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Memorial descritivo e

de cálculo
MARÇO 2015
Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário

Município de Gavião Peixoto - SP

CEC Projeto
Tel (16) 3101-5555 Edifício Antares Office - Rua Marcos www.cecprojetos.com
Markarian, 1025 - sala 405 - Jardim Nova
Aliança - Ribeirão Preto SP
Sumário

Sumário
Dados do contrato ............................................................................................................ 1

Alternativa adotada .......................................................................................................... 2

Memorial Descritivo ......................................................................................................... 3

Pré-tratamento ............................................................................................................. 3

Estação Elevatória de Esgoto ...................................................................................... 4

Reator UASB ................................................................................................................ 5

Filtro Aerado Submerso (FAS) ..................................................................................... 6

Destinação do lodo ....................................................................................................... 6

Sistema de desinfecção ............................................................................................... 7

Memorial de cálculo ......................................................................................................... 8

Determinação da vazão do sistema ............................................................................. 8

Determinação da carga orgânica e concentração do esgoto sanitário ........................ 9

Pré-tratamento ........................................................................................................... 11

Reator UASB .............................................................................................................. 15

Filtro Aerado Submerso FAS ..................................................................................... 20

Sistema de desinfecção ............................................................................................. 23

Balanço de sólidos do sistema Aeróbio + Anaeróbio................................................. 24

Produção de lodo na ETE .......................................................................................... 25

Resumo .......................................................................................................................... 26

Lista de equipamentos ................................................................................................... 27

Informações da Empresa ............................................................................................... 29


Pág. 01 Dados do contrato

Dados do contrato
Dados do contratante
Dados do cliente
Nome Prefeitura Municipal de Gavião Peixoto

Endereço Alameda Estevo, n. 377, Centro, Gavião Peixoto - SP

CNPJ 01.559.766/0001-73
Contato Gustavo Martins Piccolo

Informações do empreendimento
Estação de tratamento de esgoto sanitário, a ser instalada no município do Gavião
Peixoto, SP. A ETE será instalada com objetivo de atender a demanda de todo o município.
O esgoto tratado será lançado no Rio Jacaré-guaçu. A ETE será instalada na Rodovia Copper
Tanuri, SN, Centro.
Pág. 02 Alternativa adotada

Alternativa adotada
Para determinação da vazão de projeto, foi considerado para final de plano o montante
de 5.015 contribuintes contribuindo individualmente com 160 litros de esgoto por dia, além de
uma rede com extensão de 25 km e taxa de infiltração de 0,2 l/s.km, totalizando 1234,4 m³
por dia de esgoto.
O sistema proposto é composto por módulos, sendo 7 módulos compostos por 7 UASBs
e 7 FAS (Filtros Aerados Submersos), cada módulo tem capacidade de tratar 180 m³/dia,
totalizando 1.260 m³/dia. Todo o efluente gerado no município será encaminhado para o
sistema, ou seja, todo o esgoto irá passa pelo sistema anaeróbio e aeróbio.
Os FAS, instalados já possuem decantador acoplado, portanto, não é necessário a
instalação de novos decantadores.
Após passar pelo FAS, o efluente tratado será encaminhado para o clorador, onde
haverá a desinfecção do efluente, com adição de hipoclorito de sódio, para lançamento no
rio.

· Pré tratamento com;


Gradeamento
Caixa de areia
Calha Parshall (entrada e saída)
· Estação Elevatória de Esgoto Bruto (EEE);
· Reatores Anaeróbios – UASB;
· Filtros Aerados Submersos - FAS;
· Clorador..
Pág. 03 Memorial Descritivo

Memorial Descritivo
Pré-tratamento

Gradeamento
O gradeamento é padronizado e composto por uma grade de barras médias e uma grade
de barras finas, feitas em aço inox, dispostas sequencialmente e com inclinação de 60º.
As dimensões, inclinação e o espaçamento entre as barras foram projetados de acordo
com as normas da ABNT, de modo a permitir o fluxo normal dos esgotos, com retenção de
material e baixa perda de carga.
A NBR 12.208/92 determina que unidades de pré-tratamento com vazão afluente igual
ou superior a 250 L/s devem possuir sistema de limpeza mecanizada das grades. Uma vez
que o presente projeto possui vazão máxima inferior a 250 L/s, optou-se pela limpeza manual
do sistema de gradeamento, visto que a mecanização deste processo acarretaria custos
elevados.
Estima-se que a composição do material retido na grade seja de 30% de papéis, 10%
de trapos e panos, 20% de materiais diversos e 40% de material volátil. Devido à quantidade
de material volátil retido no gradeamento, sugere-se que o mesmo seja removido diariamente
e exposto à luz para secar e, em seguida, encaminhado a um destino adequado.

Caixa de Areia

A areia contida nos esgotos é, em sua maioria, constituída de material mineral, mas
também contém reduzida quantidade de matéria orgânica putrescível, como: vegetais,
gordura, pêlos, cabelos, etc.
A remoção de areia (ou desarenação) tem por finalidade eliminar ou abrandar os efeitos
adversos ao funcionamento das partes componentes das instalações a jusante. A unidade
de remoção de areia é comumente chamada de caixa de areia ou desarenador.
Basicamente, a Caixa de Areia deve ser projetada para realizar as seguintes operações:
 Retenção da areia com características indesejáveis ao efluente;
 Armazenamento do material retido durante o período entre as limpezas; e
 Remoção e transferência do material retido e armazenado para dispositivos de
transporte para o destino final, dotando de condições adequadas o efluente
líquido para as unidades subsequentes.
A inadequabilidade do projeto e a não obediência às recomendações técnicas
constituem as principais causas das perturbações operacionais ou mau desempenho das
unidades de pré-tratamento.
Pág. 04 Memorial Descritivo

A Caixa de Areia padrão possui formato retangular. Ela possui dois canais, sendo que
um deverá estar em operação enquanto o outro estará em limpeza ou em “stand by”.

Medidor de Vazão – Calha Parshall

A Calha Parshall é um dispositivo de medição de vazão na forma de um canal aberto


com dimensões padronizadas. Nele, a água é forçada por uma garganta relativamente
estreita, sendo que o nível da água a montante da garganta é o indicativo da vazão a ser
medida, independendo do nível da água à jusante.
Outra função importante da calha Parshall é manter constante a velocidade na caixa de
areia instalada a montante do equipamento. Para tal, é necessário adotar um rebaixo (degrau)
entre a caixa de areia e a calha Parshall.
A decisão sobre o modelo a ser utilizado para cada situação ocorre em função da vazão
do projeto. As estações de tratamento compactas, em geral, utilizam calhas Parshall nas
medidas entre 1 a 6” de garganta, ou “W” como é comumente chamado seu estreitamento.
Para este projeto, será utilizado a medida 3”.

Estação Elevatória de Esgoto


As Estações Elevatórias de Esgotos (EEE) são padronizadas em alvenaria ou anéis de
concreto, e possuem um conjunto de duas bombas submersíveis (uma bomba em uso e a
outra reserva), para recalque do efluente bruto até o reator UASB, onde se dará o início do
tratamento biológico do efluente.
O projeto foi elaborado de forma a limitar a entrada de esgoto no reator UASB,
garantindo que a vazão de entrada seja sempre igual ao máximo recomendado para o bom
funcionamento do sistema. Assim, o excesso de esgoto encaminhado ao UASB é
automaticamente direcionado à EEE, a qual possui um determinado volume, a fim de receber
esse efluente em excesso e, também, o efluente referente aos picos de vazão do
empreendimento.
Pág. 05 Memorial Descritivo

Reator UASB
O reator UASB é um reator biológico anaeróbio que apresenta inúmeras vantagens,
dentre as quais se destacam: sistema compacto com baixa demanda de área; baixo custo de
implantação e operação e baixa produção de lodo.
A digestão anaeróbia é um processo bioquímico complexo, no qual diversos grupos de
organismos anaeróbios e facultativos assimilam e destroem simultaneamente a matéria
orgânica.
De maneira simplificada, o processo anaeróbio ocorre em quatro etapas, sendo que
diversos microrganismos estão presentes em cada uma destas etapas.
Na primeira etapa, a matéria orgânica complexa é transformada em compostos mais
simples como ácidos graxos, aminoácidos e açúcares, pela ação dos micro-organismos
hidrolíticos.
Na segunda etapa as bactérias acidogênicas transformam os ácidos e açúcares em
compostos mais simples, como ácidos graxos de cadeia curta, ácido acético, H2 e CO2.
Na terceira etapa, estes produtos são transformados principalmente em ácido acético,
H2e CO2, pela ação das bactérias acidogênicas.
Na última etapa os micro-organismos metanogênicos transformam esses substratos em
CH4 e CO2.
Em muitos reatores, observa-se que existem caminhos preferenciais do esgoto, que
fazem com que existam “espaços mortos” no interior dos reatores e que o Tempo de
Detenção Hidráulico (TDH) teórico seja distante do real. Estes caminhos preferenciais levam
a um fenômeno conhecido por “curto-circuito hidráulico”.
Os reatores UASB possuem um sistema que otimiza a distribuição do efluente,
aproveitando assim, todo o espaço existente no equipamento e fazendo com que o Tempo
de Detenção Hidráulico teórico seja próximo do real, aumentando sua eficiência.
Na parte superior do reator existe uma unidade destinada ao controle de vazão,
denominada limitador de vazão ou caixa de controle operacional – a CCO. Com isto, a vazão
que entra no reator é sempre constante, ou seja, não ocorre sobrecarga hidráulica ou
sobrecarga orgânica. O eventual excesso de efluente recalcado será encaminhado
diretamente para o FAS.
Os reatores possuem, em sua parte interna, um dispositivo denominado separador
trifásico. Nele são separados os sólidos, líquidos e gases presentes no efluente. Assim,
quando o efluente em tratamento passa pelo separador trifásico, tem-se que o lodo formado
é encaminhado para a parte inferior do reator, a parte gasosa é coletada por uma tubulação
específica e o efluente líquido, já clarificado, segue pela parte superior do reator anaeróbio.
Pág. 06 Memorial Descritivo

Filtro Aerado Submerso (FAS)


O filtro aerado submerso (FAS) é um sistema de tratamento aeróbio, que utiliza meio
suporte (ou material recheio) para crescimento dos microrganismos responsáveis pela
remoção da matéria orgânica presente no esgoto. Quando utilizado como pós-tratamento de
reatores UASB, acarretam redução significativa na produção do lodo gerado na ETE, sendo
esse um grande benefício econômico e operacional.
Os FAS possuem material recheio fabricado em polipropileno injetado e montado
paralelamente, formando blocos compactos de grande resistência térmica e mecânica
(material tipo grade ou colmeia), com área específica de 96,8 m²/m³.
Os decantadores secundários dos FAS são acoplados ao reator.
Os FAS serão projetados para atingirem uma eficiência de remoção de DBO de 75%.
Para quesitos de dimensionamento será considerado que o efluente proveniente dos reatores
anaeróbios já passaram por uma etapa de tratamento e sofreram uma redução 50% em sua
carga orgânica.

Destinação do lodo
Todo sistema de tratamento de efluentes tem como resíduo o lodo gerado dentro dos
processos de redução e remoção da carga orgânica do efluente bruto. Dependendo do
tamanho e do modelo do sistema utilizado, o lodo pode ser acumulado na própria ETE e
posteriormente descartado.
Dentre as alternativas, para as ETE de pequeno porte e baixa vazão, o lodo gerado no
processo pode ser acumulado dentro do UASB (reator anaeróbio) e posteriormente retirado
por um caminhão a vácuo devidamente licenciado. Para estações de maior porte e vazão,
devem ser previstas outras alternativas, pois a produção de lodo é muito maior, dentre as
quais se destacam as seguintes:
- Leito de secagem: estrutura mais comumente utilizada, possui funcionamento e
operação simples, mas tem um custo relativamente alto de implantação e pode requerer a
utilização de uma grande área para atender toda a demanda de lodo produzida.
- Filtro prensa e centrífuga: são equipamentos mecânicos que tem por finalidade reduzir
consideravelmente a quantidade de água no lodo. Apesar de possuírem alta eficiência e baixa
demanda de área, requerem operação especializada.
- Bag para lodo: trata-se de um sistema produzido a partir de mantas geotêxtis, trançadas
ou com microfuros por onde a água é drenada do sistema. Pode ser uma boa alternativa para
locais com pouca disponibilidade de área e de manutenção. Sua desvantagem fica por conta
da necessidade de substituir o sistema saturado por um novo periodicamente, o que pode
acarretar em altos custos de operação.
Pág. 07 Memorial Descritivo

A adoção de um dos sistemas acima deverá ser pautada pela característica e


particularidade de cada ETE. Uma vez que todos os sistemas têm suas vantagens e
desvantagens, mas todos apresentam uma boa eficiência, tanto em termos financeiros,
quanto na eficiência de desaguamento do lodo.
No sistema proposto, recomendamos o acúmulo do lodo no UASB e após atingido o
volume adequado, o mesmo será encaminhado para a centrifuga para desaguamento e
destinação correta.
Após o efluente passar pelo FAS, ele será encaminhado para o decantador secundário,
acoplado ao reator, com a finalidade de separar o lodo que foi desprendido do material
suporte, presente no interior do FAS.
O lodo gerado no decantador será encaminhado para o UASB, para ser acumulado e
posteriormente descartado.

Sistema de desinfecção
Embora o sistema de tratamento de esgoto projetado tenha elevada eficiência, a
concentração de coliformes totais no efluente ainda é superior ao limite permitido pela
legislação, por isso é necessária a adição de medidas com a finalidade de reduzir a contagem
de coliformes.
Para isso será instalado, após o tratamento biológico, um sistema de dosagem e mistura
do cloro com o efluente tratado. O sistema proposto será do tipo chicanas, com tempo de
detenção de 30 min, para que haja a redução da quantidade de patógenos no efluente final.
Pág. 08 Memorial de cálculo

Memorial de cálculo
Determinação da vazão do sistema
A determinação da vazão do sistema é realizada a partir da quantidade de contribuintes
individuais, ou seja, da população atendida, que pode ser limitada a um bairro, uma cidade
ou um empreendimento industrial ou comercial e do valor da contribuição, que varia em
função da característica do empreendimento e da condição social do contribuinte.

Parâmetros adotados para o sistema


Parâmetros do projeto
Número de pessoas 5.015 contribuintes
Conrtribuição por pessoa 160 l/hab.dia
Contribuição de carga orgânica individual 54 g/hab.dia
Extensão da rede coletora 25 km
Taxa de infiltração da rede 0,2 l/s.km

Contribuição de esgoto sanitário


Estimativa de contribuição de esgoto sanitário
Número de habitantes 5.015 hab
Contribuição por pessoa 160 l/hab.dia
Contribuição de esgoto sanitário 802.400 l/dia

Determinação da vazão média


Estimativa de vazão média do empreendimento
Contribuição de esgoto sanitário 802.400 l/dia
Infiltração na rede 432.000 l/dia
Contribuição de esgoto sanitário 1.234.400 l/dia

Determinação da vazão máxima diária


Estimativa de vazão máxima diária do empreendimento
Vazão média do empreendimento 802.400 l/dia
Coeficiente de vazão máxima diária (K1) 1,20 l/dia
Infiltração na rede 432.000 l/dia
Contribuição de esgoto sanitário 1.394.880 l/dia
Pág. 09 Memorial de cálculo

Determinação da vazão máxima horária


Estimativa de vazão máxima horária do empreendimento
Vazão máxima diária do empreendimento 962.880 l/dia
Coeficiente de vazão máxima hora (K2) 1,50 l/dia
Infiltração na rede 432.000 l/dia
Contribuição de esgoto sanitário 1.876.320 l/dia

Determinação da vazão mínima


Estimativa de vazão mínima do empreendimento
Vazão média do empreendimento 802.400 l/dia
Coeficiente de vazão mínima (K3) 0,50 l/dia
Infiltração na rede 432.000 l/dia
Contribuição de esgoto sanitário 833.200 l/dia

Determinação da carga orgânica e concentração do esgoto


sanitário
Determinação da carga orgânica
Estimativa de carga orgânica
Número de habitantes 5.015 hab
Contribuição per capita 54 g/hab
Carga orgânica diária 271 kg/dia

Determinação da concentração do esgoto sanitário


Concentração de DBO
Carga orgânica diária 271 kg/dia
Vazão média 1.234.400 l/dia
Carga orgânica diária 219 mg/l

Apesar da concentração estimada do esgoto sanitário ser de 219 mg DBO/l, será


adotada a concentração de 250 mgDBO/l de esgoto bruto para dimensionamento do sistema.
Pág. 10 Memorial de cálculo

Resumo dos parâmetros de projeto


Estimativa de vazão do empreendimento
1.234,40 m³/dia
Vazão média 51,43 m³/h
14,29 l/s
1.394,88 m³/dia
Vazão máxima diária 58,12 m³/h
16,14 l/s
1.876,32 m³/dia
Vazão máxima horária 78,18 m³/h
21,72 l/s
833,20 m³/dia
Vazão mínima 34,72 m³/h
9,64 l/s
Carga orgânica 271 kg/dia
Concentração estimada 219 mg/l
Concentração adotada 500 mg/l
Eficiência estimada 90,0%
Pág. 11 Memorial de cálculo

Pré-tratamento
Dimensionamento do sistema de gradeamento
Parâmetros utilizados para o dimensionamento

Gradeamento Grade Grossa Grade Fina


Largura 0,6 m 0,6 m
Comprimento 1,1 m 1,1 m
Espaçamento entre as barras 3 cm 1 cm
Inclinação das barras 60 graus 60 graus
Espessura das barras 0,64 cm 0,64 cm
Eficiência do sistema
Eficiência do gradeamento grosso

a = espassamento entre as barras 3 cm


b = espessura das barras 0,64 cm
Eficiência 82 %

Eficiência do gradeamento fino

a = espassamento entre as barras 1 cm


b = espessura das barras 0,64 cm
Eficiência 61 %

Determinação da área útil do gradeamento

A área útil do gradeamento é diretamente proporcional à velocidade do efluente que


passa pelas grades e será dimensionada para o pior caso, ou seja, quando ocorre a vazão
máxima horária, portanto:

Área útil
Au

Qmax hora - vazão max horária 0,022 m³/s


Velocidade de passagem entre barras 1 m/s
Au (área útil) 0,022 m²
Pág. 12 Memorial de cálculo

Dimensionamento da seção do canal

Com a área útil do canal, é possível determinar a seção do canal das grades. Será,
portanto, calculada a seção para as grades grossa (3 cm) e fina (1 cm).

Seção do canal de gradeamento

S
Seção do canal para grade grossa
Au (área útil) 0,022 m²
Eficiência 82 %
Área ocupada (materia retido na grade) 0,50
S = Seção do canal 0,05 m²

Seção do canal para grade fina


Au (área útil) 0,022 m²
Eficiência 61 %
Área ocupada (materia retido na grade) 0,50
S = Seção do canal 0,07 m²

Velocidade do canal do gradeamento

A velocidade do canal das grades é determinada pela vazão do efluente e pela seção
do canal calculada anteriormente.

Velocidade do efluente no canal da grade


V0 = Qmax hora / S

V0 - para grade grossa 0,410 m/s


Qmax hora - vazão max horária 0,022 m³/s
S = Seção do canal 0,05 m²

V0 - para grade fina 0,305 m/s


Qmax hora - vazão max horária 0,022 m³/s
S = Seção do canal 0,07 m²
Pág. 13 Memorial de cálculo

Perda de carga do gradeamento

Em função da diferença de velocidades no canal das grades é possível determinar a


perda de carga proporcionada pelo sistema de gradeamento.

Perda de carga no gradeamento


hf = 1,43 x ( - )/(2xg)

V = velocidade do fluxo pelas barras 1 m/s


V0 = vel. a montante das barras 0,410 m/s
g = aceleração da gravidade 9,81 m/s²
hf = perda de carga para grade grossa 0,06 m

V = velocidade do fluxo pelas barras 1 m/s


V0 = vel. a montante das barras 0,305 m/s
g = aceleração da gravidade 9,81 m/s²
hf = perda de carga para grade fina 0,07 m

Dimensionamento da caixa de areia

A caixa de areia deve ser dimensionada para possuir uma taxa de aplicação superficial
entre 600 e 1300 m³/m².dia. Para dimensionar as dimensões da caixa, será feito um cálculo
inicial com a taxa de 600 m³/m².dia e depois os valores adotados serão confirmados.

Dimensionamento da caixa de areia

Tx = taxa de escoamento superficial mínima 600,0 m³/m².dia


Qmax = Vazão máxima horária 1876,3 m³/dia
L = largura da caixa de areia - adotada 0,6 m
C = comprimento da caixa de areia 5,2 m

A medidas adotadas para a execução da caixa de areia serão de 3,0 m de comprimento


e 0,6 m de largura.
Pág. 14 Memorial de cálculo

Portanto a taxa de aplicação da caixa de areia, em função das medidas adotadas será
de:
Confirmação da taxa de escoamento
Qmax = Vazão máxima horária 1876,3 m³/dia
C adotado 3 m
L adotado 0,6 m
Tx final 1042,4 m³/m².dia

Calha Parshall

A calha Parshall utilizada nesse projeto será a calha com W = 3 polegadas, devido a
vazão do sistema.

Determinação do nível mínimo e máximo na calha Parshall, em função da vazão.

Altura do efluente na calha Parshall

Para vazão mínima


Calha parshall 3 "
Q = vazão de esgoto 34,72 m³/h
K = constante tabelada 633,60
n = constante tabelada 1,55
H = carga na seção convergente 0,15 m

Para vazão máxima


Calha parshall 3 "
Q = vazão de esgoto 78,18 m³/h
K = constante tabelada 633,60
n = constante tabelada 1,55
H = carga na seção convergente 0,26 m
Pág. 15 Memorial de cálculo

Determinação do ressalto hidráulico

Determinação do rebaixo Z

Qmax 78,18 m³/h


Qmin 34,72 m³/h
H para Q máx 0,26 m
H para Q mín 0,15 m
Z 0,07 m

Reator UASB
Dimensionamento
Os reatores UASBs, receberão todo o efluente gerado no município.

Volume do reator

UASB
Quantidade 7 unidade
Modelo UASB 175
Capacidade de tratamento 180 m³/dia
Determinação do volume do UASB

Q = Vazão do efluente 180 m³/dia


TDH = Tempo de detenção hidráulica 8 h
VUASB = Volume mínimo do reator 60 m³
Determinação da altura mínima do reator

V = volume mínimo do UASB 60 m³


R = raio do UASB - valor adotado 1,90 m
H = altura mínima do UASB 5,29 m
Pág. 16 Memorial de cálculo

Determinação do volume de projeto do reator

R = raio do UASB - valor adotado 1,9 m


H = altura mínima do UASB 6 m
V = volume mínimo do UASB 68 m³
Carga hidráulica volumétrica

Carga hidráulica volumétrica

Q média 180 m³/h


V reator 68 m³
CHV = Carga orgânica volumetrica* 2,65 m³/m².dia
* valor recomendado <4 m³/m².dia

Tempo de detenção hidráulico real

Tempo de detenção hidráulica

V reator 68 m³
Q média 180 m³/h
TDH* 9,07 horas
* valor recomendado >8 horas

Velocidade ascensional
Velocidade ascencional

Q média 180 m³/h


A reator 11,34 m²
VS - velocidade ascencional* 0,66 m/h
Pág. 17 Memorial de cálculo

Decantador
Área Superficial

D = diâmetro interno do UASB 3,8 m


D1 = Diâmetro interno do cone 0,8 m
Dc = D externo da canaleta de coleta de
0,1 m
efluente
A= área superficial 10,56 m²

Taxa de aplicação superficial

Q média 180,00 m³/h


A decantador 10,56 m²
TAS - taxa de aplicação superficial* 0,71 m/h
* valor recomendado entre 0,6 e 0,8 m/h

Tempo de detenção hidráulica no decantador


V decantador 15,78 m³
Q média 180,00 m³/h
TDH decantador* 2,10 horas
* valor recomendado entre 1 e 2 horas

Produção de lodo no reator

Produção de lodo

Y - coeficiente de crescimento 0,15 0,00


CDQO - Carga orgânica (2 x DBO) 180 kg/dia
Plodo - produção de lodo 27 kgSST/dia
Pág. 18 Memorial de cálculo

Volume de lodo

Mlodo - Massa de lodo produzida 27,00 kg/dia


Dlodo - Densidade do lodo 1030 kg/m³
Teor de sólidos do lodo 5%
V lodo 0,52 m³/dia
Produção de Biogás

Determinação da carga orgânica removida

Eficiência do reator 68,6%


CDQO - Carga orgânica DQO 180 kgDQO/dia
Carga orgânica removida 123,4 kgDQO/dia
CDQO transforma em CH4

Carga orgânica removida 123,4 kg/dia


Plodo - produção de lodo 27 kg SST/dia
CDQO transformada em CH4 96,42 kg/dia
Vazão de CH4

CDQO CH4 - carga orgânica transformada 96,42 kg/dia


R - constante universal dos gases 0,08206 atm.l/mol.K
t - temperatura 20 °C
P - pressão 1 atm
K - constante 64 gDQO/mol
Q CH4 - vazão de gás 36,22 m³/dia

Vazão de gás

QCH4 - vazão de CH4 36,22 m³/dia


Qgás - vazão de gases 43,47 m³/dia
Dimensionamento do filtro de gases
Pág. 19 Memorial de cálculo

Dimensiosamento do filtro de gases

Q gás - vazão de gases 43,47 m³/dia


t - tempo de detenção no filtro 7 min
V - volume do filtro de gases 0,21 m³
Eficiência estimada do reator UASB

A eficiência do reator anaeróbio, será determinada para redução da DBO e da DQO.

Eficiência estimada de remoção do DQO


E DQO  100  (1  0,68   h
0 , 35
)

θh - Te po de dete ção 9,07 horas


Constante empirica 1 0,68
Constante empirica 2 0,35
EDQO - Eficiência de remoção de DQO 68,57%

Eficiência estimada de remoção do DBO


E DBO  100  (1  0,70   h
0 , 50
)

θh - Te po de dete ção 9,07 horas


Constante empirica 1 0,70
Constante empirica 2 0,50
EDQO - Eficiência de remoção de DBO 76,75
Pág. 20 Memorial de cálculo

Filtro Aerado Submerso FAS


Determinação do volume mínimo

O volume mínimo do leito filtrante pode ser determinado de duas maneiras, por meio da
carga orgânica volumétrica e ou por meio da taxa de aplicação superficial. As duas maneiras
serão calculadas abaixo e por segurança, será adotada a que apresentar o maior valor.
Todo o efluente irá passar pelos UASBs e pelos FAS, para efeito de cálculo, será
adotado que o UASBs, possuem uma eficiência média de 70% de remoção de DBO, fator
que será considerado para o dimensionamento do material suporte.
Para dimensionamento do sistema de aeração, será considerada a remoção de 50% de
DBO no UASB, com isso o sistema será dimensionado com uma certa margem de segunraça.

Determinação do volume pela carga orgânica volumétrica

Eficiência a montante considerada 70%


C afluente - Carga afluente ao FAS 27 kg DBO/dia
Cv DBO - carga orgânica volumétrica 1,20 kg DBO/dia
V - volume mínimo do meio suporte 22,50 m³
Determinação pela taxa de aplicação superficial

Eficiência desejada 80%


C removida 21,60 kg DBO/dia
Taxa de aplicação superficial 0,013 kg DBO/dia
As - Área superficial necessária 1.661,54 m²
Área do material suporte 96,80 m²/m³
V - volume do meio suporte 17,16 m³
Será utilizado o volume de 22,5 m3.
Determinação da altura do meio suporte

V - volume do reator 22,50 m³


r - ráio do reator 1,90 m
h - altura do meio suporte 1,98 m
Pág. 21 Memorial de cálculo

Altura adotada do meio suporte

r - ráio do reator 1,90 m


h - altura do meio suporte 2 m
V - volume do meio suporte 22,68 m³
Vazão de ar
A vazão de ar é calculada em função da carga removida pelo sistema, ou seja, pela
eficiência do reator aeróbio, FAS.

Vazão de ar necessária

C removida (considerando E=50% no UASB) 45,00 kg DBO/dia


Taxa de aeração 40,00 m³ /kg DBO
Q ar - vazão de ar por módulo 1.800,00 m³/dia
Q ar - vazão de ar no sistema 12.600,00 m³/dia

Decantador secundário
Como já citado anteriormente o decantador secundário, fica localizado na parte superior
do reator FAS.
Área superficial mínima

Q - vazão média 180 m³/dia


TAS - taxa de aplicação superficial 25,00 m³/m²
A dec 7,2 m²
Área superficial utilizada

Q - vazão média 180,00 m³/dia


A dec 10,84 m²
TAS - taxa de aplicação superficial 16,61 m³/m²
Pág. 22 Memorial de cálculo

Tempo de detenção hidráulica no decantador

V - volume do decantador 20,68 m³


Q - vazão média 180 m³/h
TDH - tempo de detençao 2,76 horas

Produção de lodo no sistema aeróbio


Produção de lodo no sistema aeróbio

C removida 21,60 kg DBO/dia


Y 0,50 kg SST/kgDBO
P lodo - produção de lodo 10,80 kg SST/dia

Esimativa de produção de lodo


Produção diária 10,80 kg SST
Produção mensal 324,00 kg SST

Volume de lodo

Mlodo - Massa de lodo produzida 10,80 kg/dia


Dlodo - Densidade do lodo 1020,00 kg/m³
Teor de sólidos do lodo 1%
V lodo 1,06 m³/dia

Volume de lodo
Produção diária de lodo 1,06 m³
Produção mensal de lodo 31,76 m³
Pág. 23 Memorial de cálculo

Sistema de desinfecção
Como o destino do efluente será o lançamento em corpo d’água, é necessário realizar a
desinfecção do efluente para reduzir a carga de patógenos presente e minimizar o risco de
contaminação da população que entrar em contato com o rio.

Volume mínimo do tanque de contato


Volume mínimo do tanque de contato

Q - vazão máxima diária 58,12 m³/h


t - tempo de contato adotado 0,50 horas
V - volume mínimo do clorador 29,06 m³

O tanque de contato pode ser de várias maneiras, o mais utilizado é o tanque de contato
em formato de chicanas.

Determinaçao do número de chicanas


Largura 1,5 m
Comprimento 1,5 m
Altura 1 m
Volume das chicanas 2,25 m³
Número de chicanas calculado 18 unidade
Número de chicanas adotado 18 unidade
Volume do clorador 40,5 m³
Tempo de detenção final 42 minutos
Pág. 24 Memorial de cálculo

Consumo de hipoclorito de sódio.


Vazão da ETE 1.234.400 l/dia
Dosagem 2 mg Cl 2/l
Massa de cloro dosada 2468,8 g/dia
31,80% Na
Composição NaClO
68,20% ClO
Quantidade de NaClO 100% 3619,94 g/dia
Concentração utilizada 12%
Massa de NaClO utilizada 30,17 kg
Densidade 1,2 kg/dm³
Volume diário 25,14 l/dia
Volume mensal 754,15 L/mês
Massa de hipoclorito consumida
mensalmente 904,99 kg

Portanto, o consumo estimado, considerando a vazão do projeto, será de 754 l/mês,


esse valor pode variar, o produto pode ser adquirido em embalagens de 1 m³ ou embalagem
de 50 kg.

Balanço de sólidos do sistema Aeróbio + Anaeróbio

Balanço de sólidos do sistema

Entrada 10,80 kg/dia


Saída 0 kg/dia
Produção 27,00 kg/dia
Descarte 37,80 kg/dia
Volume de lodo no sistema

Mlodo - Massa de lodo produzida 37,80 kg/dia


Dlodo - Densidade do lodo 1030 kg/m³
Teor de sólidos do lodo 5%
V lodo 0,73 m³/dia
Pág. 25 Memorial de cálculo

Volume de lodo
Produção diária 0,73 m³
Produção mensal 22,02 m³

Produção de lodo na ETE

Somando a produção de lodo dos sistemas aeróbio e anaeróbio, a geração diária de


lodo é estimada em 5,14 m³. O lodo será armazenado nos reatores anaeróbios, para
posterior destino a centrífuga de lodo.

Produção de lodo do sistema


Mlodo - Massa de lodo produzida 37,80 kg/dia
Número de módulos 7 unidades
Mlodo do sistema 264,6 kg/dia
Dlodo - Densidade do lodo 1030 kg/m³
Teor de sólidos do lodo 5%
Volume de lodo produzido no sistema 5,14 m³/dia
Pág. 26 Resumo

Resumo
Gradeamento
Largura do canal 0,6 m
Extensão do canal 4,5 m
Tipo de grade grossa - espaçamento 3 cm
Tipo de grade fina - espaçamento 1 cm
Altura das grades 1,1 m
Caixa de areia
Largura do canal 0,6 m
Extensão do canal 3 m
Profundidade 0,3 m
Calha Parshall
Modelo 3 "
Rebaixo Z 0,07 m
Estação Elevatória
Volume 10,60 m³
Diâmetro 3,00 m
Altura útil 1,50 m
Reator anaeróbio - UASB
Diâmetro 3,8 m
Altura útil 6,00 m
Quantidade 7 unidade
Tempo de detenção 8,00 horas
Produção de lodo por reator 27,00 kgSST/dia
Produção de biogás 43,47 m³/dia
Eficiência calculada 76,75 0,00
Eficiência esperada 70%
Reator aeróbio - FAS
Diâmetro 3,8 m
Quantidade 7 unidade
Q ar - vazão de ar no sistema 12600 m³/dia
Volume de lodo produzido no sistema 5,14 m³/dia
Sistema de desinfecção
Volume 40,5 m³
N. de chicanas 18 unidade
Comprimento das chicanas 1,5 m
Largura 1,5 m
Tempo de detenção 42 minutos
Eficiência de remoção de DBO do sistema
Eficiência de remoção de DBO 90%
Pág. 27 Lista de equipamentos

Lista de equipamentos
Gradeamento
Grade grossa
Espaçamento 3 cm
Largura 0,6 m
Comprimento 1,1 m
Grade fina
Espaçamento 1 cm
Largura 0,6 m
Comprimento 1,1 m
Caixa de areia
Comportas
Quantidade 2 unidades
Largura 0,6 m
Comprimento 3 m
Medidor de vazão
Calha Parshall
Quantidade 2 unidades
Modelo 3 pol
Tratamento anaeróbio
UASB
Quantidade 7 unidade
Modelo UASB 175
Capacidade de tratamento 180 m³/dia
Escada de acesso ao tanque
Quantidade 1 unidade
Material Aço carbono
Acabamento Pintura eletrostática anti ferrugem amarela
Passarelas entre os UASBs
Quantidade 4 unidade
Material Aço carbono
Acabamento Pintura eletrostática anti ferrugem amarela
Queimador de gas tipo flare
Quantidade 1 unidade
Modelo Queimador aberto tipo Flare com ignição
Alimentação placa solar
Pág. 28 Lista de equipamentos

Tratamento aeróbio
Caixa de distribuição
Quantidade 1 unidade
Modelo 1 Entrada 2 saídas
FAS
Quantidade 7 unidade
Modelo FAS 175
Capacidade de tratamento 180 m³/dia
Soprador
Quantidade 2 unidade
Marca Vazflux
Modelo RNT 31.20 DN 100
Potência 20 cv
Vazão 12600 m³/dia
Pressão de serviço 7 mca
Bomba de descarte de lodo
Quantidade 14 cv
Marca Dancor
Modelo AAE 715S - 0,5 cv
Vazão 10,5 m³/h
Pressão de serviço 6 mca
Desinfecção
Bomba dosadora de cloro
Quantidade 2 unidade
Modelo Etatron
Potência 75 W
Vazão 5 m³/h
Pressão de serviço 15 BAR
Elevatória de efluente da centrífuga
Bomba submersível
Quantidade 2 unidades
Marca Schneider
Modelo BCS 220
Potência 1 cv
Pressão de serviço 9 0
Controle de nível Chave boia
Centrífuga
Quantidade 1 unidade
Marca Gratt
Modelo Gmt 230L
Potência 12,5 cv
Pág. 29 Informações da Empresa

Informações da Empresa
CEC Projeto
Edifício Antares Office - Rua Marcos Markarian, 1025 - sala 405 - Jardim Nova
Aliança - Ribeirão Preto SP
Tel (16) 3101-5555
www.cecprojetos.com

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ENG.RODRIGO COURI DE ALMEIDA
CREA 5060129299-SP
N° ART: 92221220150435938

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