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Sistemas de Informação em Enfermagem: diversidade e interoperacionalidade

Os sistemas de informação em enfermagem (SIE) são atualmente um instrumento


fundamental no apoio à tomada de decisão dos enfermeiros, permitindo uma melhor
continuidade, acessibilidade e qualidade da informação sobre os cuidados prestados,
mas também uma ferramenta essencial para a gestão eficiente dos serviços de saúde.

Os benefícios que a introdução de sistemas de informação na área da saúde trouxe à


prestação de cuidados são reconhecidos por todos os intervenientes desde os
profissionais, aos clientes passando pelos órgãos gestores destas instituições.

Na área da enfermagem, estes sistemas têm sido alvo de diversos estudos, no sentido
de dar resposta aos novos desafios que o seu desenvolvimento levanta, com o
objetivo de melhor apoiar estes profissionais ao longo da sua prática e dar maior
visibilidade ao cuidar em enfermagem.

Apesar das oportunidades geradas pela introdução e desenvolvimento dos sistemas


de informação na área da saúde, a sua rápida e constante expansão no nosso país,
levou a uma grande diversidade relacionada com a multiplicidade desses mesmos
sistemas, com as consequentes dificuldades de interoperabilidade entre eles. No
presente estudo os autores focaram-se essencialmente, na partilha de informação
entre diferentes instituições/ sistemas de informação em saúde, visto ser uma
problemática com que se deparam na sua prática profissional diária. Conscientes da
importância que essa partilha em tempo útil tem para o cliente, para os profissionais e
para as próprias instituições de saúde, os autores consideraram pertinente focar este
estudo nesta vertente dos sistemas de informação.

à enfermagem, a preocupação com a documentação e registo dos cuidados de forma


a garantir a continuidade e melhoria dos mesmos, remonta ao tempo de Florence
Nightingale. O desenvolvimento da tecnologia da informação aliado a uma
preocupação crescente dos enfermeiros em dar visibilidade ao seu trabalho e ao seu
contributo para a saúde da sociedade, veio contribuir para o rápido desenvolvimento
de sistemas de informação em enfermagem, nas últimas décadas.

A prática diz-nos que os profissionais de enfermagem foram dos primeiros a


informatizar os seus registos, sendo dos profissionais da área da saúde aqueles que
mais se preocupam com os registos. No entanto, continua a ser difícil demonstrar o
impacto dos cuidados de enfermagem nos ganhos em saúde da nossa população.

É fundamental que, nos sistemas de informação em saúde sejam integrados os dados


relativos aos cuidados de enfermagem uma vez que, os cidadãos necessitam de ser
acompanhados ao longo de todo o ciclo vital, em diferentes contextos da prestação de
cuidados ou em diferentes locais. Por esse motivo, a Ordem dos Enfermeiros em
conjunto com o Conselho Internacional de Enfermeiros, sentiu necessidade de definir
um conjunto mínimo de normas para o desenvolvimento dos sistemas de informação
em enfermagem (Ordem dos Enfermeiros, 2007).

Os sistemas de informação em enfermagem (SIE) evoluíram de estruturas em papel


para a informatização, permitindo a construção de um novo modelo de dados para o
SIE, a nível da sua estrutura e conteúdo: a informação passou a estar disponibilizada
sem dificuldades, os dados deixaram de estar apenas centrados nas tarefas
desenvolvidas pelos enfermeiros e no relato dos acontecimentos e procedeu-se à
inclusão da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Desta
forma, passou a haver articulação entre a linguagem natural e classificada e foram
incorporados enunciados diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem,
melhorando-se a qualidade da documentação de enfermagem (Sousa, 2012).
Como profissionais que viveram na prática a introdução e evolução dos SIE, os
autores não têm dúvidas em reconhecer as vantagens destes sistemas para a sua
prática atual. No entanto, a passagem dos registos em papel para o computador, a
duplicação inicial de registos e a mudança no “estilo” de registos não foi muito bem
recebida por muitos profissionais. Os registos que eram anteriormente muito
direcionados para as atividades realizadas e sem grande reflexão por parte do
enfermeiro sobre a sua prática, após a introdução da CIPE e com o levantamento de
diagnósticos de enfermagem, realização de intervenções e de resultados de
diagnósticos, forçaram os enfermeiros a mudarem o seu modo de pensamento e a
refletirem sobre as suas práticas. Tal facto deveu-se, na nossa opinião, à falta de
formação dos profissionais sobre a CIPE, uma vez que muitos dos enfermeiros tinham
tido pouca ou nenhuma formação sobre a CIPE durante o seu curso de formação
inicial. Na introdução destas mudanças seria importante que os profissionais fossem
informados e sensibilizados atempadamente, a fim de melhor se preparem para a
mudança, ao invés de serem confrontados sem preparação prévia, com ferramentas
importantes para o seu trabalho, mas para as quais não conseguem ainda ver a
utilidade.

Os sistemas de informação em Saúde apesar de ainda despoletarem alguma


renitência junto de alguns profissionais de saúde são cada vez mais uma ferramenta
fundamental a vários níveis. Note-se que segundo Sousa, et. al. (2005), os SIE têm
trazido benefícios a nível da qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos, ao nível
do desempenho dos profissionais de saúde, ao nível da eficácia de gestão de recursos
e ao nível da qualidade da informação necessária ao suporte da correta avaliação dos
serviços prestados.

Numa altura em que a gestão de recursos e da qualidade é uma prioridade para


qualquer instituição de saúde, a gestão da informação é fundamental, pelo que há a
necessidade de refletir e desenvolver os SIE para que os dados possam ser alvo de
rapidez de acesso, facilidade de registo, comparáveis, monitorizáveis, para que a
eficácia, eficiência, acessibilidade, assertividade, segurança e equidade, sejam uma
constante na prestação dos cuidados de enfermagem, tornando cada vez mais visível
uma profissão que por si, já reflecte na comunidade nas famílias e nos clientes
enormes ganhos em saúde.

Todavia ainda existe um longo caminho a percorrer nesta área, na medida em que o
desenvolvimento dos SIE gera a cada dia novas oportunidades, mas também novos
desafios. Uma das temáticas que assume claro destaque é a interoperabilidade entre
sistemas. A existência de múltiplos sistemas de informação em todo o país representa
um claro obstáculo ao fluxo de informação entre as diversas instituições prestadoras
de cuidados, quando os mesmos na sua conceção não respeitaram os requisitos
mínimos de dados e os arquétipos que permitem que os mesmos possam ser
partilhados/agregados e comparados pelos diversos sistemas de informação
presentes na saúde em particular no SNS nas diversas instituições, mas também na
saúde privada e nas misericórdias. Uma vez que estes requisitos não estavam
presentes no início da formação destes mesmos programas, torna-se necessário,
refletir e reunir estratégias que permitam que estes mesmos dados possam ser
partilhados sem perda da informação que neles consta, através da abertura e
compreensão dos diferentes operadores destes SI.

Outra sugestão de melhoria destes sistemas poderiam ser a existência de links de


acesso a portais de informação, através dos quais fosse possível consultar os mais
recentes artigos de evidência científica, bem como as normas e diretivas de DGS,
refletindo as melhores práticas de saúde, com benefícios mútuos para quem executa,
mas também para quem é alvo dos cuidados.

Será importante que governo e escolas se envolvam em projetos no sentido de


continuar a desenvolver os sistemas de informação em saúde, por forma a melhorá-los
cada vez mais, com os consequentes benefícios para os clientes, profissionais,
instituições e país.

Educação permanente

A Educação Permanente em Saúde é uma importante estratégia para fomentar


processos de mudança nas dinâmicas institucionais e configura-se nos conceitos de
ensino problematizador e aprendizagem significativa. Este estudo tem como questão
norteadora qual a importância da educação permanente para a equipe de enfermagem
em um serviço de Urgência e Emergência. Pretende-se conhecer a importância da
Educação Permanente para a equipe de enfermagem caracterizando as
potencialidades e dificuldades vivenciadas pela equipe. Trata-se de uma pesquisa
descritiva, relato de experiência com abordagem qualitativa. Os resultados apontam
que existe uma boa aceitação dos profissionais na realização da educação
permanente e os profissionais de nível técnico sentem mais dificuldade na execução
das atividades educação permanente em saúde.

A Enfermagem, enquanto profissão, configura sua ação no cuidado às pessoas com


diferentes debilitações de saúde e nos mais diversos cenários de atuação. As
instituições hospitalares (exemplo de cenário de exercício do enfermeiro) constituem-
se em sistemas complexos que absorvem enorme parte dos profissionais da área da
saúde (LAVICH et al., 2017).

Nesse campo de atuação, algumas mudanças sobre o modelo de atenção à saúde


empregado vêm acontecendo lentamente em nível nacional. Isso ocorre
especialmente pelo local de atuação de tais profissionais (o hospital) ser marcado pela
tradição do modelo hegemônico tecnicista de atenção à saúde e ser resistente às
alternativas que acontecem no campo da saúde (LAVICH et al., 2017).

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é compreendida como uma importante


estratégia para fomentar processos de mudança nas dinâmicas institucionais e
configura-se nos conceitos de ensino problematizador e aprendizagem significativa.
Parte da premissa que o ensino-aprendizagem ocorre por meio da reflexão da
realidade vivenciada no cotidiano, tendo o trabalhador a possibilidade de repensar
condutas, de procurar novas estratégias e caminhos para a alcançar as dificuldades
individuais e coletivas (PEREIRA et al., 2018).

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (EPS) estabelece que os


processos de educação permanente dos trabalhadores da saúde se façam por meio
da problematização do processo de trabalho e considera que as necessidades de
formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades
de saúde das pessoas e populações. Deve-se considerar os conhecimentos e as
experiências que as pessoas já têm, desta forma, transformando suas intervenções e
a própria organização do trabalho (CAVALCANTE et al., 2018).

A educação dos profissionais de enfermagem merece enorme atenção, uma vez que
há necessidade de preparar os indivíduos para as mudanças no mundo e no contexto
do trabalho buscando conciliar as necessidades de desenvolvimento pessoal e grupal
com as necessidades da instituição e da sociedade (ROCHA, 2014).

O enfermeiro realiza na gerência (administração) do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel


(APHM) cursos de captação técnica e pedagógica, atividades educativas como
instrutor, participa da revisão dos protocolos de atendimento, elabora materiais
didáticos para a equipe e realiza a educação em saúde da sociedade. Além disso,
quando junto com a equipe assistencial, assume a responsabilidade dos cuidados
relacionados à vítima através da previsão das necessidades, definição de prioridades
e iniciando intervenções necessárias com o objetivo de estabilizar o paciente durante o
transporte para o tratamento definitivo (TAVARES et al., 2017).

Justifica-se a realização deste estudo, por meio de uma experiência vivida em


processo de Educação em Saúde com a equipe, logo, surgiu o interesse em trabalhar
sobre a relevância da Educação Permanente ocorrida em um serviço de Urgência e
Emergência.

O presente estudo tem como questão norteadora a seguinte pergunta: Qual a


importância da educação permanente para a equipe de enfermagem em um serviço de
Urgência e Emergência?

Pretende-se neste estudo conhecer a importância da Educação Permanente para a


equipe de enfermagem em um Serviço de Urgência e Emergência através de um
relato de experiência caracterizando as potencialidades e dificuldades vivenciadas
pela equipe de enfermagem no momento da experiência compartilhada.

Espera-se que este estudo contribua para a fragmentação do serviço de enfermagem


e para a promoção de saúde por meio da prática de educação em saúde através do
conhecimento das potencialidades e vulnerabilidades que a equipe enfrenta e
conquista durante o processo de saúde-doença.

Sabe-se que a educação de trabalhadores de Enfermagem é referida em três


dimensões (Educação Permanente, Educação Continuada e Educação em Serviço) e
ocorre uma ausência de consenso entre essas. Entretanto duas dessas propostas (EC
e EP) se configuram como as mais consolidadas e têm um caráter complementar,
porém com marcantes diferenças conceituais (PEIXOTO et al., 2013).

Reconhece-se que a promoção de competências permite ao profissional conviver com


a motricidade e com o avanço tecnológico do mundo moderno corroborando a tônica
defendida pela educação permanente para a formação dos profissionais. Atualmente,
nota-se que esta é uma potencialidade na transformação do profissional perante o
paciente e instituição (SALUM; PRADO, 2014).
Dessa forma, percebe-se um extenso caminho a ser percorrido pela educação
permanente nas instituições para a implementação de trabalhadores que contemplem
as competências de modo mais equilibrado (SALUM; PRADO, 2014).

A equipe de enfermagem desenvolve o seu papel profissional centrado no cuidado ao


ser humano em seu fundamento de viver, sendo que suas intervenções não se
referem somente ao desenvolvimento de técnicas, no entanto no conjunto de saberes
que se vinculam para que o cuidado seja efetivo e envolvendo atitudes de
preocupação, responsabilidade, envolvimento, liderança, autonomia, educação em
saúde, cooperação e ação em equipe)  (LESSMAN et al., 2012).

A qualificação profissional promove mudanças no mercado e no ambiente de trabalho.


Considera-se que a área da saúde é uma das mais problemáticas que existem,
portanto, a qualificação profissional é de grande relevância neste contexto. A
educação permanente do profissional de saúde faz parte das ações de cuidado e
também da humanização e atenção integral dos usuários (LESSMAN et al., 2012).

A Educação em Serviço vista como uma prática educativa na qualificação do processo


de processo de trabalho tem a finalidade de aprimorar a capacidade profissional
(cognitiva, psicomotoras e relacionais) e de aperfeiçoar este para as novas tecnologias
(PEIXOTO et al., 2013).

afirma a pensar a importância da educação permanente para os envolvidos no


processo de promoção da saúde, pois favoreceu a troca de informações relevantes
com relação a temática. Enquanto alunos, é possível salientar a importância em
conhecer o serviço e atuação da equipe da Urgência e Emergência.

Umas das dificuldades observadas foi que as experiências vivenciadas ocorreram em


um hospital regional de um município que ainda não dispõe de um suporte básico e
avançado adequados as ações de RCP, contudo a elaboração deste trabalho
possibilitou uma grande compreensão sobre a temática.

A participação nessa ação foi uma oportunidade para entender que as instituições de
ensino superior não dispõem de um componente curricular mais específico sobre o
sistema cardiovascular.

Observando a complexidade das doenças cardiocirculatórias e o alto índice de


morbimortalidade faz-se necessário reavaliar os currículos dos cursos de graduação
visando a elaboração de novas estratégias de ensino com ações educativas fora das
dependências das universidades.

Ressalta-se que a carência desse fundamento curricular pode comprometer a


formação dos discentes tornando-os despreparados para o mercado de trabalho e por
isso tem-se uma necessidade de espaços dentro da universidade para discussão de
práticas relacionadas ao atendimento urgência e emergência.

Observa-se que a educação permanente é fundamental na vida dos profissionais e as


ações educativas em saúde são capazes de modificar os profissionais perante
situações corriqueiras nos serviços de saúde e principalmente nos serviços de
urgência e emergência.

Administração de recursos materiais

Administração de recursos materiais nas instituições de saúde têm como objetivo


coordenar todas as atividades necessárias para garantir o suprimento de todas as
áreas de organização, ao menor custo possível e de maneira que a prestação de seus
serviços não sofra interrupções prejudiciais aos clientes.” (CASTILHO, 1991).

Objetivo básico da administração de materiais consiste em colocar os recursos


necessários ao processo produtivo com qualidade, em quantidades adequadas, no
tempo correto e com o menor custo. Os materiais são produtos que podem ser
armazenados ou que serão consumidos imediatamente após a sua chegada.

Baseados nesse conceito estão excluídos os materiais considerados permanentes,


como equipamentos médico-hospitalares, mobiliário, veículos e semelhantes, e
incluídos, portanto, os demais produtos, como medicamentos, alimentos, material de
escritório, de limpeza, de conservação e reparos, de uso cirúrgico, de radiologia, de
laboratório, reagentes químicos, vidraria, etc.

Os medicamentos, que costumam receber um tratamento diferenciado devido a sua


importância estratégica para as áreas de saúde, serão considerados como um grupo
de materiais uma vez que essa diferenciação não garante um gerenciamento
satisfatório se comparado com os demais grupos de materiais.

Em um hospital, os gastos com materiais representam aproximadamente de 15 a 25%


das despesas correntes. Em um ambulatório, a estimativa varia de acordo com a
forma de prestação do serviço. A dispensação de medicamentos é um dos itens que
afetam de forma fundamental os gastos da unidade. Ainda assim, pode-se dizer que
os materiais comprometem entre 2% e 5% do total de despesas correntes de uma
unidade ambulatorial.

O sistema de materiais de um hospital registra de 3.000 a 6.000 itens de consumo


adquiridos com certa frequência; um ambulatório, entre 200 e 500 itens. Apenas como
comparação, um caminhão médio se compõe de aproximadamente 10.000 peças.
Esses números mostram que a complexidade de um sistema não está restrita à
quantidade de variáveis ou ao seu custo - é necessário considerar também
complexidade do seu processo produtivo.

O processo de produção do setor da saúde é muito complexo e o hospital, uma das


mais intrincadas unidades de trabalho, porquanto ele constitui um centro de interação
de várias disciplinas e profissões, incorporando tecnologias, gerando um modelo
assistencial com uma variedade enorme de itens e graus de diversidade. Uma das
maiores dificuldades da administração de materiais reside na distância entre o
processo produtivo e os sistemas de apoio, fato que se repete na administração de
recursos humanos e outros sistemas atuantes nas unidades.

Por que falta material?

Uma maneira interessante de formular essa questão é: em que medida as faltas são
resultantes de falhas da administração de materiais? Ou ainda: por que os sistemas
meio e fim funcionam de forma tão dissociada? A resposta à questão é fundamental,
pois identifica as causas e orienta as ações necessárias para sua correção. O
diagnóstico inadequado leva a uma ação que não produzirá os efeitos desejados.

As causas da falta de materiais podem ser identificadas em três diferentes grupos:

a) Causas estruturais

Falta de prioridade política para o setor: baixos investimentos, baixos salários,


corrupção, serviços de baixa qualidade, etc.

Clientelismo político: diretores incompetentes, fixação de prioridades sem a


participação da sociedade, favorecimentos, etc.

Controles burocráticos: que agem sobre os instrumentos, particularmente naqueles de


caráter econômico, levando à desvalorização das ações executadas e invertendo o
referencial das organizações, importante lembrar que não basta fazer as coisas
corretamente: deve-se também fazer as coisas certas. A burocracia somente se
preocupa com o rito - ela não se interessa com o produto final.

Centralização excessiva: produz danos imensos na área de materiais. Compras


centralizadas e baseadas exclusivamente em menores preços são exemplos que
devem ser evitados.

b)Causas organizacionais

• Decorrem, em geral, das descritas anteriormente.

• Falta de objetivos: quando os objetivos não estão claros, cada unidade cria seu
próprio sistema de referência. Como consequência, pode ocorrer uma dissociação
entre a área fim e as áreas meio.

•Falta de profissionalismo da direção.

•Falta de capacitação e de atualização do pessoal.

•Falta de recursos financeiros.

•Falta de controles.

•Corrupção.

•Falta de planejamento.

•Rotinas e normas não estabelecidas adequadamente.

c)Causas individuais

Em parte, também, derivam das anteriores.

• Diretores improvisados: inseguros ou incapazes de inovar, sem condições de manter


um diálogo adequado com a área fim.

• Funcionários desmotivados: sem compromisso com a instituição. Seu principal


objetivo é a manutenção do emprego.

• Considerando-se tudo o que foi colocado até agora, a pergunta passa a ser: a
administração de materiais possui os elementos adequados para evitar as faltas?

• Se a resposta for positiva, a administração de materiais, equipada de tecnologia


adequada, poderá evitar, em parte, a falta de materiais, porém essa ação isolada não
é suficiente sem a eliminação das causas. A administração de materiais isoladamente
não é capaz de evitar as faltas. O sistema de materiais deve ser entendido como um
subsistema do sistema de produção que funciona como meio para que se alcancem os
objetivos.

• Trata-se, portanto, de uma área que depende do processo de formulação de


objetivos e metas da organização.

Inteligência emocional

A inteligência emocional é a capacidade de identificar os próprios sentimentos,


observar comportamentos nas demais pessoas e pensar em estratégias
personalizadas para melhorar o estado de saúde delas. Tem como propósito investir
em um olhar interior para entender os sentimentos das pessoas ao redor.

Além disso, é fundamental interpretar os fatores influenciadores negativos de


determinadas atitudes, tais como: nervosismo, hábito de roer as unhas, pessoas com
pensamentos antecipatórios de uma evento etc. A partir dessas manifestações, é
possível pensar em formas mais adequadas de intervir para ajudar a pessoa.

Exemplo disso é quando sentimos medo, ansiedade, tristeza ou angústia e


associamos a eventos familiares ou que ocorrerão em breve, nos deixando com
pensamentos diferentes do que estamos acostumados.

O mesmo caso se aplica às pessoas que estão ao nosso redor, pois talvez alguns
comportamentos inapropriados, como agressões verbais, irritabilidade e frustração,
estejam relacionados a um acontecimento desagradável ou em desacordo com
esperado.

A inteligência emocional também analisa os sentimentos positivos que podem se


desencadear frente a um evento e, a partir disso, aperfeiçoar algumas ações no
indivíduo. Essa situação ocorre, por exemplo, quando o indivíduo é aprovado no curso
desejado, e os conselhos devem ser direcionados para aumentar a disciplina e a
dedicação.

Por que é importante para profissionais de saúde

A inteligência emocional para quem trabalha na área da saúde é uma ferramenta que
necessita de capacitação, habilidades profissionais e experiência de vivência nas
instituições de saúde ao longo dos anos. Isso implica reconhecer atitudes claras de
comportamento como também identificar a linguagem não verbal.
A linguagem não verbal é aquela expressa em gestos, trejeitos que podem indicar
negação, aceitação, impaciência, falta de atenção às orientações, irresponsabilidade,
entre outras interpretações. Pessoas que ficam constantemente de braços cruzados
estão negando as orientações no subconsciente, ou por não acreditarem no
interlocutor ou por falta de conhecimento prévio.

Assim, os profissionais de saúde, em especial os enfermeiros, devem prioritariamente


entender seus sentimentos perante uma situação clínica e trabalhá-los em prol da
melhoria na assistência ao paciente. Nesse sentido, a carreira de enfermagem pode
proporcionar mudanças de perspectivas não imaginadas anteriormente.
Dito isso, é importante que o enfermeiro observe algumas atitudes dos doentes que
possam desafiá-lo na implantação dos cuidados de enfermagem. Exemplo disso é o
indivíduo que recusa a medicação, está muito sensibilizado com a doença, adota
posturas dissimuladas, entre outras situações.

Para tanto, o enfermeiro deve analisar a complexidade da situação, levantar possíveis


causas da atitude do paciente, intervir com pequenas ações e discutir com os
indivíduos esses aspectos. Para cada intervenção, é preciso analisar a aceitação ou
propor novas abordagens até atingir o propósito definido do cuidado.

Em algumas situações, é necessário buscar ajuda especializada dos profissionais da


Assistência Social ou da Psicologia, que abordarão de forma completa e sistematizada
o paciente em questão.

A inteligência emocional na área da saúde é uma meta desejável em todos os


ambientes clínicos, pois aperfeiçoa o clima organizacional e pode ser responsável pelo
aumento da produtividade nesses locais.

Sabendo isso, os gestores devem implantar medidas direcionadas aos profissionais de


saúde que lidam diariamente com questões clínicas, psicológicas, sociais e
econômicas em diversas condições.

Medidas institucionais para a melhorar a inteligência emocional

As empresas devem sempre se preocupar com seu funcionários. Por isso, em primeiro
momento, é fundamental adotar técnicas de relaxamento para os profissionais clínicos,
incentivar a confraternizações entre os colegas, formalizar parcerias com academias,
escolinhas para os filhos pequenos etc.

Todas essas atividades visam amenizar o clima que paira nas instituições de saúde,
que envolve tensão, mudanças bruscas do estado clínico do paciente, tomada de
decisões que se relacionam ao risco de morte, entre outros eventos.
Sendo assim, o ambiente organizacional deve favorecer o desenvolvimento coletivo da
inteligência emocional na área da saúde para que o enfermeiro graduado e demais
profissionais clínicos estejam concentrados nessa temática.
Para resolver as questões pessoais que podem afetar essa habilidade, é fundamental
que os profissionais procurem outras formas de amenizar seus problemas para
atender eficazmente aos pacientes.

Medidas individuais para desenvolver a inteligência emocional

Além das responsabilidades da empresa, é fundamental que os trabalhadores clínicos


se mantenham com a saúde mental equilibrada. A realização de exercícios físicos
regulares e uma alimentação nutricionalmente balanceada devem ser os norteadores.

Também é aconselhável procurar atividades fora do ambiente clínico que sejam


relaxantes e prazerosas e tenham como objetivo para o profissional de se desconectar
das tensões diárias vividas no ambiente de trabalho.

Outras habilidades que devem ser desenvolvidas incluem: prática do autocontrole


frente às situações desafiadoras, métodos para se automotivar e comemorar
pequenas conquistas, capacidade de perceber sentimentos negativos que possam
desequilibrá-lo etc.

Sendo assim, a inteligência emocional na área da saúde requer dedicação, disciplina,


competência para identificar e administrar os problemas pessoais e dos pacientes e
aprimoramento do conhecimento para as novas demandas.

Isso porque o enfermeiro é desafiado constantemente, carrega para si diversos mitos


sobre o curso, e deve ficar atento às novas legislações. Além disso, medidas
consideradas efetivas para sensibilização dos pacientes podem não surtir o efeito
desejado em algumas situações, o que requer mudança de perspectiva.
Nesse sentido, é interessante que o profissional estabeleça uma relação terapêutica
de confiança com o paciente a fim de explorar e gerenciar sentimentos que estejam
influenciando negativamente seu estado clínico, lidando também com a inteligência
social.
A inteligência emocional na área da saúde é uma ferramenta complementar de grande
ajuda para identificar os sentimentos dos pacientes, propor medidas personalizadas e
humanizadas e influenciar positivamente no prognóstico do paciente. Para tanto, é
essencial que o profissional desenvolva competências para administrar suas emoções,
mantendo uma saúde mental equilibrada para influenciar os pacientes em prol de
melhorias no autocuidado.

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