dito condenado; porque neste
da C h a n c e lla ria , leve logo a Carta ao caso será entregue a sentença ao vence
C hanceller, o qual a levará á Relação, e d o r, sem pagar a d izim a , e ficará resguar
nella d eterm in ará a d ita d ú vid a coin os*2 3 dado ao nosso R ecebedor, ou R en d eiro ,
pod er arrecadar a tal d izim a pelo conde
n a d o , se depois tiv e r b en s, p er que a
(]) Vide nota (2) ao t. 14- p r. deslc liv . A Dizima da possa pagar. E sendo a condenação de
Chancellaria tendo sido sempre um imposto, antiga-
m aio r q uantia, tira r-s e -h a a verba da d ita
mente era qualificada de pena aos que fazião má de
manda; mas o Aviso n. 244— de 25 de Outubro de condenação, para p e r ella se fazer Carta
1852 declarou que era imposto e não pena. de execução, e se arrecadará a d izim a,
Entretanto o D. n. 2743 — de 13 ae Fevereiro de vin ten a, ôu q uarentena, que em tal caso
1861, no art. 1, elevando o imposto de 2 á 4 oj0> deno
couber, pelos bens do condenado, e não
minou-o multa, imposta ao vencido, se appellar. Con
seguintemente, hoje a Dizima da Chancellaria tornou se tira rá , nem desfalcará cousa alguma do
a tomar o seu caracter de pena, como era antigamente. que ao vencedor fo i julgado. E não se
(2) A extineção da Casa da Supplicação trouxe como
consequência a de todos os cargos e officios da mesma achando tantos b e n s , p er que se possa
Repartição. tudo h aver, será p rim e iro pago o vence
Vide nota (2) á rubrica do t. 4 deste liv ,, e arts. 7 d o r do que lh e fo r julg ado , e pela mais
§ 4, 56, 57 e 58 do Reg. de 3 de Janeiro de 1833, Dis
posição Provisória a rt. 22, Ports, de 21 dc Maio de
1324 e do lo de Setembro de 1831, e Reg. de 14 de
Fevereiro de 1832 a rt. 2. (1) Vide A l. de 18 de Fevereiro de 1653, determi
(3) Vide Àss. de 13 de A b ril de 1618. nando, que decahindo os autores também devem pagar
Segundo Monsenhor Gordo, o pr. e §§ 1, 2 e 3 deste a pena da Dizima.
titulo, parece haverem sido tirados dos §§ 1,2 e 3 do (2) Esta taxa, pela L . n. 1114 — de 27 de Setembro
t. 35 do Codigo Manuelino, em que se tratava do Es de 1860 art. 11 § 5, e D. n. 2743 — de 13 de Fevereiro
crivão da Chancellaria da Casa do Civel, que era a p ri de 1861, foi elevada á 4 o/o, com o caracter de multa.
vativa de Lisboa, assim como depois o ficou sendo a da Vide notas (1) ao § 10 da O rd. do t. 19, e (2) ao
Supplicação por determinação do Rev D. Felippe I I . t. 14 pr. deste liv .
O r b . 18
PRIMEIRO LIVRO DAS ORDENAÇÕES
36
cadêa, leval-os-ha perante o C orregedor.
fazenda do condenado (se a tiver) se ar
E geralmente prenderá todos aquelles, que
recadará para N ó s , ou para o R e n d e iro , p er o Corregedor lh e fo r m andado, o u p e r
eme nesse tem po fo r, a d ita d izim a , v in quaesquer Oííiciaes nossos, p e r A lv a ra s
tena, ou quarentena, sem p o r isso o con
p er elles assinados, no que a seus Odim os
denado poder ser p re s o ; ficando resguar
p erten cer, e poder tiverem p ara m andar
dado ao nosso R ecebed or, ou R en d eiro ,
prender.
se ao tem po, que se devem arrecadar as
dizim as, se não acharam bens do conde M .-liv. i t . 16 §17.
nado, fazer execução pelos bens, que de 2. Ite m , será obrigado co rrer de noite
pois lh e forem achados, em q u alq u er tempo o lu g a r, em que Nós stiverm o s, aque las
que seja. horas, que p e r o Corregedor da Corte he
M .-liv. 1113 §12. fo r ordenado, e com elle ira s e m p ie h u m
Scrivão, que para isso tiv e r nossa I lo v i-
4. E mandamos, que quando algum hn-
são, e não o utro : salvo sendo o d ito Sc
aecusado pela Justiça, e fo r absoluto ( i ) , e
vão im pedido.
que pague as custas de seu liv ra m e n to ,
de taes custas se não pague d izim a. M .-liv. i t . 16S 20.
S . - p . 3 1.8 1 .1. 3 E irá fazer execuções de p en ho ra,
quando lh e fo r mandado pelo C orregedor,
5 N em outrosi se arrecadarão as d iz i ou p er o utro algum Julgador com o 1 o r-
mas das sentenças das partes condenadas
teiro e Scrivão. E levará o M e irin h o
n ela p rim e ira sentença, quando delia se
de cada pen ho ra e execução , sendo na
a g r a v a r , antes se sobrestará na execução
cidade de Lisboa e seus arrab ald es, tre
e^arrecadacão das ditas dizim as, em quanto
zentos réis á custa da p arte condenada
p en der o ággravo, assim como se sobresta
para cllo e para seus h o m e n s : com tanto
na causa p rin c ip a l. que os ditos trezentos réis nao excedam
Rof. de 27 de Julho de 1582 § 25. a vin te n a p a r te ; mas não haverá nunca
menos de cento e cincoenta re is , as duas
n. Ite m , não se pagará d izim a das sen
partes para si, e a terceira p arte p ara seus
tenças, que os Corregedores das Comarcas
homens. E quando fo r fazer a d ita d ili-
e Ouvidores derem em feitos, de que co
gencia fora do lu g a r e seus arrabaldes,
nhecerem como Juizes, nos casos, em que
levará para si e para seus homens o que
lhes he perm ittido p er seus Regim entos,
que vierem p er appellação ás nossas R e lhe fo r arbitrado pelo Regedor com clous
Desembargadores em R e la ç ã o , havendo
lações, como diremos no íit u lo 0 8 : V o s
respeito ao tra b a lh o , que nisso levarem .
C o r r e g e d o r e s d a s C o m a r c a s , § «o.
O que tudo assi haverá á custa das partes
S.— p. 1 t. 11 1. 3. condenadas, ou contra quem se fizerem
as taes diligencias. O qual salan o nao
T IT U L O X X I levará ás partes, sem p rim e iro com efleito
ter feitas as ditas penhoras. E todo o
J) 0 Meirinho, que anda na Corte (3). sobredito se guardará nas execuções, que
forem feitas pelos Alcaides na cidade de
O M e irin h o M ó r h a de p ò r do sua mão Lisboa.
h u m M e irin h o , que ande contm uadam ente M . - l iv . l t . 16 § 21.
na Corte, para alevantar as forças e sem- S. — p. 1 t. 26 1. 4.
Ref. de 27 de Julho de 1582 § 28.
razões (-Vi, que nclla forem feitas, e p ic n d e r
os m alfeitores, e fazer as cousas conten 4. E o dito M e irin h o da Corte e os A l
das neste T itu lo . E este deve ser Sen caides e seus h om en s, sendo requeridos
deiro de boa lin h a g e m , e conhecido p o r dc nossa parte pelo S o llicitado r dos feitos
b om , e posto p er nossa auctoridade, e de da Fazenda, assi para prend er algum a pes
que tenhamos conhecim ento, p ara o ap soa, que os Oííiciaes delia, ou da Relaçao
proval' para servir o dito Othcio. m andarem p re n d e r, m o strand o-lhe m an-
M.— liv . 1 1. lo pr. dados para is s o , ou para chegarem algu
mas testem unhas, que em nossos leitos
i . 0 M e irin h o da Corte prenderá os que
hajam de testem unhar, ou fazer outras d i
achar nos malefícios e a rro id o s , ou lhe ligencias, o farão logo, e cu m p rirão com
fo r requerido p or q ualqu er pessoa nos brevidade o que lh e pelo d ito b o llic ita d o r
ditos arroidos. E antes que os leve á
fo r req uerido , sem por isso le v are m sala-
rio algum.
(1) Absoluto,a n t, i. e., absolvido. S . - p . 1 t. 26 1. 1.
(2) Vide Pegas Com. á esta O rd.f onde se acha colli-
gida a Legislação antiga sobre a Dizima.
(3) Este Officio também cessou com a nova organi- m Vide Peças no respective» Commentario 1. 3
sação judiciaria do Império. _ . pac. 493 o as Oriís. deste liv . t. 48 § 11, •• #3 p r.,
(4)Alenantar asforças esemrazõcs, 1. c., tolher, obs
t. is § 21, t. 19 § 14, c liv . 3 t. 86_.
tar as oíTensas qjie um faz á outro.
TITt'LO XXI 57