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Temporalidade kairológica do Dasein e Plantão Psicológico
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procurar atenção psicológica, como hospitais, escolas, centros de que deve ser agarrado no momento certo, no instante exato, por-
convivência, etc. Diferentemente das clínicas, onde quem sofre que, do contrário, a ação não poderá ter sucesso e fracassará."
encruninha-se ou é levado ao local do atendimento, nesses outros Os médicos na Grécia antiga eram técnicos (tekhné) da
espaços a procura pode ser por um olhar, pelo estar próximo, por arte médica (iatriké tekhnê) da produção da saúde. Acompanhavam
uma conversa superficial que brota do encontro com o psicólogo. o paciente para descobrir especificamente o metron (a quantidade
Para que ocorra, ê necessário que o psicólogo-plantonista esteja de fármaco a ser administrada) e o kairós, o momento propício
desperto para reconhecer a procura e inclinar-se na direção do para sua ação. Arte médica e culinária se aproximam na Grécia
outro. Inclinar-se é a etimologia de clínica- kliné- caracterizan- antiga "no que diz respeito à sua capacidade de temperar, de cal-
do como clínica a solicitude libertadora (Fürsorge) do psicólogo. cular, enfim, de julgar acerca do que é oportuno a cada natureza
(HEIDEGGER, 1927/2012) Ser-clinico, portanto, neste contexto, individual e a cada estado particular." (PEIXOTO, 2009, p. 57)
é estar de prontidão. · ------ ---- ·--- . ·-·- - - - Para Hipócrates, trata-se mesmo de uma arte médica, pois os
-· ·o: tema tlêste capítulo é a prontidão como modo ôntico seres humanos são variados, cabendo a cada um, um tratamento
de temporalização do plantonista. Tal prontidão funda a pos- específico a ser administrado no momento favorável. O médico
sibilidade da procura por atenção psicológica no momento grego não trabalha, portanto, com certezas. Porém, se ele perde
propício. Diferencio o momento propício (kairós) de procura de o kairós, o tratamento falha. (PEIXOTO, 2009)
planejrunento, agendrunento e previsibilidade que caracterizam o
modelo tradicional dos serviços psicológicos, baseado no tempo Cronos e Kairós na Psicologia
cronológico. A temporalidade da existência humana é kairológica.
(HEIDEGGER, 1920/2010) A atitude do psicólogo que se propõe a A diferença entre tempo cronológico e kairológico atra-
cuidar da existência que sofre deve considerar essa especificidade. vessa o pensamento de Heidegger. Em 1920, o filósofo se refere
à experiência primitivo-cristã do apóstolo Paulo para mostrar
A temporalidade kairológica da existência diferenças entre runbos, indicando o kairós como a temporali-
dade que explicita a condição humana de indeterminação em
Kairós e Cronos são duas palavras gregas para se referir relação às próprias possiqilidades. (HEIDEGGER, 1920/2010)
ao tempo. Cronos é mais conhecida, por ser a etimologia de "cro- Segundo o comentador Põgeller (1996, p. 24), ~ ó s sitgajo
nologia", indicando o tempo linear, mensurável. E o tempo das momento] no fio da navalha n_a decisão." Existir ê antecipar-sé
ciências naturais, homogêneo, que calcula intervalos. Num artigo ã poSSibilidade futura de não filais existir, __ podendo apropriar-~
de 1916, Heidegger diferencia as Ciências Históricas das Ciências -=se ou_ perder-se de si. A compreensão autêntica da própria
Naturais pelo conceito de tempo que as fundrunenta. Tomando /f. existência (ser-aí) é, portanto, a aproprj_E_lç_~~-~t~ij)_ª!i_y~ da
a Física Mecânica como paradigma científico, o filósofo mostra t"r: condição de finito e mortal, que perfaz todas as possibilidàdes
que "tempo" é uma quantidade que possibilita a mensuração dos cotidianas. Finita, a existência descobre-se como realmente ê:
deslocamentos dos corpos no espaço, fluindo uniformemente, e uma possibilidade. Em Ser e tempo (HEIDEGGER, 1927 /2012)
representado numa linha com uma direção, na qual cada pon- a temporalidade humana ê explicitada como kairós, momento
to se diferencia dos demais através de sua posição em relação de decisão, logo após a reflexão sobre a finitude do Dasein e
àquele escolhido como inicial. (HEIDEGGER, 1915/2002) Tempo a possibilidade de antecipação da morte como apropriação da
é "delta T", intervalo entre um ponto e outro. condição existencial. Cada situação é um momento único e ir-
Já nas Ciências Históricas, o tempo se distingue qualitati- repetível, pois a existência é finita.
vamente, sendo caracterizado como condensação de uma situação Acontecimentos irrompem inesperadamente, abalando o
de vida histórica, isto é, abarcando o contexto vital e histórico solo de familiaridade e segurança sobre o qual a existência erige a
em que acontece. Expandindo esta compreensão de tempo para vida cotidiana. Por isso, a questão da temporalidade ê fundamental
todas as Ciências Humanas, tempo é acontecimento. A História, na pràtica psicológica fenomenológica existencial, que encontra
como acontecimento coletivo, e a biografia, como individual, são nesse pensamento. filosófico uma compreensão da existência
marcadas pelos momentos que as tomam singulares e especificas. humana como possibilidade finita de ser-no-mundo-com-outros.
As Ciências Humanas lidam com tempo como kairós, termo grego A condição humana temporal kairológica é encoberta para
que significa instante, momento decisivo, momento crítico. Chaui toda Psicologia que ~ubstancializa a existência. Interpretada como
(2002, p.503) o traduz por momento ou tempo oportuno, certo, um fato no interior tio tempo cronológico, a existência é temati-
favorável; circunstância. "É o tempo como algo rápido e efêmero zada por essa ciênda e por suas intervenções derivadas à luz de
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fases de desenvolvimento ou como resultado de determinações A parábola de Higino está envolvida por pontos obs-
causais antecedentes. No contexto cronológico, a pergunta que curos. O filósofo Ernildo Stein (1990) explicita uma pergunta
norteia o psicólogo quando da chegada de alguém que o procura subjacente a ela para buscar um entendimento: por que Cuidado
é "por que?", apontando para os fatos antecedentes que causa- atravessa o rio? A fábula inicia com Cuidado o atravessando.
ram a procura. Presa a essa compreensão cronológica-causal, a Não teria barro na margem onde estava? O sentido da travessia
Psicologia formula modelos psicológicos gerais explicativos sobre é importante, embora permaneça velado na fábula. Recorren-
o ser humano e prepara intervenções deduzidas a partir de suas do a um intérprete da parábola (Blumenberg), explica que "o
premissas. Daí também que grande parte das abordagens psico- Cuidado atravessa o rio para nele poder espelhar-se." (STEIN,
lógicas se formula como uma teoria do desenvolvimento humano. 1990, p. 98) Atravessando, tem sua imagem espelhada na água
Mas se o psicólogo se propõe a corresponder ao seu e projetada no barro do fundo, o que lhe serve de 'molde' para a
'objeto' temático - a existência - deve compreendê-lo tal como criatura. A criatura de barro, agora animada, é feita â imagem e
é. A fenomenologia de Heidegger supera a substantivação da semelhança de Cuidado, por isso Saturno (Tempo), convocado
existência humana que fundamenta a Psicologia, suspendendo a arbitrar sobre a posse da criatura feita de húmus, confere ao
as noções reificantes de eu, sujeito ou psiquismo, encontrando Cuidado sua propriedade enquanto vive. Assim como Cuidado
a existência na condição de ter-que-ser. Trata-se de uma deci- se vê projetado no rio, a existência "sempre se entende a si mes-
são radical do psicólogo, que abdica de substancializações do ma." (HEIDEGGER, 1927 /2012, p. 61) Sendo, foge de seu ser,
existir, manifestas nas teorias desenvolvimentistas, e assume a ~-;:,~_rec.qp.heç_e ç_Q:gio_ finita, como ___q_ql-!-~.lª. que ·sô Se tot_aliza
ek-sistência como ponto de partida e de chegada de toda ação na antecip9:ção do_ §e.u fim (sei::-para-a-morte). _Encobrindo sua
clínica. Ao mesmo tempo, é imposição inexorável do objeto te- êõridfÇã0 Para si mesmo, entranha-se na lida cotidiana, encon-
mático da Psicologia - a existência - que resiste a toda e qual- tL~_!ldo ~-i!iclpdade tranquilizadora. É essa familiaridãdê <illê -·
quer interpretação metafisica (cronológica). A condição humana subitamente, por motiVoS clàrõs", obscuros ou mesmo sem motivos,
(ek-sistência) está indicada na parábola do Cuidado, de Higino, pode perder-se, propiciando o despertar para a própria condição /
citado em Ser e tempo. (HEIDEGGER, 1927 /2012) Essa parábola de ser-possível. Enquanto possibilidade, não é o homem quem
inaugura um novo espaço para a Psicologia, no qual o homem decide pelo ser-para-a-morte, mas a temporalidade (o Tempo). '
não é 'sujeito' nem 'psico-lógico', pois é tanatológico, temporal, Que o ser da existência é Cuidado implica reconhecer a/·1
entregue à tarefa de ser. (STEIN, 1990) Cito-a": temporalidade kairológica e pensar na especificidade da prática,
psicológica que a ela corresponde. Como a existência não é algo·
Um dia em que 'Cuidado' atravessa um rio, vê um lodo argiloso: objetivo, toda intervenção programada para gerar resultados
pensativo, pega um tanto e começa a moldá-lo. Enquanto reflete previamente calculados é uma traição à sua condição e uma 1
sobre o que fizera, Júpiter intervém. 'Cuidado' lhe pede que empreste tentativa de antemão frustrada de produção de familiaridade.
espírito ao modelo, no que jÚpiter consente de bom grado. Mas,
quando 'Cuidado' quis impor-lhe seu próprio nome, Júpiter o proíbe Temporalidade kairológica e prática psicológica
e exige que seu nome lhe deveria ser dado. Enquanto 'Cuidado' e
Júpiter discutiam sobre o nome, a Terra (Telfus) surge também a pedir O sofrimento 'psicológico' â. luz da temporalidade kairo-
que seu nome fosse dado a quem ela dera seu corpo. Os querelantes lógica do Dasein é um modo possivel de ser responsivo â. inde-
tomam, então, Saturno, para juiz, o qual profere a seguinte decisão terminação radical da existência. Aponta para a interrupção na
equitativa: 'Tu, Júpiter, porque deste o espírito, deves recebe-lo na continuidade da existência biográfica, seja por um acontecimento
sua morte; tu, Terra, porque o presenteaste com o corpo, deves re- que irrompe e dissolve a familiaridade do ser-no-mundo, seja
ceber o corpo. Mas, porque 'Cuidado' foi quem primeiro o formou, pela des-singularização promovida pelos mundos habitados. É
que ele então o possua enquanto ele viver. Mas, porque persiste a a irrupção da indeterminação ontológica possibilitadora de apro-
controvérsia sobre o nome, ele pode se chamar homo, pois é feito priação da condição de ter-que-ser. Cautella Jr. (2012, p. 208) a
de humus {terra). {HEIDEGGER, 1927/2012, §42) define como "todo acontecimento súbito que retira o homem da
comodidade das convicções e da entrega ou dos acordos habi-
tuais efetuados em seu cotidiano no mundo", rompendo o fluxo
aparentemente continuo da cotidianidade. Por isso, o momento
12. Cito-a da tradução de Fausto Castilho (Heidegger, 1927 /2012), que de procura pelo psicôlogo pode ser interpretado como de quebra
traduz Sorge por Preocupação. Para garantir a coerência do capitulo, na familiaridade impessoal assegurada pela ordem cronológica
substituo Preocupação por Cuidado na transcrição da fábula.
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dos acontecimentos cotidianos. Isto é, imersa no cotidiano, a Por isso, o plantão psicológico é uma modalidade de prã.-
existência "esquece" que é singular, própria, finita e insubstituível. tica psicológica que corresponde à temporalidade kairológica exis-
A primeira consequência desta mudança de atitude é a tencial. Ele rompe com os modelos tradicionais de atenção psicoló-
diferenciação entre queixa e demanda. A queixa seria o "por que gica por constituir-se como uma situação. O plantonista coloca-se
veio?". A demanda aponta para o sentido, sendo atravessada pela a disposição do "sofrente". Não precisa haver um setting fisico,
indeterminação do Dasein. A demanda que motiva a procura
pelo psicólogo vem encoberta pela queixa, devendo ser desvela-
da junto àquele que sofre. A demanda precisa ser pro-duzida,
isto é, conduzida adiante por uma situação que possibilite seu
f como um consultório, pois o encontro é o setting e a situação.
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se é normal", é substituída por "para a Psicologia não importa familiaridade consigo, rompida pela descoberta de sua vida
se é normal ou não, pois se você está aqui com esta pergunta sexual enquanto dorme - caminhamos para o encerramento do
é porque você sente que algo fora do normal aconteceu na sua plantão. Pergunto a ele como imagina que se sentiria se eu lhe
vida." "Mas é possivel ter relação sexual quando está dormindo?",
reitera ele. Respondo que "aparentemente sim e que precisamos
buscar uma compreensão de como ele se sente com isso, pois
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dissesse que é normal tal experiência. Responde que continuaria
achando estranho, pois como pode alguém ter relações sexuais,
que inclusive agradam a parceira, enquanto dorme? Exponho
a ele que uma resposta para a pergunta que ele traz ao plantão
essa dúvida o está atormentando e pode estar interferindo em
seu relacionamento amoroso." psicológico não resolveria seu questionamento. Sua procura
De fato, estava, pois eles recentemente terminaram o i' estava motivada pelas implicações do acontecimento em sua
namoro, embora ele considere que está "dando um tempo". Da f:" vida cotidiana, sobretudo no relacionamento amoroso atual. E
'J que ê nesse âmbito que ele pode agir. Pois, ao distanciar-se de
primeira vez ele achou estranho que pudesse ter acontecido,
pesquisou na internet, mas não encontrou nada a respeito e sua namorada - coprotagonista do acontecimento desalojador
acabou deixando de lado. Até que, certa vez, ao telefonar para a - permanece refém de suas reflexões na tentativa de resgatar
loja onde sua namorada trabalha, a gerente atende o telefone e uma identidade rompida no e pelo coexistir. Tal ruptura convoca
diz para ele, em tom jocoso, que ele precisava dar umas aulas ao
marido dela, que não tem conseguido ter relações sexuais com
ela "nem acordado". Sente-se humilhado por ter algo tão íntimo
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novas possibilidades existenciais, que podem ser assumidas,
experimentadas, lapidadas na convivência. Neste encontro isso
é dito da seguinte forma: "você está tentando lidar sozinho com
e estranho compartilhado com pessoas alheias ao namoro, mas algo que envolve vocês dois; afinal, a relação sexual, seja desper-
não diz nada à namorada. Aliás, em geral diz muito pouco à na- to, seja dormindo, com a namorada envolve os dois. Como é um
morada sobre como se sente. Eles conversam sobre "coisas do acontecimento compartilhado, é necessário dialogar, expor-se
dia a dia", veem televisão juntos. Com as outras namoradas que e ouvir o que ela tem a dizer a fim de que juntos destinem este
teve, assim como com sua ex-mulher (foi casado há alguns anos acontecimento e construam novos modos de coexistência," mas
e tem um filho com ela), sempre foi de não falar sobre a relação, que no relato dele aparece sua falta de hábito (restrição?) de
nem gostar quando elas tentavam falar sobre isso. comunicar-se com suas parceiras. Ele gesticula como que con-
O motivo para o término foi a recorrência desse aconteci- cordando e encerro dizendo que o plantão psicolôgico está aberto
mento. Duas semanas antes da procura pelo plantão psicológico, semanalmente e que ele é bem-vindo a retomar quando lhe convir.
aconteceu novamente de, ao despertar, sua namorada dizer que O objetivo do plantão psicolõgico, como ação clínica, é
tiveram uma relação sexual enquanto ele dormia e que tinha sido possibilitar apropriação do momento existencial e destinação do
ôtima novamente. Esse acontecimento rompe com sua autocom- atualmente vivido que, rompendo a tessitura cotidiana, estagna
preensão cotidiana. Primeiro, inaugura a possibilidade de fazer a existência no esforço impossível de recuperar uma "identidade"
coisas sem que esteja em vigilia; assim como pode ter relações perdida. A experiência desalojadora- a descoberta de momentos
sexuais, poderia fazer ou dizer muitas coisas sem a intenção que de vida que ele não dispõe em vigília, urge ser assumida e cos-
a vigília permite. Segundo, inaugura uma dúvida que se irradia turada numa nova trama de sentido. Para Édson, seria assumir
por toda sua história quanto ajá ter passado por isso. Terceiro, esse modo de ser, que a namorada desvela, na relação amorosa
coloca em xeque seu bom desempenho sexual, que ele faz questão e fazer algo com isso. Seu modo de lidar com isso está indo em
ctc enfatizar, pois descobre que dormindo dá mais prazer para direção oposta, parando, buscando explicações, quiçá a eliminação
sua namorada do que desperto. Quarto, sente-se usado por ela desse comportamento sentido como estranho. Concretamente,
para realizar o desejo sexual dela. Quinto, tem que lidar com a interrompe o namoro, quedando sozinho, mergulhado em dúvidas
contradição de sentir-se mal por fazer algo que na convivência que traz ao plantão. Édson precisa fazer algo com essa sua expe-
pública é tão bem visto: sexo. Estas são algumas das questões riência. E só ele pode destinâ-la à luz de um sentido existencial.
que se insinuam a cada repetição da pergunta sobre ser normal Nesta terça-feira foi esta a história de vida que apare-
fazer coisas dormindo. Meu esforço é de remeter a pergunta ceu para mim e que neste encontro buscou uma destinação.
genérica, impessoal, à sua experiência e com isso caminhamos Enquanto isso, colegas atendiam outras pessoas que passam
juntos na explicitação dessas questões, mas logo ele conclui por situações completamente diferentes, mas que têm em co-
novamente com a pergunta inicial. mum o rompimento da malha cotidiana familiar. Todos os que
Tendo feito esse movimento algumas vezes e ilumi- procuram o plantão estão assumindo neste momento fazer algo
nado brevemente o motivo de sua procura - resgatar alguma com o que lhes acontece ou aconteceu e que desaloja. Trata-se
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do momento propício para projetar-se em novas possibilidades Referências bibliográficas
existências {modos de ser), cabendo ao psicólogo plantonista
devolver ao outro o cuidado que já é seu. De prontidão para se BARRETO, C. & MORATO, H. T. P. A ação clínica e a perspectiva
inclinar sobre o sofrer daquele que procura, no momento propício, fenomenológica existencial. ln: MORATO, H. T. P.; BARRETO, C.;
o plantonista é clínico. NUNES, A. (orgs.) Aconselhamento psicológico numa perspectiva fe-
nomenológica existencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
sJ CAUTELLA JR., W. Do inominável à pro-ducção de sentido: o
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plantão psicológico em hospital geral como utensílio para a me-
taforização da crise pelo trágico. Tese (Doutorado em Psicologia
Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de Psicologia,
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013. Disponivel em:
<http://www.teses.usp.br/teses/ disponíveis/ 4 7 / 4 7131/tde-
25072012-094215/>.
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CHAUi, M. Introdução à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos
a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
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