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O ATO DE

OESTUDAR
ATO DE
ESTUDAR
“Toda bibliografia deve refletir uma intenção fundamental de quem
a elabora: a de atender ou despertar o desejo de aprofundar os
conhecimentos naqueles a quem se oferece a bibliografia."

Essa intenção fundamental de quem elabora a bibliografia exige


dele um tríplice respeito: a quem se dirige a bibliografia, aos
autores citados e a ele mesmo.
Aqueles que recebem a relação bibliográfica, por sua vez, devem ter nela,
não uma rota dogmática de leitura, mas um desafio, desafio que vai se
concretizando na medida em que vão estudando e não simplesmente lendo,
por alto, os livros citados.

"Estudar, realmente, é um trabalho difícil. Exige, de quem a ele se propõe,


uma posição crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se
ganha a não ser praticando-a."

Isto, infelizmente, é o que a educação "bancária" não estimula.


EDUCAÇÃO BANCÁRIA
Este procedimento ingênuo ao qual é submetido o educando na
educação bancária, ao lado de outros fatores, pode explicar "as fugas
do texto que os estudantes fazem, cuja leitura se torna puramente
mecânica, enquanto, em imaginação,se voltam a outras situações.

O que se lhes exige não é a compreensão do conteúdo, mas sua


memorização."
Paulo Freire, nos chama a atenção para os seguintes itens indispensáveis ao ato
de estudar:
· O estudante deve assumir o papel de sujeito do ato de estudar.
· O ato de estudar é uma atitude frente ao mundo.
· O estudo de um tema específico deve colocar o estudioso a par da bibliografia
em questão.
· O ato de estudar depende de uma atitude de humildade face ao saber.
· O ato de estudar significa compreender e criticar.
· Estudar significa assumir "uma misteriosa relação dialógica" com o autor do
texto, cujo mediador é o tema!
· O ato de estudar, como reflexão crítica, exige do sujeito uma reflexão sobre
o próprio significado de estudar.
A LEITURA
Não nos diz Paulo Freire que o ato de ler só se
realiza mediante um espaço de relação
dialógica com o autor?

Mas o ato de ler, que é um ato de


concentração, exige distanciamento e reflexão.
É um ato que só se realiza mediante os
procedimentos lógicos de análise, síntese,
interpretação, juízo crítico.
COMO LER?
COMO LER?
Se quisermos descobrir a mensagem de um texto, de modo abrangente, temos
de nos submeter a uma séria disciplina de trabalho:
1.° Delimitar a unidade de leitura que pode ser um capítulo, uma seção ou até
mesmo um grande parágrafo. O que caracteriza a unidade de leitura é a
apresentação do sentido de modo global. Só após o entendimento dessa
unidade é possível prosseguir na investigação de novas unidades de leitura;

2.° Ler repetidas vezes o mesmo texto para certificar-se do alcance da


compreensão verdadeira do assunto em pauta, grifando as idéias principais de
cada parágrafo; ao lado, na margem, escrevendo uma frase-resumo.
PASSOS

a) Leitura exploratória → b) Leitura analítica →


c) Leitura interpretativa → d) Problematização
A) LEITURA EXPLORATÓRIA - preparação
É a fase em que se deve prestar atenção à diretriz do pensamento do autor.

Que fazer?
● Não convém resumir nem sublinhar as ideias chave.
● Levantar outros elementos que possam esclarecer mais a leitura.
● Procurar dados sobre a vida e obra do autor, sobre o momento
histórico que ele viveu, sobre as influências que recebeu e até mesmo
se elucidar sobre o vocabulário que ele usa.
● Elaborar UM ESQUEMA das grandes partes do texto OU UNIDADE
DE LEITURA,
A) LEITURA EXPLORATÓRIA - a elaboração do Esquema

● O esquema organiza a estrutura organizacional do


texto que serve de suporte para o raciocínio;
● Esquema não é resumo nem síntese;
● Esquema permite uma visualização global do texto;
● Permite visualizar as parte INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
B) LEITURA ANALÍTICA -fase "da relação dialógica com o autor” 2ª leitura

Tentar perceber o quê e como o autor apresenta o assunto.


Quando estamos atentos ao texto, geralmente surge na mente um conjunto de
perguntas, cujas respostas revelam o sentido e o conteúdo da mensagem.
Exemplo de perguntas:
1. De que fala o texto?
2. Como está problematizado?
3. Qual o fio condutor da explanação?
4. Que tipo de raciocínio ele segue na argumentação?
A ideia central defendida pelo autor só pode tomar corpo associada a outras idéias
que são chamadas de secundárias em relação à principal.
B) LEITURA ANALÍTICA - Como trabalhar nesta fase da leitura?
A técnica de sublinhar
1 - Só sublinhar as idéias principais e os pormenores significativos.
2 - Elaborar um código a fim de estabelecer sinais que indiquem o seu modo pessoal de
apreender a leitura. Ex.: um sinal de interrogação face aos pontos obscuros do parágrafo; um
retângulo para colocar em destaque as palavras-chave.
3 - Reconstruir o texto a partir das palavras sublinhadas em cada parágrafo → ESQUEMA

IMPORTANTE → A leitura analítica serve de base para a elaboração do


resumo ou síntese do livro. Convém lembrar que o resumo não é uma
redução de idéia apreendidas nos parágrafos, mas é fundamentalmente a
síntese das idéias do pensamento do autor.
A CRÍTICA
O que você entende por crítica? → O ato de criticar é um juízo.
Criticar por criticar: ato psicológico, mas não estritamente lógico.
É o ato de se contrapor, mas, na maior parte das vezes, sem
fundamentos por falta de exame.
O ato de estudar é um ato lógico, que exige uma consciência e
um domínio dos processos intelectuais próprios à abordagem
dos problemas.
De imediato, as coisas ou as idéias surgem numa unidade
confusa, indiferenciada, sincrética, que exige uma postura de
ANÁLISE e SÍNTESE.
ATIVIDADE
No fragmento de texto intitulado “O Trabalho da Crítica do Pensamento”
de Marilena Chauí, desenvolve seu raciocínio em 6 parágrafos (página 4
do texto em estudo).
1 - Após a leitura exploratória, observando a diretriz do pensamento da
autora, faça uma LEITURA ANALÍTICA de cada das 6 unidades de leitura
(parágrafos), escrevendo com suas palavras a ideia ou ideias principais de
cada um.
2 - Agora escreva uma síntese do texto, com suas palavras.
Enviar por e-mail: ana-carmita.souza@ufca.edu.br
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EXEMPLO DE RESPOSTA - 1

P1-O PRIMEIRO PARAGRAFO ABRE O TEMA EXPLICANDO SOBRE A CRITICA, QUAL SUA FINALIDADE E
SUA DEFINIÇÃO,’’A TAREFA DA CRITICA É FAZER FALAR O SILÊNCIO’’.

P2-O SEGUNDO PARAGRAFO APONTA A FINALIDADE DE TORNAR EXPLICITO O QUE ERA IMPLICITO, E
APRESENTA A IDEOLOGIA QUE É O PONTO DE PARTIDA PARA SE CRIAR A CRITICA.

P3-ABORDA A IMPORTANCIA DE FAZER FALAR O SILÊNCIO E SUA PERSPECTIVA SOBRE O


DESENVOLVER DA CRITICA, ONDE SE PODE TER OUTOS PONTOS DE VISTA, NOVOS CAMINHOS A
PARTIR DE EXPLICITAR O QUE ESTAVA IMPLICITO E ABORDA A DIFERENÇA ENTRE PENSAMENTO
VERDADEIRO E IDEOLOGIA.

P4-TENDO EXPOSTOS SEUS ARGUMENTOS AQUI COMEÇA A CONCLUSÃO DO TEXTO RESSALTANDO E


DEFENDENDO O SEU PONTO DE VISTA NOVAMENTE.

P5-CONCLUI O TEXTO APRESENTANDO O SUA IDEIA CENTRAL QUE É ‘’A CRITICA É UM TRABALHO
FILOSOFICO, E QUE NÃO SE PODE TIRAR A FILOSOFIA DAS UNIVERSIDADES POIS IRIA ABOLIR O
LUGAR PRIVILEGIADO DA RELIZAÇÂO DA CRITICA’’.
ATIVIDADE SOBRE ESQUEMA E SÍNTESE
Agora vamos estudar o texto “EDUCAÇÃO
SUPERIOR COMO FORMAÇÃO CIENTÍFICA,
PROFISSIONAL E ÉTICA” (AUTOR: Antônio
Joaquim Severino).

Livro: METODOLOGIA DO TRABALHO


CIENTÍFICO.
CAP. I - páginas: 21 - 36
Professor titular, aposentado, de Filosofia da Educação da USP

Licenciou-se em Filosofia na Universidade Católica de Louvain, Bélgica, em 1964.

Na PUCSP, apresentou seu doutorado, defendendo tese sobre o personalismo de Emmamuel Mounier, em 1972.

Atualmente integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uninove, Universidade


Nove de Julho, de São Paulo, onde lidera o Grupo de Pesquisa e Estudo em Filosofia da Educação - GRUPEFE.

Publicações: Metodologia do trabalho científico (Cortez, 1975; 21. ed. 2000);

Educação, ideologia e contra-ideologia. (EPU, 1986);

Métodos de estudo para o 2o. Grau (Cortez, 1987; 5. ed. 1996);

A filosofia no Brasil (ANPOF, 1990);

Filosofia (Cortez, 1992; 5. ed. 1999);

Filosofia da Educação (FTD, 1995; 2. ed. 1998);

A filosofia contemporânea no Brasil: conhecimento, política e educação (Vozes, 1999),

Educação, sujeito e história (Olho d´Água, 2002) e vários artigos sobre temas de filosofia da educação.
ATIVIDADE SOBRE ESQUEMA E SÍNTESE

1 - Fazer esquema do texto de acordo com as explicações da


nossa aula.
2 - Agora escreva uma síntese do texto, com suas palavras.
Enviar por e-mail: ana-carmita.souza@ufca.edu.br
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