Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática

Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

ESTUDO DE CASO DE INSERÇÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA FOTOVOLTAICA COM

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA

PHOTOVOLTAIC DISTRIBUTED GENERATION WITH ENERGY STORAGE INSERTION CASE

STUDY

Abstract Nowadays, renewable energy sources like wind, sun, and hydro and, as well, energy storage systems, are considered
as a reliable alternative to the traditional energy sources. Distributed generation (DG) systems based on renewable energy
sources experience a large development worldwide. Due to the increasing number of DG and Energy Storage systems connected
to the utility network, researches of the insertion of these technologies to the power grid in order to evaluate the impact in the
whole system are required. This study presents a case study of the insertion of DG and energy storage was performed in the elec-
tric power system. Simulations of different levels of integration were performed in five distribution feeders from a dealership in
Brazil, where it was possible to quantify the potential benefits provided by the system, indicated that the option will bring great-
er benefits to the system installation. To evaluate this integration, technical, economic and environmental criteria for obtaining a
single index to reflect the impact on the system were used. To simulate GD solar photovoltaic energy was used, and as energy
storage, stationary batteries.

Keywords Solar energy, battery, energy planning, renewable energy source.

Resumo Atualmente, fontes de energias renováveis como, eólica, solar e hidroelétrica, além de sistemas de armazenamento de
energia são considerados uma alternativa viável para as fontes tradicionais. A Geração Distribuída (GD) advinda de fontes reno-
váveis de energia vem sendo largamente desenvolvida em todo mundo. Devido ao número crescente de GD e sistemas de arma-
zenamento e energia conectados à rede de energia elétrica, são necessárias pesquisas da inserção desta tecnologia à rede elétrica,
a fim de avaliar o impacto em todo o sistema. Nesse trabalho foi realizado um estudo de caso da inserção de GD e armazena-
mento de energia no sistema elétrico de potência. Foram realizadas simulações de diferentes níveis de inserção em cinco alimen-
tadores de distribuição de uma concessionária do Brasil, no qual foi possível quantificar os possíveis benefícios proporcionados
pela instalação do sistema, indicado a opção que trará maiores benefícios para o sistema. Para avaliar esta inserção, foram utili-
zados critérios técnicos, econômicos e ambientais para a obtenção de um índice único que refletisse o impacto no sistema. Para a
simulação de GD foi utilizada a energia solar fotovoltaica, e como armazenamento de energia, baterias estacionarias.

Palavras-chave Energia solar, bateria, planejamento energético, fontes renováveis de energia.

Tem se observado uma tendência de custos decres-

1 Introdução
Energia tem sido um dos fatores importantes para o
desenvolvimento econômico, político e social no
mundo, principalmente, desde a segunda metade do
século XX. Atualmente, no contexto energético mun-
dial, a utilização da Geração Distribuída (GD) vem
ganhando destaque, principalmente advinda de fontes
renováveis. A utilização da GD em complemento à
geração centralizada visa reduzir as perdas do siste-
ma, melhorar os níveis de tensão, aumentar a capaci-
dade de transmissão, diminuir o tempo de implanta-
ção, dentre outros benefícios ao sistema. Por outro
lado, a inserção de GD pode ocasionar fluxo bidire-
cional nas linhas de transmissão e problemas de acio-
namento da proteção em casos de curto-circuito no
sistema elétrico de potência (GUEDES et al., 2009).
Dentre as fontes energéticas renováveis e descentrali-
zadas, a energia solar é promissora no Brasil, consi-
derando o alto valor de irradiação solar diária global
incidente sobre todo o território brasileiro, que chega
até 6,7 kWh/m² frente a menos de 2 kWh/m² na mai-
oria dos países da União Europeia (PEREIRA et al.,
2006). Apesar de a energia solar fotovoltaica ser con-
siderada limpa, é importante destacar seus aspectos
negativos em termos ambientais, principalmente de-
vido à considerável quantidade de resíduos tóxicos
produzidos na fabricação dos módulos solares fo-
tovoltaicos.
centes do armazenamento de energia, dos geradores
fotovoltaicos e dos custos de conexão ao sistema
elétrico, ocasionando em uma maior atratividade
econômica desses sistemas. (HITTINGER et al.,
2012).
A decisão da localização ótima da geração de energia
elétrica distribuída com ou sem armazenamento de
energia é complexa, pois envolve análises multivari-
adas. Dentre as ferramentas utilizadas nas análises de
sistemas elétricos destacam-se as técnicas de modela-
gem matemática e simulação computacional dos sis-
temas elétricos de potência. Estas técnicas visam re-
presentar um fenômeno ou um comportamento físico
para reduzir riscos na tomada de decisão, identificar
problemas antes de suas ocorrências, e de excluir
processos que não auxiliam nas análises quantitati-
vas. Além do mais a modelagem matemática e simu-
lação computacional permitem que seja investigada a
viabilidade técnica e econômica de um projeto antes
de sua execução.
Muito se tem estudado sobre a localização ótima da
geração de energia elétrica distribuída, sendo propos-
tas diversas estratégias e abordagens, cada método
com suas características e objetivos. Contudo, a sis-
tematização do problema ainda está por se resolver.
No artigo publicado por TAN et al., 2013, descreve
os principais métodos de localização da geração de
energia renovável distribuída, entre eles citam-se:
métodos analíticos, otimização pelo fluxo de potên-
cia, integração mista de programação não linear, di-
versos tipos de otimização utilizando técnicas de

3885
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
inteligência artificial, sistema inteligentes híbridos
entre outros. Cada um dos métodos pesquisados pos-
sui características peculiares, potencialidades e cam-
po de aplicação, todos visando à promoção da gera-
ção de energia renovável distribuída integrada aos
sistemas elétricos de potência.
O estudo publicado por Yassami et al., 2011, analisa-
ram a inserção da GD com o objetivo de: minimizar
perdas de geração de energia elétrica, minimizar per-
das ativas e maximizar a confiabilidade. Neste estu-
do, foi analisado um sistema de distribuição de ener-
gia elétrica do Irã com 125 barras e concluiu que a
expansão do sistema tradicional ainda é mais atraente
economicamente. No entanto, os autores citaram im-
portantes benefícios a respeito da utilização de GD
que devem ser considerados: (i) aumento da confiabi-
lidade; (ii) diminuição das perdas nas linhas de
transmissão e de distribuição; e (iii) facilita em al-
guns casos, a cogeração de energia, i. e. geração si-
multânea de energia elétrica e de calor.
Injeti e Kumar, 2013 simularam a instalação de GD
com 5 e 7 unidades de diferentes capacidades em
sistemas elétricos de potência com 33, 69 e 118 bar-
ras com o principal objetivo de reduzir perdas e me-
lhorar a estabilidade do perfil de tensão. A técnica
apresentada combinou otimização linear multicrité-
rios com critérios heurísticos, e os resultados mostra-
ram que a técnica desenvolvida foi capaz de definir a
localização e o dimensionamento da GD com estrema
rapidez.
Ugranlı e Karatepe, 2013, desenvolveram um algo-
ritmo para calcular a capacidade e localização da GD
visando minimizar as perdas, o qual utilizou o siste-
ma elétrico de potência do IEEE de 30 barras para
obtenção dos resultados. Foram observados efeitos
indesejados como variação de tensão em níveis não
aceitáveis. Também foram utilizadas as técnicas de
redes neurais como uma opção para o dimensiona-
mento e localização, as quais apresentaram resultados
semelhantes aos do algoritmo desenvolvido anterior-
mente.
Sigrist et al, 2013, analisou os benefícios para dimi-
nuição da demanda de ponta e fornecimento de ener-
gia com a utilização da GD. A utilização dessa tecno-
logia em dois sistemas isolados da Espanha demons-
trou ser uma alternativa economicamente viável para
complementar fornecimento de energia e diminuir a
demanda de ponta.
Em grandes sistemas de distribuição de energia elé-
trica, como é o caso da CEMIG, é de grande valia a
utilização de mecanismos que sintetizem e facilitem
análises do sistema de distribuição de energia elétrica
para o seu melhor planejamento. E uma das maneiras
possíveis, é por meio da classificação. É importante
ressaltar que a injeção da potência de fontes energéti-
cas descentralizadas em lugares inapropriados, sem o
controle de tensão, pode resultar em um aumento nas
perdas elétricas no sistema e em indesejáveis níveis
de tensão, fora dos limites aceitáveis. Portanto, é
necessário reconhecer a importância da localização
3886
das fontes de GD para o melhor aproveitamento e
planejamento das redes de distribuição (BARIN et
al., 2012 e PAPAIOANNOU et al. 2013).
A indicação da localização e o dimensionamento da
GD e do armazenamento de energia, tem-se mostrado
na literatura como um tema recorrente da área de
planejamento de sistemas elétricos de potência, indi-
cando a necessidade de maiores estudos.
O objetivo principal dessa pesquisa foi analisar o
impacto técnico, econômico e ambiental da inserção
de Geração Distribuída com armazenamento de ener-
gia em subsistema elétrico do Brasil, na perspectiva
de concessionárias de energia elétrica.
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Energia
do Departamento de Engenharia Agrícola da Univer-
sidade Federal de Viçosa em Viçosa – MG sendo
parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento,
com a participação da Pontifícia Universidade Cató-
lica de Minas Gerais, da Engetron Indústria e Comér-
cio e da Companhia Energéticas de Minas Gerais –
Distribuição.
2 Metodologia de Inserção de Geração Fotovoltai-
ca Distribuída e Armazenamento de Energia
Para o desenvolvimento desse trabalho foi necessário
avaliar e definir um método de localização da GD
com armazenamento de energia, a ser utilizado.
Após análise optou-se por utilizar a metodologia pro-
posta por Toledo, 2013, visto que, ela contemplam os
pontos cruciais na implementação de sistemas de
distribuição de energia elétrica, ou seja, critérios téc-
nicos, econômicos e ambientais.
A metodologia, proposta por Toledo et al, 2013 ba-
seia-se no cálculo do Índice Geral (IG) que determina
a análise de desempenho do sistema e é dividido em
cinco itens, nos quais alguns são diretamente propor-
cionais, ou seja, o seu aumento representa benefícios
para o sistema e outros são inversamente proporcio-
nais, no qual a sua diminuição representa benefícios
para o sistema.
Os itens que compõem o IG foram classificados se-
gundo três aspectos: econômicos, técnicos e ambien-
tais. Os aspectos econômicos são os que afetam a
capacidade de oferta de energia segura por parte da
rede, representando assim o aumento da capacidade
da rede, são eles: o índice de perdas na linha (IPL) e
o índice do fator de carga (IFC). Os índices que con-
templam os aspectos técnicos são aqueles em que as
normas que regem o mercado de energia são atendi-
das, no caso: o índice do perfil de tensão (IPT) e o
índice de confiabilidade (IC). Estes índices têm sua
implicação no aspecto econômico, apesar de não es-
tarem classificados no mesmo. E, por último, o as-
pecto ambiental, traduzido pelo índice ambiental
(IAMB) que analisa essa importante questão por
meio da quantificação da redução das emissões dos
gases do efeito estufa.
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
Devido à dificuldade de se obter o calculo do fluxo
de potência com grande precisão, foi necessário
adaptar a metodologia proposta por Toledo et al,
2013, excluindo o perfil de tensão e as perdas na li-
nha.
Assim, a pesquisa realizada estudou o comportamen-
to de alimentadores de distribuição de energia elétri-
ca, utilizando a metodologia adaptada, na qual, é
constituída pelos índices: fator de carga (IFC), índice
de confiabilidade (IC) e índice ambiental (IAMB).
A seguir está descrito com maiores detalhes os índi-
ces utilizados.
2.1 Índice do fator de carga (IFC)
Segundo definição da ANEEL (2010), o fator de car-
ga é a razão entre a demanda média e a demanda má-
xima da unidade consumidora, ocorridas no mesmo
intervalo de tempo especificado, equação 1.
(1)
em que:
FCi – fator de carga do barramento i (adimensional);
ER,i – energia média demandada da rede do barra-
mento i (kWh);
C – valor máximo da energia demandada da rede do
barramento i (kWh)
O índice fator de carga da linha i é representado pela
razão entre o fator de carga do sistema com a geração
fotovoltaica e armazenamento de energia e o fator de
carga do sistema do caso referência, equação 2.
(2)
em que:
PCcaso – fator de carga do barramento i no caso
estudado (adimensional); e
PCbase – fator de carga do barramento i no caso
referência (adimensional).
Neste caso, o fator de carga do barramento i maior do
que 1 significa uma melhoria do nível de atendimento
de energia, em relação ao nível de atendimento de
energia do mesmo sistema sem a inserção proposta.
2.2 Índice de confiabilidade (IC)
O índice de confiabilidade representa o quanto a car-
ga está sendo atendida sem interrupções no forneci-
mento. Para a quantificação deste índice faz-se ne-
cessário determinar a perda de fornecimento de ener-
gia da carga para o período estudado (LPS(t)), des-
crito na equação 3.
L R 
LPS(t)=E (t) - E (t) - E (t)+E (t-1)-E
PV B η
Bmin 
(3)
inv
Em que:
LPS(t) – Perda de fornecimento de energia da carga
para a hora t, (Wh);
3887
EL (t) – energia demandada pela carga durante a hora
t (Wh);
ER (t) – energia fornecida pela rede durante a hora t
(Wh);
EPV(t) – energia gerada pelos módulos fotovoltaicos
durante a hora t (Wh);
EB(t-1) – energia armazenada nas baterias durante a
hora t-1 (Wh);
Ηinv – eficiência do inversor CC-CA, (decimal); e
EBmin – nível mínimo de energia permitido nas
baterias (Wh).
O nível de atendimento de energia à carga, para um
considerado período de tempo t, é a razão entre a
diferença entre a soma da energia demandada pela
carga e todos os valores de LPS(t) para aquele perío-
do e a soma da energia demandada pela carga, ou
seja:
(4)
O índice de suprimento à carga é representado pela
razão entre o nível de atendimento à carga com a
geração fotovoltaica e armazenamento de energia e o
nível de atendimento à carga do caso referência,
equação (5):
(5)
em que:
SCcaso – nível de atendimento de energia no caso
estudado (adimensional); e
SCbase – nível de atendimento de energia no caso
referência (adimensional).
Neste caso, o índice confiabilidade da unidade signi-
fica uma melhoria do nível de atendimento de energia
no em relação ao nível de atendimento de energia do
mesmo, sistema sem a inserção proposta.
2.3 Índice ambiental (IAMB)
O nível de emissões de gases do efeito estufa na ge-
ração de energia elétrica está, em sua maioria, associ-
ado à composição da matriz energética. Em países
aonde a matriz se compõe, em sua maioria, de fontes
não renováveis, o nível das emissões é mais intenso.
No caso brasileiro, tem-se uma matriz energética
favorável se comparada à média mundial. Os dados
do balanço energético nacional para a oferta interna
de energia elétrica por fonte no ano de 2011 apresen-
tam a utilização de fontes renováveis para geração de
energia elétrica em um percentual acima de 80%,
Figura 1 (EPE, 2012).
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

2.4 Índice Geral adaptado (IG)

Para as análises utiliza-se o mesmo índice geral pro-

posto por TOLEDO, 2013, porém, excluindo os índi-
ces referentes ao perfil de tensão e as perdas na linha,
equação 8.

Figura 1. Oferta interna de energia elétrica por fonte – ano base
2011.
Mas cabe destacar que, como resultado do aumento
da utilização de energias renováveis, na geração de
eletricidade, mesmo com um aumento de 0,6%, regis-
trou-se uma queda de 33,5% nas emissões, em rela-
ção a 2008 (EPE, 2010). Em termos absolutos, isto
significa que a substituição de uma fonte não renová-
vel por uma renovável representa impacto maior na
redução das emissões. Em 2011, a participação de
renováveis na Matriz Elétrica Brasileira ampliou-se
para 88,8% devido às condições hidrológicas favorá-
veis e ao aumento da geração eólica, possibilitando a
diminuição de 7,9% na geração termelétrica em com-
paração com 2010 (EPE, 2012).
Para efeito de cálculo, foi considerada apenas a par-
cela de energia renovável inserida, em função de,
neste caso, a atuação da energia gerada ser no horário
de ponta que é, na maioria das vezes, atendido por
fontes não renováveis, equação 6:
(6)
(8)
em que:
IG – índice geral (adimensional);
IC – Índice de confiabilidade (adimensional);
IFC – Índice do fator de carga (adimensional);
IAMB – Índice de perdas na linha (adimensional);
W – pesos atribuídos a cada índice, valores entre 0 a
1(adimensional);
Nas simulações, a potência do sistema de geração
fotovoltaica, foi estabelecida como sendo dez por
cento do maior valor de consumo instantâneo, de
cada dos alimentadores estudados, calculado pelo
software Homer. Já a capacidade simulada de forne-
cimento de energia das baterias foi próxima a cinco
por cento desse mesmo valor base, porém em kWh. E
para o calculo do Índice geral adaptado foi utilizado
o alguns conjuntos de pesos visando representar a
priorização de alguns aspectos, Tabela 1.
Tabela 1. Pesos utilizados no índice geral, para as simulações.

Pesos Aspecto
Aspectos Aspectos
Epv – Potência fornecida pelo sistema de geração das si- Ambien-
Técnicos Econômicos ∑W
fotovoltaico (kW); e mula- tal
Er – Potência fornecida pelas demais fontes gerado- ções (W) Ic Ifc Iamb
ras de energia elétrica (kW). (1) 0,400 0,400 0,200 1,000
(2) 0,450 0,450 0,100 1,000
(3) 0,475 0,475 0,050 1,000
(4) 0,300 0,300 0,400 1,000
O índice ambiental é representado pela razão entre o
nível de emissões de gases do efeito estufa com a Do primeiro ao terceiro conjunto de pesos apresenta-
geração fotovoltaica e armazenamento de energia e o dos na Tabela 1, foram priorizados os aspectos técni-
do caso referência, equação 7. cos e econômicos e no quarto conjunto foi priorizado
o critério ambiental.
(7) Esses pesos foram definidos tentando priorizar em
maior e menor quantidade os aspectos, de forma a
representar o nível de importância de cara um. Lem-
em que: brando que esses pesos deverão ser alterados pelo
IA,caso – nível de emissões de gases do efeito estufa operador do sistema, de acordo com o nível de prio-
no caso estudado (adimensional); e rização que se deseja obter.
IA,base – nível de emissões de gases do efeito estufa Com esses parâmetros definidos, foram realizadas as
no caso referência (adimensional). análises da inserção da GD com armazenamento de
energia em seis alimentadores de distribuição da con-
cessionaria CEMIG na cidade de belo Horizonte,
Neste caso, a inserção de energia gerada de fonte
Minas Gerais Brasil, a citar: (i) BETC 506; (ii)
renovável representa uma redução nas emissões de
BETQ 417; (iii) BHAT04; (iv) BHGT11; (v) PMSU
gases de efeito estufa, daí a caracterização da respos-
15; e (vi) SLAD 212. Estes alimentadores foram es-
ta positiva do sistema como redução.
colhidos pelo corpo técnico da CEMIG – D, por

3888
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
apresentarem altas perdas percentuais no circuito, em
relação aos demais e os resultando e características
de cada sistema analisado estão descritos a seguir.
3 Resultados e Discussão
3.1 Resultados
A seguir está descrito as principais característi-
cas de cada alimentador analisado.
Análise inicial do alimentador BETC 506
O alimentador BETC 506 tem comprimento de
80,07 km, sendo 47,52 km de rede urbana e 32,55 km
de rede rural, com uma demanda total de 5.616 kW.
Para a análise adaptada desse sistema de geração
fotovoltaica foi calculado como tendo cerca de 860
kWp, um conversor de 860 kW, e um sistema de ar-
mazenamento de aproximadamente 430 kWh. Como
se optou por fileiras de 126 baterias em série, então a
configuração mais próxima de 430 kWh foi utilizan-
do de 6 fileiras totalizando 756 baterias tipo OPZV, e
o total de armazenamento de energia simulado foi de
490 kWh.
Análise inicial do alimentador BETQ 417
O alimentador BETQ 417 tem comprimento de
43,75 km, sendo 37,37 km de rede urbana e 6,38 km
de rede rural, com uma demanda total de 6.828 kVA
e uma topologia radial.
Para a análise adaptada desse sistema o de gera-
ção fotovoltaica foi calculado como tendo cerca de
630 kWp, um conversor de 630 kW, e um sistema de
armazenamento de aproximadamente 315 kWh. Co-
mo se optou por fileiras de 126 baterias em serie,
então a configuração mais próxima de 315 kWh foi
utilizando de 4 fileiras totalizando 504 baterias tipo
OPZV, e o total de armazenamento de energia simu-
lado foi de 296 kWh .
Análise inicial do alimentador BHAT 04
O alimentador BHAT 04 tem comprimento de
22,16 km, sendo na totalidade rede urbana, apresen-
tando uma topologia radial.
Para a analise adaptada desse sistema de geração
fotovoltaica foi calculado como tendo cerca de 590
kWp, um conversor de 590 kW, e um sistema de ar-
mazenamento de aproximadamente 295 kWh. Como
se optou por fileiras de 126 baterias em serie, então a
configuração mais próxima de 295 kWh foi utilizan-
do de 4 fileiras totalizando 504 baterias tipo OPZV, e
o total de armazenamento de energia simulado foi de
296 kWh.
Análise inicial do alimentador BHGT 11
3889
O alimentador BHGT 11, que tem comprimento
de 4,25 km, sendo na totalidade rede urbana apresen-
tando uma topologia radial.
Para a analise simplificada desse sistema de ge-
ração fotovoltaica foi calculado como tendo cerca
500 kW, um conversor de 500 kW, e inicialmente um
sistema de armazenamento de aproximadamente 250
kWh. Como se optou por fileiras de 126 baterias em
serie, então a configuração mais próxima de 250
kWh foi utilizando de 3 fileiras totalizando 378 bate-
rias tipo OPZV, e o total de armazenamento de ener-
gia simulado foi de 222 kWh.
Análise inicial do alimentador PMSU 15
O alimentador PMSU 15 tem comprimento de
450,59 km, sendo 37,44 km de rede urbana e 413,115
km de rede rural, com uma demanda total de 5.689
kVA e uma topologia radial.
Para a analise adaptada desse sistema de geração
fotovoltaica foi calculado como tendo cerca de 620
kW, um conversor de 620 kW, e um sistema de ar-
mazenamento de aproximadamente 310 kWh. Como
se optou por fileiras de 126 baterias em serie, então a
configuração mais próxima de 310 kWh foi utilizan-
do de 4 fileiras totalizando 504 baterias tipo OPZV, e
o total de armazenamento de energia simulado foi de
296 kWh.
Análise inicial do alimentador SLAD 212
O alimentador SLAD 212 tem comprimento de
14,91 km, sendo na totalidade rede urbana apresen-
tando uma topologia radial.
Para a análise adaptada desse sistema de geração
fotovoltaica foi calculado como tendo cerca de 880
kWp, um conversor de 880 kW, e um sistema de ar-
mazenamento de aproximadamente 440 kWh. Como
se optou por fileiras de 126 baterias em série, então a
configuração mais próxima de 430 kWh foi utilizan-
do de 6 fileiras totalizando 756 baterias tipo OPZV, e
o total de armazenamento de energia simulado foi de
490 kWh.
Resultado das simulações
Após a simulação desenvolvidas foi possível
comparar os resultados das análises simplificadas.
Pode-se perceber que a inserção da geração distribuí-
da no alimentador BETQ 417 apresentou valores
mais elevados para o índice geral, Tabela 2. Portanto,
a instalação da GD com armazenamento, de acordo
com as características descritas anteriormente, prova-
velmente trará maiores benefícios ao alimentador
BETQ 417, em comparação com os demais analisa-
dos.
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
Tabela 2. Resultado comparativo do índice geral das simulações.
BETC BHAT BHGT BETQ PMSU
IG
506 04 11 417* 15
1 1,037639 1,025657 1,028686 1,045021 1,037810
2 1,034011 1,023127 1,025759 1,041957 1,033991
3 1,032197 1,021862 1,024295 1,040425 1,0320811 11,027520
4 1,044895 1,030716 1,034541 1,051148 1,0454491 11,037867
(*) Valores em negrito representam o alimenta-
dor de maior índice geral, portanto, local indicado
para a inserção da GD com armazenamento de ener-
gia.
No entanto, para o cálculo do resultado acima
apresentado, foram utilizados apenas objetivos que o
índice geral abrange. Não foram considerados os
custos adicionais de implantação, custo de operação e
de manutenção dos sistemas de GD e de armazena-
mento de energia, em relação à expansão do SEP
envolvendo a geração, a transmissão e a distribuição.
Ou seja, estudo específico de viabilidade econômica
deve ser feito para a definição dos locais de instala-
ção da GD.
3.2 Discussão
Foi possível observar a dificuldade em se traba-
lhar com a análise multiobjetivos, pois geralmente as
melhores opções em um determinado objetivo impli-
cam em valores não otimizados em outros.
O trabalho aqui desenvolvido teve com o princi-
pal objetivo a mensuração do impacto ocasionado
por uma provável inserção da GD nos SEP estuda-
dos, contribuindo para orientação da inserção da GD
em locais na qual a sua instalação proporcionará
maiores benefícios para o sistema.
Comparando os resultados desta pesquisa a luz
de resultados semelhantes da literatura tem-se:
Foram observados parâmetros similares ao dessa
pesquisa para desenvolver um algoritmo computacio-
nal de localização da GD em um sistema de 125 bar-
ras do Irã, conforme descrito por Yassami et al.,
2011. Dentre os parâmetros estudados como critérios
de localização de GD citam-se: (1) minimização dos
custos de geração de energia elétrica (2) minimização
das perdas de energia elétrica e (3) maximização do
nível de confiabilidade. Que são similares aos crité-
rios utilizados nesta pesquisa: (i) diminuição de per-
das na linha e (ii) nível de confiabilidade.
Essa pesquisa foi desenvolvida visando um sis-
tema elétrico de potência do ponto de vista da con-
cessionária de energia elétrica como um todo, para
um melhor planejamento da localização da GD, já
Ugranlı e Karatepe, 2013, realizaram suas pesquisas
com foco na localização em subsistemas menores.
SLAD
Os resultados encontrados foram semelhantes
aos de Sigrist et al, 2013, os quais concluíram que a
212
utilização de GD conectada ao sistema elétrico de
11,031955
potência traz maiores benefícios em sistemas maiores
do que em menores.
Assim como nesse trabalho, Injeti e Kumar,
11,028998 2013 demonstraram quantitativamente o aumento nos
beneficio advindos da GD quando localizada conve-
nientemente no sistema elétrico de potência.
4 Conclusão
A metodologia aplicada de localização de GD com
armazenamento de energia aos sistemas de distribui-
ção de energia elétrica apresentou-se abrangente e
eficaz considerando aspectos técnicos, econômicos e
ambiental.
A utilização da metodologia de otimização linear
multiobjetivos permite variação na determinação dos
pesos utilizados para os aspectos econômicos técni-
cos e ambiental, para representar as prioridades de
planejamento para a localização da GD com armaze-
namento de energia.
Finalmente, existe a necessidade de maior desenvol-
vimento tecnológico e de crescimento da produção
para reduzir os valores dos geradores solares fotovol-
taicos, que ainda são considerados altos em relação a
uma serie de outras opções de geração de energia
elétrica.
Tem sido observado um decréscimo de aproximada-
mente de 5% ao ano nos custos de instalação de sis-
temas fotovoltaicos. E ainda, atualmente, política de
subsídios tem sido cogitada para acelerar o cresci-
mento de sua utilização. No entanto, turbulências
políticas e econômicas podem influenciar considera-
velmente nos subsídios governamentais, refletindo
diretamente na utilização da GD com ou sem arma-
zenamento.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal de
Viçosa, Fapemig, Cemig-D, Aneel pelo apoio recebi-
do para execução deste trabalho.
Referências Bibliográficas
BARIN, A.; CANHA, L.N.; ABAIDE, A.R.;
MACHADO, R.Q., "Methodology for placement
of Dispersed Generation Systems by analyzing
its Impacts in Distribution Networks," Latin
America Transactions, IEEE (Revista IEEE
America Latina) , vol.10, no.2, p.1544,1549,
março, 2012.
3890
 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática
Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

BEAUDIN, M.; ZAREIPOUR, H.; YASSAMI, H., MOEINI, A., RAFIEI, S. M. R.,
SCHELLENBERGLABE, A.; ROSEHART, W.; DARABI, A., BAGHERI A., Optimal distributed
Energy storage for mitigating the variability of generation planning considering reliability, cost
renewable electricity sources: An updated of energy and power loss, Scientific Research
review, Energy for Sustainable Development, v and Essays Vol. 6(9), pp. 1963-1976, 4 May,
14, dezembro 2010, p. 302-31. 2011.
EPE, 2007. Empresa de Pesquisa Energética, Ugranlı, F., Karatepe, E., Optimal wind turbine sizing
Ministério das Minas e Energia, Matriz to minimize energy loss, International Journal of
Energética Nacional 2030. Electrical Power & Energy Systems, Volume 53,
EPE, 2010. Balanço Energético Nacional 2010 – December 2013, Pages 656-663.
Resultados Preliminares Ano Base 2009.
Acessado em junho de 2012.
EPE, 2012. Plano Decenal de Expansão de Energia
2021, Ministério de Minas e Energia, Empresa
de Pesquisa Energética, Brasília, EPE, 2012.
GUEDES, L. M. SANTOS, E. C., OLIVEIRA, M. A.
G. Alocação de geração distribuída em redes de
distribuição radiais considerando análise de
curva de carga. XIII Encontro RegionalIbero
Americano do Comitê Nacional Brasileiro de
Produção e Transmissão de Energia Elétrica,
2009.
HITTINGER. E., WHITACRE. J. F., APT J., What
properties of grid energy storage are most
valuable?, Journal of Power Sources, Volume
206, 15 May 2012, Pages 436-449
INJETI S. K., KUMAR N. P., A novel approach to
identify optimal access point and capacity of
multiple DGs in a small, medium and large scale
radial distribution systems, International Journal
of Electrical Power & Energy Systems, Volume
45, Issue 1, February 2013, Pages 142-151
PAPAIOANNOU, I. T., PURVINS, A., TZIMAS, E.,
Demand shifting analysis at high penetration of
distributed generation in low voltage grids,
International Journal of Electrical Power &
Energy Systems, Volume 44, pg 540-546,
janeiro, 2013.
PEREIRA, E. B.; MARTINS, F.R.; ABREU, S.L.D.
E.; RUTHER, R.; Atlas Brasileiro de Energia
Solar. São José dos Campos: INPE, (2006). p
60.
SIGRIST, L., LOBATO, E., ROUCO, L., Energy
storage systems providing primary reserve and
peak shaving in small isolated power systems:
An economic assessment, International Journal
of Electrical Power & Energy Systems, Volume
53, December 2013, Pages 675-683
TAN, W., HASSAN, M. Y. MAJID, M. S.
RAHMAN, H. A., Optimal distributed
renewable generation planning: A review of
different approaches, Renewable and Sustainable
Energy Reviews, Volume 18, p. 626-645,
fevereiro, 2013.
TOLEDO, O. M.; OLIVEIRA FILHO, D.; DINIZ, A.
S. A. C.; MARTINS, J; VALE, M. H. M.,
Methodology for Evaluation of Grid-Tie
Connection of Distributed Energy Resources—
Case Study With Photovoltaic and Energy
Storage, Power Systems, IEEE Transactions on ,
vol.28, no.2, pp.1132,1139, maio, 2013.

3891