Resumo
Palavras-chave
Educ. Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 935-948, out./dez. 2012. 935
Potential downsides and upsides of the education of
pupils with intellectual handicap*
Abstract
Keywords
Contact:
Daísy Cléia Oliveira dos Santos
daisygyn7@gmail.com
Educ. Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 935-948, out./dez. 2012. 937
intelectual é um tipo singular de deficiência, com além de limitações adaptativas em pelo menos
suas características e distinções em relação às de- duas das seguintes habilidades: comunicação,
mais deficiências; por isso não se fala em pesso- autocuidado, vida no lar, interação social, saú-
as com deficiências intelectuais, mas em pessoas de e segurança, uso de recursos da comunidade,
com deficiência intelectual. autodeterminação, funções acadêmicas, lazer e
Quanto a essas peculiaridades termino- trabalho. Outro critério para sua identificação é
lógicas, ainda, faz-se necessária a distinção a manifestação antes dos 18 anos de idade.
relativa à substituição do ultrapassado termo A deficiência intelectual não significa,
deficiência mental para o atual deficiência in- necessariamente, uma incapacidade, já que
telectual. O termo deficiência mental gera con- esta se refere à impossibilidade, mesmo que
fusão com a doença mental, sendo que esta momentânea, de atuação específica (AAIDD,
consiste em um transtorno do tipo psicopato- 2011; OMS, 1995; AMERICAN PSYCHIATRIC
lógico. Segundo Sassaki (2005), cada vez mais ASSOCIATION, 1995). Por exemplo, para a ati-
se tem firmado a rejeição pelo termo mental vidade de gerência em determinada empresa,
em comparação ao termo intelectual, tal como uma pessoa cadeirante tem condição de execu-
estabelecem a Organização Pan-Americana da tar suas tarefas laborais, diferentemente de uma
Saúde e a Organização Mundial da Saúde, na pessoa depressiva que sequer consegue sair de
Declaração de Montreal sobre deficiência inte- casa e, assim, encontra-se incapaz. Como evi-
lectual, de outubro de 2004. denciado no exemplo, em deficiência intelectual
De acordo com a CID-10 (OMS, 1995), não se considera a pessoa como incapaz, pois,
a Classificação estatística internacional de do- de pessoa para pessoa, as limitações podem va-
enças e problemas relacionadas à saúde, dos riar quanto à forma e ao grau de comprometi-
tipos diagnósticos em F70-F79, a deficiência mento (OMS, 1995; AMERICAN PSYCHIATRIC
intelectual corresponde a um desenvolvimento ASSOCIATION, 1995; BRASIL, 2010; RIBEIRO,
incompleto do funcionamento intelectual, ca- 2009); nesse mesmo sentido, as possibilidades
racterizada, essencialmente, por um comprome- de adaptação e aprendizagem não são extre-
timento das faculdades que determinam o nível madas, mas justificadas pela peculiaridade de
global de inteligência, ou seja, das funções cog- cada sujeito. Assim, as pessoas com deficiência
nitivas. As funções cognitivas correspondem à intelectual possuem tantas diferenças entre si
capacidade de aprender e compreender, sendo como todos os demais. Nesse sentido, conside-
funções superiores que se estabelecem a partir ra-se que a deficiência intelectual pode até ser
do sistema nervoso central. Elas englobam as estrutural, mas não deve ser construída – ainda
capacidades de linguagem, aquisição da infor- mais pela falta de estimulação adequada, pois,
mação, percepção, memória, raciocínio, pensa- por mais severo que seja o comprometimento, a
mento etc., as quais permitem a realização de capacidade de aprender é intrínseca.
tarefas como leitura, escrita, cálculos, concep- Analogamente à mudança semântica de
tualização, sequência de movimentos, dentre deficiência mental para deficiência intelectual,
outras (MALLOY-DINIZ et al., 2010). as noções de incapacidade e anormalidade, que
Assim, a característica fundamental da advêm do modelo médico, refletem uma sinto-
deficiência intelectual é o significativo prejuízo matologia fixa. Contudo, a determinação de in-
cognitivo. Além disso, a Associação Americana capacidade do sujeito dependerá da impossibili-
de Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento dade a que essa incapacidade se refere, sendo ela
(AAIDD, 2011) define deficiência intelectual uma condição e, portanto, passível de alteração.
como um funcionamento intelectual (QI) infe- Como o ambiente é dinâmico e o ser hu-
rior à média, havendo limitações significativas mano possui potencial de adaptação e mudan-
das competências práticas, sociais e emocionais, ça, o desenvolvimento humano pode variar.
938 Daísy Cléia Oliveira dos SANTOS. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência...
O enfoque educacional e de aprendizagem Sobre o desenvolvimento da linguagem
transpõe o modelo médico para uma ênfa- na deficiência intelectual, merece destaque o
se na funcionalidade (AAIDD, 2011; CASTRO; fato de ser comum um déficit na produção da
ALMEIDA; FERREIRA, 2010; MALLOY-DINIZ linguagem, como problemas com a morfologia
et al., 2010; PALANGANA, 2001; VYGOTSKY, e, em decorrência disso, a construção de frases
1998). Um ambiente escolar que trabalhe as curtas e simples. Devido à limitada capacidade
necessidades de cada aluno tem potencial para expressiva, ocorrem poucas interações diárias
superar dificuldades, ou ao menos para ame- que favoreçam o aperfeiçoamento, o que acaba
nizá-las. Na deficiência intelectual, mesmo gerando uma realimentação: como as pesso-
que um maior desenvolvimento e uma maior as não entendem muito bem o relato daquele
evolução sejam possíveis, a completa reversão com deficiência intelectual, então ele acaba por
do quadro não o é (AAIDD, 2011; AMERICAN não insistir na fala. Entretanto, a fala é o ele-
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1995; FLETCHER mento primordial para o maior desenvolvimen-
et al., 2009; MALLOY-DINIZ et al., 2010). to dos demais processos cognitivos (CASTRO;
Vale destacar, ainda, que o quadro da ALMEIDA; FERREIRA, 2010; FLETCHER et al.,
deficiência intelectual é fundamentalmen- 2009; MALLOY-DINIZ et al., 2010).
te marcado por uma inteligência geral com-
prometida, ou seja, o prejuízo cognitivo é a O ensino escolar do aluno com
principal característica diagnóstica, corres- deficiência intelectual
pondendo a: restrito raciocínio lógico, restrita
capacidade de planejamento, solução de pro- A educação escolar tem por fundamento
blemas deficitária, fraco pensamento abstrato, atender a todos, mesmo quando há necessidade
baixa fluidez da aprendizagem, memorização de adaptar a estrutura escolar e as práticas de
restrita, baixa coordenação visuoespacial e ensino a cada criança, uma vez que as diferen-
lateralidade, esquema corporal dificultado, ças humanas são naturais. Seguindo esse prin-
limitada atenção, limitada generalização, cípio, num processo histórico surgiu a educação
prejuízo da capacidade expressiva (princi- inclusiva, com o objetivo central de fortalecer,
palmente a verbal), deficitária capacidade de nas instituições escolares, equipes de trabalho
percepção, ausência de autodirecionamento que se preocupem em atuar eficazmente peran-
etc. Além disso, tal quadro também é marca- te uma variada gama de situações envolvendo
do por uma restrição e por um comprometi- alunos com necessidades educacionais especiais
mento dos seguintes aspectos: capacidade de (singulares), de modo que eles, em sua singula-
responsabilidade, autonomia, observância das ridade, tenham a possibilidade de desenvolver
regras sociais, iniciativa ocupacional, inter- tanto suas capacidades cognitivas quanto as so-
dependência, segurança pessoa (presença de ciais. A perspectiva da inclusão escolar não se
ingenuidade), controle emocional (manifesta- restringe à superação das dificuldades do aluno
do tanto com agressividade quanto com pas- ou à socialização, mas tem como proposta fa-
sividade), desenvolvimento neuro-psicomotor, vorecer a emancipação intelectual por meio da
assumência de papeis sociais (heteronomia incorporação de novos conhecimentos, de acor-
social), interação interpessoal, autocuidado re- do com a possibilidade de ampliar o que já se
ferente à saúde e higiene, estruturação da ex- conhece e de favorecer o desenvolvimento geral
periência (AAIDD, 2011; CASTRO; ALMEIDA; (BATISTA; ENUMO, 2004; BRASIL, 2010; LIMA,
FERREIRA, 2010; AMERICAN PSYCHIATRIC 2009; MANTOAN, 2006; SÁNCHEZ, 2005).
ASSOCIATION, 1995; FLETCHER et al., 2009; Um estudo desenvolvido por Lima (2009)
MALLOY-DINIZ et al., 2010; SÁNCHEZ, 2008; avaliou que, para 63% dos pais de filhos com
TAVARES; ALARCÃO, 2005). deficiência intelectual, a aprendizagem e o
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desenvolvimento são o principal motivo para os com a prática social. Desse modo, a partir das
filhos estudarem na rede regular de ensino, en- considerações de Batista e Enumo (2004), Brasil
quanto 21% tiveram a socialização como moti- (2006, 2007, 2010), Castro, Almeida e Ferreira
vador. Tal estudo enfatiza a importância que a (2010), Fletcher et al. (2009), Malloy-Diniz et al.
educação escolar vem tomando em relação ao (2010), Sánchez (2008), Smith e Strick (2008) e
trabalho junto a alunos com deficiência intelec- Vygotsky (1998), o currículo e o planejamento
tual, bem como o avanço histórico e técnico da propostos ao aluno com deficiência intelectual
inclusão escolar. deve gerar experiências em um ambiente:
Tendo em vista que o comportamento do • em que seja possível definir ou reforçar
indivíduo está intimamente ligado ao processo a identidade do aluno (quem ele é, seu valor
de aprendizagem, é fundamental que o ensino pessoal, sua cultura);
escolar não privilegie a mera aquisição formal • sem discriminações e que promova
de informações, na qual se adota a estratégia segurança, relação interpessoal, contingências
de transmissão ou explicação de conteúdos. O positivas e bem-estar pessoal;
professor deve criar condições para que o alu- • que permita a acessibilidade ao am-
no não aceite depressa demais as informações biente físico e a acessibilidade instrumental
sem que estas sejam consistentemente recebi- (materiais e recursos que minimizem as dificul-
das, assimiladas e aplicadas a alguma situação dades sensoriais e motoras);
prática (real), seja via experiência ou associação • em que, assim como em relação aos
com situações vivenciadas (BATISTA; ENUMO, demais alunos sem deficiência, as práticas de
2004; CASTRO; ALMEIDA; FERREIRA, 2010). ensino considerem as fases de desenvolvimento
Devido ao grau de limitação imposto do aluno, as quais podem prolongar-se por um
pela determinação neurológica, mesmo que o tempo maior;
professor possa fazer muito no ensino escolar • com práticas motivadoras, alegres e
junto a alunos com deficiência intelectual, al- afirmativas; com estratégias ricas em estimu-
guns conteúdos e objetivos educativos especí- lação e diversificadas quando necessário (por
ficos serão inatingíveis, inclusive nos casos em exemplo, recursos audiovisuais, objetos de di-
que há um nível moderado de limitações. Mais ferentes materiais, cores e texturas). Vale desta-
do que destrinchar o conteúdo curricular, deve- car que as contingências de ensino devem partir
-se priorizar aquilo que pode ser assimilado pelo de habilidades que o aluno já possui para, en-
aluno, afinal, caso não ocorra a assimilação, tão, evoluir gradualmente naquilo que ainda é
não haverá a aquisição (aprendizagem), a me- preciso desenvolver ou adquirir. Desse modo, é
morização e, consequentemente, a recuperação possível gerar condições para que o aluno acer-
e a aplicação (CASTRO; ALMEIDA; FERREIRA, te mais do que erre, receba mais reforço imedia-
2010; FLETCHER et al., 2009; MALLOY-DINIZ to e feedback. Assim, promove-se a motivação,
et al., 2010; SÁNCHEZ, 2008; SMITH; STRICK, a autoconfiança e o aumento de comportamen-
2008; TAVARES; ALARCÃO, 2005). tos almejados pelos objetivos escolares;
Mesmo que a apreensão de todo o con- • com atividades mais tranquilas nos
teúdo curricular pelo aluno com deficiência momentos de maior enfoque nos conteúdos
intelectual seja significativamente limitada, há curriculares, uma vez que o estado emocional
a possibilidade de um efetivo desenvolvimen- livre de tensão, estresse, medo, irritabilida-
to de suas potencialidades, tal como propõe a de e ansiedade pode permitir maior atenção e
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional concentração;
(Lei nº 9.394, de 1996) em relação aos objetivos • que utilize momentos – os quais con-
educacionais centrados nos processos formati- sistirão em minutos – de descanso predefinidos
vos e no vínculo com o mundo do trabalho e e com duração de tempo necessária de acordo
940 Daísy Cléia Oliveira dos SANTOS. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência...
com as particularidades do aluno, de modo a generalização de um nível muito inferior de
permitir uma maior tranquilidade e, consequen- dotação intelectual na deficiência intelectual;
temente, uma maior possibilidade de aquisição. • que utilize estratégias para o aperfei-
Nessa linha estratégica também pode ser utili- çoamento da capacidade expressiva oral, do
zado o cantinho do sossego, um lugar na escola repertório verbal e da organização do pensa-
ou na própria casa do aluno para ele ir sempre mento, por meio de apresentação de relatos
que precisar relaxar, e onde pode haver objetos subjetivos, contação de histórias, apresentação
por ele preferidos; de perguntas durante a aula, descrição de ima-
• que, devido ao prejuízo da atenção, gens, uso de linguagem variadas etc.;
utilize de comandos para chamar a atenção do • que selecione conteúdos curriculares
aluno apenas nos momentos em que isso se fi- mais importantes e passíveis de efetiva compre-
zer necessário, evitando a apresentação dos co- ensão – é a denominada adaptação curricular;
mandos a todo momento; • que reconheça interesses que o aluno
• em que o professor leve o aluno a pen- já possui, a fim de favorecer a valorização, a
sar e verbalizar sobre aquilo que está sendo motivação e o vínculo com o professor, o qual
transmitido, uma vez que, na deficiência inte- está partilhando de aspectos pessoais do aluno;
lectual, o processamento da informação ocorre • que valorize a prática do brincar, a qual
mais por recepção do que por ativação (ação) consiste em uma abordagem natural para o desen-
– o raciocínio lógico é possível desde que es- volvimento humano, favorece o pensar e o fanta-
timulado para tal. Além disso, tal estratégia siar – até porque tal clientela apresenta déficit de
gera consciência perante aquilo que está em abstração e contato com a realidade objetiva;
aprendizagem; • que utilize recursos frequentes para o
• que trabalhe a memória associativa, incentivo e a evolução da escrita (por exemplo,
via informações contextualizadas. Logo, o uso canetas coloridas, folhas de papel – reduzidas
de conhecimentos a partir do concreto não se gradativamente de tamanho –, pinceis durante
restringe à dimensão física; as atividades de pintura etc.). O treino da escri-
• em que, mesmo sendo utilizadas es- ta, ainda, deve ser organizado de tal modo que
tratégias que favoreçam a transferência de a atividade seja reconhecida como necessária
um conteúdo para que a compreensão seja para a vida diária;
consistente e permanente e para que ocorram • que estabeleça instruções diretas so-
generalizações, certas repetições (num senti- bre comportamentos considerados adequados
do quantitativo) de um conteúdo deverão ser no ambiente escolar e social, possibilitando a
estabelecidas para que a memorização ocorra; aprendizagem de regras comuns para o con-
quanto maior é o comprometimento (déficit), vívio coletivo (por exemplo, conservação de
maior é a necessidade de repetições. A estimu- objetos e do ambiente; silêncio em atividades
lação adequada/precisa também será necessária comuns que o requerem). Algumas evidências
em certos momentos para a evocação1; sobre problemas de comportamento de crianças
• que estimule a curiosidade e desafie o que possuem certo tipo de transtorno ou defici-
aluno, a fim de gerar um repertório permanente ência intelectual indicam a permissividade e até
de iniciativa e exploração ativa; a indiferença de professores e pais em relação
• que não superestime as potenciali- aos comportamentos considerados socialmen-
dades do aluno, tendo em vista a frequente te inadequados (sejam eles de aprendizagem
ou psicológicos), o que geralmente ocorre por
complacência (BANACO, 1997; SMITH; STRICK,
1- Evocação significa a recuperação de um conteúdo memorizado a partir
de estímulos relacionados à situação original ou por meio de tempo e esforço 2008). Nos casos de deficiência intelectual, ob-
novos para reaprender e atingir um desempenho semelhante ao original. serva-se alta possibilidade e importância do
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ensino e da aprendizagem de comportamentos maior dificuldade em executar as atividades
socialmente considerados adequados; escolares e a possibilidade de baixa autoestima
• que utilize atividades em blocos para pode gerar uma maior ocorrência de estresse
que o aluno siga uma única instrução (aquela e sua respectiva manifestação comportamen-
própria da atividade em questão), de modo que tal. A intervenção imediata é importante por
ele não tenha outros elementos que desviem a não possibilitar a emissão de comportamentos
atenção e, assim, conclua toda a atividade, possa mais extravagantes e desvantajosos em rela-
prosseguir com as demais (tendo em vista que ção ao que é desejado num ambiente escolar
tal aluno demonstra baixa consistência no de- e social, bem como por evitar que tais com-
senvolvimento das atividades) e receba o reforço portamentos sejam reforçados (por exemplo,
imediato; quando o professor retira o aluno da sala para
• que promova não só a minimização se acalmar apenas depois de ele ter emitido
das dificuldades, como o desenvolvimento de comportamentos mais drásticos, como jogar
novas habilidades e o aperfeiçoamento de ha- objetos, gritar, levantar-se);
bilidades positivas que o aluno já possui. Vale • que articule informações fornecidas
destacar que comportamentos desejados (por pelos familiares para, por exemplo, utilizá-las
exemplo, atenção, escrita, leitura, uso dos ma- a fim de exemplificar conteúdos curriculares
teriais escolares, participação nas brincadeiras) e promover o reconhecimento (valorização) e
dos alunos com deficiência intelectual são fa- a motivação;
vorecidos pelo convívio com modelos de com- • que gere no aluno e na família o in-
portamentos de alunos sem a deficiência. Esse teresse permanente pela aprendizagem e pelo
é um dos principais aspectos que justificam a crescimento pessoal, uma vez que é caracterís-
educação inclusiva, em contraposição ao argu- tica do ser humano a possibilidade da mudança
mento de ser mais favorável o aprendizado de e da vivência de aprendizagens e experiências
alunos com deficiência intelectual em salas de variadas por toda a vida;
ensino especializado (e dedicado a eles) do que • que leve em conta as características
em salas de ensino regular; peculiares de cada aluno, já que o quadro da
• que compartilhe decisões e objetivos deficiência intelectual pode variar de aspectos e
escolares com a família, inclusive para incen- intensidade; além disso, há as particularidades
tivar a responsabilidade e o envolvimento dos que a personalidade impõe até mesmo no pro-
pais em práticas de ensino fora do ambiente es- cesso de aprendizagem;
colar. Além disso, é necessário trabalhar com a • que promova interações sociais, pois o
família as competências almejadas na escola, a ser humano tem necessidade intrínseca do ou-
fim de reforçar a memorização; tro para seu desenvolvimento potencial e como
• que apresente comandos de alerta para ser relacional e dialógico. As interações inter-
aquilo que deve ser aprendido. Enquanto alunos pessoais também são positivas por permitirem
sem deficiência aprendem facilmente por obser- que o aluno se reconheça como parte integrante
vação e imitação, os alunos com deficiência in- de um grupo, tendo favorecidas sua autoestima
telectual precisam de direcionamento frequente; e sua afetividade;
• em que conflitos sejam reconhecidos e • em que, nas atividades coletivas e grupais,
resolvidos pacífica e imediatamente, tendo em o educador atue sistematicamente como mediador
vista os iniciais sinais de estresse e irritabilida- a fim de compensar as limitações cognitivas supe-
de, uma vez que alguns indivíduos com defici- riores dos alunos com deficiência intelectual;
ência intelectual podem apresentar uma mar- • que tenha o mínimo possível de alte-
cada impulsividade e um fraco autocontrole ração nas atividades básicas (disciplinas, aten-
emocional. Além disso, tais alunos podem ter dimento educacional especializado, esportes),
942 Daísy Cléia Oliveira dos SANTOS. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência...
obedecendo a horários regulares. Isso não sig- mento; a aquisição dos conteúdos que foram se-
nifica, porém, que alterações repentinas da ro- lecionados no planejamento; o desenvolvimento
tina sejam prejudiciais, mas elas devem ser bem atual; a forma como o aluno se porta e usa re-
dosadas e planejadas, principalmente quando cursos nas situações de aprendizagem; o que ele
envolverem atividades de conteúdos curricula- é capaz de fazer mesmo com a mediação de ter-
res, pois as mudanças poderão gerar indeseja- ceiros; a autonomia; a relação grupal. A avalia-
da ansiedade e insegurança. Castro, Almeida e ção não precisa ser necessariamente escrita, mas
Ferreira (2010) destacam que, nas aulas e ativi- pode ser realizada por meio do uso de indicado-
dades improvisadas, os alunos com deficiência res de avaliação; além disso, é importante que as
intelectual tendem a ficar alheios às explica- potencialidades do aluno sejam comparadas com
ções, a causar maior agitação e a demonstrar seus próprios parâmetros, e não com os resulta-
maiores reações emocionais, colocando também dos dos demais alunos da turma.
o professor em estado de tensão e angústia;
• que faça uso de tecnologias assistivas Considerações sobre o ensino
(TAs) e tecnologias de informação (TIs) para especializado do aluno com
integrar as estratégias de estimulação dos pro- deficiência intelectual
cessos cognitivos. As TAs são recursos, equi-
pamentos e serviços utilizados para ampliar as O Ministério da Educação, por meio da
habilidades funcionais das pessoas com defici- Secretaria de Educação Especial, especifica que
ência e promover maior independência e inclu- o ensino especializado (políticas públicas, servi-
são (BERSCH, 2008). O uso de jogos favorece ços de apoio, atendimento educacional especia-
o raciocínio lógico, a função psicomotora, a lizado etc.) deve ser destinado ao aluno quando
concentração, o seguimento de regras, o levan- houver ao menos um dos seguintes prejuízos:
tamento de hipóteses, a curiosidade, os interes- no desenvolvimento cognitivo, na motricidade,
ses, a noção temporal e o reforço dos acertos na comunicação, na competência socioemocio-
por possibilitar um feedback rápido do próprio nal, na aprendizagem, ou na capacidade adap-
desempenho, estimulando a memória, a capaci- tativa (BRASIL, 2006).
dade perceptiva, a motivação, a solução de pro- O ensino especializado junto aos alunos
blemas, o seguimento do ritmo próprio na exe- com deficiência intelectual deve envolver bene-
cução da atividade, o reconhecimento e o treino fícios que vão além do acréscimo dos conteúdos
da intencionalidade, a consciência da ação etc.; curriculares, tendo em vista ganhos educacio-
• que demande o cumprimento das tarefas nais; a maximização do desenvolvimento; a
a fim de estabelecer o repertório de persistência; redução do isolamento, do estresse e da frus-
• que integre o desenvolvimento das tração que podem ser vivenciados pelo aluno
inteligências múltiplas nas áreas: da comuni- e pela família; a independência e autonomia;
cação, musical, lógico-matemática, espacial, ci- a maior produtividade pessoal; e competências
nestésica, interpessoal e intrapessoal2; permanentes que reduzam futuras necessidades
• que avalie criteriosamente os progres- relativas a educação especial, cuidados com a
sos específicos (por exemplo, leitura, escrita, saúde e reabilitação (BRASIL, 2006, 2007, 2010).
verbalização, coordenação motora fina) e que Uma importante marca do ensino es-
tenha um registro deles a fim de que objetivos pecializado é o atendimento educacional es-
apropriados sejam progressivamente traçados; pecializado (AEE), uma abordagem de ensino
• em que a avaliação seja capaz de de- sustentada legalmente e caracterizada por uma
monstrar a evolução progressiva do desenvolvi- prática de ensino simultânea ao ensino que
2- Para maior detalhamento, consultar sobre a teoria das inteligências ocorre na sala de aula comum. No AEE, objeti-
múltiplas, de Howard Gardner. va-se um aprendizado diferente dos conteúdos
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curriculares estabelecidos no ensino comum, que não significa que este deva ser construído
procurando criar condições para o aluno ultra- em conjunto (BRASIL, 2010). Ao professor do
passar as barreiras impostas pela deficiência. AEE cabe, ainda,
A partir da concepção estabelecida em
Atendimento educacional especializado em de- preparar material específico para uso na
ficiência mental, de Batista e Mantoan (2007), sala de recursos; orientar a elaboração
o processo de conhecimento deve dar-se na de materiais didático-pedagógicos que
dimensão subjetiva. Enquanto o conhecimento possam ser utilizados pelos alunos nas
acadêmico refere-se à aprendizagem do conteú- classes comuns do ensino regular; indi-
do curricular, o AEE trabalha “a forma pela qual car e orientar o uso de equipamentos e
o aluno trata todo e qualquer conteúdo que lhe materiais específicos e de outros recursos
é apresentado e como consegue significá-lo” existentes na família e na comunidade.
(p.20). Assim, o AEE do aluno com deficiência (ALVES; GOTTI, 2006, p. 270)
intelectual deve priorizar o desenvolvimento de
habilidades necessárias a cada momento; tal Muitos professores, principalmente do
atendimento não se trata de um período extra ensino fundamental, alegam não se senti-
de reforço dos conteúdos acadêmicos ensinados rem preparados e motivados para a docência
na sala de aula comum. A perspectiva é de uma de grupos tão diversificados como no caso
construção particular de conhecimento impor- da deficiência intelectual (CARVALHO, 2004;
tante para a vida acadêmica e geral do aluno. ROSSATO; LEONARDO, 2011). Entretanto,
Para desenvolver o AEE, é imprescindível como bem apontado por Dias (2010), tanto o
que o professor conheça o aluno e suas particu- ensino regular em sala de aula comum quan-
laridades (para além de sua condição cognitiva). to o AEE do aluno com deficiência intelectual
Ele então atua de modo a desenvolver compe- não requerem uma abordagem pedagógica in-
tências que ajudem o aluno a ter autonomia in- teiramente nova e diferenciada. Por se tratar de
telectual e adaptativa (de convívio na comuni- um campo considerado distintivo, costuma-se
dade). O trabalho deve enfocar as competências supor o uso de procedimentos didáticos ditos
deficitárias e o aperfeiçoamento de competências especiais, o que de certa forma se deve a uma
consideradas adequadas (BRASIL, 2007, 2010). necessidade de caracterizá-los também pela
Em face de dificuldades muito individu- diferença. A ideia de procedimentos didáticos
ais, o professor do AEE deve intervir imediata e especiais torna complexa a prática pedagógi-
consistentemente, objetivando não só a rápida ca junto ao aluno com deficiência, sendo que aí
aquisição de determinada competência, como estão envolvidos os mesmos processos de apren-
também a capacidade funcional (que é mais dizagem – porém, em ritmo e grau inferiores. A
permanente). Mesmo que os conteúdos do AEE inclusão escolar, nesse sentido, tem carecido mais
não precisem ser relacionados diretamente com de uma abordagem técnica do que de uma pers-
o ensino da sala de aula comum, é importante a pectiva reflexiva.
interação entre os professores do AEE e da sala
de ensino comum para uma maior efetividade Considerações finais
do trabalho de ambos. Por consequência, o pro-
fessor do ensino regular tem a possibilidade de O constante desenvolvimento e a apren-
conhecer mais peculiaridades do aluno, ao pas- dizagem são possíveis em casos de deficiência
so que o professor do AEE pode ter acesso ao intelectual, e a capacidade humana tem como
modo como o aluno se comporta na sala de aula característica intrínseca a possibilidade da mu-
comum. Essa relação cooperativa deve ocorrer dança. Com práticas de ensino e estimulação pró-
inclusive com o compartilhamento do plano, o prias a cada limitação e a cada potencialidade do
944 Daísy Cléia Oliveira dos SANTOS. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência...
aluno com deficiência intelectual, torna-se pos- O ensino escolar de alunos com defici-
sível atingir objetivos escolares fundamentais, o ência intelectual ainda é uma problemática de
que não significa que o quadro de deficiência pesquisas e estudos atuais. Entretanto, o pro-
intelectual possa ser completamente revertido, fessor, tanto do ensino regular como do ensino
dada sua determinação neurológica fundamen- especializado, não estará tateando no escuro
tal. Entretanto, a escolarização é positiva por si quando o assunto é a deficiência intelectual,
só, por constituir-se como processo-chave para pois muitos são os estudos e direcionamentos
a máxima formação humana e social, não po- que evidenciam possibilidades educacionais e
dendo ser negada a nenhuma pessoa, mesmo em pedagógicas (ALVES; GOTTI, 2006; BATISTA;
casos de grave comprometimento funcional e/ou ENUMO, 2004; BERSCH, 2008; BRASIL, 2006,
estrutural (como a paralisia cerebral). 2007, 2010; CASTRO; ALMEIDA; FERREIRA,
A educação na área da deficiência inte- 2010; CARVALHO, 2004; DIAS, 2010; FLETCHER
lectual deve atender às necessidades educacio- et al., 2009; LIMA, 2007; MALLOY-DINIZ et al.,
nais especiais sem se desviar dos princípios bá- 2010; RIBEIRO, 2009; ROSSATO; LEONARDO,
sicos da educação proposta às demais pessoas. 2011; SÁNCHEZ, 2005; SÁNCHEZ, 2008;
Para tanto, o aluno é inserido numa abordagem SMITH; STRICK, 2008). Diante das descrições e
educacional que inclui o ensino escolar regular definições referentes a essa temática, ao pro-
(que ocorre na sala de aula comum) e o ensino fessor é possível certa autonomia via experi-
especializado (o qual compõe o AEE e se esta- mentação pedagógica contínua, pois a partir da
belece nas salas multifuncionais). Mesmo que a observação direta (próxima) do aluno são evi-
deficiência intelectual consista em um quadro dentes as necessidades educacionais (sejam elas
clínico distintivo, cada necessidade é única e cognitivas, emocionais, comportamentais ou
gera a necessidade de tratamento subjetivo. sociais) e as tentativas progressivas de trabalho.
A princípio, o professor que atuará junto A angústia sentida em relação ao modo
ao aluno com deficiência intelectual não pre- de trabalhar junto a alunos com deficiência
cisará saber tudo sobre a deficiência, não sen- intelectual, como destacam Carvalho (2004) e
do exigida uma habilidade técnica além de sua Mantoan (2006), não pode exclusivamente se
formação pedagógica. Desse modo, o professor restringir ao quadro clínico dessa clientela, uma
irá atualizando-se e aprendendo conforme cada vez que os próprios alunos sem deficiência não
caso (aluno) específico, uma vez que o aluno conseguem obter uma apreensão de todo o con-
com deficiência intelectual é passível dos mes- teúdo curricular, o que ocorre devido a motivos
mos processos de aprendizagem que os alunos diversos (motivação, história de aprendizagens,
sem a deficiência. condição intrapessoal, saúde, condição social
As limitações e possibilidades educacio- etc.). Além disso, por mais dinâmico que seja
nais do aluno com deficiência intelectual não o processo de ensino-aprendizagem do aluno
requerem intervenções complexas em relação às com deficiência intelectual, o ensino escolar
práticas pedagógicas comuns, mas exigem do não terá potencial de ação suficiente para pro-
professor uma atuação mais próxima, frequente mover determinadas mudanças.
e particular em relação a cada objetivo escolar e Para que o ensino nesses casos seja mais
às habilidades envolvidas para que as metas se efetivo, deve-se, em suma, criar condições para
realizem. Assim, estudos de caso, planejamento a atuação ativa do aluno, o uso de situações
individualizado e materiais de apoio são alguns aplicadas (contextualizadas), o uso de um con-
dos elementos importantes para a atuação do pro- teúdo curricular funcional, o trabalho de ha-
fessor junto ao aluno com deficiência intelectu- bilidades positivas e não só a redução das li-
al, e não diferem dos princípios e das estratégias mitações, o desenvolvimento da capacidade
também utilizados com alunos sem deficiência. de aprender (em contraposição à apreensão
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quantitativa de conteúdos) etc. Também vale ou critérios para o ensino escolar do aluno com
destacar que as intervenções escolares não se deficiência intelectual. O objetivo foi apenas
restringem aos alunos com deficiência intelec- apontar possibilidades de ação em relação ao
tual, mas envolvem os demais alunos, como nas quadro geral e comum da deficiência intelec-
situações em que o professor deverá atuar como tual, além de destacar a importância de estudos
mediador tendo em vista a promoção de intera- que evidenciem dados pormenorizados sobre as
ções coletivas. características peculiares na deficiência intelec-
O presente trabalho não teve a preten- tual e recursos técnicos para o ensino escolar
são de estabelecer um modelo de intervenção efetivo e o bem-estar geral do indivíduo.
946 Daísy Cléia Oliveira dos SANTOS. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência...
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Daísy Cléia Oliveira dos Santos é psicóloga e mestre em Processos Clínicos e Psicopatológicos pela Universidade Católica
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